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Os acontecimentos da história ocorrem num contexto histórico específico, em que Moçambique

sofre a desolação e a destruição dos conflitos civis. Após a independência do país da colonização
portuguesa, começou o conflito entre os partidos em 1975, ou seja, uma guerra civil que demorou
mais do que dez anos, desde 1975 até 1992. Podemos considerar que esta obra funciona como um
testemunho historiográfico, porque contém vários factos da realidade e da história moçambicana.

Resumo

-É um livro que conta mais do que uma história, são duas histórias que surgem intercaladas entre
si. Mas que no final acabam por se cruzar, isto é, as histórias acabam por se ligar num mesmo
caminho.

- O livro é uma mistura entre o presente e o passado. O presente é a história de Muidinga e Tuahir,
em que a voz do narrador, surge escritos na terceira pessoa do singular

- E o passado é através os cadernos de Kindzu são escritos na primeira pessoa, pois são uma escrita
autobiográfica de Kindzu

- O livro começa com apresentação de duas personagens, Tuahir e Muidinga. Muidinga é um jovem
menino que após perder a memória quer encontrar seus pais e Tuahir é um velho sábio, encontrou
o menino e salvou-o da morte, e é o guia do menino.

- Enquanto fugiam dos conflitos da guerra, Muidinga e Tuahir, encontraram no caminho, um


machimbombo queimado, juntamente com cadáveres. Tuahir decide instalar-se lá, pois considera
o lugar seguro. No início, Muidinga não gostou da ideia de ficar entre os mortos, porém a sua
opinião mudou quando encontrou uma mala junto a um dos cadáveres, e naquela mala Muidinga
descobriu uns cadernos. Muidinga ficou com curiosidade de ler aqueles cadernos, e logo começou
a leitura dos cadernos que são os diários de Kindzu, uma das muitas vítimas da guerra civil.

- Nesses cadernos, Kindzu conta a sua história desde pequeno até os seus últimos momentos da
vida. E aqui se inicia a verdadeira aventura de Muidinga e de Tuahir, que também mostrou o seu
interesse pela história de Kindzu.

-O primeiro caderno começa com a sua partida da vila para o mar, em busca de paz lutando contra
a guerra como naparama. Depois de muitos dias no mar, Kindzu encontrou um barco abandonado
na costa, onde estava Farida, que, ao contar a sua história, pediu a sua ajuda para recuperar o filho
Gaspar. Assim Kindzu volta do mar para a terra, continuando a registar a sua viagem, agora com
renovado propósito. guerreiros tradicionais, abençoados pelos feiticeiros, que lutavam contra os
fazedores da guerra”. Para Kindzu, juntar-se a eles seria a única forma de parar a guerra em seu
país.
- Nos cadernos de Kindzu vamos conhecer muitos outros personagens, que vão influenciar
Muidinga e Tuahir, sobretudo Farida. Muidinga ficou emocionado e influenciado pela história de
Farida pois ela procura o seu filho, enquanto ele também procura a sua família, podemos assim
dizer que estas duas histórias estão de certa forma entrelaçadas

-Mais tarde, Tuahir e Muidinga decidem deixar o autocarro e seguir caminho em busca do mar.

-Tuahir morre no décimo primeiro capítulo de Terra Sonâmbula, depois de terem chegado à praia e
de verem o mar. Mas, antes, pede a Muidinga para o deitar numa canoa e o empurrar pela água,
de forma a falecer sem ver terra.

-O miúdo faz-lhe a vontade e nota, com espanto, que o concho onde vai deitar o idoso se chama
Taímo, o nome do pai de Kindzu e o nome da canoa onde o aventureiro viajou .

Citação significativa

“O velho pede então que o miúdo dê voz aos cadernos (…) Ainda bem que você sabe ler, comenta
o velho. Não fossem as leituras estariam à solidão. Seus devaneios caminhavam agora pelas
letrinhas daqueles escritos”

-Os cadernos de Kindzu tiveram um grande impacto no Muidinga, na medida em que, é através
destes que conseguiu imaginar e viajar com as histórias de Kindzu. Estas deixaram Muidinga criar
uma nova relação com a realidade e com a paisagem que o rodeia, ou seja, Muidinga vê a
paisagem ao redor do autocarro modificar-se aos poucos, ganhando vida, as memórias relatadas
nos cadernos vão dando sentido à vida do menino

-Com a leitura dos cadernos de Kindzu, Muidinga consegue sair daquela realidade onde estava, e
viajar com a sua imaginação, em busca de uma realidade melhor.

-E, por último, Kindzu em seu diário conta o momento em que encontrou o autocarro queimado. E
diz que chegou a ver um menino, o filho de Farida, Gaspar. Uma voz interior me pede para que não
pare. É a voz de meu pai que me dá força. Venço o torpor e prossigo ao longo da estrada. Mais
adiante segue um miúdo com passo lento. Nas suas mãos estão papéis que me parecem familiares.
Me aproximo e, com sobressalto, confirmo: são os meus cadernos. Então, com o peito sufocado,
chamo: Gaspar! E o menino estremece como se nascesse pela segunda vez.» (58)
Apreciação critica

Eu gostei bastante do livro, é pensado, calculado, como se tudo o que Mia escreve tivesse por trás
um segundo significado O objetivo central é revelar os horrores e desgraças que envolveram a
guerra no país. Os conflitos, o cotidiano, os sonhos, a esperança e a luta pela sobrevivência são os
pontos mais relevantes do enredo. É uma história que apesar de ser triste, não deixa de ser bonita,
é através do sonho que as personagens para fugir da realidade tendo a guerra quase matado essa
vontade, os protagonistas não desistiram, Sonhar, neste romance, parece ser como um passo para
a libertação das restrições

Um livro cheio de palavras inventadas que mostrou que uma história não tem de ser regrada e
cheia de barreiras gramaticais.

Relação com um obra de arte

A estrada tem um papel muito importante nesta narrativa, surge aqui como ‘espaço viajante’ e que
procura a esperança e a paz, uma estrada que anda à noite ‘sonhambulante’

foi afinal feita sem sair da estrada. Todas as suas aventuras se tinham passado à volta do autocarro,
andando em círculos, quase como um sonâmbulo

que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para
isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro.

uma terra que é apresentada num estado de sonambulismo, estado esse que acaba por ser uma
das formas de fugir da realidade, logo, uma maneira de viajar (aguardando, sonhambulando) em
direção à liberdade e à paz

Será apenas através do sonho (do sonho da paz e da liberdade) e de um andar sempre para a
frente que Moçambique ressurgirá, mesmo que esse caminhar só possa ser sonâmbulo

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