Sie sind auf Seite 1von 11
70, De feo, 0 ato de prodio acaémica permit 0 acesso A pitica do fazer teico em go, cada momento, a expergnca ode Sec recontata. Afi, se a. muliplcidade de sone Possivesultapassa qualgucr sistema dciplinar,englingo © Prazer das ordenapte, far una hista permite exporse © Gla.e ver seus efeitos. Mals que 80, confronta 0 autor com 8 expergnciaincial que 0 upessa, Air invaido pele Per. plexidade, pode gerar uma interrogagio. am » REFORMULACAO DO PAPEL DO PSICOLOGO NO PSICODIAGNOSTICO FENOMENOLOGICO-EXISTENCIAL E SUA REPERCUSSAO SOBRE OS PAIS Gohara Yvette Yehia* LLevantamentos realizados em institigSes que oferecem atendimento psicol6gico & comunidade mostram que grande parte da populagio que as procura € constituida de pais de riangas com alguma dificuldade, de aprendizagem, de com- portamento, ou outra. (© psicodiagnéstico infantil continua sendo uma pritca Entretanto, quando hi “ruprura", quando falta algo que deveria haver, € que passamos a nolar certos objetos. Simi- larmente, quando a evianga comesa a apresentar atitudes e comportamentos que rompem com algumas expectativas. dos pals, dos professores ou de outros agentes da comunidade, urge o encaminhamenta ou a busea espontinea do psicdlogo. E ste momento que podem ser problematizadas, questionadas, as relagdes dos pals e da crianga consigo mesmos, com 0 mundo © com 0s ovtros suite ra even ua ns de npaclger tne db pcan Il E neste eontexto qu o psicodiagnéstica se prope explictar © sentido da expesiéneia do cliente. Quando se trate do Psicodiagndstico infantil, o wabalho com os pais visa explorar © significado da queixa tazida, dos sintomas apresentados pela 8, a compreensio que eles tém de sua propria situicio © de sua relagio com 0 filo, Poderse-4 argumentar que estes so 0 abjetivos do Psicodiagndstico em qualquer abordagem. Sim, mas este trabalho acaba multas vezes servindo apenas 20 psieslogo que Tealizou © trabalho, sendo de pouca ou nenhuma uilidace para o cliente, apesar das sessdes. devolutivas ~y Uma das contibuigdes do. psicodiapnéstico fenomenol6: sico-existencial esti na'reavaliagio do. papel desempenhado pelo cliente e pelo psicélogo, nesta stuagao em que o cliente Se toma um parce tivo ¢ envolvido no trabalho de com- preensio © eventual encaminhamento posterior. Em trabalho anterior’, j6 sugeria que “mesmo sendo & cvianga a precisar de atendimento psicolégico, s80 0s pals que Arcam com muitos dos eustos do atendimento infantil: © tempo para levar e busear a erianga, © pagamento das sessdes (quando estas sfo gratuites, 0 pagamento das conduses) © 05 possiveis ‘efeitos transformadores do atendimento infantil na dinimica dda familia”, Desta forma, sem informagtes, apoio © motivasio para este atendimento, fica diffeil esperar que 8 pais esteam Aispostos a levé-lo adiante Portanto, durante o psicodiagnéstico, © mesmo durante a Psicoterapia, ‘quando o paciente designado é a crianca, a Paticipagdo’ dos pais € exteemamente importante. Por isso, quando reeebo pais encaminhados pela professora, pelo pediatra ou por outro agente, trato de trabalhar, desde © Inicio, © significado que ests encaminhamento tem para eles tw to de ANCONA LOPEZ Be FIGUEIREDO CC. ls Poa has us Imesmos. Enquanto, a necessidade de atendimento psicol6gico ro tiver sentido ‘para os pais, que limitam-se 8 seguir a Indicago de um outro profissional, e a conformar-se com ela, como se estivessem obedecendo a uma autordade, fica mais dificil, senso impossivel, contar com sia colaborasso ativa, Esta é impreseindivel para que consigamos compreender juntos ‘© que pote estar ecorrendo com a crianga e, eventualmeate, ‘com 0s proprios pais. = Outro ponto que costume focalizar € como os pais en- tendem o atendimento psicolégico, sua expectativa em rolags0 cle. Oferego-thes esclarecimentora respeito da minha proposta 4e ‘trabalho, que consiste em tentar compreender 0 gue esti avontecendo com a etianga no contexto pessoal, familiar e Social Estes esclarecimentos fazem com que eles entendam ‘melhor por que sua propria panticipacio no processo € importante © quais sfo os limites do trabalho, © também permitem que decidam, desde o inicio do atendimento, se esto dispostos a compartihar deste projeto. Desta forma, © psicodiagnéstico pode se desenvolver sobre bases comune entre 0 psicslogo © © cliente. O trabalho de Larrabure a respeito dos’ Grupos de Esperat serve-me de referéncia para esta fase do. processo. A reavaliagio do papel do psicdlogo levou-me a uma rmudanga de postura, Nao sou mals o tenico, 0 detentor do saber que oferece respostas Bs perguntas tazidas pelos pais. Enguanto psiesloga, tamibém sou uma pessoa, tenho conheei- mentos especificos, € certo, mas no parto do pressuposto de que estes t2m um peso maior que of eonhecimentos que os pais tém a respeito de sua vida, de seu filho, Meus conheei- Imentos, te6rios, tEenicos & os provenientes de minha expe- rencia pessoal representam apenas um outro ponto de vista, A situagio de psicodiagnéstico toma-se entio uma situazio de cooperagio em que a capacidade de_ambas as partes (orp) Pricaogtae tatty Nos formas de atndoneas St Pass Coe 9. ‘observarem, apreenderem, compreenderem consttui a base in- sispensivel para o trabalho. Tanto os pais como 0 psicdlogo jobservam a si mesmos © 20 oulzo, tanto 0s pais come, © Psie6logo procuram compreender © que ests sendo vivenciado, Sendo que a compreensio dos pais e a do psicSlogo si0 ccquivalentes e comparihadas, Ao psicdlogo eabe compreender a pergunta, Compreender € paricipar de um signifieado comum, do projeto do cliente, de sua abertura e Timitgses para 0’ mundo. E importante identticar os acontecimentos e a forma camo se desenvolveramn fm relagio a seu contexto, gerando a pergunts, precipitando a crise © levando a0 pedido de atendimento, ‘A primeira sess0 com os pais geralmente se desenvolve 4 partir daguilo que eles trazem como sendo a pergunta, estendendo-se 0 projeto estabelecido por eles em relaga0 40 filho, aos fov0s de ansiedade © sentimentos mobilizadon. ‘Coma finaidade de tornar minha exposigio menos teSrica, Uilizar-mevei derechos de sessBes do psicodiagnsstico de J. realizado na Clinica Psicolégica Objetivo, em 1991, no setor de acendimento a superdotados’. AS sessGes foram gravadas com a finalidade de realizar minha pesquisa de: dovtorado s pais de J, 9 anes, procuraram-me porque ele talvez fosse superdotado te, neste caso, eles queriam ser orientados fem relagdo & melhor forma de lidar com ele, Nas palavras dda mbe: ele € diferente das outras eriancas; € muito quieto, gosta de ler, de desenhar. No maternal, os professores reco. ‘mendavam que eu tirasse ele de Id © colocasse mma escola ‘especializada, que ele desenha muito bem e tem muita Jacitidede para aprender. les tém medo que © filho poss Ficar desmotivado © eventualmente “vagabundo". A” escola especializada seria aquela que acompanhasse 0 ritmo das necessidades do filo. Ao longo desta primeira entrevista, © 5 Dee 1986,» Cina Obetive de UMP mancen vm wor de @ filho apacces como um merino muito melgo, muito senstvel, tele procura agradar as pessoas, nao gosta de fear agredindo ‘com palavras ov com atitudes, é muito atencioso, muito Imetédico, gosta de tudo arrumadinho. Os pais trazem a preo- ‘cupagio da irma de que ele se tome um menino chatink, "ed?" O pai tem medo que J. fique um moleque mutio voltado ava ele mesmo, ndo aproveite « vide’, Por outro Indo, os pals deserevem J. como uma crianga, independente, ider quando se uta de atividades que © inte- ressim, mas que s© cansa facilmente, eetivando-se das brinca- diras quando estas noo interessam., Nio tem muitos amigos {© nJo costume descer para brincar no playground, Percebo aqui, além da preocupaeio inical referente& escola, uma out: 4 sociabilidade da crianga. Mais trde, nesta mesma entrevista, 1 mie pode trazer outra queixa: o pai, a escola, a familia em geral, pressionam e criticam-na por causa de sua forma de Fidar’com o filho, que poderia vir a tornélo efeminado. O filho € chamado de maricas pelos outros porgue ele prefere desenhar ¢ lor, fear sozinho a brincar do jeito deles: entdo feu fico preocupada, ele € wna pessoa diferente! Pesquiso 0 fque € para cada um deles “ser_menino”. Posso_perceber Aiferengas de expectativa do pai e da mic em relagao a0 fil: {o pal dia] wn menino, sabe, bond do lado, sujeira no rosto, subir no muro, esta € a imagem que tenko. [Amie] eu no Consiga imaginar que tim menino, para ser Romem, moleque, tem que ser agressivo, precisa ser boca suja, ser bruto ou precisa fear falando besteira sobre coisa de muther, ew acho ‘que um menino pode ser menino sendo uma pessoa educada, Sina [Nesta primeira sesso, tenho entdo « queixa de um menino {gue of pais ¢ a escola vem como “wiferente”; esta diferenca €telatadainicialmente em termos escolares ¢ acaba sbarcando f forma de ser desta crianga, sua maneira de lidar com 3 ‘agressividade, acarretando dvidas a respeito de sua idemtidade masculina o qve provoca uma série de discussées em cash a respeito da mancira como a mie 0 educa Para compreender 0 que 0s pais relatam, em gerl utizo meus conhecimentos ‘eis, mia vvGncay mi cape i anterior. Aceito as observagdex dos paisa espeto Saguilo due eles vem, pensam, coneliem, e. procure” amplar seu Campo de visto, conextuaizando a quel aril isting sum quadro mats ampo, Observo assinalo acs pais aquilo que consigo apreender dia relogdo deles com 0 filo e ene si {quando compurcee © casa), Esses sisinalamentos mio sto covsideadas Verda, tas apenas posibilidades de compeensio. suc, podet act ‘cits ow nlo por els. Desevolvo um tabalbo amas de focalizagio © smplagio,procorando expliciar 9 sighcads dos fenbrienos para‘ pat © para mint mesma _ =A compreensio dos pals € valoizada, esti no mesmo nivel de do prisons. Coston tier aoe pas que eles tm tim conhecimento do fio qu €extemnmente importante pars © desenvolvimento do prcodisgnéatico. Multasveses ees ao fntendem por que, j que prosrarun pieslogo com une sqeixa a respeito do fiho, 8 eles que precisa comparccet a ats enevisas por ge se, guano potest aie ‘rats de um taba em ques coperagio€ um prerequisite ae deve ser assumido por ambas as partes, emora. de forma feral a pessoas estjum scosturaday a busca ov srvigen de tm profssonal, detentor do saber edo poe, que Ihe nar 2 origem do problems © 0s crinhos 9 Segue © cesclarecimento da pergusta pode se desenvolver em ama ow dias sess. Enetanto, a0 longo. do proceso, la permanece como um pano de fundo ‘para eutas, questSes Sspeto que possam sarin Assim, volando @ J, quando os pais se refeiram & ‘escola especializada", perguntetihes cone o fio ie seme na escola que regen, uma ver que, por um lado, sel que tio existem escolis especializnas para superdotates ego, Por outro, ht ruta das, 8 vezes Cntadtsis, em ages 40 que qualquer escola devaofeeeer, Meu erie ara indica mm fou nfo uma mudanga de escola € a silisfagio ou nto da crianga com ela, desde que a escola preencha os requisites ‘minimos para ser considerada aceitavel pelos padrbes suas, Por outro lado, minha valorizagao da queixa da mie em relagio 2 sociailidade do filho (prefere ficar sozinho a brincar com 19 outros; quieto, gosta de ler ¢ de desenhar) & diferente da dela jf que meu contato com a literati a respeito de eriangas ssuperdotadas? me permite saber que muitas delas apresentam estas caracterstica, informagzo que utilize para inserir a queixa {da mie num contexto mais’ amplo, contande-Ihe © que sei a respeito. Ao longo das primeiras entrevistas foi fleando mais Claro que aquilo que mobilizava os pais era a questo da idontidade sexual da etlanga, o que gerava discussbes quanto A forima como a mie lidava com ela. Na segunda ou tercera sessio, antes ainda de conhecer 1 rlanga, uilzoame de um roteiro de snammese. H& muitos rotciros de anamnese disponiveis c, ressalvadas algumas dlfe rengas de organizagio, em geral enfocam aspectos do. desen- ‘volvimento bio-psico-social da erianga, E uma pritica wilizada por varios profissionals (médicos, assistentes socials, psicélo- 0s), sendo que cada wm focalizaré os aspectos que mais the Interessem pata a compreensto do fendmeno que est estudando, ‘Além disso, serve para que os pais se debrucem sobre sua ‘experioncia pussada e presente com © filho, podendo esclarecer sentimentos e expectaivas que atwam no relacfonamento com 2 crianga, © roteiro que uso me permite observar formas de rela- cionamento na familia, focos de ansiedade, distribuigao de forgas na dinémiea familia. Compartiho minhas impressbes com os pais 2 medida que elas se tormam mais elaras para ‘mim, Elas servem de ponto de partida para sua prépriareflexio 1 respeito dos fendmenos que’ focalizamos vo is ie ea dt od LANDAL, EA crn ir Em geral, através de minhas intervengGes, procure pro- mover novas possibilidides existenciais na medida em que abalho com © outro a wansformaeio de seu projeto. cconhecimento que o cliente traz é valorizado, © ¢ a partir dele que minhas falas te80 ou no sentido. Por’ outro lado, para que seja cficiente, a inervenedo deve pertencer ao campo de Possiblidades do cliente, margeando aguilo que ele no com Preende, uma vez que, se estiver distante deste campo, ela poderé nio ser compreendida ou ser recusada por ele, Uma vez realizado este roteito, tenho uma imagem da ctianga e do relacionamento familiar, Explicito esta imagem para mim mesma e para os pais, Por enquanto, ainda nao conheci a crianga, ¢ esta imagem se di a partir dos relatos ‘dos pais aliados & minha compreensio, sempre compartlhada © discutida com eles No caso de J. através da anamnese, os pais eontam que a gravider foi muito desejada, embora tensa, uma vex que antes de cada gravider a termo a mie soffeu abortos para 0s sis 0s méaicos nao haviam encontrado explicagio. ‘A. mic ue, na primeira sesso, se queixara de estar sozinha para educar 0s filhos ¢ lidar com os problemas do di-a-dia, mostra que nfo gosta de interferéncias familiares quando se defronta ‘com uma situagdo diffell, prefeinda em geral resolver seus problemas sozinha. Noto portanto uma incongrugnela, que japonto, entre o que ela sente e como lida com as situagoes. © pai, examinando sua prépria forma de se comportar dante de situagaes dificeis, nota que & menos “corajoso” que a mie, precisando da aprovagio dos outros quando s2 trata de tomar luma decisio. O paro foi cesitlana, © a mie ficou muito Adesconfiada em relagio ao anesteista © a0 médico que no fram aqueles com 0: quais estava scostumada, Outros episédios do desenvolvimento da erianga revelam superprotecio, muita ansiedade matema quanto a eonfianga na capacidade do fitho de resolver certas situagbes, controle de- correnie desta falta de confianga, paricipasio do pai quando fs criangas estio pequenas mas’ seu. afastamento em fungao 4e sobrecarga de trabalho passados 0s primeiros meses. Ainda {de acordo com essa desrigio, 0 ilho tom algunas necessidades de crianga pequens (bichos ‘de pelicia com os quais dorme ‘até hoje), a0 mesmo tempo em que mostra interesses © capa ides de uma erianga maior. Antes de conhecer a crianca, hé mais um aspecto que é importante traalhar ‘com os pais: € 0 que diz respeito as informagées fornecidas & crianga quanto ao wabalho que esti sendo desenvolvide © do qual cla iré participar. Muitas vezes (0s pais no conseguem dizer ao filho por que esto consultando tum psicélogo. ‘Tém medo de contarlhe que procuraram um Psicélogo para falar dele e por que o fizeram. Imaginam que 5 explicitagdo daguilo que os esté movendo possa fazer com que ele “plore, se “sinta diferente". Esquecem, entretanto, que Suas preocupagces estio presentes no cotidiano, na forma de lidarem como filho, nas observagdes que fazem a respeito dele. nas exigéncias varias vezes repetidas © nem sempre ‘cumpridas pela crianga. Tudo isso faz com que, mesmo que fla no consiga expressar claramente, e da mesma mancira {que os adultos, quais as preocupagdes a seu respeto, a erianga pereeba, no diaa-dia, em sua relagio com cles, com os professores © colegas, que algo esté acontecendo, tendo sua propria comprecnsio a respeito ‘Muitas vezes, a difeuldade dos pais de conversarem abertamente com o filho a respeto do trabalho com 0 psicélog0 revela sua forma de relacionar-se com a erlanga © com 0 psic6logo, devendo ser explicitada ‘A partir do momento em que o psieslogo entra em contato com i crianga, as sessGes com cla e of pais si altemadas, “Este procedimento tem por ebjetivo compartlhar pari-passi jcam elie com os pais as observagdes a respeito do Tih. Nio se trata de chegar a conclusSes mas de enriquecer ccompreensio que eada um tem da erianga a partir de outro pponto de vista, de outro angul. ‘Algumis vezes, partir da observagio da crianga, & necessirio pesquisar mais amplamente certos aspectos da vida 6 do relstionamento que parcceram iclevantes até este mo- tment, seja porque os Pas no se refer a eles, aja por, embora teabum sido relatados, 9 eomtato com 8 elaaie Keeee 8 pensar em outs possibldades de comproenssa [Na medida em que, para conhecer a crianca, 0 psieélogo ‘eoorre a certs instumentos (estes, bservageet) ve perience 4 um cabedal de conhesimentos ienicoss & lnponants que cada instrumento uillzado soja dscutido com on Pal © doe 4 expliquem seus. pressupostos tosrcas de ane fans 6 Paicélogo chegou as suas propras observes. B indispensivel que se proceda dessa forma para quc o8 Pais possam compreendet mether os reterencas de pelcaiose © participar das devises a respeto dos species @ investiga, pata esclareser'0 que se pasa com a crianga, As explicassee 4 respeito. dos instumentos itiizades tambon scrvem fet desmistifici-os,comtextalzt-los, mostar que eles representa mais uma possbilidade “de enfoque do que. ums verdad solute Penso nos pais que vém em busca do QuociemeIntelectul (Q) do ino para gue cles © escola posamn tomar detedes 4 respeito do’ encaminhamento desta erlang. Sabenise gue cada teste do ive intlectual se baseia um Conclto particular de ineligencia © que nto hi consenso a respelto do que se este fendmene. A pari da visto psicométrice, esse Sopect foram rolegados sum segundo plano Tendeu'se s comer os resultados obtidos deforma absolutat Hoje, 2 neste de QI sts vulgatizada c-9 tendéncin do. igo € valorear os resulqdos das testes. Cabe eno 20 psicdlogo exclareer os pals sobre esses aspecto,contextulizando 0s resullados obtdos pala erlang, Desta forma, & preciso que as entrevistas com os pais tenham um conto pedagéeico, uma vez que eles mio aio Fs cin etm ANCONALOPE, Me) Aral ds nei 126 ‘brigados a conhecer a cultura e os instrumentos da Psicologia, ‘Se consideramos importante que eles participem do trabalho, cesta paricipagio precisa ser feita a partir de bases comuns. E claro que, 0 pricélogo deve ser capar de adequar sua linguagem a0 nivel scio-econémico-cultural dos pais, de forma fa Se fazer compreender por eles. Cabe a ele fazer uma espécie de wradugio dos concetos te6ricos numa linguagem acess/vel, ‘certficando-se de que sua comunicagio esti fazendo sentido para 0s pais. © trabalho de muitos anos com clientes de clnicas-escoa, ‘em geral pessoas menos favorecidas sécio-econbmico-cultural- mente, ofereceu-me um excelente teinamento, j6 que para ‘compatihar minhas impressbes eom os ps, ive de desenvolver tuma linguagem acessivel © préxima 4 vivéncia deles. Esse tipo de tadugio $6 & possivel quando a teoria esti bem ‘nteprada,¢ tem-se um bom dominio dos instrumentosutlizados. Caso contriro, © profissional apenss consegue reproduzir cha- Wes que pouco 12m a ver com a experigncia seja sua, seja 0 cliente © opal, « mle concorta comig,« admite reer sun pépria inerpretdo, Nesta entovisa, la volta tazer sua preocupagto com 2 postildade deo fiho str efominado em’ consesubtcs ta forma como.0 Waa: Porgue eu sempre fal mato earshosy com ele cle comigo, agora qe ele td mats ehegads ton 2 pe na minha fai. todo msn ficou felende ges tava dettndo ‘ele mattow. marcas, fcwva auto ent coax bejand, porgue ex gost «de rpenie, ew del una forcta sede sola, pra ele se via, ons ee Sn tbo ab Posso utilizar minhas percepedes da crianga e minha interpetagao de sua produgdo no teste, que nio revela dif culdades de identificaso sexual, para explicitar isso © mostrar como a expectativs. do pai, baseada num estereotipo demas. calinidade, contribuiw para que compreendesse as necessidades e afeto do Filho como desvio da identidade senual, levando 8 atitudes repressoras, impedindo © filho de” se manifes livrement, expressando sev afetoe sensibilidade. Desta maneira, 4 partir das trocas de impressées, tanto eu como os pals Podemos reintspretar algumas situagdes, enriquecenda: nossa ‘compreensio da crianga — Refletindo a respeito deste trabalho, me ococte uma im ‘Bem: tanto psicéloge como cliente estio organizando. um ‘quebra-cabegas, contribuindo com pegas diferentes. para chegar 8 constiuigio de uma imagem comum, Esta imagem vaivse ‘onstruindo ao longo do processo ¢ os aspectos que neld serdo mais nitidos dependerio da colaboragao dos pais, dos conhe~ eimentos do psicslogo ¢ da interagio entre ambos, ‘Aqui se apresenta um outro aspecto que diz respeito a0 sigilo © ao respeito que 0 profissional deve ter em relasio 3s Portes envolvidas: pals, crianga. Nao se trata de contar a uns © a8 outros O QUE os pais ou a erianga fizeram ou disseram, mas de procurar deserever COMO compreendemos oy com. PPortamentos que nos aparecem. O psicslogo compartilha com ie ‘os pais sua experiéncia com a erianga a partir das situagoes propostas para favorecer a observagio de como esta ultima se relaeiona consigo mesma, com os outros e com 0 mundo. ‘A parr das conversas com os pais © do conhecimento dia esanga, ands durante 0 pricadagnstio, 0 pieslogo Pode Sgerirslternaivas de ag’ para on pis, No cso de Toye rt ua erianga sem nenhuma autonomia enor pais nfo Ihe permit pasar im final do semana longe dele, slegindo fer ele mua, pegueno para st depois de esclaccer scus tmedon, de mostrar 2 capacidade da eriangs,orente-os a dar tials sofonomia a0 menino, confiando em sua capacidade para resolver problemas Tamm a pare ds compreensto da dinimica fair, o sso pe dr ete expo do, ge conn apar de promover um desenvolvimento mai harmonioso NNovamente no caso de J. pude mmosrar ua ientifieagd0 do tnenino com o Pa, também uma peswoa muito sensivel, que owt de misieselisica e posi mits lies do arte, mas Sve, om fungio dem exeesipo de_masculniade, nao Conaeguia aceliar exes caractersicas do filho,e nfo perma ave ele se expreseasselivemente, Suge a0 pal que else Sportunidades de maior proximidade do fh, levando-o para programas de iteresse comm. ~ Desta form, 0. psiodiagnsntico fenamenolsico-xis tenci) envolve tm trabalho de rediecionamento dos pais @ pre da compreensto da clang © Ga dininea falar, com DP obetive de fait o elactonaento, propia noes formas fe interagao ¢ abrir novas perspestivas experiencia. A repercussio sobre os pals ps Muitas vezes, sinda durante © processo, os pais comesam 1 experimentar novas formas de relacionamento com 0 filho, f suas vivéncias podem ser trabalhadas com 0 psic6logo. Freqentement, referem-se a mudancas de aitudes. Aexteasio, € 0 tipo dessas mudangas, podem servir de indieadores para 4 flexibilidade dos pas, sua capacidade para prosseguir sozinhos fou a nevessidade de encaminhamento’psicotergpico uma. vez encerrado © psicodiagnéstico, Retomo aqui frases da mle e do pai de J. que me parecer cesclarecer bem © que acontece: {Amie} Eu sinto assim, depois que ew vin agui, a gente vei conseguindo perceber ‘mais, que quando voc td naguela rotina, vocd se envolve, Indo vé, eu sinto que agora tou mais sensivel, presto mais fatengao. [0 pai, em outro momento) Eu acho que foi resultado deste rabatho... Mudou minha dtica, Ex tinka mato ‘medo do J. ficar wm menino mais efemmnado... pelo rizmo dele, porque ele & um menino meigo, sensivel etc. Hoje ew consigo enquadrar melhor, depois desses nossos coniatos, € feu acho que meu relacionamento com ele methorou 500 por Cento depois que estive aqui, 14 mais solto entende, ficava muito em cima dele, agora tou deixando..pra min 1d mais claro, ew tou mais calmo, mais trangilo agora, depois desse rrabalho. les se referem também a madangas de attudes do filo que estd decidindo mais, defendendo seu préprio espago, se Felactonando mais com oe meninos da visinhansa (© pai extd se aproximando do filho. Nas palavras da mie: Budo, ew acho que tinha aguela distancia, emtdo (ou passeio 20 Playcenter) ele viu que o pat grita. que tem medo. Fol étimo, Dela mesma diz: Agora eu me sinto mais segura ara tratar com ele Olhando retrospectivamente para © processo, na dltima sesso, 0 pai se refere a ele como um repensar, wm chacoalhdo, ‘acordar para algumos coisas e tentar rever algumas coisas A mie diz: Para mim fot importante porque eu fiquei mais Segura, eu tava tremendemente insegura, no que ew tot segura agora, mas certas atiudes eu tomo assim, mais firme, rné, eu tow procurando ser menos rigid Quanto & mudanga de escola, que motivara a busca do sendimento, decidram manter 0 fiho naquela que jl frequen: tava, uma vez que jd estava adsplado a ela, nto revelava rnenhum desejo de midar-se de 1ée que eles estavam satisteitos ‘com o ensino proporcionado. Petoeberam que no havia ne~ cessidade de outro tipo de escola e que eles mesios podiam propiciar uma série de oportunidades de desenvolvimento ex- tra-escolar ao filho que, de fat, confirmou um elevado potencial Imelectual © grande talento para desenho, Embora eu tenha me detido sobre o caso de J. pari facilitar minha exposigio, posso citar vérias outras falas de pis que vao nesta mesma diregdo, Em geral, referem-se a0 procesto pelo qual passaram ‘como uma oportunidade para prestar atenpde, perceber ¢ pensar sobre 0 que estd acontecendo. Para o pai de L. — um menino de 8 anos que atendi ‘no consultério em 1989 —, as sessbes foram importantes Porque 0 levaram a perceber que sua forma de se relacionar com 9 lho repetia a forma como ele mesmo havia sido ceducado pelo pai. Embora continuasse @ pensar que esta cra maneira adequada de educar um filho, péde perceber que (9s tempos haviam mudado, Ao abrir-se mais pare as necess- dades de sew filho, conseguiw aproximarse ‘dle. Enfatizou também que 36 conseguira acetar o que eu Ihe dizia porque acd nao falou coisas esiranhas: partioas daquilo que en mesmo dia e abvimos perspectivas que tinham sentido. E importante resaltar que, embora a iniciativa de_procurar um Psicélogo tivesse partido da mie de I. sev pai participow de todas as sessdes, apesar de dizer no inicio que mio ecreditava nesse tipo de trabalho, Follow up Concluidos os psicodiagnéstices, apis um intervalo de seis meses a um ano, realize: sessBes de follow up com pais 1 que haviam paricipado deste processo. Pude entio observar tim fendmeno interessante: frequentemente, apesar de ter havido teneaminhamento da crianga para psicoterapia com outro pro figsional, esta. nao havia sido feta. Os pais justificavam sua decisto dizendo que o psicodiagnéstico havia sido suficiente para resolver o “problema” que motivara a busca do stendi- [Bm outro caso, a me decidira tatar-se primeira j& que como sou eu quem educo meus filhos, achel que era mals ‘importante eu fazer terapia primeiro, inclusive para ndo es: tragar 0 trabalho que seria feito com meu filko. Ao contrétio daquela, uma mie a quem suger psicolerapia me disse: Em relagdo & psicoterepla que vocé indicou, achet methor eu me mmodifiear, eu jé inh sentido que estava me abrindo mals fenquanto nis conversdvamos e resolvi presiar mals atendo para as coisas ndo voltarem ao que eram. Penso gue, muitas vezss, © encaminkamento para psico- terapia revelaresqufcios da visio tradicional de psicodiagndstico, assim como inseguranga quanto 2 continuidade das mudangas fobservadas durante © processo. Em outras oportunidades, houve encaminhamento. para psicowerapia e esta foi realizads ‘Atualmente, inclino-me a deixar que 0s pais decidam se sentem necessidade de um encaminhamento para si mesmos| © para o filo, Também me coloco a disposigao deles para beantatos posteriores, apds 0 encerramento do trabalho e passados flgum tempo. Pereebo que esta abertura & importante na medida fem que permite, apés algum tempo, que os pais e a crianca Sse debrucem novemente sobre sua experifncia a fim de sentir como esto. sso entio dizer que minke experiéneia com esta forma de trabalhar, elucidando pergunta (queixa) trazida pelos pas, fonheeendo com eles of momentos expressives do desenvol- vimento do filho e de sua relagio com ele, compartithando ‘minha propria compreensio da crianga a partir de seu contato bo comigo, oferece-hes oportunidades para rever sua mancira de ‘© relacionar com o filho, perceber novos sentidos possiveis ‘para as situagdes de interagao com ele, refermulando sua forma Ge exercer seu papel e, as vezes, seu desenvolvimento enquanto pessoas. Pude observar que, dependendo de suas possibiidades para se modificarem, de sua plsticidade, em outros termos, © psicodiagnética @ muitas vezes suficiente no havendo necessidade de atendimentos psicoterépicos posterior. F claro {gue isso do acontece em todos os esos. Também € possivel ‘Que, passado algum tempo, quando os pais sio chamados para © follow up, pereebamos que nossa atengio e a dees estiveram focalizadas em eertos aspectos que os preocupavam na épocs. mas que, apés certo tempo, e mesmo havendo mudangas ni indica familiar, neste momento sio outras queixas que so Valorizadas, 0 que pode levar a reencaminhamentos E 0 caso de C., menino de 7 anos, cvja mie havia procurado 0 setor de superdotados da Clinica. Psicolbzica Objetivo, encaminhada pela professora que o considerava muito adiantado para a primeira série © pensava num possivel ad tamento escolar. Na ocasizo, pudemos compreender que os ‘comportamentos apresentades por C. na escola (problemas de disciplina, faz $6 0 que quer, 0 que acha interessante) © em asa (ws poco manhoso, da impressio que qualquer coisa que faga ndo se gosta dele) tinham por finalidade chamar 3 atengio des pais que trabalhavam fora o dia todo enquanto ts criangas Ficavam aos cuidados da avd. Esta tinha preferéncia pelo iemao menor e exigia que as criangas ficassem quiets enquanto estivessem em sua easa, Quaio ® possfvel superdo- taglo, notei que C. tinka wma meméria privilegiada e interesse pelo mundo circundante, 0 que dava a impressio de que era ‘mais capaz que os outros. C. apresentava necessidades Iidicas ‘fo satsfeitas, precisva da compunhia dos pais que pudessem proporcionarthe mais possibilidades de atividades, Essas ob- ervagdes, compartthadas com a mic ao longo do psicoding- ‘éstico © com as quais ela concordava, permitiram-Ineprivlesiar © contato com os filhos. Ela decidiu reorganizar seu horério de trabalho para poder fiear com eles mals tempo durante & semana, oferecendorlhes mais oportunidades para estarem com foutras eriangas © brincarem livremente. [Na entrevista de follow up, um ano depois, ela dizia que, no que diz respeito 2 escola, C. mostrava-se mais satisfeto, mas o que a preocupava mais neste momento era uma bronguite ‘smmitica cujas crises estavam sendo freqlentes. De Tato, durante © psicodiagnéstico, a mide havia se teferido rapidamente a crises de bronquite que a crianga havia apresentado quando ‘menor mas que haviam diminufdo com o tempo, chegando & desaparecer. Desta forma, a bronquite parecia um problema ulirapassado e no havia sido valorizada, nem pela mle, nem ‘por mim. Um ano depois, entretanto, a bronguite aparece como © centro das preccupacées da mie. Assim, as insatistagdes da ctianga no que diz respeito A falta de atengio podem ser re-significadas, levando & uma indieasio de psicoterapia, —Ocorresme que, na medida em que 0 psicdlogo, neste trabalho, respeita © ritmo dos pais e sua forma do se refer 8 vivencia, sua atengio pode estar Focalizada nos aspectos por sles escolhides, nao vendo outros possiveis. Mas_ndo sejamos Conipocentes, nem pensemos que 0 psioslogo pode_e deve Dec ia ae i ea oes ee Se aan io psiefloge.D importante € estar disponivel para percebe-las e procurar lidar om elas. — aoe 134 %* O PSICODIAGNOSTICO FENOMENOLOGICO E OS DESENCONTROS POSSIVEIS Christina Menna Barreto Cupertino Uma das dificuldades que encontrsmos no exereeio da nossa profissio ¢ 0 distaneiamento entre teoria © pritica. Ela ‘em a ver principalmente com o status, pregresso © atual, da psicologia enquanto cigncia, Qualquer psicdlogo exper ‘que muito do que se passa nos dias de hoje, percebe ‘io encontra eco em nenhuma das abordagens teérieas. E nio E porque estas sejam poucas, ad contraeo. Apreximagies descttivas efou explicaivas para os comportamentos humanos proliferam, em diferentes diregBes, desde que a psicologia se constiui, buscando 0 stazs de ciénca. Assim como no eonseguimos encontrar teorias que dem conta de parte dos fendmenos humanos observados na pritica, © inverso também acontece. E conhecido 0 argumento de que “no existem os casos de ivro", ou Seja, pessous esi que sejam, que reprodueam em suas vidas mecanismos ou perf desc

Das könnte Ihnen auch gefallen