Disciplina: Estágio Supervisionado I Professora: Edjane Gomes de Assis Aluno: Gilberto Batista da Silva Matrícula: 2017-01-77450 - Data: 22/08/2019
RESENHA CRÍTICA
ASSIS, Edjane Gomes de. O estágio docente frente aos desafios da educação atual: um olhar reflexivo. UEPB, Campina Grande-PB, 2015.
O artigo “O estágio docente frente aos desafios da educação atual: um olhar
reflexivo”, da professora Edjane Gomes de Assis, aborda o estágio docente como forma de qualificação da educação brasileira sem o viéis do preconceito e sem julgar as práticas dos professores das escolas que recebem os estagiários e futuros professores. Retrata as transformações ocorridas ao longo do tempo na educação do Brasil influenciadas essencialmente pelas novas tecnologias e, a certo ponto, a dificuldade dos professores de se adequarem a elas. Segundo a autora, o estágio docente deve ser um processo de preparação do futuro professor e não apenas um "relatório crítico das formas de atuação dos professores e das estruturas das escolas" sejam elas particulares ou públicas. Gomes de Assis atribui mais dificuldade quando se trata de ensino de língua materna. Para ela, a formação docente no país sofre por causa de uma dimensão técnica e descontextualiza do ensino que perdura desde a década de 1930 e que nem mesmo os processos de reestruturação da educação através da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação - conseguir mudar este panorama. A teoria e prática quando nos referimos ao processo de ensino e aprendizagem deveriam caminhar de mãos dadas, mas não sempre é isso que acontece. Para o futuro professor, que necessita complementar sua formação acadêmica com a disciplina "Estágio Docente", a incapacidade de unir a teoria à prática em sala de aula expõe uma falha no sistema de ensino e na possibilidade de mudanças a curto prazo na melhoria da educação brasileira. O estagiário não consegue desenvolver o que aprender na universidade porque encontra um local de estágio com problemas diversos como falta de estrutura física e necessidade de recursos que utilizem as novas tecnologias como facilitador da aprendizagem. Some-se a isso, o fato de que parte dos professores que já atuam na educação não terem capacitação para os recursos tecnológicos que a educação reclama tais como o uso do computador em sala de aula, ou até mesmo, o uso das redes sociais como forma de estimular o conhecimento nos alunos. A dinamização da linguagem e a pluralização das "técnicas" de ensino esbaram em problemas como a falta de preparo dos professores e o preconceito que existe em elevado nível que transforma a atuação do futuro professor em mero redator de problemas estruturais das escolas onde atuam/atuaram como estagiários com o objetivo de levar à escola as teorias aprendidas nos bancos universitários. Outra questão, ao desenvolver o Estágio Docente, é que o aluno se depara com uma realidade dissonante daquela que ver na faculdade em aulas teóricas que muitas vezes não podem ser aplicadas mesmo que sejam promissoras do ponto de vista educacional. O Estágio Supervisionado (docência) é o momento do acadêmico vivenciar a profissão escolhida e para isso o conteúdo assimilado deve ser significativo e fazer parte de um contexto social atrelando teoria e prática. É neste momento (quando tem que pôr em prática os conhecimentos) que o estagiário se depara com uma escola que não atende a seus anseios de práticas pedagógicas e fica sem ajuda de seus professores/orientadores da universidade. Passa, então, de potencial agente reformulador das práticas pedagógicas a mero "instrumento mecanicista" e burocrático do Estágio. Nas palavras da professora Edjane Assis, os professores assumem uma posição de "cobaias" para a proliferação de trabalhos acadêmicos que só reproduzem erros e problemas existenciais. Citando Pimenta e Lima (2004), o texto de Edjane Gomes de Assis, aponta para o compromisso de formar cidadãos éticos e agentes multiplicadores do conhecimento. Mas como fazer isso em uma realidade que praticamente coloca em campos opostos estagiário e professores que já atuam na rede de ensino? Só rompendo as amarras de uma longa concepção de como fazer educação e preparar professores para o ensino poderemos pensar em mudanças significativas na qualidade de ensino. Não acreditamos que mudanças ou criação de novas leis sobre educação teremos mudanças que valham à pena. As que já existem precisam ser aprimoradas e postas em prática para que tenhamos a capacidade de dizer, no futuro, que preparamos professores dignos do nome.