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__________________________________________________
PROF. DR. KOSHUN IHA
ORIENTADOR
__________________________________________________
PROFA. DRA. DEBORAH D. BRUNELLI
CO-ORIENTADORA
__________________________________________________
PROF. DR. HOMERO SANTIAGO MACIEL
CHEFE DA DIVISÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Campo Montenegro
São José dos Campos, SP - Brasil
2001
ESTUDO E DESENVOLVIMENTO DE ARGAMASSA ELASTOMÉRICA COM
BASE URETÂNICA
ITA
Agradecimentos
À Prof. Dra. Vera Lucia Lourenço, pelas orientações, sugestões e ensaios DMTA.
Ao Prof. Walter Strafacci Jr.(ITA), pela ajuda na confecção dos corpos de prova de concreto.
ensaios realizados.
Aos diretores da EAGLESAT, Eng. José Luiz Corrêa e Castro, Eng. Heladio Maynart Faro,
Adv.Ricardo Corrêa e Castro e Eng. Paulo Vicente Fonseca pelo apoio técnico e incentivo.
Ao amigo João de Fátima Alves, da Avibras Aeroespacial S.A., pelas amostras e ensaios
realizados.
À minha esposa Marilia, principal incentivadora deste trabalho. Creio que sem este incentivo
jamais teria retornado aos estudos e concluído mais esta importante etapa de minha vida.
Aos meus pais, Antônio e Edith, pela formação cultural que sempre fizeram questão de me
proporcionar, não só através de escolas, mas também no convívio diário.
Índice i
Índice de figuras ix
Índice de tabelas xv
Resumo xviii
Abstract xviv
Objetivos 1
Capítulo I: Introdução 2
III.1- Diisocianato 22
III.1.1-Obtenção de diisocianatos 24
III.2- Poliol 25
III.2.1 Poli(propileno-éter-glicol)(PPG) 26
III.4 – Cargas 31
ii
III.5 – Solventes 32
IV.4 Interdifusão 63
V.3.1 Sistema 1 69
V.3.2. Sistema 2 69
V.3.3. Sistema 3 69
V.3.4. Sistema 4 69
V.3.5. Sistema 5 70
elastomérica. 72
V.5.2 - Dureza 76
adesão. 85
poliuretano. 91
de elastômeros de poliuretano. 93
elastomérica. 101
VI.6 - Resultados dos ensaios de medição de: Ângulo de Contato, Tensão superficial
Conclusões 116
Bibliografia 118
v
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1- Corte de uma aplicação típica de uma junta de dilatação com elemento
uma rodovia. 3
Figura 5 – Formação do grupo uretano pela reação entre o grupo isocianato e álcool. 7
Figura 6 – Formação do grupo uréia pela reação entre os grupos amina e isocianato. 8
Figura 7 – Obtenção do grupo alofanato pela reação entre o isocianato e grupo uretano. 8
ácido carbâmico. 9
uretano-uréia. 11
uma etapa. 15
vi
diisocianato. 18
diol) com PTMEG com massa molar variando entre 650 e 2900 g/mol. 19
massa molar. 20
amina aromática. 21
(HDI). 23
carbonila (fosgênio). 24
diisocianato. 25
Figura 32 – Agente de cura 2,4- diamina 3,5- ditio-metil-tolueno e o 2,6- diamina 3,5
ADIPRENE®. 52
massa molar.
(pontes de hidrogênio). 55
por capilaridade. 62
viii
poliuretano. 71
tração é o quociente entre a força de tração pela área da seção transversal inicial. 73
Figura 50 – Durômetro com escala Shore A utilizado para se medir a dureza dos
elastômeros. 76
53516. 78
argamassa elastomérica. 79
D695. 79
concreto. Nesta foto estão assinaladas as medidas “d” e “h” utilizadas no cálculo do
ângulo de contato. 87
capilar. 88
Figura 72 – Foto do “primer” líquido D22 7030 no ponto de equilíbrio após sua
ascensão no tubo capilar de 0,4 mm. Observar a linha do líquido no ponto de 29 mm. 113
xi
ÍNDICE DE TABELAS
poliéter. 37
AEPTMEG/E300. 67
WABOCRETE ® e APTMEG/E300. 92
elastomérica. 107
7030.
RESUMO:
poliméricos" para juntas de dilatação elásticas. Esta argamassa é formada por um pré-
Com intuito de estudar esta argamassa, foram realizados ensaios mecânicos como:
resultados obtidos aos de uma argamassa elastomérica similar. Também são estudadas as
Dinâmico-Mecânica (DMTA). Estes ensaios têm por objetivo comprovar que a amina
aromática líquida, ETHACURE 300®, utilizada como agente de cura neste trabalho pode
elastômeros de alto desempenho, mas que, no entanto, é sólida à temperatura ambiente, o que
Devido aos diversos problemas com adesão apresentados pelo concreto, um outro
objetivo deste trabalho é comprovar o aumento da adesão ao concreto através de aditivos com
alongamento, baixa perda por abrasão e cura no mínimo duas vezes mais rápida em relação à
argamassa epoxídica, utilizadas para o mesmo fim. Este trabalho também demonstra que o
argamassa ao concreto, em até 94 %, com o uso de aditivos promotores de adesão com base
em compostos organo-silânicos.
xiv
Abstract
elastomerics characteristics used in the production of the calls "polymeric lips" for elastic
In order to study this mortar mechanical tests are accomplished as: Tensile
strength, elongation, compressive stress and hardness, in way comparing the results obtained
to the of a similar elastomeric mortar. During this development they are also studied the
dynamic-mechanical properties of the elastomer and of the mortar for the Dynamic
Mechanical Thermal Analysis (DMTA). The objective of these tests is to prove that the liquid
aromatic amine, ETHACURE 300®, used as cure agent in this work it can substitute the
aromatic amine MOCA®, that is the more globally used in the obtaining of elastomers of high
acting. However it is solid at room temperature, whenever inadequate for works in field,
Due to the several problems with adhesion presented by the concrete, another
objective of this work is to prove the increase of the adhesion to the concrete through
addictive ones better, it was studied the adhesion mechanisms of the mortar elastomérica to
the concrete. The elastomeric mortar, object of this study, demonstrates to present flexibility,
high elongation, low loss for abrasion and it cures twice at least faster in relation to the epoxy
mortar, used for the same end. This work also demonstrates that ETHACURE 300® can
mechanical thermal analysis (DMTA). On the other hand, the increase of the adhesion is
verified from the mortar to the concrete, in up to 94%, with the addictive adhesion promoters
utilizada como agente de cura, ETHACURE 300, pode substituir a amina aromática
inconveniência de utilizar-se o MOCA, como agente de cura neste trabalho, reside no fato
de a mesma ser sólida à temperatura ambiente, o que a torna inadequada para trabalhos em
campo onde será aplicada esta argamassa. Além do mais, o MOCA, é um agente
cancerígeno, e está sendo substituído por aminas que não possuam este grave inconveniente,
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
feita pelo Dr. Otto Bayer e seus colaboradores da I.G. Farbeindustrie, em Leverkusen,
Alemanha, atual Bayer A.G, como uma resposta ao trabalho concorrente sobre poliamidas
de teleféricos, etc.
propriedades singulares tais como baixa perda por abrasão, resistência à tração e compressão,
elastoméricas são utilizadas na fabricação dos chamados "lábios poliméricos" para juntas de
3
dilatação elásticas, que são utilizadas em pontes, viadutos, aeroportos, barragens, tanques,
estrada.
Figura 1: Corte de uma aplicação típica de uma junta de dilatação com elemento elástico
e lábios poliméricos.
de Neoprene
poliméricos" para juntas de dilatação elásticas, que são utilizadas em pontes, viadutos,
tolueno (TDI);
elastomérica.
T = 80oC
2h
PRÉ-POLÍMERO DE ARGAMASSA
POLIURETANO
+ +
CARGAS + AGENTE DE
SOLVENTES CURA
ARGAMASSA
ELASTOMÉRICA
matérias-primas utilizados neste estudo são descritos no capítulo III. Originalmente, os lábios
apresentar alta flexibilidade e alongamento, baixa perda por abrasão e cura rápida em relação
à argamassa epoxídica. No entanto, com relação à aderência, deve-se tornar cuidado com o
substrato ao qual a argamassa será aplicada, o concreto, que apresenta diversos problemas
com aderência devido à porosidade e a conseqüente umidade intrínseca a sua natureza. Estes
problemas de aderência também foram analisados no capítulo III, quando se tratou do primer
realizados ensaios que também são caracterizados no capítulo V, bem como, a determinação
Capítulo II
composto. Esta reação de adição ocorre através da dupla ligação C – N, e a mais importante
reação ocorre entre um isocianato e um composto que contenha o grupo –OH (hidroxila),
formando ácidos ésteres carbâmicos, denominados uretanos, cujo grupo característico é
[ N
H
C O
]
GRUPO URETANO
poliuretano. Algumas reações que estão presentes neste trabalho são mostradas a seguir:
NCO + OH N C O
Figura 5: Formação do grupo uretano pela reação entre o grupo isocianato e álcool [6].
8
NCO + NH 2 N C N
Figura 6: Formação do grupo uréia pela reação entre os grupos amina e isocianato[6].
O O
NCO + N C O N C O
H C O
H N
Figura 7: Obtenção do grupo alofanato pela reação entre os grupos isocianato e uretano
[6].
O H
O C1 N3
N2 C2 O + N1 C1 N3 N1
H H C2 N2
O H
ISOCIANATO GRUPO
URÉIA BIURETO
Figura 8: Formação do grupo biureto pela reação dos grupos isocianato e uréia [6].
9
NCO + H 2O N C
OH
H
O
N C NH2 + C O2
OH
A amina reage com grupos isocianato livres presentes formando o grupo uréia,
H H
NH 2 + NCO N C N
Figura 11: Formação do grupo uréia pela reação da amina com isocianato [6].
10
poliuretanos podem ser introduzidas através de ligações cruzadas. Estas ligações são formadas
pela reação dos grupos isocianatos residuais com grupamentos uréia e uretano, formando
ligações cruzadas biureto e alofanato (ver figuras 7 e 8) [6]. As ligações cruzadas também
polifuncionais. Na figura 12, pode-se observar a ligação cruzada uretânica que ocorre entre
OH
OCN NCO + HO OH
POLISOCIANATO TRIOL
N C O
OH O
N C O O C N
H H
O O O
2 OCN N C O N C N O C N NCO
H H H H
> 80oC
O O O
OCN N C O N C N O C N NCO
H
H O H
C H O H
H N N C O N C N O C N NCO
O H H O
LIGAÇÃO
BIURETO
Figura 13: Ligação cruzada biureto que ocorre na pós-cura de um elastômero base
uretano-uréia [6].
Para temperaturas acima de 100 oC os grupos uretano podem reagir com o grupo
isocianato para formar a ligação alofanato conforme mostrado na figura 14. [5,6].
O
O
OCN NCO + N C O N C O
H
O C
DIISOCIANATO URETANO H N
copolímero do tipo mostrado na figura 15. Este polímero de estrutura segmentada pode variar
suas propriedades em torno de uma larga faixa de dureza e resistência através da modificação
dos seus três componentes básicos: poliol, diisocianato e extendedor de cadeia (agente de
cura). Por exemplo, a dureza pode variar dentro de uma faixa que vai desde valores bem
baixos, tais como uma gelatina até valores bem altos como as dos plásticos rígidos [1].
A (B—B)n A C A (B—B)n A
Segmento flexível
Extendedor de cadeia -
Poliol
pode ser flexível ou rígido
Segmento Rígido
Isocianato
cadeia pode dar origem à formação de ligações biureto concretizando as ligações cruzadas
Quando esses polímeros são submetidos a uma extensão sob uma orientação, eles
podem ser considerados como sendo compostos com longos segmentos flexíveis (1000-2000
nm) e segmentos rígidos muito menores (150 nm), sendo que estes são mantidos unidos
quimicamente, e por ligações do tipo de pontes de hidrogênio, conforme pode ser visto na
13
figura 16. Estas comprovações são verificadas por difração de raios-X, análises
segmentos
rígidos
150 nm
D
I
R segmentos
E 1500
Ç flexíveis
Ã
O
D
O
E
S
T
I
R
A
M
E
N
T
O
ser amorfo e possuir baixa temperatura de transição vítrea (Tg). Para preparar um poliuretano
com elasticidade de borracha usa-se normalmente polióis com massa molar média entre 1000
propriedades dos poliuretanos, conforme já foi visto. Estas reações ocorrem entre grupos
14
cruzadas biureto e alofanato. Os efeitos destas ligações podem ser verificados com o aumento
tendência em formar domínios, com áreas ligadas fisicamente, pois suas cadeias têm menor
reconhecidos pelas suas excelentes propriedades tais como: resistência mecânica, resiliência,
poliuretano, são responsáveis pelas propriedades físicas destes materiais. Quanto à tecnologia
fabricação em menor escala de grandes peças com propriedades especiais, a moldagem por
elastômeros de PU, moldáveis por vazamento (“casting”) [6]. São eles: (a) Sistema de uma
extendedor de cadeia (diol ou amina), numa única etapa, denominada de “one-shot”. Este
método é efetivo com o TDI, devido a sua baixa reatividade. No entanto, com o MDI esta
reação pode ter o seu controle dificultado, uma vez que ela ocorre muito rapidamente para
moldar o elastômero desejado. O MDI puro é sólido, devendo ser aquecido o que dificulta
ainda mais o processo. No entanto, alguns tipos de MDI poliméricos permitem a formação de
elastômeros, pelo processo de uma etapa, e têm sido muito utilizados. A exotermia da reação
nos processos de uma etapa é alta, e pode ser controlada acrescentando-se cargas minerais
(quartzo, talco, óxido de zinco, etc), pois as mesmas absorvem parte da energia que é liberada
neste processo. Este processo requer reatividades similares para os compostos hidroxilados
ELASTÔMERO DE POLIURETANO
extendidos através de dois tipos de extendedores de cadeia, a saber: diol de cadeia curta com
16
baixa massa molar ou amina primária, conforme mostrado nas figuras 18 e 19,
respectivamente.
HO A OH + OCN R1 NCO + HO R2 OH
[ O
C
H H
O
N R1 N C O A O ( C N R1 N C O R2 O )
H H
POLIOL
O
x
URETANO
ISOCIANATO
O
URETANO
DIOL
] n
SEGMENTO SEGMENTO RÍGIDO
FLEXÍVEL
sistema de uma etapa via extensão por diol de cadeia curta [1].
[ O
C
H H
O
H H
POLIOL
H H
O
N R 1 N C O A O ( C N R1 N C N R3 N )
x
URETANO
ISOCIANATO
O
GRUPO
URÉIA
] n
SEGMENTO SEGMENTO RÍGIDO
FLEXÍVEL
excesso molar, com um poliol, gerando uma mistura homogênea, que ainda pode conter 2%
determinadas, conforme será visto em III.1, para a obtenção do teor de NCO livre desejado. O
teor de NCO livre mostra a porcentagem de [-NCO] em situação reativa na cadeia do pré-
polímero, relativa à massa molar total do pré-polímero, de acordo com a expressão II.5. Na
temperaturas de 70-800C. Acima de 80oC deste valor podem ocorrer reações secundárias
colaterais, tais como reações de formação de ligações cruzadas alofanato e biureto, que
316, pois alguns diisocianatos, como o TDI, possui em pequenas quantidades de ácido. O
reator deve possuir encamisamento de forma a obter aquecimento ou resfriamento com vapor
deve ser mantida sob agitação entre 100 e 200 rpm [8]. O modelo da reação que ocorre no
2 NCO R1 NCO + HO A OH
O O
OCN R N C O A O C N R1 NCO
H H
PRÉ-POLÍMERO
um diisocianato [1].
do elastômero como a dureza. Portanto, observa-se que para pré-polímeros obtidos a partir de
um mesmo diisocianato e poliol, que o aumento do teor de NCO livre acarreta um aumento da
dureza final do respectivo elastômero [9]. Este fato pode ser verificado na figura 21, pois
tomando-se um pré-polímero com teor de NCO 3,0%, para a curva do poliol de massa molar
1000 g/mol e TDI conseguiu-se um elastômero com dureza 80 Shore A. No entanto, para um
pré-polímero com a mesmo poliol 1000 g/mol e TDI e teor de NCO 4,5%, têm-se uma dureza
de 90 Shore A [9].
Este mesmo comportamento pode ser verificado para pré-polímeros obtidos com
MDI. Tomando-se um pré-polímero de teor de NCO 3,0%, para a curva do poliol de massa
molar 2900 g/mol tem-se a dureza aproximada 60 Shore A para o respectivo elastômero,
enquanto que, aumentando-se o teor de NCO para 4,5%, tem-se para a mesma curva do poliol
Figura 21: Relação entre a dureza Shore A e Shore D do elastômero e o teor de NCO de
diol) com PTMEG com massa molar variando entre 650 e 2900 g/mol [9].
curtas. A escolha do agente de cura depende dos reagentes empregados e das propriedades
desejadas para o produto final, e será analisada no capítulo III. Os dióis são menos reativos
que as diaminas, e são os utilizados nos sistemas mais reativos, à base de MDI [6].
fabricados com TDI, é de substancial importância, porque propicia reações entre uretano e
uréia, caracterizadas pela qualidade das propriedades mecânicas como: dureza, resistência à
por meio de duas rotas, pois utilizam-se dois tipos de extendedor ou agente de cura do pré-
polímero, que são o diol de massa molar baixa e a amina aromática, conforme figuras 22 e 23,
respectivamente [1].
O O
OCN R N C O A O C N R1 NCO + HO R1 OH
H H
PRÉ-POLÍMERO DIOL
URETANO
URETANO
[ O A O
POLIOL
SEGMENTO
FLEXÍVEL
O
C
H H
O
N R1 N C ( O R2 O
SEGMENTO RÍGIDO
O
H H
O
C N R1 N C )
]
n-1
diamina aromática. Esta rota de obtenção é utilizada no presente trabalho. Nesta estrutura
pode-se observar que os grupos uréia da cadeia formada propiciam a formação de ligações
O O
OCN R N C O A O C N R1 NCO + NH2 R2 NH2
H H
PRÉ-POLÍMERO DIAMINA PRIMÁRIA
GRUPO
[ ]
URETANO ISOCIANATO URÉIA
O O O O
O A O C N R1 N (C N R2 O C N R1 N C )
n-1
POLIOL
H H H H H
SEGMENTO
FLEXÍVEL SEGMENTO RÍGIDO
Figura 23: Obtenção do elastômero de poliuretano via pré-polímero por meio de uma
Capítulo III
III. 1 DIISOCIANATO
diisocianatos são responsáveis pelo chamado segmento rígido, que conferem ao elastômero
compressão [6].
difenilmetileno (MDI), que possuem anéis aromáticos, conforme pode ser observado na figura
utilizados na fabricação dos mais variados produtos em poliuretano, tais como elastômeros,
CH3 CH3
NCO
a) b)
fabricação de poliuretanos e, por não possuírem o anel aromático, são menos sensíveis às
radiações ultravioleta, sendo, portanto muito utilizados na fabricação de tintas e vernizes [6].
H3C NCO
H3C
OCN (CH2)6 NCO
H3C CH2 NCO
(a) (b)
(HDI)[6].
utilizada o diisocianato tolueno 80/20 (TDI 80/20), composto de uma mistura de 80% do
isômero 2,4 e 20% do isômero 2,6, cuja fórmula estrutural pode ser vista na figura 26, a
mecânicas que o TDI 80/20 confere aos elastômeros de poliuretano que são fabricados com
no Brasil.
CH3 CH3
NCO
80% 20%
2,4-DIISOCIANATO- TOLUENO 2,6-DIISOCIANATO-TOLUENO
Este produto foi responsável por grande mortalidade durante a 1ª Guerra Mundial. Sua ação
CO + Cl 2 C
Cl Cl
obtida por duas nitrações do tolueno e uma subseqüente hidrogenação dos dinitro-toluenos
(DNT) até a obtenção das diaminas-tolueno (TDA), correspondentes ao tipo de TDI que se
quer obter no final do processo. Portanto, se, por exemplo, o diisocianato que se quer obter é o
TDI 80/20 toma-se como produto de partida o TDA 80 reagindo-o com cloreto de carbonila
(COCl2), dando origem ao diisocianato de tolueno (TDI 80/20) [5]. Na figura 28, a seguir,
pode-se observar o esquema de obtenção das aminas de partida para obtenção do TDI.
25
TOLUENO
PRIMEIRA NITRAÇÃO
63% o-NITRO-TOLUENO
33% p-NITRO-TOLUENO
4% m-NITRO-TOLUENO
DESTILAÇÕES
SEGUNDA
NITRAÇÃO
HIDROGENAÇÃO
diisocianato [5].
III.2 POLIOL
hidroxila funcionais [-OH] em sua estrutura molecular. Quando apresentam dois grupos
poliuretano, são responsáveis pelo segmento flexível da estrutura. Isto significa que os polióis
especiais, tais como solado para calçados e peças de desgaste para mineração.
óxido de propileno (PO) e também, em alguns casos, pela copolimerização em bloco dos
As massas molares médias dos polióis mais utilizados estão entre 1000 e 3000 g/mol,
relação custo/benefício, pois em geral apresentam baixo custo, quando comparados com o
Acclaim[10]. Este poliol é obtido de forma diferenciada dos tradicionais PPGs, pois
considerável nas propriedades mecânicas para os elastômeros derivados deste novo poliol[10].
1
No ano 2000, a Bayer Internacional comprou as marcas ARCOL e ACCLAIM e atualmente são
fabricados pela BAYER.
27
[ ]
+ n
R
+
+
O
R [ O (CH2)4] n O
HCl
H2O
O O
R
THF
HCl
H2O
H [O(CH )4]n+1OH
2
PTMEG
utilizado em sistemas de poliuretano com alto desempenho, pois confere a estes produtos altas
neste trabalho. O poli (tetrametileno-éter-glicol), utilizado neste trabalho, tem massa molar
, e fórmula estrutural
1000 g/mol, e é fabricado pela BASF, sob a marca PolyTHF
reação entre pré-polímeros de poliuretano e agentes de cura que podem ser dióis de cadeias
curtas ou diaminas primárias. A escolha do agente de cura depende dos reagentes empregados
e das propriedades desejadas para o produto final. A extensão dos pré-polímeros de uretano
entre grupos uretano e uréia. Estas ligações são responsáveis pelo aumento da dureza e
desempenho com sistemas de pré-polímeros que tem por base o diisocianato de tolueno
(TDI), encontra-se uma amina primária aromática conhecida por 4,4'-metileno bis-ortocloro-
anilina (MOCA), que pode ser vista na figura 31. Ela é sólida na temperatura ambiente e
necessita ser aquecida a temperaturas entre 100 e 110ºC, para que se funda totalmente e possa
MOCA
Cl Cl
)[1].
Figura 31: Agente de cura amínico 4,4'-metileno-bis-orto-cloro-anilina (MOCA
agente de cura, ele tem o inconveniente de possuir em sua estrutura dois anéis benzênicos
é
cancerígenas[1]. Devido a este fato, e aos testes realizados em animais, o MOCA
argamassa em estudo deve ser aplicada à temperatura ambiente. Têm-se tentado substituir o
30
MOCA por outro agente de cura que proporcione o mesmo desempenho e que não seja
cancerígeno.
ser líquido à temperatura ambiente e, até o momento, não é suspeito de ser um agente
cancerígeno [12].
ETHACURE 300
MISTURA DE ISÔMEROS
CH3 CH3
NH2 H2 N NH2
2,4-DIAMINA- 2,6-DIAMINA-
3,5-DITIO-METIL-TOLUENO 3,5-DITIO-METIL-TOLUENO
Figura 32: Agente de cura 2,4 diamina-3,5 ditio-metil-tolueno e o 2,6 diamina-3,5 ditio-
mecânico através da análise térmica dinâmico mecânica (DMTA). Estes ensaios foram
ETHACURE 300, com pré-polímeros com teor de NCO entre 4,2 e 4,3 %, fabricados com
aplicação.
III.4 CARGAS
Cargas sob a forma de partículas ou fibras são usadas na maior parte dos
poliuretanos, para reduzir custos e melhorar propriedades. Dentre as cargas mais utilizadas
estão: negro de fumo, alumina hidratada, carbonatos, silicatos, silica, fibras de vidro, fibras de
O negro de fumo tem sido utilizado há vários anos para a melhoria das
propriedades de borrachas naturais e sintéticas. De um modo geral, pode-se dizer que a adição
que foi adicionado. Em geral, o negro de fumo proporciona 15% a mais de reforço, em
relação às cargas brancas. No entanto, para certas aplicações, como: solados de sapato,
selantes, tintas, rodas de skate, etc, em que a estética é parte importante do produto final,
cargas brancas se fazem necessárias. As cargas brancas mais utilizadas são: sílicas, talcos e
rigidez, alterar a cor e baratear custos. A alteração da cor é conseguida com a adição de negro
de fumo. A alteração na rigidez e dureza são conseguidas com a adição de quartzo malha
O número mesh (#) é uma unidade para classificação dos grãos de cargas
minerais, que se baseia na quantidade de mineral de um determinado tamanho que passa por
uma peneira de furação normalizada, portanto, o número mesh fornece o número de aberturas
por polegada quadrada em uma peneira. O sistema U.S. mesh classifica o tamanho de acordo
com a porcentagem média das partículas que atravessarão, ou seja, retido em certas
peneiras[13].
III.5 Solventes
Quando sob tensão no estado concentrado as moléculas não se podem mover livremente
porque são impedidas pelas moléculas vizinhas. Em solução, o solvente propicia espaço
(volume livre) para o movimento das cadeias dos polímeros, porque forças menores são
necessária para uma taxa de cisalhamento( γ! . Pelo balanço da equação 3.1, a viscosidade (η
τ = η γ! (3.1 )
33
argamassa após a cura irá causar tensões desenvolvidas na interface, causando perda de
evaporação do solvente retido tem dois efeitos que aumentam a tensão interna: (a) o volume
tensões na interface. Estas tensões são aumentadas devido ao aumento do módulo [8].
No entanto, uma vez que os solventes são necessários eles devem ser selecionados
de forma que reduzam a viscosidade e deixem a argamassa o mais rápido possível no seu
Quando se formula uma argamassa deve-se ter em conta que, quando a polaridade
do solvente é similar à do soluto, é mais provável de ocorra a solubilização. Isso pode ser
TΔS
ΔG =Δ (3.2)
mistura. A solução existe quando a energia livre de Gibbs é negativa (ΔG <0). Assumindo-se
que a entropia da mistura é positiva (ΔS>0), a entalpia da mistura determina o sinal e o valor
apresentada a seguir:
34
onde:
δ = (ΔE/V)1/2 (3.4)
Uma vez que a entropia é um termo geralmente positivo, ela irá contribuir para o
solubilidade tiverem seus valores próximos ou iguais, a entalpia será próxima de zero ou igual
a zero e a energia livre de Gibbs terá seu valor negativo e, portanto será possível dissolver o
A energia total de coesão ΔE que existe entre N moléculas é a soma das energias
onde:
cálculos, ΔEI entra em boa parte no fator ΔEH. Admitindo-se esta simplificação e dividindo-se
polímero deste estudo, a determinação da entalpia é quase impossível pelas equações 3.4 ou
36
3.7. Fedors resolveu este problema calculando a contribuição de cada grupo atômico para a
simples, baseado em poliol poliéter e similar ao utilizado neste estudo (figura 33) proposto
[8].
CH3 CH3
O O
N C O A O C N
H H
NCO NCO
A = (CH2CH(CH3)4)
PRÉ-POLÍMERO
Tabela 2.
37
poliéter [8].
Grupo ΔE ΔV
(cal) (cm3)
NH 2000 4,5
C= 1030 5,0
O 800 3,8
CH 350 1,0
O 800 3,8
que tem um valor do parâmetro de solubilidade δ1 muito próximo do valor de δ2 . Como regra
δ δd δp δh
máxima, é necessário tomarem-se muitos cuidados com a aplicação da argamassa tais como:
eliminar qualquer vestígio de pó, umidade e partículas soltas. No entanto, além destes
compatível com o sistema de poliuretano se faz necessária. Este “primer” deve ter
pouco a natureza do substrato sobre ao qual irá ser aplicado a argamassa elastomérica, isto é,
o concreto.
2. Possui uma frágil camada superficial pulverulenta que deve ser removida;
3. Tem a tendência em fissurar quando ainda está fresco ou mesmo após estar
curado; e
argamassa[8].
Ao endurecer o cimento Portland produz o hidróxido de cálcio que irá reagir com
(3.10)
40
alcalino e irá reagir com grupos químicos afins, tais como grupos ésteres presentes em polióis
poliésteres. Este fato sugere a escolha de um “primer” com base em poliol poliéter por
pulverulenta. Este leito é definido pelo American Concrete Institute como "uma camada frágil
e não durável contendo cimento e finos de agregados trazidos pela água que aflora ao topo do
concreto ainda úmido” [8]. A quantidade do leito pode ser aumentada pelo excesso de
norma ASTM C 836 estipula que a superfície deve estar ”livre de leito” antes da aplicação de
um revestimento, muitas vezes isto não é o caso, pois, além do mais, a superfície frágil pode
se estender através de uma profundidade em torno de 1 mm. Este fato indica que o “primer”
adesivo utilizado no sistema deve ser capaz de penetrar esta camada para conseguir uma boa
O item 3 trata das fissuras que são causadas pelos esforços de tração que
aparecem na contração do concreto durante a cura. Devido ao fato de que o piso não pode se
mover, ele irá aliviar esta tensão através de fissuras. O hidróxido de cálcio formado na reação
contração é a maior causa do fissuramento, porque ela ocorre enquanto a resistência à tração
41
do concreto é muito menor que a resistência final, a falha irá ocorrer então ao longo das
“primer” adesivo deve ser capaz de estender-se sobre as fissuras quando elas se formam e
concreto. Isto irá requerer do “primer” adesivo uma alta capacidade de alongamento e
umidade, tendo em vista que o crescimento de camadas de água devido a percolação através
da perda de adesão quando um revestimento orgânico sobre concreto é exposto à água ou alta
umidade relativa. Este fato é praticamente inerente a substratos porosos como o concreto, pois
conforme indica o item 1, a reação de cura do cimento portland que compõe o concreto é
obtida através da água, que muitas vezes aflora para a interface substrato/revestimento durante
melhor maneira possível ao longo do tempo de uso da junta. Esta convivência com a umidade
tem levado muitos pesquisadores a procurarem substâncias que reagem com a umidade
adesivo com o substrato. Estas substâncias são conhecidas como “promotores de adesão” e,
relativas ao concreto. Portanto, o polímero base deste “primer” deve ser um poliéter não
deve fazer parte das propriedades deste “primer”, que deve possuir alta capacidade de
molhabilidade e boa aderência mesmo sob umidade. Neste trabalho, o “primer” adesivo é
diluído a 70% com tolueno grau PU, com umidade menor que 0,02%, marca Merck. O
que formam uma ligação durável entre materiais orgânicos e inorgânicos, pois em sua
43
Y (C H 2 ) Si(X)3
(3.11)
Y é a representação de grupos de afinidade orgânica
X é a representação de grupos de afinidade inorgânica
Nesta fórmula, o grupo X pode ser [- OCH3] ou [- OC2H5] designação para grupos
alcóxi (metóxi ou etóxi), respectivamente. Estes grupos podem ser convertidos em grupos
silanol [-SiOH] através da hidrólise, provocada pela umidade presente em substratos como
concreto, estes grupos silanol nas extremidades irão se condensar para formar ligações
covalentes estáveis com grupo silanol ou grupos óxidos presentes no vidro, concreto e metal.
Por outro lado, o grupo representado por Y, afinidade orgânica, é um grupo orgânico reativo
como amina, epóxi, metacrilato e estireno, que reagem com o polímero que irá aderir ao
substrato. A hidrólise dos compostos organo-silanos pode ser vista na expressão 3.12. [8].
HO Si O
Y GRUPO REATIVO
OH O AMINA
R Y
Si OH EPOXY
EPÓXI
HO Si O ESTIRENO
OH METACRILATO
O
POLÍMERO ORGANO-SILANO HIDROLIZADO
HO Si O
SUBSTRATO
HO Si O
O
OH
R'
Si O Si O
SUBSTRATO
OH O
ORGANO-SILANO CONDENSADO LIGADO AO POLÍMERO
HO Si O
Neste trabalho, são utilizados dois tipos de promotores de adesão: um com base
SILQUEST ® [17]. Estes organo-silanos são indicados pela literatura como compatíveis com
os grupos uretano e adequados ao uso com adesivos. Algumas características de cada um dos
g/mol
CH2 CHCH2OCH2OCH2CH2CH2Si(OCH3)3
45
poliuretano.
Peso TDI
=
100( Peso Equivalente TDI ) 100( Peso Equivalente NCO ) + ( Peso Equivalente PMEG )(% NCO )
X (3.13)
100 gPTMEG ( Peso Equivalente PTMEG ) 100( Peso Equivalente NCO ) − ( Peso Equivalente TDI )(% NCO )
Peso Equivalente (P. E) de uma substância química é o quociente entre a massa molar da
Massa molar
Peso Equivalente = (3.14)
funcionalidade
química [1].
Massa Molar (M. M) é a massa molecular da molécula da substância expressa em g/mol [1].
56100
Número OH = (3.17)
Peso Equivalente poliol
[OH]/[NCO].
do agente de cura, grupo [-NH2] para diaminas ou grupo [-OH] para dióis, e o número de
equivalentes do grupo [-NCO], para diisocianatos. O agente de cura utilizado neste estudo é
uma diamina aromática, portanto, a razão estequiométrica pode ser escrita como [1].
[ NH 2]
R.E. = (3.18)
[ NCO ]
sendo:
do elastômero. Teoricamente, o agente de cura deve ser adicionado na mesma quantidade que
uma razão estequiométrica menor que 1,00 (100%). Através desta deficiência de grupos
amina [-NH2] ou excesso de grupos isocianato [-NCO], consegue-se que a cadeia fique com
pontos que possibilitam ligações cruzadas do tipo biureto (figura 13). Estas reações melhoram
tração) podem ser alcançadas quando a Razão Estequiométrica está entre 0,9 (90%) e 0,95
(95%) [20]. Devido a este fato, a razão estequiométrica utilizada neste estudo foi a de 0,95
(95%).
para cada 100 partes do pré-polímero. A expressão 3.19 utilizada é descrita a seguir [20]:
48
onde:
Capítulo IV
MECANISMOS DE ADESÃO
Qualquer fluído que molhe determinada superfície e que possa, em seguida, ser
polimerização, etc., deve ser considerado um adesivo para a superfície em questão. A este
enunciado pode-se acrescentar que o adesivo deve ser capaz de deformar-se durante a sua
que um adesivo deve ter são: molhabilidade, solidificação e suficiente deformabilidade [21].
substrato e um grupo químico compatível no adesivo contribui para a junção adesiva entre
tipo de ligações, cuja formação são por meio de reações químicas [21]. Devido a este fato, a
adesão, neste capítulo são utilizados alguns conceitos da Físico-Química de Superfícies tais
adesão [22].
duas classes principais de ligações: primárias e secundárias. Estas ligações podem ser pela
magnitude de suas intensidades, sendo que as ligações primárias, conhecidas como químicas,
são mais intensas do que as ligações secundárias, conhecidas como físicas ou intermoleculares
(tabela 6).
Tabela 6: Classificação das ligações químicas de acordo com a energia de ligação [23].
(iônicas, metálicas e covalentes). Geralmente são de alta energia, na faixa de 100 a 1000
kJ/mol [23].
possui em sua superfície grupos óxidos que podem formar ligações covalentes estáveis com
adesão com base em organo-silânicos que, devido a sua estrutura molecular, podem
III. A hidrolização dos compostos organos-silanos ocorre através da reação com a umidade
existente no concreto. Desta forma, sob o ponto de vista da ligação química interfacial, o
concreto. Este mecanismo de adesão é apresentado na figura 34 do capítulo III, item III.7 [8].
de Van der Waals (intermoleculares), apresentando baixas energias de ligação. Estas ligações
dispersão[23].
52
moléculas se alinharem, e interagirem umas com as outras, por atração eletrostática entre os
dipolos opostos. A figura 36, a formação de dipolos e a atração entre eles [23].
mesmo as que não possuem dipolos (apolares), através de uma polarização induzida. Esta
dipolo permanente (por exemplo, no gás nobre neônio ou no líquido orgânico benzeno) existe
uma força de atração (do contrário nem o benzeno ou neônio poderiam ser liquefeitos). A
natureza destas forças requer a mecânica quântica para sua correta descrição, mas foi
primeiramente reconhecida pelo físico polonês Fritz London, que relacionou-as com o
centro de carga negativa dos elétrons e de carga positiva do núcleo atômico poderia não
coincidir. Esta flutuação eletrônica poderia transformar as moléculas apolares, tal como o
polarização média seja zero. Estes dipolos instantâneos não podem orientar-se para um
alinhamento de suas moléculas, mas eles podem induzir a polarização das moléculas
adjacentes, resultando em forças atrativas. Estas forças são conhecidas como forças de
dispersão (ou forças de London), e estão presentes em todas as moléculas apolares e, algumas
Com a exceção da água, todos as outras substâncias parecem seguir uma regra de
que quanto menor a massa molecular, menor é a temperatura de ebulição. De acordo com esta
regra (que parece ser obedecida na família do carbono), a água deveria ser, à temperatura
ambiente, um gás, com uma temperatura de ebulição bem abaixo de 0 oC. No entanto, a água
é um líquido com ponto de ebulição de 100 oC. A água, portanto, deve possuir um tipo de
formado por apenas um próton e um elétron. Como o elétron é fortemente atraído pelo
oxigênio, na água, este próton encontra-se desprotegido. A água possui, então, um dipolo
bastante forte, com uma das cargas (positiva) bastante localizada. Esse próton pode interagir
com as regiões negativas (o oxigênio) de outras moléculas de água, resultando em uma forte
entre átomos de hidrogênio ligados a elementos como o nitrogênio, oxigênio ou flúor com
55
intermoleculares [23].
de hidrogênio) [23].
adesão interfacial, tais como tensão superficial de líquidos, energia superficial de sólidos,
ângulo de contato, trabalho de adesão e molhabilidade, fenômenos que serão vistos nos itens a
seguir.
algumas propriedades especiais. Alguns insetos, por exemplo, podem andar sobre ela. Uma
lâmina de barbear, se colocada horizontalmente, também flutua na água. Isto deve-se à tensão
superficial da água: uma propriedade que faz com o líquido se comporte como se tivesse uma
membrana elástica em sua superfície. Este fenômeno pode ser observado em quase todos os
líquidos, e é o responsável pela forma esférica de gotas ou bolhas do líquido. A razão é que as
moléculas de água interagem muito mais fortemente com suas vizinhas do que com as
moléculas do ar, na interface. As moléculas que estão no interior da gota, por exemplo,
interagem com outras moléculas em todas as direções; as moléculas da superfície, por outro
lado, interagem somente com moléculas que estão nas suas laterais ou logo abaixo. Esse
desbalanço de forças intermoleculares faz com que estas moléculas, da superfície, sejam
atraídas para o interior do líquido. Para se remover essas moléculas da superfície é necessária
56
uma certa quantidade mínima de energia - a tensão superficial. Para a água, isto corresponde a
72,75 mJ/m2, a 20oC. Líquidos orgânicos, como o benzeno ou o tolueno, apresentam valores
menores de tensão superficial, já que suas interações intermoleculares são mais fracas [23].
através de distâncias mais ou menos longas. O mesmo não ocorre com uma fase sólida. As
partículas que compõem uma fase sólida encontram-se em posições praticamente fixas. Desse
modo, as propriedades interfaciais que forem devidas à mobilidade das partículas não se
sólidas não se contraem. Pelo mesmo motivo, as superfícies sólidas são muito irregulares e
heterogêneas [21].
determinada energia livre interfacial. Entretanto, no caso dos sólidos, a resistência ao aumento
da superfície não é devida unicamente à energia livre interfacial, mas inclui uma contribuição
devida às forças elásticas presentes no sólido. Assim, o termo tensão superficial, quando
empregado com referência a sólidos, ainda equivale à energia livre interfacial. Porém,
somente em casos especiais a energia livre interfacial poderá ser identificada com a energia
necessária para estender a superfície do sólido, ou com a força por unidade de comprimento
necessária para impedir decréscimo espontâneo da área da interfase. A maior parte dos dados
numéricos sobre a energia livre interfacial de sólidos é obtida por meio de cálculos teóricos.
No procedimento mais simples, admite-se que apenas os átomos vizinhos mais próximos
evaporarão de um átomo todas as ligações são rompidas. Sendo, assim, a energia livre
sólidas pode ser estudada por vários métodos entre os quais estão: as espectroscopias no
(“primer” adesivo), e o termo “energia superficial livre”, será usado para superfícies sólidas
(concreto).
Quando duas superfícies neutras são aproximadas, existe uma atração física. Essa
por líquidos. Para uma molhabilidade efetiva da superfície do concreto, o “primer” líquido
deve recobrir toda a elevação e a depressão da superfície, deslocando todo o ar. No entanto,
essa ligação física não é obtida, em geral, devido aos seguintes fatores: (a) contaminação da
superfície do substrato, que diminui a energia superficial efetiva do sólido base; (b) presença
sendo γSV , γLV , γSL energias e tensões superficiais das interfaces sólido-vapor, líquido-vapor
Para que ocorra uma boa molhabilidade é necessário que a energia superficial
sólido/vapor (γSV) seja maior que a tensão superficial “primer”, (γLV). Esta energia livre
adicional na interface entre duas fases condensadas é conhecida como energia interfacial. As
O trabalho de adesão, no caso ideal, tem o seu máximo dado por [21]:
igual a 0,04 (no caso de superfícies de baixa energia). Na prática, a resistência de uma junta
adesiva é da ordem de 1/10 do valor ideal. Essa resistência relativamente baixa, ao ideal, pode
ser devido à concentração de esforço sobre bordas existentes na camada de adesivo. O esforço
regiões onde podem ocorrer esforços concentrados têm origem em imperfeições das
vai formar uma gota. O ângulo formado no contato do líquido com a superfície sólida é
denominado ângulo de contato. Quanto menor for este ângulo, melhor será a molhabilidade
Vapor
γLV
θ Líquido
γSV γSL
Sólido
por um líquido e é geralmente expresso pelo ângulo de contato θ, o qual é relacionado pela
onde γSL é a energia livre interfacial entre sólido e o líquido, γSV é a energia livre
interfacial entre o sólido e o vapor, γLV é a tensão interfacial entre o líquido e o vapor, e θ é o
forças moleculares não balanceadas e, portanto possuem energia adicional, em contraste com
como uma força interna que tende a reduzir a área superficial a um mínimo. A superfície de
um sólido, assim como a de um líquido, possui energia livre adicional. Mas, devido à
60
dois materiais entram em contato, ou seja, a mudança na energia livre superficial ∆Gs
do sólido coberto seja ∆A, e não considerando a adsorção de vapor pela superfície é [21]:
No equilíbrio:
∆G S
Lim∆A → 0 ≅0 , (4.5)
∆A
ou seja,
utilidade pois relaciona duas grandezas determináveis (γLVo e θ) com relativa facilidade e
precisão. Pode-se então obter τa entre o sólido e o líquido se a tensão superficial do líquido e
que cos θ = -1 e τa = 0. Este é o caso limite no qual não há adesão entre as duas fases (figura
42)[22].
θ=0
(b) Molhabilidade parcial
γSL + γLV cos θ = γSV
0o < θ < 90o
θ
θ =180o
2γ
∆P = , (4.8)
R
moléculas do líquido, entre si, e das forças de adesão entre o líquido e as paredes do tubo.
Quando as forças de adesão superam as de coesão, isto é, quando o líquido molha a parede do
capilar, a superfície tende a manter-se paralela às paredes. Ocorre, então, compromisso entre
em primeira aproximação a forma esférica. Sabe-se que, através de uma superfície curva que
separa dois fluídos, existe uma diferença de pressões dada pela equação de Young-Laplace. A
pressão exercida do lado côncavo da superfície é maior do que a do lado convexo. Como se
depende do líquido. Então, a pressão imediatamente abaixo do menisco deve ser [21]:
P2 = P1 - (2γ ) , (4.9)
R
63
esquematizada na figura 43B não é de equilíbrio. Ocorre, então, ascensão do líquido dentro do
tubo até uma altura h de modo que a pressão correspondente ao peso do líquido dentro do
Essa situação é ilustrada na figura 43C. Se o raio interno Rt do tubo capilar for
pequeno, o menisco será praticamente hemisférico. Nesse caso, a diferença de pressão através
dele, é dada pela equação 4.10. Por outro lado, ΔP deve ser também igual à variação da
pressão hidrostática da coluna de água de altura de h, dentro do capilar. Têm-se, então [21]:
2γ
∆P = = ∆ ρ gh , (4.10)
R
onde Δρ é a diferença entre as densidades do líquido e da fase gasosa, g é a aceleração da
IV.4 Interdifusão
ligação entre duas superfícies. A interdifusão pode ser promovida pela presença de solventes e
tolueno.
seguindo cada detalhe dessa superfície. A força dessa interface será tanto maior quanto maior
for o grau de rugosidade do substrato. Com o aumento no grau de rugosidade, cresce a área
submetida a tensão transversal a menos que haja grande número de ângulos de reentrada, mas
[21,22].
65
CAPÍTULO V
PARTE EXPERIMENTAL
uma mistura de 80% do isômero 2,4 e 20% do isômero 2,6, fabricado pela Isopol (Dow
sob a marca poly THF 1000 de massa molar média 1000g/mol. A reação é preparada com a
razão molar de 1,67:1 de TDI 80/20 para PTMEG, buscando-se obter um teor de NCO livre
expressão 3.13, no capítulo III. Substituindo-se os valores na expressão 3.13, obtém-se para
500 partes de pré-polímero 388 partes de PTMEG e 112 partes de TDI 80/20. A reação dos
seguir, 388 partes de PTMEG são adicionadas, com a temperatura mantida na faixa de 50-
55ºC. Após a adição do poliol, elevou-se a temperatura até 70ºC, pela própria exotermia da
reação, que é mantida durante aproximadamente 2(duas) horas. Durante este período o teor de
NCO (%) é monitorado a cada 30 minutos, via titulação da dibutilamina, segundo norma
ASTM D 4274 [7]. O teor esperado teórico é de 4,30%, e o obtido após 120 minutos, é de
através de uma espátula com as cargas minerais. Neste trabalho utiliza-se quartzo com malha
200 e talco malha 325. As cargas minerais são inicialmente misturadas e depois adicionadas
ao pré-polímero de poliuretano que se encontra a 100oC. Estas cargas são previamente secas
em estufa a 100ºC, por um período de 100 horas, de forma a eliminar a umidade existente
nestas cargas. Recomenda-se que as cargas tenham a umidade menor que 0,05% Karl –
Fischer [8]. Esta recomendação deve-se ao fato de que a presença de umidade nas cargas
propicia a reação da mesma com o NCO funcional das pontas das cadeias do pré-polímero.
Esta reação produz poliuréia (figuras 9-11) associada à liberação de CO2, ocasionando bolhas
no produto final. Estas bolhas irão transformar o elastômero final em espuma, o que irá
em porcentagem em massa.
AEPTEMEG/E300.
Componente Porcentagem em
massa (%)
Tolueno 5,00
necessária de tolueno, tipo Solvsecco grau P.U. (umidade menor que 0,075%) marca Merck®,
mistura com os 50% restantes de solvente, e prossegue-se com a homogeneização por mais 10
minutos.
utilizados 600 gramas de argamassa elastomérica que são obtidos através de um lote de
E22 em solução 70%, são utilizados cinco sistemas de adesão, cujas obtenções serão descritas
a seguir.
V.3.1 Sistema 1.
de aduto de silano amínico com TDI. Para obtê-lo mistura-se 30% em massa de Desmodur
E22 com 70% em massa de tolueno Solvsecco MERCK®. Em seguida, adiciona-se 0,5%
sobre a massa de Desmodur E 22, de um aduto obtido da reação do silano amínico (γ-amino-
V.3.2 Sistema 2.
Este sistema é constituído por: Desmodur E22 (30%) + Tolueno (70%) + 0,5%
Organo-silano epoxídico. Para obtê-lo mistura-se 30% em massa de Desmodur E22 com 70%
V.3.3 Sistema 3.
Este sistema é constituído por: Desmodur E22 (30%) + Tolueno (70%). Para
obtê-lo mistura-se 30% em massa de Desmodur E22 com 70% em massa de tolueno
V.3.4 Sistema 4.
Xileno.
70
V.3.5 Sistema 5
solvente.
elastomérica.
seguida, moldando-os na forma de placas ou cilindros por meio de moldes de acordo com as
reação entre o pré-polímero, que possui o radical -NCO reativo nas extremidades de sua
ETHACURE300®.
80ºC. Em seguida, o becker é levado para o dessecador de vidro acoplado a uma bomba de
vácuo, manta com aquecimento e termostato para manter a temperatura constante durante 30
minutos. Após este período, retira-se o copo do dessecador e mistura-se imediatamente com
estequiometria de 95% (R.E.=0.95). Esta mistura é feita através de uma espátula de madeira
(figura 46).
poliuretano.
que a anterior, com a diferença de que o MOCA®, por ser sólido na temperatura ambiente,
necessita ser aquecido até 110oC. Após o aquecimento do agente de cura, pesam-se 200
estequiometria de 95%. Logo em seguida, esta mistura é despejada nos moldes imediatamente
72
após a homogeneização. A cura é realizada em estufa a 70ºC, durante 16 horas, e pós cura de
7 dias a temperatura ambiente [20]. Terminado este período de cura os corpos-de-prova são
ensaiados.
obter corpos-de-prova para ensaios de acordo com as especificações das normas utilizadas
neste trabalho. A cura da argamassa é realizada em estufa a 70ºC, durante 16 horas, e pós cura
elastomérica.
resposta dos materiais às influências mecânicas externas, que são manifestadas pela
resistirem à fratura. Essas características fundamentais dos materiais são geralmente avaliadas
polímeros, que se refletem nas suas propriedades mecânicas, podem ser quantificadas através
de métodos, cujo empirismo é contrabalançado pelo rigor das condições, estabelecido nas
grandes relaxações moleculares, como relaxação sob tensão, escoamento sob peso constante e
não podem ser correlacionados com o desempenho em campo. A relação entre a tensão e o
alongamento é mais útil, porque ela mostra como um elastômero responde ao carregamento.
A figura 47 mostra uma força F aplicada em um sólido com área de seção transversal inicial
A0.
74
A0 (Área da Seção)
Figura 47: Força de tração aplicada sobre corpo de prova prismático. A tensão sob
tração é o quociente entre a força de tração pela área da seção transversal inicial.
tração pela área da seção transversal inicial (A0) de um corpo de prova determinado pela
norma segundo o qual o ensaio de tração é realizado, conforme indica a expressão 5.1:
força de tração F
σ= = , (5.1)
área seção transversal A0
onde:
tipo INSTRON® a uma velocidade constante até o instante da ruptura, a máquina de ensaio
Neste estudo, utiliza-se a norma ASTM D-412 tipo C[26], por ser a mais utilizada
para elastômeros. Para a argamassa, devido a sua natureza elastomérica, a norma ASTM D-
412 tipo C[26], também é utilizada nos ensaios de tração e alongamento. Neste ensaio, o
corpo-de-prova é submetido a uma força de tração axial de forma que o corpo de prova é
estendido a uma velocidade constante de 50 mm/min até a sua ruptura. Na figura 49, à
esquerda pode-se ver o corpo-de-prova tipo C, onde: L= 115 mm, H= 25 mm, W= 6 mm, G=
33 mm, com espessurra de 2 mm. Na figura 49, à direita, pode-se observar uma amostra de
Figura 49: À esquerda corpo-de-prova do molde tipo C da Norma ASTM D 412[26]. À direita
V.5.2 Dureza.
durômetro (figura 50). Este instrumento mede a resistência à penetração (sem puncionamento)
contra a ação de uma mola. Um ponteiro convenientemente acoplado a esta mola se move
Neste estudo, utiliza-se a escala Shore A para se medir a dureza dos elastômeros
elastomérica é utilizada a escala Shore D para plásticos rígidos [27]. As medições de dureza
Figura 50: Durômetro com escala Shore A utilizado para se medir a dureza dos
elastômeros.
77
natural ou sintética (poliuretano, neoprene, etc.) mede a perda volumétrica de uma amostra
sob carga e exposta à ação de meio abrasivo normalizado (lixa) preso a um cilindro que gira a
uma rotação fixa normalizada, enquanto a amostra se desloca lateralmente também a uma
velocidade fixa. O equipamento pode ser observado na figura 51. Neste trabalho este ensaio é
Distância de abrasão: 20 a 40 m
Figura 51: Equipamento utilizado para ensaio de abrasão segundo norma DIN
53516[29].
prova são cilíndricos de diâmetro 12,7 mm e altura de 25 mm, submetidos a esforços axiais
Figura 52: Corpos-de-prova para o ensaio de compressão ASTM D 695 para argamassa
elastomérica [30].
máquina universal de ensaio, cuja foto pode ser vista na figura 53.
695.[30].
armazenamento, E', que reflete a rigidez do material ou a energia armazenada, (b) o módulo
de perda E" , que reflete a energia dissipada, ou seja, que é gasta em rearranjos moleculares,
resultando em deformação permanente, e que, portanto não pode ser recuperada. A relação
originais após a remoção da causa de sua deformação, que pode ser de 2 a 3 vezes o seu
comprimento original. Por outro lado, um material viscoso flui sob a ação de uma força
apresenta um comportamento vítreo caracterizado pela sua rigidez. Na região vítrea, o módulo
para promover movimentos de translação e rotação dos segmentos das cadeias poliméricas, ou
seja, elas estão congeladas em posições médias fixas. Com o aumento da temperatura, ou
desaceleração do processo, ocorre a região de transição vítrea que é caracterizada por uma
dos elastômeros em estudo diminuiu cerca de três vezes), devido ao movimento dos
segmentos poliméricos que se tornam livres para movimentarem-se de um lado para o outro,
81
com V.3.1.e V.3.2, que são presas nas garras verticais serrilhadas, com mola de pressão
constante, torque manual, e distância entre garras igual a 20 mm. É utilizado um dispositivo
figura 54 [33].
modo de deformação.
Figura 55: Detalhe dos braços de sujeição da amostra e o seu modo de deformação [33].
térmica dinâmico-mecânica são resfriadas até -130ºC com nitrogênio, mantidas em isoterma
por 3 minutos e aquecidas a 3ºC/min até 60ºC, freqüência 1 Hz, amplitude de oscilação 0,80
dentro do tempo máximo de 3 horas para se liberar a área sob trabalho. Estes ensaios servem
83
diferentes: 50oC, 80oC e 100oC, em estufas, por períodos de tempo de 1 hora a 6 horas,
Traço teórico seco Traço seco médio Traço úmido Materiais utilizados
Após a desforma da placa de concreto, ela é cortada através de uma máquina com
56).
27
75
10
ainda estava curando. Após a aplicação de cada “primer”, esperaram-se 30 minutos e com o
Argamassa
Corpo-de-prova de elastomérica
concreto
O método consiste em gerar uma pequena gota sobre a superfície que se deseja
estudar e observar o ângulo formado pela interface sólido-líquido-gás. Este ângulo é chamado
de ângulo de contato e traz informações sobre a energia superficial do substrato sólido (Lei de
equipamento adequado a esta medida, utilizou-se outro método que consiste em colocar uma
gota de 100µl sobre a superfície do concreto com auxílio de uma microseringa (Hamilton)
86
com uma pressão constante. Logo em seguida, à incidência da gota sobre a amostra de
concreto, esta é fotografada através de uma máquina fotográfica digital conforme o esquema
mostrado na figura 58. O procedimento é efetuado em uma sala refrigerada com temperatura
constante de 25oC.
Figura 58: Dispositivo utilizado para fotografar uma gota sobre o corpo-de-prova de
θ = 2. arctg(2a/d) (4.1).
Θ
a
Figura 59: Foto de uma gota do “primer” adesivo sobre um corpo-de-prova de concreto.
Desmodur® E22 em solução com 70% de tolueno e para o Desmodur® E22 puro.
tubo capilar, isto é mede-se a altura que o “primer” líquido sobe em um tubo capilar de 0,4
2γ
= ∆ ρ gh . (4.11)
R
88
Capilar
Régua
Lente de Aumento h
“primer”
capilar.
89
CAPÍTULO VI
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para isso são realizados diversos ensaios entre eles alguns ensaios mecânicos clássicos tais
com as normas ASTM D-412 tipo C[26] e ASTM D-2240[28] respectivamente, sob as
72%. As amostras dos elastômeros com base no MOCA® são apresentadas sob o código
M1920 e as amostras com base no ETHACURE 300® são apresentados sob o código E2122.
Dureza 88 89
(Shore A)
Resistência a Tração 26,0 30,5
(MPa)
Alongamento 510 473
(%)
Mod. Young 23,0 19,50
(MPa)
bastante similar. Este comportamento não é, no entanto, uma indicação definitiva que o
ETHACURE 300® possa substituir o MOCA®, nesta primeira análise. Aliás, este tipo de
90
apresentados neste trabalho. Estes resultados são coletados na literatura e são apresentados na
tabela 12 [34].
segundo normas ASTM para elastômeros, e apresentam também uma similaridade entre os
sistemas [34]. O ensaio de deformação permanente, segundo a norma ASTM D395 met. B
[35], procura mostrar se o elastômero possui alta ou baixa deformação após a retirada de uma
carga estática que manteve uma deformação de 25% do tamanho original do corpo de prova,
altura que um peso atinge quando retorna ao se chocar com uma placa de um elastômero. Se a
altura de retorno for igual à altura de queda tem-se 100% de resiliência. Portanto o ensaio de
amortecimento [37-38].
dinâmico dos sistemas de maneira definitiva, uma vez que são quase estáticos. Devido a isto,
91
mais à frente.
compressão e abrasão. Estes ensaios são realizados para caracterizar a argamassa de acordo
tabela 13, que mostra os resultados dos ensaios mecânicos, é fácil verificar que o alongamento
da argamassa é alto (em torno de 20%), apesar da dureza ser igualmente alta (em torno de 60
Shore D).
Cura: 16 horas a 70 ºC, seguida de uma pós cura de 7 dias à temperatura de 25oC.
Tração D-412[26] 8 ±1
(MPa)
Alongamento D-412[26] 20 ±1
(%)
Dureza D-2240[28] 60±2
(Shore D)
Resistência Compressão D-695[30] 15 ±1
(MPa)
Módulo deElasticidade D-695[30] 1,40 ± 0,05
(compressão)
(MPa)
Abrasão DIN 52516[29] 85±5
(mm3)
92
concretos elastoméricos tipo Wabocrete II, fabricado pela Watson Bowman com base em
estudo têm como vantagem o elevado alongamento (20%), enquanto que o sistema
WABOCRETE® é mais rígido e não possui alto alongamento. Este parâmetro é importante,
porque permite que as deformações da estrutura, tais como torções e vibrações, onde será
aplicada a argamassa, possam ser absorvidas pela mesma, sem apresentar trincas ou
rachaduras, como ocorre com argamassas rígidas de concreto ou de resina epóxi. No entanto,
Através dos dados obtidos pelo analisador térmico TA 2100 (DMTA), são
calculadas as médias dos resultados, de forma que as curvas apresentadas são as curvas
médias dos ensaios DMTA realizados com as amostras de cada tipo de material.
93
aumento de E' observado no início do gráfico é causado pela isoterma utilizada no início da
armazenamento são tipicamente muito baixos nas condições ambientes. Neste ponto, lembram
baixos de tan δ, quando acima da temperatura de transição vítrea, indicando que, enquanto é
necessário uma pequena força para deformar o material, a sua recuperação será boa uma vez
que a carga aplicada é removida. Quando a temperatura é diminuída o material passa pela
temperaturas, enquanto que um elastômero termoplástico irá exibir um segundo declínio, que
94
pode estar associado ao ponto de amolecimento ou ponto de fusão. Esta diferença é mais
apresentados em uma escala logarítmica. Por outro lado, os valores de tan δ serão típicos de
anteriores[39].
0,35
4,0 350
-12
tan δ
3,5 0,30
300
Módulo de AmortecimentoE'(MPa)
Módulo de Armazenamento(GPa)
3,0 -32,5
250 0,25
2,5
200
tan delta
2,0 0,20
E'
E'' 150
1,5
tanδ E' 0,15
M1920 E''
1,0 100
0,5 0,10
50
0,0
0 0,05
-0,5
-150 -100 -50 0 50
Temperatura (oC)
curva é chamado de temperatura de transição vítrea (Tg). Nesta região o material apresenta
tan δ muito baixo pois E” é bem mais baixo, que E’. Esta região caracteriza o comportamento
amortecimento(E”) e do fator de perda(tan δ), tem-se através dos picos das curvas de E” e tan
enquanto que a curva de tan δ tem o seu pico em -12,00 ºC. No entanto, não é possível afirmar
qual seria o valor exato da temperatura de transição vítrea (Tg), e é importante salientar que a
Por outro lado, quando se estabelece uma comparação entre materiais deve-se
curva [33,39].
para o sistema E2122. Da mesma forma que as curvas da figura 61, elas também representam
350 0,35
4,0
-22
tan δ
E' 150
1,5 E"
E''
0,15
1,0 tanδ 100
E2122 E'
0,5 0,10
50
0,0
0 0,05
-0,5
-150 -100 -50 0 50
Temperatura(oC)
curva é chamado de temperatura de transição vítrea (Tg). Nesta região, o material apresenta
tan δ muito baixo pois E” é bem mais baixo em relação à E’. Esta região caracteriza o
comportamento vítreo do material, que indica a baixa mobilidade das cadeias [39].
97
temperatura, mais precisamente observando-se os picos das curvas de E” e tan δ, sabe-se que
mesma forma que na figura 61, não é possível afirmar qual seria o valor exato da temperatura
os dados obtidos para os módulos de armazenamento (E'), a figura 63 mostra que para
temperaturas abaixo de 0ºC, o elastômero M1920 apresenta maiores valores para o Módulo de
acima de 0ºC, estas diferenças são mínimas, observando-se módulos de armazenamento muito
próximos.
está a temperatura de transição vítrea que, para a curva E2122, é menor que para a curva
M1920. Isto mostra que o sistema E2122 tem transição vítrea menor do que o sistema M1920
4,0
3,0
M1920
2,5
2,0 M1920
E2122
1,5 E'
1,0 E2122
0,5
0,0
-150 -100 -50 0 50
o
TEMPERATURA( C)
Figura 63: Curvas de variação dos módulos de armazenamento (E’) dos sistemas
0,80 mm.
igualdade dos traçados que as curvas apresentam, típicos de elastômeros reticulados, com a
A figura 64 mostra as curvas de variação dos módulos de perda (E") e tan δ, para
0,35
350
tan δ E2122 -22 -12
0,30
Módulo de Amortecimento E''(MPa)
300
-41,5 tan δ M1920
-32,5
250 0,25
E''E2122
200
0,20
tan delta
150
0,15
100
0,10
50 E''M1920
0 0,05
Temperatura(oC)
Figura 64: Curvas de tan δ e módulos de amortecimento (E”) para os sistemas M1920 e
E2122. Razão de aquecimento 3oC, freqüência 1 Hz, amplitude de oscilação 0,80 mm.
pelo pico nas curvas sendo para o sistema M1920 o valor é de – 12oC e para o sistema E2122
o valor de –22oC. Observa-se desde o início do ensaio, a partir de –125 oC, até as
proximidades do ponto –75 oC valores de tan δ iguais para os dois sistemas. A partir daí, o
sistema E2122 passa a apresentar tan δ maiores com o aumento da temperatura que o sistema
M1920, isto significa que a energia fornecida pelo aquecimento da amostra que está sendo
gasta para aumentar a mobilidade dos segmentos poliméricos dos sistemas, é maior para o
sistema E2122 em relação ao sistema M1920. Portanto, o sistema E2122 dissipa mais energia
que o sistema M1920. Isto significa que os módulos de amortecimento (E”) para o sistema
E2122 são maiores que para o sistema M1920, como pode-se comprovar observando-se as
vítrea(Tg), de ambos os sistemas, mas como o sistema E2122 (Tg = –22 oC ) têm a transição
vítrea menor que o sistema M1920 (Tg= –12 oC), a inflexão da curva ocorre antes para o
sistema E2122 o que resulta na diminuição de tan δ antes que o sistema M1920, devido ao
deslocamento das curvas conforme observa-se na figura 64, isto significa que os tan δ serão
menores para o sistema E2122 que para o sistema M1920, podendo-se concluir que o
comportamento elástico é melhor para o sistema E2122 até temperaturas mais altas.
figura 64 para os sistemas M1920 e E2122 obtém-se os pontos de transição vítrea(Tg) de para
SISTEMAS Tg Tg
(oC) (oC)
A temperatura de transição vítrea (Tg) é mais baixa para o sistema E2122 que
para o sistema M1920, pois de acordo com a tabela 15 a Tg do sistema E2122, está entre –22
± 1 oC e –40 ± 1 oC, enquanto que o sistema M1920 apresenta valores entre –12 ± 1ºC e –31 ±
1ºC. Não é possível afirmar qual seria o valor exato da temperatura de transição vítrea(Tg),
Numa análise global das curvas dos sistemas M1920 e E2122 verifica-se que os
perfis são muito parecidos, a menos do deslocamento dos pontos de transição vítrea, ficando
temperaturas de transição vítrea menores que as do elastômeros com base no MOCA®. Como
o comportamento dinâmico dos elastômeros, demonstrado pelas curvas dos módulos E' e E" e
pela tan δ, não apresentam diferenças extremas, pode-se concluir que o ETHACURE 300®,
processamento.
elastomérica, sendo que a metodologia de ensaio utilizada é a mesma que para os ensaios
representam a média de medições de DMTA realizados em triplicata sendo que a curva média
módulo de armazenamento inicia a sua queda, a curva de tan δ passa a ser ascendente até o
seu pico nas proximidades de –6 ±1 oC, enquanto que a curva de E” tem seu pico em –21±oC.
0,25
200
3,0 -6
E' 180
-21
140
2,0
120
0,15
tan delta
1,5 E' 100
E''
E''
80
tan δ
1,0
AEPTMEG/E300 60 0,10
0,5 40
20
0,05
0,0
0
Temperatura (oC)
fator de perda é menor do que para os elastômeros anteriores, apesar de que os valores do
observar que os valores de tan δ para o elastômero incorporado com cargas minerais
(AEPTMEG/E300) é menor que para o elastômero sem cargas E2122 até a temperatura de
103
transição de vítrea –6 ±1oC, quando se inicia o declínio dos valores de tan δ para ambos os
materiais com a diferença de que o sistema E2122 tem a transição vítrea em – 22 ±1 oC.
0,35
-22
0,30 E2122
AEPTMEG/E300
0,25
tanδ
-6
tan δ E2122
0,20
tan δ
tan δ AEPTMEG/E300
0,15
0,10
0,05
-160 -140 -120 -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120
Temperatura(oC)
uma inflexão e a taxa de queda passa a ser menor em relação à da curva do sistema E2122, até
que aproximadamente a 0oC os valores de tan δ para o sistema E2122 passam a ser menores
que para o sistema AEPTMEG/E300. Isto implica que o sistema sem incorporação de cargas,
E2122, é mais elástico a partir de 0oC. Isto não compromete a idéia de que a argamassa tenha
maiores que para o sistema E2122, ainda apresentam valores baixos indicando o
4,0
E' E2122
Módulo de Armazenamento E' (GPa)
2,5
2,0
1,5
E' AEPTMEG/E300
1,0
0,5
0,0
-0,5
-150 -100 -50 0 50 100
o
Temperatura( C)
0,80 mm.
para a argamassa AEPTMEG/E300 são maiores que para o sistema E2122, o que implica em
com relação ao elastômero não carregado com cargas minerais. Particularmente, ao se analisar
minerais. Nesta faixa de temperaturas o módulo de armazenamento (E’), que pode ser
se ainda verificar que a temperatura de transição vítrea (Tg) do elastômero puro aumentou
com a adição das cargas minerais, passando de –52oC para o valor aproximado de – 30oC.
argamassa.
temperaturas de cura
1 0 65 75
2 35 65 81
3 50 72 82
4 60 78 82
5 66 80 82
6 72 81 83
106
dureza Shore A em função do tempo (figura 68), para se visualizar melhor as condições de
pré-cura do pré-polímero.
80
70
60
DUREZA(shore A)
50
40
o
30 Dureza à 50 C
o
20
Dureza à 80 C
o
Dureza à 100 C
10
0
1 2 3 4 5 6
TEMPO(h)
Figura 68: Variação da dureza Shore A em função do tempo (horas) para três
Ao se analisar o gráfico na figura 68, pode-se concluir facilmente que a melhor temperatura
para se atingir esta dureza é conseguida através de uma pré-cura de 2 horas à 100oC. Este
tempo somado ao tempo de espera para que o filme do “primer” adesivo fique pegajoso (30
minutos) e ao tempo de aplicação da argamassa não deve ultrapassar 3 horas quando se trata
de aplicações que interditem áreas de trânsito intenso de veículos como estradas, pontes e
viadutos[3,4]. Para uma moldagem “in loco”, é recomendado o uso de um aquecedor portátil,
tais como sopradores de ar quente ou estufa de lâmpadas, para se conseguir o tempo de pré-
concreto, para verificar o comportamento dos sistemas adesivos propostos. Para estes ensaios
tabela 17. Os resultados comparativos entre as adesões nas trações de topo são mostrados na
Tabela 18.
S5 Sem “primer”
elastomérica.
elastomérica com o concreto é muito boa, mesmo quando não se utiliza “primer” e, nos
primeiros dias de cura do concreto (7 dias), quando ainda existe uma quantidade de água no
concreto, pois ele está no início de cura e a água ainda está exudando na superfície do
3,4
3,2 S2
3,0
2,8
2,6 S1
2,4
2,2 S3
Tensão (MPa)
2,0 S4
1,8
1,6 S5
1,4
1,2 S1 (D22+silano amínico+solvente)
1,0 S2 (D22+silano epoxídico+solvente)
S3 (D22+solvente)
0,8 S4 (epoxi poliamida+solvente)
0,6 S5 (sem " primer ")
0,4
5 10 15 20 25 30
TEMPO(dias)
Analisando-se o gráfico da figura 69, fica claro, que os resultados da adesão são
melhores, quando se utilizam aditivos à base silano, pois os silanos, segundo o modelo
reativos(silanol) que, por sua vez, reagem com os grupos óxidos ou silanol existentes no
concreto, gerando ligações covalentes estáveis entre eles. Por outro, estes silanos também
possuem grupos orgânicos reativos amínicos ou epoxídicos capazes de reagir com grupos
sistema S2 os melhores resultados, mesmo em relação ao sistema S1, também composto por
resultados, como era de se esperar, pois talvez o excesso de água no concreto das primeiras
semanas tenha contribuído para este desempenho abaixo do esperado. Ou por outro lado, o
tempo de espera de 30 minutos, para que os “primers” fiquem pegajosos e ocorra a saída dos
solventes, tenha sido muito curto para que o “primer” epóxi possa formar um filme capaz de
iniciar a adesão entre o concreto e a argamassa elastomérica. No entanto, este tempo de espera
não pode ser muito maior que 30 minutos, pois na aplicação em campo, conforme analisado
aplicação da argamassa e ao tempo de pré-cura não deve ultrapassar três horas [3,4].
curada, também é estudada. Este ensaio é realizado com adesivo epóxi bicomponente
tixotrópico, com base em Epon 828 e poliamida, e o resultado pode ser visto na tabela 19.
110
Ensaio Tração
MPa
Adesão Argamassa/Neoprene 1,00 a
a
Rompe o elastômero de Neoprene da junta ensaiada.
que o elastômero de Neoprene é quem se rompe, ficando preservada a área de adesão entre o
elastômero e a argamassa.
VI.6 Resultados dos ensaios de medição de: ângulo de contato, tensão superficial e
trabalho de adesão.
θ = 2. arctan(2a/d)[28] , (4.1)
onde:
θ é o ângulo de contato;
a é a altura da gota; e
d é a sua largura.
dimensões de a e d. Estas medidas podem ser vistas nas figuras 70 e 71. Os ângulos de
Tabela 20: Planilha de cálculo do ângulo de contato do Desmodur E 22 puro e D22 7030
Θ = 29o.
6,8 mm
52,5 mm
contato do Desmodur E22 puro, 29o contra 56,8o, respectivamente. O “primer” apresenta,
portanto, uma molhabilidade maior que a do Desmodur E 22 puro, que contribui para uma
melhor adesão. Um excelente adesivo deve ter boa molhabilidade, resistência mecânica e
flexibilidade[20].
Θ = 56,8o.
1,14
4,22
tubo capilar, isto é mede-se a altura que o primer líquido sobe em um tubo capilar de 0,4mm
2γ
= ∆ ρ gh . (4.10)
R
29 mm
Figura 72: Foto “primer” líquido D22 7030 no ponto de equilíbrio após a ascensão do
mesmo no tubo capilar de 0,4 mm. Observar a linha do líquido no ponto de 29 mm.
114
γ = ΔρghR/2 . (6.1)
h D R g Δρ* γ
Primer D22 29,00 0,4 x 10-3 0,2 x 10-3 9,81 985,3 28,90
A tensão superficial do “primer” é de γLV =28,90 m J/m-2 que deve ser menor que
a do substrato de forma que este seja molhado pelo “primer”. A energia superficial de um
concreto com traço parecido com o traço utilizado neste trabalho apresenta o valor de
γSV = 88,61mJ/m-2 [43]. Portanto, γLV < γSV , sendo esta a condição para que o líquido molhe
o sólido, o primer”adesivo irá molhar o concreto e portanto proporcionar uma boa adesão, do
ponto de vista físico [22,23]. Os valores de tensão superficial para poliuretanos encontrados
Wa = γ(1+cosθ) . (4.7)
Wa = 45,30 mJ.m-2.
116
CONCLUSÕES
é um agente de cura capaz de substituir o MOCA ® tanto por suas propriedades mecânicas,
apresentados e discutidos no capítulo V e VI, pode-se constatar que os elastômeros com base
às do MOCA®, com a vantagem de ser líquida à temperatura ambiente e não ser um agente
cancerígeno.
desenvolvida pode ser aplicada nas condições de aplicação como lábio elastomérico de juntas
ruptura por tração, o que confere à argamassa a flexibilidade necessária para acompanhar os
esforços de torção, compressão e vibrações que as estruturas de concreto geram sobre este
tipo de elemento. Esta idéia é evidenciada pelos ensaios de DMTA que realizados na
possuir baixa temperatura de transição vítrea, o que a faz capaz de trabalhar em condições
ambientais abaixo de zero e manter o seu caráter elástico na faixa de transição vítrea de –21oC
a –6oC. Outro fator importante é o desgaste por abrasão, que é comum nas situações na quais
as juntas elásticas são aplicadas, tais como pontes, viadutos, pisos industriais sujeitos a
trânsito intenso de empilhadeiras, etc. O valor 85 mm3 de perda por abrasão encontrado no
ensaio de abrasão é bastante satisfatório para o tipo de trabalho a que se propõe utilizar esta
argamassa elastomérica, pois elastômeros de alto desempenho com baixa perda por abrasão
concreto, pois o estudo é feito com o concreto com a cura em progresso em períodos de 14 e
117
28 dias de cura, quando teoricamente o concreto estaria totalmente curado e livre de umidades
concreto mesmo quando o mesmo se encontrava em cura, e, portanto úmido. Isto comprova o
modelo colocado no capítulo III, onde se propôs a hidrólise dos silanos pela umidade
existente e formando uma ponte de ligação entre o concreto o “primer” e a argamassa. Neste
resultados bem melhores que o “primer” epóxi poliamida bicomponente utilizado no estudo,
líquido, por meio de dispositivos simples e baratos conseguiu-se determinar com relativa
adesão.
quando aditivado com silanos, e boas propriedades mecânicas. O “primer” proposto neste
estudo pode resolver diversos problemas de adesão em locais com grande movimentação, alta
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