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QUESTÃO 1: O inquérito, de um modo geral, é um procedimento administrativo realizado por

quem possui o poder de polícia a fim de apurar atos infracionais e seus respectivos autores, o que
possibilita o processo judicial. O inquérito não é o processo, mas o que o desencadeia e o motiva.
Michel Foucault argumenta que “o inquérito deriva de um certo tipo de relações de poder, de uma
maneira de exercer o poder” (2002, p. 73). Ele explica que “o inquérito não é absolutamente um
conteúdo, mas a forma de saber. Forma de saber situada na junção de um tipo de poder e de certo
número de conteúdos de conhecimentos” (2002, p. 77).
O Código de Processo Penal brasileiro, por sua vez, prevê que “a autoridade assegurará no inquérito
o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”. E a CRFB de 1988
afirma, em seu art. 5°, inciso LV, que: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes”.
Levando em consideração os argumentos de Foucault, responda:

a) Para que serve o inquérito?

Na Idade Média o inquérito contribuiu para a cultura ocidental.


Foucault se aprofundou na noção de “prova” presente no sistema judiciário feudal. Sendo
caracterizadas como a ritualização do jogo entre dois indivíduos, as “provas” serviam, para
estabelecer o mais forte, logo quem estava com a razão.
No fim do século XII, foi proposta uma dupla origem do inquérito com a presença de um poder
soberano autônomo: o primeiro com o surgimento da pessoa do procurado do rei na gênese da
monarquia medieval, e a segunda origem está presente na prática do visitatio, elaborada pela igreja
da Alta Idade Média.
Compreende que o inquérito seja resultado de um progresso da racionalidade. Assim, justifica sua
análise sobre inquéritos na Europa Medieval, afirmando que elas são exemplos de práticas políticas,
ou melhor, de maneiras de exercer o poder. Uma modalidade do exercício do poder e de transmissão
do saber.

b) Qual é a relação entre o inquérito e a produção da verdade?

Foucault utiliza-se de alguns textos de Nietzsche para diferenciar o saber e o conhecimento.


Segundo Foucault origem difere de invenção. E tudo o que foi inventado pelo homem tem como
objetivo alguma relação de poder. A dominação de uns sobre os outros. Estas invenções incluem o
conhecimento, a religião, os ideais, etc. Aquilo que revelar mais nitidamente as relações de poder é
o que tende a estar mais próximo da verdade. Segundo Foucault, as decisões jurídicas penais se
encaixam nesta categoria, pois mostram o que uma sociedade considerava como certo e errado em
determinada época.
Foucault faz então uma relação entre produção de verdade com produção de formas de
subjetividade, domínios de objetos e saberes. Ou dizendo em outras palavras: a própria relação do
homem com a verdade define formas específicas de produção de subjetividades, saberes e domínios
de objetos. Como exemplo as formas jurídicas, que, ao realizarem as práticas penais (como o
inquérito), simultaneamente produzem verdades acerca do indivíduo julgado em função de seu
crime.
QUESTÃO 2: Segundo Michel Foucault, o crime é considerado, no Ocidente, como um dano
social, e não mais uma falta moral. O criminoso passa a ser visto como um inimigo interno da
sociedade, visto que o seu ato – o crime – é tido como uma ruptura do pacto social. Nesse sentido, a
lei penal não visa a uma vingança, mas a uma reparação do mal que afetou o meio social. Daí
punições como privação de liberdade, o trabalho forçado e a humilhação pública, que
desencadearam a construção do sistema penitenciário em vigor nas sociedades ocidentais. Isso
explica a maneira como se constrói o controle disciplinar da sociedade.
Quando a CRFB de 1988 diz que “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal” (art. 5°, inciso XXXIX), deixa claro que a tipificação de um crime depende dos
princípios da legalidade e da anterioridade. Ou seja, não pode haver delito fora da norma escrita.
Comparando o argumento de Foucault e o preceito constitucional brasileiro, comente:
a) O que faz de uma ação individual um delito social?
b) Qual o papel social da pena?

FILME

O filme“Versões de Um Crime”, conta a história de um homicídio em que ocorreu na residência da


vítima Boone Lassiter (Jim Belushi), estando no local a esposa Loretta (Renée Zellweger) e o filho,
réu confesso, Mike (Gabriel Masso).
A maioria das cenas ocorreram dentro do tribunal, com relances de lembranças dos personagens.
Diante ao acontecido, Mike se mantém calado e o advogado de defesa (Keanu Reeves) encontra
dificuldades de bons argumentos perante o juiz, porém se mostra um advogado empenhado.
No decorrer da história, o Mike, pega todos de surpresa em querer se pronunciar e mente ao relatar
que seu pai cometia abusos sexuais. Diante tal revelação, todos no tribunal ficaram perplexo e
comovidos, e assim sendo absolvido com unanimidade pelo juri popular.
Sendo que todos os relatos de Mike e Loretta eram combinados, pois, sua mãe havia contado que
ela teria matado o próprio marido.
Para ajudar a mãe, Mike modificou a cena do crime e assumiu o homicídio, se tornando réu
confesso.
Como um adolescente fascinado pelo Direito, Mike chegou a conclusão que o assassino do seu pai
foi o próprio advogado que era amante da sua mãe e que juntos cometeram o crime. Revelando que
na cena do crime havia encontrado o relógio do advogado.

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