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APOSTILA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS


Concurso Público n.º 002/2019 - PREFEITURA
MUNICIPAL DE ANANINDEUA/PA
CARGO: AGENTE COMUNITÁRIO DE ENDEMIAS

AUTOR: PROFESSOR LUIS FELIPE NOX


CONTATO: 98966-7408
EMAIL: OXIDADO99@GMAIL.COM
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SUMÁRIO

Lei n° 8.080, de 19 de Setembro de 1990.......................................................... 3


Lei n° 11.350 de 05 de outubro de 2006........................................................... 11
Emenda Constitucional nº 51............................................................................ 17
Lei nº 12.994, de 17 de junho de 2014............................................................. 18
Nova PNAB, de setembro de 2017................................................................... 27
(Dispõe sobre a Nova Política Nacional de Atenção Básica)
Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue.. 69
Ações de Controle da Malária: Manual para Profissionais
de Saúde na Atenção Básica ......................................................................... 104
Plano de Contingência Nacional para a Febre Chikungunya..........................115
Noções básicas sobre o vírus Zika..................................................................122
Manual de Controle da Leishmaniose Tegumentar Americana.......................127
SIMULADO......................................................................................................133
GABARITO......................................................................................................138
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.
LEI 8.080 – ESQUEMATIZADA domiciliar no Sistema Único de
PARA CONCURSOS Saúde.

Lei nº 11.108, de 7 de abril de


2005
Altera a Lei 8.080, para garantir às
parturientes o direito à presença
deacompanhante durante o trabalho
de parto, parto e pós-parto imediato,
noâmbito do Sistema Único de
Saúde.

Lei nº 12.401, de 2011


Altera a Lei 8.080, para dispor sobre
Lista das leis e decreto, por ordem a assistência terapêutica e
cronológica de publicação, com aincorporação de tecnologia em
seus respectivos cabeçalhos saúde no âmbito do SUS.

Lei nº 12.466, de 24 de agosto de


Decreto nº 1.651, de 28 de 2011
setembro de 1995 Acrescenta arts. 14-A e 14-B à Lei
8.080, que “dispõe sobre as
Regulamenta o Sistema Nacional de condições para a promoção,
Auditoria no âmbito do SUS. proteção e recuperação da saúde, a
Lei nº 9.836, de 23 de setembro organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá
de 1999
outras providências”, para dispor
Acrescenta dispositivos à Lei 8.080, sobre as comissões intergestores
que “dispõe sobre as condições do Sistema Único de Saúde
para a promoção, proteção e (SUS), o Conselho Nacional de
recuperação da saúde, a Secretários de Saúde (Conass), o
Conselho Nacional de Secretarias
organização e o funcionamento dos
Municipais de Saúde (Conasems) e
serviços correspondentes e dá
suas respectivas composições, e
outras providências”, instituindo o dar outras providências.
Subsistema de Atenção à Saúde
Indígena. Lei nº 12.864, de 24 de setembro
de 2013
Lei nº 10.424, de 15 de abril de
Altera a Lei 8.080, incluindo a
2002
atividade física como fator
Acrescenta capítulo e artigo à Lei
determinante econdicionante da
8.080, que dispõe sobre as
saúde.
condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a
Lei nº 12.895, de 18 de dezembro
organização e ofuncionamento de
de 2013
serviços correspondentes e dá
Altera a Lei 8.080, obrigando os
outras providências,
regulamentando a assistência hospitais de todo o País a manter,
em localvisível de suas
dependências, aviso informando
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sobre o direito daparturiente a Por último, segue o quadro resumo


acompanhante. que apresenta panoramicamenteo
Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de teor de cada capítulo, sem detalhar
2015 minuciosamente cada artigo, para
Altera o arts. 23 e 53 da Lei 8.080, não perdermos o foco da
permitindo a participação de compreensão sistêmica dos temas
empresasou de capital estrangeiro neste primeiromomento.
na assistência à saúde.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Princípios Doutrinários necessidades de cada um. Portanto,


não é sinônimo de igualdade,
Universalidade: significa que o apesar de o texto da lei colocar
Sistema Único de Saúde deve nesses termos e esses conceitos
atender a todos por meio de sua terem muito em comum. Ocorre que
estrutura e serviços, sem distinções essa concepção evoluiu, visando,
ou restrições, oferecendo toda a entre outros aspectos, reduzir o
atenção necessária, sem qualquer impacto dos determinantes sociais
custo. Não importando, por da saúde que acabamos de estudar.
exemplo, se a pessoa possui um
plano de saúde privado. Integralidade: preconiza a garantia
ao usuário de uma atenção que
Equidade: preconiza o direito das abrange as ações de promoção,
pessoas a serem atendidas de prevenção, tratamento e
acordo com as suas necessidades reabilitação, com garantia de
de saúde, sem privilégios ou acesso a todos os níveis de atenção
preconceitos. O SUS deve do Sistema de Saúde. A
disponibilizar recursos e serviços de integralidade também pressupõe a
forma justa, de acordo comas atenção focada no indivíduo, na
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família e na comunidade (inserção referência de usuários e de trânsito


social) e não num recorte de ações de informações.
programáticas ou doenças.
Descentralização: é o processo de
Princípios Organizativos transferência de responsabilidades
dagestão e recursos para os
Regionalização: trata-se de uma municípios, atendendo às
forma de organização do Sistema determinações
de Saúde, com base territorial e constitucionais e legais que
populacional, adotada por muitos embasam o SUS e que definem
países na busca por uma atribuiçõescomuns e competências
distribuição de serviços que específicas à União, estados,
promova equidade de acesso, Distrito Federalemunicípios.
qualidade, otimização dos recursos
e racionalidade de gastos. Controle Social: é um mecanismo
institucionalizado pelo qual se
Hierarquização: diz respeito à procuragarantir a participação
possibilidade de organização dos social, com representatividade, no
níveis deatenção do Sistema acompanhamento da formulação e
conforme o grau de densidade execução das políticas de saúde.
tecnológica dos serviços, isto é, o Ele seconcretiza primordialmente
estabelecimento de uma rede que por meio dos Conselhos e
articula os serviços do diferentes Conferências de Saúde, mas se dá
níveis de atenção, por meio de um também em outras instâncias.
sistema de referência e contra
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PROJETO DE LEI DA CÂMARA coletivas, desenvolvidas em


Nº 56, DE 2017 conformidade com as diretrizes do
(nº 6.437/2016, na Câmara dos SUS que normatizam a saúde
Deputados) preventiva e a atenção básica de
Altera a Lei nº 11.350, de 5 de saúde, com objetivo de acesso da
outubro de 2006, para dispor sobre comunidade assistida às ações e
a reformulação das atribuições, a serviços de informação, saúde,
jornada e as condições de trabalho, promoção social e proteção da
o grau de formação profissional, os cidadania, sob supervisão do gestor
cursos de formação técnica e municipal, distrital, estadual ou
continuada e a indenização de federal.
transporte dos profissionais Agentes Parágrafo único. (Revogado).
Comunitários de Saúde e Agentes I – (revogado);
de Combate às Endemias. II – (revogado);
III – (revogado);
O CONGRESSO NACIONAL IV – (revogado);
decreta: V – (revogado);
VI – (revogado).
Art. 1º O art. 2º da Lei nº 11.350, de § 1º Para fins desta Lei, entendem-
5 de outubro de 2006, passa a sepor Educação Popular em Saúde
vigorar acrescido dos seguintes §§ as práticaspolítico-pedagógicas que
1º e 2º: decorrem das ações voltadas para a
“Art. 2º promoção, proteção e recuperação
§ 1º É essencial e obrigatória a da saúde, estimulando o auto
presença de Agentes Comunitários cuidado, a prevenção de doenças e
de Saúde na estrutura deatenção a promoção da saúde individual e
básica de saúde e de Agentes de coletiva a partir do diálogo entre a
Combate às Endemias na estrutura diversidade de saberesculturais,
de vigilância epidemiológica e sociais e científicos e a valorização
ambiental. dos saberes populares, com vistas à
ampliação da participação popular
§ 2º Incumbe aos Agentes no SUS e ao fortalecimento do
Comunitários de Saúde e aos vínculo entre os trabalhadores da
Agentes de Combate às saúde e os usuáriosdo SUS.
Endemiasdesempenhar com zelo e § 2º No modelo de atenção em
presteza as atividadesprevistas saúdefundamentado na assistência
nesta Lei.”(NR) multiprofissional de saúde da
família, é considerada atividade
Art. 2º O art. 3º da Lei nº 11.350, de privativa do Agente Comunitário de
5 de outubrode 2006, passa a Saúde, em sua base geográfica de
vigorar com a seguinte redação: atuação, a realização de
“Art. 3º O Agente Comunitário de visitasdomiciliares rotineiras, casa a
Saúde tem como atribuição o casa, para a busca ativa de pessoas
exercício de atividades de com sinais ou sintomas de doenças
prevenção de doenças e promoção agudas ou crônicas, de agravos ou
da saúde, a partir dos referenciais de eventos de importância para a
da Educação Popular em Saúde, saúde pública, com conseqüente
mediante ações domiciliares ou encaminhamento para a unidade de
comunitárias, individuais ou saúde dereferência.
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§ 3º No modelo de atenção em h) da pessoa com sinais ou


saúdefundamentado na assistência sintomas de alterações na cavidade
multiprofissional de saúde da bucal;
família, são consideradas atividades i) da mulher, do homem e dos
típicas do Agente Comunitário de grupos homossexuais e transexuais,
Saúde, em sua basegeográfica de com o desenvolvimento de ações de
atuação: educação em saúde para
I - utilização de instrumentos para promovera saúde; prevenir
diagnóstico demográfico e doenças;
sociocultural; V - realização de visitas domiciliares
II - detalhamento das visitas regulares e periódicas para
domiciliares, com coleta e registro identificação e acompanhamento:
de dados relativos às suas a) de situações de risco à família;
atribuições, para fim exclusivo de b) de grupos de risco com maior
controle e planejamento das ações vulnerabilidade social, por meio de
de saúde; ações de promoção da saúde,
III - mobilização da comunidade e prevenção de doenças e educação
estímulo à sua participação nas em saúde;
políticas públicas voltadas para as c) do estado vacinal da gestante, do
áreas de saúde e sócio educacional; idoso e da população de risco,
IV - realização de visitas conforme sua vulnerabilidade e em
domiciliaresregulares e periódicas consonância com o previsto
para acolhimento e nocalendário nacional de vacinação;
acompanhamento: VI - acompanhamento das
a) da gestante, no período pré-natal, condicionalidadesdos programas
noparto e no puerpério; sociais, em parceria com os Centros
b) da lactante, nos seis meses de Referência de Assistência Social
seguintesao parto; (CRAS).
c) da criança, com verificação do § 4º No modelo de atenção em
seuestado vacinal e da evolução de saúde fundamentado na assistência
seu peso e altura; multiprofissional de saúde da
d) do adolescente, com identificação família, poderão ser consideradas
desuas necessidades e motivação atividades do Agente Comunitário
de sua participação em ações de de Saúde assistidas por profissional
educação em saúde, em de saúde de nível superior, membro
conformidade com oprevisto na Lei da equipe, após treinamento
nº 8.069, de 13 de julho de específico e fornecimento de
1990(Estatuto da Criança e do equipamentos adequados, em sua
Adolescente); basegeográfica de atuação:
e) da pessoa idosa, com o I - aferição da pressão arterial,
desenvolvimentode ações de durantea visita domiciliar, em
promoção de saúde, prevenção de caráter excepcional, encaminhando
quedas e acidentes domésticos, e o paciente para a unidade de saúde
motivação de sua participação em de referência;
atividades físicas e coletivas; II - medição de glicemia capilar,
f) da pessoa em sofrimento durantea visita domiciliar, em
psíquico; caráter excepcional, encaminhando
g) da pessoa com dependência o paciente para a unidade de saúde
química do álcool, do tabaco ou de dereferência;
outras drogas;
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III - aferição da temperatura axilar, “Art. 4º


durante a visita domiciliar, em § 1º São consideradas atividades
caráter excepcional, encaminhando típicas do Agente de Combate às
o paciente para a unidade de saúde Endemias, em sua áreageográfica
dereferência; de atuação:
IV - orientação e apoio, em I - desenvolvimento de ações
domicílio, para a correta educativas e de mobilização da
administração da medicação do comunidade relativas à prevenção e
paciente em situação de ao controle de doenças e agravos à
vulnerabilidade. saúde;
§ 5º No modelo de atenção em II - realização de ações de
saúde fundamentado na assistência prevenção e controle de doenças e
multiprofissional de saúde da agravos à saúde, em interação com
família, são consideradas atividades o Agente Comunitário de Saúde e a
do Agente Comunitário de Saúde equipe de atenção básica;
compartilhadas com os demais III - identificação de casos suspeitos
membros da equipe, na sua base de doenças e agravos à saúde e
geográfica de atuação: encaminhamento, quando indicado,
I - participação no planejamento e para a unidade de saúde de
mapeamento institucional, social e referência, assim como
demográfico; comunicação do fato à autoridade
II - consolidação e análise dos sanitária responsável;
dados obtidos nas visitas IV - divulgação de informações para
domiciliares; acomunidade sobre sinais,
III - realização de ações que sintomas, riscos e agentes
possibilitemo conhecimento pela transmissores de doenças e sobre
comunidade das informações medidas deprevenção individuais e
obtidas nos levantamentos sócio coletivas;
epidemiológicos realizados pela V - realização de ações de campo
equipe de saúde; para pesquisa entomológica,
IV - participação na elaboração, malacológica e coleta de
implementação, avaliação e reservatórios de doenças;
reprogramação permanentedos VI - cadastramento e atualização da
planos de ação para o basede imóveis para planejamento
enfrentamento dos determinantes e definição de estratégias de
de processo saúde-doença; prevenção e controle de doenças;
V - orientação de indivíduos e VII - execução de ações de
grupos sociais quanto aos fluxos, prevenção econtrole de doenças,
rotinas e ações desenvolvidos no com a utilização de medidas de
âmbito da atenção básica de saúde; controle químico e biológico, manejo
VI - planejamento, desenvolvimento ambiental eoutras ações de manejo
e avaliação das ações de saúde; integrado de vetores;
VII - estímulo à participação da VIII - execução de ações de campo
população no planejamento, emprojetos que visem a avaliar
acompanhamento e avaliação novas metodologias deintervenção
dasações locais de saúde.”(NR) para prevenção e controle de
Art. 3º O art. 4º da Lei nº 11.350, de doenças;
5 de outubrode 2006, passa a IX - registro das informações
vigorar acrescido dos seguintes §§ referentesàs atividades executadas,
1º, 2º e 3º: de acordo com as normas do SUS;
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X - identificação e cadastramento de animais, com vistas ao combate à


situações que interfiram no curso propagação de zoonoses de
das doenças ou que tenham relevância para a saúde pública, em
importância epidemiológica caráter excepcional, e sob
relacionada principalmente aos supervisão da coordenação da área
fatores ambientais; de vigilância em saúde.
XI - mobilização da comunidade § 3º O Agente de Combate às
para desenvolver medidas simples Endemias poderá participar,
de manejo ambiental e outras mediante treinamento adequado, da
formas de intervenção no ambiente execução, coordenação ou
para o controle de vetores. supervisão das ações de vigilância
§ 2º É considerada atividade dos epidemiológica e ambiental.”(NR)
Agentes de Combate às Endemias Art. 4º A Lei nº 11.350, de 5 de
assistida por profissional de nível outubro de 2006, passa a vigorar
superior e condicionada à estrutura acrescida do seguinte art. 4º-A:
de vigilância epidemiológica e “Art. 4º.A- Os Agentes Comunitários
ambiental e de atenção básica a de Saúde e os Agentes de Combate
participação: às Endemias realizarão atividades
I - no planejamento, execução e de forma integrada, desenvolvendo
avaliação das ações de vacinação mobilizações sociais, por meio da
animal contra zoonoses de Educação Popular em Saúde,
relevância para a saúde pública dentro de sua área geográfica de
normatizadas pelo Ministério da atuação, especialmente nas
Saúde, bem como na notificação e seguintes situações:
na investigação de eventos I - orientação da comunidade
adversos temporalmente quanto a ações de promoção de
associados a essas vacinações; saúde e ao uso de medidas de
II - na coleta de animais e no proteção individual e coletiva para a
recebimento, acondicionamento, prevenção de doenças infecciosas,
conservação e transporte de zoonoses, doenças de transmissão
espécimes ou amostras biológicas vetorial e agravos causados por
de animais, para seu animais peçonhentos;
encaminhamento aos laboratórios II - planejamento, programação e
responsáveis pela identificação ou desenvolvimento de atividades de
diagnóstico de zoonoses de vigilância em saúde, de forma
relevância para a saúde pública no articulada com as equipes de saúde
Município; da família;
III - na necropsia de animais com III - notificação dos casos suspeitos
diagnóstico suspeito de zoonoses de zoonoses à unidade básica de
de relevância para a saúde pública, saúde de referência e à estrutura de
auxiliando na coleta e no vigilância epidemiológica em sua
encaminhamento de amostras área geográfica de atuação.”
laboratoriais, ou por meio de outros Art. 5º A Lei nº 11.350, de 5 de
procedimentos pertinentes; outubro de 2006, passa a vigorar
IV - na investigação diagnóstica acrescida do seguinte art. 4º-B:
laboratorial de zoonoses de “Art. 4º-B Deverão ser observadas
relevância para a saúde pública; as ações de segurança e de saúde
V - na realização do planejamento, do trabalhador, notadamente o uso
desenvolvimento e execução de de equipamentos de proteção
ações de controle da população de individual e a realização dos
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exames de saúde ocupacional, na “Art. 6º


execução das atividades dos III - haver concluído o ensino médio.
Agentes Comunitários de Saúde e § 1º (Revogado).
dos Agentes de Combate às § 1°-A É vedada a atuação do
Endemias.” Agente Comunitário de Saúde fora
Art. 6º O art. 5º da Lei nº 11.350, de da área geográfica a que se refere o
5 de outubro de 2006, passa a inciso I do caput deste artigo.
vigorar com a seguinte redação: Página 12 de 18 Parte integrante do
“Art. 5º O Ministério da Saúde Avulso do PLC nº 56 de 2017.
regulamentará as atividades de
prevenção de doenças, de § 12° Compete ao ente federativo
promoção da saúde, de controle e responsável pela execução dos
de vigilância a que se referem os programas a definição da área
arts. 3º, 4º e 4º-A e estabelecerá os geográfica a que se refere o inciso I
parâmetros dos cursos previstos no do caput deste artigo, que deverá:
inciso II do caput do art. 6º e no I - observar os parâmetros
inciso I do caput do art. 7º, estabelecidos pelo Ministério da
Página 11 de 18 Parte integrante do Saúde;
Avulso do PLC nº 56 de 2017. II – considerar a geografia e
observadas as diretrizes demografia da região, com distinção
curriculares nacionais definidas pelo de zonas urbanas e rurais;
Conselho Nacional de Educação. III – flexibilizar o número de famílias
§ 1º Os cursos a que se refere o e indivíduos a serem
caput deste artigo serão oferecidos acompanhados, em face das
após a admissão do Agente condições de acessibilidade local e
Comunitário de Saúde ou do Agente vulnerabilidade da comunidade
de Combate às Endemias, utilizarão assistida.
os referenciais da Educação § 3º A área geográfica a que se
Popular em Saúde e ocorrerão nas refere o inciso I do caput deste
modalidades presencial ou artigo será alterada quando houver
semipresencial, durante a jornada risco à integridade física do Agente
de trabalho. Comunitário de Saúde ou de
§ 2º O curso inicial para Agente membro de sua família, sujeito a
Comunitário de Saúde terá carga ameaça por parte de membro da
horária mínima de quarenta horas e comunidade onde reside e atua.
seguirá as diretrizes estabelecidas § 4º Será excepcionalizado o
pelo Conselho Nacional de disposto no inciso I do caput deste
Educação. artigo na hipótese de aquisição de
§ 3º Os Agentes Comunitários de casa própria fora da área geográfica
Saúde e Agentes de Combate às de atuação do Agente Comunitário
Endemias deverão freqüentar de Saúde, mantida sua vinculação à
cursos bienais de educação mesma equipe de Saúde da Família
continuada e aperfeiçoamento com, em que esteja atuando.
no mínimo, duzentas horas de § 5º Quando não for inscrito
duração, nas modalidades candidato com ensino médio
presencial ou semipresencial.”(NR) completo, poderá ser admitida a
Art. 7º O art. 6º da Lei nº 11.350, de contratação de candidato com
5 de outubro de 2006, passa a ensino fundamental, que deverá
vigorar com as seguintes comprovar a conclusão do ensino
alterações: médio no prazo
16

máximo de três anos.”(NR) administração direta dos Estados,


Página 13 de 18 Parte integrante do do Distrito Federal ou dos
Avulso do PLC nº 56 de 2017. Municípios oferecerão curso técnico
13 de Agente Comunitário de Saúde e
Art. 8º O art. 7º da Lei nº 11.350, de de Agente de Combate às
5 de outubro de 2006, passa a Endemias, de carga horária mínima
vigorar com as seguintes de mil e duzentas horas, que
alterações: seguirá as diretrizes estabelecidas
“Art. 7º pelo Conselho Nacional de
II - haver concluído o ensino médio. Educação.”
Parágrafo único. (Revogado). Art. 10. O art. 9º-A da Lei nº 11.350,
§ 1º Quando não for inscrito de 5 de outubro de 2006, passa a
candidato com ensino médio vigorar com as seguintes
completo, poderá ser admitida a alterações:
contratação de candidato com “Art. 9º-A
ensino fundamental, que deverá § 2º A jornada de trabalho de
comprovar a conclusão do ensino quarenta horas semanais exigida
médio no prazo máximo de três para garantia do piso salarial
anos. previsto nesta Lei deverá ser
§ 2° A definição do número de integralmente dedicada a ações e
imóveis a serem fiscalizados pelo serviços de promoção da saúde,
Agente de Combate às Endemias vigilância epidemiológica e
deverá: ambiental e combate a endemias
I - assegurar condições adequadas em prol das famílias e comunidades
de trabalho; assistidas, dentro dos respectivos
II – considerar a geografia e territórios de atuação, segundo as
demografia da região, com distinção atribuições previstas nesta Lei, e
de zonas urbanas e rurais; será distribuída em:
III – flexibilizar o número de imóveis I - trinta horas semanais, para
em face das condições de atividades externas de visitação
acessibilidade local.”(NR) domiciliar, execução de ações de
Art. 9º A Lei nº 11.350, de 5 de campo, coleta de dados, orientação
outubro de 2006, passa a vigorar e mobilização da comunidade, entre
acrescida dos seguintes arts. 7º-A e outras;
7º-B: II - dez horas semanais, para
“Art. 7º-A Não será exigida aos atividades de planejamento e
Agentes Comunitários de Saúde e avaliação de ações, detalhamento
aos Agentes de Combate às das atividades, registro de dados,
Endemias a conclusão de: formação e aprimoramento técnico.
I - ensino fundamental, se estavam Página 15 de 18 Parte integrante do
exercendo as atividades em 5 de Avulso do PLC nº 56 de 2017.
outubro de 2006; 15
II - ensino médio, se estiverem § 2°-A As condições climáticas da
exercendo as atividades na data de área geográfica de atuação serão
publicação desta Lei.” consideradas na definição do
Página 14 de 18 Parte integrante do horário para cumprimento da
Avulso do PLC nº 56 de 2017. jornada de trabalho..”(NR)
14 Art. 11. O art. 9º-E da Lei nº 11.350,
“Art. 7º-B Os órgãos ou entes da de 5 de outubro de 2006, passa a
vigorar com a seguinte redação:
17

“Art. 9º-E Atendidas as disposições e Agentes de Combate às


desta Lei e as respectivas normas Endemias e órgão ou entidade da
regulamentadoras, os recursos de administração direta, autárquica ou
que tratam os arts. 9º-C e 9º-D fundacional, na forma da Emenda
serão repassados pelo Fundo Constitucional n° 51, de 14 de
Nacional de Saúde (FNS) aos fevereiro de 2006.”(NR)
fundos de saúde dos Municípios, Art. 15. Esta Lei entra em vigor na
Estados e Distrito Federal como data de sua publicação.
transferências correntes, regulares, CÂMARA DOS DEPUTADOS, de
automáticas e obrigatórias, nos junho de 2017.
termos do disposto no art. 3º da Lei RODRIGO MAIA
nº 8.142, de 28 de dezembro de Presidente
1990.”(NR)
Art. 12. A Lei nº 11.350, de 5 de
outubro de 2006, passa a vigorar EMENDA CONSTITUCIONAL Nº
acrescida do seguinte art. 9º-H: 51, DE 14 DE FEVEREIRO DE
“Art. 9º-H Será concedida 2006
indenização de transporte ao Acrescenta os §§
Agente Comunitário de Saúde ou ao 4º, 5º e 6º ao art.
Agente de Combate às Endemias 198 da Constituição
que realizar despesas com a Federal.
utilização de meio próprio de As Mesas da Câmara dos
locomoção para o exercício de suas Deputados e do Senado Federal,
atividades, conforme disposto em nos termos do art. 60 da
regulamento.” Constituição Federal, promulgam a
Art. 13. O art. 14 da Lei nº 11.350, seguinte Emenda ao texto
de 5 de outubro de 2006, passa a constitucional:
vigorar com a seguinte redação: Art. 1º O art. 198 da Constituição
“Art. 14. O gestor local do SUS Federal passa a vigorar acrescido
responsável pela admissão dos dos seguintes §§ 4º, 5º e 6º:
profissionais de que trata esta Lei "Art. 198.
disporá sobre a criação dos cargos § 4º Os gestores locais do sistema
ou Página 16 de 18 Parte integrante único de saúde poderão admitir
do Avulso do PLC nº 56 de 2017.16 agentes comunitários de saúde e
empregos públicos e demais agentes de combate às endemias
aspectos inerentes à atividade, por meio de processo seletivo
observadas as determinações desta público, de acordo com a natureza e
Lei e as especificidades locais.”(NR) complexidade de suas atribuições e
Art. 14. O art. 16 da Lei nº 11.350, requisitos específicos para sua
de 5 de outubro de 2006, passa a atuação.
vigorar acrescido do seguinte § 5º Lei federal disporá sobre o
parágrafo único: regime jurídico e a regulamentação
“Art. 16 das atividades de agente
Parágrafo único. A Defensoria comunitário de saúde e agente de
Pública e o Ministério Público combate às endemias.
promoverão as medidas cabíveis § 6º Além das hipóteses previstas
para assegurar o cumprimento do no § 1º do art. 41 e no § 4º do art.
disposto no caput deste artigo e a 169 da Constituição Federal, o
regularização do vínculo direto entre servidor que exerça funções
os Agentes Comunitários de Saúde equivalentes às de agente
18

comunitário de saúde ou de agente Altera a Lei nº


de combate às endemias poderá 11.350, de 5 de
perder o cargo em caso de outubro de 2006,
descumprimento dos requisitos para instituir piso
específicos, fixados em lei, para o salarial
seu exercício." (NR) profissional
Art 2º Após a promulgação da nacional e
presente Emenda Constitucional, os diretrizes para o
agentes comunitários de saúde e os plano de carreira
agentes de combate às endemias dos Agentes
somente poderão ser contratados Comunitários de
diretamente pelos Estados, pelo Saúde e dos
Distrito Federal ou pelos Municípios Agentes de
na forma do § 4º do art. 198 da Combate às
Constituição Federal, observado o Endemias.
limite de gasto estabelecido na Lei A PRESIDENTA DA REPÚBLICA
Complementar de que trata o art. Faço saber que o Congresso
169 da Constituição Federal. Nacional decreta e eu sanciono a
Parágrafo único. Os profissionais seguinte Lei:
que, na data de promulgação desta Art. 1º A Lei nº 11.350, de 5 de
Emenda e a qualquer título, outubro de 2006 passa a vigorar
desempenharem as atividades de acrescida dos seguintes artigos:
agente comunitário de saúde ou de “Art.9º-A. O piso salarial profissional
agente de combate às endemias, na nacional é o valor abaixo do qual a
forma da lei, ficam dispensados de União, os Estados, o Distrito
se submeter ao processo seletivo Federal e os Municípios não
público a que se refere o § 4º do art. poderão fixar o vencimento inicial
198 da Constituição Federal, desde das Carreiras de Agente
que tenham sido contratados a Comunitário de Saúde e de Agente
partir de anterior processo de de Combate às Endemias para a
Seleção Pública efetuado por jornada de 40 (quarenta) horas
órgãos ou entes da administração semanais.
direta ou indireta de Estado, Distrito § 1º O piso salarial profissional
Federal ou Município ou por outras nacional dos Agentes Comunitários
instituições com a efetiva de Saúde e dos Agentes de
supervisão e autorização da Combate às Endemias é fixado no
administração direta dos entes da valor de R$ 1.014,00 (mil e quatorze
federação. reais) mensais.
Art. 3º Esta Emenda Constitucional § 2º A jornada de trabalho de 40
entra em vigor na data da sua (quarenta) horas exigida para
publicação. garantia do piso salarial previsto
Brasília, em 14 de fevereiro de 2006 nesta Lei, deverá ser integralmente
dedicada a ações e serviços de
LEI Nº 12.994, DE 17 DE JUNHO promoção da saúde, vigilância
DE 2014. epidemiológica e combate a
endemias em prol das famílias e
comunidades assistidas, dentro dos
Mensagem de
respectivos territórios de atuação,
veto
segundo as atribuições previstas
nesta Lei.”
19

“ Art. 9º-B (VETADO).” dos Agentes Comunitários de


“ Art. 9º-C. Saúde e dos Agentes de Combate
Nos termos do § 5º do art. 198 da às Endemias com o respectivo ente
Constituição Federal, compete à federativo, regularmente
União prestar assistência financeira formalizado, conforme o regime
complementar aos Estados, ao jurídico que vier a ser adotado na
Distrito Federal e aos Municípios, forma do art. 8º desta Lei.”
para o cumprimento do piso salarial “ Art. 9º-D.
de que trata o art. 9º-A desta Lei. É criado incentivo financeiro para
§ 1º Para fins do disposto fortalecimento de políticas afetas à
no caput deste artigo, é o Poder atuação de agentes comunitários de
Executivo federal autorizado a fixar saúde e de combate às endemias.
em decreto os parâmetros § 1º Para fins do disposto
referentes à quantidade máxima de no caput deste artigo, é o Poder
agentes passível de contratação, Executivo federal autorizado a fixar
em função da população e das em decreto:
peculiaridades locais, com o auxílio I - parâmetros para concessão do
da assistência financeira incentivo; e
complementar da União. II - valor mensal do incentivo por
§ 2º A quantidade máxima de que ente federativo.
trata o § 1º deste artigo considerará § 2º Os parâmetros para concessão
tão somente os agentes do incentivo considerarão, sempre
efetivamente registrados no mês que possível, as peculiaridades do
anterior à respectiva competência Município.
financeira que se encontrem no § 3º (VETADO).
estrito desempenho de suas § 4º (VETADO).
atribuições e submetidos à jornada § 5º (VETADO).”
de trabalho fixada para a concessão “Art. 9º-E. Atendidas as disposições
do piso salarial. desta Lei e as respectivas normas
§ 3º O valor da assistência regulamentadoras, os recursos de
financeira complementar da União é que tratam os arts. 9º-C e 9º-D
fixado em 95% (noventa e cinco por serão repassados pelo Fundo
cento) do piso salarial de que trata o Nacional de Saúde (Funasa) aos
art. 9º-A desta Lei. fundos de saúde dos Municípios,
§ 4º A assistência financeira Estados e Distrito Federal como
complementar de que trata transferências correntes, regulares,
o caput deste artigo será devida em automáticas e obrigatórias, nos
12 (doze) parcelas consecutivas em termos do disposto no art. 3º da Lei
cada exercício e 1 (uma) parcela nº 8.142, de 28 de dezembro de
adicional no último trimestre. 1990.”
§ 5º Até a edição do decreto de que “Art. 9º-F. Para fins de apuração
trata o § 1º deste artigo, aplicar-se- dos limites com pessoal de que trata
ão as normas vigentes para os a Lei Complementar nº 101, de 4 de
repasses de incentivos financeiros maio de 2000, a assistência
pelo Ministério da Saúde. financeira complementar obrigatória
§ 6º Para efeito da prestação de prestada pela União e a parcela
assistência financeira complementar repassada como incentivo financeiro
de que trata este artigo, a União que venha a ser utilizada no
exigirá dos gestores locais do SUS pagamento de pessoal serão
a comprovação do vínculo direto computadas como gasto de pessoal
20

do ente federativo beneficiado pelas do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de


transferências.” dezembro de 1940 (Código
“ Art. 9º-G. Os planos de carreira Penal), da Lei nº 1.079, de 10 de
dos Agentes Comunitários de abril de 1950, do Decreto-Lei nº
Saúde e dos Agentes de Combate 201, de 27 de fevereiro de 1967, e
às Endemias deverão obedecer às da Lei nº 8.429, de 2 de junho de
seguintes diretrizes: 1992.
I - remuneração paritária dos Art. 4º (VETADO).
Agentes Comunitários de Saúde e Art. 5º Esta Lei entra em vigor na
dos Agentes de Combate às data de sua publicação. Brasília, 17
Endemias; de junho de 2014; 193º da
II - definição de metas dos serviços Independência e 126º da República.
e das equipes; DILMA ROUSSEFF
III - estabelecimento de critérios de José Eduardo Cardozo
progressão e promoção; Guido Mantega
IV - adoção de modelos e Arthur Chioro
instrumentos de avaliação que Miriam Belchior
atendam à natureza das atividades, Luís Inácio Lucena Adams
assegurados os seguintes
princípios:
a) transparência do processo de PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE
avaliação, assegurando-se ao SETEMBRO DE 2017
avaliado o conhecimento sobre Aprova a Política Nacional de
todas as etapas do processo e Atenção Básica, estabelecendo a
sobre o seu resultado final; revisão de diretrizes para a
b) periodicidade da avaliação; organização da Atenção Básica,
c) contribuição do servidor para a no âmbito do Sistema Único de
consecução dos objetivos do Saúde (SUS).
serviço; O MINISTRO DE ESTADO DA
d) adequação aos conteúdos SAÚDE, no uso das atribuições que
ocupacionais e às condições reais lhe conferem os incisos I e II do
de trabalho, de forma que eventuais parágrafo único do art. 87 da
condições precárias ou adversas de Constituição, e Considerando a Lei
trabalho não prejudiquem a nº 8.080, de 19 de setembro 1990,
avaliação; que dispõe sobre as condições para
e) direito de recurso às instâncias a promoção, proteção e
hierárquicas superiores.” recuperação da saúde, a
Art. 2º O art. 16 da Lei nº 11.350, de organização e o funcionamento dos
5 de outubro de 2006, passa a serviços correspondentes, e dá
vigorar com a seguinte redação: outras providências, considerando:
“ Art. 16. É vedada a contratação Considerando a experiência
temporária ou terceirizada de acumulada do Controle Social da
Agentes Comunitários de Saúde e Saúde à necessidade de
de Agentes de Combate às aprimoramento do Controle Social
Endemias, salvo na hipótese de da Saúde no âmbito nacional e as
combate a surtos epidêmicos, na reiteradas demandas dos
forma da lei aplicável.” (NR) Conselhos Estaduais e Municipais
Art. 3º As autoridades responsáveis referentes às propostas de
responderão pelo descumprimento composição, organização e
do disposto nesta Lei, nos termos funcionamento, conforme o art. 1º, §
21

2º, da Lei nº 8.142, de 28 de Considerando a Portaria nº 4.279,


dezembro de 1990; de 30 de dezembro de 2010, que
Considerando a Portaria nº estabelece diretrizes para a
971/GM/MS, de 3 de maio de 2006, organização da Rede de Atenção à
que aprova a Política Nacional de Saúde no âmbito do Sistema Único
Práticas Integrativas e de Saúde (SUS);
Complementares (PNPIC) no Considerando a Resolução CIT Nº
Sistema Único de Saúde; 21, de 27 de julho de 2017 Consulta
Considerando a Portaria nº Pública sobre a proposta de revisão
2.715/GM/MS, de 17 de novembro da Política Nacional de Atenção
de 2011, que atualiza a Política Básica (PNAB). agosto de 2017; e
Nacional de Alimentação e Nutrição; Considerando a pactuação na
Considerando a Portaria Reunião da Comissão Intergestores
Interministerial Nº 1, de 2 de janeiro Tripartite do dia 31 de agosto de
de 2014, que institui a Política 2017, resolve:
Nacional de Atenção Integral à Art. 1º Esta Portaria aprova a
Saúde das Pessoas Privadas de Política Nacional de Atenção Básica
Liberdade no Sistema Prisional - PNAB, com vistas à revisão da
(PNAISP) no âmbito do Sistema regulamentação de implantação e
Único de Saúde (SUS); operacionalização vigentes, no
Considerando as Diretrizes da âmbito do Sistema Único de Saúde
Política Nacional de Saúde Bucal; - SUS, estabelecendo-se as
Considerando a Lei nº 12.871, de diretrizes para a organização do
22 de outubro de 2013, que Institui componente Atenção Básica, na
o Programa Mais Médicos, Rede de Atenção à Saúde - RAS.
alterando a Lei no 8.745, de 9 de Parágrafo único. A Política Nacional
dezembro de 1993, e a Lei no de Atenção Básica considera os
6.932, de 7 de julho de 1981; termos Atenção Básica - AB e
Considerando o Decreto nº 7.508, Atenção Primária à Saúde - APS,
de 21 de junho de 2011, que nas atuais concepções, como
regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 termos equivalentes, de forma a
de setembro de 1990, para dispor associar a ambas os princípios e as
sobre a organização do Sistema diretrizes definidas neste
Único de Saúde - SUS, o documento.
planejamento da saúde, a Art. 2º A Atenção Básica é o
assistência à saúde, e a articulação conjunto de ações de saúde
interfederativa; individuais, familiares e coletivas
Considerando a Portaria nº que envolvem promoção,
204/GM/MS, de 29 de janeiro de prevenção, proteção, diagnóstico,
2007, que regulamenta o tratamento, reabilitação, redução de
financiamento e a transferência de danos, cuidados paliativos e
recursos federais para as ações e vigilância em saúde, desenvolvida
serviços de saúde, na forma de por meio de práticas de cuidado
blocos de financiamento, com integrado e gestão qualificada,
respectivo monitoramento e realizada com equipe
controle; multiprofissional e dirigida à
Considerando a Portaria nº 687, de população em território definido,
30 de março de 2006, que aprova a sobre as quais as equipes assumem
Política de Promoção da Saúde; responsabilidade sanitária.
22

§1º A Atenção Básica será a para expansão e consolidação da


principal porta de entrada e centro Atenção Básica.
de comunicação da RAS, Parágrafo único. Serão
coordenadora do cuidado e reconhecidas outras estratégias de
ordenadora das ações e serviços Atenção Básica, desde que
disponibilizados na rede. observados os princípios e diretrizes
§ 2º A Atenção Básica será ofertada previstos nesta portaria e tenham
integralmente e gratuitamente a caráter transitório, devendo ser
todas as pessoas, de acordo com estimulada sua conversão em
suas necessidades e demandas do Estratégia Saúde da Família.
território, considerando os Art. 5º A integração entre a
determinantes e condicionantes de Vigilância em Saúde e Atenção
saúde. Básica é condição essencial para o
§ 3º É proibida qualquer exclusão alcance de resultados que atendam
baseada em idade, gênero, às necessidades de saúde da
raça/cor, etnia, crença, população, na ótica da integralidade
nacionalidade, orientação sexual, da atenção à saúde e visa
identidade de gênero, estado de estabelecer processos de trabalho
saúde, condição socioeconômica, que considerem os determinantes,
escolaridade, limitação física, os riscos e danos à saúde, na
intelectual, funcional e outras. perspectiva da intra e
§ 4º Para o cumprimento do previsto intersetorialidade.
no § 3º, serão adotadas estratégias Art. 6º Todos os estabelecimentos
que permitam minimizar de saúde que prestem ações e
desigualdades/iniquidades, de modo serviços de Atenção Básica, no
a evitar exclusão social de grupos âmbito do SUS, de acordo com esta
que possam vir a sofrer portaria serão denominados
estigmatização ou discriminação, de Unidade Básica de Saúde - UBS.
maneira que impacte na autonomia Parágrafo único. Todas as UBS são
e na situação de saúde. consideradas potenciais espaços de
Art. 3º São Princípios e Diretrizes do educação, formação de recursos
SUS e da RAS a serem humanos, pesquisa, ensino em
operacionalizados na Atenção serviço, inovação e avaliação
Básica: tecnológica para a RAS.
I - Princípios: CAPÍTULO I
a) Universalidade; DAS RESPONSABILIDADES
b) Equidade; e Art. 7º São responsabilidades
c) Integralidade. comuns a todas as esferas de
II - Diretrizes: governo:
a) Regionalização e Hierarquização: I - contribuir para a reorientação do
b) Territorialização; modelo de atenção e de gestão com
c) População Adscrita; base nos princípios e nas diretrizes
d) Cuidado centrado na pessoa; contidas nesta portaria;
e) Resolutividade; II - apoiar e estimular a adoção da
f) Longitudinalidade do cuidado; Estratégia Saúde da Família - ESF
g) Coordenação do cuidado; como estratégia prioritária de
h) Ordenação da rede; e expansão, consolidação e
i) Participação da comunidade. qualificação da Atenção Básica;
Art. 4º A PNAB tem na Saúde da III - garantir a infraestrutura
Família sua estratégia prioritária adequada e com boas condições
23

para o funcionamento das UBS, pessoas para realização de


garantindo espaço, mobiliário e procedimentos eletivos, exames,
equipamentos, além de dentre outros, buscando assegurar
acessibilidade de pessoas com a resolutividade e a integralidade do
deficiência, de acordo com as cuidado na RAS, conforme
normas vigentes; necessidade do território e
IV - contribuir com o financiamento planejamento de saúde;
tripartite para fortalecimento da XI - planejar, apoiar, monitorar e
Atenção Básica; avaliar as ações da Atenção Básica
V - assegurar ao usuário o acesso nos territórios;
universal, equânime e ordenado às XII - estabelecer mecanismos de
ações e serviços de saúde do SUS, autoavaliação, controle, regulação e
além de outras atribuições que acompanhamento sistemático dos
venham a ser pactuadas pelas resultados alcançados pelas ações
Comissões Intergestores; da Atenção Básica, como parte do
VI - estabelecer, nos respectivos processo de planejamento e
Planos Municipais, Estaduais e programação;
Nacional de Saúde, prioridades, XIII - divulgar as informações e os
estratégias e metas para a resultados alcançados pelas
organização da Atenção Básica; equipes que atuam na Atenção
VII - desenvolver mecanismos Básica, estimulando a utilização dos
técnicos e estratégias dados para o planejamento das
organizacionais de qualificação da ações;
força de trabalho para gestão e XIV - promover o intercâmbio de
atenção à saúde, estimular e experiências entre gestores e entre
viabilizar a formação, educação trabalhadores, por meio de
permanente e continuada dos cooperação horizontal, e estimular o
profissionais, garantir direitos desenvolvimento de estudos e
trabalhistas e previdenciários, pesquisas que busquem o
qualificar os vínculos de trabalho e aperfeiçoamento e a disseminação
implantar carreiras que associem de tecnologias e conhecimentos
desenvolvimento do trabalhador voltados à Atenção Básica;
com qualificação dos serviços XV - estimular a participação
ofertados às pessoas; popular e o controle social;
VIII - garantir provimento e XVI - garantir espaços físicos e
estratégias de fixação de ambientes adequados para a
profissionais de saúde para a formação de estudantes e
Atenção Básica com vistas a trabalhadores de saúde, para a
promover ofertas de cuidado e o formação em serviço e para a
vínculo; educação permanente e continuada
IX - desenvolver, disponibilizar e nas Unidades Básicas de Saúde;
implantar os Sistemas de XVII - desenvolver as ações de
Informação da Atenção Básica assistência farmacêutica e do uso
vigentes, garantindo mecanismos racional de medicamentos,
que assegurem o uso qualificado garantindo a disponibilidade e
dessas ferramentas nas UBS, de acesso a medicamentos e insumos
acordo com suas responsabilidades; em conformidade com a RENAME,
X - garantir, de forma tripartite, os protocolos clínicos e diretrizes
dispositivos para transporte em terapêuticas, e com a relação
saúde, compreendendo as equipes, específica complementar estadual,
24

municipal, da união, ou do distrito institucionalização da avaliação e


federal de medicamentos nos qualificação da Atenção Básica;
pontos de atenção, visando a VI - estabelecer, de forma tripartite,
integralidade do cuidado; diretrizes nacionais e disponibilizar
XVIII - adotar estratégias para instrumentos técnicos e
garantir um amplo escopo de ações pedagógicos que facilitem o
e serviços a serem ofertados na processo de gestão, formação e
Atenção Básica, compatíveis com educação permanente dos gestores
as necessidades de saúde de cada e profissionais da Atenção Básica;
localidade; VII - articular com o Ministério da
XIX - estabelecer mecanismos Educação estratégias de indução às
regulares de auto avaliação para as mudanças curriculares nos cursos
equipes que atuam na Atenção de graduação e pós graduação na
Básica, a fim de fomentar as área da saúde, visando à formação
práticas de monitoramento, de profissionais e gestores com
avaliação e planejamento em perfil adequado à Atenção Básica; e
saúde; e VIII -apoiar a articulação de
XX - articulação com o subsistema instituições, em parceria com as
Indígena nas ações de Educação Secretarias de Saúde Municipais,
Permanente e gestão da rede Estaduais e do Distrito Federal, para
assistencial. formação e garantia de educação
Art. 8º Compete ao Ministério da permanente e continuada para os
Saúde a gestão das ações de profissionais de saúde da Atenção
Atenção Básica no âmbito da União, Básica, de acordo com as
sendo responsabilidades da União: necessidades locais.
I -definir e rever periodicamente, de Art. 9º Compete às Secretarias
forma pactuada, na Comissão Estaduais de Saúde e ao Distrito
Intergestores Tripartite (CIT), as Federal a coordenação do
diretrizes da Política Nacional de componente estadual e distrital da
Atenção Básica; Atenção Básica, no âmbito de seus
II - garantir fontes de recursos limites territoriais e de acordo com
federais para compor o as políticas, diretrizes e prioridades
financiamento da Atenção Básica; estabelecidas, sendo
III - destinar recurso federal para responsabilidades dos Estados e do
compor o financiamento tripartite da Distrito Federal:
Atenção Básica, de modo mensal, I - pactuar, na Comissão
regular e automático, prevendo, Intergestores Bipartite (CIB) e
entre outras formas, o repasse Colegiado de Gestão no Distrito
fundo a fundo para custeio e Federal, estratégias, diretrizes e
investimento das ações e serviços; normas para a implantação e
IV - prestar apoio integrado aos implementação da Política Nacional
gestores dos Estados, do Distrito de Atenção Básica vigente nos
Federal e dos municípios no Estados e Distrito Federal;
processo de qualificação e de II - destinar recursos estaduais para
consolidação da Atenção Básica; compor o financiamento tripartite da
V - definir, de forma tripartite, Atenção Básica, de modo regular e
estratégias de articulação junto às automático, prevendo, entre outras
gestões estaduais e municipais do formas, o repasse fundo a fundo
SUS, com vistas à para custeio e investimento das
ações e serviços;
25

III - ser corresponsável pelo Art. 10 Compete às Secretarias


monitoramento das ações de Municipais de Saúde a coordenação
Atenção Básica nos municípios; do componente municipal da
IV - analisar os dados de interesse Atenção Básica, no âmbito de seus
estadual gerados pelos sistemas de limites territoriais, de acordo com a
informação, utilizá-los no política, diretrizes e prioridades
planejamento e divulgar os estabelecidas, sendo
resultados obtidos; responsabilidades dos Municípios e
V - verificar a qualidade e a do Distrito Federal:
consistência de arquivos dos I - organizar, executar e gerenciar
sistemas de informação enviados os serviços e ações de Atenção
pelos municípios, de acordo com Básica, de forma universal, dentro
prazos e fluxos estabelecidos para do seu território, incluindo as
cada sistema, retornando unidades próprias e as cedidas pelo
informações aos gestores estado e pela União;
municipais; II - programar as ações da Atenção
VI - divulgar periodicamente os Básica a partir de sua base
relatórios de indicadores da Atenção territorial de acordo com as
Básica, com intuito de assegurar o necessidades de saúde
direito fundamental de acesso à identificadas em sua população,
informação; utilizando instrumento de
VII - prestar apoio institucional aos programação nacional vigente;
municípios no processo de III - organizar o fluxo de pessoas,
implantação, acompanhamento e inserindo-as em linhas de cuidado,
qualificação da Atenção Básica e de instituindo e garantindo os fluxos
ampliação e consolidação da definidos na Rede de Atenção à
Estratégia Saúde da Família; Saúde entre os diversos pontos de
VIII - definir estratégias de atenção de diferentes configurações
articulação com as gestões tecnológicas, integrados por
municipais, com vistas à serviços de apoio logístico, técnico
institucionalização do e de gestão, para garantir a
monitoramento e avaliação da integralidade do cuidado.
Atenção Básica; IV - estabelecer e adotar
IX - disponibilizar aos municípios mecanismos de encaminhamento
instrumentos técnicos e responsável pelas equipes que
pedagógicos que facilitem o atuam na Atenção Básica de acordo
processo de formação e educação com as necessidades de saúde das
permanente dos membros das pessoas, mantendo a vinculação e
equipes de gestão e de atenção; coordenação do cuidado;
X - articular instituições de ensino e V - manter atualizado mensalmente
serviço, em parceria com as o cadastro de equipes, profissionais,
Secretarias Municipais de Saúde, carga horária, serviços
para formação e garantia de disponibilizados, equipamentos e
educação permanente aos outros no Sistema de Cadastro
profissionais de saúde das equipes Nacional de Estabelecimentos de
que atuam na Atenção Básica; e Saúde vigente, conforme
XI - fortalecer a Estratégia Saúde da regulamentação específica;
Família na rede de serviços como a VI - organizar os serviços para
estratégia prioritária de organização permitir que a Atenção Básica atue
da Atenção Básica.
26

como a porta de entrada XVII - alimentar, analisar e verificar


preferencial e ordenadora da RAS; a qualidade e a consistência dos
VII - fomentar a mobilização das dados inseridos nos sistemas
equipes e garantir espaços para a nacionais de informação a serem
participação da comunidade no enviados às outras esferas de
exercício do controle social; gestão, utilizá-los no planejamento
VIII - destinar recursos municipais das ações e divulgar os resultados
para compor o financiamento obtidos, a fim de assegurar o direito
tripartite da Atenção Básica; fundamental de acesso à
IX - ser corresponsável, junto ao informação;
Ministério da Saúde, e Secretaria XVIII - organizar o fluxo de pessoas,
Estadual de Saúde pelo visando à garantia das referências a
monitoramento da utilização dos serviços e ações de saúde fora do
recursos da Atenção Básica âmbito da Atenção Básica e de
transferidos aos municípios; acordo com as necessidades de
X - inserir a Estratégia de Saúde da saúde das mesmas; e
Família em sua rede de serviços IX - assegurar o cumprimento da
como a estratégia prioritária de carga horária integral de todos os
organização da Atenção Básica; profissionais que compõem as
XI - prestar apoio institucional às equipes que atuam na Atenção
equipes e serviços no processo de Básica, de acordo com as jornadas
implantação, acompanhamento, e de trabalho especificadas no
qualificação da Atenção Básica e de Sistema de Cadastro Nacional de
ampliação e consolidação da Estabelecimentos de Saúde vigente
Estratégia Saúde da Família; e a modalidade de atenção.
XII - definir estratégias de Art. 11 A operacionalização da
institucionalização da avaliação da Política Nacional de Atenção Básica
Atenção Básica; está detalhada no Anexo a esta
XIII - desenvolver ações, articular Portaria.
instituições e promover acesso aos Art. 12 Fica revogada a Portaria nº
trabalhadores, para formação e 2.488/GM/MS, de 21 de outubro de
garantia de educação permanente e 2011.
continuada aos profissionais de Art. 13. Esta Portaria entra em vigor
saúde de todas as equipes que na data de sua publicação.
atuam na Atenção Básica RICARDO BARROS
implantadas; ANEXO
XIV - selecionar, contratar e
remunerar os profissionais que
compõem as equipes
multiprofissionais de Atenção
Básica, em conformidade com a
legislação vigente;
XV - garantir recursos materiais,
equipamentos e insumos suficientes
para o funcionamento das UBS e
equipes, para a execução do
conjunto de ações propostas;
XVI - garantir acesso ao apoio
diagnóstico e laboratorial necessário
ao cuidado resolutivo da população;
27

POLÍTICA NACIONAL DE consonância com a política de


ATENÇÃO BÁSICA promoção da equidade em saúde.
OPERACIONALIZAÇÃO A Atenção Básica considera a
pessoa em sua singularidade e
CAPÍTULO I inserção sociocultural, buscando
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA produzir a atenção integral,
ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE incorporar as ações de vigilância em
A Política Nacional de Atenção saúde - a qual constitui um
Básica (PNAB) é resultado da processo contínuo e sistemático de
experiência acumulada por um coleta, consolidação, análise e
conjunto de atores envolvidos disseminação de dados sobre
historicamente com o eventos relacionados à saúde -
desenvolvimento e a consolidação além disso, visa o planejamento e a
do Sistema Único de Saúde (SUS), implementação de ações públicas
como movimentos sociais, para a proteção da saúde da
população, trabalhadores e gestores população, a prevenção e o controle
das três esferas de governo. Esta de riscos, agravos e doenças, bem
Portaria, conforme normatização como para a promoção da saúde.
vigente no SUS, que define a Destaca-se ainda o desafio de
organização em Redes de Atenção superar compreensões simplistas,
à Saúde (RAS) como estratégia nas quais, entre outras, há
para um cuidado integral e dicotomia e oposição entre a
direcionado às necessidades de assistência e a promoção da saúde.
saúde da população, destaca a Para tal, deve-se partir da
Atenção Básica como primeiro compreensão de que a saúde
ponto de atenção e porta de entrada possui múltiplos determinantes e
preferencial do sistema, que deve condicionantes e que a melhora das
ordenar os fluxos e contrafluxos de condições de saúde das pessoas e
pessoas, produtos e informações coletividades passa por diversos
em todos os pontos de atenção à fatores, os quais grande parte
saúde. podem ser abordados na Atenção
Esta Política Nacional de Atenção Básica.
Básica tem na Saúde da Família
sua estratégia prioritária para 1 - PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA
expansão e consolidação da ATENÇÃO BÁSICA
Atenção Básica. Contudo reconhece Os princípios e diretrizes, a
outras estratégias de organização caracterização e a relação de
da Atenção Básica nos territórios, serviços ofertados na Atenção
que devem seguir os princípios e Básica serão orientadores para a
diretrizes da Atenção Básica e do sua organização nos municípios,
SUS, configurando um processo conforme descritos a seguir:
progressivo e singular que 1.1 - Princípios
considera e inclui as especificidades - Universalidade: possibilitar o
locorregionais, ressaltando a acesso universal e contínuo a
dinamicidade do território e a serviços de saúde de qualidade e
existência de populações resolutivos, caracterizados como a
específicas, itinerantes e dispersas, porta de entrada aberta e
que também são de preferencial da RAS (primeiro
responsabilidade da equipe contato), acolhendo as pessoas e
enquanto estiverem no território, em promovendo a vinculação e
28

corresponsabilização pela atenção pontos de atenção à saúde e o


às suas necessidades de saúde. O reconhecimento adequado das
estabelecimento de mecanismos necessidades biológicas,
que assegurem acessibilidade e psicológicas, ambientais e sociais
acolhimento pressupõe uma lógica causadoras das doenças, e manejo
de organização e funcionamento do das diversas tecnologias de cuidado
serviço de saúde que parte do e de gestão necessárias a estes
princípio de que as equipes que fins, além da ampliação da
atuam na Atenção Básica nas UBS autonomia das pessoas e
devem receber e ouvir todas as coletividade.
pessoas que procuram seus 1.2 - Diretrizes
serviços, de modo universal, de fácil -Regionalização e Hierarquização:
acesso e sem diferenciações dos pontos de atenção da RAS,
excludentes, e a partir daí construir tendo a Atenção Básica como ponto
respostas para suas demandas e de comunicação entre esses.
necessidades. Considera-se regiões de saúde
- Equidade: ofertar o cuidado, como um recorte espacial
reconhecendo as diferenças nas estratégico para fins de
condições de vida e saúde e de planejamento, organização e gestão
acordo com as necessidades das de redes de ações e serviços de
pessoas, considerando que o direito saúde em determinada localidade, e
à saúde passa pelas diferenciações a hierarquização como forma de
sociais e deve atender à organização de pontos de atenção
diversidade. Ficando proibida da RAS entre si, com fluxos e
qualquer exclusão baseada em referências estabelecidos.
idade, gênero, cor, crença, -Territorialização e Adstrição: de
nacionalidade, etnia, orientação forma a permitir o planejamento, a
sexual, identidade de gênero, programação descentralizada e o
estado de saúde, condição desenvolvimento de ações setoriais
socioeconômica, escolaridade ou e intersetoriais com foco em um
limitação física, intelectual, território específico, com impacto na
funcional, entre outras, com situação, nos condicionantes e
estratégias que permitam minimizar determinantes da saúde das
desigualdades, evitar exclusão pessoas e coletividades que
social de grupos que possam vir a constituem aquele espaço e estão,
sofrer estigmatização ou portanto, adstritos a ele. Para
discriminação; de maneira que efeitos desta portaria, considerasse
impacte na autonomia e na situação Território a unidade geográfica
de saúde. única, de construção
- Integralidade: É o conjunto de descentralizada do SUS na
serviços executados pela equipe de execução das ações estratégicas
saúde que atendam às destinadas à vigilância, promoção,
necessidades da população adscrita prevenção, proteção e recuperação
nos campos do cuidado, da da saúde. Os Territórios são
promoção e manutenção da saúde, destinados para dinamizar a ação
da prevenção de doenças e em saúde pública, o estudo social,
agravos, da cura, da reabilitação, econômico, epidemiológico,
redução de danos e dos cuidados assistencial, cultural e identitário,
paliativos. Inclui a responsabilização possibilitando uma ampla visão de
pela oferta de serviços em outros cada unidade geográfica e
29

subsidiando a atuação na Atenção cuidado do usuário em outros


Básica, de forma que atendam a pontos da RAS, quando necessário.
necessidade da população adscrita VI - Longitudinalidade do cuidado:
e ou as populações específicas. pressupõe a continuidade da
III - População Adscrita: população relação de cuidado, com construção
que está presente no território da de vínculo e responsabilização entre
UBS, de forma a estimular o profissionais e usuários ao longo do
desenvolvimento de relações de tempo e de modo permanente e
vínculo e responsabilização entre as consistente, acompanhando os
equipes e a população, garantindo a efeitos das intervenções em saúde
continuidade das ações de saúde e e de outros elementos na vida das
a longitudinalidade do cuidado e pessoas, evitando a perda de
com o objetivo de ser referência referências e diminuindo os riscos
para o seu cuidado. de atrogenia que são decorrentes
- Cuidado Centrado na Pessoa: do desconhecimento das histórias
aponta para o desenvolvimento de de vida e da falta de coordenação
ações de cuidado de forma do cuidado.
singularizada, que auxilie as VII - Coordenar o cuidado: elaborar,
pessoas a desenvolverem os acompanhar e organizar o fluxo dos
conhecimentos, aptidões, usuários entre os pontos de atenção
competências e a confiança das RAS. Atuando como o centro de
necessária para gerir e tomar comunicação entre os diversos
decisões embasadas sobre sua pontos de atenção,
própria saúde e seu cuidado de responsabilizando-se pelo cuidado
saúde de forma mais efetiva. O dos usuários em qualquer destes
cuidado é construído com as pontos através de uma relação
pessoas, de acordo com suas horizontal, contínua e integrada,
necessidades e potencialidades na com o objetivo de produzir a gestão
busca de uma vida independente e compartilhada da atenção integral.
plena. A família, a comunidade e Articulando também as outras
outras formas de coletividade são estruturas das redes de saúde e
elementos relevantes, muitas vezes intersetoriais, públicas, comunitárias
condicionantes ou determinantes na e sociais.
vida das pessoas e, por VIII - Ordenar as redes: reconhecer
conseqüência, no cuidado. as necessidades de saúde da
- Resolutividade: reforça a população sob sua
importância da Atenção Básica ser responsabilidade, organizando as
resolutiva, utilizando e articulando necessidades desta população em
diferentes tecnologias de cuidado relação aos outros pontos de
individual e coletivo, por meio de atenção à saúde, contribuindo para
uma clínica ampliada capaz de que o planejamento das ações,
construir vínculos positivos e assim como, a programação dos
intervenções clínica e serviços de saúde, parta das
sanitariamente efetivas, centrada na necessidades de saúde das
pessoa, na perspectiva de pessoas.
ampliação dos graus de autonomia IX - Participação da comunidade:
dos indivíduos e grupos sociais. estimular a participação das
Deve ser capaz de resolver a pessoas, a orientação comunitária
grande maioria dos problemas de das ações de saúde na Atenção
saúde da população, coordenando o Básica e a competência cultural no
30

cuidado, como forma de ampliar sua em relação aos outros pontos de


autonomia e capacidade na atenção à saúde, contribuindo para
construção do cuidado à sua saúde que a programação dos serviços de
e das pessoas e coletividades do saúde parta das necessidades das
território. Considerando ainda o pessoas, com isso fortalecendo o
enfrentamento dos determinantes e planejamento ascendente.
condicionantes de saúde, através A Atenção Básica é caracterizada
de articulação e integração das como porta de entrada preferencial
ações intersetoriais na organização do SUS, possui um espaço
e orientação dos serviços de saúde, privilegiado de gestão do cuidado
a partir de lógicas mais centradas das pessoas e cumpre papel
nas pessoas e no exercício do estratégico na rede de atenção,
controle social. servindo como base para o seu
2 - A ATENÇÃO BÁSICA NA REDE ordenamento e para a efetivação da
DE ATENÇÃO À SAÚDE integralidade. Para tanto, é
Esta portaria, conforme necessário que a Atenção Básica
normatização vigente do SUS, tenha alta resolutividade, com
define a organização na RAS, como capacidade clínica e de cuidado e
estratégia para um cuidado integral incorporação de tecnologias leves,
e direcionado às necessidades de leve duras e duras (diagnósticas e
saúde da população. As RAS terapêuticas), além da articulação
constituem-se em arranjos da Atenção Básica com outros
organizativos formados por ações e pontos da RAS.
serviços de saúde com diferentes Os estados, municípios e o distrito
configurações tecnológicas e federal, devem articular ações
missões assistenciais, articulados intersetoriais, assim como a
de forma complementar e com base organização da RAS, com ênfase
territorial, e têm diversos atributos, nas necessidades locorregionais,
entre eles, destaca-se: a Atenção promovendo a integração das
Básica estruturada como primeiro referências de seu território.
ponto de atenção e principal porta Recomenda-se a articulação e
de entrada do sistema, constituída implementação de processos que
de equipe multidisciplinar que cobre aumentem a capacidade clínica das
toda a população, integrando, equipes, que fortaleçam práticas de
coordenando o cuidado e microrregulação nas Unidades
atendendo as necessidades de Básicas de Saúde, tais como gestão
saúde das pessoas do seu território. de filas próprias da UBS e dos
O Decreto nº 7.508, de 28 de julho exames e consultas
de 2011, que regulamenta a Lei nº descentralizados/programados para
8.080/90, define que "o acesso cada UBS, que propiciem a
universal, igualitário e ordenado às comunicação entre UBS, centrais de
ações e serviços de saúde se inicia regulação e serviços
pelas portas de entrada do SUS e especializados, com pactuação de
se completa na rede regionalizada e fluxos e protocolos, apoio matricial
hierarquizada". presencial e/ou a distância, entre
Para que a Atenção Básica possa outros.
ordenar a RAS, é preciso Um dos destaques que merecem
reconhecer as necessidades de ser feitos é a consideração e a
saúde da população sob sua incorporação, no processo de
responsabilidade, organizando-as referenciamento, das ferramentas
31

de telessaúde articulado às A infraestrutura de uma UBS deve


decisões clínicas e aos processos estar adequada ao quantitativo de
de regulação do acesso. A população adscrita e suas
utilização de protocolos de especificidades, bem como aos
encaminhamento servem como processos de trabalho das equipes
ferramenta, ao mesmo tempo, de e à atenção à saúde dos usuários.
gestão e de cuidado, pois tanto Os parâmetros de estrutura devem,
orientam as decisões dos portanto, levar em consideração a
profissionais solicitantes quanto se densidade demográfica, a
constituem como referência que composição, atuação e os tipos de
modula a avaliação das solicitações equipes, perfil da população, e as
pelos médicos reguladores. ações e serviços de saúde a serem
Com isso, espera-se que ocorra realizados. É importante que sejam
uma ampliação do cuidado clínico e previstos espaços físicos e
da resolutividade na Atenção ambientes adequados para a
Básica, evitando a exposição das formação de estudantes e
pessoas a consultas e/ou trabalhadores de saúde de nível
procedimentos desnecessários. médio e superior, para a formação
Além disso, com a organização do em serviço e para a educação
acesso, induz-se ao uso racional permanente na UBS.
dos recursos em saúde, impede As UBS devem ser construídas de
deslocamentos desnecessários e acordo com as normas sanitárias e
traz maior eficiência e equidade à tendo como referência as
gestão das listas de espera. normativas de infraestrutura
A gestão municipal deve articular e vigentes, bem como possuir
criar condições para que a identificação segundo os padrões
referência aos serviços visuais da Atenção Básica e do
especializados ambulatoriais, sejam SUS. Devem, ainda, ser
realizados preferencialmente pela cadastradas no Sistema de
Atenção Básica, sendo de sua Cadastro Nacional de
responsabilidade: Estabelecimentos de Saúde
a) Ordenar o fluxo das pessoas nos (SCNES), de acordo com as normas
demais pontos de atenção da RAS; em vigor para tal.
b) Gerir a referência e As UBS poderão ter pontos de
contrarreferência em outros pontos apoio para o atendimento de
de atenção; populações dispersas (rurais,
c) Estabelecer relação com os ribeirinhas, assentamentos, áreas
especialistas que cuidam das pantaneiras, etc.), com
pessoas do território. reconhecimento no SCNES, bem
3-INFRAESTRUTURA AMBIÊNCIA como nos instrumentos de
E FUNCIONAMENTO DA monitoramento e avaliação. A
ATENÇÃO BÁSICA estrutura física dos pontos de apoio
Este item refere-se ao conjunto de deve respeitar as normas gerais de
procedimentos que objetiva adequar segurança sanitária.
a estrutura física, tecnológica e de A ambiência de uma UBS refere-se
recursos humanos das UBS às ao espaço físico (arquitetônico),
necessidades de saúde da entendido como lugar social,
população de cada território. profissional e de relações
3.1 Infraestrutura e ambiência interpessoais, que deve
proporcionar uma atenção
32

acolhedora e humana para as de saúde bucal, será necessário


pessoas, além de um ambiente consultório odontológico com equipo
saudável para o trabalho dos odontológico completo;
profissionais de saúde. A. área de recepção, local para
Para um ambiente adequado em arquivos e registros, sala
uma UBS, existem componentes multiprofissional de acolhimento à
que atuam como modificadores e demanda espontânea, sala de
qualificadores do espaço, administração e gerência, banheiro
recomenda-se contemplar: público e para funcionários, entre
Recepção sem grades (para não outros ambientes conforme a
intimidar ou dificultar a comunicação necessidade.
e também garantir privacidade à B. Unidade Básica de Saúde Fluvial
pessoa), identificação dos serviços Recomendam-se os seguintes
existentes, escala dos profissionais, ambientes:
horários de funcionamento e A. consultório médico; consultório
sinalização de fluxos, conforto de enfermagem; área para
térmico e acústico, e espaços assistência farmacêutica,
adaptados para as pessoas com laboratório, sala de vacina; sala de
deficiência em conformidade com as procedimentos; e, se forem
normativas vigentes. compostas por profissionais de
Além da garantia de infra-estrutura saúde bucal, será necessário
e ambiência apropriadas, para a consultório odontológico com equipo
realização da prática profissional na odontológico completo;
Atenção Básica, é necessário B. área de recepção, banheiro
disponibilizar equipamentos público; banheiro exclusivo para os
adequados, recursos humanos funcionários; expurgo; cabines com
capacitados, e materiais e insumos leitos em número suficiente para
suficientes à atenção à saúde toda a equipe; cozinha e outro
prestada nos municípios e Distrito ambientes conforme necessidade.
Federal. C. Unidade Odontológica Móvel
3.2 Tipos de unidades e Recomenda-se veículo devidamente
equipamentos de Saúde: São adaptado para a finalidade de
considerados unidades ou atenção à saúde bucal, equipado
equipamentos de saúde no âmbito com:
da Atenção Básica: Compressor para uso odontológico
a) Unidade Básica de Saúde com sistema de filtragem; aparelho
Recomenda-se os seguintes de raios-x para radiografias
ambientes: consultório médico e de periapicais e interproximais;
enfermagem, consultório com aventais de chumbo; conjunto peças
sanitário, sala de procedimentos, de mão contendo micro-motor com
sala de vacinas, área para peça reta e contra ângulo, e alta
assistência farmacêutica, sala de rotação; gabinete odontológico;
inalação coletiva, sala de cadeira odontológica, equipo
procedimentos, sala de odontológico e refletor odontológico;
coleta/exames, sala de curativos, unidade auxiliar odontológica;
sala de expurgo, sala de mocho odontológico; autoclave;
esterilização, sala de observação e amalgamador; fotopolimerizador; e
sala de atividades coletivas para os refrigerador.
profissionais da Atenção Básica. Se 3.3 - Funcionamento
forem compostas por profissionais
33

Recomenda-se que as Unidades Básica (eAB) e de Saúde da Família


Básicas de Saúde tenham seu (eSF), com ou sem os profissionais
funcionamento com carga horária de saúde bucal, pelas quais o
mínima de 40 horas/semanais, no Município e o Distrito Federal
mínimo 5 (cinco) dias da semana e poderão fazer jus ao recebimento
nos 12 meses do ano, possibilitando de recursos financeiros específicos,
acesso facilitado à população. conforme a seguinte fórmula:
Horários alternativos de População/2.000.
funcionamento podem ser iv) - Em municípios ou territórios
pactuados através das instâncias de com menos de 2.000 habitantes,
participação social, desde que que uma equipe de Saúde da
atendam expressamente a Família (eSF) ou de Atenção Básica
necessidade da população, (eAB) seja responsável por toda
observando, sempre que possível, a população;
carga horária mínima descrita Reitera-se a possibilidade de definir
acima. outro parâmetro populacional de
Como forma de garantir a responsabilidade da equipe de
coordenação do cuidado, ampliando acordo com especificidades
o acesso e Resolutividade das territoriais, vulnerabilidades, riscos e
equipes que atuam na Atenção dinâmica comunitária respeitando
Básica, recomenda-se: critérios de equidade, ou, ainda,
i) - População adscrita por equipe pela decisão de possuir um número
de Atenção Básica (eAB) e de inferior de pessoas por equipe de
Saúde da Família (eSF) de 2.000 a Atenção Básica (eAB) e equipe de
3.500 pessoas, localizada dentro do Saúde da Família (eSF) para
seu território, garantindo os avançar no acesso e na qualidade
princípios e diretrizes da Atenção da Atenção Básica.
Básica. Para que as equipes que atuam na
Além dessa faixa populacional, Atenção Básica possam atingir seu
podem existir outros arranjos de potencial resolutivo, de forma a
adscrição, conforme garantir a coordenação do cuidado,
vulnerabilidades, riscos e dinâmica ampliando o acesso, é necessário
comunitária, facultando aos adotar estratégias que permitam a
gestores locais, conjuntamente com definição de um amplo escopo dos
as equipes que atuam na Atenção serviços a serem ofertados na UBS,
Básica e Conselho Municipal ou de forma que seja compatível com
Local de Saúde, a possibilidade de as necessidades e demandas de
definir outro parâmetro populacional saúde da população adscrita, seja
de responsabilidade da equipe, por meio da Estratégia Saúde da
podendo ser maior ou menor do que Família ou outros arranjos de
o parâmetro recomendado, de equipes de Atenção Básica (eAB),
acordo com as especificidades do que atuem em conjunto,
território, assegurando-se a compartilhando o cuidado e
qualidade do cuidado. apoiando as práticas de saúde nos
ii) - 4 (quatro) equipes por UBS territórios. Essa oferta de ações e
(Atenção Básica ou Saúde da serviços na Atenção Básica deve
Família), para que possam atingir considerar políticas e programas
seu potencial resolutivo. prioritários, as diversas realidades e
iii) - Fica estipulado para cálculo do necessidades dos territórios e das
teto máximo de equipes de Atenção pessoas, em parceria com o
34

controle social. As ações e serviços necessários, devem ser garantidos


da Atenção Básica deverão seguir igualmente para todo o país,
padrões essenciais e ampliados: buscando uniformidade de atuação
Padrões Essenciais - ações e da Atenção Básica no território
procedimentos básicos relacionados nacional. Já o elenco de ações e
a condições básico-essenciais de procedimentos ampliados deve
acesso e qualidade na Atenção contemplar de forma mais flexível
Básica; e às necessidades e demandas de
- Padrões Ampliados - ações e saúde das populações em cada
procedimentos considerados localidade, sendo definido a partir
estratégicos para se avançar e de suas especificidades
alcançar padrões elevados de locorregionais.
acesso e qualidade na Atenção As unidades devem organizar o
Básica, considerando serviço de modo a otimizar os
especificidades locais, indicadores e processos de trabalho, bem como o
parâmetros estabelecidos nas acesso aos demais níveis de
Regiões de Saúde. atenção da RAS.
A oferta deverá ser pública, Toda UBS deve monitorar a
desenvolvida em parceria com o satisfação de seus usuários,
controle social, pactuada nas oferecendo o registro de elogios,
instâncias interfederativas, com críticas ou reclamações, por meio
financiamento regulamentado em de livros, caixas de sugestões ou
normativa específica. canais eletrônicos. As UBS deverão
Caberá a cada gestor municipal assegurar o acolhimento e escuta
realizar análise de demanda do ativa e qualificada das pessoas,
território e ofertas das UBS para mesmo que não sejam da área de
mensurar sua capacidade abrangência da unidade, com
resolutiva, adotando as medidas classificação de risco e
necessárias para ampliar o acesso, encaminhamento responsável de
a qualidade e resolutividade das acordo com as necessidades
equipes e serviços da sua UBS. apresentadas, articulando-se com
A oferta de ações e serviços da outros serviços de forma resolutiva,
Atenção Básica deverá estar em conformidade com as linhas de
disponível aos usuários de forma cuidado estabelecidas.
clara, concisa e de fácil Deverá estar afixado em local
visualização, conforme visível, próximo à entrada da UBS:
padronização pactuada nas - Identificação e horário de
instâncias gestoras. atendimento;
Todas as equipes que atuam na - Mapa de abrangência, com a
Atenção Básica deverão garantir a cobertura de cada equipe;
oferta de todas as ações e - Identificação do Gerente da
procedimentos do Padrão Essencial Atenção Básica no território e dos
e recomenda-se que também componentes de cada equipe da
realizarem ações e serviços do UBS;
Padrão Ampliado, considerando as - Relação de serviços disponíveis; e
necessidades e demandas de - Detalhamento das escalas de
saúde das populações em cada atendimento de cada equipe.
localidade. Os serviços dos padrões 3.4 - Tipos de Equipes:
essenciais, bem como os 1 - Equipe de Saúde da Família
equipamentos e materiais (eSF): É a estratégia prioritária de
35

atenção à saúde e visa à atender aos princípios e diretrizes


reorganização da Atenção Básicano propostas para a AB. A gestão
país, de acordo com os preceitos do municipal poderá compor equipes
SUS. É considerada como de Atenção Básica (eAB) de acordo
estratégia de expansão, qualificação com características e necessidades
e consolidação da Atenção Básica, do município. Como modelo
por favorecer uma reorientação do prioritário é a ESF, as equipes de
processo de trabalho com maior Atenção Básica (eAB) podem
potencial de ampliar a resolutividade posteriormente se organizar tal qual
e impactar na situação de saúde o modelo prioritário.
das pessoas e coletividades, além As equipes deverão ser compostas
de propiciar uma importante relação minimamente por médicos
custo-efetividade. preferencialmente da especialidade
Composta no mínimo por médico, medicina de família e comunidade,
preferencialmente da especialidade enfermeiro preferencialmente
medicina de família e comunidade, especialista em saúde da família,
enfermeiro, preferencialmente auxiliares de enfermagem e ou
especialista em saúde da família; técnicos de enfermagem. Poderão
auxiliar e/ou técnico de enfermagem agregar outros profissionais como
e agente comunitário de saúde dentistas, auxiliares de saúde bucal
(ACS). Podendo fazer parte da e ou técnicos de saúde bucal,
equipe o agente de combate às agentes comunitários de saúde e
endemias (ACE) e os profissionais agentes de combate à endemias.
de saúde bucal: cirurgião-dentista, A composição da carga horária
preferencialmente especialista em mínima por categoria pro-fissional
saúde da família, e auxiliar ou deverá ser de 10 (dez) horas, com
técnico em saúde bucal. no máximo de 3 (três) profissionais
O número de ACS por equipe por categoria, devendo somar no
deverá ser definido de acordo com mínimo 40 horas/semanais.
base populacional, critérios O processo de trabalho, a
demográficos, epidemiológicos e combinação das jornadas de
socioeconômicos, de acordo com trabalho dos profissionais das
definição local. equipes e os horários e dias de
Em áreas de grande dispersão funcionamento devem ser
territorial, áreas de risco e organizados de modo que garantam
vulnerabilidade social, recomenda- amplamente acesso, o vínculo entre
se a cobertura de 100% da as pessoas e profissionais, a
população com número máximo de continuidade, coordenação e
750 pessoas por ACS. longitudinalidade do cuidado.
Para equipe de Saúde da Família, A distribuição da carga horária dos
há a obrigatoriedade de carga profissionais é de responsabilidade
horária de 40 (quarenta) horas do gestor, devendo considerar o
semanais para todos os perfil demográfico e epidemiológico
profissionais de saúde membros da local para escolha da especialidade
ESF. Dessa forma, os profissionais médica, estes devem atuar como
da ESF poderão estar vinculados a generalistas nas equipes de
apenas 1 (uma) equipe de Saúde da Atenção Básica (eAB).
Família, no SCNES vigente. Importante ressaltar que para o
2 - Equipe da Atenção Básica funcionamento a equipe deverá
(eAB): esta modalidade deve contar também com profissionais de
36

nível médio como técnico ou auxiliar composta por categorias de


de enfermagem. profissionais da saúde,
3 - Equipe de Saúde Bucal (eSB): complementar às equipes que
Modalidade que pode compor as atuam na Atenção Básica. É
equipes que atuam na atenção formada por diferentes ocupações
básica, constituída por um cirurgião- (profissões e especialidades) da
dentista e um técnico em saúde área da saúde, atuando de maneira
bucal e/ou auxiliar de saúde bucal. integrada para dar suporte (clínico,
Os profissionais de saúde bucal que sanitário e pedagógico) aos
compõem as equipes de Saúde da profissionais das equipes de Saúde
Família (eSF) e de Atenção Básica da Família (eSF) e de Atenção
(eAB) e de devem estar vinculados Básica (eAB).
à uma UBS ou a Unidade Busca-se que essa equipe seja
Odontológica Móvel, podendo se membro orgânico da Atenção
organizar nas seguintes Básica, vivendo integralmente o dia
modalidades: a dia nas UBS e trabalhando de
Modalidade I: Cirurgião-dentista e forma horizontal e interdisciplinar
auxiliar em saúde bucal (ASB) ou com os demais profissionais,
técnico em saúde bucal (TSB) e; garantindo a longitudinalidade do
Modalidade II: Cirurgião-dentista, cuidado e a prestação de serviços
TSB e ASB, ou outro TSB. diretos à população. Os diferentes
Independente da modalidade profissionais devem estabelecer e
adotada, os profissionais de Saúde compartilhar saberes, práticas e
Bucal são vinculados a uma equipe gestão do cuidado, com uma visão
de Atenção Básica (eAB) ou equipe comum e aprender a solucionar
de Saúde da Família (eSF), problemas pela comunicação, de
devendo compartilhar a gestão e o modo a maximizar as habilidades
processo de trabalho da equipe, singulares de cada um.
tendo responsabilidade sanitária Deve estabelecer seu processo de
pela mesma população e território trabalho a partir de problemas,
adstrito que a equipe de Saúde da demandas e necessidades de
Família ou Atenção Básica a qual saúde de pessoas e grupos sociais
integra. em seus territórios, bem como a
Cada equipe de Saúde de Família partir de dificuldades dos
que for implantada com os profissionais de todos os tipos de
profissionais de saúde bucal ou equipes que atuam na Atenção
quando se introduzir pela primeira Básica em suas análises e manejos.
vez os profissionais de saúde bucal Para tanto, faz-se necessário o
numa equipe já implantada, compartilhamento de saberes,
modalidade I ou II, o gestor práticas intersetoriais e de gestão
receberá do Ministério da Saúde os do cuidado em rede e a realização
equipamentos odontológicos, de educação permanente e gestão
através de doação direta ou o de coletivos nos territórios sob
repasse de recursos necessários responsabilidade destas equipes.
para adquiri-los (equipo Ressalta-se que os Nasf-AB não se
odontológico completo). constituem como serviços com
4 - Núcleo Ampliado de Saúde da unidades físicas independentes ou
Família e Atenção Básica (Nasf-AB) especiais, e não são de livre acesso
Constitui uma equipe para atendimento individual ou
multiprofissional e interdisciplinar coletivo (estes, quando necessários,
37

devem ser regulados pelas equipes Fonoaudiólogo;


que atuam na Atenção Básica). Médico Ginecologista/Obstetra;
Devem, a partir das demandas Médico Homeopata; Nutricionista;
identificadas no trabalho conjunto Médico Pediatra; Psicólogo; Médico
com as equipes, atuar de forma Psiquiatra; Terapeuta Ocupacional;
integrada à Rede de Atenção à Médico Geriatra; Médico Internista
Saúde e seus diversos pontos de (clinica médica), Médico do
atenção, além de outros Trabalho, Médico Veterinário,
equipamentos sociais profissional com formação em arte e
públicos/privados, redes sociais e educação (arte educador) e
comunitárias. Compete profissional de saúde sanitarista, ou
especificamente à Equipe do Núcleo seja, profissional graduado na área
Ampliado de Saúde da Família e de saúde com pós-graduação em
Atenção Básica (Nasf- AB): saúde pública ou coletiva ou
A. Participar do planejamento graduada diretamente em uma
conjunto com as equipes que dessas áreas conforme normativa
atuam na Atenção Básica à que vigente.
estão vinculadas; A definição das categorias
B. Contribuir para a integralidade do profissionais é de autonomia do
cuidado aos usuários do SUS gestor local, devendo ser escolhida
principalmente por intermédio da de acordo com as necessidades dos
ampliação da clínica, auxiliando territórios.
no aumento da capacidade de 5 - Estratégias de Agentes
análise e de intervenção sobre Comunitários de Saúde (EACS):
problemas e necessidades de É prevista a implantação da
saúde, tanto em termos clínicos Estratégia de Agentes Comunitários
quanto sanitários; de Saúde nas UBS como uma
C. Realizar discussão de casos, possibilidade para a reorganização
atendimento individual, inicial da Atenção Básica com vistas
compartilhado, interconsulta, à implantação gradual da Estratégia
construção conjunta de projetos de Saúde da Família ou como uma
terapêuticos, educação forma de agregar os agentes
permanente, intervenções no comunitários a outras maneiras de
território e na saúde de grupos organização da Atenção Básica.
populacionais de todos os ciclos São itens necessários à
de vida, e da coletividade, ações implantação desta estratégia:
intersetoriais, ações de A. A existência de uma Unidade
prevenção e promoção da saúde, Básica de Saúde, inscrita no
discussão do processo de SCNES vigente que passa a ser a
trabalho das equipes dentre UBS de referência para a equipe de
outros, no território. agentes comunitários de saúde;
Poderão compor os NASF-AB as B. O número de ACS e ACE por
ocupações do Código Brasileiro de equipe deverá ser definido de
Ocupações - CBO na área de acordo com base populacional
saúde: Médico Acupunturista; (critérios demográficos,
Assistente Social; epidemiológicos e
Profissional/Professor de Educação socioeconômicos), conforme
Física; legislação vigente.
Farmacêutico; C. Cumprimento da carga horária
Fisioterapeuta; integral de 40 horas semanais por
38

toda a equipe de agentes Assim, toda equipe de Atenção


comunitários, por cada membro da Básica deve realizar atenção à
equipe; composta por ACS e saúde de populações específicas.
enfermeiro supervisor; Em algumas realidades, contudo,
D. O enfermeiro supervisor e os ainda é possível e necessário
ACS devem estar cadastrados no dispor, além das equipes descritas
SCNES vigente, vinculados à anteriormente, de equipes
equipe; adicionais para realizar as ações de
E. Cada ACS deve realizar as ações saúde a populações específicas no
previstas nas regulamentações âmbito da Atenção Básica, que
vigentes e nesta portaria e ter uma devem atuar de forma integrada
microárea sob sua para a qualificação do cuidado no
responsabilidade, cuja população território. Aponta-se para um
não ultrapasse 750 pessoas; horizonte em que as equipes que
f. A atividade do ACS deve se dar atuam na Atenção Básica possam
pela lógica do planejamento do incorporar tecnologias dessas
processo de trabalho a partir das equipes específicas, de modo que
necessidades do território, com se faça uma transição para um
priorização para população com momento em que não serão
maior grau de vulnerabilidade e de necessárias essas equipes
risco epidemiológico; específicas, e todas as pessoas e
g. A atuação em ações básicas de populações serão acompanhadas
saúde deve visar à integralidade do pela eSF.
cuidado no território; São consideradas equipes de
h. Cadastrar, preencher e informar Atenção Básica para Populações
os dados através do Sistema de Específicas:
Informação em Saúde para a 3.6 - ESPECIFICIDADES DA
Atenção Básica vigente. ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
3.5 - EQUIPES DE ATENÇÃO 1 - Equipes de Saúde da Família
BÁSICA PARA POPULAÇÕES para o atendimento da População
ESPECÍFICAS Ribeirinha da Amazônia Legal e
Todos os profissionais do SUS e, Pantaneira: Considerando as
especialmente, da Atenção Básica especificidades loco regionais, os
são responsáveis pela atenção à municípios da Amazônia Legal e
saúde de populações que Pantaneiras podem optar entre 2
apresentem vulnerabilidades sociais (dois) arranjos organizacionais para
específicas e, por conseqüência, equipes Saúde da Família, além dos
necessidades de saúde específicas, existentes para o restante do país:
assim como pela atenção à saúde a. Equipe de Saúde da Família
de qualquer outra pessoa. Isso Ribeirinha (eSFR): São equipes que
porque a Atenção Básica possui desempenham parte significativa de
responsabilidade direta sobre ações suas funções em UBS construídas
de saúde em determinado território, e/ou localizadas nas comunidades
considerando suas singularidades, o pertencentes à área adstrita e cujo
que possibilita intervenções mais acesso se dá por meio fluvial e que,
oportunas nessas situações pela grande dispersão territorial,
específicas, com o objetivo de necessitam de embarcações para
ampliar o acesso à RAS e ofertar atender as comunidades dispersas
uma atenção integral à saúde. no território. As eSFR são
vinculadas a uma UBS, que pode
39

estar localizada na sede do Para as comunidades distantes da


Município ou em alguma UBS de referência, as eSFR
comunidade ribeirinha localizada na adotarão circuito de deslocamento
área adstrita. que garanta o atendimento a todas
A eSFR será formada por equipe as comunidades assistidas, ao
multiprofissional composta por, no menos a cada 60 (sessenta) dias,
mínimo: 1 (um) médico, para assegurar a execução das
preferencialmente da especialidade ações de Atenção Básica. Caso
de Família e Comunidade, 1 (um) necessário, poderão possuir
enfermeiro, preferencialmente unidades de apoio,
especialista em Saúde da Família e estabelecimentos que servem para
1 (um) auxiliar ou técnico de atuação das eSFR e que não
enfermagem, podendo acrescentar possuem outras equipes de Saúde
a esta composição, como parte da da Família vinculadas.
equipe multiprofissional, o ACS e Para operacionalizar a atenção à
ACE e os profissionais de saúde saúde das comunidades ribeirinhas
bucal:1 (um) cirurgião dentista, dispersas no território de
preferencialmente especialista em abrangência, a eSFR receberá
saúde da família e 1 (um) técnico ou incentivo financeiro de custeio para
auxiliar em saúde bucal. logística, que considera a existência
Nas hipóteses de grande dispersão das seguintes estruturas:
populacional, as ESFR podem a) até 4 (quatro) unidades de apoio
contar, ainda, com: até 24 (vinte e (ou satélites), vinculadas e
quatro) Agentes Comunitários de informadas no Cadastro Nacional de
Saúde; até 12 (doze) Estabelecimento de Saúde vigente,
microscopistas, nas regiões utilizada (s) como base (s) da (s)
endêmicas; até 11 (onze) equipe (s), onde será realizada a
Auxiliares/Técnicos de enfermagem; atenção de forma descentralizada; e
e 1 (um) Auxiliar/Técnico de saúde b) até 4 (quatro) embarcações de
bucal. As ESFR poderão, ainda, pequeno porte exclusivas para o
acrescentar até 2 (dois) deslocamento dos profissionais de
profissionais da área da saúde de saúde da (s) equipe (s) vinculada (s)
nível superior à sua composição, se ao Estabelecimento de Saúde de
dentre enfermeiros ou outros Atenção Básica.
profissionais previstos nas equipes Todas as unidades de apoio ou
de Nasf-AB. satélites e embarcações devem
Os agentes comunitários de saúde, estar devidamente informadas no
os auxiliares/técnicos de Cadastro Nacional de
enfermagem extras e os Estabelecimento de Saúde vigente,
auxiliares/técnicos de saúde bucal a qual as eSFR estão vinculadas.
cumprirão carga horária de até 40 Equipes de Saúde da Família
(quarenta) horas semanais de Fluviais (eSFF): São equipes que
trabalho e deverão residir na área desempenham suas funções em
de atuação. Unidades Básicas de Saúde Fluviais
As eSFR prestarão atendimento à (UBSF), responsáveis por
população por, no mínimo, 14 comunidades dispersas, ribeirinhas
(quatorze) dias mensais, com carga e pertencentes à área adstrita, cujo
horária equivalente a 8 (oito) horas acesso se dá por meio fluvial.
diárias. A eSFR será formada por equipe
multiprofissional composta por, no
40

mínimo: 1 (um) médico, Estabelecimento de Saúde vigente,


preferencialmente da especialidade utilizada (s) como base (s) da (s)
de Família e Comunidade, 1 (um) equipe (s), onde será realizada a
enfermeiro, preferencialmente atenção de forma descentralizada; e
especialista em Saúde da Família e b. até 4 (quatro) embarcações de
1 (um) auxiliar ou técnico de pequeno porte exclusivas para o
enfermagem, podendo acrescentar deslocamento dos profissionais de
a esta composição, como parte da saúde da (s) equipe (s) vinculada (s)
equipe multiprofissional, o ACS e se ao Estabelecimento de Saúde de
ACE e os profissionais de saúde Atenção Básica.
bucal:1 (um) cirurgião dentista, 1 - Equipe de Consultório na Rua
preferencialmente especialista em (eCR) -equipe de saúde com
saúde da família e 1 (um) técnico ou composição variável, responsável
auxiliar em saúde bucal. por articular e prestar atenção
Devem contar também, com um integral à saúde de pessoas em
(01) técnico de laboratório e/ou situação de rua ou com
bioquímico. Estas equipes poderão características análogas em
incluir, na composição mínima, os determinado território, em unidade
profissionais de saúde bucal, um (1) fixa ou móvel, podendo ter as
cirurgião dentista, preferencialmente modalidades e respectivos
especialista em saúde da família, e regramentos descritos em portaria
um (01) Técnico ou Auxiliar em específica.
Saúde Bucal. São itens necessários para o
Poderão, ainda, acrescentar até 2 funcionamento das equipes de
(dois) profissionais da área da Consultório na Rua (eCR):
saúde de nível superior à sua a. Realizar suas atividades de forma
composição, dentre enfermeiros ou itinerante, desenvolvendo ações na
outros profissionais previstos para rua, em instalações específicas, na
os Nasf - AB unidade móvel e também nas
Para as comunidades distantes da instalações de Unidades Básicas de
Unidade Básica de Saúde de Saúde do território onde está
referência, a eSF adotará circuito de atuando, sempre articuladas e
deslocamento que garanta o desenvolvendo ações em parceria
atendimento a todas as com as demais equipes que atuam
comunidades assistidas, ao menos na atenção básica do território
a cada 60 (sessenta) dias, para (eSF/eAB/UBS e Nasf-AB), e dos
assegurar a execução das ações de Centros de Atenção Psicossocial,
Atenção Básica. da Rede de Urgência/Emergência e
Para operacionalizar a atenção à dos serviços e instituições
saúde das comunidades ribeirinhas componentes do Sistema Único de
dispersas no território de Assistência Social entre outras
abrangência, onde a UBS Fluvial instituições públicas e da sociedade
não conseguir aportar, a eSF civil;
poderá receber incentivo financeiro b. Cumprir a carga horária mínima
de custeio para logística, que semanal de 30 horas. Porém seu
considera a existência das horário de funcionamento deverá
seguintes estruturas: ser adequado às demandas das
a. até 4 (quatro) unidades de apoio pessoas em situação de rua,
(ou satélites), vinculadas e podendo ocorrer em período diurno
informadas no Cadastro Nacional de
41

e/ou noturno em todos os dias da Para cálculo do teto das equipes


semana; dos Consultórios na Rua de Cada
c. As eCR poderão ser compostas Município, serão tomados como
pelas categorias profissionais base os dados dos censos
especificadas em portaria populacionais relacionados à
específica. população em situação de rua
Na composição de cada eCR deve realizados por órgãos oficiais e
haver, preferencialmente, o máximo reconhecidos pelo Ministério da
de dois profissionais da mesma Saúde.
profissão de saúde, seja de nível As regras estão publicadas em
médio ou superior. Todas as portarias específicas que
modalidades de eCR poderão disciplinam composição das
agregar agentes comunitários de equipes, valor do incentivo
saúde. financeiro, diretrizes de
O agente social, quando houver, funcionamento, monitoramento e
será considerado equivalente ao acompanhamento das equipes de
profissional de nível médio. consultório na rua entre outras
Entende-se por agente social o disposições.
profissional que desempenha 1 - Equipe de Atenção Básica
atividades que visam garantir a Prisional (eABP): São compostas
atenção, a defesa e a proteção às por equipe multiprofissional que
pessoas em situação de risco deve estar cadastrada no Sistema
pessoal e social, assim como Nacional de Estabelecimentos de
aproximar as equipes dos valores, Saúde vigente, e com
modos de vida e cultura das responsabilidade de articular e
pessoas em situação de rua. prestar atenção integral à saúde das
Para vigência enquanto equipe, pessoas privadas de liberdade.
deverá cumprir os seguintes Com o objetivo de garantir o acesso
requisitos: das pessoas privadas de liberdade
I - Demonstração do cadastramento no sistema prisional ao cuidado
da escr. No Sistema de Cadastro integral no SUS, é previsto na
Nacional de Estabelecimentos de Política Nacional de Atenção
Saúde (SCNES); e Integral à Saúde das Pessoas
II - Alimentação de dados no Privadas de Liberdade no Sistema
Sistema de Informação da Atenção Prisional (PNAISP), que os serviços
Básica vigente, conforme norma de saúde no sistema prisional
específica. passam a ser ponto de atenção da
Em Municípios ou áreas que não Rede de Atenção à Saúde (RAS) do
tenham Consultórios na Rua, o SUS, qualificando também a
cuidado integral das pessoas em Atenção Básica no âmbito prisional
situação de rua deve seguir sendo como porta de entrada do sistema e
de responsabilidade das equipes ordenadora das ações e serviços de
que atuam na Atenção Básica, saúde, devendo realizar suas
incluindo os profissionais de saúde atividades nas unidades prisionais
bucal e os Núcleos Ampliados à ou nas Unidades Básicas de Saúde
Saúde da Família e equipes de a que estiver vinculada, conforme
Atenção Básica (Nasf-AB) do portaria específica.
território onde estas pessoas estão 4 - ATRIBUIÇÕES DOS
concentradas. PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO
BÁSICA
42

As atribuições dos profissionais das como aquelas previstas nas


equipes que atuam na Atenção prioridades, protocolos, diretrizes
Básica deverão seguir normativas clínicas e terapêuticas, assim como,
específicas do Ministério da Saúde, na oferta nacional de ações e
bem como as definições de escopo serviços essenciais e ampliados da
de práticas, protocolos, diretrizes AB;
clínicas e terapêuticas, além de V. Garantir a atenção à saúde da
outras normativas técnicas população adscrita, buscando a
estabelecidas pelos gestores integralidade por meio da realização
federal, estadual, municipal ou do de ações de promoção, proteção e
Distrito Federal. recuperação da saúde, prevenção
4.1 Atribuições Comuns a todos os de doenças e agravos e da garantia
membros das Equipes que atuam de atendimento da demanda
na Atenção Básica: espontânea, da realização das
- Participar do processo de ações programáticas, coletivas e de
territorialização e mapeamento da vigilância em saúde, e incorporando
área de atuação da equipe, diversas racionalidades em saúde,
identificando grupos, famílias e inclusive Práticas Integrativas e
indivíduos expostos a riscos e Complementares;
vulnerabilidades; VI. Participar do acolhimento dos
- Cadastrar e manter atualizado o usuários, proporcionando
cadastramento e outros dados de atendimento humanizado,
saúde das famílias e dos indivíduos realizando classificação de risco,
no sistema de informação da identificando as necessidades de
Atenção Básica vigente, utilizando intervenções de cuidado,
as informações sistematicamente responsabilizando-se pela
para a análise da situação de continuidade da atenção e
saúde, considerando as viabilizando o estabelecimento do
características sociais, econômicas, vínculo;
culturais, demográficas e VII. Responsabilizar-se pelo
epidemiológicas do território, acompanhamento da população
priorizando as situações a serem adscrita ao longo do tempo no que
acompanhadas no planejamento se refere às múltiplas situações de
local; doenças e agravos, e às
- Realizar o cuidado integral à necessidades de cuidados
saúde da população adscrita, preventivos, permitindo a
prioritariamente no âmbito da longitudinalidade do cuidado;
Unidade Básica de Saúde, e VIII. Praticar cuidado individual,
quando necessário, no domicílio e familiar e dirigido a pessoas,
demais espaços comunitários famílias e grupos sociais, visando
(escolas, associações, entre propor intervenções que possam
outros), com atenção especial às influenciar os processos saúde-
populações que apresentem doença individual, das coletividades
necessidades específicas (em e da própria comunidade;
situação de rua, em medida IX. Responsabilizar-se pela
socioeducativa, privada de população adscrita mantendo a
liberdade, ribeirinha, fluvial, etc.). coordenação do cuidado mesmo
- Realizar ações de atenção à quando necessita de atenção em
saúde conforme a necessidade de outros pontos de atenção do
saúde da população local, bem sistema de saúde;
43

X. Utilizar o Sistema de Informação prevenção, proteção e recuperação


da Atenção Básica vigente para em saúde no território;
registro das ações de saúde na AB, XVII. Realizar busca ativa de
visando subsidiar a gestão, internações e atendimentos de
planejamento, investigação clínica e urgência/emergência por causas
epidemiológica, e à avaliação dos sensíveis à Atenção Básica, a fim
serviços de saúde;; de estabelecer estratégias que
XI. Contribuir para o processo de ampliem a resolutividade e a
regulação do acesso a partir da longitudinal idade pelas equipes que
Atenção Básica, participando da atuam na AB;
definição de fluxos assistenciais na XVIII. Realizar visitas domiciliares e
RAS, bem como da elaboração e atendimentos em domicílio às
implementação de protocolos e famílias e pessoas em residências,
diretrizes clínicas e terapêuticas Instituições de Longa Permanência
para a ordenação desses fluxos; (ILP), abrigos, entre outros tipos de
XII. Realizar a gestão das filas de moradia existentes em seu território,
espera, evitando a prática do de acordo com o planejamento da
encaminhamento desnecessário, equipe, necessidades e prioridades
com base nos processos de estabelecidas;
regulação locais (referência e contra XIX. Realizar atenção domiciliar a
referência), ampliando-a para um pessoas com problemas de saúde
processo de compartilhamento de controlados/compensados com
casos e acompanhamento algum grau de dependência para as
longitudinal de responsabilidade das atividades da vida diária e que não
equipes que atuam na atenção podem se deslocar até a Unidade
básica; Básica de Saúde;
XIII. Prever nos fluxos da RAS entre XX. Realizar trabalhos
os pontos de atenção de diferentes interdisciplinares e em equipe,
configurações tecnológicas a integrando áreas técnicas,
integração por meio de serviços de profissionais de diferentes
apoio logístico, técnico e de gestão, formações e até mesmo outros
para garantir a integralidade do níveis de atenção, buscando
cuidado; incorporar práticas de vigilância,
XIV. Instituir ações para segurança clínica ampliada e matricialmente ao
do paciente e propor medidas para processo de trabalho cotidiano para
reduzir os riscos e diminuir os essa integração (realização de
eventos adversos; consulta compartilhada reservada
XV. Alimentar e garantir a qualidade aos profissionais de nível superior,
do registro das atividades nos construção de Projeto Terapêutico
sistemas de informação da Atenção Singular, trabalho com grupos, entre
Básica, conforme normativa vigente; outras estratégias, em consonância
XVI. Realizar busca ativa e notificar com as necessidades e demandas
doenças e agravos de notificação da população);
compulsória, bem como outras XXI. Participar de reuniões de
doenças, agravos, surtos, equipes a fim de acompanhar e
acidentes, violências, situações discutir em conjunto o planejamento
sanitárias e ambientais de e avaliação sistemática das ações
importância local, considerando da equipe, a partir da utilização dos
essas ocorrências para o dados disponíveis, visando a
planejamento de ações de
44

readequação constante do processo prescrever medicações conforme


de trabalho; protocolos, diretrizes clínicas e
XXII. Articular e participar das terapêuticas, ou outras normativas
atividades de educação permanente técnicas estabelecidas pelo gestor
e educação continuada; federal, estadual, municipal ou do
XXIII. Realizar ações de educação Distrito Federal, observadas as
em saúde à população adstrita, disposições legais da profissão;
conforme planejamento da equipe e III - Realizar e/ou supervisionar
utilizando abordagens adequadas acolhimento com escuta qualificada
às necessidades deste público; e classificação de risco, de acordo
XXIV. Participar do gerenciamento com protocolos estabelecidos;
dos insumos necessários para o IV - Realizar estratificação de risco
adequado funcionamento da UBS; e elaborar plano de cuidados para
XIV. Promover a mobilização e a as pessoas que possuem condições
participação da comunidade, crônicas no território, junto aos
estimulando conselhos/colegiados, demais membros da equipe;
constituídos de gestores locais, V - Realizar atividades em grupo e
profissionais de saúde e usuários, encaminhar, quando necessário,
viabilizando o controle social na usuários a outros serviços,
gestão da Unidade Básica de conforme fluxo estabelecido pela
Saúde; rede local;
XXV. Identificar parceiros e recursos VI - Planejar, gerenciar e avaliar as
na comunidade que possam ações desenvolvidas pelos
potencializar ações Inter setoriais; técnicos/auxiliares de enfermagem,
XXVI. Acompanhar e registrar no ACS e ACE em conjunto com os
Sistema de Informação da Atenção outros membros da equipe;
Básica e no mapa de VII - Supervisionar as ações do
acompanhamento do Programa técnico/auxiliar de enfermagem e
Bolsa Família (PBF), e/ou outros ACS;
programas sociais equivalentes, as VIII - Implementar e manter
condicionalidades de saúde das atualizados rotinas, protocolos e
famílias beneficiárias; e fluxos relacionados a sua área de
XXVII. Realizar outras ações e competência na UBS; e
atividades, de acordo com as IX - Exercer outras atribuições
prioridades locais, definidas pelo conforme legislação profissional, e
gestor local. que sejam de responsabilidade na
4.2. São atribuições específicas dos sua área de atuação.
profissionais das equipes que atuam 4.2.2 - Técnico e/ou Auxiliar de
na Atenção Básica: Enfermagem:
4.2.1 - Enfermeiro: I - Participar das atividades de
I - Realizar atenção à saúde aos atenção à saúde realizando
indivíduos e famílias vinculadas às procedimentos regulamentados no
equipes e, quando indicado ou exercício de sua profissão na UBS
necessário, no domicílio e/ou nos e, quando indicado ou necessário,
demais espaços comunitários no domicílio e/ou nos demais
(escolas, associações entre outras), espaços comunitários (escolas,
em todos os ciclos de vida; associações, entre outros);
II - Realizar consulta de II - Realizar procedimentos de
enfermagem, procedimentos, enfermagem, como curativos,
solicitar exames complementares, administração de medicamentos,
45

vacinas, coleta de material para 4.2.2 - Cirurgião-Dentista:


exames, lavagem, preparação e I - Realizar a atenção em saúde
esterilização de materiais, entre bucal (promoção e proteção da
outras atividades delegadas pelo saúde, prevenção de agravos,
enfermeiro, de acordo com sua área diagnóstico, tratamento,
de atuação e regulamentação; e acompanhamento, reabilitação e
III - Exercer outras atribuições que manutenção da saúde) individual e
sejam de responsabilidade na sua coletiva a todas as famílias, a
área de atuação. indivíduos e a grupos específicos,
4.2.1 - Médico: atividades em grupo na UBS e,
I - Realizar a atenção à saúde às quando indicado ou necessário, no
pessoas e famílias sob sua domicílio e/ou nos demais espaços
responsabilidade; comunitários (escolas, associações
II - Realizar consultas clínicas, entre outros), de acordo com
pequenos procedimentos cirúrgicos, planejamento da equipe, com
atividades em grupo na UBS e, resolubilidade e em conformidade
quando indicado ou necessário, no com protocolos, diretrizes clínicas e
domicílio e/ou nos demais espaços terapêuticas, bem como outras
comunitários (escolas, associações normativas técnicas estabelecidas
entre outros); em conformidade com pelo gestor federal, estadual,
protocolos, diretrizes clínicas e municipal ou do Distrito Federal,
terapêuticas, bem como outras observadas as disposições legais
normativas técnicas estabelecidas da profissão;
pelos gestores (federal, estadual, II - Realizar diagnóstico com a
municipal ou Distrito Federal), finalidade de obter o perfil
observadas as disposições legais epidemiológico para o planejamento
da profissão; e a programação em saúde bucal
III - Realizar estratificação de risco e no território;
elaborar plano de cuidados para as III - Realizar os procedimentos
pessoas que possuem condições clínicos e cirúrgicos da AB em
crônicas no território, junto aos saúde bucal, incluindo atendimento
demais membros da equipe; das urgências, pequenas cirurgias
IV - Encaminhar, quando ambulatoriais e procedimentos
necessário, usuários a outros relacionados com as fases clínicas
pontos de atenção, respeitando de moldagem, adaptação e
fluxos locais, mantendo sob sua acompanhamento de próteses
responsabilidade o dentárias (elementar, total e parcial
acompanhamento do plano removível);
terapêutico prescrito; IV - Coordenar e participar de ações
V - Indicar a necessidade de coletivas voltadas à promoção da
internação hospitalar ou domiciliar, saúde e à prevenção de doenças
mantendo a responsabilização pelo bucais;
acompanhamento da pessoa; V - Acompanhar, apoiar e
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as desenvolver atividades referentes à
ações desenvolvidas pelos ACS e saúde com os demais membros da
ACE em conjunto com os outros equipe, buscando aproximar saúde
membros da equipe; e bucal e integrar ações de forma
VII - Exercer outras atribuições que multidisciplinar;
sejam de responsabilidade na sua
área de atuação.
46

VI - Realizar supervisão do técnico epidemiológicos, exceto na


em saúde bucal (TSB) e auxiliar em categoria de examinador;
saúde bucal (ASB); VIII - Realizar o acolhimento do
VII - Planejar, gerenciar e avaliar as paciente nos serviços de saúde
ações desenvolvidas pelos ACS e bucal;
ACE em conjunto com os outros IX - Fazer remoção do biofilme, de
membros da equipe; acordo com a indicação técnica
VIII - Realizar estratificação de risco definida pelo cirurgião-dentista;
e elaborar plano de cuidados para X - Realizar fotografias e tomadas
as pessoas que possuem condições de uso odontológico exclusivamente
crônicas no território, junto aos em consultórios ou clínicas
demais membros da equipe; e odontológicas;
IX - Exercer outras atribuições que XI - Inserir e distribuir no preparo
sejam de responsabilidade na sua aviário materiais odontológicos na
área de atuação. restauração dentária direta, sendo
4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal vedado o uso de materiais e
(TSB): instrumentos não indicados pelo
I - Realizar a atenção em saúde cirurgião-dentista;
bucal individual e coletiva das XII - Auxiliar e instrumentar o
famílias, indivíduos e a grupos cirurgião-dentista nas intervenções
específicos, atividades em grupo na clínicas e procedimentos
UBS e, quando indicado ou demandados pelo mesmo;
necessário, no domicílio e/ou nos XIII - Realizar a remoção de sutura
demais espaços comunitários conforme indicação do Cirurgião
(escolas, associações entre outros), Dentista;
segundo programação e de acordo XIV - Executar a organização,
com suas competências técnicas e limpeza, assepsia, desinfecção e
legais; esterilização do instrumental, dos
II - Coordenar a manutenção e a equipamentos odontológicos e do
conservação dos equipamentos ambiente de trabalho;
odontológicos; XV - Proceder à limpeza e à anti-
III - Acompanhar, apoiar e sepsia do campo operatório, antes e
desenvolver atividades referentes à após atos cirúrgicos;
saúde bucal com os demais XVI - Aplicar medidas de
membros da equipe, buscando biossegurança no armazenamento,
aproximar e integrar ações de manuseio e descarte de produtos e
saúde de forma multidisciplinar; resíduos odontológicos;
IV - Apoiar as atividades dos ASB e XVII - Processar filme radiográfico;
dos ACS nas ações de prevenção e XVIII - Selecionar moldeiras;
promoção da saúde bucal; XIX - Preparar modelos em gesso;
V - Participar do treinamento e XX - Manipular materiais de uso
capacitação de auxiliar em saúde odontológico.
bucal e de agentes multiplicadores XXI - Exercer outras atribuições que
das ações de promoção à saúde; sejam de responsabilidade na sua
VI - Participar das ações educativas área de atuação.
atuando na promoção da saúde e 4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal
na prevenção das doenças bucais; (ASB):
VII - Participar da realização de I - Realizar ações de promoção e
levantamentos e estudos prevenção em saúde bucal para as
famílias, grupos e indivíduos,
47

mediante planejamento local e avaliada pelo gestor, segundo a


protocolos de atenção à saúde; necessidade do território e
II - Executar organização, limpeza, cobertura de AB. Entende-se por
assepsia, desinfecção e Gerente de AB um profissional
esterilização do instrumental, dos qualificado, preferencialmente com
equipamentos odontológicos e do nível superior, com o papel de
ambiente de trabalho; garantir o planejamento em saúde,
III - Auxiliar e instrumentar os de acordo com as necessidades do
profissionais nas intervenções território e comunidade, a
clínicas, organização do processo de
IV - Realizar o acolhimento do trabalho, coordenação e integração
paciente nos serviços de saúde das ações. Importante ressaltar que
bucal; o gerente não seja profissional
V - Acompanhar, apoiar e integrante das equipes vinculadas à
desenvolver atividades referentes à UBS e que possua experiência na
saúde bucal com os demais Atenção Básica, preferencialmente
membros da equipe de Atenção de nível superior, e dentre suas
Básica, buscando aproximar e atribuições estão:
integrar ações de saúde de forma I - Conhecer e divulgar, junto aos
multidisciplinar; demais profissionais, as diretrizes e
VI - Aplicar medidas de normas que incidem sobre a AB em
biossegurança no armazenamento, âmbito nacional, estadual, municipal
transporte, manuseio e descarte de e Distrito Federal, com ênfase na
produtos e resíduos odontológicos; Política Nacional de Atenção
VII - Processar filme radiográfico; Básica, de modo a orientar a
VIII - Selecionar moldeiras; organização do processo de
IX - Preparar modelos em gesso; trabalho na UBS;
X - Manipular materiais de uso II - Participar e orientar o processo
odontológico realizando de territorialização, diagnóstico
manutenção e conservação dos situacional, planejamento e
equipamentos; programação das equipes,
XI - Participar da realização de avaliando resultados e propondo
levantamentos e estudos estratégias para o alcance de metas
epidemiológicos, exceto na de saúde, junto aos demais
categoria de examinador; e profissionais;
XII - Exercer outras atribuições que III - Acompanhar, orientar e
sejam de responsabilidade na sua monitorar os processos de trabalho
área de atuação. das equipes que atuam na AB sob
4.2.5 - Gerente de Atenção Básica sua gerência, contribuindo para
Recomenda-se a inclusão do implementação de políticas,
Gerente de Atenção Básica com o estratégias e programas de saúde,
objetivo de contribuir para o bem como para a mediação de
aprimoramento e qualificação do conflitos e resolução de problemas;
processo de trabalho nas Unidades IV - Mitigar a cultura na qual as
Básicas de Saúde, em especial ao equipes, incluindo profissionais
fortalecer a atenção à saúde envolvidos no cuidado e gestores
prestada pelos profissionais das assumem responsabilidades pela
equipes à população adscrita, por sua própria segurança de seus
meio de função técnico-gerencial. A colegas, pacientes e familiares,
inclusão deste profissional deve ser encorajando a identificação, a
48

notificação e a resolução dos XII - Identificar as necessidades de


problemas relacionados à formação/qualificação dos
segurança; profissionais em conjunto com a
V - Assegurar a adequada equipe, visando melhorias no
alimentação de dados nos sistemas processo de trabalho, na qualidade
de informação da Atenção Básica e resolutividade da atenção, e
vigente, por parte dos profissionais, promover a Educação Permanente,
verificando sua consistência, seja mobilizando saberes na própria
estimulando a utilização para UBS, ou com parceiros;
análise e planejamento das ações, e XIII - Desenvolver gestão
divulgando os resultados obtidos; participativa e estimular a
VI - Estimular o vínculo entre os participação dos profissionais e
profissionais favorecendo o trabalho usuários em instâncias de controle
em equipe; social;
VII - Potencializar a utilização de XIV - Tomar as providências
recursos físicos, tecnológicos e cabíveis no menor prazo possível
equipamentos existentes na UBS, quanto a ocorrências que interfiram
apoiando os processos de cuidado no funcionamento da unidade; e
a partir da orientação à equipe XV - Exercer outras atribuições que
sobre a correta utilização desses lhe sejam designadas pelo gestor
recursos; municipal ou do Distrito Federal, de
VIII - Qualificar a gestão da acordo com suas competências.
infraestrutura e dos insumos 4.2.6 - Agente Comunitário de
(manutenção, logística dos Saúde (ACS) e Agente de Combate
materiais, ambiência da UBS), a Endemias (ACE)
zelando pelo bom uso dos recursos Seguindo o pressuposto de que
e evitando o desabastecimento; Atenção Básica e Vigilância em
IX - Representar o serviço sob sua Saúde devem se unir para a
gerência em todas as instâncias adequada identificação de
necessárias e articular com demais problemas de saúde nos territórios e
atores da gestão e do território com o planejamento de estratégias de
vistas à qualificação do trabalho e intervenção clínica e sanitária mais
da atenção à saúde realizada na efetivas e eficazes, orienta-se que
UBS; as atividades específicas dos
X - Conhecer a RAS, participar e agentes de saúde (ACS e ACE)
fomentar a participação dos devem ser integradas.
profissionais na organização dos Assim, além das atribuições comuns
fluxos de usuários, com base em a todos os profissionais da equipe
protocolos, diretrizes clínicas e de AB, são atribuições dos ACS e
terapêuticas, apoiando a referência ACE:
e contrarreferência entre equipes a) Atribuições comuns do ACS e
que atuam na AB e nos diferentes ACE
pontos de atenção, com garantia de I - Realizar diagnóstico demográfico,
encaminhamentos responsáveis; social, cultural, ambiental,
XI - Conhecer a rede de serviços e epidemiológico e sanitário do
equipamentos sociais do território, e território em que atuam,
estimular a atuação intersetorial, contribuindo para o processo de
com atenção diferenciada para as territorialização e mapeamento da
vulnerabilidades existentes no área de atuação da equipe;
território;
49

II - Desenvolver atividades de VIII - Conhecer o funcionamento


promoção da saúde, de prevenção das ações e serviços do seu
de doenças e agravos, em especial território e orientar as pessoas
aqueles mais prevalentes no quanto à utilização dos serviços de
território, e de vigilância em saúde, saúde disponíveis;
por meio de visitas domiciliares IX - Estimular a participação da
regulares e de ações educativas comunidade nas políticas públicas
individuais e coletivas, na UBS, no voltadas para a área da saúde;
domicílio e outros espaços da X - Identificar parceiros e recursos
comunidade, incluindo a na comunidade que possam
investigação epidemiológica de potencializar ações intersetoriais de
casos suspeitos de doenças e relevância para a promoção da
agravos junto a outros profissionais qualidade de vida da população,
da equipe quando necessário; como ações e programas de
III - Realizar visitas domiciliares com educação, esporte e lazer,
periodicidade estabelecida no assistência social, entre outros; e
planejamento da equipe e conforme XI - Exercer outras atribuições que
as necessidades de saúde da lhes sejam atribuídas por legislação
população, para o monitoramento específica da categoria, ou outra
da situação das famílias e normativa instituída pelo gestor
indivíduos do território, com especial federal, municipal ou do Distrito
atenção às pessoas com agravos e Federal.
condições que necessitem de maior b) Atribuições do ACS:
número de visitas domiciliares; I - Trabalhar com adscrição de
IV - Identificar e registrar situações indivíduos e famílias em base
que interfiram no curso das doenças geográfica definida e cadastrar
ou que tenham importância todas as pessoas de sua área,
epidemiológica relacionada aos mantendo os dados atualizados no
fatores ambientais, realizando, sistema de informação da Atenção
quando necessário, bloqueio de Básica vigente, utilizando-os de
transmissão de doenças infecciosas forma sistemática, com apoio da
e agravos; equipe, para a análise da situação
V - Orientar a comunidade sobre de saúde, considerando as
sintomas, riscos e agentes características sociais, econômicas,
transmissores de doenças e culturais, demográficas e
medidas de prevenção individual e epidemiológicas do território, e
coletiva; priorizando as situações a serem
VI - Identificar casos suspeitos de acompanhadas no planejamento
doenças e agravos, encaminhar os local;
usuários para a unidade de saúde II - Utilizar instrumentos para a
de referência, registrar e comunicar coleta de informações que apoiem
o fato à autoridade de saúde no diagnóstico demográfico e
responsável pelo território; sociocultural da comunidade;
VII - Informar e mobilizar a III - Registrar, para fins de
comunidade para desenvolver planejamento e acompanhamento
medidas simples de manejo das ações de saúde, os dados de
ambiental e outras formas de nascimentos, óbitos, doenças e
intervenção no ambiente para o outros agravos à saúde, garantidos
controle de vetores; o sigilo ético;
50

IV - Desenvolver ações que IV - realizar técnicas limpas de


busquem a integração entre a curativo, que são realizadas com
equipe de saúde e a população material limpo, água corrente ou
adscrita à UBS, considerando as soro fisiológico e cobertura estéril,
características e as finalidades do com uso de coberturas passivas,
trabalho de acompanhamento de que somente cobre a ferida; e
indivíduos e grupos sociais ou V - Indicar a necessidade de
coletividades; internação hospitalar ou domiciliar,
V - Informar os usuários sobre as mantendo a responsabilização pelo
datas e horários de consultas e acompanhamento da pessoa;
exames agendados; VI - Planejar, gerenciar e avaliar as
VI - Participar dos processos de ações desenvolvidas pelos ACS e
regulação a partir da Atenção ACE em conjunto com os outros
Básica para acompanhamento das membros da equipe; e
necessidades dos usuários no que VII - Exercer outras atribuições que
diz respeito a agendamentos ou sejam de responsabilidade na sua
desistências de consultas e exames área de atuação.
solicitados; 4.2.2 - Cirurgião-Dentista:
VII - Exercer outras atribuições que I - Realizar a atenção em saúde
lhes sejam atribuídas por legislação bucal (promoção e proteção da
específica da categoria, ou outra saúde, prevenção de agravos,
normativa instituída pelo gestor diagnóstico, tratamento,
federal, municipal ou do Distrito acompanhamento, reabilitação e
Federal. manutenção da saúde) individual e
Poderão ser consideradas, ainda, coletiva a todas as famílias, a
atividades do Agente Comunitário indivíduos e a grupos específicos,
de Saúde, a serem realizadas em atividades em grupo na UBS e,
caráter excepcional, assistidas por quando indicado ou necessário, no
profissional de saúde de nível domicílio e/ou nos demais espaços
superior, membro da equipe, após comunitários (escolas, associações
treinamento específico e entre outros), de acordo com
fornecimento de equipamentos planejamento da equipe, com
adequados, em sua base geográfica resolubilidade e em conformidade
de atuação, encaminhando o com protocolos, diretrizes clínicas e
paciente para a unidade de saúde terapêuticas, bem como outras
de referência. normativas técnicas estabelecidas
I - aferir a pressão arterial, inclusive pelo gestor federal, estadual,
no domicílio, com o objetivo de municipal ou do Distrito Federal,
promover saúde e prevenir doenças observadas as disposições legais
e agravos; da profissão;
II - realizar a medição da glicemia II - Realizar diagnóstico com a
capilar, inclusive no domicílio, para finalidade de obter o perfil
o acompanhamento dos casos epidemiológico para o planejamento
diagnosticados de diabetes mellitus e a programação em saúde bucal
e segundo projeto terapêutico no território;
prescrito pelas equipes que atuam III - Realizar os procedimentos
na Atenção Básica; clínicos e cirúrgicos da AB em
III - aferição da temperatura axilar, saúde bucal, incluindo atendimento
durante a visita domiciliar; das urgências, pequenas cirurgias
ambulatoriais e procedimentos
51

relacionados com as fases clínicas aproximar e integrar ações de


de moldagem, adaptação e saúde de forma multidisciplinar;
acompanhamento de próteses IV - Apoiar as atividades dos ASB e
dentárias (elementar, total e parcial dos ACS nas ações de prevenção e
removível); promoção da saúde bucal;
IV - Coordenar e participar de ações V - Participar do treinamento e
coletivas voltadas à promoção da capacitação de auxiliar em saúde
saúde e à prevenção de doenças bucal e de agentes multiplicadores
bucais; das ações de promoção à saúde;
V - Acompanhar, apoiar e VI - Participar das ações educativas
desenvolver atividades referentes à atuando na promoção da saúde e
saúde com os demais membros da na prevenção das doenças bucais;
equipe, buscando aproximar saúde VII - Participar da realização de
bucal e integrar ações de forma levantamentos e estudos
multidisciplinar; epidemiológicos, exceto na
VI - Realizar supervisão do técnico categoria de examinador;
em saúde bucal (TSB) e auxiliar em VIII - Realizar o acolhimento do
saúde bucal (ASB); paciente nos serviços de saúde
VII - Planejar, gerenciar e avaliar as bucal;
ações desenvolvidas pelos ACS e IX - Fazer remoção do biofilme, de
ACE em conjunto com os outros acordo com a indicação técnica
membros da equipe; definida pelo cirurgião-dentista;
VIII - Realizar estratificação de risco X - Realizar fotografias e tomadas
e elaborar plano de cuidados para de uso odontológico exclusivamente
as pessoas que possuem condições em consultórios ou clínicas
crônicas no território, junto aos odontológicas;
demais membros da equipe; e XI - Inserir e distribuir no preparo
IX - Exercer outras atribuições que cavitário materiais odontológicos na
sejam de responsabilidade na sua restauração dentária direta, sendo
área de atuação. vedado o uso de materiais e
4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal instrumentos não indicados pelo
(TSB): cirurgião-dentista;
I - Realizar a atenção em saúde XII - Auxiliar e instrumentar o
bucal individual e coletiva das cirurgião-dentista nas intervenções
famílias, indivíduos e a grupos clínicas e procedimentos
específicos, atividades em grupo na demandados pelo mesmo;
UBS e, quando indicado ou XIII - Realizar a remoção de sutura
necessário, no domicílio e/ou nos conforme indicação do Cirurgião
demais espaços comunitários Dentista;
(escolas, associações entre outros), XIV - Executar a organização,
segundo programação e de acordo limpeza, assepsia, desinfecção e
com suas competências técnicas e esterilização do instrumental, dos
legais; equipamentos odontológicos e do
II - Coordenar a manutenção e a ambiente de trabalho;
conservação dos equipamentos XV - Proceder à limpeza e à
odontológicos; antissepsia do campo operatório,
III - Acompanhar, apoiar e antes e após atos cirúrgicos;
desenvolver atividades referentes à XVI - Aplicar medidas de
saúde bucal com os demais biossegurança no armazenamento,
membros da equipe, buscando
52

manuseio e descarte de produtos e XII -. Exercer outras atribuições que


resíduos odontológicos; sejam de responsabilidade na sua
XVII - Processar filme radiográfico; área de atuação.
XVIII - Selecionar moldeiras; 4.2.5 - Gerente de Atenção Básica
XIX - Preparar modelos em gesso; Recomenda-se a inclusão do
XX - Manipular materiais de uso Gerente de Atenção Básica com o
odontológico. objetivo de contribuir para o
XXI - Exercer outras atribuições que aprimoramento e qualificação do
sejam de responsabilidade na sua processo de trabalho nas Unidades
área de atuação. Básicas de Saúde, em especial ao
4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal fortalecer a atenção à saúde
(ASB): prestada pelos profissionais das
I - Realizar ações de promoção e equipes à população adscrita, por
prevenção em saúde bucal para as meio de função técnico-gerencial. A
famílias, grupos e indivíduos, inclusão deste profissional deve ser
mediante planejamento local e avaliada pelo gestor, segundo a
protocolos de atenção à saúde; necessidade do território e
II - Executar organização, limpeza, cobertura de AB.
assepsia, desinfecção e Entende-se por Gerente de AB um
esterilização do instrumental, dos profissional qualificado,
equipamentos odontológicos e do preferencialmente com nível
ambiente de trabalho; superior, com o papel de garantir o
III - Auxiliar e instrumentar os planejamento em saúde, de acordo
profissionais nas intervenções com as necessidades do território e
clínicas, comunidade, a organização do
IV - Realizar o acolhimento do processo de trabalho, coordenação
paciente nos serviços de saúde e integração das ações. Importante
bucal; ressaltar que o gerente não seja
V - Acompanhar, apoiar e profissional integrante das equipes
desenvolver atividades referentes à vinculadas à UBS e que possua
saúde bucal com os demais experiência na Atenção Básica,
membros da equipe de Atenção preferencialmente de nível superior,
Básica, buscando aproximar e e dentre suas atribuições estão:
integrar ações de saúde de forma I - Conhecer e divulgar, junto aos
multidisciplinar; demais profissionais, as diretrizes e
VI - Aplicar medidas de normas que incidem sobre a AB em
biossegurança no armazenamento, âmbito nacional, estadual, municipal
transporte, manuseio e descarte de e Distrito Federal, com ênfase na
produtos e resíduos odontológicos; Política Nacional de Atenção
VII - Processar filme radiográfico; Básica, de modo a orientar a
VIII - Selecionar moldeiras; organização do processo de
IX - Preparar modelos em gesso; trabalho na UBS;
X - Manipular materiais de uso II - Participar e orientar o processo
odontológico realizando de territorialização, diagnóstico
manutenção e conservação dos situacional, planejamento e
equipamentos; programação das equipes,
XI - Participar da realização de avaliando resultados e propondo
levantamentos e estudos estratégias para o alcance de metas
epidemiológicos, exceto na de saúde, junto aos demais
categoria de examinador; e profissionais;
53

III - Acompanhar, orientar e X - Conhecer a RAS, participar e


monitorar os processos de trabalho fomentar a participação dos
das equipes que atuam na AB sob profissionais na organização dos
sua gerência, contribuindo para fluxos de usuários, com base em
implementação de políticas, protocolos, diretrizes clínicas e
estratégias e programas de saúde, terapêuticas, apoiando a referência
bem como para a mediação de e contrarreferência entre equipes
conflitos e resolução de problemas; que atuam na AB e nos diferentes
IV - Mitigar a cultura na qual as pontos de atenção, com garantia de
equipes, incluindo profissionais encaminhamentos responsáveis;
envolvidos no cuidado e gestores XI - Conhecer a rede de serviços e
assumem responsabilidades pela equipamentos sociais do território, e
sua própria segurança de seus estimular a atuação intersetorial,
colegas, pacientes e familiares, com atenção diferenciada para as
encorajando a identificação, a vulnerabilidades existentes no
notificação e a resolução dos território;
problemas relacionados à XII - Identificar as necessidades de
segurança; formação/qualificação dos
V - Assegurar a adequada profissionais em conjunto com a
alimentação de dados nos sistemas equipe, visando melhorias no
de informação da Atenção Básica processo de trabalho, na qualidade
vigente, por parte dos profissionais, e resolutividade da atenção, e
verificando sua consistência, promover a Educação Permanente,
estimulando a utilização para seja mobilizando saberes na própria
análise e planejamento das ações, e UBS, ou com parceiros;
divulgando os resultados obtidos; XIII - Desenvolver gestão
VI - Estimular o vínculo entre os participativa e estimular a
profissionais favorecendo o trabalho participação dos profissionais e
em equipe; usuários em instâncias de controle
VII - Potencializar a utilização de social;
recursos físicos, tecnológicos e XIV -Tomar as providências
equipamentos existentes na UBS, cabíveis no menor prazo possível
apoiando os processos de cuidado quanto a ocorrências que interfiram
a partir da orientação à equipe no funcionamento da unidade; e
sobre a correta utilização desses XV - Exercer outras atribuições que
recursos; lhe sejam designadas pelo gestor
VIII - Qualificar a gestão da municipal ou do Distrito Federal, de
infraestrutura e dos insumos acordo com suas competências.
(manutenção, logística dos 4.2.6 - Agente Comunitário de
materiais, ambiência da UBS), Saúde (ACS) e Agente de Combate
zelando pelo bom uso dos recursos a Endemias (ACE)
e evitando o desabastecimento; Seguindo o pressuposto de que
IX - Representar o serviço sob sua Atenção Básica e Vigilância em
gerência em todas as instâncias Saúde devem se unir para a
necessárias e articular com demais adequada identificação de
atores da gestão e do território com problemas de saúde nos territórios e
vistas à qualificação do trabalho e o planejamento de estratégias de
da atenção à saúde realizada na intervenção clínica e sanitária mais
UBS; efetivas e eficazes, orienta-se que
as atividades específicas dos
54

agentes de saúde (ACS e ACE) medidas de prevenção individual e


devem ser integradas. coletiva;
Assim, além das atribuições comuns VI - Identificar casos suspeitos de
a todos os profissionais da equipe doenças e agravos, encaminhar os
de AB, são atribuições dos ACS e usuários para a unidade de saúde
ACE: de referência, registrar e comunicar
a) Atribuições comuns do ACS e o fato à autoridade de saúde
ACE responsável pelo território;
I - Realizar diagnóstico demográfico, VII - Informar e mobilizar a
social, cultural, ambiental, comunidade para desenvolver
epidemiológico e sanitário do medidas simples de manejo
território em que atuam, ambiental e outras formas de
contribuindo para o processo de intervenção no ambiente para o
territorialização e mapeamento da controle de vetores;
área de atuação da equipe; VIII - Conhecer o funcionamento
II - Desenvolver atividades de das ações e serviços do seu
promoção da saúde, de prevenção território e orientar as pessoas
de doenças e agravos, em especial quanto à utilização dos serviços de
aqueles mais prevalentes no saúde disponíveis;
território, e de vigilância em saúde, IX.- Estimular a participação da
por meio de visitas domiciliares comunidade nas políticas públicas
regulares e de ações educativas voltadas para a área da saúde;
individuais e coletivas, na UBS, no X - Identificar parceiros e recursos
domicílio e outros espaços da na comunidade que possam
comunidade, incluindo a potencializar ações intersetoriais de
investigação epidemiológica de relevância para a promoção da
casos suspeitos de doenças e qualidade de vida da população,
agravos junto a outros profissionais como ações e programas de
da equipe quando necessário; educação, esporte e lazer,
III - Realizar visitas domiciliares com assistência social, entre outros; e
periodicidade estabelecida no XI - Exercer outras atribuições que
planejamento da equipe e conforme lhes sejam atribuídas por legislação
as necessidades de saúde da específica da categoria, ou outra
população, para o monitoramento normativa instituída pelo gestor
da situação das famílias e federal, municipal ou do Distrito
indivíduos do território, com especial Federal.
atenção às pessoas com agravos e b)Atribuições do ACS:
condições que necessitem de maior I - Trabalhar com adscrição de
número de visitas domiciliares; indivíduos e famílias em base
IV - Identificar e registrar situações geográfica definida e cadastrar
que interfiram no curso das doenças todas as pessoas de sua área,
ou que tenham importância mantendo os dados atualizados no
epidemiológica relacionada aos sistema de informação da Atenção
fatores ambientais, realizando, Básica vigente, utilizando-os de
quando necessário, bloqueio de forma sistemática, com apoio da
transmissão de doenças infecciosas equipe, para a análise da situação
e agravos; de saúde, considerando as
V - Orientar a comunidade sobre características sociais, econômicas,
sintomas, riscos e agentes culturais, demográficas e
transmissores de doenças e epidemiológicas do território, e
55

priorizando as situações a serem I - aferir a pressão arterial, inclusive


acompanhadas no planejamento no domicílio, com o objetivo de
local; promover saúde e prevenir doenças
II - Utilizar instrumentos para a e agravos;
coleta de informações que apoiem II - realizar a medição da glicemia
no diagnóstico demográfico e capilar, inclusive no domicílio, para
sociocultural da comunidade; o acompanhamento dos casos
III - Registrar, para fins de diagnosticados de diabetes mellitus
planejamento e acompanhamento e segundo projeto terapêutico
das ações de saúde, os dados de prescrito pelas equipes que atuam
nascimentos, óbitos, doenças e na Atenção Básica;
outros agravos à saúde, garantido o III - aferição da temperatura axilar,
sigilo ético; durante a visita domiciliar;
IV - Desenvolver ações que IV - realizar técnicas limpas de
busquem a integração entre a curativo, que são realizadas com
equipe de saúde e a população material limpo, água corrente ou
adscrita à UBS, considerando as soro fisiológico e cobertura estéril,
características e as finalidades do com uso de coberturas passivas,
trabalho de acompanhamento de que somente cobre a ferida; e
indivíduos e grupos sociais ou V - orientação e apoio, em domicílio,
coletividades; para a correta administração da
V - Informar os usuários sobre as medicação do paciente em situação
datas e horários de consultas e de vulnerabilidade.
exames agendados; Importante ressaltar que os ACS só
VI - Participar dos processos de realizarão a execução dos
regulação a partir da Atenção procedimentos que requeiram
Básica para acompanhamento das capacidade técnica específica se
necessidades dos usuários no que detiverem a respectiva formação,
diz respeito a agendamentos ou respeitada autorização legal.
desistências de consultas e exames c) Atribuições do ACE:
solicitados; I - Executar ações de campo para
VII - Exercer outras atribuições que pesquisa entomológica,
lhes sejam atribuídas por legislação malacológica ou coleta de
específica da categoria, ou outra reservatórios de doenças;
normativa instituída pelo gestor II - Realizar cadastramento e
federal, municipal ou do Distrito atualização da base de imóveis para
Federal. planejamento e definição de
Poderão ser consideradas, ainda, estratégias de prevenção,
atividades do Agente Comunitário intervenção e controle de doenças,
de Saúde, a serem realizadas em incluindo, dentre outros, o
caráter excepcional, assistidas por recenseamento de animais e
profissional de saúde de nível levantamento de índice amostral
superior, membro da equipe, após tecnicamente indicado;
treinamento específico e III - Executar ações de controle de
fornecimento de equipamentos doenças utilizando as medidas de
adequados, em sua base geográfica controle químico, biológico, manejo
de atuação, encaminhando o ambiental e outras ações de manejo
paciente para a unidade de saúde integrado de vetores;
de referência. IV - Realizar e manter atualizados
os mapas, croquis e o
56

reconhecimento geográfico de seu diagnóstico, do tratamento, da


território; e reabilitação e da redução de danos
V - Executar ações de campo em ou de sofrimentos que possam
projetos que visem avaliar novas comprometer sua autonomia.
metodologias de intervenção para Dessa forma, é fundamental que o
prevenção e controle de doenças; e processo de trabalho na Atenção
VI - Exercer outras atribuições que Básica se caracteriza por:
lhes sejam atribuídas por legislação I - Definição do território e
específica da categoria, ou outra Territorialização - A gestão deve
normativa instituída pelo gestor definir o território de
federal, municipal ou do Distrito responsabilidade de cada equipe, e
Federal. esta deve conhecer o território de
O ACS e o ACE devem compor uma atuação para programar suas ações
equipe de Atenção Básica (eAB) ou de acordo com o perfil e as
uma equipe de Saúde da Família necessidades da comunidade,
(eSF) e serem coordenados por considerando diferentes elementos
profissionais de saúde de nível para a cartografia: ambientais,
superior realizado de forma históricos, demográficos,
compartilhada entre a Atenção geográficos, econômicos, sanitários,
Básica e a Vigilância em Saúde. sociais, culturais, etc. Importante
Nas localidades em que não houver refazer ou complementar a
cobertura por equipe de Atenção territorialização sempre que
Básica (eAB) ou equipe de Saúde necessário, já que o território é vivo.
da Família (eSF), o ACS deve se Nesse processo, a Vigilância em
vincular à equipe da Estratégia de Saúde (sanitária, ambiental,
Agentes Comunitários de Saúde epidemiológica e do trabalhador) e a
(EACS). Já o ACE, nesses casos, Promoção da Saúde se mostram
deve ser vinculado à equipe de como referenciais essenciais para a
vigilância em saúde do município e identificação da rede de
sua supervisão técnica deve ser causalidades e dos elementos que
realizada por profissional com exercem determinação sobre o
comprovada capacidade técnica, processo saúde-doença, auxiliando
podendo estar vinculado à equipe na percepção dos problemas de
de atenção básica, ou saúde da saúde da população por parte da
família, ou a outro serviço a ser equipe e no planejamento das
definido pelo gestor local. estratégias de intervenção.
5. DO PROCESSO DE TRABALHO Além dessa articulação de olhares
NA ATENÇÃO BÁSICA para a compreensão do território
A Atenção Básica como contato sob a responsabilidade das equipes
preferencial dos usuários na rede de que atuam na AB, a integração
atenção à saúde orienta-se pelos entre as ações de Atenção Básica e
princípios e diretrizes do SUS, a Vigilância em Saúde deve ser
partir dos quais assume funções e concreta, de modo que se
características específicas. recomenda a adoção de um
Considera as pessoas em sua território único para ambas as
singularidade e inserção equipes, em que o Agente de
sociocultural, buscando produzir a Combate às Endemias trabalhe em
atenção integral, por meio da conjunto com o Agente Comunitário
promoção da saúde, da prevenção de Saúde e os demais membros da
de doenças e agravos, do equipe multiprofissional de AB na
57

identificação das necessidades de acompanhado, assegurando a


saúde da população e no continuidade do cuidado.
planejamento das intervenções IV - Adscrição de usuários e
clínicas e sanitárias. desenvolvimento de relações de
Possibilitar, de acordo com a vínculo e responsabilização entre a
necessidade e conformação do equipe e a população do seu
território, através de pactuação e território de atuação, de forma a
negociação entre gestão e equipes, facilitar a adesão do usuário ao
que o usuário possa ser atendido cuidado compartilhado com a
fora de sua área de cobertura, equipe (vinculação de pessoas e/ou
mantendo o diálogo e a informação famílias e grupos a
com a equipe de referência. profissionais/equipes, com o
II - Responsabilização Sanitária - objetivo de ser referência para o seu
Papel que as equipes devem cuidado).
assumir em seu território de V - Acesso - A unidade de saúde
referência (adstrição), considerando deve acolher todas as pessoas do
questões sanitárias, ambientais seu território de referência, de modo
(desastres, controle da água, solo, universal e sem diferenciações
ar), epidemiológicas (surtos, excludentes. Acesso tem relação
epidemias, notificações, controle de com a capacidade do serviço em
agravos), culturais e responder às necessidades de
socioeconômicas, contribuindo por saúde da população (residente e
meio de intervenções clínicas e itinerante). Isso implica dizer que as
sanitárias nos problemas de saúde necessidades da população devem
da população com residência fixa, ser o principal referencial para a
os itinerantes (população em definição do escopo de ações e
situação de rua, ciganos, circenses, serviços a serem ofertados, para a
andarilhos, acampados, forma como esse serão organizado
assentados, etc.) ou mesmo e para o todo o funcionamento da
trabalhadores da área adstrita. UBS, permitindo diferenciações de
III - Porta de Entrada Preferencial - horário de atendimento (estendido,
A responsabilização é fundamental sábado, etc.), formas de
para a efetivação da Atenção agendamento (por hora marcada,
Básica como contato e porta de por telefone, e-mail, etc.), e outros,
entrada preferencial da rede de para assegurar o acesso. Pelo
atenção, primeiro atendimento às mesmo motivo, recomenda-se evitar
urgências/emergências, barreiras de acesso como o
acolhimento, organização do fechamento da unidade durante o
escopo de ações e do processo de horário de almoço ou em períodos
trabalho de acordo com demandas de férias, entre outros, impedindo
e necessidades da população, ou restringindo a acesso da
através de estratégias diversas população. Destaca-se que horários
(protocolos e diretrizes clínicas, alternativos de funcionamento que
linhas de cuidado e fluxos de atendam expressamente a
encaminhamento para os outros necessidade da população podem
pontos de atenção da RAS, etc). ser pactuados através das
Caso o usuário acesse a rede instâncias de participação social e
através de outro nível de atenção, gestão local.
ele deve ser referenciado à Atenção Importante ressaltar também que
Básica para que siga sendo para garantia do acesso é
58

necessário acolher e resolver os pessoas que chegarem na UBS,


agravos de maior incidência no conforme sua necessidade, e não
território e não apenas as ações apenas determinados grupos
programáticas, garantindo um populacionais, ou agravos mais
amplo escopo de ofertas nas prevalentes e/ou fragmentados por
unidades, de modo a concentrar ciclo de vida. Dessa forma a
recursos e maximizar ofertas. ampliação do acesso ocorre
VI - O acolhimento deve estar também contemplando a agenda
presente em todas as relações de programada e a demanda
cuidado, nos encontros entre espontânea, abordando as
trabalhadores de saúde e usuários, situações conforme suas
nos atos de receber e escutar as especificidades, dinâmicas e tempo.
pessoas, suas necessidades, b. Postura, atitude e tecnologia do
problematizando e reconhecendo cuidado - se estabelece nas
como legítimas, e realizando relações entre as pessoas e os
avaliação de risco e vulnerabilidade trabalhadores, nos modos de
das famílias daquele território, escuta, na maneira de lidar com o
sendo que quanto maior o grau de não previsto, nos modos de
vulnerabilidade e risco, menor construção de vínculos
deverá ser a quantidade de pessoas (sensibilidade do trabalhador,
por equipe, com especial atenção posicionamento ético situacional),
para as condições crônicas. podendo facilitar a continuidade do
Considera-se condição crônica cuidado ou facilitando o acesso
aquela de curso mais ou menos sobretudo para aqueles que
longo ou permanente que exige procuram a UBS fora das consultas
resposta e ações contínuas, ou atividades agendadas.
proativas e integradas do sistema c. Dispositivo de (re)organização do
de atenção à saúde, dos processo de trabalho em equipe - a
profissionais de saúde e das implantação do acolhimento pode
pessoas usuárias para o seu provocar mudanças no modo de
controle efetivo, eficiente e com organização das equipes, relação
qualidade. entre trabalhadores e modo de
Ressalta-se a importância de que o cuidar. Para acolher a demanda
acolhimento aconteça durante todo espontânea com equidade e
o horário de funcionamento da UBS, qualidade, não basta distribuir
na organização dos fluxos de senhas em número limitado, nem é
usuários na unidade, no possível encaminhar todas as
estabelecimento de avaliações de pessoas ao médico, aliás o
risco e vulnerabilidade, na definição acolhimento não deve se restringir à
de modelagens de escuta triagem clínica. Organizar a partir do
(individual, coletiva, etc), na gestão acolhimento exige que a equipe
das agendas de atendimento reflita sobre o conjunto de ofertas
individual, nas ofertas de cuidado que ela tem apresentado para lidar
multidisciplinar, etc. com as necessidades de saúde da
A saber, o acolhimento à demanda população e território. Para isso é
espontânea na Atenção Básica importante que a equipe defina
pode se constituir como: quais profissionais vão receber o
a. Mecanismo de usuário que chega; como vai avaliar
ampliação/facilitação do acesso - a o risco e vulnerabilidade; fluxos e
equipe deve atender todos as protocolos para encaminhamento;
59

como organizar a agenda dos 3. Procedimento para resolução de


profissionais para o cuidado; etc. demanda simples prevista em
Destacam-se como importantes protocolo, como renovação de
ações no processo de avaliação de receitas para pessoas com
risco e vulnerabilidade na Atenção condições crônicas, condições
Básica o Acolhimento com clínicas estáveis ou solicitação de
Classificação de Risco (a) e a exames para o seguimento de linha
Estratificação de Risco (b). de cuidado bem definida;
a) Acolhimento com Classificação 4. Encaminhamento a outro ponto
de Risco: escuta qualificada e de atenção da RAS, mediante
comprometida com a avaliação do contato prévio, respeitado o
potencial de risco, agravo à saúde e protocolo aplicável; e
grau de sofrimento dos usuários, 5. Orientação sobre territorialização
considerando dimensões de e fluxos da RAS, com indicação
expressão (física, psíquica, social, específica do serviço de saúde que
etc.) e gravidade, que possibilita deve ser procurado, no município ou
priorizar os atendimentos a eventos fora dele, nas demandas em que a
agudos (condições agudas e classificação de risco não exija
agudizações de condições crônicas) atendimento no momento da
conforme a necessidade, a partir de procura do serviço.
critérios clínicos e de b) Estratificação de risco: É o
vulnerabilidade disponíveis em processo pelo qual se utiliza
diretrizes e protocolos assistenciais critérios clínicos, sociais,
definidos no SUS. econômicos, familiares e outros,
O processo de trabalho das equipes com base em diretrizes clínicas,
deve estar organizado de modo a para identificar subgrupos de acordo
permitir que casos de com a complexidade da condição
urgência/emergência tenham crônica de saúde, com o objetivo de
prioridade no atendimento, diferenciar o cuidado clínico e os
independentemente do número de fluxos que cada usuário deve seguir
consultas agendadas no período. na Rede de Atenção à Saúde para
Caberá à UBS prover atendimento um cuidado integral.
adequado à situação e dar suporte A estratificação de risco da
até que os usuários sejam acolhidos população adscrita a determinada
em outros pontos de atenção da UBS é fundamental para que a
RAS. equipe de saúde organize as ações
As informações obtidas no que devem ser oferecidas a cada
acolhimento com classificação de grupo ou estrato de
risco deverão ser registradas em risco/vulnerabilidade, levando em
prontuário do cidadão (físico ou consideração a necessidade e
preferencialmente eletrônico). adesão dos usuários, bem como a
Os desfechos do acolhimento com racionalidade dos recursos
classificação de risco poderão ser disponíveis nos serviços de saúde.
definidos como: 1- consulta ou VII - Trabalho em Equipe
procedimento imediato; Multiprofissional - Considerando a
1. Consulta ou procedimento em diversidade e complexidade das
horário disponível no mesmo dia; situações com as quais a Atenção
2. Agendamento de consulta ou Básica lida, um atendimento integral
procedimento em data futura, para requer a presença de diferentes
usuário do território; formações profissionais trabalhando
60

com ações compartilhadas, assim clínica, indicadores de cuidado,


como, com processo interdisciplinar entre outras. Para a utilização
centrado no usuário, incorporando dessas ferramentas, deve-se
práticas de vigilância, promoção e considerar a clínica centrada nas
assistência à saúde, bem como pessoas; efetiva, estruturada com
matriciamento ao processo de base em evidências científicas;
trabalho cotidiano. É possível segura, que não cause danos às
integrar também profissionais de pessoas e aos profissionais de
outros níveis de atenção. saúde; eficiente, oportuna, prestada
VIII - Resolutividade - Capacidade no tempo certo; equitativa, de forma
de identificar e intervir nos riscos, a reduzir as desigualdades e que a
necessidades e demandas de oferta do atendimento se dê de
saúde da população, atingindo a forma humanizada.
solução de problemas de saúde dos VIII - Promover atenção integral,
usuários. A equipe deve ser contínua e organizada à população
resolutiva desde o contato inicial, adscrita, com base nas
até demais ações e serviços da AB necessidades sociais e de saúde,
de que o usuário necessite. Para através do estabelecimento de
tanto, é preciso garantir amplo ações de continuidade
escopo de ofertas e abordagens de informacional, interpessoal e
cuidado, de modo a concentrar longitudinal com a população. A
recursos, maximizar as ofertas e Atenção Básica deve buscar a
melhorar o cuidado, encaminhando atenção integral e de qualidade,
de forma qualificada o usuário que resolutiva e que contribua para o
necessite de atendimento fortalecimento da autonomia das
especializado. Isso inclui o uso de pessoas no cuidado à saúde,
diferentes tecnologias e abordagens estabelecendo articulação orgânica
de cuidado individual e coletivo, por com o conjunto da rede de atenção
meio de habilidades das equipes de à saúde. Para o alcance da
saúde para a promoção da saúde, integralidade do cuidado, a equipe
prevenção de doenças e agravos, deve ter noção sobre a ampliação
proteção e recuperação da saúde, e da clínica, o conhecimento sobre a
redução de danos. Importante realidade local, o trabalho em
promover o uso de ferramentas que equipe multiprofissional e
apoiem e qualifiquem o cuidado transdisciplinar, e a ação
realizado pelas equipes, como as intersetorial. Para isso pode ser
ferramentas da clínica ampliada, necessário realizar de ações de
gestão da clínica e promoção da atenção à saúde nos
saúde, para ampliação da estabelecimentos de Atenção
resolutividade e abrangência da AB. Básica à saúde, no domicílio, em
Entende-se por ferramentas de locais do território (salões
Gestão da Clínica um conjunto de comunitários, escolas, creches,
tecnologias de microgestão do praças, etc.) e outros espaços que
cuidado destinado a promover uma comportem a ação planejada.
atenção à saúde de qualidade, IX - Realização de ações de
como protocolos e diretrizes atenção domiciliar destinada a
clínicas, planos de ação, linhas de usuários que possuam problemas
cuidado, projetos terapêuticos de saúde controlados/compensados
singulares, genograma, ecomapa, e com dificuldade ou
gestão de listas de espera, auditoria impossibilidade física de locomoção
61

até uma Unidade Básica de Saúde, saúde e a doença, o saudável e o


que necessitam de cuidados com prejudicial, que sejam singulares e
menor freqüência e menor viáveis para cada pessoa. Ainda,
necessidade de recursos de saúde, numa acepção mais ampla, é
para famílias e/ou pessoas para possível estimular a transformação
busca ativa, ações de vigilância em das condições de vida e saúde de
saúde e realizar o cuidado indivíduos e coletivos, através de
compartilhado com as equipes de estratégias transversais que
atenção domiciliar nos casos de estimulem a aquisição de novas
maior complexidade. atitudes entre as pessoas,
X - Programação e implementação favorecendo mudanças para modos
das atividades de atenção à saúde de vida mais saudáveis e
de acordo com as necessidades de sustentáveis.
saúde da população, com a Embora seja recomendado que as
priorização de intervenções clínicas ações de promoção da saúde
e sanitárias nos problemas de estejam pautadas nas necessidades
saúde segundo critérios de e demandas singulares do território
frequência, risco, vulnerabilidade e de atuação da AB, denotando uma
resiliência. Inclui-se aqui o ampla possibilidade de temas para
planejamento e organização da atuação, destacam-se alguns de
agenda de trabalho compartilhada relevância geral na população
de todos os profissionais, e brasileira, que devem ser
recomenda- se evitar a divisão de considerados na abordagem da
agenda segundo critérios de Promoção da Saúde na AB:
problemas de saúde, ciclos de vida, alimentação adequada e saudável;
gênero e patologias dificultando o práticas corporais e atividade física;
acesso dos usuários. Recomenda- enfrentamento do uso do tabaco e
se a utilização de instrumentos de seus derivados; enfrentamento do
planejamento estratégico situacional uso abusivo de álcool; promoção da
em saúde, que seja ascendente e redução de danos; promoção da
envolva a participação popular mobilidade segura e sustentável;
(gestores, trabalhadores e promoção da cultura de paz e de
usuários). direitos humanos; promoção do
XI - Implementação da Promoção desenvolvimento sustentável.
da Saúde como um princípio para o XII - Desenvolvimento de ações de
cuidado em saúde, entendendo que, prevenção de doenças e agravos
além da sua importância para o em todos os níveis de acepção
olhar sobre o território e o perfil das deste termo (primária, secundária,
pessoas, considerando a terciária e quartenária), que
determinação social dos processos priorizem determinados perfis
saúde-doença para o planejamento epidemiológicos e os fatores de
das intervenções da equipe, risco clínicos, comportamentais,
contribui também para a alimentares e/ou ambientais, bem
qualificação e diversificação das como aqueles determinados pela
ofertas de cuidado. A partir do produção e circulação de bens,
respeito à autonomia dos usuários, prestação de serviços de interesse
é possível estimular formas de da saúde, ambientes e processos
andar a vida e comportamentos com de trabalho. A finalidade dessas
prazer que permaneçam dentro de ações é prevenir o aparecimento ou
certos limites sensíveis entre a a persistência de doenças, agravos
62

e complicações previsíveis, evitar outros eventos de relevância para a


intervenções desnecessárias e saúde pública, conforme protocolos
iatrogênicas e ainda estimular o uso e normas vigentes.
racional de medicamentos. Compete à gestão municipal
Para tanto é fundamental a reorganizar o território, e os
integração do trabalho entre processos de trabalho de acordo
Atenção Básica e Vigilância em com a realidade local.
Saúde, que é um processo contínuo A integração das ações de
e sistemático de coleta, Vigilância em Saúde com Atenção
consolidação, análise e Básica, pressupõe a reorganização
disseminação de dados sobre dos processos de trabalho da
eventos relacionados à saúde, equipe, a integração das bases
visando ao planejamento e a territoriais (território único),
implementação de medidas de preferencialmente e rediscutir as
saúde pública para a proteção da ações e atividades dos agentes
saúde da população, a prevenção e comunitários de saúde e do agentes
controle de riscos, agravos e de combate às endemias, com
doenças, bem como para a definição de papéis e
promoção da saúde. responsabilidades.
As ações de Vigilância em Saúde A coordenação deve ser realizada
estão inseridas nas atribuições de por profissionais de nível superior
todos os profissionais da Atenção das equipes que atuam na Atenção
Básica e envolvem práticas e Básica.
processos de trabalho voltados XIII - Desenvolvimento de ações
para: educativas por parte das equipes
a. vigilância da situação de saúde que atuam na AB, devem ser
da população, com análises que sistematizadas de forma que
subsidiem o planejamento, possam interferir no processo de
estabelecimento de prioridades e saúde-doença da população, no
estratégias, monitoramento e desenvolvimento de autonomia,
avaliação das ações de saúde individual e coletiva, e na busca por
pública; qualidade de vida e promoção do
b. detecção oportuna e adoção de autocuidado pelos usuários.
medidas adequadas para a resposta XIV - Desenvolver ações
de saúde pública; intersetoriais, em interlocução com
c. vigilância, prevenção e controle escolas, equipamentos do SUAS,
das doenças transmissíveis; e associações de moradores,
d. vigilância das violências, das equipamentos de segurança, entre
doenças crônicas não outros, que tenham relevância na
transmissíveis e acidentes. comunidade, integrando projetos e
A AB e a Vigilância em Saúde redes de apoio social, voltados para
deverão desenvolver ações o desenvolvimento de uma atenção
integradas visando à promoção da integral;
saúde e prevenção de doenças nos XV - Implementação de diretrizes de
territórios sob sua responsabilidade. qualificação dos modelos de
Todos profissionais de saúde atenção e gestão, tais como, a
deverão realizar a notificação participação coletiva nos processos
compulsória e conduzir a de gestão, a valorização, fomento a
investigação dos casos suspeitos ou autonomia e protagonismo dos
confirmados de doenças, agravos e diferentes sujeitos implicados na
63

produção de saúde, autocuidado XVII - Implantar estratégias de


apoiado, o compromisso com a Segurança do Paciente na AB,
ambiência e com as condições de estimulando prática assistencial
trabalho e cuidado, a constituição segura, envolvendo os pacientes na
de vínculos solidários, a segurança, criando mecanismos
identificação das necessidades para evitar erros, garantir o cuidado
sociais e organização do serviço em centrado na pessoa, realizando
função delas, entre outras; planos locais de segurança do
XVI - Participação do planejamento paciente, fornecendo melhoria
local de saúde, assim como do contínua relacionando a
monitoramento e a avaliação das identificação, a prevenção, a
ações na sua equipe, unidade e detecção e a redução de riscos.
município; visando à readequação XVIII - Apoio às estratégias de
do processo de trabalho e do fortalecimento da gestão local e do
planejamento frente às controle social, participando dos
necessidades, realidade, conselhos locais de saúde de sua
dificuldades e possibilidades área de abrangência, assim como,
analisadas. articular e incentivar a participação
O planejamento ascendente das dos trabalhadores e da comunidade
ações de saúde deverá ser nas reuniões dos conselhos locais e
elaborado de forma integrada nos municipal; e
âmbitos das equipes, dos XIX - Formação e Educação
municípios, das regiões de saúde e Permanente em Saúde, como parte
do Distrito Federal, partindo-se do do processo de trabalho das
reconhecimento das realidades equipes que atuam na Atenção
presentes no território que Básica. Considera-se Educação
influenciam a saúde, condicionando Permanente em Saúde (EPS) a
as ofertas da Rede de Atenção aprendizagem que se desenvolve
Saúde de acordo com a no trabalho, onde o aprender e o
necessidade/demanda da ensinar se incorporam ao cotidiano
população, com base em das organizações e do trabalho,
parâmetros estabelecidos em baseando se na aprendizagem
evidências científicas, situação significativa e na possibilidade de
epidemiológica, áreas de risco e transformar as práticas dos
vulnerabilidade do território adscrito. trabalhadores da saúde. Nesse
As ações em saúde planejadas e contexto, é importante que a EPS
propostas pelas equipes deverão se desenvolva essencialmente em
considerar o elenco de oferta de espaços institucionalizados, que
ações e de serviços prestados na sejam parte do cotidiano das
AB, os indicadores e parâmetros, equipes (reuniões, fóruns territoriais,
pactuados no âmbito do SUS. entre outros), devendo ter espaço
As equipes que atuam na AB garantido na carga horária dos
deverão manter atualizadas as trabalhadores e contemplar a
informações para construção dos qualificação de todos da equipe
indicadores estabelecidos pela multiprofissional, bem como os
gestão, com base nos parâmetros gestores.
pactuados alimentando, de forma Algumas estratégias podem se aliar
digital, o sistema de informação de a esses espaços institucionais em
Atenção Básica vigente; que equipe e gestores refletem,
aprendem e trans-formam os
64

processos de trabalho no dia-a-dia, relacionadas ao funcionamento da


de modo a potencializá-los, tais integração ensino-serviço-
como Cooperação Horizontal, Apoio comunidade.
Institucional, Tele Educação, Além dessas ações que se
Formação em Saúde. desenvolvem no cotidiano das
Entende-se que o apoio institucional equipes, de forma complementar, é
deve ser pensado como uma função possível oportunizar processos
gerencial que busca a reformulação formativos com tempo definido, no
do modo tradicional de se fazer intuito de desenvolver reflexões,
coordenação, planejamento, conhecimentos, competências,
supervisão e avaliação em saúde. habilidades e atitudes específicas,
Ele deve assumir como objetivo a através dos processos de Educação
mudança nas organizações, Continuada, igualmente como
tomando como matéria-prima os estratégia para a qualificação da
problemas e tensões do cotidiano AB. As ofertas educacionais devem,
Nesse sentido, pressupõe-se o de todo modo, ser indissociadas das
esforço de transformar os modelos temáticas relevantes para a Atenção
de gestão verticalizados em Básica e da dinâmica cotidiana de
relações horizontais que ampliem a trabalho dos profissionais.
democratização, autonomia e
compromisso dos trabalhadores e 6. DO FINANCIAMENTO DAS
gestores, baseados em relações AÇÕES DE ATENÇÃO BÁSICA
contínuas e solidárias. O financiamento da Atenção Básica
A Formação em Saúde, deve ser tripartite e com
desenvolvida por meio da relação detalhamento apresentado pelo
entre trabalhadores da AB no Plano Municipal de Saúde garantido
território (estágios de graduação e nos instrumentos conforme
residências, projetos de pesquisa e especificado no Plano Nacional,
extensão, entre outros), beneficiam Estadual e Municipal de gestão do
AB e instituições de ensino e SUS. No âmbito federal, o montante
pesquisa, trabalhadores, docentes e de recursos financeiros destinados
discentes e, acima de tudo, a à viabilização de ações de Atenção
população, com profissionais de Básica à saúde compõe o bloco de
saúde mais qualificados para a financiamento de Atenção Básica
atuação e com a produção de (Bloco AB) e parte do bloco de
conhecimento na AB. Para o financiamento de investimento e
fortalecimento da integração entre seus recursos deverão ser utilizados
ensino, serviços e comunidade no para financiamento das ações de
âmbito do SUS, destaca-se a Atenção Básica.
estratégia de celebração de Os repasses dos recursos da AB
instrumentos contratuais entre aos municípios são efetuados em
instituições de ensino e serviço, conta aberta especificamente para
como forma de garantir o acesso a este fim, de acordo com a
todos os estabelecimentos de saúde normatização geral de
sob a responsabilidade do gestor da transferências de recursos fundo a
área de saúde como cenário de fundo do Ministério da Saúde com o
práticas para a formação no âmbito objetivo de facilitar o
da graduação e da residência em acompanhamento pelos Conselhos
saúde no SUS, bem como de de Saúde no âmbito dos municípios,
estabelecer atribuições das partes dos estados e do Distrito Federal.
65

O financiamento federal para as multiplicado pela população do


ações de Atenção Básica deverá Município.
ser composto por: A população de cada município e do
I - Recursos per capita; que levem Distrito Federal será a população
em consideração aspectos definida pelo IBGE e publicada em
sociodemográficos e portaria específica pelo Ministério
epidemiológicos; da Saúde.
II - Recursos que estão II - Recursos que estão
condicionados à implantação de condicionados à implantação de
estratégias e programas da Atenção estratégias e programas da Atenção
Básica, tais como os recursos Básica
específicos para os municípios que 1. Equipe de Saúde da Família
implantarem, as equipes de Saúde (eSF): os valores dos incentivos
da Família (eSF), as equipes de financeiros para as equipes de
Atenção Básica (eAB), as equipes Saúde da Família implantadas
de Saúde Bucal (eSB), de Agentes serão prioritário e superior,
Comunitários de Saúde (EACS), transferidos a cada mês, tendo
dos Núcleos Ampliado de Saúde da como base o número de equipe de
Família e Atenção Básica (Nasf- Saúde da Família (eSF) registrados
AB), dos Consultórios na Rua no sistema de Cadastro Nacional
(eCR), de Saúde da Família Fluviais vigente no mês anterior ao da
(eSFF) e Ribeirinhas (eSFR) e respectiva competência financeira.
Programa Saúde na Escola e O valor do repasse mensal dos
Programa Academia da Saúde; recursos para o custeio das equipes
III - Recursos condicionados à de Saúde da Família será publicado
abrangência da oferta de ações e em portaria específica
serviços; 2. Equipe de Atenção Básica (eAB):
IV - Recursos condicionados ao os valores dos incentivos
desempenho dos serviços de financeiros para as equipes de
Atenção Básica com parâmetros, Atenção Básica (eAB) implantadas
aplicação e comparabilidade serão transferidos a cada mês,
nacional, tal como o Programa de tendo como base o número de
Melhoria de Acesso e Qualidade; equipe de Atenção Básica (eAB)
V - Recursos de investimento; registrados no Sistema de Cadastro
Os critérios de alocação dos Nacional de Estabelecimentos de
recursos da AB deverão se ajustar Saúde vigente no mês anterior ao
conforme a regulamentação de da respectiva competência
transferência de recursos federais financeira.
para o financiamento das ações e O percentual de financiamento das
serviços públicos de saúde no equipes de Atenção Básica (eAB),
âmbito do SUS, respeitando será definido pelo Ministério da
especificidades locais, e critério Saúde, a depender da
definido na LC 141/2012. disponibilidade orçamentária e
I - Recurso per capita: demanda de credenciamento.
O recurso per capita será 1. Equipe de Saúde Bucal (eSB): Os
transferido mensalmente, de forma valores dos incentivos financeiros
regular e automática, do Fundo quando as equipes de Saúde da
Nacional de Saúde aos Fundos Família (eSF) e/ou Atenção Básica
Municipais de Saúde e do Distrito (eAB) forem compostas por
Federal com base num valor profissionais de Saúde Bucal, serão
66

transferidos a cada mês, o valor O valor do repasse mensal dos


correspondente a modalidade, recursos para o custeio das
tendo como base o número de Unidades Básicas de Saúde Fluviais
equipe de Saúde Bucal (eSB) será publicado em portaria
registrados no Sistema de Cadastro específica. Assim como, os critérios
Nacional de Estabelecimentos de mínimos para o custeio das
Saúde vigente no mês anterior ao Unidades preexistentes ao
da respectiva competência Programa de Construção de
financeira. Unidades Básicas de Saúde
1. O repasse mensal dos recursos Fluviais.
para o custeio das Equipes de 4.3. Equipes Consultório na Rua
Saúde Bucal será publicado em (eCR)
portaria específica. Os valores do incentivo financeiro
1. Equipe Saúde da Família para as equipes dos Consultórios na
comunidades Ribeirinhas e Fluviais Rua (eCR) implantadas serão
4.1. Equipes Saúde da Família transferidos a cada mês, tendo
Ribeirinha (eSFR): os valores dos como base a modalidade e o
incentivos financeiros para as número de equipes cadastradas no
equipes de Saúde da Família sistema de Cadastro Nacional
Ribeirinhas (eSFR) implantadas vigente no mês anterior ao da
serão transferidos a cada mês, respectiva competência financeira.
tendo como base o número de Os valores do repasse mensal que
equipe de Saúde da Família as equipes dos Consultórios na Rua
Ribeirinhas (eSFR) registrados no (eCR) farão jus será definido em
sistema de Cadastro Nacional portaria específica.
vigente no mês anterior ao da 5. Núcleo Ampliado de Saúde da
respectiva competência financeira. Família e Atenção Básica (NASF-
O valor do repasse mensal dos AB) O valor do incentivo federal
recursos para o custeio das equipes para o custeio de cada NASFAB,
de Saúde da Família Ribeirinhas dependerá da sua modalidade (1, 2
(eSFR) será publicado em portaria ou 3) e será determinado em
específica e poderá ser agregado portaria específica. Os valores dos
um valor nos casos em que a incentivos financeiros para os
equipe necessite de transporte NASF-AB implantados serão
fluvial para acessar as comunidades transferidos a cada mês, tendo
ribeirinhas adscritas para execução como base o número de NASF-AB
de suas atividades. cadastrados no SCNES vigente.
4.2. Equipes de Saúde da Família 6. Estratégia de Agentes
Fluviais (eSFF): os valores dos Comunitários de Saúde (ACS)
incentivos financeiros para as Os valores dos incentivos
equipes de Saúde da Família financeiros para as equipes de ACS
Fluviais (eSFF) implantadas serão (EACS) implantadas são
transferidos a cada mês, tendo transferidos a cada mês, tendo
como base o número de Unidades como base o número de Agentes
Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) Comunitários de Saúde (ACS),
registrados no sistema de Cadastro registrados no sistema de Cadastro
Nacional vigente no mês anterior ao Nacional vigente no mês anterior ao
da respectiva competência da respectiva competência
financeira. financeira. Será repassada uma
parcela extra, no último trimestre de
67

cada ano, cujo valor será calculado II - Após o recebimento da proposta


com base no número de Agentes do projeto de credenciamento das
Comunitários de Saúde, registrados eABs, as Secretarias Estaduais de
no cadastro de equipes e Saúde, conforme prazo a ser
profissionais do SCNES, no mês de publicado em portaria específica,
agosto do ano vigente. deverão realizar:
A efetivação da transferência dos a. Análise e posterior
recursos financeiros descritos no encaminhamento das propostas
item B tem por base os dados de para aprovação da Comissão
alimentação obrigatória do Sistema Intergestores Bipartite (CIB); e
de Cadastro Nacional de b. após aprovação na CIB,
Estabelecimentos de Saúde, cuja encaminhar, ao Ministério da
responsabilidade de manutenção e Saúde, a Resolução com o número
atualização é dos gestores dos de equipes por estratégia e
estados, do Distrito Federal e dos modalidades, que pleiteiam
municípios, estes devem transferir recebimento de incentivos
os dados mensalmente, para o financeiros da atenção básica.
Ministério da Saúde, de acordo com Parágrafo único: No caso do Distrito
o cronograma definido anualmente Federal a proposta de projeto de
pelo SCNES. credenciamento das equipes que
III - Do credenciamento atuam na Atenção Básica deverá
Para a solicitação de ser diretamente encaminhada ao
credenciamento dos Serviços e de Departamento de Atenção Básica
todas as equipes que atuam na do Ministério da Saúde.
Atenção Básica, pelos Municípios e III - O Ministério da Saúde realizará
Distrito Federal, deve-se obedecer análise do pleito da Resolução CIB
aos seguintes critérios: ou do Distrito Federal de acordo
I - Elaboração da proposta de com o teto de equipes, critérios
projeto de credenciamento das técnicos e disponibilidade
equipes que atuam na Atenção orçamentária; e
Básica, pelos Municípios/Distrito IV - Após a publicação de Portaria
Federal; de credenciamento das novas
a. O Ministério da Saúde equipes no Diário Oficial da União, a
disponibilizará um Manual com as gestão municipal deverá cadastrar
orientações para a elaboração da a(s) equipe(s) no Sistema de
proposta de projeto, considerando Cadastro Nacional de
as diretrizes da Atenção Básica; Estabelecimento de Saúde , num
b. A proposta do projeto de prazo máximo de 4 (quatro) meses,
credenciamento das equipes que a contar a partir da data de
atuam na Atenção Básica deverá publicação da referida Portaria, sob
estar aprovada pelo respectivo pena de descredenciamento da(s)
Conselho de Saúde Municipal ou equipe(s) caso esse prazo não seja
Conselho de Saúde do Distrito cumprido.
Federal; e Para recebimento dos incentivos
c. As equipes que atuam na correspondentes às equipes que
Atenção Básica que receberão atuam na Atenção Básica,
incentivo de custeio fundo a fundo efetivamente credenciadas em
devem estar inseridas no plano de portaria e cadastradas no Sistema
saúde e programação anual. de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde, os
68

Municípios/Distrito Federal, deverão I - inexistência de unidade básica de


alimentar os dados no sistema de saúde cadastrada para o trabalho
informação da Atenção Básica das equipes e/ou;
vigente, comprovando, II - ausência, por um período
obrigatoriamente, o início e superior a 60 dias, de qualquer um
execução das atividades. dos profissionais que compõem as
1. Suspensão do repasse de equipe descritas no item B, com
recursos do Bloco da Atenção exceção dos períodos em que a
Básica contratação de profissionais esteja
O Ministério da Saúde suspenderá o impedida por legislação específica,
repasse de recursos da Atenção e/ou;
Básica aos municípios e ao Distrito III - descumprimento da carga
Federal, quando: horária mínima prevista para os
I - Não houver alimentação regular, profissionais das equipes; e <>-
por parte dos municípios e do ausência de alimentação regular de
Distrito Federal, dos bancos de dados no Sistema de Informação da
dados nacionais de informação, Atenção Básica vigente.
como: Especificamente para as equipes de
a. inconsistência no Sistema de saúde da família (eSF) e equipes de
Cadastro Nacional de Atenção Básica (eAB) com os
Estabelecimentos de Saúde profissionais de saúde bucal.
(SCNES) por duplicidade de As equipes de Saúde da Família
profissional, ausência de (eSF) e equipes de Atenção Básica
profissional da equipe mínima ou (eAB) que sofrerem suspensão de
erro no registro, conforme recurso, por falta de profissional
normatização vigente; e conforme previsto acima, poderão
b. não envio de informação manter os incentivos financeiros
(produção) por meio de Sistema de específicos para saúde bucal,
Informação da Atenção Básica conforme modalidade de
vigente por três meses implantação.
consecutivos, conforme normativas Parágrafo único: A suspensão será
específicas. mantida até a adequação das
- identificado, por meio de auditoria irregularidades identificadas.
federal, estadual e municipal, 6.2-Solicitação de crédito retroativo
malversação ou desvio de finalidade dos recursos suspensos
na utilização dos recursos. Considerando a ocorrência de
Sobre a suspensão do repasse dos problemas na alimentação do
recursos referentes ao item II: O SCNES e do sistema de informação
Ministério da Saúde suspenderá os vigente, por parte dos estados,
repasses dos incentivos referentes Distrito Federal e dos municípios, o
às equipes e aos serviços citados Ministério da Saúde poderá efetuar
acima, nos casos em que forem crédito retroativo dos incentivos
constatadas, por meio do financeiros deste recurso variável. A
monitoramento e/ou da supervisão solicitação de retroativo será válida
direta do Ministério da Saúde ou da para análise desde que a mesma
Secretaria Estadual de Saúde ou ocorra em até 6 meses após a
por auditoria do DENASUS ou dos competência financeira de
órgãos de controle competentes, suspensão. Para solicitar os
qualquer uma das seguintes créditos retroativos, os municípios e
situações: o Distrito Federal deverão:
69

- Preencher o formulário de Da Saúde (OMS) estima que 2,5


solicitação, conforme será bilhões de pessoas – 2/5 da
disponibilizado em manual população mundial – estão sob risco
específico; 6 realizar as adequações de contrair dengue e que ocorram
necessárias nos sistemas vigentes anualmente cerca de 50 milhões de
(SCNES e/ou SISAB) que casos. Desse total, cerca de 550 mil
justifiquem o pleito de retroativo; e Necessitam de hospitalização e pelo
enviar ofício à Secretaria de Saúde menos 20 mil morrem em
de seu estado, pleiteando o crédito conseqüência da doença.
retroativo , acompanhado do anexo Nas últimas duas décadas, a
referido no item I e documentação incidência de dengue nas Américas
necessária a depender do motivo da tem apresentado uma tendência
suspensão.Parágrafo único: as Ascendente, com mais de 30 países
orientações sobre a documentação informando casos da doença, a
a ser encaminhada na solicitação de despeito dos numerosos programas
retroativo constarão em manual De erradicação ou controle que
específico a ser publicado. foram implementados. O pico
As Secretarias Estaduais de Saúde, epidêmico tem sido cada vez
após analisarem a documentação grande,
recebida dos municípios, deverão Em períodos que se repetem a cada
encaminhar ao Departamento de 3-5 anos, quase de maneira regular.
Atenção Básica da Secretaria de Entre 2001 e 2005, foram
Atenção à Saúde, Ministério da notificados
Saúde (DAB/SAS/MS), a solicitação 2.879.926 casos de dengue na
de complementação de crédito dos região, sendo 65.235 de dengue
incentivos tratados nesta Portaria, hemorrágica, com 789 óbitos.
acompanhada dos documentos As maiores incidências nesse
referidos nos itens I e II. Nos casos período foram reportadas pelo
em que o solicitante de crédito Brasil, Colômbia, Venezuela, Costa
retroativo for o Distrito Federal, o Rica
ofício deverá ser encaminhado E Honduras (82% do total).
diretamente ao DAB/SAS/MS. No Brasil, a primeira epidemia
O DAB/SAS/MS procederá à análise documentada clínica e
das solicitações recebidas, laboratorialmente ocorreu em 1981-
verificando a adequação da 1982. Em Boa Vista (RR), causada
documentação enviada e dos pelos sorotipos 1 e 4. Em 1986,
sistemas de informação vigentes ocorreram epidemias atingindo o
(SCNES e/ou SISAB), bem como a Rio De Janeiro e algumas capitais
pertinência da justificativa do gestor, da região Nordeste. Desde então, a
para deferimento ou não da dengue vem ocorrendo no Brasil de
solicitação. Forma continuada, intercalando-se
RICARDO BARROS com a ocorrência de epidemias,
geralmente associadas com a
Diretrizes Nacionais para a introdução de novos sorotipos em
Prevenção e Controle de áreas anteriormente indenes e/ou
Epidemias de Dengue alteração do sorotipo predominante.
Aspectos epidemiológicos Na epidemia de 1986, identificou-se
A dengue e um dos principais a ocorrência da circulação do
problemas de saúde publicam no sorotipo DENV1, inicialmente no
mundo. A Organização Mundial
70

Estado do Rio de Janeiro, Entanto, a partir de 2006, alguns


disseminando-se, a seguir, para estados apresentaram a
outros seis estados até 1990. Nesse recirculação do sorotipo DENV2
ano, foi identificada a circulação de após alguns anos de predomínio do
um novo sorotipo, o DENV2, sorotipo DENV3. Esse cenário levou
também no Estado do Rio de a um aumento no número de casos,
Janeiro. Durante a década de 90, de formas graves e de
ocorreu um aumento significativo da hospitalizações em crianças,
incidência, reflexo da ampla principalmente no Nordeste do pais.
dispersão do Aedes aegypti no Em 2008 foram Notificados 585.769
território nacional. A presença do casos e novas epidemias causadas
vetor, associada a mobilidade da pelo sorotipo DENV2 ocorreram em
população, levou a disseminação diversos Estados do país, marcando
dos sorotipos DENV1 e DENV2 o pior cenário da doença no Brasil,
para 20 dos 27 estados do pais. em relação ao total de internações e
Entre os anos de 1990 e 2000, Óbitos até o momento. Essas
várias epidemias foram registradas, epidemias foram caracterizadas por
sobretudo nos grandes centros um padrão de migração de
urbanos das regiões Sudeste e gravidade para as crianças, que
Nordeste do Brasil, responsáveis representaram mais de 50% dos
pela maior parte dos casos pacientes internados nos municípios
notificados. As regiões Centro- de maior contingente populacional.
Oeste e Norte foram acometidas Mesmo em municípios com menor
mais tardiamente, com epidemias população, mais de 25% dos
registradas a partir da segunda pacientes internados por dengue
metade da Década de 90. eram crianças, o que ressalta que
A circulação do sorotipo DENV3 do todo o pais vem sofrendo, de
vírus foi identificada, pela primeira maneira semelhante, essas
vez, em dezembro de 2000, alterações no perfil da doença. No
também no Estado do Rio de ano de 2009, até a semana
Janeiro e, posteriormente, no epidemiológica 17, foram notificados
Estado de Roraima, em novembro 266.285 casos de dengue, o que
de 2001. representa um declínio de 52%, em
Em 2002, foi observada a maior relação ao mesmo Período de 2008.
incidência da doença, quando foram O cenário atual de diminuição de
confirmados cerca de 697.000 casos demonstra a capacidade da
casos, refletindo a introdução do sociedade brasileira e do setor
sorotipo DENV3. Essa epidemia Saúde no enfrentamento das
levou a uma rápida dispersão do epidemias de dengue. A
Sorotipo DENV3 para outros sustentabilidade desse quadro exige
estados, sendo que, em 2004, 23 a continuidade dos esforços pelas
dos 27 estados do pais já três esferas de governo, além do
apresentavam a Circulação comprometimento de outros setores
simultânea dos sorotipos DENV1, Externos ao setor saúde. Com a
DENV2 e DENV3 do vírus da conjunção desses esforços, será
dengue. possível responder adequadamente
No Brasil, os adultos jovens foram As epidemias de dengue.
os mais atingidos pela doença
desde a introdução do vírus. No
71

Assistência e especialmente em menores de 15


A quase totalidade dos óbitos por anos, torna-se necessário qualificar
dengue e evitável e depende, na E organizar os serviços em todos os
maioria das vezes, da qualidade da níveis.
assistência prestada e da Para tal, recomendamos utilizar
organização da rede de serviços de as diretrizes para Classificação
saúde. de risco, organização dos
A realização de triagem, utilizando- serviços e as estratégias para
se a classificação de risco baseada enfrentamento de uma Epidemia
na gravidade da doença, e uma de dengue.
ferramenta fundamental para
melhorar a qualidade da Classificação de risco para
assistência. A classificação de risco prioridade de atendimento
tem por objetivo reduzir o tempo de A classificação de risco tem por
espera do paciente por atendimento objetivo reduzir o tempo de espera
médico, visando a aceleração do do paciente por atendimento
Diagnostico, tratamento e Medico, visando a aceleração do
internação, quando for o caso, e diagnostico, tratamento e
contribuindo para a organização do internação, quando for o caso,
fluxo de pacientes na unidade de contribuindo para organização do
saúde e a priorização do fluxo de pacientes na unidade de
atendimento dos casos de acordo saúde e priorização do atendimento
com a gravidade. dos casos de acordo com a
A organização da rede de serviços gravidade. Portanto, o atendimento
de saúde e condição para o do paciente baseia-se na
enfrentamento de uma epidemia de classificação de risco e não na
Dengue. O estabelecimento de ordem de chegada ao serviço de
protocolos clínicos, sistema de saúde.
referência e contra referência, com Para a classificação de risco do
base paciente com suspeita de dengue,
Na classificação de risco, torna utilizaram-se os critérios da Política
possível o atendimento oportuno e Nacional de Humanização e a
de qualidade ao doente e condição estadia mento da doença. Com
para evitar a ocorrência de óbitos. A base nessas informações, a
porta de entrada preferencial para classificação de risco poderá ser
atendimento da pessoa com realizada por enfermeiro ou medico,
Suspeita de dengue e a Atenção que, de posse do protocolo técnico,
Primaria; porém, todos os serviços ira identificar os pacientes que
de saúde devem acolher os casos, necessitam de tratamento imediato,
classificar o risco, atender, e, se considerando o potencial de risco, o
necessário, encaminhar para o grau de sofrimento e o agravo a
serviço compatível com a saúde. O profissional devera avaliar,
complexidade/necessidade do orientar, encaminhar, coletar e
paciente, responsabilizando-se por Registrar dados da forma mais
sua transferência. detalhada possível no protocolo
Face ao cenário epidemiológico técnico. Esse dado subsidiara o
apresentado todos os anos em medico quanto ao diagnostico,
nosso pais, com um crescente estadia mento e tratamento do
numero de casos graves em adultos paciente com suspeita de dengue.
72

Alguns estados e municípios organização dos serviços,


utilizam outros critérios para agilizando o atendimento e evitando
classificação de risco, que podem mortes.
ser mantidos e respeitados, desde
que tenham fundamentação técnica.
Ressaltamos aqui a importância da
Implantação da classificação de
risco como forma de auxiliar a
73

Classificação de risco – grupo de estadia mento


Todas as pessoas com suspeita de dengue devem receber o primeiro
atendimento na unidade que procurarem. Após a avaliação e conduta inicial,
mesmo que o paciente seja encaminhado para outros serviços de saúde, deve-
se garantir o suporte de vida adequado para encaminhamento e prestar
orientações quanto a rede assistencial. O seguimento deverá ser realizado
conforme as orientações abaixo:

Azul – Grupo A
De acordo com a classificação de risco, os pacientes com os sinais e sintomas
clássicos da dengue
São classificados como Grupo A azul. Esses pacientes necessitam de
atendimento em Unidades de Atenção Primaria em Saúde.
74

• orientar tratamento em domicílio.


• prescrever hidratação via oral de forma sistemática.
• prescrever analgésicos e antitérmicos, se necessário, alertando o paciente
para o risco da Automedicação.
• É contraindicado o uso de salicilados e anti-inflamatórios não hormonais
(ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida, entre outros).
• orientar o paciente quanto à necessidade de repouso.
• orientar o paciente e/ou seus familiares/cuidadores sobre os sinais de alarme,
especialmente no primeiro dia do desaparecimento da febre, e orientar sobre o
que fazer frente ao surgimento dos mesmos.
• após consulta e avaliação clínica, informar ao paciente que ele poderá realizar
o tratamento no Domicílio, porém, orientado a retornar à unidade de saúde
identificada no Cartão de Acompanhamento Do Paciente com Suspeita de
Dengue (Anexo I), se possível diariamente ou ao menos no Primeiro dia do
desaparecimento da febre ou em caso de surgimento de sinais de alarme.
• organizar no serviço um fluxo diferenciado para agilizar as consultas de
retorno.
75

• orientar sobre a limpeza domiciliar de criadouros de A. aegypti.


• preencher a ficha de notificação individual dos casos.
• providenciar visita domiciliar dos ACS, para acompanhamento dos pacientes
e seus familiares, em seu micro área de abrangência.

Medicamentos indicados para tratamento no domicilio Soro de hidratação


oral
Oferecido de maneira sistemática, conforme descrito abaixo.

Adulto 60 a 80 ml/kg/dia (1/3 do volume em soro oral e, para os 2/3 restantes,


complementar com água, suco de Frutas, leite, chá, água de coco, sopa)
Criança oferecer soro oral de forma precoce e abundante (1/3 das
necessidades basais, complementando-se o Restante com água, suco de
frutas, leite, chá, água de coco, sopa, leite materno).

Sintomáticos
Paracetamol
Criança: 10 a 15mg/kg/dose de 6/6h.
Adulto: 500mg/dose de 6/6h ou até o máximo 750mg de 6/6h.
Dipirona
Criança: 10 a 15 mg/kg/dose de 6/6h.
Adulto: 500mg/dose de 6/6h.
76

Verde – Grupo B
De acordo com a classificação de risco, o paciente com manifestações
hemorrágicas espontâneas ou prova do laco positiva e classificado como
Grupo B – Verde. Esse paciente necessita de atendimento imunidade com
suporte para observação.

• Hidratação oral ou venosa supervisionada.


• O paciente com manifestações hemorrágicas espontâneas ou induzidas deve
ficar em unidade com leito de observação por, no mínimo, 12 horas, com
esquema de hidratação oral ou venosa supervisionado pela equipe de
enfermagem e avaliação médica.
• A unidade deve ser dotada de condições para realização do hemograma
completo, com liberação de resultado em tempo hábil (no mesmo dia), para
avaliação e manejo clínico adequado e precoce.
• na impossibilidade de realizar o hemograma na unidade de saúde, as
amostras coletadas nessas unidades devem ser enviadas para unidade que
disponha desse serviço, com prioridade de realização do exame ou estratégia
que garanta sua realização e retorno dos resultados para a unidade de origem
no mesmo dia.
• após hidratação supervisionada e avaliação médica, o paciente poderá
realizar o tratamento no domicílio e deve ser orientado para retornar
diariamente à unidade de saúde identificada no
77

Cartão de Acompanhamento do Paciente com Suspeita de Dengue ou em caso


de surgimento de sinais de alarme (observar os Anexos II, III e IV).
• providenciar visita domiciliar do ACS, para acompanhamento dos pacientes e
seus familiares, em seu micro área de abrangência.

Fluxograma de atendimento do paciente Grupo B – Verde

Amarelo – Grupo C
De acordo com a classificação de risco, o paciente com sinais de alarme é
classificado como
Grupo C – Amarelo. Esse paciente necessita de atendimento de urgência e
deve ser encaminhado para um hospital de referência com maior suporte
técnico.
78

• Fase de expansão com soro fisiológico ou


Ringer Lactato: 20ml/kg/h (adulto/ criança),
podendo ser repetida até 3 vezes.
• Reavaliação clínica de hora em hora e
hematócrito após 2h.
• Melhora clínica e laboratorial: iniciar a fase
de hidratação venosa de manutenção:
• Adulto – 25ml/kg, de 6h em 6h (de acordo
com a melhora, pode-se estabelecer
frequência de 8h em 8h e até de 12h em
12h).
• Criança – necessidade de hidratação
diária (NHD) mais perdas (regra de
Holiday-Segar).
• Avaliar após cada etapa de hidratação.
• Paciente sem melhora clínica/laboratorial,
tratar como Grupo D – Vermelho.
79

Vermelho – Grupo D
De acordo com a classificação de risco, o paciente com sinais de choque é
classificado como Grupo D – Vermelho. Esse paciente necessita de
atendimento imediato, receber HIDRATAÇÃO venosa vigorosa (fase de
expansão) em qualquer unidade de saúde e ser transferido, em ambulância
com suporte avançado, para um hospital de referência com leitos de UTI.
80

• Assegurar bom acesso venoso, de preferência em dois locais diferentes.


• Iniciar hidratação venosa com solução isotônica (20ml/kg em até 20 minutos,
tanto em adulto como em criança) imediatamente.
• Se necessário, repetir o procedimento por até 3 vezes.
• Avaliar hemoconcentração (aumento do hematócrito).
• Reavaliação clínica (a cada 15 – 30 minutos) e hematócrito após 2h.
• Avaliar melhora do choque (normalização da PA, densidade e débito urinário,
pulso e respiração).
• Em caso de melhora clínica e laboratorial, tratar o paciente conforme descrito
para conduta do Grupo C, em unidade com leito de internação e com
capacidade de realizar hidratação venosa, sob supervisão médica, por um
período mínimo de 24h.
• Se a resposta for inadequada, avaliar hemoconcentração.
• Hematócrito em ascensão e choque: após hidratação adequada, utilizar
expansores (coloide sintético – 10ml/kg/hora ou, na falta deste, fazer albumina:
adulto 3ml/kg/hora, criança: 0,5g a 1g/kg/hora).
81

• Hematócrito em queda e choque: iniciar cuidados em Unidade de Terapia


Intensiva (UTI).
• Hematócrito em queda e choque: paciente necessita de avaliação médica de
imediato, para investigar ocorrência de hemorragias.
• Na fase de absorção do volume extravasado, investigar hiper hidratação
(sinais de insuficiência cardíaca congestiva) e tratar com diuréticos, se
necessário.
• A persistência da velocidade e dos volumes de infusão líquida, de 12 a 24
horas após reversão do choque, pode levar ao agravamento do quadro de
hipervolemia.
• Observar a presença de acidose metabólica e corrigi-la, para evitar a
coagulação intravascular disseminada.
• Corrigir hiponatremia e hipocalemia. Monitoramento laboratorial
• Hematócrito – a cada duas horas, durante o período de instabilidade
hemodinâmica, e a cada quatro a seis horas, nas primeiras 12 horas após
estabilização do quadro.
• Albumina a cada 12 horas.
• Plaquetas a cada 8, 12 ou 24 horas.
Exames laboratoriais e de imagem necessários para atendimento do paciente
do Grupo D
– Vermelho
• Hemograma.
• Dosagem de albumina.
• Coagulograma (TP/AP, TTPA).
• Dosagem de eletrólitos.
• Função hepática.
• Função renal.
• US abdominal.
• Raio-X de tórax.
Fluxograma de atendimento do paciente Grupo D – Vermelho
82

Organização dos serviços de saúde


A rede de serviços de saúde deve ser organizada para garantir acesso de
qualidade em todos os níveis de atenção, de maneira a atender a comunidade,
seja em período epidêmico ou em não epidêmico
(ver Quadro 1).
A organização da rede de serviços, incluindo as ações de controle vetorial, é
fundamental para a redução da letalidade por dengue.
Aspectos técnicos para estruturação de uma unidade de saúde
• Definição dos tipos de atividades que serão desenvolvidas na unidade.
• Profissionais qualificados e em quantidade suficiente para atendimento das
atividades propostas.
• Impressos (fichas de notificação, Cartão de Acompanhamento Ambulatorial
do Paciente Com Dengue e outros) e materiais informativos, tanto para
profissionais quanto para usuários.
• Aquisição de insumos (móveis, materiais, equipamentos e medicamentos),
estabelecendo base de cálculo para aquisição de medicamentos em
quantidade de acordo com a demanda esperada, tanto em período epidêmico
quanto em não epidêmico.
• Elaboração de normas, procedimentos técnicos e administrativos (protocolos
e fluxos internos e externos) para nortear rotinas de trabalho da unidade de
saúde.
• Garantir o atendimento médico e a realização de exames de controle dos
pacientes agendados para retorno à unidade estabelecida.
• Identificar e preparar unidades de saúde para atendimento em regime de 24
horas que funcionarão durante a epidemia, como, por exemplo, hospitais-dia e
outras unidades, em reforço às demais unidades estabelecidas com este fim.
• Organizar a central de leitos e garantir o transporte do paciente em condições
adequadas.

Atenção Primária em Saúde


A Atenção Primária, enquanto um conjunto de ações no âmbito individual e
coletivo, abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos,
o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É dirigida
a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a
responsabilidade sanitária. Utiliza processos de elevada complexidade e baixa
densidade tecnológica, que devem resolver os problemas de saúde de maior
frequência e relevância em seu território.
A Saúde da Família, estratégia prioritária para a organização da atenção
primária, tem como um de seus preceitos desenvolver relações de vínculo e
responsabilização entre as equipes e a população de seu território de
abrangência, garantindo a continuidade das ações de saúde e a
longitudinalidade do cuidado. Considerando a magnitude da dengue hoje no
nosso país, a atenção primária tem importante papel a cumprir na prevenção,
atenção e controle da doença. Constitui porta de entrada preferencial do
usuário ao sistema de saúde e tem situação privilegiada para efetividade das
ações, por estar próxima da comunidade em que atua.
83

Principais responsabilidades / competências de cada ponto de atenção


84

Vigilância epidemiológica também, fontes de dados para os


Notificação dos casos serviços de vigilância.
A dengue é uma doença viral aguda A rápida coleta de informações nas
e de rápida disseminação. A unidades de saúde e a qualidade
notificação oportuna dos casos é destes dados são essenciais para o
medida essencial para que a desencadeamento oportuno de
vigilância seja capaz de ações de controle e prevenção no
acompanhar o padrão de nível local. Dessa forma, é
transmissão da doença na área e a fundamental a boa comunicação
curva endêmica. É um agravo de entre as equipes destas unidades e
notificação compulsória (Portaria a vigilância epidemiológica e
GM/MS nº 5 de 21 de fevereiro de entomológica.
2006) e, portanto, todos os casos
suspeitos (sendo ou não Formulários para notificação
confirmados) devem ser São utilizados os instrumentos de
obrigatoriamente, notificados à coleta de dados do Sistema de
Vigilância Epidemiológica do Informação de Agravos de
município. As unidades de saúde Notificação (Sinan):
são as principais fontes de detecção a) Ficha Individual de Notificação
dos casos suspeitos de dengue e, (FIN) – onde constam dados
85

básicos (pessoa, tempo e lugar) casos ultrapassar a capacidade de


sobre o paciente. digitação, o número de casos
b) Ficha Individual de Investigação suspeitos na semana
(FII) – além dos dados da epidemiológica correspondente
notificação, possui dados completos deve ser informado por meios de
sobre a doença, tais como local comunicação rápida (via telefone,
provável de infecção, exames fax, e-mail etc), de maneira a
laboratoriais, evolução do caso, informar oportunamente à vigilância
classificação final, manifestações epidemiológica da SMS. Ressalta-
clínicas dos casos graves entre se que todos os casos devem ser
outros dados. incluídos no Sinan o mais breve
As notificações preenchidas nas possível. Essa mesma estratégia
unidades de saúde ou resultantes pode ser adotada para repasse de
da busca ativa da Vigilância informações para os níveis
Epidemiológica municipal devem ser estaduais e nacionais. Os casos
digitadas no Sistema de Informação graves devem ser informados
de Agravos de Notificação (Sinan) e imediatamente a esfera
transmitidas para a Vigilância subseqüente.
Epidemiológica Estadual e, desta,
para o Ministério da Saúde (figura Notificação Sinan WEB (on line)
8). As fichas de notificação e Com o objetivo de agilizar o fluxo de
investigação são numeradas e dados das notificações registrados
distribuídas pela SES e/ou SMS. no Sinan e visando garantir
Estão também disponíveis no oportunidade do monitoramento e
endereço eletrônico: avaliação da situação
www.saude.gov.br/sinanweb (opção epidemiológica da dengue
“Documentação”, a seguir “Sinan simultaneamente pelas três esferas
net”, “Fichas”, opção “Dengue”), de governo, o Ministério da Saúde
mas deve ser utilizada a numeração está desenvolvendo um novo
distribuída pela SES e/ou SMS. aplicativo do Sinan, que possibilitará
Após analisar os dados, a vigilância aos municípios que tiverem acesso
epidemiológica municipal deve à internet, o registro imediato dos
repassar, diariamente, o número de casos suspeitos de dengue.
casos suspeitos ao setor de controle • Será utilizada a Ficha de
de vetores. Notificação (FIN), considerando a
O Sinan, bem como outros sistemas numeração utilizada no estado, e de
de informação importantes para a Investigação Individual (FII) do
vigilância da dengue encontram-se Sinan, disponíveis nos endereços:
descritos no Anexo V. www.saude.gov.br/sinanweb ou
www.saude.gov.br/svs, atentando-
Fluxo de informação se para a completitude dos campos
A unidade de saúde preenche as e a consistência entre os dados,
FIN e FII e encaminha ao serviço de além do encerramento oportuno.
vigilância epidemiológica distrital • Serão disponibilizados, via web,
e/ou municipal. Em período de relatórios, gráficos e mapas gerados
epidemias, quando a unidade de com dados da base única registrada
saúde não utilizar o aplicativo online que poderão ser acessados
Sinan net e ter acesso à internet ou pelos usuários cadastrados.
não dispuserem de recolhimento Portanto, não será necessário o
diário das fichas, ou o número de envio da base de dados dos
86

Estados para os coordenadores de • Os usuários cadastrados terão


vigilância estadual, pois os usuários acesso também à base de dados
cadastrados poderão analisar os (em formato DBF) para efetuar
dados diretamente da base outras análises utilizando softwares
nacional. de análise como TabWin, EpiInfo,
etc.

Figura 8. Fluxograma do sistema de informação

Controle vetorial de que o controle vetorial é uma


O controle da dengue na atualidade ação de responsabilidade coletiva e
é uma atividade complexa, tendo que não se restringe apenas ao
em vista os diversos fatores setor saúde e seus profissionais.
externos ao setor saúde, que são Para alcançar a sustentabilidade
importantes determinantes na definitiva nas ações de controle, é
manutenção e dispersão tanto da imprescindível a criação de um
doença quanto de seu vetor grupo executivo inter setorial, que
transmissor. Dentre esses fatores, deverá contar com o envolvimento
destacam-se o surgimento de dos setores de planejamento, de
aglomerados urbanos, inadequadas abastecimento de água e de coleta
condições de habitação, de resíduos sólidos, que darão
irregularidade no abastecimento de suporte ao controle da dengue
água, destinação imprópria de promovido pelo setor saúde.
resíduos, o crescente trânsito de No âmbito do setor saúde, é
pessoas e cargas entre países e as necessário buscar a articulação
mudanças climáticas provocadas sistemática da vigilância
pelo aquecimento global. epidemiológica e entomológica com
Tendo em vista esses aspectos, é a atenção básica, integrando suas
fundamental, para o efetivo atividades de maneira a
enfrentamento da dengue, a potencializar o trabalho e evitar a
implementação de uma política duplicidade das ações,
baseada na inter setorialidade, de considerando especialmente o
forma a envolver e responsabilizar trabalho desenvolvido pelos
os gestores e a sociedade. Tal Agentes Comunitários de Saúde
entendimento reforça o fundamento
87

(ACS) e pelos Agentes de Controle meses consecutivos sem a


de Endemias (ACE). presença do vetor, de acordo com
Na divisão do trabalho entre os os resultados do levantamento de
diferentes agentes, o gestor local índice bimestral ou do
deve definir claramente o papel e a monitoramento por intermédio de
responsabilidade de cada um e, de armadilha, conforme normas
acordo com a realidade local, técnicas.
estabelecer os fluxos de trabalho. O
ACS pode e deve vistoriar Atividades preconizadas
sistematicamente os domicílios e As seguintes atividades são
peridomicílios para controle da preconizadas para avaliar e
dengue e, caso identifique controlar a situação vetorial nos
criadouros de difícil acesso, ou se estratos descritos.
necessite da utilização de larvicida, Estrato I – Municípios infestados
deve acionar um ACE de sua (em períodos epidêmicos e não
referência. As atividades voltadas epidêmicos)
ao controle vetorial são • Pesquisa larvária amostral,
consideradas de caráter universal e bimestral ou quatro levantamentos
podem ser caracterizadas sob dois rápidos de índices entomológicos
enfoques: as ações de rotina e as (LIRAa) ao ano.
de emergência. • Visita domiciliar bimestral em
100% dos imóveis.
Diretrizes básicas para o controle • Pesquisa larvária nos pontos
vetorial estratégicos, em ciclos quinzenais,
Os mosquitos do gênero Aedes são com tratamento focal e/ou residual,
os vetores da dengue. A espécie com periodicidade mensal para o
Aedes aegypti é a mais importante tratamento residual.
na transmissão da doença. O Aedes • Atividades de educação e
albopictus, já presente nas comunicação, com vistas à
Américas e com ampla dispersão prevenção e controle da dengue
nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, pela população.
é o vetor de manutenção da dengue • Articulação com órgãos municipais
na Ásia, mas até o momento não foi de limpeza urbana, tendo em vista a
associado à transmissão da dengue melhoria da coleta e a destinação
nas Américas. adequada de resíduos sólidos.
Estratificação dos municípios • Articulação com outros órgãos
Os municípios são categorizados municipais governamentais e
em dois estratos, em função da entidades não governamentais,
presença ou não do vetor Aedes tendo
aegypti ou Aedes albopictus. em vista a atuação inter setorial.
• Estrato I – municípios infestados, • Realização do bloqueio da
aqueles com disseminação e transmissão, quando necessário.
manutenção do vetor nos Estrato II – Municípios não
domicílios. infestados
• Estrato II - municípios não • Pesquisa entomológica,
infestados, aqueles em que não foi preferencialmente com ovitrampas
detectada a presença disseminada ou larvitrampas, em ciclos
do vetor nos domicílios ou, nos semanais. Alternativamente, realizar
municípios anteriormente o levantamento de índice.
infestados, que permanecerem 12
88

• Pesquisa larvária em pontos domiciliares, que se constituem em


estratégicos (PE), em ciclos áreas de concentração de grande
quinzenais, com tratamento focal número de criadouros produtivos e
e/ou residual, quando indicado funcionam como importantes
tecnicamente. dispersores do Aedes.
• Atividades de educação e Citamos como exemplos os prédios
comunicação, com vistas à públicos que têm a função de
prevenção e controle da dengue guarda de veículos e locais de
pela população. grande circulação de pessoas e
• Delimitação de focos, quando for cargas (terminais rodoviários e
detectada esporadicamente a ferroviários, portos e aeroportos).
presença do vetor em PE, No setor privado, destacamos os
armadilhas ou em função do canteiros de obras, grandes
resultado de pesquisa vetorial indústrias e depósitos de materiais
especial (PVE). Na persistência de utilizados na reciclagem, além dos
focos, com a comprovação de ferros-velhos e sucatas.
domiciliação do vetor, o município Como métodos de controle rotineiro,
passa a ser considerado como têm-se o mecânico, o biológico, o
infestado (Estrato I). legal e o químico.
• Levantamento de índice amostral
em ciclos quadrimestrais. Controle mecânico
Considerando os preceitos de O controle mecânico consiste na
responsabilização e vínculo adoção de práticas capazes de
estabelecidos pelas Equipes de impedir a procriação do Aedes,
Saúde da Família (ESF) com sua tendo como principais atividades a
área de atuação, o gestor pode e proteção, a destruição ou a
deve rever os parâmetros definidos destinação adequada de criadouros,
para o Agente de Controle de que devem ser executadas sob a
Endemias (ACE), considerando supervisão do ACE ou ACS,
como domicílios visitados aqueles prioritariamente pelo próprio
que tiveram a presença do Agente morador/proprietário. Diversas
Comunitário de Saúde (ACS), de iniciativas de controle mecânico em
acordo com sua realidade e larga escala podem ser
organização dos serviços de saúde. incorporadas pelo gestor municipal,
dentre as quais enfatizamos:
Métodos de controle vetorial • reforço na coleta de resíduos
Período não epidêmico – ações de sólidos, com destino final adequado,
rotina. Vários métodos de controle em áreas com altos índices
do Aedes podem ser utilizados de infestação;
rotineiramente. Alguns deles são • coleta, armazenamento e
executados no domicílio pelo destinação adequada de
morador e, complementarmente, pneumáticos, atividade que tem
pelo ACE ou ACS. amparo legal na Resolução Conama
• Secretaria de Vigilância em Saúde nº 258 e que é executada em
55. Deve-se destacar também a parceria entre a iniciativa privada e
responsabilização dos os municípios, com a implantação
administradores e proprietários, com de Ecopontos - desde o início dessa
a supervisão da secretaria municipal política tem-se observado uma
de saúde, na adoção dos métodos evolução positiva no número de
de controle dos imóveis não Ecopontos implantados no país
89

(mais informações podem ser instrumentos legais de apoio às


obtidas no endereço eletrônico ações de controle da dengue. As
www.reciclanip.com.br) medidas de caráter legal podem ser
instituídas no âmbito dos
municípios, pelos códigos de
postura, visando principalmente a
responsabilizar o proprietário pela
manutenção e limpeza de terrenos
baldios, assegurarem a visita
domiciliar do ACE aos imóveis
fechados, abandonados e onde
exista recusa à inspeção, além de
regulamentar algumas atividades
comerciais consideradas críticas, do
Controle biológico ponto de vista sanitário. O Ministério
O rápido aumento da resistência do da Saúde elaborou a publicação
mosquito a vários inseticidas Programa Nacional de Controle da
químicos e os danos causados por Dengue: Amparo Legal à Execução
estes ao meio ambiente tem das Ações de Campo – Imóveis
resultado na busca de novas Fechados, Abandonados ou com
alternativas de controle, tais como o Acesso não Permitido pelo Morador,
uso de agentes biológicos. para orientar o trabalho dos agentes
Dentre as alternativas disponíveis, o de saúde em situações específicas,
Ministério da Saúde vem adotando quando o imóvel encontra-se
o uso do Bacillus thuringiensis fechado ou quando a visita é
israelensis (Bti). A decisão para recusada pelo morador. Essa
utilização desses larvicida biológico publicação encontra-se disponível
foi baseada na existência de no endereço eletrônico http://portal.
estudos, ensaios de laboratório e saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/den
aplicação no campo, que revelou gue_amparo_legal_web.pdf
sua eficácia no controle do Aedes Outra legislação do Ministério da
aegypti. Saúde é a Portaria MS/GM nº
O Bti tem elevada propriedade 2.142, de 09 de outubro de 2008,
larvicida e seu mecanismo de que trata de normas específicas
atuação baseia-se na produção de para direcionar atividades da
endotoxinas proteicas que, quando vigilância sanitária (Visa) em ações
ingeridas pelas larvas, provoca sua de prevenção e controle da dengue,
morte. em particular na gestão de
O Ministério da Saúde possui uma atividades como ferros-velhos e
rede de monitoramento que avalia o similares.
estágio de resistência do Aedes
aegypti ao uso de inseticidas. Ao Controle químico
ser detectada a resistência ao uso O controle químico consiste no uso
de organofosforados no município, de substâncias químicas –
desencadeia-se o processo de inseticidas – para o controle do
substituição pelo Bti. vetor nas fases larvárias e adultas.
A utilização de inseticidas em saúde
Controle legal pública tem por base normas
Consiste na aplicação de normas de técnicas e operacionais oriundas de
conduta regulamentadas por um grupo de especialistas em
90

praguicidas da Organização Mundial


de Saúde (OMS), que preconiza os Figura. Aplicação de larvicida
princípios ativos desses produtos e químico
recomenda as doses para os vários
tipos de tratamento disponíveis.
É fundamental o uso racional e
seguro dos inseticidas nas
atividades de controle vetorial,
tendo em vista que o seu uso
indiscriminado determina impactos
ambientais, além da possibilidade
de desenvolvimento da resistência
dos vetores aos produtos (Figura 13
e 14). Os inseticidas indicados para
uso em água de consumo humano
passam por avaliação adicional do
Programa Internacional de
Segurança Química (IPCS), órgão
vinculado à OMS, à Organização
das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação (FAO) e à
Organização Internacional do
Trabalho (OIT), disponível nos
seguintes endereços eletrônicos:
http://www.who.int/water_sanitation_
health/dwq/chemicals/en/index.html
http://www.who.int/water_sanitation_
health/dwq/chemicals/temephos/en/i
ndex.html
A aquisição de inseticidas para uso
em saúde pública é de
responsabilidade do Ministério da
Saúde e está sustentada em uma
política de gestão de insumos
estratégicos, conforme
determinação da Portaria MS/GM nº
1.172, de 17 de junho de 2004,
sendo vedada aos municípios a sua
aquisição.
91

Operacionalização do controle territorialização compatível com a


vetorial no município da Atenção Primária.
A condução das ações do controle • Procurar adotar procedimentos de
vetorial no município pode ser contratação da equipe técnica e de
efetuada por um gerente, campo, com vínculo não precário e
coordenador ou responsável técnico de acordo com a legislação vigente.
vinculado à área de vigilância em • Gerenciar a escala de férias da
saúde. Alguns aspectos força de trabalho, de modo a evitar
operacionais devem ser a descontinuidade das atividades de
considerados para o alcance de controle do vetor nos períodos
melhores resultados: críticos.
• Assegurar estrutura física adequada • Promover o planejamento conjunto
às atividades administrativas com de atividades entre as equipes de
um mínimo de equipamentos. controle de vetores e de saúde da
• Também é necessário garantir família.
estrutura física adequada para as • Estabelecer rotina de reuniões
atividades de campo (pontos de sistemáticas entre equipe de
apoio). supervisores de área e de saúde da
• Assegurar a manutenção dos família, para intercâmbio de
veículos e equipamentos existentes, informações epidemiológicas e
adotando procedimentos de controle entomológicas de sua área
administrativo para seu uso. territorial. A estrutura vai depender
• Adotar, preferencialmente, o regime do porte do município e de seu grau
de zoneamento para a atividade do de organização. A Figura 15
ACE, que consiste em mantê-lo apresenta uma sugestão de
atuando dentro de uma mesma área desenho esquemático de
de trabalho, se possível próximo ao organização das atividades de
seu próprio local de residência, controle de vetores.
buscando ainda uma
92
93

Atribuições do responsável Para cada 10 agentes de controle


técnico do controle vetorial de Endemias, está previsto um
As principais atribuições do supervisor de área e, para cada
profissional responsável pelo cinco supervisores de área, um
gerenciamento e condução das supervisor Geral (10→5→1). No
ações de controle da dengue são as entanto, nos municípios onde já
seguintes: existe a integração com as equipes
• Acompanhar e analisar os de saúde da Família, essa estrutura
indicadores entomológicos e de supervisão pode ser adequada a
epidemiológicos, utilizando-os para nova realidade.
subsidiar a tomada de decisão pelo E importante o estabelecimento de
nível gerencial ou político; fluxos de acompanhamento,
• Preparar relatórios sobre a planejamento, monitoramento e
situação entomo-epidemiologica do Avaliação sistemática com as ESF
município; que realizam ações de controle
• Gerenciar as diferentes logísticas vetorial.
envolvidas no controle da dengue; Atribuições do supervisor (geral e
• Promover reuniões periódicas com de área)
supervisores de campo e com os As atribuições do profissional
demais parceiros do trabalho, no responsável pela supervisão são as
âmbito institucional e junto a seguintes:
comunidade; • conhecer os aspectos técnicos e
• Acompanhar o andamento e a operacionais do controle da dengue;
conclusão dos trabalhos; e • estar informado sobre a situação
• acompanhar o andamento das da dengue em sua área de trabalho,
atividades, buscando alternativas de orientando o pessoal sob sua
solução para redução ou superação responsabilidade, em especial
dos problemas identificados. quanto a presença de casos
suspeitos e quanto ao
Supervisão do controle vetorial encaminhamento para a unidade de
A supervisão e uma atividade que saúde ou serviço de referência;
permite o acompanhamento da • participar do planejamento das
execução das ações e sua ações de campo na área sob sua
qualidade, maximizando os recursos responsabilidade, definindo, caso
disponíveis e realizando as necessário, estratégias especificas,
adequações necessárias, de de acordo com a realidade local;
maneira a contribuir para que os • participar da avaliação dos
objetivos traçados sejam resultados e do impacto das ações;
alcançados. Por intermédio da • garantir o fluxo da informação
supervisão, e possível monitorar quanto aos resultados da
aspectos essenciais ao trabalho de supervisão;
campo, tais como a utilização de • organizar e distribuir o pessoal sob
insumos, o cumprimento do horário sua responsabilidade, controlando
e do itinerário, bem como a sua freqüência;
produtividade do trabalho. • prever, distribuir e controlar os
A estrutura de supervisão ao insumos e materiais utilizados no
trabalho de campo proposta para o trabalho de campo;
gerenciamento do controle vetorial • atuar como facilitador, oferecendo
prevê duas categorias de os esclarecimentos sobre cada ação
supervisor: o geral e o de área. que envolva o controle vetorial;
94

• atuar como elo entre o pessoal de equipe de saúde da família ou na


campo e a gerencia técnica; Secretaria municipal de saúde.
• melhorar a qualificação dos Atribuições do Agente de
trabalhadores sob sua Controle de Endemias (ACE)
responsabilidade; No trabalho de controle vetorial, o
• estimular o bom desempenho da ACE e o profissional responsável
equipe sob sua responsabilidade; pela execução das atividades de
• acompanhar sistematicamente o Combate ao vetor realizado nos
desenvolvimento das atividades de imóveis, devendo:
campo, por intermédio de • atualizar o cadastro de imóveis,
Supervisões direto e indireto; por intermédio do reconhecimento
• manter organizado e estruturado o geográfico, e o cadastro de Pontos
posto de apoio e abastecimento estratégicos (PE);
(PA); • realizar a pesquisa larvária em
• garantir, junto ao pessoal sob sua imóveis, para levantamento de
responsabilidade, o registro correto índices e descobrimento de focos,
e completo das atividades; Bem como em armadilhas e em PE,
• realizar a consolidação e o conforme orientação técnica;
encaminhamento a gerencia técnica • identificar criadouros contendo
das informações relativas ao formas imaturas do mosquito;
trabalho desenvolvido em sua área; • orientar moradores e responsáveis
• consolidar os dados do trabalho de para a eliminação e/ou proteção de
campo relativo ao pessoal sob sua possíveis criadouros;
responsabilidade; e • executar a aplicação focal e
• fornecer as equipes de Atenção residual, quando indicado, como
Primaria especialmente da medida complementar ao controle
estratégia de Saúde da Família, as Mecânico, aplicando os parricidas
informações Entomológicas da área. indicados, conforme orientação
técnica;
Localização dos agentes de • registrar nos formulários
controle de endemias no campo específicos, de forma correta e
Para facilitar o trabalho da completa, as informações referentes
supervisão, podem ser utilizadas as Atividades executadas;
bandeirolas em cores fortes, • vistoriar e tratar os imóveis
colocadas, de forma visível, na cadastrados e informados pelo ACS
entrada dos locais em que o agente que necessitem do uso de parricida,
ou supervisor desenvolve suas Bem como vistoriar depósitos de
atividades, permitindo visualização difícil acesso informado pelo ACS;
a distância. • encaminhar os casos suspeitos de
dengue a unidade de Atenção
Itinerário de trabalho Primaria em Saúde, de acordo Com
A elaboração da programação de as orientações da Secretaria
trabalho dos agentes e do Municipal de Saúde;
supervisor e fundamental para o • atuar junto aos domicílios,
desenvolvimento Das atividades. O informando os seus moradores
plano e individual e pode ser diário sobre a doença, seus sintomas e
ou semanal, devendo ficar em local riscos, O agente transmissor e
Acessível, no ponto de apoio, na medidas de prevenção;
unidade de saúde de referência, na • promover reuniões com a
comunidade com o objetivo de
95

mobilizá-la para as ações de apropriados (como escada), para


prevenção E controle da dengue, intervir diretamente, como é o caso
sempre que possível em conjunto dos depósitos Suspensos de difícil
com a equipe de APS da sua área; acesso.
• reunir-se sistematicamente com a Atribuições do Agente
equipe de Atenção Primaria em Comunitário de Saúde (ACS)
Saúde, para trocar informações O ACS deve atuar de forma
Sobre febris suspeitos de dengue, a articulada com a equipe de controle
evolução dos índices de infestação de endemias, com as atribuições
por Aedes aegypti da área de de:
Abrangência, os índices de • encaminhar os casos suspeitos de
pendências e as medidas que estão dengue as Unidades Atenção
sendo, ou deverão ser, adotadas Primaria em Saúde (APS), de
para Melhorar a situação; acordo Com as orientações da
• comunicar ao supervisor os Secretaria Municipal de Saúde;
obstáculos para a execução de sua • atuar junto aos domicílios,
rotina de trabalho, durante as visitas informando aos seus moradores
Domiciliares; sobre a doença, seus sintomas e
• registrar, sistematicamente, as riscos, O agente transmissor e
ações realizadas nos formulários medidas de prevenção;
apropriados, conforme já referido, • informar o morador sobre a
Com o objetivo de alimentar o importância da verificação da
sistema de informações vetoriais. existência de larvas ou mosquitos
Transmissores da dengue no
Parâmetros para estruturação das domicilio e Peri domicílio, chamando
equipes de ACE a atenção para os criadouros Mais
comuns na sua área de atuação;
As diretrizes nacionais preconizam • vistoriar o domicilio e/ou Peri
como ideal a disponibilidade de um domicílio, acompanhado pelo
agente para cada 800 a 1.000 morador, para identificar locais de
Imóveis, correspondendo a um Existência de objetos que sejam ou
rendimento diário de 20 a 25 possam se transformar em
imóveis/dia. criadouros do mosquito transmissor
O rendimento médio de 20 a 25 Da dengue;
imóveis por dia somente será • orientar e acompanhar o morador
alcançado com carga horária de oito na remoção, destruição ou vedação
horas Diárias. A adoção do ‘horário de objetos que possam se
corrido’ não é recomendada, por Transformar em criadouros de
trazer prejuízos a qualidade do mosquitos, removendo
serviço. mecanicamente, se necessário, as
Situações peculiares, que dificultam formas Imaturas do mosquito;
ou impossibilitam a inspeção de • estimular os moradores a
100% dos imóveis, devem ser assumirem o compromisso com a
Tratadas, também, de forma adoção das ações de prevenção, de
diferenciada, cabendo ao supervisor Forma espontânea e rotineira;
e ao responsável técnico pelo • encaminhar ao ACE os casos de
controle Vetorial avaliar a verificação de criadouros de difícil
necessidade de montar equipes acesso ou que necessitem do uso
especifica devidamente motorizadas de parricidas/biolarvicidas;
e munidas de Equipamentos
96

• promover reuniões com a epidemiológica e as ESF utilizem a


comunidade, com o objetivo de mesma base geográfica, para
mobilizá-la para as ações de permitir que as ações de controle da
prevenção dengue sejam executadas de forma
E controle da dengue, bem como articulada e as análises geradas
conscientizar a população quanto a tenham a mesma referência.
importância de que todos os Caso a vigilância epidemiológica e a
Domicílios em uma área infestada Atenção Primariam em Saúde não
pelo Aedes aegypti sejam trabalhem ainda com a mesma base
trabalhados (garantir o acesso do territorial, deve-se estabelecer
ACE); mecanismos de compatibilização,
• comunicar ao enfermeiro para que as análises geradas não
supervisor e ao ACE a existência de Sofram prejuízo.
criadouros de larvas e ou do
mosquito Transmissor da dengue 5.3.5. Equipamentos utilizados no
que dependam de tratamento controle vetorial
químico/biológico, da interveniência
da vigilância sanitária ou de outras Vários tipos de equipamentos são
intervenções do poder público; empregados no controle da dengue,
• comunicar ao enfermeiro destacando-se os utilizados na
supervisor e ao ACE os imóveis aplicação de inseticidas para o
fechados e as recusas a visita; tratamento residual (pericecal), os
• notificar os casos suspeitos de costais motorizados, o nebulizador
dengue em ficha especifica e portátil e o nebulizador pesado.
informar a equipe da APS; O uso desses equipamentos deve
• reunir-se semanalmente com o ser concomitante com as demais
agente de controle de endemias, ações de controle. Essa
para planejar ações conjuntas, recomendação deve ser
trocar informações sobre febris rigorosamente observada, uma vez
suspeitos de dengue, a evolução que o Aedes aegypti e um vetor
dos índices de infestação por Aedes domiciliado. Gestores e sociedade
aegypti da área de abrangência, os precisam compreender que a
índices de pendências, os utilização de equipamentos de
criadouros preferenciais e as aspersão de inseticidas tem caráter
medidas que estão sendo, ou complementar as demais ações de
deverão ser, adotadas para controle, em virtude de seu alcance
melhorar a situação; limitado e do grande Impacto
• realizar visitas domiciliares aos ambiental.
pacientes com dengue (ver quadro
no componente Assistência); e Equipamento costal manual
• registrar, sistematicamente, as
ações realizadas nós formulários O equipamento costal (Figura 16)
apropriados, com o objetivo de utiliza bicos pulverizadores de
alimentar os sistemas de energia hidráulica, tipo leque, para
informações. Fragmentar as gotículas da
formulação do pomolhável diluído
Territorialização em água, produzindo gotas maiores
do que as geradas pelos
É fundamental que o sistema de nebulizadores pesados. O fluxo de
informações vetoriais, a vigilância descarga deve ser monitorado
97

periodicamente Pelo agente direcionada para o local a ser


aplicador, instruído pelo supervisor. tratado no entra e no Peri domicílio,
além de poder ser utilizado durante
todo o dia e não apenas em
Figura 16. Equipamentos costais horários restritos.
manuais

Equipamento costal motorizado


O equipamento costal motorizado Figura. Uso de nebulizador costal
(Figura 17), que também utiliza motorizado
como formulação o pómolhável
diluído em água, deve ser adaptado Equipamento nebulizador
com discos/bicos restrito rês de acoplado a veículos
fluxo que permitam aumento da
O equipamento nebulizador
vazão, proporcionando gotas
acoplado a veículos (Figura 18) e
maiores - com pouca possibilidade
bastante útil para o controle de
de deriva e maior cobertura da
surtos ou epidemias, em razão do
superfície tratada.
seu alto rendimento (80
Esse tipo de equipamento e
quarteirões/dia), mas não é
indicado especialmente para
recomendado nas situações de
utilização em grandes pontos
bloqueio de transmissão.
estratégicos, pela possibilidade de
As aplicações com
maior rendimento operacional, o
nebulizador acoplado a veículos, a
que seria pouco produtivo com
ultrabaixo volume (UBV), devem ser
equipamentos costais não
permanentemente supervisionadas
motorizados.
para garantir a dose indicada de
De forma geral, o uso do
ingrediente ativo em cada quarteirão
nebulizador costal motorizado
percorrido, uma vez que há
complementa as atividades do
interferência de uma série de
equipamento pesado,
fatores operacionais, como a vazão
especialmente nos locais não
do equipamento e a velocidade do
trafegáveis, durante operações de
veículo, em função do que e
emergência realizadas em períodos
fundamental a capacitação do
de surtos ou epidemias e nas
condutor.
atividades de bloqueio de
transmissão.
Figura. Uso de equipamento
Mesmo com rendimento menor,
nebulizador acoplado a veículos
apresenta uma eficácia superior à
do equipamento pesado, uma vez
que a nevoa de aplicação pode ser
98

Manutenção e guarda dos Visita domiciliar


equipamentos Na vigilância e controle de vetores,
Um local especifico para a a visita domiciliar, realizada pelo
manutenção e guarda dos agente e pelo supervisor, e uma
equipamentos utilizados para a atividade fundamental para verificar
aplicação de inseticida (UBV - a presença de criadouros, orientar
nebulizadores costais e pesados e os residentes sobre a eliminação
veículos) deve ser construído ou dos mesmos e sobre medidas
adaptado, sendo dimensionado preventivas, identificação de foco e
conforme a necessidade. Tanto as tratamento (biológico, químico,
instalações como o uso dessa área mecânico etc.). E utilizada também
devem seguir as diretrizes e normas para realizar levantamento de
de segurança, conforme manual índices de infestação. O Anexo XI
editado pelo Ministério da Saúde apresenta os principais materiais
(disponível no endereço eletrônico utilizados na visita domiciliar.
http:\\bvsms.saude.gov.br/publicaco
es/fatores_bio_risco.pdf). Registro da visita
A lavagem dos equipamentos Os dados sobre a visita domiciliar
e um item que deve merecer devem ser anotados em formulário
atenção especial da gestão estadual próprio, no qual ficam registrados a
e municipal, de maneira a evitar a data, o endereço completo e os
contaminação ambiental, com procedimentos adotados durante a
destinação adequada dos resíduos inspeção do imóvel. A ficha de visita
e sobras das soluções e da água de domiciliar e utilizada para
lavagem. E recomendável o comprovação da atividade do
trabalho conjunto entre as áreas de agente no imóvel, devendo ser
controle de vetores e de vigilância afixada no interior do imóvel,
ambiental, para a adoção de preferencialmente atrás da porta de
práticas de segurança ambiental e um banheiro ou da cozinha, no caso
do trabalhador. de residência, por ocasião da
primeira visita, devendo ser trocada
Reconhecimento geográfico quando totalmente preenchida ou
O reconhecimento geográfico (RG) afixando-se uma nova quando esta
e o primeiro passo para o não for localizada. O Anexo XII
planejamento das atividades de apresenta o material para
controle vetorial e consiste na identificação do agente e registro da
identificação e numeração de visita.
quarteirões, bem como na
localização e especificação do tipo Ponto estratégico (PE)
de imóvel dentro de cada São locais onde concentração de
quarteirão. Sua atualização deve depósitos do tipo preferencial para a
ser realizada após o encerramento desova da Feema do Aedes aegypti
das atividades de cada ciclo. ou especialmente vulneráveis a
Atualmente, os sistemas de introdução do vetor.
geoprocessamento (GPS) permitem
uma localização precisa de imóveis Exemplos: cemitérios, borracharias,
e quarteirões, podendo representar ferros-velhos, depósitos de sucata
importante ferramenta de apoio ao ou de materiais de construção,
trabalho de controle vetorial. garagens de ônibus e de outros
veículos de grande porte.
99

A atividade de vigilância A detecção de focos ocorre


nesses locais deve ser realizada durante as atividades de vigilância
com periodicidade quinzenal. A entomológica em PE, armadilhas ou
aplicação residual e/ou focal deve na pesquisa vetorial especial
ser realizada mensalmente ou (atendimento a denúncia da
quando detectada a presença de população sobre a presença de
focos. focos e/ou vetores adultos).
Delimitação de foco Caracterização entomológica
Nas localidades não A caracterização
infestadas, quando for detectada a entomológica e o conjunto de
presença do vetor, deverá ser informações relativas ao vetor, tais
realizada a “delimitação de foco”, ou como sua distribuição geográfica,
seja, a partir do foco encontrado, índices de infestação e depósitos
serão realizados a pesquisa larvária predominantes. E essencial que
e o tratamento focal em 100% dos essa caracterização seja
imóveis incluídos em um raio de constantemente atualizada, para
300m, abrindo-se novos raios a nortear as ações de controle em
cada foco detectado. qualquer cenário (epidêmico e
não epidêmico). Tais informações combate vetorial nas áreas de maior
subsidiarão o desenvolvimento das risco.
ações Intersetoriais, particularmente Trata-se, fundamentalmente, de
aquelas relacionadas ao um método de amostragem que
abastecimento de agua, a coleta de tem como objetivo principal a
lixo, a comunicação e a mobilização obtenção de indicadores
da população. Estão detalhados a entomológicos, de maneira
seguir os passos para realizar esta rápida.
atividade. Os indicadores entomológicos
Pesquisa entomológica passivem de serem construídos por
As metodologias de pesquisa meio dos dados obtidos nesses
podem empregar procedimentos de levantamentos são aqueles que são
coleta de ovos, larvas, pupas e utilizados na rotina dos programas
mosquitos de combate vetorial, quais sejam:
Adultos, sendo mais habitual a índices de Infestação Predial (IIP),
pesquisa larvária. A unidade Bretão(IB) e de Tipo de Recipiente
amostral e o imóvel, visitado com o (ITR).
objetivo de inspecionar depósitos ou Técnica de
recipientes que contenham agua. amostragem/parâmetros
Levantamento de Índice Rápido amostrais/procedimentos
para Aedes aegypti (LIRA a) Os critérios para delineamento da
O LIRA a foi desenvolvido em 2002, amostra do LIRA a em cada
para atender à necessidade dos município são determinados em
gestores e profissionais que função de sua densidade
operacionalizam o programa de populacional, do número de imóveis
controle de dengue de dispor de e de quarteirões existentes,
informações entomológicas em um considerando sempre como unidade
ponto no tempo (antes do início do primaria de amostragem o
verão) antecedendo o período de quarteirão.
maior transmissão, com vistas ao Em municípios de médio e grande
fortalecimento das ações de porte, a amostragem e de
conglomerados em dois estágios:
100

quarteirões (unidade primaria) e amostra por conglomerado em


imóveis (unidade secundaria). Essa estagio único, mediante sorteio de
forma de amostragem permite quarteirões, cujo tamanho e obtido
menor concentração de imóveis nos pela divisão do número dos imóveis
quarteirões sorteados, propiciando a da amostra pela média do número
divisão dos municípios de médio e de imóveis dos quarteirões, sendo
grande porte em estratos de no pesquisados 100% dos mesmos.
mínimo 8.100 imóveis e de no A verificação da precisão do plano
máximo de 12.000 imóveis, sendo o de amostragem foi baseada no
Ideal 9.000 imóveis. Em cada estudo dos intervalos de confiança
estrato, sorteia-se uma amostra estimados para o IB, considerando-
independente de no máximo 450 se sua amplitude e eficácia. A
imóveis, número que poderá variar medida utilizada no estudo da
de acordo com o número de imóveis amplitude dos intervalos de
do estrato. confiança foi o coeficiente de
O número de quarteirões que variação do IB, para o qual se
comporão a amostra e obtido pela adotou 30% como limite tolerável
divisão do número de imóveis da para que as estimativas fossem
amostra (máximo de 450) dividido consideradas confiáveis. Para esses
por um quinto do tamanho médio do valores, foram aceitos erros
quarteirão. O tamanho médio do relativos de amostragem, desde que
quarteirão e obtido pela divisão do indicassem com segurança que o
número de imóveis do estrato pelo limiar de risco (IB=5) não fosse
número de quarteirões do mesmo atingido. A operacionalização do
estrato. LIRA a exige um minucioso
A inspeção de cada quarteirão levantamento de informações.
sorteado deve ser iniciada pelo Dentre os procedimentos
primeiro imóvel, com deslocamento necessários, destaca-se a
no sentido horário, contando-se elaboração previa do
quatro imóveis após o primeiro para, reconhecimento geográfico da área
a seguir, inspecionar o sexto Imóvel a ser trabalhada (Qualquer
(segundo da amostra) e assim aglomerado de imóveis), que
sucessivamente, inspecionando-se propiciara registros atualizados do
um imóvel a cada cinco, o que número de quarteirões e imóveis
corresponde a 20% dos imóveis existente, com possibilidade de
existentes no quarteirão sorteado. elaboração de mapas e
Tal estratificação possibilita uma conseqüentemente, melhor
melhor representatividade do Índice visualização dos estratos. Outra
de Bretão (IB), pois esse indicador informação fundamental diz respeito
relaciona-se a uma área geográfica aos tipos e definição de recipientes
menor quando comparado ao com potencial de se tornarem
método tradicional, que utiliza o criadouros do Aedes aegypti, que
município como base geográfica. foram classificados em cinco
Essa estratégia permite priorizar e grupos:
selecionar ações de controle para Grupo A – depósitos para
áreas de maior risco dentro do armazenamento de agua;
município. Grupo B – depósitos moveis;
Em municípios pequenos, com Grupo C – depósitos fixos;
número de edificações inferior a Grupo D – depósitos passiveis de
8.100 imóveis, utiliza-se uma remoção;
101

Grupo E – depósitos naturais. Aegyptipara postura dos seus ovos.


Essa classificação permite, de certa A padronização de criadouros e de
forma, conhecer a importância suma importância para subsidiar a
entomológica e as conseqüentes tomada de decisão quanto a
Repercussões epidemiológicas Forma de eliminação ou controle
desses recipientes, sem, no desses recipientes. A classificação
entanto, fornecer informações sobre apresentada na Figura 19 considera
a sua produtividade e a estratégia Cinco grupos de criadouros:
de direcionamento das ações de • Grupo A armazenamento de agua
controle vetorial. para consumo humano (A1 –
A inspeção dos imóveis da área deposito de agua elevado; A2 –
urbana do município e realizada nas Deposito de agua ao nível do solo);
casas e nos terrenos baldios. • Grupo B, depósitos moveis;
Nos prédios verticais, deverá ser • Grupo C, depósitos fixos;
inspecionado somente o térreo de • Grupo D, depósitos passiveis de
toda área comum do edifício. Os remoção/proteção (D1 – pneus; D2
pontos estratégicos (cemitérios, – lixo);
borracharias, depósitos de sucata, • Grupo E, depósitos naturais.
depósitos de materiais de É importante ressaltar que a
construção etc.) não são incluídos supressão desses criadouros se dá
na amostra. principalmente por intermédio de
Os limiares de risco de transmissão Ações mecânicas, sendo indicado o
de dengue propostos pelo Programa uso de parricidas em situações
Nacional de Controle da excepcionais. A qualidade dessas
Dengue para os indicadores obtidos Ações depende fundamentalmente
mediante o LIRA ação os seguintes: da qualificação dos ACE e ACS no
desenvolvimento das atividades De
vigilância, caracterizado
principalmente pela visita rotineira
nos imóveis, pelo envolvimento de
Outros setores na resolução de
problemas estruturais (como a
Classificação dos índices de regularidade no abastecimento de
infestação por Aedes aegypti agua E na coleta de lixo) e pelo
desenvolvimento de atividades de
Classificação dos depósitos comunicação e mobilização da
predominantes população, Com o objetivo de
Deposito e todo recipiente utilizado introduzir mudanças de
para finalidade especifica que comportamento.
armazene ou possa vir a armazenar
Agua, seja pela ação da chuva ou
pela ação do homem, e que esteja
acessível a Feema do Aedes
102

Classificação dos depósitos e ações preconizadas

Roteiro da vigilância • enviar os dados entomológicos ao


entomológica e controle vetorial nível estadual, dentro dos prazos
Atribuições da esfera municipal estabelecidos.
• incluir a vigilância sanitária • gerenciar os estoques municipais
municipal como suporte as ações de de inseticidas e biolarvicidas.
vigilância e controle vetorial, que • adquirir às vestimentas e
exigem o cumprimento da legislação equipamentos necessários a rotina
sanitária. de controle vetorial.
• integrar as equipes de saúde da • adquirir os equipamentos de EPI
família nas atividades de controle recomendados para a aplicação de
vetorial, unificando os territórios de inseticidas e biolarvicidas nas ações
atuação de ACS e ACE. de rotina.
• realizar o levantamento de • Participar das atividades de
indicadores entomológicos. monitoramento da resistência do
• executar as ações de controle Aedes aegypti ao uso de inseticidas,
mecânico, químico e biológico do com a coleta de ovos mediante
mosquito. armadilhas (municípios
selecionados).
103

• coletar e enviar ao laboratório de aos municípios na coleta e envio de


referência amostras de sangue, ovos aos laboratórios de referência.
para dosagem de colinesterase nos • definir fluxos e realizar os exames
casos indicados. de dosagem de colinesterase.
• Constituir Comitê Gestor Inter • Constituir Comitê Gestor Inter
setorial, sob coordenação da setorial, sob coordenação da
secretaria municipal de saúde, com secretaria estadual de saúde, com
representantes das áreas do representantes das áreas do estado
município que tenham interface com que tenham interface com o
o problema dengue (defesa civil, problema dengue (defesa
limpeza urbana, infraestrutura, civil,limpeza urbana, infraestrutura,
segurança, turismo, planejamento, segurança, turismo, planejamento,
saneamento etc.), definindo saneamento etc.), definindo
responsabilidades, metas e responsabilidades, metas e
indicadores de acompanhamento de indicadores de acompanhamento de
cada área de atuação. cada área de atuação.

Atribuições da esfera estadual Atribuições da esfera federal


• prestar assistência técnica aos • prestar assessoria técnica aos
municípios. estados e municípios.
• supervisionar, monitorar e avaliar • normatizar tecnicamente as ações
as ações de prevenção e controle de vigilância e controle da dengue.
vetorial. • prover insumos, conforme
• gerenciar os estoques estaduais regulamentação.
de inseticidas e biolarvicidas para • consolidar os dados provenientes
controle do vetor. do estado.
• Gerenciar a Central de UBV, com • executar as ações de controle da
distribuição adequada dos dengue de forma complementar aos
equipamentos aos municípios, estados ou em caráter
considerando os indicadores excepcional,quando constatada a
entomo-epidemiologicos. insuficiência da ação estadual.
• executar as ações de controle da • apoiar os estados com insumos e
dengue de forma complementar aos equipamentos da reserva
municípios, conforme pactuarão. estratégica, em situações de
• prover equipamentos de EPI e emergência.
insumos, conforme regulamentação. • manter e controlar estoque
• gerenciar o sistema de informação estratégico de insumos e
no âmbito estadual, consolidar e equipamentos.
enviar os dados regularmente • monitorar a resistência do Aedes
Na esfera federal, dentro dos prazos aegypti ao uso de inseticidas, com a
estabelecidos pelo gestor federal. definição dos laboratórios de
• analisar e retroalimentar os dados referencia, seleção de municípios,
da dengue aos municípios. divulgação dos resultados e manejo
• apoiar os municípios com pessoal, da resistência, o que pode incluir a
insumos e equipamentos, em troca de inseticidas.
situações de emergência. • Convocar Grupo Executivo
• Participar das atividades de Interministerial (Portaria no
monitoramento da resistência do 2.144/2008), definindo
Aedes aegypti ao uso de inseticidas, responsabilidades e indicadores de
com o acompanhamento técnico acompanhamento de cada área de
atuação.
104

Ações de Controle da Malária malária tenha se originado na África


tropical onde o parasito se adaptou
Histórico bem aos hospedeiros. A malária
Muitas são as tentativas de se humana existe desde a mais remota
estabelecer a origem da malária no antiguidade. A prova disso está
mundo, muito embora os estudos evidenciada em estudos
acabem fragmentados escassos arqueológicos.
para determinar a real origem da
doença. Porém, admite-se que a
Que demonstram a doença por Agente Etiológico
meio de relatos sobre a ocorrência Os parasitos da malária são da
de Febre e esplenomegalia, além de família plasmodial, gênero
inscrições em templos egípcios Plasmodium.
descrevendo casos de febre Os plasmódios se caracterizam por
intermitente. Hipócrates, em seus apresentarem dois tipos de
estudos, descreve quadros febris multiplicação:
característicos de malária, além de uma assexuada denominada
relatos de esplenomegalia. esquizogonia, que ocorre no
Em relação à descoberta do agente hospedeiro vertebrado (aves,
infeccioso da malária, coube a répteis e mamíferos), e outra
Lavram, em 1880, a identificação de sexuada chamada de esporogonia,
corpos claros nos eritrócitos, a que se pesporogonia, que se passa
observação da formação de no hospedeiro invertebrado
gametas machos e fumeasse, (mosquitos do gênero Anopheles)
posteriormente, evidenciar o
fenômeno do enolapelação. A malária, ainda hoje, é uma das
A transmissão da malária por doenças prevalentes no globo
mosquitos só foi comprovada em terrestre, ocorrendo em cerca de 90
1898, por Ronaldo Ross, estudando países, principalmente ixa
a malária em aves. Antes, porém, intertropical.
outros pesquisadores já admitiam a Quarenta por cento da população
transmissão da malária por insetos mundial está sob algum risco de
hematófagos provavelmente contrair malária. A Organização
mosquitos. Mundial da Saúde (OMS) considera
a malária o maior problema de
Descrição da Doença saúde pública em muitos países,
A malária é também conhecida principalmente naqueles em
como impaludismo, febre desenvolvimento. Estima-seque
intermitente, febre terçã, febre cerca de 300 a 500 milhões de
quartã, maleita e outros. Elma pessoas sejam infectadas a cada
doença infecciosa, produzida por ano, sendo os países da África
protozoários do gênero responsáveis por 90% dessas
Plasmodium, e se caracteriza por pessoas. A mortalidade é bastante
acessos intermitentes de febre, expressiva e chega a ocorrer mais
calafrios, cefaléia e sudorese. de um milhão de óbitos,
Continua sendo uma das mais principalmente em crianças
importantes doenças parasitárias e menores de 5 anos e gestantes.
acomete anualmente milhões de Na região das Américas, o Brasil é o
pessoas, especialmente no país que mais registra casos de
continente africano. malária, cerca de 50% das
105

ocorrências. A malária divide o inquérito epidemiológico relativo ao


território brasileiro em duas áreas: a caso.
Região Endêmica, constituída pelos Em 1930, o Anophelesgambiae,
estados do Acre, Amapá, procedente do continente africano,
Amazonas, Maranhão, Mato infestou a cidade de Natal, noRio
Grosso, Pará, Rondônia, Grande do Norte, provocando surtos
Roraima,Tocantins, e a Região Não- de malária. Posteriormente se
Endêmica, constituída pelos demais dispersou pelo litoral, chegando aos
estados da federação. vales dos rios Assú e Mossoró
A Região Endêmica é responsável (1938), onde provocou violenta
pela quase totalidade dos casos de epidemia. O Departamento Nacional
malária, cerca de 99,7%, ocorridos de Saúde (DNS) assumiu a
no Brasil, e, atualmente, em responsabilidade das ações contra
números absolutos, o Estado do esse mosquito que vinham sendo
Amazonas é o estado que desenvolvidas pelos estados. Em
apresenta maior número de casos 1939, foi criado o Serviço de Malária
da doença. Mesmo na Região do Nordeste (SMN), apoiado pela
Endêmica, onde a doença é Fundação Rockefeller; ambas as
considerada endêmica, a malária instituições desenvolveram um
não se transmite com igual rapidez programa que erradicou o
ou intensidade. A dinâmica de Anophelesgambia e do território
transmissão da doença é variável, brasileiro.
dependente da interação de fatores Estimulado pelo êxito da luta contra
ambientais, socioculturais, o citado transmissor, foi criado o
econômicos e políticos. Serviço Nacional de Malária (SNM),
A conjugação desses fatores em 1941, ocasião em que a malária
determina os níveis de riscos para afetava milhões de brasileiros,
contrair a doença, bem como a segundo estimativa da época.
viabilidade das medidas de controle. O SNM, que iniciou a utilização do
A luta contra a malária no Brasil já DDT no combate aos anofelinos em
se perdura por mais de meio século, áreas urbanas, foi mantido até a
passando por várias estratégias de criação do Departamento Nacional
combate. Os registros indicam que, de Endemias Rurais (DNERu), que
em 1889, já se regulamentava os foi uma instituição que absorveu
Serviços de Saúde dos Portos para também os outros serviços
o combate às endemias.No início do nacionais de febre amarela (SNFA)
século XX, começavam-se estudos e de peste (SNP).
objetivando definir procedimentos O DNERu manteve o programa de
destinados a proteger as malária que recebeu apoio do
populações residentes em áreas de Instituto Nacional de Endemias
transmissão da malária. Rurais (INERu), encarregado de
Em 1923, o Departamento Nacional desenvolver estudos e pesquisas
de Saúde Pública já estabelecia sobre as endemias no âmbito do
medidas para profilaxia e controle DNERu.
da doença, entre as quais, o Em 1958, foi criada a Campanha de
diagnóstico parasitoscópico de Erradicação da Malária (CEM), em
indivíduos suspeitos, a que se iniciou a grande frente de
determinação do índice endêmico, o combate à doença. Essa estratégia
uso de medidas antilarvárias, de logrou grande êxito, pois se
conseguiu interromper a
106

transmissão da malária em toda controle adequadas a cada


Região Sul e Sudeste, em quase situação, ação multissetorial para
toda Região Nordeste e parte da redução da influência de fatores de
Região Centro-Oeste. risco de natureza socioeconômica,
Nessas regiões, as características cultural, política e ecológica e
das moradias, a estabilidade das participação ativa da população.
populações e um maior grau de O principal objetivo da luta contra a
desenvolvimento socioeconômico malária passa a ser o homem e não
facilitaram a efetividade do mais o mosquito, na medida em que
inseticida aplicado no interior das se busca primeiramente prevenir os
residências, com a finalidade de casos graves e as mortes causadas
eliminar o mosquito infectado. pela doença. O Controle Integrado
Na Região Endêmica, em função da da Malária (CIM), como uma ação
dificuldade de reduzir os fatores de conjunta do governo e da sociedade
risco de ordem social e econômica, dirigida para a eliminação ou
determinantes da incidência da redução dos riscos de morrer ou
doença, o que tornaria praticamente adoecer de malária, é a nova
impossível a erradicação da orientação da luta contra a doença
endemia na região, surge então, a adotada pelo Brasil em consonância
necessidade de mudança dos com as recomendações da
objetivos do programa de luta contra Conferência de Amsterdã.
a malária na Amazônia, com O princípio estratégico fundamental
conseqüente alteração das das ações de controle da malária no
estratégias a serem adotadas. Brasil consiste na adoção do
Do ponto de vista conceitual, há diagnóstico precoce e no tratamento
consenso a respeito de que os imediato dos casos da doença,
problemas representados pela como prática geral do controle e na
malária já não comportam mais escolha seletiva de objetivos,
soluções que estabelecem, para estratégia e métodos específicos de
todas as situações endêmicas, um combate, ajustados às
único conjunto de objetivos, características particulares de
estratégias e ações de combate. A transmissão, existentes em cada
experiência do esforço de localidade. Em virtude disso, e da
erradicação demonstrou que diversidade das situações maláricas
diferentes situações demandam o existentes no território nacional,
estabelecimento e a aplicação de torna-se impossível definir objetivos
distintos objetivos e medidas de e estratégias válidas para todas as
controle e que elas devem estar situações.
ajustadas às características Além do diagnóstico precoce e o
epidemiológicas e entomológicas da tratamento imediato dos casos, a
endemia, em cada local onde a estratégia do CIM prevê a aplicação
malária se transmite. seletiva de medidas antivetoriais,
Em outubro de 1992, em Amsterdã, orientadas para cada área
na Holanda, a Conferência específica que sejam de baixo
Ministerial patrocinada pela OMS custo,
recomendou a adoção de uma nova
estratégia global de luta contra a
doença, com base na realidade
epidemiológica e social local, com
incorporação de outras medidas de
107

ATENÇÃO À SAÚDE e serviços de saúde, por meio da


Para a construção de um novo assistência integral resolutiva,
modelo assistencial que cumpra os contínua e de boa qualidade à
princípios do Sistema Único de população adscrita, no domicílio e
Saúde (SUS), faz-se necessário na unidade de saúde, buscando
uma nova prática dos profissionais identificar e intervir sobre as causas
de saúde, pautada na visão e fatores de riscos aos quais essa
sistêmica e integral do indivíduo, da população está exposta.
família e da comunidade. • Intersetorialidade –
É fundamental assumir o desenvolvimento de ações
compromisso com a promoção da integradas entre os serviços de
saúde, a prevenção de agravos, o saúde e outros órgãos públicos,
tratamento e a reabilitação, seja na com a finalidade de articular
perspectiva individual ou coletiva, políticas e programas de interesse
que tenha como fundamentos para a saúde, cuja execução
princípios do SUS: envolva áreas não-compreendidas
• Saúde como direito – a saúde é no âmbito do SUS, potencializando,
um direito fundamental do ser assim, os recursos financeiros,
humano, devendo o Estado prover tecnológicos, materiais e humanos
as condições indispensáveis ao seu disponíveis e evitando duplicidade
pleno exercício, por meio de de meios para fins idênticos.
políticas econômicas e sociais que • Humanização do atendimento –
visem à redução de riscos de responsabilização mútua entre os
doenças e de outros agravos e no serviços de saúde e a comunidade
estabelecimento de condições que de estreitamento do vínculo entre as
assegurem acesso universal equipes de profissionais e a
igualitário às ações e serviços para população.
a promoção, proteção e • Participação – democratização do
recuperação da saúde individual e conhecimento do processo
coletiva. saúde/doença e dos serviços,
• Integralidade da assistência – estimulando a organização da
entendida como um conjunto comunidade para o efetivo exercício
articulado e contínuo de ações e do controle social na gestão do
serviços preventivos e curativos, sistema.
individuais e coletivos, exigido para
cada caso, em todos os níveis de Atenção Básica à Saúde
complexidade do sistema. Atenção Básica é um conjunto de
• Universalidade – acesso garantido ações, de caráter individual ou
aos serviços de saúde para toda a coletivo, situadas no primeiro nível
população, em todos os níveis de de atenção do sistema de saúde.
assistência, sem preconceitos ou Compreender saúde, enquanto
privilégios de qualquer espécie. processo centrado na promoção de
• Eqüidade – igualdade na qualidade de vida implica na
assistência à saúde, com ações e construção de uma nova lógica de
serviços priorizados em função de assistência à saúde e organização
situações de risco, das condições do modelo assistencial.
de vida e da saúde de determinados Para atender essa concepção, o
indivíduos e grupos de população. Ministério da Saúde (MS) elege a
• Resolutividade – efi ciência na Estratégia de Saúde da Família,
capacidade de resolução das ações
108

reorganizando a Atenção Básica, na Atribuições das Unidades


lógica da vigilância à saúde. Básicas de Saúde e dos
Profissionais de Saúde no
Organização dos Serviços de Controle da Malária
Saúde no Controle da Malária
Unidades Básicas de Saúde
Historicamente, as ações de (UBS)
controle da malária foram As UBS devem garantir o
executadas pelo governo em nível atendimento integral e humanizado
federal, inicialmente com o DNERu, aos suspeitos de malária com meios
CEM, Sucam e pela Fundação para:
Nacional de Saúde (Funasa), a) diagnosticar e tratar
atividades que eram planejadas de precocemente;
forma centralizada e executadas b) realizar tratamento
verticalmente por equipes supervisionado quando necessário;
especializadas dessas instituições. c) desenvolver ações educativas e
Respeitando as diretrizes de de mobilização social relativas ao
descentralização do SUS, a controle da malária em sua área de
necessidade de organização dos abrangência;
serviços de saúde, de forma d) viabilizar capacitações dos
hierarquizada, e a integralidade da membros da equipe quanto à
atenção transfere a atenção do paciente e ações
responsabilidade do controle das relativas à vigilância epidemiológica
endemias para os estados e da malária; e) garantir o
municípios a partir do ano 2000 e, encaminhamento dos casos graves
mais recentemente, essas ações para Unidade de Referencia,
foram incorporadas às atividades da quando necessário;
Secretaria de Vigilância em Saúde f) estabelecer o fluxo das
(SVS) do Ministério da Saúde. informações epidemiologicas
Ações executadas em forma de referentes à malaria, promovendo
campanha ou de planos analises De incidência da doença
emergenciais nem sempre na sua área de atuação para o
apresentam, ao final, os resultados planejamento das ações;
esperados pelo controle da malária g) encaminhar lamina para o
ao longo dos anos. Compreende-se controle de qualidade (conforme
que só mediante ações contínuas, orientação do PNCM);
inseridas nos serviços de saúde, h) articular e viabilizar as medidas
nas diferentes complexidades da de controle vetorial e outras ações
atenção, poderiam reverter o grave de proteção coletiva.
quadro da malária na Amazônia
Legal. Considerando o conceito de Médicos e Enfermeiros
integralidade da assistência, o a) Identificar suspeitos de malaria.
controle da malária, enquanto ação b) Preencher a ficha de notificação.
básica de saúde, passa a ser c) Realizar diagnósticos
responsabilidade de toda a equipe precocemente.
de saúde. d) Completar a ficha de notificação
e encaminha-la ao setor
competente.
109

e) Realizar tratamento imediato e h) Solicitar o retorno do paciente


adequado dos casos de malaria para a coleta de LVC de acordo
com esquema terapêutico com as normas do programa.
Preconizado pelo Ministério da i) Orientar o paciente quanto a
Saúde, e orientá-lo quanto à necessidade de concluir o
necessidade do tratamento tratamento.
completo E medidas de prevenção. j) Orientar a comunidade quanto ao
f) Solicitar o retorno do paciente uso de medidas de proteção
para a coleta de Lamina de individual e familiar para
Verificação de Cura (LVC) de Prevenção da malaria.
acordo as normas do programa. k) Mobilizar a comunidade para
g) Orientar os ACS para desenvolver medidas simples de
acompanhamento dos casos em manejo ambiental com o objetivo de
tratamento e, em ocasiões fazer o controle de vetores.
especiais, realizar o tratamento l) Quando da constatação de um
supervisionado. caso de malária, investigar a
h) Capacitar os ACS e auxiliares de existência de outros casos na
enfermagem em ações de controle comunidade e encaminhar.
da malaria. m) Orientar medidas de proteção
i) Solicitar mensalmente ao setor individual como:
competente as informações • repelentes;
epidemiológicas referentes à • uso de roupas e acessórios
malaria na área de atuação da UBS apropriados para diminuir o contato
para a necessária analise e vetor/homem;
intervenções. • uso de mosquiteiros impregnados
j) Identificar sinais e sintomas de ou não com inseticidas;
malaria grave e referenciar o • tiragem das portas e janelas das
paciente para os serviços de maior casas.
complexidade.
Agentes de Endemias
Auxiliares de Enfermagem a) Realizar ações de educação em
a) Realizar ações de educação em saúde e de mobilização social.
saúde e de mobilização social. b) Identificar sinais e sintomas de
b) Preencher ficha de notificação. malária.
c) Completar a ficha de notificação e c) Acompanhar os pacientes em
encaminha-la ao setor competente. tratamento.
d) Solicitar o retorno do pacientes d) Orientar o paciente quanto à
apos o termina do tratamento e, em necessidade de concluir o
situações especiais, realizar o tratamento.
tratamento supervisionado. e) Orientar a comunidade quanto ao
e) Identificar sinais e sintomas de uso de medidas de proteção
malaria grave e referenciar o doente individual e familiar para prevenção
aos serviços de saúde de maior da malária.
complexidade. (f) Mobilizar a comunidade para
(f) Identificar sinais e sintomas de desenvolver medidas simples de
malaria e coletar a lamina para o manejo ambiental com o objetivo de
diagnostico. fazer o controle de vetores.
g) Acompanhar os pacientes em g) Realizar o diagnóstico precoce
tratamento. com os imunotestes quando
indicado.
110

h) Realizar o tratamento imediato e Art. 2.° Estabelecer as seguintes


adequado, conforme tabelas de atribuições do ACS na prevenção e
tratamento deste manual. controle da malária:
i) Colher lâminas de pessoas I- Em Zona Urbana:
suspeitas de malária e encaminhá- a) realizar ações de educação em
las para leitura conforme estratégia saúde e de mobilização social;
local. b) orientar o uso de medidas de
j) Receber o resultado e instituir o proteção individual e coletiva;
tratamento imediato conforme as c) mobilizar a comunidade para
tabelas. desenvolver medidas simples de
k) Quando não for possível a manejo ambiental para o controle de
realização da coleta de lâmina ou vetores;
do imunoteste, encaminhar a d) identificar sintomas da malária e
pessoa suspeita de malária para encaminhar o paciente à unidade de
Unidade de Referência. saúde para diagnóstico e
l) Solicitar o retorno do paciente tratamento;
para a coleta de LVC de acordo as e) promover o acompanhamento
normas do programa (anexo II). dos pacientes em tratamento,
m) Receber o resultado da LVC e, ressaltando a importância de sua
se for positivo, instituir o tratamento conclusão;
conforme Nota Técnica f ) investigar a existência de casos
(anexo II). na comunidade, a partir de
n) Orientar medidas de proteção sintomáticos;
individual como: g) preencher e encaminhar à
• repelentes; Secretaria Municipal de Saúde a
• uso de roupas e acessórios ficha de notificação dos casos
apropriados para diminuir o contato ocorridos.
vetor-homem; II- Em Área Rural:
• uso de mosquiteiros impregnados Além das atribuições relacionadas
ou não com inseticidas; no item I deste artigo:
• telagem das portas e janelas das a) proceder à aplicação de
casas. imunotestes, conforme orientação
o) Preencher e encaminhar ao setor da Coordenação Municipal do
competente a ficha de notificação PACS e PSF;
conforme a estratégia local. b) coletar lâminas de sintomáticos e
p) Realizar a aplicação de larvicidas enviá-las para leitura ao profissional
químicos e biológicos quando responsável e, quando não for
indicado. possível esta coleta de lâmina,
q) Realizar a borrifação encaminhar as pessoas para a
intradomiciliar de efeito residual, unidade de referência;
conforme estratégia local. c) receber o resultado dos exames e
r) Realizar aplicação espacial de providenciar o acesso ao tratamento
inseticidas por meio de imediato e adequado, de acordo
nebulizações térmicas e Ultra Baixo com as orientações da Secretaria
Volume, conforme estratégia local. Municipal de Saúde;
d) solicitar o retorno do paciente
Agentes Comunitários de Saúde para a coleta de LVC de acordo as
(ACS) – Portaria n.º 44, de 3 de normas do programa.
janeiro de 2002
111

Fluxo de Atendimento ao Suspeito de Malária


112

São quatro as espécies conhecidas no litoral e tem preferência por


de plasmódios que infectam o criadouros de águas salobras.
homem. (figura 1).
• Plasmodium malariae (Descoberto
por Laveran em 1881, Grassi e
Faletti em 1890), agente da febre
quartã, muito encontrada no
continente africano;
• Plasmodium vivax (Descoberto por
Grassi e Faletti, em 1890),
responsável pela terçã benigna;
• Plasmodium falciparum
(Descoberto por Welch, em 1897),
responsável pela terçã maligna; e Figura 2
• Plasmodium ovale (Descoberto
por Stephens, em 1922), causador
de uma forma de terçã benigna,
não-encontrado no Brasil. Existe
principalmente no continente
africano.
Reservatório
O ser humano, com micro e
macrogametócitos se constituem na As fêmeas do anofelino põem seus
principal fonte de infecção de ovos nesses criadouros e desses
importância epidemiológica. ovos saem as larvas que se
Vetores transformam em pupas, que, por
Os mosquitos transmissores da sua vez, se transformam em adultos
malária são insetos da ordem dos já dotados de asas. Portanto, o
dípteros da família Culicidae e do anofelino tem uma fase de vida
gênero Anopheles. Este gênero aquática (ovos, larvas e pupas) e
compreende cerca de 400 espécies uma fase aérea, o alado (figura 3).
das quais apenas um número
reduzido tem importância
epidemiológica. No Brasil, cinco
espécies são consideradas como
vetores principais. São elas:
Anopheles (Nyssorynchus) darlingi,
Anopheles (Nyssorynchus)
aquasalis, Anopheles
(Nyssorynchus) albitarsis,
Anopheles (Kerteszia) cruzi e
Anopheles (Kerteszia) bellator, além
de outros de menor importância.
Alguns fatores são necessários para
O principal vetor da malária no
que a espécie seja considerada
Brasil é o Anopheles (N) darlingi.
como transmissora da malária
Seus criadouros freqüentemente
humana, por exemplo: ser
são de águas limpas de baixa
suscetível à infecção pelo
correnteza e sombreadas. O
plasmódio humano; ser
Anopheles (N) aquasalis, predomina
antropofílico, ou seja, ter preferência
por sangue humano; ter
113

longevidade e alta densidade, entre


outros.
A maioria dos anofelinos tem
hábitos crepusculares ou noturnos.
Durante o dia, procuram lugares
onde ficam ao abrigo da luz
excessiva, do vento e dos inimigos
naturais (figura 4). Nos casos de infecção por
transfusão sangüínea, o período de
incubação geralmente é breve,
variando de acordo com o número
de parasitos encontrados no sangue
transfusionado.

Período de Transmissibilidade
O ser humano é considerado como
fonte de infecção para o mosquito
enquanto houver gametócitos
infectantes circulando no sangue
em número suficiente, para que o
Modo de Transmissão mosquito, ao sugá-lo, possa ingerir
A transmissão baseia-se na gametócitos de ambos os sexos.
existência de uma fonte de infecção As pessoas não-tratadas ou
constituída de anofelinos infectados tratadas de forma inadequada
e de hospedeiros suscetíveis ao podem ser fonte de infecção para o
meio ambiente dos transmissores. mosquito por um período que varia
A malária é transmitida à pessoa de um a três anos, conforme a
sadia por meio da picada da fêmea espécie. O mosquito, por sua vez,
infectada do anofelino; outros permanece infectante enquanto ele
mecanismos raros de transmissão viver. A transmissão por transfusão
são: transfusão sangüínea usa de sangüínea pode ocorrer enquanto
seringas contaminadas, acidentes permanecer no sangue circulante,
de laboratório e por ocasião de formas assexuadas do parasito. O
parto (figura 5). sangue armazenado pode continuar
infectante por cerca de 16 dias.
Suscetibilidade e Resistência
De um modo geral, todas as
pessoas, independente de sexo,
cor, raça, faixa etária, são
suscetíveis à infecção malárica. Os
adultos em áreas de alta
endemicida de, em que a exposição
Período de Incubação aos anofelinos infectantes é
Existe uma variação quanto ao contínua por muitos anos,
período de incubação das diferentes desenvolvem certa tolerância ou
espécies de plasmódios humanos resistência à infecção.
(figura 6).
Figura 6 – Período de Incubação Distribuição Geográfica
(média por espécie) No Brasil, a distribuição geográfica
da malária é extensa. A área
114

endêmica original, delimitada nos objetivando detectar precocemente


anos 50 por meio de estudos a introdução de casos novos da
entomológicos e detecção de casos, doença.
abrangia cerca de 6,9 milhões de Considerando a capacidade de
km2 do território brasileiro. Na combinação entre os diversos
Amazônia onde, ao final de 2004, fatores que participam do processo
viviam cerca de 22 milhões de de transmissão, pode-se identificar
habitantes, verifica-se uma quatro estratos de risco com níveis
concentração crescente de casos endêmicos diferenciados: alto,
de malária nos últimos anos, médio, baixo e áreas sem
passando de 94,9% (1980) para transmissão de malária.
99,7% dos casos em 2004, sendo
que dos estados amazônicos, neste Fatores de Risco e Estratos
último ano, o Amazonas é o que Epidemiológicos
concentra o maior número absoluto Fator de risco para a malária é
de casos de malária. qualquer variável ou conjunto de
Embora o país apresente uma variáveis que tenham relação direta
extensa superfície de seu território com a incidência da malária, ou
onde há risco de transmissão de seja, qualquer condição que
malária, este não é o mesmo em aumente a probabilidade de
todas as áreas geográficas, surgimento, agravamento e morte
originando níveis endêmicos pela doença num determinado
diferentes na dependência da momento. Os fatores de risco
variedade e intensidade de podem ser classificados, entre
associação dos fatores de risco. outros, como:
A Amazônia possui características • Biológicos – relacionados à
geográficas e ecológicas altamente população suscetível, agente
favoráveis à interação do parasito etiológico e presença do vetor;
(plasmódio) e do mosquito vetor • Ambientais – modificações do
(anofelino), com os fatores meio ambiente, temperatura,
socioeconômicos, políticos e umidade e presença de criadouros;
culturais, determinando um nível de • Econômicos – relacionados à
endemicidade, classificados como baixa renda, ao desemprego e às
áreas de baixo, médio e alto risco condições de trabalho, moradia
malarígeno. emigrações;
Já na área não-endêmica, as • Socioculturais – relacionados ao
condições não são muito favoráveis nível educacional, hábitos e
à interação dos fatores que costumes culturais e religiosos;
determinam a malária. A baixa • Infra-Estrutura de Serviços de
receptividade e vulnerabilidade, que Saúde – relacionados à insuficiência
são condições criadas pela de serviços de saúde.
presença do anofelino vetor, pela Considera-se que o conhecimento
presença de indivíduos portadores dos fatores de risco determinantes
de parasitos e a existência de de uma doença é condição
outros fatores que favorecem a fundamental para a classificação
transmissão da doença, são dos estratos, levando em
desfavoráveis ao reestabelecimento consideração as características
da transmissão, o que impõe a epidemiológicas destes, de modo a
manutenção permanente de um favorecer o desenvolvimento de
sistema de vigilância para a malária,
115

ações de controle adequadas a de ocupação estáveis, com baixa


cada situação. transmissão da malária, porém,
Assim, em relação ao risco de vir a continuam sendo receptivas e
adoecer de malária, o território vulneráveis, considerando o
brasileiro está dividido em quatro potencial malarígeno, o que
situações distintas: eventualmente pode dar origem a
- Áreas de alto risco malarígeno focos restritos. Nessa situação, é
(Incidência Parasitária Anual – IPA importante a manutenção de uma
> 49,9 casos/1.000 habitantes) São vigilância epidemiológica eficiente
áreas de transmissão intensa pelos serviços de saúde existentes.
favorecida pelo tipo de ocupação - Áreas não-endêmicas (IPA = zero)
das pessoas (extrativismo) ou O quarto estrato é caracterizado por
situações como assentamento ou áreas onde a transmissão de
invasões onde a população está malária foi interrompida.
muito exposta ao risco, em virtude
de: Plano de Contingência Nacional
• populações migrantes com para a Febre Chikungunya
escassa imunidade; O Plano de Contingência é um
• altas densidades de anofelinos; documento elaborado com o intuito
• moradias precárias que não de auxiliar a União na resposta à
oferecem proteção; introdução do vírus Chikungunya no
• alta incidência com óbitos devido País, condição que pode determinar
ao difícil acesso aos serviços de sérios danos às pessoas, ao meio
saúde; ambiente e à economia dos entes
• carência de serviços de saúde e integrantes do Sistema Único de
infra-estrutura social; Saúde. Neste documento, são
• insuficiente participação da definidas as responsabilidades no
comunidade nas medidas de nível federal e estabelecida a
prevenção da doença; organização necessária, de modo a
• dificuldades operacionais para o atender a situações de emergência
desenvolvimento pleno de medidas relacionadas à circulação do vírus
de controle. Chikungunya no Brasil, visando à
- Áreas de médio risco malarígeno integralidade das ações, à
(IPA de 10 a 49,9 casos/1.000 prevenção e ao controle da doença.
habitantes) Este estrato é O documento “Preparação e
caracterizado por ocupações Resposta à Introdução do Vírus
humanas mais estáveis, com Chikungunya no Brasil”, baseado na
populações e migrações mais publicação da Organização Pan-
localizadas, com habitações em Americana da Saúde (Opas) –
melhores condições, menores “Preparación y respuesta antela
densidades de anofelinos, áreas de eventual introducción Del
transmissão bem-delimitadas, viruschikungunyaenlas Américas”,
melhores condições para o norteou a elaboração do Plano de
desenvolvimento de medidas de Contingência para Chikungunya do
controle, melhor infra-estrutura dos Ministério da Saúde. Este guia de
serviços de saúde e maiores recomendações para a preparação
facilidades de comunicação. e a introdução do CHIKV nas
- Áreas de baixo risco malarígeno Américas foi desenvolvido a fim de
(IPA de 0,1 a 9,9 casos/1.000 instituir as estratégias mais
habitantes) Correspondem às áreas apropriadas na prevenção da
116

importação e da propagação do isoladas durante grandes surtos


CHIKV na região, para permitir a urbanos em Bangkok, na Tailândia
detecção precoce de um surto da em 1960, e em Calcutá e Vellore, na
doença, conduzir investigações Índia, durante as décadas de 1960 e
epidemiológicas pertinentes e 1970.
prevenir ou minimizar a expansão A infecção pelo vírus Chikungunya
da doença nas Américas. provoca febre alta, dor de cabeça,
A detecção de casos em tempo dores articulares e dores
hábil e a resposta rápida e musculares. O período médio de
apropriada com participação ativa incubação da doença é de 3 a 7
de todos os interessados serão dias (podendo variar de 1 a 12
necessárias para minimizar o risco dias). Não existem tratamento
de importação e de transmissão específico nem vacina disponível
sustentada na região. Dessa forma, para prevenir a infecção por esse
antes da detecção da ocorrência vírus. O tratamento sintomático é o
dos primeiros casos autóctones de indicado. A doença pode
Chikungunya, o sistema de manifestar-se clinicamente de três
vigilância e os profissionais de formas: aguda, subaguda e crônica.
saúde devem estar suficientemente Na fase aguda, os sintomas
sensibilizados para a identificação aparecem de forma brusca e
oportuna da doença. Uma vez compreendem febre alta, cefaléia,
identificado um caso importado ou mialgia e artralgia
autóctone de Chikungunya no (predominantemente nas
Brasil, o Plano de Contingência extremidades e nas grandes
deve ser acionado. articulações). Também é frequente
a ocorrência de exantema
Avaliação da ameaça de maculopapular. Os sintomas
introdução do vírus Chikungunya costumam persistir por 7 a 10 dias,
no Brasil mas a dor nas articulações pode
O CHIKV é um vírus RNA que durar meses ou anos e, em certos
pertence ao gênero Alphavirus da casos, converter-se em uma dor
família Togaviridae. O nome crônica incapacitante para algumas
“chikungunya” deriva de uma pessoas.
palavra em Mak onde que significa No final do ano de 2013 e durante o
aproximadamente “aqueles que se ano de 2014 foram notificados para
dobram”, descrevendo a aparência a Organização Mundial de Saúde
encurvada de pacientes que sofrem (OMS) milhares de casos de febre
de artralgia intensa. de chikungunya, inicialmente
Casos humanos com febre, somente nos países do Caribe, mas
exantema e artrite aparentando ser posteriormente também na América
CHIKV foram relatados no início de do Sul, Central e do Norte.
1770. Porém, o vírus não foi isolado Dessa forma, considerou-se que o
do soro humano ou de mosquitos risco de introdução da doença no
até a epidemia na Tanzânia de país era alto devido à importação
1952-1953. Outros surtos ocorreram por viajantes, vetores competentes
subsequentemente na África e na (mesmos vetores da dengue) e
Ásia. Muitos ocorreram em população suscetível, sendo
pequenas comunidades ou essencial a preparação em
comunidades rurais. No entanto, na antecedência para a introdução do
Ásia, cepas de CHIKV foram CHIKV. Condição que se tornou
117

realidade quando os primeiros dos vetores incrementa a


casos autóctones da doença foram probabilidade de ocorrência de
notificados no país em agosto e casos autóctones, surtos ou até
setembro de 2014 epidemias da doença no País.

Avaliação da vulnerabilidade Fatores ambientais


No Brasil, os primeiros casos Os condicionantes que podem
autóctones da febre de chikungunya permitir a expansão do
foram notificados em agosto e Chikungunya no Brasil, assim como
setembro de 2014 em municípios nas Américas, referem-se, em
dos estados do Amapá e Bahia. grande parte, ao modelo de
Dessa forma, considerando-se a crescimento econômico
ampla distribuição dos potenciais implementado na região,
vetores da doença no Brasil, Aedes caracterizado pelo crescimento
aegypti e Aedes albopictus, e o desordenado dos centros urbanos
intenso deslocamento das pessoas, com importantes lacunas no setor
tornam o país vulnerável à de infraestrutura, tais como
disseminação do vírus CHIKV. dificuldades para garantir o
Sendo assim, recomenda-se o abastecimento regular e contínuo de
aumento da sensibilidade dos água, a coleta e o destino adequado
serviços de saúde para detecção dos resíduos sólidos. Ressalta-se
oportuna de possíveis casos que mais de 80% da população do
importados e/ou autóctones. País está concentrada na área
Susceptibilidade, exposição e urbana.
transmissão Outros fatores, como a acelerada
A suscetibilidade ao vírus expansão da indústria de materiais
Chikungunya é universal. No não biodegradáveis, além de
entanto, fatores de risco individuais, condições climáticas favoráveis,
tais como idade, etinicidade, agravadas pelo aquecimento global,
presença de comorbidades e conduzem a um cenário que impede
infecção secundária podem a proposição de ações visando à
determinar a gravidade da doença. erradicação do vetor transmissor.
Os vírus são transmitidos através da
picada do mosquito infectado das Estratégia do Plano de
espécies Aedes aegypti e Aedes Contingência Nacional para a
albopictus. No Brasil, o Aedes Febre de Chikungunya
aegypti está amplamente distribuído O cenário descrito anteriormente
em 4.318 municípios, enquanto o reforça a necessidade de
Aedes albopictus é encontrado em preparação antecipada de todas as
2.126 municípios. esferas de governo para o
A ocorrência de casos nas enfrentamento da eventual
Américas, em particular no Caribe e, introdução do vírus Chikungunya no
considerando o intenso País.
deslocamento de turistas do País Este documento tem como objetivo
para essas localidades, amplia a sistematizar as ações e os
possibilidade de indivíduos procedimentos sob
infectados retornarem ao Brasil responsabilidade da esfera federal,
durante o período de viremia. de modo a apoiar em caráter
Ademais, conforme explanado complementar os estados e os
anteriormente, a ampla distribuição municípios.
118

Na aplicação do Plano de conta o período de viremia do caso


Contingência da Febre de suspeito.
Chikungunya serão realizadas • Orientar as vigilâncias
atividades específicas a serem epidemiológicas das SES/SMS
implementadas em quatro níveis: sobre coleta, acondicionamento e
• Nível 0 – Casos importados; transporte de amostras.
• Nível 1 – Casos autóctones • Acompanhar o fluxo das amostras
esporádicos; para laboratório de referência de
• Nível 2 – Epidemia de febre de acordo com a região do País:
chikungunya; Região Norte – Instituto Evandro
• Nível 3 – Epidemia simultânea de Chagas/PA (IEC);
dengue e febre de chikungunya. Região Nordeste – Lacen/CE e
Os níveis foram definidos com base Lacen/PE;
na ocorrência de casos importados Região Sudeste – Instituto Adolfo
e/ou autóctones. Em caso de Lutz/SP, Fundação Nacional
transmissão autóctone, os níveis Ezequiel Dias/MG (Funed) e
foram estabelecidos baseados no Fundação Oswaldo Cruz/RJ
grau de transmissão da doença: (Fiocruz);
casos autóctones esporádicos, Região Sul – Lacen/PR;
transmissão sustentada de CHIKV e Região Centro-Oeste – Lacen/DF.
transmissão sustentada de CHIKV • Emitir alertas para municípios e
concomitante com uma epidemia de SES. Atividades
dengue. • Usar informações provenientes
Cabe à Coordenação-Geral do das secretarias estaduais e
Programa Nacional de Controle da municipais de saúde, bem como da
Dengue (CGPNCD) a Opas e da OMS.
responsabilidade de acompanhar a • Preparar e enviar lista de
situação dos indicadores, avaliando municípios em Nível 0 para o
a necessidade de acionamento do Núcleo de Comunicação da SVS
Plano de Contingência. Para tanto, (Nucom) e para a Assessoria de
informes técnicos, contendo a Comunicação do Ministério da
situação epidemiológica nas Saúde (Ascom).
Américas e no Brasil, serão • Elaborar e encaminhar resumo
apresentados nas reuniões informativo técnico dos casos
semanais do Comitê de importados ao Nucom, à Ascome ao
Monitoramento de Eventos de Comitê de Monitoramento de
Saúde Pública (CME), subsidiando Eventos de Saúde Pública (CME)
a tomada de decisão. para discussão técnica em pauta.
2.1 Níveis de resposta • Acompanhar a notificação dos
▶ Nível 0 casos suspeitos no Sistema de
Indicadores: Notificação de casos Informação de Agravos e
importados no Brasil Notificação
1. Vigilância epidemiológica (Sinan).
Ações 2. Controle vetorial
• Contatar as áreas envolvidas para AÇÃO
acompanhamento e auxílio na • Solicitar relatório de
investigação de casos suspeitos monitoramento das ações de
notificados e incentivar a realização controle vetorial às SES.
de busca ativa, levando-se em
119

3. Assistência • Preparar mídia de divulgação para


Ações informações de Chikungunya de
• Apoiar as capacitações locais acordo com cada nível de resposta.
sobre a manifestação clínica, Atividade
diagnóstico, tratamento, • Divulgar informações
reabilitação, grupos de risco e fluxo epidemiológicas e entomológicas no
assistencial. sítio do MS e para a imprensa.
13 Plano de Contingência Nacional 5. Gestão
para a Febre de Chikungunya Ações
• Disponibilizar fluxograma com • Articular com as áreas o
classificação de risco e de manejo desenvolvimento das ações e as
do paciente com suspeita de atividades propostas para esse nível
CHIKV e as diretrizes clínicas para para conter a possibilidade de uma
a rede de atenção à saúde. transmissão sustentada.
• Reforçar as atividades de • Garantir estoque estratégico de
educação em saúde. insumos (inseticidas e kits-
AtividadeS diagnósticos).
• Apoiar a vigilância na emissão de • Apresentar a situação entomo-
alertas, orientações aos epidemiológica nas reuniões do
profissionais de saúde sobre as CME.
ações Atividades
de promoção, de prevenção, de • Avaliar os estoques dos insumos
manejo e do isolamento de existentes nos estados.
pacientes. • Solicitar às SES que acompanhem
• Disponibilizar equipe técnica para a execução do Plano de
discussão de manejo clínico e a Contingência nos municípios.
classificação de risco do paciente • Divulgar material educativo
com suspeita de Chikungunya. (manuais, guias e notas
• Reproduzir e distribuir o informativas).
fluxograma e as diretrizes clínicas
para as SES. Vigilância epidemiológica
4. Comunicação, mobilização e
publicidade Ações
Ações • Intensificar a emissão de alertas
• Divulgar nota informativa da para municípios e SES.
Secretaria de Vigilância em Saúde • Acompanhar o fluxo das amostras
(SVS) sobre a vigilância da febre de para laboratório de referência de
chikungunya no Brasil para as SES acordo com a região do País:
e as SMS. Região Norte – Instituto Evandro
• Disponibilizar texto com perguntas Chagas/PA (IEC);
e respostas sobre a febre de Região Nordeste – Lacen/CE e
chikungunya no sítio do Ministério Lacen/PE;
da Saúde. Região Sudeste – Instituto Adolfo
• Orientar a população para Lutz/SP, Fundação Nacional
minimizar a possibilidade de contato Ezequiel Dias/MG (Funed) e
vetor-paciente (isolamento). Fundação Oswaldo Cruz/RJ
• Realizar reforço de mídia para (Fiocruz);
controle do Aedes nos locais com Região Sul – Lacen/PR;
notificação de casos importados. Região Centro-Oeste – Lacen/DF.
120

• Orientar o funcionamento do • Preparar e enviar lista de


Centro de Operações de municípios em Nível 1 ao Nucom e
Emergências em Saúde Pública à Ascom.
(Coes) nos estados e nos 15 Plano de Contingência Nacional
municípios acompanhando para a Febre de Chikungunya
indicadores epidemiológicos,
entomológicos, Controle vetorial
Operacionais e assistenciais. Ações
• Orientar os municípios a • Assessorar as SES no
intensificar a vigilância laboratorial acompanhamento das ações
por meio de unidades e/ou médico realizadas.
sentinela com encaminhamento de • Apoiar as SES e as SMS na
amostras negativas de outras identificação da espécie de
doenças com sintomatologia mosquito responsável pela
compatível com ChikV para transmissão
diagnóstico diferencial. da doença no Brasil, considerando a
• Contatar as áreas envolvidas para contribuição do Instituto Evandro
acompanhamento e auxílio na Chagas (IEC) (casos no
investigação de casos suspeitos Norte e Nordeste) e da Fiocruz
notificados e incentivar a realização (casos no Sudeste, Sul e Centro-
de busca ativa domiciliar, na Oeste).
vizinhança do caso autóctone, além 3. Assistência
da busca ativa retrospectiva em Ações
prontuários das unidades de saúde. • Reforçar as capacitações locais
• Orientar a vigilância a emitir alerta sobre a manifestação clínica,
para os serviços de saúde, visando diagnóstico, tratamento,
sensibilizar a assistência para reabilitação, grupos de risco e fluxo
detecção de novos casos. assistencial.
Atividades • Disponibilizar fluxograma com
• Assessorar as SES e as SMS na classificação de risco e de manejo
definição dos indicadores que do paciente com suspeita de CHIKV
devem ser monitorados no nível e as diretrizes clínicas para a rede
local. de atenção à saúde.
• Apoiar os estados e os municípios AtividadeS
para implantação das unidades • Disponibilizar equipe técnica para
sentinelas laboratoriais. discussão de manejo clínico e a
• Orientar a busca ativa de casos classificação de risco do paciente
envolvendo a atenção básica (AB), com suspeita de Chikungunya.
pronto atendimento (PA), pronto- • Reproduzir e distribuir o
socorro (PS) e hospitais. fluxograma e as diretrizes clínicas
• Acompanhar a notificação dos para as SES.
casos suspeitos no Sinan. 4. Comunicação, mobilização e
• Consolidar as informações publicidade
epidemiológicas, assistenciais e de Ações
controle vetorial em níveis nacional, • Divulgar a nota informativa da
estadual e municipal para subsidiar Secretaria de Vigilância em Saúde
a tomada de decisão, por meio de (SVS) sobre a vigilância da febre de
boletins semanais, no Coes. chikungunya no Brasil para as SES
e as SMS.
121

• Disponibilizar texto com perguntas Fundação Oswaldo Cruz/RJ


e respostas sobre a febre de (Fiocruz);
chikungunya no sítio do Ministério Região Sul – Lacen/PR;
da Saúde. Região Centro-Oeste – Lacen/DF.
• Reforçar a mídia para controle do • Orientar o funcionamento do
Aedes nos locais com notificação de Centro de Operações de
casos autóctones. Emergências em Saúde (Coes) nos
Atividade estados e nos municípios
• Divulgar informações acompanhando indicadores
epidemiológicas e entomológicas no epidemiológicos, entomológicos,
sítio do MS e para a imprensa. operacionais e assistenciais.
5. Gestão • Subsidiar a tomada de decisão
Ações para implantação do Coes da febre
• Articular com as áreas o de Chikungunya na Secretaria de
desenvolvimento das ações e as Vigilância em Saúde.
atividades propostas para esse • Fornecer boletins para as reuniões
nívelpara conter a possibilidade de do CME.
uma transmissão sustentada. • Intensificar a vigilância laboratorial
• Garantir estoque estratégico de por meio de unidades e/ou médico
insumos (inseticidas, kits- sentinela com encaminhamento de
diagnósticos, medicamentos e soro amostras negativas de outras
fisiológico). doenças com sintomatologia
• Apresentar a situação entomo- compatível com ChikV para
epidemiológica nas reuniões do diagnóstico diferencial.
CME. • Contatar as áreas envolvidas para
Atividades acompanhamento e auxílio na
• Avaliar os estoques dos insumos investigação de casos suspeitos
existentes nos estados. notificados e incentivar a realização
• Solicitar às SES que acompanhem de busca ativa.
a execução do Plano de • Preparar e enviar lista de
Contingência no município. municípios em Nível 2 para a área
• Divulgar material educativo de comunicação do Ministério da
(manuais, guias e notas Saúde (Ascom).
informativas). Atividades
• Participar in loco do Coes nos
Epidemia de febre de estados/municípios com
chikungunya transmissão sustentada, conforme
Ações capacidade operacional da equipe
• Emitir alertas para municípios e técnica.
SES. • Consolidar as informações
• Acompanhar o fluxo das amostras epidemiológicas, assistenciais e de
para laboratório de referência de controle vetorial em níveis nacional,
acordo com a região do País: estadual e municipal para subsidiar
Região Norte – Instituto Evandro a tomada de decisão, por meio de
Chagas/PA (IEC); boletins semanais.
Região Nordeste – Lacen/CE e • Apoiar as SES e as SMS na
Lacen/PE; definição dos municípios,
Região Sudeste – Instituto Adolfo localidades onde as ações de
Lutz/SP, Fundação Nacional controle vetorial deverão ser
Ezequiel Dias/MG (Funed) e
122

realizadas, bem como o tipo de • Garantir estoque estratégico de


intervenção necessária. insumos (inseticidas, kits-
diagnósticos, medicamentos e soro
2. Assistência fisiológico).
Ações • Apresentar a situação entomo-
• Reforçar as capacitações locais epidemiológica nas reuniões do
sobre a manifestação clínica, CME.
diagnóstico, tratamento, Atividades
reabilitação, grupos de risco e fluxo • Designar equipe para compor o
assistencial. Coes dos diversos componentes do
• Apoiar financeiramente os plano.
municípios na ampliação da • Definir periodicidade das reuniões
capacidade da rede de atenção. do Coes.
• Garantir o deslocamento das
Atividades equipes de acompanhamento da
• Disponibilizar equipe técnica para CGPNCD.
discussão de manejo clínico e a • Articular com o DLOG o envio dos
classificação de risco do paciente insumos.
com suspeita de Chikungunya. • Adquirir, de forma emergencial, os
• Reproduzir e distribuir o insumos essenciais para garantia
fluxograma e as diretrizes clínicas das ações.
para as SES. • Solicitar às SES que acompanhem
a execução do Plano de
3. Comunicação, mobilização e Contingência nos municípios.
publicidade • Divulgar material educativo
Ações (manuais, guias e notas
• Divulgar a nota informativa da informativas).
Secretaria de Vigilância em Saúde
(SVS) sobre a vigilância da febre de NOÇÕES BÁSICAS SOBRE O
chikungunya no Brasil para as SES VÍRUS ZIKA
e as SMS.
• Disponibilizar texto com perguntas O que é Zika Vírus?
e respostas sobre a febre de O vírus Zika é um arbovírus.
chikungunya no sítio do Ministério Arbovírus são os vírus transmitidos
da Saúde. por picadas de insetos,
Atividade especialmente mosquitos. A doença
• Divulgar informações pelo vírus Zika apresenta risco
epidemiológicas e entomológicas no superior a outras arboviroses, como
sítio do MS e para a imprensa. dengue, febre amarela e
4. Gestão chikungunya, para o
Ações desenvolvimento de complicações
• Implantar Coes para monitorar a neurológicas, como encefalites,
situação epidemiológica e as Síndrome de GuillainBarré e outras
atividades previstas no Plano de doenças neurológicas. Uma das
Contingência. principais complicações é a
• Participar do Coes nacional. microcefalia.
• Articular com as áreas o
desenvolvimento das ações e as A doença inicia com manchas
atividades propostas para esse vermelhas em todo o corpo, olho
nível. vermelho, podem causar febre
baixa, dores pelo corpo e nas
123

juntas, também de pequena sete dias, geralmente sem


intensidade. complicações graves. Porém há
registro de mortes e manifestações
O transmissor (vetor) do Zika vírus é neurológicas, além de causar a
o mosquito Aedes aegypti, que microcefalia.
precisa de água parada para
proliferar, portanto, o período do Como ocorre a transmissão do
ano com maior transmissão são os Zika Vírus?
meses mais chuvosos de cada Existem três formas principais de
região, épocas quentes e úmidas. transmissão do Zika Vírus:
No entanto, o cuidado com a
higiene e a conscientização de não Transmissão pela picada do
deixar água parada em nenhum dia mosquito Aedes Aegypti.
do ano são fundamentais, tendo em Transmissão sexual.
vista que os ovos do mosquito Transmissão de mãe para o feto
podem sobreviver por um ano até durante a gravidez
encontrar as condições propícias No caso do feto ser infectado
para desenvolvimento. durante a gestação, este pode
desenvolver lesões cerebrais
O mosquito Aedes Aegypti é o irreversíveis e ter comprometida,
mesmo mosquito que transmite a definitivamente, toda a sua estrutura
dengue, a chikungunya e a febre em formação. As doenças
amarela. neurológicas, especialmente nas
crianças com a doença congênita
IMPORTANTE: Todos os sexos e (infectados no útero materno), têm
faixas etárias são igualmente seqüelas de intensidade variável,
suscetíveis ao vírus Zika, porém conforme cada caso.
mulheres grávidas e pessoas mais
velhas têm maiores riscos de O comprometimento nesses casos é
desenvolver complicações da tão importante que algumas
doença. Esses riscos aumentam crianças, ao nascerem, têm
quando a pessoa tem alguma microcefalia, uma deformação dos
doença crônica, como diabetes e ossos da cabeça, sinal do não
hipertensão, mesmo tratada. crescimento adequado do encéfalo
(cérebro).
Zika Vírus tem cura? Não há evidências de transmissão
A infecção por Zika Vírus na maioria do vírus Zika por meio do leite
dos casos é uma doença branda e materno, assim como por urina e
tem cura espontânea depois de 10 saliva.
dias. As principais complicações
são neurológicas e devem ser Quais são os sintomas do Zika
tratadas caso a caso, conforme Vírus?
orientação médica. Todo o Os sintomas mais comuns
tratamento é oferecido, de forma associados ao vírus Zika são:
integral e gratuita, pelo Sistema
Único de Saúde (SUS). “Vermelhão” em todo o corpo com
muita “coceira” depois de alguns
A febre por vírus Zika é descrita dias.
como uma doença febril aguda,
autolimitada, com duração de três a
124

Febre baixa, muitas vezes não Como é feito o diagnóstico do


sentida. Zika Vírus?
Conjuntivite (olho vermelho) sem O diagnóstico do Zika Vírus é clínico
secreção. e feito por um médico. O resultado é
Mialgia e dor de cabeça. confirmado por meio de exames
Dor nas juntas. laboratoriais de sorologia e de
Todos os sintomas são de biologia molecular ou com o teste
intensidade de leve a moderada. rápido, usado para triagem. A
Sintomas do Zika Vírus sorologia é feita pela técnica MAC
ELISA, por PCR e teste rápido.
Todos os exames estão disponíveis
no Sistema Único de Saúde (SUS).
Os recém-nascidos com suspeita de
comprometimento neurológico
necessitam de exames de imagem,
como ultrassom, tomografias ou
ressonância magnética. Em caso de
confirmação do Zika Vírus a
notificação deve ser feita ao
Ministério da Saúde em até 24
horas

Como é feito o tratamento do Zika Como prevenir o Zika Vírus?


Vírus? As medidas de prevenção e controle
O tratamento do Zika Vírus é feito são semelhantes aos da dengue e
de acordo com os sintomas, com o chikungunya. A melhor forma de
uso de analgésicos, antitermicos e prevenção, e a mais eficaz de todas
outros medicamentos disponíveis elas, é evitar a proliferação do
em qualquer unidade pública de mosquito Aedes Aegypti, eliminando
saúde para controlar a febre e a dor. água armazenada que podem se
No caso de sequelas mais graves, tornar possíveis criadouros, como
como doenças neurológicas, deve em vasos de plantas, lagões de
haver acompanhamento médico água, pneus, garrafas plásticas,
para avaliar o melhor tratamento a piscinas sem uso e manutenção, e
ser aplicado. As sequelas são até mesmo em recipientes
tratadas em centros multi- pequenos, como tampas de
profissionais especializados, como garrafas e pratos de plantas.
os Centros Especializados de
Reabilitação (CERS). IMPORTANTE: Atualmente não há
vacina disponível contra o Vírus
Caso apresente algum sintoma Zika. Por isso, é essencial que a
suspeito, é fundamental procurar população faça a sua parte. Se
um profissional de saúde para o cada um agir corretamente e tomar
correto diagnóstico e prescrição dos todos os cuidados possíveis diários
medicamentos. Importante lembrar para evitar criadouros do mosquito
que o Ministério da Saúde não Aedes Aegypti, é possível evitar o
recomenda, em hipótese alguma, a Zika Vírus, a microcefalia, a febre
automedicação. amarela, a dengue e a chikungunya.
Se você agir e fizer sua parte, é
possível evitar!
125

Prevenção domiciliar blusas – e, se vestir roupas que


Deve-se reduzir o número de deixem áreas do corpo expostas,
mosquitos por meio da eliminação aplique repelente nessas áreas.
de criadouros, sempre que possível, Fiquem, preferencialmente, em
ou manter os reservatórios e locais com telas de proteção,
qualquer local que possa acumular mosquiteiros ou outras barreiras
água totalmente cobertos com disponíveis. Pratique sexo seguro
telas/capas, impedindo o acesso
das fêmeas grávidas do mosquito Cuidados
Aedes Aegypti. De forma Caso observe o aparecimento de
complementar, deve ser realizada a manchas vermelhas na pele, olhos
proteção individual com uso de avermelhados ou febre, busque um
repelentes pela população. serviço de saúde para atendimento.
Pode-se utilizar também roupas que Não tome qualquer medicamento
minimizem a exposição da pele, por conta própria.
proporcionando alguma proteção Procure orientação sobre
contra as picadas dos mosquitos, planejamento reprodutivo e os
principalmente durante o dia, métodos contraceptivos nas
período que são mais ativos. Unidades Básicas de Saúde.
Informação
Prevenção na comunidade Utilize informações dos sites
As ações realizadas pelos institucionais, como o do Ministério
programas locais de controle das da Saúde e das Secretarias de
doenças transmitidas pelo Aedes Saúde.
Aegypti são fundamentais para a Se desejar engravidar: busque
prevenção das arboviroses. Estas orientação com um profissional de
ações, além de reduzirem o número saúde e tire todas as dúvidas para
de mosquitos na comunidade, avaliar sua decisão.
interferem na probabilidade de um Se não deseja engravidar: busque
ser humano que está com o vírus métodos contraceptivos em uma
circulante em seu sangue (viremia) Unidade Básica de Saúde.
servir como fonte de alimentação
sanguínea e de infecção para Cuidados - gestantes
Aedes aegypti e Aedes albopictus, Prevenção/Proteção
levando a transmissão para uma Utilize telas em janelas e portas,
outra pessoa e propagando, assim, use roupas compridas – calças e
a circulação viral na comunidade. blusas – e, se vestir roupas que
Deve-se ressaltar a importância da deixem áreas do corpo expostas,
atuação ativa de toda a população aplique repelente nessas áreas.
para se evitar possíveis criadouros Fique, preferencialmente, em locais
em suas residências, escolas e com telas de proteção, mosquiteiros
ambientes de trabalho, somando ou outras barreiras disponíveis.
esforços com as atividades de Pratique sexo seguro
rotinas dos programas municipais e
estaduais Cuidados
Busque uma Unidade Básica de
Cuidados - público em geral Saúde para iniciar o pré-natal assim
Prevenção/Proteção que descobrir a gravidez e
Utilize telas em janelas e portas, compareça às consultas
use roupas compridas – calças e regularmente.
126

Vá às consultas às consultas uma Além dos testes de Triagem


vez por mês até a 28ª semana de Neonatal de Rotina (teste de
gravidez; a cada quinze dias entre a orelhinha, teste do pezinho e teste
28ª e a 36ª semana; e do olhinho), poderão ser realizados
semanalmente do início da 36ª outros exames.
semana até o nascimento do bebê. Leve seu bebê a uma Unidade
Tome todas as vacinas indicadas Básica de Saúde para o
para gestantes. Em caso de febre acompanhamento do crescimento e
ou dor, procure um serviço de desenvolvimento conforme o
saúde. Não tome qualquer calendário de consulta de
medicamento por conta própria. puericultura.
Mantenha a vacinação em dia, de
Informação acordo com o calendário vacinal da
Caderneta da Criança.
Se tiver dúvida, fale com o seu
médico ou com um profissional de Cuidados - recém-nascido com
saúde. microcefalia
Relate ao seu médico qualquer Proteger o ambiente com telas em
sintoma ou medicamento usado janelas e portas, e procurar manter
durante a gestação. o bebê com uso contínuo de roupas
Leve sempre consigo a Caderneta compridas – calças e blusas.
da Gestante, pois nela consta todo Manter o bebê em locais com telas
seu histórico de gestação. de proteção, mosquiteiros ou outras
barreiras disponíveis.
Cuidados - recém-nascidos A amamentação é indicada até o 2º
Proteger o ambiente com telas em ano de vida ou mais, sendo
janelas e portas, e procurar manter exclusiva nos primeiros 6 meses de
o bebê com uso contínuo de roupas vida.
compridas – calças e blusas. Caso se observe manchas
Manter o bebê em locais com telas vermelhas na pele, olhos
de proteção, mosquiteiros ou outras avermelhados ou febre, procurar um
barreiras disponíveis. serviço de saúde.
A amamentação é indicada até o 2º Não dar ao bebê qualquer
ano de vida ou mais, sendo medicamento por conta própria.
exclusiva nos primeiros 6 meses de Leve seu bebê a uma Unidade
vida. Básica de Saúde para o
Caso se observe manchas acompanhamento do crescimento e
vermelhas na pele, olhos desenvolvimento conforme o
avermelhados ou febre, procurar um calendário de consulta de
serviço de saúde. puericultura.
Não dar ao bebê qualquer Mantenha a vacinação em dia, de
medicamento por conta própria. acordo com o calendário vacinal da
Caderneta da Criança.
Informação Informação
Após o nascimento, o bebê será Além do acompanhamento de rotina
avaliado pelo profissional de saúde na Unidade Básica de Saúde, seu
na maternidade. A medição da bebê precisa ser encaminhado para
cabeça do bebê (perímetro cefálico) a estimulação precoce.
faz parte dessa avaliação. Caso o bebê apresente alterações
ou complicações (neurológicas,
127

motoras ou respiratórias, entre leishmaniose tegumentar e Forattini


outras), o acompanhamento por (1958) encontrou roedores
diferentes especialistas poderá ser silvestres parasitados em áreas
necessário, a depender de cada florestais do Estado de São Paulo.
caso. Desde então, a transmissão da
doença vem sendo descrita em
MANUAL DE VIGILÂNCIA DA vários municípios de todas as
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR unidades federadas (UF). Nas
AMERICANA últimas décadas, as análises
epidemiológicas da leishmaniose
As leishmanioses são tegumentar americana (LTA) têm
antropozoonoses consideradas um sugerido mudanças no padrão de
grande problema de saúde pública transmissão da doença, inicialmente
representa um complexo de considerada zoonoses de animais
doenças com importante espectro silvestres, que acometia
clínico e diversidade ocasionalmente pessoas em contato
epidemiológica. com as florestas. Posteriormente, a
A Organização Mundial da Saúde doença começou a ocorrer em
(OMS) estima que 350 milhões de zonas rurais, já praticamente
pessoas estejam expostas ao risco desmatadas, e em regiões
com registro aproximado de dois periurbanas.
milhões de novos casos das Observa-se a existência de três
diferentes formas clínicas ao ano. perfis epidemiológicos:
A leishmaniose tegumentar tem a) Silvestre – em que ocorre a
ampla distribuição mundial e no transmissão em áreas de vegetação
Continente Americano há registro primária (zoonose de animais
de casos desde o extremo sul dos silvestres);
Estados Unidos até o norte da b) Ocupacional ou lazer – em que a
Argentina, com exceção do Chile e transmissão está associada à
Uruguai. exploração desordenada da floresta
No Brasil, Moreira (1895) identificou e derrubada de matas para
pela primeira vez a existência do construção de estradas, extração de
botão endêmico dos países madeira, desenvolvimento de
quentes, chamando “Botão da atividades agropecuárias,
Bahia” ou “Botão de Biskra”. A ecoturismo; (antropozoonose)
confirmação de formas de c) Rural ou periurbana – em áreas
leishmânias em úlceras cutâneas e de colonização (zoonose de matas
nasobucofaríngeas ocorreram no residuais) ou periurbana, em que
ano de 1909, quando Lindenberg houve adaptação do vetor ao
encontrou o parasito em indivíduos peridomicílio (zoonose de matas
que trabalhavam em áreas de residuais e/ou antropozoonose).
desmatamentos na construção de
rodovias no interior de São Paulo. No Brasil, a LTA é uma doença com
Splendore (1911) diagnosticou a diversidade de agentes, de
forma mucosa da doença e Gaspar reservatórios e de vetores que
Vianna deu ao parasito o nome de apresenta diferentes padrões de
Leishmania brazilienses. No ano de transmissão e um conhecimento
1922, Aragão, pela primeira vez, ainda limitado sobre alguns
demonstrou o papel do aspectos, o que a torna de difícil
flebotomíneona transmissão da controle. Propõe-se a vigilância e o
128

monitoramento em unidades observada nos tecidos dos


territoriais, definidas como áreas de hospedeiros vertebrados
maior produção da doença, bem
como, suas características
ambientais, sociais e econômicas,
buscando um conhecimento amplo
e intersetorial. Propõe-se, ainda,
que as ações estejam voltadas para
o diagnóstico precoce e tratamento
adequado dos casos detectados e
estratégias de controle flexíveis,
distintas e adequadas a cada
padrão de transmissão. Figura 6 – Leishmania – Forma
Este manual apresenta aspectos da flagelada ou promastigota
epidemiologia, da fisiopatogenia, do
diagnóstico clínico e laboratorial, do
tratamento e da vigilância e
controle. Espera-se que a
metodologia de vigilância de
unidades territoriais possa contribuir
com os gestores e profissionais de
saúde, no planejamento das ações,
na definição de prioridades, na
racionalização de recursos, na
avaliação e tomada de decisão,
visando à adoção ou adequação de Figura 7 – Leishmania – Forma
medidas para o controle da doença. aflagelada ou amastigota

Definição Nas Américas, são atualmente


A LTA é uma doença infecciosa, reconhecidas 11 espécies
não contagiosa, causada por dermotrópicas de Leishmania
diferentes espécies de protozoários causadoras de doença humana e
do gênero Leishmania, que acomete oito espécies descritas, somente em
pele e mucosas. Primariamente, é animais. No entanto, no Brasil já
uma infecção zoonótica, afetando foram identificadas sete espécies,
outros animais que não o ser sendo seis do subgênero Viannia e
humano, o qual pode ser envolvido uma do subgênero Leishmania. As
secundariamente. três principais espécies são:
L. (V.) braziliensis, L.(V.)
Agente etiológico guyanensise L.(L.) amazonensis e,
A Leishmania é um protozoário mais recentemente, as espécies L.
pertencente à família (V.) lainsoni, L. (V.) naiffi , L. (V.)
Trypanosomatidae (Anexo C), lindenberg e L. (V.) shawi foram
parasito intracelular obrigatório das identificadas em estados das
células do sistema fagocítico regiões Norte e Nordeste.
mononuclear, com duas formas
principais: uma flagelada ou A distribuição das principais
promastigota, encontrada no tubo espécies de Leishmania
digestivo do inseto vetor, e outra responsáveis pela transmissão da
aflagelada ou amastigota, LTA no Brasil está escrita no Anexo
D e Figura 8.
129

Estas espécies de flebotomíneos


Figura 8 – Distribuição de espécies foram definidas como vetoras por
de Leishmania responsáveis pela atenderem aos critérios que
transmissão da leishmaniose atribuem a uma espécie a
tegumentar americana, Brasil – competência vetorial.
2005. Cabe ressaltar que o papel vetorial
de cada uma dessas espécies
dependerá da espécie de
Leishmania presente no intestino.
Embora ainda não tenha sido
comprovado o papel da L neivai e L.
fisheri como vetores da LTA, estas
espécies têm sido encontradas com
freqüência em ambientes
domiciliares em áreas de
transmissão da doença.

Figura 10 – Distribuição das


principais espécies de
flebotomíneosvetoras da
leishmaniose tegumentar americana
Vetor no Brasil, 2005.
Os vetores da LTA são insetos
denominados flebotomíneos,
pertencentes à Ordem Díptera,
Família Psychodidae, Subfamília
Phlebotominae, Gênero Lutzomyia,
conhecidos popularmente,
dependendo da localização
geográfica, como mosquito palha,
tatuquira, birigui, entre outros
(Figura 9).

Hospedeiros e reservatórios
A interação reservatório-parasito é
considerada um sistema complexo,
Figura 9 – Fêmea de flebotomíneo na medida em que é multifatorial,
ingurgitada (Foto ampliada). imprevisível e dinâmico, formando
uma unidade biológica que pode
No Brasil, as principais espécies estar em constante mudança em
envolvidas na transmissão da LTA função das alterações do meio
são: Lutzomyiaflaviscutellata, L. ambiente. São considerados
whitmani, L. umbratilis, L. reservatórios da LTA as espécies de
intermedia, L. wellcome e, L. animais que garantam a circulação
migonei (Figura 10). de leishmânias na natureza dentro
130

de um recorte de tempo e espaço.


Os critérios para definiruma espécie
de animal como reservatório de um
agente patogênico.
Infecções por leishmânias que
causam a LTA foram descritas em
várias espécies de animais
silvestres, sinantrópicos e
domésticos (canídeos, felídeos e
eqüídeos). Com relação a este Modo de transmissão
último, seu papel na manutenção do O modo de transmissão é através
parasito no meio ambiente ainda da picada de insetos transmissores
não foi definitivamente esclarecido. infectados. Não há transmissão de
pessoa a pessoa.
Reservatórios Silvestres Período de incubação
Já foram registrados como O período de incubação da doença
hospedeiros e possíveis no ser humano é, em média, de dois
reservatórios naturais algumas a três meses, podendo variar de
espécies de roedores (Figuras 11 a duas semanas a dois anos.
13), marsupiais, endentados e
canídeos silvestres. Padrões epidemiológicos
Atualmente, pode-se dizer que, no
Brasil, a LTA apresenta três
padrões epidemiológicos
característicos:
a) Silvestre – Neste padrão, a
transmissão ocorre em área de
vegetação primária e é,
Animais Domésticos fundamentalmente uma zoonose de
animais silvestres, que pode
São numerosos os registros de acometer o ser humano quando
infecção em animais domésticos este entra em contato com o
(Figuras 14 a 16). Entretanto, não ambiente silvestre, onde esteja
há evidências científicas que ocorrendo enzootia.
comprovem o papel destes animais b) Ocupacional e Lazer – Este
como reservatórios das espécies de padrão de transmissão está
leishmânias, sendo considerados associado à exploração
hospedeiros acidentais da doença. desordenada da floresta e
A LTA nesses animais pode derrubada de matas para
apresentar-se como uma doença construção de estradas, usinas
crônica com manifestações hidrelétricas, instalação de
semelhante as da doença humana, povoados, extração de madeira,
ou seja, o parasitismo ocorre desenvolvimento de atividades
preferencialmente em mucosas das agropecuárias, de treinamentos
vias aerodigestivas superiores. militares e ecoturismo (Figuras 17 e
18).
131

verificado nos estados das regiões


Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas
Gerais e São Paulo), Centro-Oeste
(Goiás) e Sul (Paraná).
O parasito foi isolado de roedores
silvestres do gênero Proechymis e o
Oryzomys. Embora o papel
desempenhado por estes animais
silvestres no ciclo de transmissão
ainda não tenha sido bem-definido,
as evidências encontradas indicam
estes roedores como reservatórios
desta espécie de Leishmania.
Os flebotomíneos vetores são L.
flaviscutellata, L. reducta e L.
olmeca nociva (Amazonas e
Rondônia). Estas espécies são
pouco antropofílicas, o que justifica
uma menor frequência de infecção
humana por esta Leishmania.
Seu principal vetor, L. flaviscutellata,
apresenta ampla distribuição
geográfica, sendo encontrado em
diferentes habitats de países
fronteiriços ao Brasil e nos estados
do Acre, Amapá, Amazonas, Pará,
Rondônia, Roraima, Tocantins,
Bahia, Ceará, Maranhão, Distrito
Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Espírito Santo,
Minas Gerais e São
Ciclos de transmissão Paulo, ocorrendo em matas úmidas,
Como é de conhecimento, os ciclos onde apresenta densidade elevada
de transmissão da LTA variam de (Figura 21).
acordo com a região geográfica, A L. amazonensis causa úlceras
envolvendo uma diversidade de cutâneas localizadas e,
espécies de parasito, vetores, ocasionalmente, alguns indivíduos
reservatórios e hospedeiros. A podem desenvolver o quadro
seguir são apresentados os ciclos clássico da leishmaniose cutânea
de transmissão para cada espécie difusa (LCD).
de leishmânia.

Ciclo de transmissão da
Leishmania (Leishmania)
amazonensis
Este ciclo ocorre em áreas de
florestas primárias e secundárias da
Amazônia Legal
(Amazonas, Pará, Rondônia,
Tocantins e Maranhão), e também é
132

Ciclo de transmissão da Leishmania A doença atinge principalmente


(Viannia) guyanensis. indivíduos do sexo masculino,
Este ciclo, no Brasil, aparentemente jovens e adultos, em fase produtiva,
está limitado à Região Norte (Acre, o que caracteriza a ocorrência
Amapá, Roraima, Amazonas e ocupacional nas frentes de trabalho,
Pará), estendendo-se para Guianas. associada ao desflorestamento,
É encontrado principalmente em penetração em áreas de florestas
florestas de terra firme – áreas que virgens, e exercícios militares.
não se alagam no período de Em áreas endêmicas pode haver
chuvas. percentuais expressivos de crianças
O parasito foi isolado de mamíferos acometidas pela doença
silvestres, tais como a preguiça (Figura 22).
(Choloepusdidactylus), o tamanduá
(Tamanduatetradactyla) e o gambá
(Didelphisalbiventris), tendo sido
encontrado em pele e vísceras.
Embora o papel desempenhado por
estes animais ainda não tenha sido
bem-definido, as evidências
encontradas indicam ser
reservatórios desta Leishmania.
Os vetores conhecidos são L.
umbratilis (principal vetor) e L.
anduzei. A espécie L. umbratilis
apresenta alta densidade tanto na
copa das árvores, onde predomina
o ciclo silvestre, como no solo,
sobre o tronco das árvores de
grande porte, onde é encontrado em
estado de repouso nas primeiras
horas da manhã, picando o ser
humano quando este adentra no
ambiente silvestre.

Esta espécie de flebotomíneo está


distribuída nos países fronteiriços
ao Brasil e também nos estados do
Acre, Amapá, Amazonas,
Maranhão, Mato Grosso, Pará,
Roraima e Rondônia.
A L. (V.) guyanensis causa
predominantemente lesões
ulceradas cutâneas únicas ou
múltiplas, sendo que as lesões
múltiplas são conseqüências de
picadas simultâneas de vários
flebótomos infectados ou
metástases linfáticas secundárias.
É muito raro o comprometimento
mucoso por esta espécie.
133

b. ( ) 2 acompanhantes somente
Agente de Combate a durante o pós- -parto imediato.
Endemias c. ( ) 2 acompanhantes durante todo
o período de trabalho de parto,
Simulado parto e pós-parto imediato.
d. ( ) 2 acompanhantes durante o
1. O que significa a sigla SUS? trabalho de parto e pós-parto e 1
a. ( ) Sistema Uniforme de Saúde acompanhante durante o pós- -parto
b. ( ) Sistema Unilateral de Saúde imediato.
c. ( ) Sistema Único de Saúde e. ( ) 3 acompanhante durante todo
d. ( ) Suporte Único para Saúde o período de trabalho de parto,
e. ( ) Suporte Unilateral da Saúde parto e pós-parto imediato.

2. De acordo com a Lei 8080 de 19 5. De acordo com a Lei 8080 de 19


de setembro de 1990, a direção do de setembro de 1990, a
SUS é única, de acordo com o incorporação, a exclusão ou a
inciso I do artigo 198 da alteração pelo SUS de novos
Constituição Federal, sendo medicamentos, produtos e
exercida em cada esfera de governo procedimentos, bem como a
por órgão competente. No âmbito constituição ou a alteração de
da União, é exercida pelo (a): protocolo clínico ou de diretriz
a. ( ) Secretaria de Saúde. terapêutica, são atribuições do
b. ( ) Ministério da Saúde. Ministério da Saúde, assessorado
c. ( ) Ministério das Cidades. pela Comissão Nacional de
d. ( ) Ministério Público Estadual. Incorporação de Tecnologias no
e. ( ) Ministério Público Federal. SUS. A Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no
3. De acordo com a Lei 8080 de 19 SUS, cuja composição e regimento
de setembro de 1990: Caberá, com são definidos em regulamento,
seus recursos próprios, financiar o contará com a participação de:
Subsistema de Atenção à Saúde a. ( ) Somente 1 representante
Indígena. indicado pelo Conselho Nacional de
Assinale a alternativa que completa Saúde.
corretamente a lacuna do texto. b. ( ) Somente 1 representante,
a. ( ) aos Tribunais de Contas especialista na área, indicado pelo
Estaduais Conselho Federal de Medicina.
b. ( ) aos Municípios c. ( ) Somente 1 representante
c. ( ) aos Estados indicado pela Secretaria de Saúde
d. ( ) ao Ministério Público Federal do Município.
e. ( ) à União d. ( ) 1 representante indicado pelo
Conselho Nacional de Saúde e de 1
4. De acordo com a Lei 8080 de 19 representante, especialista na área,
de setembro de 1990, os serviços indicado pelo Conselho Federal de
de saúde do SUS, da rede própria Medicina.
ou conveniada, ficam obrigados a e. ( ) 2 representantes indicado pela
permitir a presença, junto à Secretaria de Saúde do Município e
parturiente, de: de 1 representante, especialista na
a. ( ) 1 acompanhante durante todo área, indicado pelo Ministério
o período de trabalho de parto, Público.
parto e pós-parto imediato.
134

6. De acordo com a Lei 8080 de 19 b. ( ) do Ministério da Saúde,


de setembro de 1990, a assessorado pela Comissão
incorporação, a exclusão e a Nacional de Incorporação de
alteração pelo SUS de novos Tecnologias no SUS.
medicamentos, produtos e c. ( ) da Comissão Nacional de
procedimentos, bem como a Incorporação de Tecnologias no
constituição ou a alteração de SUS, assessorado pela
protocolo clínico ou de diretriz Secretaria de Saúde do Estado.
terapêutica, serão efetuadas d. ( ) da Secretaria da Saúde do
mediante a instauração de processo Município, assessorada pela
administrativo, a ser concluído em Comissão Nacional de Incorporação
prazo não superior a: no SUS.
a. ( ) 30 dias, contado da data em e. ( ) do Ministério de Epidemias
que foi protocolado o pedido, assessorado pela Secretaria de
admitida a sua prorrogação por Saúde do Estado.
mais 30 dias corridos, quando as
circunstâncias exigirem. 8. De acordo com a Lei 8080 de 19
b. ( ) 45 dias, contado da data em de setembro de 1990, assinale a
que foi protocolado o pedido, alternativa correta:
admitida a sua prorrogação por a. ( ) São estabelecidos, no âmbito
mais 45 dias corridos, quando as do SUS, o atendimento domiciliar e
circunstâncias exigirem. a internação domiciliar.
c. ( ) 90 dias, contado da data em b. ( ) É estabelecido, no âmbito do
que foi protocolado o pedido, SUS, a internação domiciliar e
admitida a sua prorrogação por 30 excluído o atendimento domiciliar.
dias corridos, quando as c. ( ) No campo de atuação do SUS
circunstâncias exigirem. está excluída a execução de ações
d. ( ) 90 dias, contado da data em de saúde do trabalhador.
que foi protocolado o pedido, d. ( ) No campo de atuação do SUS
admitida a sua prorrogação por 90 está excluída a execução de ações
dias corridos, quando as de assistência terapêutica integral.
circunstâncias exigirem. e. ( ) É estabelecido, no âmbito do
e. ( ) 180 dias, contado da data em SUS, o atendimento domiciliar e
que foi protocolado o pedido, excluída internação domiciliar.
admitida a sua prorrogação por 90
dias corridos, quando as 9. De acordo com a Lei 8080 de 19
circunstâncias exigirem. de setembro de 1990:
O Ministério da Saúde
7. De acordo com a Lei 8080 de 19 acompanhará, através de seu
de setembro de 1990, a sistema de auditoria, a
incorporação, a exclusão ou a conformidade à programação
alteração pelo SUS de novos aprovada da aplicação dos recursos
medicamentos, produtos e repassados a Estados e Municípios.
procedimentos, bem como a Constatada a malversação, desvio
constituição ou a alteração de ou não aplicação dos recursos,
protocolo clínico ou de diretriz caberá aplicar as medidas previstas
terapêutica, são atribuições: em lei.
a. ( ) do Ministério das Cidades, Assinale a alternativa que completa
assessorado pelo Ministério da corretamente a lacuna do texto.
Saúde. a. ( ) ao Tribunal de Contas
135

b. ( ) ao Ministério Público Todas as condições abaixo


c. ( ) ao Ministério da Saúde constituem um agravo, exceto:
d. ( ) às Secretarias de Saúde a. ( ) Danos provocados por
e.( ) ao Conselho Nacional de acidentes.
Justiça b. ( ) Danos provocados por abuso
de drogas.
10. De acordo com a Lei 8080 de 19 c. ( ) Danos provocados por
de setembro de 1990, o Subsistema condições socioeconômicas
de Atenção à Saúde Indígena precárias.
deverá ser, como o SUS: d. ( ) Danos provocados por
a. ( ) centralizado e hierarquizado. intoxicações por substâncias
b. ( ) centralizado, anarquizado e químicas.
regionalizado. e. ( ) Danos provocados por lesões
c. ( ) centralizado, hierarquizado e decorrentes de violências
regionalizado. interpessoais, como agressões e
d. ( ) descentralizado, hierarquizado maus tratos, e lesão autoprovocada.
e regionalizado.
e. ( ) descentralizado anarquizado e 14. É um exemplo atual de epidemia
globalizado. por uma doença emergente:
a. ( ) Febre Zika.
11. Em epidemiologia, quando um b. ( ) Tuberculose.
organismo causador de uma doença c. ( ) Doença de Chagas.
(agente) consegue penetrar, se d. ( ) Febre Amarela.
desenvolver e/ou se multiplicar em e. ( ) Malária.
outro (hospedeiro) ele está
ocasionando uma:
a. ( ) Alergia.
b. ( ) Infecção. 15. A comunicação obrigatória à
c. ( ) Imunização. autoridade de saúde, realizada
d. ( ) Sensibilização. pelos médicos, profissionais de
e. ( ) Cicatrização. saúde ou responsáveis pelos
estabelecimentos de saúde,
12. Assinale a alternativa abaixo públicos ou privados, sobre a
que apresenta somente doenças de ocorrência de suspeita ou
notificação compulsória. confirmação de doença, agravo ou
a. ( ) Sífilis, Tuberculose e Diabetes evento de saúde pública é chamada
b. ( ) Febre Amarela, Hanseníase e de:
Sinusite a. ( ) Endemia.
c.( ) Leptospirose, Malária e b. ( ) Epidemia.
Mononucleose c. ( ) Vigilância sentinela.
d.( ) Cólera, Coqueluche e d. ( ) Notificação compulsória.
Bronquite e. ( ) Evento de saúde pública.
e. ( ) Tétano, Difteria e Dengue
16. Quando uma pessoa cuja
13. Para fins de notificação história clínica, sintomas e possível
compulsória das doenças, são exposição a uma fonte de infecção
considerados como agravos à sugerem que o mesmo possa estar
saúde, os danos à integridade física ou vir a desenvolver alguma doença
e mental do indivíduo. infecciosa, ela é chamada de:
a. ( ) Incubação.
136

b. ( ) Caso suspeito. delimitado (colégio, quartel,


c. ( ) Agravo à saúde. creches, grupos reunidos em uma
d. ( ) Comunicante. festa, um quarteirão, uma favela,
e. ( ) Hospedeiro. um bairro etc), é chamada de:
a. ( ) Endemia.
17. Quando um ser vivo que b. ( ) Epidemia.
oferece, em condições naturais, c. ( ) Pandemia.
subsistência ou alojamento a um d. ( ) Surto.
agente infeccioso, podendo ser e. ( ) Caso.
tanto humano quanto outro animal
(inclusive aves e artrópodes), ele é 21. Reservatório de agentes
chamado de: infecciosos (reservatório de
a. ( ) Hospedeiro. bioagentes) é o ser humano ou
b. ( ) Caso suspeito. animal, artrópode, planta, solo ou
c. ( ) Agravo à saúde. matéria inanimada em que um
d. ( ) Comunicante. agente normalmente vive, se
e. ( ) Incubação. multiplica ou sobrevive e do qual
tem o poder de ser transmitido a um
18. O intervalo de tempo que hospedeiro susceptível.
decorre desde a penetração do Assim, quando o único reservatório
agente etiológico no hospedeiro é o homem, essas doenças são
(indivíduo já está infectado), até o classificadas em relação ao
aparecimento dos sinais e sintomas reservatório como:
da doença, é chamado de: a. ( ) Zoonoses.
a. ( ) Período de adoecimento. b. ( )Anfixenoses.
b. ( ) Período de convalescença. c. ( ) Antroponoses.
c. ( ) Período de transmissibilidade. d. ( )Aquanoses.
d. ( ) Período clínico da doença. e. ( )Fitenoses.
e. ( ) Período de incubação.
22. Analise a sentença a seguir:
19. A uma determinada doença que “… a transmissão ocorre pela
acomete sistematicamente inoculação do vírus contido na
populações em espaços saliva do animal infectado,
característicos e determinados, no principalmente pela mordedura e,
decorrer de um longo período, mais raramente, pela arranhadura
(temporalmente ilimitada), e e/ou lambedura de mucosas. No
mantém uma de incidência ciclo urbano, a principal fonte de
relativamente constante, permitindo infecção é o cão e o gato. No Brasil,
variações cíclicas e sazonais, o morcego é o principal responsável
chamamos de: pela manutenção da cadeia
a. ( ) Caso. silvestre….” Essa sentença se
b. ( ) Surto. refere ao modo de transmissão
c. ( ) Endemia. da(o):
d. ( ) Epidemia. a. ( ) Raiva.
e. ( ) Pandemia. b. ( ) Tétano.
c. ( ) Malária.
20. A ocorrência de dois ou mais d. ( ) Dengue.
casos de uma doença e. ( ) Leptospirose.
epidemiologicamente relacionados,
restrita a um espaço extremamente
137

23. A forma mais frequente de forma de controle da epidemia de


transmissão da Malária é: Dengue em nosso meio:
a. ( ) Ingestão de água e alimentos a. ( ) Campanhas de vacinação.
contaminados por fezes ou vômitos b. ( ) Tratamento de água e esgotos.
de doente ou portador. c. ( ) Controle da multiplicação do
b. ( ) Inoculação do agente por vetor.
meio de um vetor, o mosquito do d. ( ) Uso de drogas antivirais
gênero Anopheles sp. específicas.
c. ( ) Inoculação do agente por meio e. ( ) Isolamento de pacientes com a
de um vetor , o mosquito Aedes doença.
aegypti.
d. ( ) Por fezes de ratos silvestres 27. O mosquito vetor da
contaminadas com o agente transmissão da Malária é o:
etiológico. a. ( ) Culex sp.
e. ( ) Contaminação pessoa a b. ( ) Anopheles sp.
pessoa por gotículas de saliva ou c. ( ) Aedes aegypti.
tosse. d. ( ) Triatomíneo hematófago.
e. ( )Ctenocephalides canis (pulga).
24. O modo de transmissão do
Tétano em nosso meio ocorre 28. Assinale a alternativa que
pela(s): apresenta uma das espécies do
a. ( ) Fezes de ratos silvestres agente etiológico causador da
contaminadas com o agente Malária.
etiológico. a. ( ) Leishmania sp.
b. ( ) Inoculação do agente por meio b. ( )Giardia lamblia.
de um vetor , o mosquito do gênero c. ( ) Shigella dysenteriae.
Anopheles sp. d. ( )Staphyloccocus aureus.
c. ( ) Ingestão de água e alimentos e. ( ) Plasmodium falciparum.
contaminados por fezes ou vômitos
de doente ou portador. 29. Na transmissão da Febre
d. ( ) Inoculação do agente por meio Amarela urbana, ela se faz através
de um vetor, o mosquito Aedes da picada do mosquito Aedes
aegypti. aegypti, no ciclo:
e. ( ) Introdução dos esporos em a. ( ) Aedes aegypti homem
uma solução de continuidade sadio.
(ferimento), contaminada com terra, b. ( ) Homem sadio homem
poeira, fezes de animais ou infectado.
humanas. c. ( ) Homem sadio Aedes aegypti
homem infectado.
25. O mosquito vetor de d. ( ) Homem infectado Aedes
transmissão da Dengue é o: aegypti homem sadio.
a. ( )Anopheles sp. e. ( ) Homem infectado Aedes
b. ( ) Trypanosoma cruzi. aegypti homem infectado.
c. ( )Ctenocephalides canis (pulga).
d. ( ) Aedes aegypti. 30. Na Febre Amarela, a medida de
e. ( ) Culex sp. controle mais importante é:
a. ( ) Vacinação.
26. Assinale a alternativa que se b. ( ) Controle do vetor Aedes
refere corretamente à principal aegypti.
138

c. ( ) Isolamento de pacientes com a


doença.
d. ( ) Terapia antiviral em pacientes
com a doença.
e. ( ) Vigilância sanitária de portos,
aeroportos e passagens de
fronteiras de viajantes de áreas
endêmicas.

GABARITO

1-C 11-B
1-C 11-B21-C 21-C
2-B 12-E
2-B 12-E 22-22- A A
3-E 13-C 23- B
3-E 13-C 23- B
4-A 14-A 24- E
4-A14-A
5-D 15-D 25-D
24- E
5-D15-D25-D
6-E 16-B 26- C
6-E16-B
7-B 17-A 26-27- C
B
7-B17-A27-
8-A 18- E 28-BE
8-A
9-C 18-
19- E28-
C 29- ED
10-D 20-D
9-C 19- C29- 30- A D
10-D 20-D30- A

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