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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE GEOGRAFIA, HISTÓRIA E DOCUMENTAÇÃO


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

Acadêmico(a): Glauco, Clarice dos Santos, e João Vitor.


Disciplina: Tópico especial em História IX
Professora: Maria de Fátima Costa
Curso: História
Data:

TAVARES, Maria Hermínia & WEIS, Almeida e Luiz. Carro Zero e pau
de arara: o cotidiano da oposição de classe média ao regime militar.
In:SCHARCZ, Lilia Moritz (Org.) História da vida privada no Brasil. Pg.
319- 410

Sobre os autores:
Maria Hermínia Tavares de Almeida é uma cientista política, socióloga e professora
universitária brasileira, ex diretora do Instituto de Relações Internacionais da
Universidade de São Paulo, no período de 2008 a 2011. Graduada em Ciências Sociais
pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo,
é especialista em Sociologia, doutora em Ciência Política pela Universidade de São
Paulo e pós doutora pela Universidade da Califórnia em Berkeley e livre docente pela
USP. Participou do Comitê Executivo da Latin American Studies Association (2001-
2004), do Comitê Executivo da International Political Science Association (2006-2009)
e foi presidente da Associação Brasileira de Ciência Política (2004-2008) e da Latin
American Studies Association (2010-2012) e do do Council of Eminent Persons do
economista-chefe do Banco Mundial (2013-2016). Atualmente é membro do Conselho
Assessor do Brazil Institute e do Latin American Program do Woodrow Wilson Center
for Scholars (Washington), da Comissão Acadêmica da European Union?Latin America
and the Caribbean Foundation (EU-LAC Foundation) . Foi agraciada pela Presidência
da República com a Ordem Nacional do Mérito Científico, na classe Comendadora
(2006) e recebeu Prêmio de Excelência Acadêmica em Ciência Política conferido pela
ANPOCS (2013).

Sobre o artigo Carro-Zero e Pau-de-Arara.


O texto Carro-Zero e Pau de Arara: O cotidiano da oposição de classe média
de Maria Hermínia Tavares e Luiz Weis da coletânea História da Vida Privada do Brasil
vol 4, discorre sobre as formas de oposição e resistência contra a ditadura sob uma
perspectiva da História social dos setores das classes médias, mais precisamente a
chamada classe média intelectualizada que detinha alguma formação intelectual,
envolvendo uma variedade de tipos sociais e categorias profissionais sociais, como
advogados, professores, arquitetos, publicitários, jornalistas, artistas plásticos, cineastas,
diretores, produtores, músicos e profissionais liberais. Essas pessoas transgrediram
normas e as coerções impostas pelo aparato repressivo do regime militar. A classe
média mesmo estando vivendo num relativo conforto material e tendo colhido as
benesses do crescimento econômico nos anos 70, se opôs ao regime de exceção
antidemocrático e colaborou com muitas formas de oposição e resistência que já existia
desde início da instauração do regime. A oposição cresceu com a institucionalização do
terrorismo do Estado e das práticas violentas e repressivas de tortura após o AI5,
juntamente com o constante estado de censura, vigilância e ataques a diferentes
manifestações de oposição, assim como a intensificação da censura dos meios de
informação, às artes e produções culturais.

O texto traz muitos exemplos da cultura política, dos hábitos, comportamentos


e práticas sociais que podem ser vistas como práticas políticas de transgressão ao
regime fora dos quadros tradicionais de representatividade institucional dos sistemas
políticos e tecnológicos dominantes. Essas pessoas intelectualizadas dos setores médios
não faziam parte de lideranças, siglas ou organizações partidárias ( Como os setores de
oposição de maior peso e importância no combate ao regime; MDB e Igreja católica) ,
muitas nem tinham formação política ou ideológica, eram pessoas comuns da classe
média que se manifestaram contra o regime ou de alguma forma contribuíam com as
organizações políticas de oposição ajudando financeiramente, defendendo ou apoiando
os militantes integrantes dos partidos e movimentos de esquerda. Ao contrário da
historiografia conservadora que traz uma visão democrática e preventiva como medida
contra revolucionária do golpe em conformidade com a base social que dera apoio ao
golpe de 1964, o objetivo do Texto é mostrar a radicalidade da mudança de vida dos
brasileiros com a instauração do regime militar que já sofria nuances com a influencia
da modernização e dos meios de comunicação. A autora centra nas experiências do
cotidiano das pessoas que se opuseram ao regime, mais precisamente de um segmento
das oposições que existiram de 1964 à 1984 que ela define como o da classe média
intelectualizada.

O Texto tenta mostrar que uma grande maioria da sociedade se opôs a ditadura
desde o primeiro momento e se posicionou contra os estratos mais conservadores da
classe média e política com uma amplitude de variadas ações; como as denúncias dos
arbítrios, defesas dos réus e condenados durante o regime, músicas de protestos, obras e
peças de crítica que foram amplamente censuradas, manifestações nas ruas contra os
abusos e os assassinatos do Estado Militar ( O caso do estudante Edson Luis, e o
jornalista Vlad Herzog), atividades clandestinas de estudantes, militantes das esquerdas
e de trabalhadores às lutas armadas na cidade e no campo. O texto também é rico em
mostrar as formas e mecanismos de censura e repressão pelo Departamento de Ordem
Política e Social, DOPS e Codi Doi (Centro de Operações de Defesa Interna), Junto as
Auditoria e a Operação Bandeirantes, tais mecanismos também acabavam atuando em
conjunto com a ação das milícias paramilitares como os grupos de caça aos comunistas
de extrema direita. A autora lança mão de uma diversidade de fontes para a sua análise,
colhendo relatos de pessoas que viveram aquele contexto, dados censitários levantados
pelo Historiador Marcelo Ridenti, matérias de fontes de imprensa da grande imprensa e
da imprensa alternativa ( principalmente a situação da imprensa sobre o vigilância da
censura), fotografias, peças e músicas que foram vetadas pela Dops, processos Judiciais
com infrigimentos da Lei de Segurança Nacional. Através de suas fontes ela mostra uma
série de exemplos de comportamentos subversivos, como a significação dada ao torcer
contra a seleção durante uma final de Copa pela juventude intelectual naquele contexto
repressivo em seu primeiro exemplo. Para a autora se fez múltiplas formas de oposição
com variados graus de envolvimento político por variados sujeitos em seus espaços de
domínio, seja no trabalho, na vida publica ou privada.

Textos:

TAVARES, Maria Hermínia & WEIS, Almeida e Luiz. Carro Zero e pau de arara: o
cotidiano da oposição de classe média ao regime militar. In:SCHARCZ, Lilia Moritz
(Org.) História da vida privada no Brasil. Pg. 319- 410

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