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PORTUGUÊS ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2
ORTOGRAFIA
A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto da língua.
As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo significados diferen-
tes. Essas palavras são chamadas de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, do latim, significa música vocal). As palavras
homônimas dividem-se em homógrafas, quando têm a mesma grafia (gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo gostar) e
homófonas, quando têm o mesmo som (paço, palácio ou passo, movimento durante o andar).
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se observar as seguintes regras:
O fonema s:
Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substantivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender
- pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão / submergir - submersão / divertir - diver-
são / impelir - impulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir
- consensual
Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos termina-
dos por tir ou meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão
/ regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - compromisso / submeter - submissão
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + surgir -
ressurgir
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exemplos: ficasse, falasse
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar
*os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança, carapuça,
dentuço
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção
*após ditongos: foice, coice, traição
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r): marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção
O fonema z:
9-) D) O antissemita tomou um antibiótico e vacina antirrábica. acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o”
indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.: tâmara – Atlân-
10-) C) O contrarregra comeu um contrafilé. tico – pêssego – supôs
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos
ACENTUAÇÃO GRÁFICA e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmente abo-lido
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras esta- das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras deri-vadas de
belecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de algumas nomes próprios estrangeiros. Ex.: mülleriano (de Müller)
particularidades, às quais devemos estar atentos, procurando esta-
belecer uma relação de familiaridade e, consequentemente, colo- til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais na-
cando-as em prática na linguagem escrita. sais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a prática de
redigir, automaticamente aprimoramos essas competências, e logo Regras fundamentais:
nos adequamos à forma padrão.
Palavras oxítonas:
Regras básicas – Acentuação tônica Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”,
“em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – ar-
A acentuação tônica implica na intensidade com que são pro- mazém(s)
nunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como são Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos
pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas. ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo
como:
Paroxítonas:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel - i, is : táxi – lápis – júri
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai na pe- - us, um, uns : vírus – álbuns – fórum
núltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível - l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
- ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica está na -- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê?
antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médi-co Repare que essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas
– ônibus que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã,
ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Como podemos observar, os vocábulos possuem mais de uma
sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba so-mente: -ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”:
são os chamados monossílabos que, quando pronunciados, água – pônei – mágoa – jóquei
apresentam certa diferenciação quanto à intensidade.
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em Regras especiais:
uma dada sequência de palavras. Assim como podemos observar
no exemplo a seguir: Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos),
que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com a
“Sei que não vai dar em nada, nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas.
Seus segredos sei de cor”.
* Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra
Os monossílabos classificam-se como tônicos; os demais, oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são acentuados. Ex.:
como átonos (que, em, de). herói, céu, dói, escarcéu.
Antes Agora
assembléia assembleia
idéia ideia
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com 3. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE –
“u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA - CESPE/2012) As pa-
serão mais acentuadas. Ex.: lavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria” são acentuadas de acordo
com a mesma regra de acentuação gráfica.
Antes Depois ( ) CERTO
apazigúe (apaziguar) apazigue ( ) ERRADO
averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui
- na indicação de horas: O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exi-ge
Acordei às sete horas da manhã. preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja outros
Elas chegaram às dez horas. exemplos:
Foram dormir à meia-noite. Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de Quero agradecer àqueles que me socorreram.
que participam palavras femininas. Por exemplo: Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
à tarde às ocultas às pressas à medida Não obedecerei àquele sujeito.
que Assisti àquele filme três vezes.
à noite às claras às escondidas à força Espero aquele rapaz.
à vontade à beça à larga à escuta Fiz aquilo que você disse.
às avessas à revelia à exceção de à imitação de Comprei aquela caneta.
à esquerda às turras às vezes à chave
à direita à procura à deriva à toa Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais
à luz à sombra de à frente de à proporção que
à semelhança de às ordens à beira de A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais
Crase diante de Nomes de Lugar depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exi-gir a
preposição “a”, haverá crase. É possível detectar a ocorrência da crase
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo nesses casos utilizando a substituição do termo regido feminino por
“a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante de- um termo regido masculino. Por exemplo:
les haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição “a”.
Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo regente por um ver- O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.
bo que peça a preposição “de” ou “em”. A ocorrência da contração
“da” ou “na” prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
isso, haverá crase. Por exemplo: Veja outros exemplos:
São normas às quais todos os alunos devem obedecer.
Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a] Fran- Esta foi a conclusão à qual ele chegou.
ça.) Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam respon-
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.) der nenhuma das questões.
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália) A sessão à qual assisti estava vazia. Crase
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto
Ale-gre.) com o Pronome Demonstrativo “a”
*- Dica da Zê! : use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo “a” tam-
vou A volto DE, crase PRA QUÊ?” bém pode ser detectada através da substituição do termo regente
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas. feminino por um termo regido masculino. Veja:
Vou à praia. = Volto da praia. Minha revolta é ligada à do meu país.
Meu luto é ligado ao do meu país.
- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, As orações são semelhantes às de antes.
ocorrerá crase. Veja: Os exemplos são semelhantes aos de antes.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, pela Suas perguntas são superiores às dele.
regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Seus argumentos são superiores aos dele.
Irei à Salvador de Jorge Amado. Sua blusa é idêntica à de minha colega.
Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s),
Aquela (s), Aquilo A Palavra Distância
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo re- Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a cra-
gente exigir a preposição “a”. Por exemplo: se deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à distância de 100km
daqui. (A palavra está determinada)
Refiro-me a + aquele atentado. Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A pala-
Preposição Pronome vra está especificada.)
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Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, 2. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).Leia o
pode-se usar a crase. Veja: texto a seguir.
Gostava de fotografar à distância. Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu
Ensinou à distância. ______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do
Dizem que aquele médico cura à distância. procedimento de Camilo. Vimos que ______ cartomante restituiu-
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA - -lhe ______ confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o
diante de nomes próprios femininos: que fez.
Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes pró- (Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. Rio de
prios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe: Janeiro: Globo, 1997, p. 6)
Paula é muito bonita. Laura é minha amiga. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem
A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga. dada:
A) à – a – a
Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo femini- B) a – a – à
no diante de nomes próprios femininos, então podemos escrever as C) à – a – à
frases abaixo das seguintes formas: D) à – à – a
Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto. E) a – à – à
Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Roberto.
03 (POLÍCIA CIVIL/SP – AGENTE POLICIAL - VU-
- diante de pronome possessivo feminino: NESP/2013) De acordo com a norma-padrão da língua portugue-
Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes sa, o acento indicativo de crase está corretamente empregado em:
possessivos femininos porque é facultativo o uso do artigo. Ob- (A) A população, de um modo geral, está à espera de que,
serve: com o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes.
Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando por (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem
você. a sua postura.
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está esperando (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições
por você. muito mais severas.
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes (D) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida
possessivos femininos, então podemos escrever as frases abaixo dos demais motoristas e de pedestres.
das seguintes formas: (E) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da
Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô. nova lei para que ela possa funcionar.
Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.
4. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.) Claro que não me estou
- depois da preposição até: referindo a essa vulgar comunicação festiva e efervescente.
Fui até a praia. ou Fui até à praia. O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase se o
Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta. segmento grifado for substituído por:
A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai A) leitura apressada e sem profundidade.
até às cinco horas da tarde. B) cada um de nós neste formigueiro.
C) exemplo de obras publicadas recentemente.
Questões sobre Crase D) uma comunicação festiva e virtual.
E) respeito de autores reconhecidos pelo público.
01.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) No Brasil, as discussões
sobre drogas parecem limitar-se ______aspectos jurídicos ou po- 5. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
liciais. É como se suas únicas consequências estivessem em lega- – 2013).
lismos, tecnicalidades e estatísticas criminais. Raro ler ____res-peito O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP) tam-
envolvendo questões de saúde pública como programas de bém desenvolve atividades lúdicas de apoio______ ressociali-
esclarecimento e prevenção, de tratamento para dependentes e de zação do indivíduo preso, com o objetivo de prepará--lo para o
reintegração desses____ vida. Quantos de nós sabemos o nome de um retorno______ sociedade. Dessa forma, quando em liberdade, ele
médico ou clínica ____quem tentar encaminhar um drogado da nossa estará capacitado______ ter uma profissão e uma vida digna.
própria família? (Disponível em: www.metropolitana.com.br/blog/qual_e_a_
(Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de importancia_da_ressocializacao_de_presos. Acesso em:
S.Paulo, 17.09.2012. Adaptado) 18.08.2012. Adaptado)
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10. Assinale a alternativa em que uma das palavras não é for- - Plural com metafonia (ô - ó). Algumas palavras, quando
mada por prefixação: vão ao plural, abrem o timbre da vogal “o”, outras não. Com me-
a) readquirir, predestinado, propor tafonia singular (ô) plural (ó): coro-coros; corvo-corvos; destroço-
b) irregular, amoral, demover destroços. Sem metafonia singular (ô) plural (ô): adorno-adornos;
c) remeter, conter, antegozar bolso-bolsos; transtorno-transtornos.
d) irrestrito, antípoda, prever
e) dever, deter, antever - Casos especiais: aval, avales e avaiscal − cales e caiscós −
coses e cós – fel, feles e féis – mal e males – cônsul e cônsules.
Respostas: 1-B / 2-B / 3-B / 4-C / 5-E / 6-E / 7-D / 8-A / 9-D
- Os dois elementos variam. Quando os compostos são forma-dos
/ 10-E /
por substantivo mais palavra variável (adjetivo, substantivo, numeral,
CLASSES DE PALAVRAS pronome): amor-perfeito − amores-perfeitos; couve-flor
− couves-flores; segunda-feira − segundas-feiras.
Flexão Nominal
- Só o primeiro elemento varia. Quando há preposição no
Flexão de número: Os nomes (substantivo, adjetivo etc.), de composto, mesmo que oculta: pé-de-moleque − pés-de-moleque;
modo geral, admitem a flexão de número: singular e plural: animal cavalo-vapor − cavalos-vapor (de ou a vapor). Quando o segundo
substantivo determina o primeiro (fim ou semelhança): banana-
– animais.
maçã − bananas-maçã (semelhante a maçã); navio-escola − navios
- Na maioria das vezes, acrescenta-se S: ponte – pontes; bo-
-escola (a finalidade é a escola).
nito – bonitos.
Alguns autores admitem a flexão dos dois elementos. É uma
- Palavras terminadas em R ou Z: acrescenta-se ES: éter –
situação polêmica: mangas-espada (preferível) ou mangas-espa-
éteres; avestruz – avestruzes. O pronome qualquer faz o plural no
das. Quando dizemos (e isso vai ocorrer outras vezes) que é uma
meio: quaisquer
- Palavras oxítonas terminadas em S: acrescenta-se ES: ana- situação polêmica, discutível, convém ter em mente que a questão
do concurso deve ser resolvida por eliminação, ou seja, analisando
nás – ananases. As paroxítonas e as proparoxítonas são invariá-
bem as outras opções.
veis: o pires − os pires, o ônibus − os ônibus
- Apenas o último elemento varia. Quando os elementos são
- Palavras terminadas em IL: adjetivos: hispano-americano − hispano-americanos. A exceção é
átono: trocam IL por EIS: fóssil – fósseis. surdo-mudo, em que os dois adjetivos se flexionam: surdos-mu-
tônico: trocam L por S: funil – funis. dos. Nos compostos em que aparecem os adjetivos grão, grã e bel:
grão-duque − grão-duques; grã-cruz − grã-cruzes; bel-pra-zer −
- Palavras terminadas em EL: bel-prazeres. Quando o composto é formado por verbo ou qualquer
átono: plural em EIS: nível – níveis. elemento invariável (advérbio, interjeição, prefixo etc.) mais
tônico: plural em ÉIS: carretel – carretéis. substantivo ou adjetivo: arranha-céu − arranha-céus; sempre-viva
− sempre-vivas; super-homem − super-homens. Quando os
- Palavras terminadas em X são invariáveis: o clímax − os elementos são repetidos ou onomatopaicos (representam sons):
clímax. reco-reco − reco-recos; pingue-pongue − pingue-pongues; bem-te-
vi − bem-te-vis.
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Período composto é aquele constituído por duas ou mais ora- O sujeito indeterminado surge quando não se quer ou não se
ções: pode identificar claramente a que o predicado da oração refere--se.
“Quando você foi embora, fez-se noite em meu Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso contrário, tería-
viver.” Cantei, dancei e depois dormi. mos uma oração sem sujeito.
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O objeto indireto é o complemento que se liga indiretamente O adjunto adnominal liga-se diretamente ao substantivo a que
ao verbo, ou seja, através de uma preposição. se refere, sem participação do verbo. Já o predicativo do objeto
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres; liga-se ao objeto por meio de um verbo.
Os homens pedem-lhes amor sincero; O poeta português deixou uma obra
Gosto de música popular brasileira. originalíssima. O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: adjunto
O termo que integra o sentido de um nome chama-se com- ad-nominal)
plemento nominal. O complemento nominal liga-se ao nome que O poeta português deixou uma obra
completa por intermédio de preposição: inacabada. O poeta deixou-a inacabada.
Desenvolvemos profundo respeito à arte; (inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do objeto)
A arte é necessária à vida;
Tenho-lhe profundo respeito. Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um substan-
tivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto nominal relaciona-se apenas
Termos acessórios da oração e vocativo: ao substantivo.
Os termos acessórios recebem esse nome por serem acidentais, O aposto é um termo acessório que permite ampliar, explicar,
explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o adjunto ad- desenvolver ou resumir a ideia contida num termo que exerça
verbial, adjunto adnominal, o aposto e o vocativo. qualquer função sintática.
O adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma cir- Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado.
cunstância do processo verbal, ou intensifica o sentido de um ad-
jetivo, verbo ou advérbio. É uma função adverbial, pois cabe ao Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem.
advérbio e às locuções adverbiais exercerem o papel de adjunto Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao termo que
adverbial. se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira passei o
Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça. dia mal-humorado.
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor na
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto adver- oração, em:
bial são: a) explicativo: A linguística, ciência das línguas humanas,
- acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço. per-mite-nos interpretar melhor nossa relação com o mundo.
- afirmação: Sim, realmente irei partir. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas coisas:
- assunto: Falavam sobre futebol. amor, arte, ação.
- causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede… c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo
- companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas. isso forma o carnaval.
- concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro dia. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. se por muito tempo na baía anoitecida.
- dúvida: Talvez nos deixem entrar.
- fim: Estudou para o exame. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar ou in-
- frequência: Sempre aparecia por lá. terpelar um ouvinte real ou hipotético.
- instrumento: Fez o corte com a faca.
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De acordo com a função que exerce no período, a oração su- - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes re-
bordinada substantiva pode ser: gidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu não sei por
a) Subjetiva que ela fez isso.
É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do
ver-bo da oração principal. Observe: c) Objetiva Indireta
É fundamental o seu comparecimento à reunião. A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua como
Sujeito objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de
preposição.
É fundamental que você compareça à reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subje- Objeto Indireto
tiva
Atenção: Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso)
Observe que a oração subordinada substantiva pode ser subs- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
tituída pelo pronome “ isso”. Assim, temos um período simples:
É fundamental isso. ou Isso é fundamental. Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na ora-
ção.
Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a fun- Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Oração
ção de sujeito Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração prin-
cipal: d) Completiva Nominal
A oração subordinada substantiva completiva nominal com-
- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo: pleta um nome que pertence à oração principal e também vem
É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro - marcada por preposição.
Está evidente - Está comprovado Sentimos orgulho de seu comportamento.
É bom que você compareça à minha festa. Complemento Nominal
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube-se - Con-
ta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado - Ficou Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos
provado orgulho disso.)
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. Oração Subordinada Substantiva Completiva No-
minal
- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar
- ocorrer - acontecer Lembre-se: as orações subordinadas substantivas objetivas
Convém que não se atrase na entrevista. indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações
subordinadas substantivas completivas nominais integram o sen-
Obs.: quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o tido de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário levar
verbo da oração principal está sempre na 3ª. pessoa do singular. em conta o termo complementado. Essa é, aliás, a diferença entre
o objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro
b) Objetiva Direta complemen-ta um verbo, o segundo, um nome.
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Forma das Orações Subordinadas Adjetivas Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
Oração Subordinada Adverbial
Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresen-
tam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações subordi- Observe que a oração em destaque agrega uma circunstância de
nadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adverbial tem-
as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introdu- poral. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que indicam uma
zidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por preposi- circunstância referente, via de regra, a um verbo. A classifi-cação do
ção) e apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, adjunto adverbial depende da exata compreensão da cir-cunstância que
gerúndio ou particípio). exprime. Observe os exemplos abaixo:
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. vida.
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9. “Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem 8-) com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a constru-
mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número ção estabelece uma relação de causa e consequência. (a causa da
de imigrantes que o Brasil em um ano.” A alternativa que substitui “contaminação” – consequência)
a expressão em negrito, sem prejuízo ao conteúdo, é:
A) já que. B) 9-) Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem
todavia. C) mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número de
ainda que. D) imigrantes que o Brasil em um ano.” = conjunção concessiva:
entretanto. E) ainda que
talvez. 10-) contanto que garantam sua autenticidade. = conjunção
10. (Escrevente TJ SP – Vunesp – 2013) Assinale a alternativa condicional = desde que
que substitui o trecho em destaque na frase – Assinarei o docu- Questões sobre Análise Sintática
mento, contanto que garantam sua autenticidade. – sem que haja
prejuízo de sentido. 1. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os tra-
(A) desde que garantam sua autenticidade. balhadores passaram mais tempo na escola...
(B) no entanto garantam sua autenticidade. O segmento grifado acima possui a mesma função sintática
(C) embora garantam sua autenticidade. que o destacado em:
(D) portanto garantam sua autenticidade. A) ...o que reduz a média de ganho da categoria.
(E) a menos que garantam sua autenticidade. B) ...houve mais ofertas de trabalhadores dessa classe.
C) O crescimento da escolaridade também foi impulsionado...
GABARITO D) ...elevando a fatia dos brasileiros com ensino médio...
01. B 02. B 03. C 04. D 05. A E) ...impulsionado pelo aumento do número de universida-
06. C 07. D 08. E 09. C 10. A des...
RESOLUÇÃO 02.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013). Donos de
uma capacidade de orientação nas brenhas selvagens [...], sabiam
1-) mais denso e menos trânsito = mais denso, consequente- os paulistas como...
mente, menos trânsito, então: causa e consequência O segmento em destaque na frase acima exerce a mesma fun-
ção sintática que o elemento grifado em:
2-) já que cumprem melhor as regras = estabelece entre as A) Nas expedições breves serviam de balizas ou mostradores
para a volta.
orações uma relação de causa com a consequência de “tem um
B) Às estreitas veredas e atalhos [...], nada acrescentariam
efeito positivo”. aqueles de considerável...
C) Só a um olhar muito exercitado seria perceptível o sinal. D)
3-) Ignoras quanto custou meu relógio? = oração subordinada
Uma sequência de tais galhos, em qualquer floresta, podia
substantiva objetiva direta
significar uma pista.
A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou seja, não
E) Alguns mapas e textos do século XVII apresentam-nos a
se inicia com verbo de ligação, tampouco pelos verbos “convir”,
vila de São Paulo como centro...
“parecer”, “importar”, “constar” etc., e também não inicia com as
conjunções integrantes “que” e “se”. 3. Há complemento nominal em:
A)Você devia vir cá fora receber o beijo da madrugada.
4-) a expressão contanto que estabelece uma relação de con- B)... embora fosse quase certa a sua possibilidade de ganhar a
dição (condicional) vida.
C)Ela estava na janela do edifício.
5-) Apesar da desconcentração e do aumento da extensão urba- D)... sem saber ao certo se gostávamos dele.
na verificados no Brasil = conjunção concessiva E)Pouco depois começaram a brincar de bandido e mocinho
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento da de cinema.
extensão urbana no Brasil, = causal
C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumento 4. (ESPM-SP) Em “esta lhe deu cem mil contos”, o termo
da extensão urbana no Brasil = comparativa destacado é:
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão A) pronome possessivo B)
urbana verificados no Brasil = causal complemento nominal C)
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da objeto indireto
extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas D) adjunto adnominal
E) objeto direto
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5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inadequadas Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos re-
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá na ferindo à relação de dependência estabelecida entre um termo e
pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem eletrônica outro mediante um contexto oracional. Desta feita, os agentes
ao grupo ou acione o código na internet. principais desse processo são representados pelo sujeito, que no
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os pais de caso funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha a
onde o código foi acionado. função de subordinado.
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados , Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza-se
(X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem dizendo que pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos “número e
a criança foi encontrada. pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando, temos: O aluno
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) chega pri- chegou atrasado. Temos que o verbo apresenta-se na terceira pes-
meiro às , (X) areias do Guarujá. soa do singular, pois faz referência a um sujeito, assim também
expresso (ele). Como poderíamos também dizer: os alunos chega-
6-) ram atrasados.
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas de
bambu para 4600 alunos da rede pública de São Paulo(A). O pro-
grama desenvolve ainda oficinas e cursos para as crianças utili-zarem
a bicicleta de forma segura e correta(B). Os alunos ajudam
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5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão 12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo pró-
“mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais de um candi- prio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos que os
dato se inscreveu no concurso de piadas. determinam:
Observação: - Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser,
- No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada este permanece no singular, contanto que o predicativo também
a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, necessariamente, esteja no singular: Memórias póstumas de Brás Cubas é uma cria-
deverá permanecer no plural: ção de Machado de Assis.
Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na - Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também per-
cam-panha de doação de alimentos. manece no plural: Os Estados Unidos são uma potência mundial.
Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades - Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem
de formatura. aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos é uma
potência mundial.
6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos que”,
o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi um dos que atua- Casos referentes a sujeito composto
ram na Copa América.
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas gramati-
7) Em casos relativos à concordância com locuções pronomi- cais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando relacionado
nais, representadas por “algum de nós, qual de vós, quais de vós, a dois pressupostos básicos:
alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário nos atermos a duas - Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as demais:
questões básicas: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, o - Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na 2ª
verbo poderá com ele concordar, como poderá também concordar ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são primos.
com o pronome pessoal: Alguns de nós o receberemos. / Alguns de
nós o receberão. 2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto ao
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso no verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois filhos compa-
singular, o verbo permanecerá, também, no singular: Algum de nós receram ao evento.
o receberá.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer no
“quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular ou plural: Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos. Compa-
poderá concordar com o antecedente desse pronome: Fomos nós receu ao evento o pai e seus dois filhos.
quem contou toda a verdade para ela. / Fomos nós quem contamos
toda a verdade para ela.
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Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra ge- h) Muito, pouco, caro
ral mostrada acima. - Como adjetivos: seguem a regra geral.
a) Um adjetivo após vários substantivos Comi muitas frutas durante a viagem.
- Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou Pouco arroz é suficiente para mim.
concorda com o substantivo mais próximo. Os sapatos estavam caros.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui. - Como advérbios: são invariáveis.
Comi muito durante a viagem.
- Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural Pouco lutei, por isso perdi a
masculi-no ou concorda com o substantivo mais próximo. batalha. Comprei caro os sapatos.
- Ela tem pai e mãe louros. i) Mesmo, bastante
- Ela tem pai e mãe loura. - Como advérbios: invariáveis
- Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente Preciso mesmo da sua ajuda.
para o plural. Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.
- O homem e o menino estavam perdidos.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. - Como pronomes: seguem a regra geral.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
- Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais pró-
ximo. j) Menos, alerta
Comi delicioso almoço e sobremesa. - Em todas as ocasiões são invariáveis.
Provei deliciosa fruta e suco. Preciso de menos comida para perder peso.
Estamos alerta para com suas chamadas.
- Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda
com o mais próximo ou vai para o plural. k) Tal Qual
Estavam feridos o pai e os filhos. - “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o
Estava ferido o pai e os filhos. consequente.
As garotas são vaidosas tais qual a tia.
c) Um substantivo e mais de um adjetivo Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
- antecede todos os adjetivos com um artigo. Falava
fluentemente a língua inglesa e a espanhola. l) Possível
- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor”
- coloca o substantivo no plural. ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola. A mais possível das alternativas é a que você expôs.
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa.
d) Pronomes de tratamento As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da
- sempre concordam com a 3ª pessoa. cidade.
Vossa Santidade esteve no Brasil.
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Termo Regente: VERBO Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos
diretos. Isso significa que não exigem preposição para o estabele-
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os cimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, deve-mos
verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e obje- lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos
tos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capa- formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
cidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as formas verbais terminadas em sons nasais), enquan-to lhe e lhes são,
diversas significações que um verbo pode assumir com a simples quando complementos verbais, objetos indiretos.
mudança ou retirada de uma preposição. Observe: São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar, aben-
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar. A çoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar,
mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar agrado ou alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar,
prazer”, satisfazer. conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar,
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agradar humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar,
a alguém”. socorrer, su-portar, ver, visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o
Saiba que: verbo amar:
O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos Amo aquele rapaz. / Amo-o.
aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também Amo aquela moça. / Amo-a.
nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o Amam aquele rapaz. / Amam-no.
sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos: Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei ao metrô. Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para
Cheguei no metrô. indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais).
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
no metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se
vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é Verbos Transitivos Indiretos
muito comum existirem divergências entre a regência coloquial,
cotidiana de alguns verbos, e a regência culta. Os verbos transitivos indiretos são complementados por obje-tos
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acor- indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposi-ção para
do com sua transitividade. A transitividade, porém, não é um fato o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pessoais do
absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos
frases distintas. indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos
Verbos Intransitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não represen-tam pessoas,
usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pes-soa (ele, ela) em
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É impor- lugar dos pronomes átonos lhe, lhes.
tante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
adverbiais que costumam acompanhá-los. - Consistir - Tem complemento introduzido pela preposição
- Chegar, Ir “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de todos.
lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino
ou direção são: a, para. - Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos in-
Fui ao teatro. troduzidos pela preposição “a”:
Adjunto Adverbial de Lugar Devemos obedecer aos nossos princípios e
ideais. Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Ricardo foi para a Espanha. - Responder - Tem complemento introduzido pela preposição
Adjunto Adverbial de Lugar “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a quem” ou “ao
que” se responde.
- Comparecer Respondi ao meu patrão.
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a. Respondemos às perguntas.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último Respondeu-lhe à altura.
jogo.
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando
exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica.
Veja:
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Paguei o débito ao cobrador. Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
Objeto Direto Objeto Indireto termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um mi-
lhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com par- próprio verbo (pre).
ticular cuidado. Observe:
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Mudança de Transitividade X Mudança de Significado
Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade,
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. apresentam mudança de significado. O conhecimento das diferen-
Paguei minhas contas. / Paguei-as. tes regências desses verbos é um recurso linguístico muito impor-
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. tante, pois além de permitir a correta interpretação de passagens
escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escre-
Informar ve. Dentre os principais, estão:
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. AGRADAR
Informe os novos preços aos clientes. - Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, aca-
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos pre- riciar.
ços) Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quan-
do o revê.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja as Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia
construções: não perde oportunidade de agradá-lo.
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre - Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a,
eles) satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela
preposição “a”.
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os O cantor não agradou aos presentes.
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. O cantor não lhes agradou.
Comparar
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposi- ASPIRAR
ções “a” ou “com” para introduzir o complemento indireto. - Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança. ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
Pedir - Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspiráva-
oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa. mos a elas)
Pedi-lhe favores.
Objeto Indireto Objeto Direto Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, mas
coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” e sim
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela (s)”. Veja o exem-plo: Aspiravam
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
Objetiva Direta
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O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma coisa).
SIMPATIZAR
Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados.
NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria namora João.
OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.
Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.
VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.
Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sem-pre
intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo
regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o
exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure,
sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de Perto de
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Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
5. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alternativa em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho de 2012,
está correto quanto à regência nominal e à pontuação.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente, seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais notável em
alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em outros.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais notável,
em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em outros.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente seu espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja mais notável,
em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em outros.
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais notável
em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em outros.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais notável em
alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros.
6. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a alternativa correta quanto à regência dos termos em destaque.
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a responsabilidade pelo problema.
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se perdido.
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de um índio na porta do prédio.
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se perdido de sua família.
(E) A família toda se organizou para realizar a procura à garotinha.
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Antônimos: são palavras de significação oposta. Exemplos: Parônimos: são palavras parecidas na escrita e na pronúncia:
- Ordem e anarquia. Coro e couro, cesta e sesta, eminente e iminente, tetânico e titâni-co,
- Soberba e humildade. atoar e atuar, degradar e degredar, cético e séptico, prescrever e
- Louvar e censurar. proscrever, descrição e discrição, infligir (aplicar) e infringir
- Mal e bem. (transgredir), osso e ouço, sede (vontade de beber) e cede (verbo
ceder), comprimento e cumprimento, deferir (conceder, dar defe-
A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto ou rimento) e diferir (ser diferente, divergir, adiar), ratificar (confir-mar)
negativo. Exemplos: Bendizer/maldizer, simpático/antipático, e retificar (tornar reto, corrigir), vultoso (volumoso, muito grande:
progredir/regredir, concórdia/discórdia, explícito/implícito, ativo/ soma vultosa) e vultuoso (congestionado: rosto vultuoso).
inativo, esperar/desesperar, comunista/anticomunista, simétrico/
assimétrico, pré-nupcial/pós-nupcial.
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É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a preocupação com a interpretação de textos. Por isso, vão aqui alguns
detalhes que poderão ajudar no momento de responder às questões relacionadas a textos.
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação comu-
nicativa (capacidade de codificar e decodificar ).
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior
e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto.
Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente,
poderá ter um significado diferente daquele inicial.
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso
denomina-se intertexto.
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí,
localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apre-
sentadas na prova.
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-
se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto.
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo.
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras.
Fazem-se necessários:
- Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico;
Observação – na semântica (significado das palavras) incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e
anto-nímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
- Capacidade de observação e de síntese e
- Capacidade de raciocínio.
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Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso, LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada O contexto em que se encontra a passagem – Se deixou de bajular
mais. os príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis e ra-
inhas do 20 (2.º parágrafo) – leva a concluir, corretamente, que a
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona menção a
palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras pa- (A) príncipes e princesas constitui uma referência em sentido
lavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, não literal.
uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma (B) reis e rainhas constitui uma referência em sentido não li-
relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. teral.
(C) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia referência em sentido não literal.
e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome (D) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma
oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu referência em sentido literal.
antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes (E) reis e rainhas constitui uma referência em sentido literal.
relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de
adequação ao antecedente. Texto para a questão 2:
Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação
de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sen-do, DA DISCRIÇÃO
deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo Mário Quintana
adequado a cada circunstância, a saber: Não te abras com teu amigo
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas Que ele um outro amigo tem.
depende das condições da frase. E o amigo do teu amigo
- qual (neutro) idem ao anterior. Possui amigos também...
- quem (pessoa) (http://pensador.uol.com.br/poemas_de_amizade)
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A ideia central do poema de Adélia Prado é mostrar que 6-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
(A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano e não gostam PE/2010)
que os maridos frequentem pescarias, pois acham difícil limpar os Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atingiu
peixes. pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge uma expli-
(B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de mulheres que cação oficial satisfatória para o corte abrupto e generalizado de
não gostam de limpar os peixes, embora valorizem os esbarrões de energia no final de 2009.
cotovelos na cozinha. Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica
(C) há mulheres casadas que não gostam de ficar sozinhas (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa estatal Fur-
com seus maridos na cozinha, enquanto limpam os peixes. nas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de 900 km que
(D) as mulheres que amam valorizam os momentos mais sim- separam Itaipu de São Paulo.
ples do cotidiano vividos com a pessoa amada. Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de investi-
(E) o casamento exige levantar a qualquer hora da noite, para mentos e também erros operacionais conspiraram para produzir
limpar, abrir e salgar o peixe. a mais séria falha do sistema de geração e distribuição de energia
do país desde o traumático racionamento de 2001.
4-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações).
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão,
considere o texto abaixo. Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do texto
acima apresentado, julgue os próximos itens.
A marca da solidão A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 esta-
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de pa- dos do país” tem, nesse contexto, valor restritivo.
ralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a testa (...) CERTO
pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de penumbra ( ) ERRADO
na tarde quente.
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RESPOSTA: “CERTO’.
7-)
(Adail et al II. Antologia brasileira de humor. Volume 1. “A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes, abando-
Porto Alegre: L&PM, 1976. p. 95.) nada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.” Trata-se da figura
de linguagem (de construção ou sintaxe) “zeugma”, que consis-te
A charge anterior é de Luiz Carlos Coutinho, cartunista mi- na omissão de um termo já citado anteriormente (diferente da
neiro mais conhecido como Caulos. É correto afirmar que o tema elipse, que o termo não é citado, mas facilmente identificado). No
apresentado é enunciado temos a narração de que a carga foi desviada e de que a
(A) a oposição entre o modo de pensar e agir. viatura foi abandonada.
(B) a rapidez da comunicação na Era da Informática.
(C) a comunicação e sua importância na vida das pessoas. RESPOSTA: “D”.
(D) a massificação do pensamento na sociedade moderna. 8-)
Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais aparece
Resolução no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah, porque nós
brigamos e não estamos nos falando”.
1-)
Pela leitura do texto infere-se que os “reis e rainhas” do sécu- RESPOSTA: “D”.
lo 20 são as personalidades da mídia, os “famosos” e “famosas”.
Quanto a príncipes e princesas do século 19, esses eram da corte, 9-)
literalmente. “O senhor tem hora? (...) Não, não... Eu quero saber se o se-
nhor é paciente” = a recepcionista quer saber se ele marcou horário
RESPOSTA: “B”. e se é paciente do Dr. Pedro.
5-) 12-)
Vamos ao texto: O riso é tão universal como a seriedade; ele Pela leitura do texto, dentre as alternativas apresentadas, a que
abarca a totalidade do universo (...). Os termos relacionam-se. O está coerente com o sentido dado à palavra “inter-relação” é: “a
pronome “ele” retoma o sujeito “riso”. criação de interesses mútuos entre membros de uma equipe e de
respeito às metas que devem ser alcançadas por todos”.
RESPOSTA: “CERTO”.
RESPOSTA: “D”.
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- Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados “Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fantasiaram
alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história, de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu à rua com ar
como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá. menos carnavalesco deste mundo, morrendo de vergonha da malha
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia propria- de cetim, das asas e das antenas e, mais ainda, da cara à mostra,
mente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, conduzindo sem máscara piedosa para disfarçar o sentimento impreciso de ri-
ao clímax. dículo.”
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu (Ilka Laurito. Sal do Lírico)
momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
- Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como
dos personagens. sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo:
Os personagens têm muita importância na construção de um Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental olha o
texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser principais ou se- crioulão de roupa limpa e remendada, acompanhado de dois meni-
cundários, conforme o papel que desempenham no enredo, po- nos de tênis branco, um mais velho e outro mais novo, mas ambos
dem ser apresentados direta ou indiretamente. com menos de dez anos.
A apresentação direta acontece quando o personagem aparece Os três atravessam o salão, cuidadosamente, mas resoluta-
de forma clara no texto, retratando suas características físicas e/ou mente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde há seis mesas
psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os persona- desertas.
gens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo a sua imagem O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O ho-
com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que mem pergunta em quanto fica uma cerveja, dois guaranás e dois
ela vai fazendo e do modo como vai fazendo. pãezinhos.
__ Duzentos e vinte.
- Em 1ª pessoa: O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido.
__Que tal o pão com molho? – sugere o rapaz.
Personagem Principal: há um “eu” participante que conta a __ Como?
história e é o protagonista. Exemplo: __ Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito mais gos-
toso.
“Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, o O homem olha para os meninos.
coração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me atrevia __ O preço é o mesmo – informa o rapaz.
a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei a andar de __ Está certo.
um lado para outro, estacando para amparar-me, e andava outra Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhestra, como
vez e estacava.” se o estivessem fazendo pela primeira vez na vida.
(Machado de Assis. Dom Casmurro) O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e, em se-
guida, num pratinho, os dois pães com meia almôndega cada um.
Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar, O homem e (mais do que ele) os meninos olham para dentro dos
eu estava lá e vi. Exemplo: pães, enquanto o rapaz cúmplice se retira.
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Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem diz, Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se pres-
sem lhe passar diretamente a palavra. Exemplo: supõem logicamente. Com efeito, quando se constata a realização
de uma mudança é porque ela se verificou, e ela efetua-se porque
Frio quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazê-la. Tomemos, por
exemplo, o ato de comprar um apartamento: quando se assina a
O menino tinha só dez anos. escritura, realiza-se o ato de compra; para isso, é necessário poder
Quase meia hora andando. No começo pensou num bonde. (ter dinheiro) e querer ou dever comprar (respectivamente, querer
Mas lembrou-se do embrulhinho branco e bem feito que trazia, deixar de pagar aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido
afastou a idéia como se estivesse fazendo uma coisa errada. (Nos despejado, por exemplo).
bondes, àquela hora da noite, poderiam roubá-lo, sem que perce-
besse; e depois?... Que é que diria a Paraná?)
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- Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o que Tipologia da Narrativa Não-Ficcional:
aconteceu, quando e onde.
- Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos perso- - Memorialismo
nagens. - Notícias
- Desenvolvimento: detalhes do fato. - Relatos
- Conclusão: consequências do fato. - História da Civilização
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(II) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplica-do, - Ao fazer a descrição enumeramos características, compara-
inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aqui-lo que ções e inúmeros elementos sensoriais;
a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia com o - As personagens podem ser caracterizadas física e psicologi-
tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a isso grande camente, ou pelas ações;
medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente - A descrição pode ser considerada um dos elementos consti-
estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O tutivos da dissertação e da argumentação;
mestre era mais severo com ele do que conosco. - É impossível separar narração de descrição;
(Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed. - O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes, mas sim a
São Paulo, Ática, 1974, págs. 31-32.) capacidade de observação que deve revelar aquele que a realiza.
- Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exemplo:
Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da “(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais velha pelo
escola que o escritor frequentava. Deve-se notar: desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguínea e
- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo que pare-
mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os ou- cem conformados expressamente para esposas da multidão (...)”
tros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha grande (Raul Pompéia – O Ateneu)
medo ao pai); - Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não exis-te
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser conside- relação de anterioridade e posterioridade entre seus enunciados.
rada cronologicamente anterior a outra do ponto de vista do relato - Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, que se
(no nível dos acontecimentos, entrar na escola é cronologicamente usem então as formas nominais, o presente e o pretério imperfeito
anterior a retirar-se dela; no nível do relato, porém, a ordem dessas do indicativo, dando-se sempre preferência aos verbos que indi-
duas ocorrências é indiferente: o que o escritor quer é explicitar quem estado ou fenômeno.
uma característica do menino, e não traçar a cronologia de suas - Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos
ações); adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto.
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), todas
elas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância em A característica fundamental de um texto descritivo é essa
relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano de inexistência de progressão temporal. Pode-se apresentar, numa
1840, em que o escritor frequentava a escola da rua da Costa) e, descrição, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejam
portanto, não denota nenhuma transformação de estado; sempre simultâneos, não indicando progressão de uma situação
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não correría- anterior para outra posterior. Tanto é que uma das marcas linguís-
mos o risco de alterar nenhuma relação cronológica - poderíamos ticas da descrição é o predomínio de verbos no presente ou no pre-
mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar e ler o texto do térito imperfeito do indicativo: o primeiro expressa concomitância
fim para o começo: O mestre era mais severo com ele do que em relação ao momento da fala; o segundo, em relação a um marco
conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes... temporal pretérito instalado no texto.
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O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras: - O espírito competitivo foi excessivamente exercido entre
nós, de modo que hoje somos obrigados a viver numa sociedade
Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma série de fria e inamistosa.
coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de características,
funções, processos, situações, sempre oferecendo o complemente Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos marcam
necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se enu- temporal e espacialmente a evolução de ideias, processos.
merar, seguindo-se os critérios de importância, preferência, classi- Exemplos:
ficação ou aleatoriamente.
Exemplo: Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma lenta
evolução. Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. Depois deu um
1- O adolescente moderno está se tornando obeso por várias significado a cada grunhido. Muito depois, inventou a escrita e só
causas: alimentação inadequada, falta de exercícios sistemáticos e muitos séculos mais tarde é que passou à comunicação de massa.
demasiada permanência diante de computadores e aparelhos de Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas úmidos, os
Televisão. solos são profundos. Existe nessas regiões uma forte decompo-sição
de rochas, isto é, uma forte transformação da rocha em terra pela
2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o nú- umidade e calor. Nas regiões temperadas e ainda nas mais frias, a
mero de emissoras que dedicam parte da sua programação à veicu- camada do solo é pouco profunda. (Melhem Adas)
lação de programas religiosos de crenças variadas.
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A estrutura do texto dissertativo constitui-se de: Observe o texto a seguir, que contém os elementos referidos
do plano-padrão da argumentação formal.
Introdução: deve conter a ideia principal a ser desenvolvida
(geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por isso Gramática e desempenho Linguístico
é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois itens
básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. Pretende-se demonstrar no presente artigo que o estudo in-
Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a tencional da gramática não traz benefícios significativos para o
hipótese ou a tese a ser defendida. desempenho linguístico dos utentes de uma língua.
Desenvolvimento: exposição de elementos que vão funda- Por “estudo intencional da gramática” entende-se o estudo de
mentar a ideia principal que pode vir especificada através da argu- definições, classificações e nomenclatura; a realização de análises
mentação, de pormenores, da ilustração, da causa e da consequên-cia, (fonológica, morfológica, sintática); a memorização de regras (de
das definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológi-ca, da concordância, regência e colocação) - para citar algumas áreas. O
interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados tantos “desempenho linguístico”, por outro lado, é expressão técnica
parágrafos quantos forem necessários para a completa expo-sição da definida como sendo o processo de atualização da competência na
ideia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras produção e interpretação de enunciados; dito de maneira mais
expostas acima. simples, é o que se fala, é o que se escreve em condições reais de
Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora deve
comunicação.
aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já foi fun-
A polêmica pró-gramática x contra gramática é bem antiga; na
damentada durante o desenvolvimento da dissertação (um pará-grafo).
verdade, surgiu com os gregos, quando surgiram as primeiras
Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo proposto na instrução,
gramáticas. Definida como “arte”, “arte de escrever”, percebe-se
a confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da argumentação que subjaz à definição a ideia da sua importância para a prática da
básica empregada no desenvolvimento. língua. São da mesma época também as primeiras críticas, como
Texto Argumentativo se pode ler em Apolônio de Rodes, poeta Alexandrino do séc. II
a.C.: “Raça de gramáticos, roedores que ratais na musa de outrem,
Texto Argumentativo é o texto em que defendemos uma ideia, estú-pidas lagartas que sujais as grandes obras, ó flagelo dos poetas
opinião ou ponto de vista, uma tese, procurando (por todos os que mergulhais o espírito das crianças na escuridão, ide para o
meios) fazer com que nosso ouvinte/leitor aceite-a, creia nela. diabo, percevejos que devorais os versos belos”.
Num texto argumentativo, distinguem-se três componentes: a tese, Na atualidade, é grande o número de educadores, filólogos e
os argumentos e as estratégias argumentativas. linguistas de reconhecido saber que negam a relação entre o estudo
intencional da gramática e a melhora do desempenho linguístico do
Tese, ou proposição, é a ideia que defendemos, necessaria- usuário. Entre esses especialistas, deve-se mencionar o nome do Prof.
mente polêmica, pois a argumentação implica divergência de opi- Celso Pedro Luft com sus obra “Língua e liberdade: por uma nova
nião. concepção de língua materna e seu ensino” (L&PM,
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Para economizar nas compras - Epistolares: bilhetes, cartas familiares e cartas formais.
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A carta é um dos instrumentos mais úteis em situações O Ofício deve conter as seguintes partes:
diversas. É um dos mais antigos meios de comunicação. Em uma
carta formal é preciso ter cuidado na coerência do tratamento, por - Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão
exemplo, se começamos a carta no tratamento em terceira pessoa que o expede. Exemplos:
devemos ir até o fim em terceira pessoa, seguindo também os
pronomes e formas verbais na terceira pessoa. Há vários tipos de Of. 123/2002-MME
cartas, o formato da carta depende do seu conteúdo: Aviso 123/2002-SG
- Carta Pessoal é a carta que escrevemos para amigos, Mem. 123/2002-MF
parentes, namorado(a), o remetente é a própria pessoa que assina a
carta, estas cartas não têm um modelo pronto, são escritas de uma - Local e data. Devem vir por extenso com alinhamento à
maneira particular. direita. Exemplo:
- Carta Comercial se torna o meio mais efetivo e seguro de
comunicação dentro de uma organização. A linguagem deve ser Brasília, 20 de maio de 2013
clara, simples, correta e objetiva. - Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos:
A carta ao ser escrita deve ser primeiramente bem analisada em Assunto: Produtividade do órgão em 2012.
termos de língua portuguesa, ou seja, deve-se observar a concordância, Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
a pontuação e a maneira de escrever com início, meio e então o fim,
contendo também um cabeçalho e se for uma carta formal, deve conter - Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida
pronomes de tratamento (Senhor, Senhora, V. Ex.ª etc.) e por fim a a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluído também o
finalização da carta que deve conter somente um cumprimento formal endereço.
ou não (grato, beijos, abraços, adeus etc.). Depois de todos esses itens
terem sido colocados na carta, a mesma deverá ser colocada em um - Texto. Nos casos em que não for de mero encaminhamento
envelope para ser enviado ao destinatário. Na parte de trás e superior de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
do envelope deve-se conter alguns dados muito importantes tais como:
nome do destinatário, endereço (rua, bairro e cidade) e por fim o CEP. Introdução: que se confunde com o parágrafo de abertura, na
Já o remetente (quem vai enviar a carta), também deve inserir na carta qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o
os mesmos dados que o do destinatário, que devem ser escritos na parte uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”,
da frente do envelope. E por fim deve ser colocado no envelope um “Cumpreme informar que”, empregue a forma direta;
selo que serve para que a carta seja levada à pessoa mencionada. Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se o texto
contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser
tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à
exposição; Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente
reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.
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“Durante o ensaio, o ator principal brigou com o diretor por “Observava as estrelas, os planetas, os satélites. Os astros
causa da sua arrogância.” sempre o atraíram.
O anafórico “sua” pode estar-se referindo tanto à palavra ator Os dois períodos estão relacionados pelo hiperônimo astros,
quanto a diretor. que recupera os hipônimos estrelas, planetas, satélites.
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“Meu pai começou a andar novamente, sentiu a pontada no Toda a série de qualidades está orientada no sentido de com-
peito e parou.” provar que ele é bom conferencista; dentro dessa série, ser sedutor
é considerado o argumento mais forte.
Pode ocorrer também elipse por antecipação. No exemplo que
segue, aquela promoção é complemento tanto de querer quanto de “Ele é ambicioso e tem grande capacidade de trabalho. Che-
desejar, no entanto aparece apenas depois do segundo verbo: gará a ser pelo menos diretor da empresa.”
“Ficou muito deprimido com o fato de ter sido preferido. Afi- Pelo menos introduz um argumento orientado no mesmo
nal, queria muito, desejava ardentemente aquela promoção.” sentido de ser ambicioso e ter grande capacidade de trabalho; por
outro lado, subentende que há argumentos mais fortes para com-
Quando se faz essa elipse por antecipação com verbos que têm provar que ele tem as qualidades requeridas dos que vão longe (por
regência diferente, a coesão é rompida. Por exemplo, não se deve exemplo, ser presidente da empresa) e que se está usando o menos
dizer “Conheço e gosto deste livro”, pois o verbo conhecer rege forte; ao menos, pelo menos e no mínimo ligam argumentos de
complemento não introduzido por preposição, e a elipse retoma o valor positivo.
complemento inteiro, portanto teríamos uma preposição inde-vida:
“Conheço (deste livro) e gosto deste livro”. Em “Implico e “Ele não é bom aluno. No máximo vai terminar o segundo
dispenso sem dó os estranhos palpiteiros”, diferentemente, no grau.”
complemento em elipse faltaria a preposição “com” exigida pelo
verbo implicar. No máximo introduz um argumento orientado no mesmo sen-
Nesses casos, para assegurar a coesão, o recomendável é co- tido de ter muita dificuldade de aprender; supõe que há uma escala
locar o complemento junto ao primeiro verbo, respeitando sua argumentativa (por exemplo, fazer uma faculdade) e que se está
regência, e retomá-lo após o segundo por um anafórico, acres- usando o argumento menos forte da escala no sentido de provar a
centando a preposição devida (Conheço este livro e gosto dele) ou afirmação anterior; no máximo e quando muito estabelecem liga-
eliminando a indevida (Implico com estranhos palpiteiros e os ção entre argumentos de valor depreciativo.
dispenso sem dó).
- Conjunção Argumentativa: há operadores que assinalam
Coesão por Conexão uma conjunção argumentativa, ou seja, ligam um conjunto de ar-
gumentos orientados em favor de uma dada conclusão: e, também,
Há na língua uma série de palavras ou locuções que são res- ainda, nem, não só... mas também, tanto... como, além de, a par
ponsáveis pela concatenação ou relação entre segmentos do texto. de.
Esses elementos denominam-se conectores ou operadores discur-
sivos. Por exemplo: visto que, até, ora, no entanto, contudo, ou “Se alguém pode tomar essa decisão é você. Você é o diretor
seja. da escola, é muito respeitado pelos funcionários e também é muito
querido pelos alunos.”
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“Os problemas de fuga de presos serão tanto mais graves Nesse caso, a primeira oração conduz a uma conclusão negati-
quanto maior for a corrupção entre os agentes penitenciários.” va sobre um processo ocorrido com o atleta, enquanto a começada
pela conjunção “mas” leva a uma conclusão positiva. Essa segun-
O comparativo de igualdade tem no texto uma função argu- da orientação é a mais forte.
mentativa: mostrar que o problema da fuga de presos cresce à me- Compare-se, por exemplo, “Ela é simpática, mas não é boni-ta”
dida que aumenta a corrupção entre os agentes penitenciários; por com “Ela não é bonita, mas é simpática”. No primeiro caso, o que se
isso, os segmentos podem até ser permutáveis do ponto de vista quer dizer é que a simpatia é suplantada pela falta de beleza; no
sintático, mas não o são do ponto de vista argumentativo, pois não segundo, que a falta de beleza perde relevância diante da sim-patia.
há igualdade argumentativa proposta, “Tanto maior será a cor- Quando se usam as conjunções adversativas, introduz-se um
rupção entre os agentes penitenciários quanto mais grave for o argumento com vistas a determinada conclusão, para, em seguida,
problema da fuga de presos”. apresentar um argumento decisivo para uma conclusão contrária.
Muitas vezes a permutação dos segmentos leva a conclusões Com as conjunções concessivas, a orientação argumentativa
opostas: Imagine-se, por exemplo, o seguinte diálogo entre o dire- que predomina é a do segmento não introduzido pela conjunção.
tor de um clube esportivo e o técnico de futebol:
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“Para mostrar os horrores da guerra, falarei, inicialmente, das “Vivo há muitos anos em São Paulo. A cidade tem excelentes
agruras por que passam as populações civis; em seguida, discor-rerei restaurantes. Ela tem bairros muito pobres. Também o Rio de
sobre a vida dos soldados na frente de batalha; finalmente, exporei Janei-ro tem favelas.”
suas consequências para a economia mundial e, portanto, para a vida
cotidiana de todos os habitantes do planeta.” Todas as frases são coesas. O hiperônimo cidade retoma o subs-
tantivo São Paulo, estabelecendo uma relação entre o segundo e o
- Sequenciadores para Introdução: são os que, na primeiro períodos. O pronome “ela” recupera a palavra cidade, vin-
conversação principalmente, servem para introduzir um tema ou culando o terceiro ao segundo período. O operador também realiza
mudar de assun-to: a propósito, por falar nisso, mas voltando ao uma conjunção argumentativa, relacionando o quarto período ao ter-
assunto, fazendo um parêntese, etc. ceiro. No entanto, esse conjunto não é um texto, pois não apresenta
unidade de sentido, isto é, não tem coerência. A coesão, portanto,
“Joaquim viveu sempre cercado do carinho de muitas pessoas. A é condição necessária, mas não suficiente, para produzir um texto.
propósito, era um homem que sabia agradar às mulheres.”
Coerência
- Operadores discursivos não explicitados: se o texto for cons-
truído sem marcadores de sequenciação, o leitor deverá inferir, a partir Infância
da ordem dos enunciados, os operadores discursivos não ex-plicitados
na superfície textual. Nesses casos, os lugares dos diferen-tes O camisolão
conectores estarão indicados, na escrita, pelos sinais de pontua-ção: O jarro
ponto-final, vírgula, ponto-e-vírgula, dois-pontos. O passarinho
O oceano
“A reforma política é indispensável. Sem a existência da fide- A vista na casa que a gente sentava no sofá
lidade partidária, cada parlamentar vota segundo seus interesses
e não de acordo com um programa partidário. Assim, não há bases Adolescência
governamentais sólidas.”
Aquele amor
Esse texto contém três períodos. O segundo indica a causa de Nem me fale
a reforma política ser indispensável. Portanto o ponto-final do
primei-ro período está no lugar de um porque. Maturidade
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“Tendo recebido a notificação para pagamento da chama-da - O contexto: para uma dada unidade linguística, funcio-na
taxa do lixo, ouso dirigir-me a V. Exª, senhora prefeita, para como contexto a unidade linguística maior que ela: a sílaba é
expor-lhe minha inconformidade diante dessa medida, porque o contexto para o fonema; a palavra, para a sílaba; a oração, para a
IPTU foi aumentado, no governo anterior, de 0,6% para 1% do palavra; o período, para a oração; o texto, para o período, e assim
valor venal do imóvel exatamente para cobrir as despesas da mu- por diante.
nicipalidade com os gastos de coleta e destinação dos resíduos só-
lidos produzidos pelos moradores de nossa cidade. Francamente, “Um chopps, dois pastel, o polpettone do Jardim de Napo-li,
achei uma sacanagem esta armação da Prefeitura: jogar mais um cruzar a Ipiranga com a avenida São João, o “Parmera”, o
gasto nas costas da gente.” “Curíntia”, todo mundo estar usando cinto de segurança.”
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O texto apresenta os traços culturais da cidade, e todos con- “As verdes ideias incolores dormem, mas poderão explodir a
vergem para um único significado: a celebração da capital do esta-do qualquer momento.”
de São Paulo no seu aniversário. Os dois primeiros itens de nos-so
exemplo referem-se a marcas linguísticas do falar paulistano; o Tomando em seu sentido literal, esse texto é absurdo, pois,
terceiro, a um prato que tornou conhecido o restaurante chamado nessa acepção, o termo ideias não pode ser qualificado por adjeti-
Jardim de Napoli; o quarto, a um verso da música “Sampa”, de vos de cor; não se podem atribuir ao mesmo ser, ao mesmo tempo,
Caetano Veloso; o sexto e o sétimo, à maneira como os dois times mais as qualidades verde e incolor; o verbo dormir deve ter como sujei-
populares da cidade são denominados na variante linguística popular; to um substantivo animado.
o último à obediência a uma lei que na época ainda não vigorava no No entanto, se entendermos ideias verdes em sentido não li-
resto do país. teral, como concepções ambientalistas, o período pode ser lido da
- A situação de comunicação: seguinte maneira: “As idéias ambientalistas sem atrativo estão la-
tentes, mas poderão manifestar-se a qualquer momento.”
__A telefônica.
__Era hoje? - O intertexto:
Esse diálogo não seria compreendido fora da situação de in- Falso diálogo entre Pessoa e Caeiro
terlocução, porque deixa implícitos certos enunciados que, dentro
dela, são perfeitamente compreendidos: __ a chuva me deixa triste...
__ a mim me deixa molhado.
__ O empregado da companhia telefônica que vinha conser-
José Paulo Paes. Op. Cit., p 79.
tar o telefone está aí.
__ Era hoje que ele viria?
Muitos textos retomam outros, constroem-se com base em
- O conhecimento de mundo: outros e, por isso, só ganham coerência nessa relação com o texto
sobre o qual foram construídos, ou seja, na relação de intertextua-
31 de março / 1º de abril lidade. É o caso desse poema. Para compreendê-lo, é preciso saber
Dúvida Revolucionária que Alberto Caeiro é um dos heterônimos do poeta Fernando Pes-
soa; que heterônimo não é pseudônimo, mas uma individualidade
Ontem foi hoje? lírica distinta da do autor (o ortônimo); que para Caeiro o real é a
Ou hoje é que foi ontem? exterioridade e não devemos acrescentar-lhe impressões subjeti-
vas; que sua posição é antimetafísica; que não devemos interpre-
Aparentemente, falta coerência temporal a esse poema: o que tar a realidade pela inteligência, pois essa interpretação conduz a
significa “ontem foi hoje” ou “hoje é que foi ontem?”. No entanto, as simples conceitos vazios, em síntese, é preciso ter lido textos de
duas datas colocadas no início do poema e o título remetem a um Caeiro. Por outro lado, é preciso saber que o ortônimo (Fernando
episódio da História do Brasil, o golpe militar de 1964, chama-do Pessoa ele mesmo) exprime suas emoções, falando da solidão in-
Revolução de 1964. Esse fato deve fazer parte de nosso conhe-cimento terior, do tédio, etc.
de mundo, assim como o detalhe de que ele ocorreu no dia
1º de abril, mas sua comemoração foi mudada para 31 de março, Incoerência Proposital
para evitar relações entre o evento e o “dia da mentira”.
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Nota-se que, por tratar-se de exposição oral, não há o grau de Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamen-
formalidade e planejamento típico do texto escrito, mas trata-se de um te, que C é igual a A.
estilo bem mais formal e vigiado que o da menina ao telefone. Outro exemplo:
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É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- Argumento do Atributo
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
largo uso do argumento de quantidade. raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
que é mais grosseiro, etc.
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CAPÍTULO IV CAPÍTULO I
Do Cargo e da Função Militares Das Obrigações Militares
Art. 20. Cargo militar é um conjunto de atribuições, deveres SEÇÃO IDo Valor Militar
e responsabilidades cometidos a um militar em serviço ativo.
§ 1º O cargo militar, a que se refere este artigo, é o que se en- Art. 27. São manifestações essenciais do valor militar:
contra especificado nos Quadros de Efetivo ou Tabelas de Lotação I - o patriotismo, traduzido pela vontade inabalável de cum-
das Forças Armadas ou previsto, caracterizado ou definido como prir o dever militar e pelo solene juramento de fidelidade à Pátria
tal em outras disposições legais. até com o sacrifício da própria vida;
SEÇÃO III Art. 42. A violação das obrigações ou dos deveres militares
Do Comando e da Subordinação constituirá crime, contravenção ou transgressão disciplinar, con-
forme dispuser a legislação ou regulamentação específicas.
Art. 34. Comando é a soma de autoridade, deveres e respon- § 1º A violação dos preceitos da ética militar será tão mais
sabilidades de que o militar é investido legalmente quando conduz grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de quem a co-
homens ou dirige uma organização militar. O comando é vincu-lado meter.
ao grau hierárquico e constitui uma prerrogativa impessoal, em cujo § 2° No concurso de crime militar e de contravenção ou trans-
exercício o militar se define e se caracteriza como chefe. gressão disciplinar, quando forem da mesma natureza, será aplica-
Parágrafo único. Aplica-se à direção e à chefia de organização da somente a pena relativa ao crime.
militar, no que couber, o estabelecido para comando.
Art. 43. A inobservância dos deveres especificados nas leis e
Art. 35. A subordinação não afeta, de modo algum, a dignida- regulamentos, ou a falta de exação no cumprimento dos mesmos,
de pessoal do militar e decorre, exclusivamente, da estrutura hie- acarreta para o militar responsabilidade funcional, pecuniária, dis-
rarquizada das Forças Armadas. ciplinar ou penal, consoante a legislação específica.
Parágrafo único. A apuração da responsabilidade funcional,
Art. 36. O oficial é preparado, ao longo da carreira, para o pecuniária, disciplinar ou penal poderá concluir pela incompatibi-
exercício de funções de comando, de chefia e de direção. lidade do militar com o cargo ou pela incapacidade para o exercí-
cio das funções militares a ele inerentes.
Art. 37. Os graduados auxiliam ou complementam as ativi-
dades dos oficiais, quer no adestramento e no emprego de meios, Art. 44. O militar que, por sua atuação, se tornar incompatível
quer na instrução e na administração. com o cargo, ou demonstrar incapacidade no exercício de funções
Parágrafo único. No exercício das atividades mencionadas neste militares a ele inerentes, será afastado do cargo.
artigo e no comando de elementos subordinados, os subofi-ciais, os § 1º São competentes para determinar o imediato
subtenentes e os sargentos deverão impor-se pela lealda-de, pelo afastamento do cargo ou o impedimento do exercício da função:
exemplo e pela capacidade profissional e técnica, incum-bindo-lhes a) o Presidente da República;
assegurar a observância minuciosa e ininterrupta das ordens, das b) os titulares das respectivas pastas militares e o Chefe do
regras do serviço e das normas operativas pelas praças que lhes Estado-Maior das Forças Armadas; e
estiverem diretamente subordinadas e a manutenção da coesão e do c) os comandantes, os chefes e os diretores, na conformidade da
moral das mesmas praças em todas as circunstâncias. legislação ou regulamentação específica de cada Força Armada.
§ 2º O militar afastado do cargo, nas condições mencionadas
Art. 38. Os Cabos, Taifeiros-Mores, Soldados-de-Primei-ra- neste artigo, ficará privado do exercício de qualquer função militar até
Classe, Taifeiros-de-Primeira-Classe, Marinheiros, Soldados, a solução do processo ou das providências legais cabíveis.
Soldados-de-Segunda-Classe e Taifeiros-de-Segunda-Classe são,
essencialmente, elementos de execução. Art. 45. São proibidas quaisquer manifestações coletivas, tan-
to sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório ou
Art. 39. Os Marinheiros-Recrutas, Recrutas, Soldados-Recru- político.
tas e Soldados-de-Segunda-Classe constituem os elementos in-
corporados às Forças Armadas para a prestação do serviço militar SEÇÃO II
inicial. Dos Crimes Militares
Art. 40. Às praças especiais cabe a rigorosa observância das Art. 46. O Código Penal Militar relaciona e classifica os cri-
prescrições dos regulamentos que lhes são pertinentes, exigindo- mes militares, em tempo de paz e em tempo de guerra, e dispõe so-
se-lhes inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado técnico-pro- bre a aplicação aos militares das penas correspondentes aos crimes
fissional. por eles cometidos.
Parágrafo único. Às praças especiais também se assegura a
prestação do serviço militar inicial. SEÇÃO III
Das Contravenções ou Transgressões Disciplinares
Art. 41. Cabe ao militar a responsabilidade integral pelas de-
cisões que tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos que praticar. Art. 47. Os regulamentos disciplinares das Forças Armadas
especificarão e classificarão as contravenções ou transgressões dis-
ciplinares e estabelecerão as normas relativas à amplitude e apli-cação
das penas disciplinares, à classificação do comportamento militar e à
interposição de recursos contra as penas disciplinares.
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Art. 92. O militar que, na forma do artigo anterior, permanecer Art. 96. A passagem do militar à situação de inatividade, me-
desaparecido por mais de 30 (trinta) dias, ser oficialmente consi- diante transferência para a reserva remunerada, se efetua:
derado extraviado. I - a pedido; e
II - ex officio .
SEÇÃO VI Parágrafo único. A transferência do militar para a reserva
Do Comissionado remunerada pode ser suspensa na vigência do estado de guerra,
estado de sítio, estado de emergência ou em caso de mobilização.
Art. 93. Após a declaração de estado de guerra, os militares em
serviço ativo poderão ser comissionados, temporariamente, em postos Art. 97. A transferência para a reserva remunerada, a pedido,
ou graduações superiores aos que efetivamente possuírem. será concedida mediante requerimento, ao militar que contar, no
Parágrafo único. O comissionamento de que trata este artigo mínimo, 30 (trinta) anos de serviço.
será regulado em legislação específica. § 1º O oficial da ativa pode pleitear transferência para a re-
serva remunerada mediante inclusão voluntária na quota compul-
CAPÍTULO II sória.
Da Exclusão do Serviço Ativo § 2º No caso de o militar haver realizado qualquer curso ou
estágio de duração superior a 6 ( seis ) meses, por conta da União, no
SEÇÃO I estrangeiro, sem haver decorrido 3 (três) anos de seu término, a
Da Ocorrência transferência para a reserva só será concedida mediante indeniza-ção
de todas as despesas correspondentes à realização do referido curso ou
Art. 94. A exclusão do serviço ativo das Forças Armadas e o estágio, inclusive as diferenças de vencimentos. O cál-culo da
consequente desligamento da organização a que estiver vinculado indenização será efetuado pelos respectivos Ministérios.
o militar decorrem dos seguintes motivos: (Vide Decreto nº 2.790, § 3º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos ofi-
de 1998) ciais que deixem de ser incluídos em Lista de Escolha, quando nela
I - transferência para a reserva remunerada; tenha entrado oficial mais moderno do seu respectivo Corpo,
II - reforma; Quadro, Arma ou Serviço.
III - demissão; § 4º Não será concedida transferência para a reserva
IV - perda de posto e patente; remune-rada, a pedido, ao militar que:
V - licenciamento; a) estiver respondendo a inquérito ou processo em qualquer
VI - anulação de incorporação; jurisdição; e
VII - desincorporação; b) estiver cumprindo pena de qualquer natureza.
VIII - a bem da disciplina;
IX - deserção; Art. 98. A transferência para a reserva remunerada, ex officio
X - falecimento; e , verificar-se-á sempre que o militar incidir em um dos seguintes
XI - extravio. casos:
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Postos Idades
Almirante-de-Esquadra, General-de-Exéreito e Tenente-Brigadeiro 66 anos
Vice-Almirante, General-de-Divisão e Major-Brigadeiro 64 anos
Contra-Almirante, General-de-Brigada e Brigadeiro 62 anos
Capitão-de-Mar-e-Guerra e Coronel 59 anos
Capitão-de-Fragata e Tenente-Coronel 56 anos
Capitão-de-Corveta e Major 52 anos
Capitão-Tenente ou Capitão e Oficiais Subalternos 48 anos
(Redação dada pela Lei nº 7.503, de 1986)
b) na Marinha, para os Oficiais do Quadro de Cirurgiões-Dentistas (CD) e do Quadro de Apoio à Saúde (S), componentes do Corpo de Saúde
da Marinha e do Quadro Técnico (T), do Quadro Auxiliar da Armada (AA) e do Quadro Auxiliar de Fuzileiros Navais (AFN), componentes do
Corpo Auxiliar da Marinha; no Exército, para os Oficiais do Quadro Complementar de Oficiais (QCO), do Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO), do
Quadro de Oficiais Médicos (QOM), do Quadro de Oficiais Farmacêuticos (QOF), e do Quadro de Oficiais Dentistas (QOD); na Aeronáutica, para
os Oficiais do Quadro de Oficiais Médicos (QOMed), do Quadro de Oficiais Farmacêuticos (QOFarm), do Quadro de Oficiais Dentistas (QODent),
do Quadro de Oficiais de Infantaria da Aeronáutica (QOInf), dos Quadros de Oficiais Especialistas em Aviões (QOEAv), em Comunicações
(QOECom), em Armamento (QOEArm), em Fotografia (QOEFot), em Meteorologia (QOEMet), em Controle de Tráfego Aéreo (QOECTA), em
Suprimento Técnico (QOESup) e do Quadro de Oficiais Especialistas da Aeronáutica
(QOEA): (Redação dada pela Lei nº 10.416, de 27.3.2002)
Postos Idades
Capitão-de-Mar-e-Guerra e Corone 62 anos
Capitão-de-Fragata e Tenente-Corone 60 anos
Capitão-de-Corveta e Major 58 anos
Capitão-Tenente e Capitão 56 anos
Primeiro Tenente 56 anos
Segundo-Tenente 56 anos
c) na Marinha, no Exército e na Aeronáutica, para Praças: (Redação dada pela Lei nº 7.666, de 1988)
Graduação Idades
Suboficial e Subtenente 54 anos
Primeiro-Sargento e Taifeiro-Mor 52 anos
Segundo-Sargento e Taifeiro-de-Primeira-Classe 50 anos
Graduação Idades
Terceiro-Sargento 49 anos
Cabo e Taifeiro-de-Segunda-Classe 48 anos
Marinheiro, Soldado e Soldado-de-Primeira-Classe 44 anos
II - completar o Oficial-General 4 (quatro) anos no último posto da hierarquia, em tempo de paz, prevista para cada Corpo ou Quadro
da respectiva Força. (Redação dada pela Lei nº 7.659, de 1988)
III - completar os seguintes tempos de serviço como Oficial-General:
a) nos Corpos ou Quadros que possuírem até o posto de Almirante-de-Esquadra, General-de-Exército e Tenente-Brigadeiro, 12
(doze) anos;
b) nos Corpos ou Quadros que possuírem até o posto de Vice-Almirante, General-de-Divisão e Major-Brigadeiro, 8 (oito) anos; e c) nos
Corpos ou Quadros que possuírem apenas o posto de Contra-Almirante, General-de-Brigada e Brigadeiro, 4 (quatro) anos;
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Art. 155. Aos Cabos que, na data da vigência desta Lei, te-
nham adquirido estabilidade será permitido permanecer no serviço
ativo, em caráter excepcional, de acordo com o interesse da res-
pectiva Força Singular, até completarem 50 (cinquenta) anos de
idade, ressalvadas outras disposições legais.
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De seu comandante, Pedro Álvares Cabral, sabe-se que nasceu Com seis navios, Cabral alcançou as Índias, em se-tembro de
na vila de Belmonte, em 1500. Em Calicute, as negociações foram difíceis, surgindo
1467 ou 1468, segundo filho de Fernão Cabral, senhor de desentendimentos com os indianos, quando portu-gueses foram
Belmonte, e de Dona Isabel de Gouveia. Na juventude teria mortos em terra (inclusive o escrivão da armada, Pero Vaz de
prestado bons serviços à coroa nas guerras da África. De qual-quer Caminha) e o porto bombardeado. Em seguida, a Armada ancorou
modo, sabe-se da dúvida de Dom Manuel na escolha do em Cochim e Cananor, onde foi bem re-cebida, abastecendo-se de
comandante da expedição, que no primeiro momento re-caiu sobre especiarias antes da viagem de retorno, iniciada no dia 16 de
Vasco da Gama. janeiro de
Cabral teria na época cerca de 30 anos e levava consigo 1501. Em 23 de junho, finalmente, a Armada adentrou o Rio
marinheiros ilustres, como Bartolomeu Dias e Nicolau Coelho, Tejo, concluindo sua jornada.
além de numerosa tripulação, perto de 1,5 mil homens e oito frades
franciscanos, os primeiros religiosos mandados por Portugal a tais
lugares.
Uma das recomendações feitas a Cabral era que tivesse
particular cuidado com o sistema de ventos nas proximidades da
costa africana, fruto da experiência de Vasco da Gama. Na manhã
do dia 14 de março, a frota atingiu as Ilhas Canárias, fazendo 5.8
[nós] de velocidade média. No dia 22, avistou São Nicolau, uma
das ilhas do Arquipélago de Cabo Verde.
Prosseguindo a navegação sempre em rumo sudoeste, foram
avistadas ervas marinhas, indicando terra próxima. No dia 22 de
abril, foram avistadas as primeiras aves e, ao entar-decer,
avistaram terra. Ao longe, um monte alto e redondo foi
denominado Pascoal, por ser semana da Páscoa. Na ma-
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No tocante à infraestrutura já existente no Rio de Ja-neiro, Outro movimento importante de Dom João na política externa
observamos que o Arsenal Real da Marinha, localiza-do então ao foi a ocupação da Banda Oriental. Na ocupação, foi de grande
pé do morro do Mosteiro de São Bento, cuja criação data de 29 de importância o papel que desempenhou a Marinha, não só no
dezembro de 1763, teve sua capacida-de ampliada para poder transporte das tropas, desde Portugal (já liberado do domínio
apoiar a recém-chegada Esquadra. francês), como também em todo o desenrolar da ocupação.
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Revoltas deflagradas em diversas províncias foram abafa-das Além do bloqueio, a Força Naval brasileira combateu a
pelo governo regencial com a utilização da Marinha e do Exército. Esquadra argentina até seu desmembramento, privando o
A Marinha se fez mais presente nos combates no Pará adversário do principal e primeiro braço do Poder Naval. Os navios
(Cabanagem), no Rio Grande do Sul (Guerra dos Farrapos ou da Marinha que não foram deslocados para aquela guerra não
Revolução Farroupilha), na Bahia (Sabinada), no Maranhão e no deixaram de se envolver no conflito. A Marinha defendeu as linhas
Piauí (Balaiada) e em Pernambuco (Revolta Praieira), esta já anos de comunicação marítimas, dando com-bate aos corsários armados
após a coroação de Dom Pedro II. pela Argentina e pelos rebeldes uruguaios que atacavam a
navegação mercante
Em todas essas revoltas, a Marinha não enfrentou nenhum brasileira ao longo de toda a nossa costa.
grande inimigo no mar. Embora na Guerra dos Far-rapos os A próxima guerra em que o Brasil se envolveria no Rio da
rebeldes tenham formado uma pequena flotilha de embarcações Prata seria contra Juan Manuel de Rosas, ditador argentino, e
armadas, que foi prontamente combatida e vencida. A Marinha se Manuel Oribe, presidente da República Oriental do Uruguai e líder
fez presente no rápido transporte de tropas do Exército Imperial da do Partido Blanco. Tendo como seus aliados os governa-dores das
Corte e de outras provín-cias até as províncias conflagradas. províncias argentinas de Entre Rios e Corrientes e o Partido
Também dependeu do transporte por mar, em grande parte Colorado uruguaio, o Império brasileiro se interpôs a uma tentativa
realizado pela Marinha, o abastecimento das tropas que lutavam de união de seus vizinhos do sul, que enfraque-ceria a posição
nas províncias rebe-ladas, pois não existiam estradas que ligassem brasileira no Rio da Prata e se tornaria uma ameaça na fronteira do
a Corte às províncias do Norte e do Sul. Rio Grande do Sul, há pouco pacifica-do e impedido de se separar
do Brasil na Guerra dos Farrapos.
A Marinha também cumpriu ações de bloqueio nos portos
ocupados pelos rebeldes nas províncias, evitando que recebessem Coube à Marinha um grande momento nesse curto confli-to: a
qualquer abastecimento vindo do mar, como armas e munições Passagem de Tonelero. Pela primeira vez se utilizando de navios a
desviadas de outras províncias ou com-pradas no estrangeiro. vapor em um conflito externo, a Força Naval brasi-leira
Finalmente, militares da Marinha Imperial atuaram diversas vezes ultrapassou, em ávida troca de fogos, o ponto fortificado
em desembarques, lutando com grupos rebelados lado a lado com adversário no Rio Paraná, o Passo de Tonelero, e conduziu as
tropas do Exército, da Guarda Nacional e milicianos. tropas aliadas rio acima, para uma posição de desembarque
favorável, onde foi possível o ataque e a posterior vitória so-bre as
Os dois grandes conflitos externos em que o Império bra- tropas adversárias.
sileiro se envolveu, desde sua independência até o início das
hostilidades que levariam à guerra contra o Paraguai, foram a
Guerra Cisplatina, entre 1825 e 1828, e a Guerra contra Ma-nuel
Oribe e Juan Manuel de Rosas, em 1850 e 1852. A área marítimo-
fluvial em que se desenrolou a grande maioria das operações
navais desses dois conflitos, separados no tempo por quase um
quarto de século, foi a mesma, o grande estuá-rio do Rio da Prata,
que separa o Uruguai da Argentina. Foi com as forças militares
dessas duas repúblicas que o Império brasileiro lutou.
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O interesse pelo domínio daquelas terras não era novo. O O embate entre a Esquadra brasileira e a Esquadra ar-gentina
Império do Brasil e a Argentina herdaram as aspirações e as teve lugar no estuário do Rio da Prata e suas proximi-dades, região
disputas dos colonizadores portugueses e espanhóis pela margem com grande número de bancos de areia que dificultava a
esquerda do estuário do Rio da Prata. Nos séculos XVII e XVIII, navegação. Isso ajudou os argentinos a desen-volver uma variação
o centro da disputa era a Colônia de Sacramen-to, o enclave naval da guerra de guerrilha. Os navios argentinos atacavam e,
português na região. No início do século XIX, com os movimentos quando repelidos, escapavam da perseguição dos navios
de independência na América espanho-la e portuguesa, a brasileiros pelos estreitos canais que se formavam entre os vários
conflagração atingiu o Brasil e a Argentina, no conflito conhecido bancos de areia da região, em sua maioria desconhecidos dos
como Guerra Cisplatina. marinheiros brasileiros.
A guerra não envolvia só a disputa pela posse do ter-ritório da Como primeira ação de guerra, a Força Naval brasileira no Rio
Província Cisplatina que, além do gado criado nos pampas e de da Prata, comandada pelo Vice-Almirante Rodrigo Lobo,
dois portos comerciais importantes (Montevidéu e Maldonado), estabeleceu um bloqueio naval no Rio da Prata, pre-tendendo
não continha recursos naturais de monta, mas tinha como objetivo impedir qualquer ligação marítima entre as Provín-cias Unidas e
o controle do Rio da Prata, área geo-gráfica de suma importância os rebeldes de Lavalleja, e dos dois adversários com o exterior. O
estratégica desde o início da colonização europeia na América do inimigo a ser confrontado pela Força Naval brasileira deslocada
Sul. No estuário do Rio da Prata desembocavam dois grandes rios para o estuário do Rio da Prata era liderado pelo experiente
(Uruguai e Para-ná), que constituíam o caminho natural para a irlandês William George Brown, comandante da pequena
penetração no continente sul-americano, representando uma Esquadra sediada em Buenos Aires desde as lutas pela
estrada fluvial para a colonização, o acesso aos recursos naturais e independência daquele país. O adversá-rio, apesar do menor
a viabilização das trocas comerciais por todo interior da América número de navios de guerra, tinha suas ações facilitadas não só
do Sul. pelo conhecimento da conformação hidrográfica do estuário do
Rio da Prata, como também por permanecer operando próximo de
seu porto base, o anco-radouro de Los Pozos, em Buenos Aires,
O Estado argentino, naquela época, era formado por várias onde seus navios eram abastecidos e reparados.
províncias com alto grau de autonomia, que reconhe-ciam a
liderança exercida pela província de Buenos Aires. A confederação
de províncias argentinas tinha um interes-se comum na sublevação Nos primeiros meses da guerra, o bloqueio naval im-posto
de cisplatinos contra o Império brasileiro, visando à possibilidade pela Esquadra brasileira provocou o primeiro emba-te entre as
de incorporar a Banda Oriental. Assim, imediatamente deram forças navais. O Combate de Colares ocorreu em 9 de fevereiro de
apoio político, militar e financeiro à revolta, passando, 1826, quando a Esquadra argentina, composta de 14 navios, deixou
posteriormente, a envolver-se oficialmente na luta. seu ancoradouro para em-preender uma ação de desgaste à Força
Naval brasileira em bloqueio, também composta de 14 navios. As
Para se opor à sublevação, nitidamente suportada pela forças navais adversárias, dispostas em colunas, trocaram tiros de
Argentina, o Brasil desenvolveu uma campanha militar na Banda canhão a grande distância uma da outra, causando perdas humanas
Oriental entre os anos de 1825 e 1828. Além de tropas, deslocou e avarias materiais reduzidas de parte a parte. A Esquadra
vários meios navais da Esquadra, recém-formada nas Guerras da argentina se retirou para o refúgio de Los Pozos e a Força Naval
Independência, para o estuário da Prata, sob o comando do Vice- brasileira foi fundear entre os Bancos de Ortiz e Chico.
Almirante Rodrigo Lobo. Com o fortaleci-mento das forças de
Lavalleja na Banda Oriental, as Províncias Unidas do Rio da Prata O passo posterior do comandante das forças argentinas teria
oficializaram seu apoio à revolta, declarando anexada a Banda consequências muito mais significativas para os destinos da guer
Oriental ao território argenti-no, o que significava uma declaração ra no mar e em terra, se bem-sucedido. Seu alvo era a Colônia de
de guerra ao Governo Imperial. Sacramento, uma praça fortificada situada na margem esquerda do
Rio da Prata e guarnecida por 1,5 mil
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O projeto de anexação do Uruguai ao território argenti-no O Exército de Buenos Aires foi derrotado pelas tropas
encontrou seus executores em Juan Manuel de Rosas, liderança brasileiras e de seus aliados platinos, em fevereiro de 1852, e a
máxima da Confederação Argentina desde 1835, e em Manuel Passagem de Tonelero representou a única operação ofensi-va
Oribe, líder do partido de oposição ao governo uruguaio, o Partido realizada pela Marinha Imperial naquele conflito.
Blanco.
Contudo, o emprego da Força Naval no transporte de tropas
O Império brasileiro, que se opunha frontalmente à ane-xação, para a área do conflito e, notadamente depois de Tonelero, na
apoiava o governo constituído do Uruguai, exercido pelo Partido transposição das tropas aliadas da margem uruguaia para território
Colorado. A situação política no Uruguai apro-ximava-se a de uma argentino, no Rio da Prata e no Rio Paraná, constituiu fator
guerra civil, com tropas partidárias de Oribe e apoiadas por Rosas essencial para o sucesso das ações militares desenvolvidas pelos
cercando a capital, Montevidéu. aliados contra Rosas e Oribe.
Em 1851, o governo brasileiro procedeu uma aliança com o A ATUAÇÃO DA MARINHA NA GUERRA DA
governo legal uruguaio e com um oposicionista de Rosas, o TRIPLICE ALIANÇA CONTRA O GOVERNO DO
governador da Província argentina de Entre Rios, Justo José de PARAGUAI: O BLOQUEIO DO RIO PARANA E A
Urquiza, para defender o Uruguai do ataque das forças de Rosas e
BATALHA NAVAL DO RIACHUELO; NAVIOS
Oribe.
ENCOURAÇADOS E A INVASÃO DO PARAGUAI;
A ação da Marinha novamente seria realizada em es-treita CUZUZU E CURUPAITI; CAXIAS E INHAÚMA;
colaboração com o Exército Imperial. O comando da Força Naval PASSAGEM DE CURUPAITI; PASSAGEM DE
foi entregue ao Chefe-de-Esquadra John Pascoe Grenfell, veterano HUMAITÁ; O RECUO DAS FORÇAS
das lutas da Independência e na Cisplatina. PARAGUAIAS; O AVANÇO ALIADO E A
DEZEMBRADA; OCUPAÇÃO DE ASSUNÇÃO E
Somente com a intervenção da força terrestre, as tro-pas que AFASE FINAL DA GUERRA.
cercavam Montevidéu capitularam. Manuel Oribe estava
derrotado. A Esquadra brasileira, disposta ao longo do Rio da
Prata, impediu que as tropas vencidas pudessem evacuar para a
margem direita, o lado argentino. SINOPSE
A livre navegação nos rios e os limites entre o Brasil e o norte
Tendo pacificado o Uruguai, a força brasileira e seus alia-dos do Paraguai eram motivos de discordância entre os dois países.
platinos voltaram-se contra Rosas, que mantinha-se Não se chegou a um acordo satisfatório até a con-clusão da Guerra
como uma ameaça à estabilidade da região. Nessa nova ação da Tríplice Aliança. Para os brasileiros, era muito importante
militar, coube à Marinha a tarefa de transportar as tropas aliadas acessar, sem empecilhos, a Província de Mato Grosso, navegando
pelo Rio Paraná até a localidade de Diamante, para ali desembarcá- pelo Rio Paraguai. Sabendo disso, os paraguaios mantinham a
las. questão dos limites, que rei-vindicavam, associada à da livre
navegação. O litígio existia, principalmente em relação a um
A Força Naval brasileira, composta por quatro navios com território situado à margem
propulsão a vapor e três navios a vela, tinha como obstáculo o esquerda do Rio Paraguai, entre os Rios Apa e Branco, ocu-pado
Passo de Tonelero, nas proximidades da Barranca de Ace-vedo, por brasileiros.
onde o inimigo instalara uma fortificação guarnecida
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Concluída esta faina, seriam 4 horas da tarde, tratei de to- NAVIOS ENCOURAÇADOS
mar as chatas, que ao approximar-me delas eram abandona-das, E A INVASÃO DO PARAGUAI
saltando todos ao rio, e nadando para terra, que estava a curta
distância. Eles começaram a chegar à frente de combate em de-zembro
de 1865. O encouraçado Brasil, encomendado após a Questão
O quarto vapor paraguayo Paraguary, de que ainda não falei, Christie na França, foi o primeiro que chegou a Cor-rientes, em
recebeu tal rombo no costado e caldeiras, quando des-ceram, que dezembro de 1865.
foi encalhar em uma ilha em frente, e toda a gente saltou para ela, No Arsenal de Marinha da Corte, no Rio de Janeiro, inicia-ra-
fugindo e abandonando o navio”. se a construção de outros navios encouraçados, especifica-dos para
lutar naquele teatro de operações fluviais.
Quatro navios paraguaios conseguiram fugir e, com a
aproximação da noite, os navios brasileiros que os perseguiam Durante a guerra, foram incorporados à Armada bra-sileira 17
regressaram, para evitar encalhes em território inimigo. Além navios encouraçados, incluindo alguns clas-sificados como
disto, apesar de não comentarem, na época, não seria sensato [monitores], que obedeciam a características de projeto
abordar um navio lotado com tropas. inovadoras, desenvolvidas poucos anos antes na Guerra Civil
Antes do pôr-do-sol de 11 de junho, a vitória era brasileira. Americana.
Foi uma batalha naval, em alguns aspectos, decisiva.
A Esquadra paraguaia foi praticamente aniquilada, e não teria Em 21 de fevereiro de 1866, Tamandaré chegou a Cor-rientes
mais participação relevante no conflito. Estava garantido o e assumiu o comando da Força Naval, mantendo Barroso como seu
bloqueio que impediria o Paraguai de receber armamentos e, até Chefe de Estado-Maior. Em 17 de março, os navios suspenderam
mesmo, os [encouraçados] encomen-dados no exterior. para iniciar as operações rio acima. Qua-tro dos encouraçados já
Comprometeu, também, a situação das tropas invasoras e, pouco estavam disponíveis nessa força. Um deles tinha o nome de
tempo depois, a guerra passou para o território paraguaio. Barroso e outro, o de Tamandaré. Era uma grande homenagem,
em vida, aos dois ilustres chefes.
Barroso, sem dúvida, foi o responsável pelo bom êxito de sua A ofensiva aliada para a invasão do Paraguai necessitava de
Força Naval em Riachuelo. O futuro Barão de Teffé declarou que apoio naval. Passo da Pátria foi uma operação conjunta de forças
o vira, da Araguari, em plena batalha, deste-mido, expondo-se navais e terrestres. Coube, inicialmente, à Marinha fazer os
sobre a [roda] da Amazonas, com a barba branca, que deixara levantamentos hidrográficos, combater as chatas pa-raguaias e
crescer, ao vento, e sentira por ele grande respeito e admiração. bombardear o Forte de Itapiru e o acampamento inimigo. Em
março de 1866, já estavam disponíveis nove na-vios encouraçados,
A cidade de Corrientes continuava ocupada pelo inimigo e a inclusive três construídos no Brasil: Ta-mandaré, Barroso e Rio de
Força Naval brasileira, que mostrara sua presença, fun-deada Janeiro. A reação da artilharia paraguaia ceifou vidas preciosas,
próxima a ela, precisou iniciar, alguns dias após o 11 de junho, a como a do Tenente Mariz e Barros, comandante do Tamandaré.
descida do rio, que estava baixando.
Houve, depois, perfeita cooperação entre as forças, na grande
Barroso passou com seus navios por Mercedes e Cuevas, operação de desembarque que ocorreu em 16 de abril de 1866.
enfrentando a artilharia paraguaia, e somente regressou pas-sados Enquanto parte da Força Naval bombardeava a margem direita do
alguns meses, apoiando o avanço das tropas aliadas, que Rio Paraná, de modo a atrair a atenção do inimigo, os transportes
progrediam aproveitando o recuo do inimigo. avançaram e entraram no Rio Pa-raguai.
Tudo levava à ilusão de que a Tríplice Aliança venceria a
guerra em pouco tempo, mas tal não ocorreu. O que parecia fácil
estagnou. O Paraguai era um país mobilizado para a guer-ra que,
aliás, foi ele que iniciou, achando que tinha vantagens.
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A DIVISÃO NAVAL EM OPERAÇÕES DE GUERRA Depois de três meses de adestramento contínuo com as
tripulações, os navios suspenderam do Rio de Janeiro, em grupos
O governo de Wenceslau Braz decidiu enviar uma divisão pequenos, para se juntarem na Ilha de Fernando de Noronha.
naval para operar sob as ordens da Marinha britânica, na oca-sião Inicialmente, os contratorpedeiros deixaram a Guanabara no dia 7
a maior e mais poderosa do mundo. Logicamente, os na-vios de maio de 1918, seguidos, no dia 11, pelos dois cruzadores. Em 6
escolhidos deve riam ser da Esquadra adquirida oito anos antes na de julho, suspendeu do Rio de Janeiro o cruzador auxiliar
própria Inglaterra, pois eram os mais modernos que o Brasil Belmonte e dois dias depois o rebocador Laurindo Pitta. Esses
possuía. No entanto, devido aos avanços tecnológicos provocados navios ficaram responsáveis pelo transporte do carvão necessário
pela própria guerra, esses navios tornaram-se obsoletos para a DNOG, daí sua grande importância logística.
rapidamente. Em que pese tal fato, a escolha da alta administração
naval recaiu nos dois cruzadores (Rio Grande do Sul e Bahia), em o
quatro contratorpedeiros (Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e No dia 1 de agosto, a Divisão unida suspendeu de Fer-nando
Santa Catarina), um rebocador (Laurindo Pitta) e um cruzador- de Noronha com destino a Dakar, passando por Free-town.
auxiliar (Belmonte), ao todo oito navios. O propósito dessa primeira [derrota] até Freetown era destruir
os submarinos inimigos que se encontravam na rota da DNOG. O
Contra quem iríamos lutar? A Alemanha, apesar de pos-suir armamento, naquela ocasião, para se neutralizar esses submarinos,
Esquadra menor que a da Inglaterra, possuía uma frota muito era bastante primitivo, não se comparando com coisa alguma que
agressiva e motivada, que se batera com valentia até aquele se viu na Segunda Guerra Mundial. Existiam hidrofones primitivos
momento. e bombas de profundidade de 40 libras, que eram lançadas pela
borda no local provável onde se encontrava o submarino. É
No início do conflito, os alemães se lançaram à guerra de interessante mencionar que o próprio submarino, naquela
corso utilizando navios de superfície, no estilo de corsários oportunidade, possuía pequena capacidade de permanecer
independentes, que atacavam os mercantes navegando soli-tários. mergulhado durante longo período de tempo, o que era uma grande
Essa estratégia, com o decorrer da guerra, foi abando-nada. limitação. Normalmente, os ataques contra mercantes eram
Preferiu-se a guerra submarina, que mostrou-se muito mais realizados utilizando-se os canhões localizados em seus
eficiente. Esses submarinos não chegaram a atuar nas nossas [conveses]. A maior possibilidade de destruir esses submarinos
costas, como aconteceu na Segunda Guerra Mundial, no entanto, acontecia quando o inimigo vinha à superfície para destruir o alvo
atacaram nossos navios nas costas europeias e os afundaram sem por canhão, ou mesmo com o uso de [torpedos]. Nessa travessia
trégua. inicial, alguns [rebates] de “prováveis submarinos” foram da-dos,
porém não tiveram confirmação.
Há de se notar que a Marinha brasileira era dependente de
suprimentos vindos do exterior. Não existiam estaleiros ca- Outro ponto interessante na travessia Fernando de Noronha–
pacitados, nem fábricas de munição e estoques logísticos Dakar era a faina de transferência de carvão em al-to-mar. Esses
adequados. Dessa forma, a preparação da Divisão Naval em recebimentos aconteciam em quaisquer con-dições de tempo e de
Operações de Guerra (DNOG), como ficou conhecida essa mar e obrigavam a atracação dos navios ao cruzador-auxiliar
pequena força, foi muito dificultada por limitações que não eram Belmonte e a utilização do rebocador Laurindo Pitta para auxílio
só da Marinha, mas também do Brasil. Como critério de escolha, nas aproximações. Foram fainas perigosas que demandaram muita
abriu-se o voluntariado para os seus componentes e foi escolhido capacidade marinheira dos tripulantes, além da natural
um Contra-Almirante, ainda muito jovem, com 51 anos de idade, vulnerabilidade durante os abastecimentos, quando os submarinos
muito habilidoso, com grande experiência marinheira, na ocasião inimigos poderiam aproveitar a baixa velocidade dos navios para
comandante da Divisão de Cruzado-res com base no porto de o ataque torpé-dico. A tensão reinante durante esses eventos era
Santos, o Almirante Pedro Max de Frontin, irmão do engenheiro enorme, sem contar com as difíceis condições em que eram
Paulo de Frontin, para o coman-do da DNOG. realizadas. Os navios ficavam literalmente negros de carvão e
todos tra-balhavam do nascer do sol até o término do
abastecimento.
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Flotilha da Diretoria de Hidrografia e Navegação: Essas medidas do Tratado de Versalhes atingiram du-ramente
– três navios hidrográficos e dois navios faroleiros. a economia alemã, afligindo seu povo, que passou a nutrir
sentimento de aversão às principais potências da épo-ca. Estava
Navio isolado: constituído o caldo que os nazistas necessitavam para alcançar o
– navio-escola Almirante Saldanha. poder. Muitas des sas restrições, sob o coman-do de Hitler,
Flotilhas Fluviais começaram a ser ignoradas. A Alemanha crescia e, por isso,
necessitava de mercado para os seus produtos e de colônias onde
Dispondo o Brasil de imensas bacias [potamográficas], as pudesse adquirir matérias-primas.
forças fluviais sempre representaram papel importante em nossa
concepção estratégica. Em 1940, elas eram assim cons-tituídas: Por outro lado, também dispostos a destruir a ordem colonial
vigente, Japão e Itália adotaram, na década de 30, uma política
– Flotilha do Amazonas: canhoneira Amapá e rebocador expansionista contra a qual a [Liga das Nações] mostrou-se
Mário Alves. impotente. Cobiçando as matérias-primas e os vastos mercados da
Ásia, o Japão reiniciou sua investida im-perialista, em 1931,
– Flotilha de Mato Grosso: monitores Parnaíba, Paraguaçu e conquistando a Manchúria, região rica em minérios que pertencia
Pernambuco; avisos Oiapoque e Voluntários e navio-tanque à China. Em outubro de 1935, a Itália de Mussolini invadiu a
Potengi. Etiópia. Em 1936, a Alemanha nazista começou a mostrar suas
garras ocupando a Renânia (região situada entre a França e a
Pode-se perceber, claramente, a vulnerabilidade de nosso Alemanha), indo juntar-se à Itália fascista e intervir na guerra civil
Poder Naval para o enfrentamento da guerra A/S (an-ti- espanhola a favor do General Franco. Nesse ano de 1936, Itália,
submarino). Não possuíamos sensores adequados, nem Alemanha e Japão assina-ram acordo para combater o comunismo
adestramento para a luta contra os submarinos. A doutrina A/S era internacional (Pacto AntiComintern), formalizando o Eixo Roma–
baseada ainda nas lições apreendidas na Primeira Guerra Mundial, Berlim– Tóquio.
muito diferente do que vinha ocorrendo nas águas do Atlântico
Norte e do Mediterrâneo, desde 1939.
Em agosto de 1939, a Alemanha e a União Soviética fir-
A SITUAÇÃO EM 1940 maram entre si um pacto de não-agressão, que estabelecia,
secretamente, a partilha do território polonês entre as duas nações.
Como vimos, o nosso Poder Naval possuía limitações Hitler se sentiu à vontade para agir, invadindo a Polô-nia e dando
operacionais importantes. No início da guerra na Europa, o Brasil início à Segunda Guerra Mundial, que se alastrou por toda a
contava com praticamente os mesmos navios da Primei-ra Guerra Europa.
Mundial. INÍCIO DAS HOSTILIDADES E ATAQUES AOS NOS-
SOS NAVIOS MERCANTES
A verdade é que não se equipam e treinam forças navais A Marinha Mercante brasileira somava 652.100 toneladas
sem verbas condizentes, que eram seguidamente preteridas brutas de [arqueação] no início da guerra. Mesmo peque-na e
pelo governo Getúlio Vargas. composta de navios antiquados, se comparada com as grandes
As grandes preocupações do nosso Estado-Maior da potências de então, ela exercia papel fundamental na economia
Armada eram a defesa de nossa enorme e desprotegida nacional, não só no transporte das exportações brasileiras, mas
costa marítima e, essencialmente, a proteção das linhas de também na navegação de cabotagem, que mantinha o fluxo
comunicação, vitais para a conservação de nossas artérias co- comercial entre as economias regio-nais, isoladas pela deficiência
merciais com o exterior e para a manutenção das linhas de das nossas redes rodoviárias e ferroviárias.
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cabotagem Devemos observar que no ano de 1940 esse tipo
de transporte era fundamental, pois não existia uma única co-
municação terrestre entre Belém e São Luís, entre Fortaleza
e Natal e entre Salvador e Vitória.
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O cruzador russo Askold, por exemplo, era o único navio de As táticas para persuasão naval são as diversas formas de
cinco chaminés do mundo e, em 1902, visitou o Gol-fo Pérsico. emprego das forças navais para alcançar resultados políticos, em
Sua visita causou profunda impressão, devido à percepção de tempo de paz. Elas são:
potência mecânica que o número de chaminés transmitia.
Imediatamente, os britânicos desviaram o cruza-dor HMS • demonstração permanente do Poder Naval;
Amphritite para Mascate (capital de Omã). Para eles, a disputa de
prestígio com a Rússia, nessa época, no Orien-te, era importante. • posicionamentos operativos específicos;
Seu comandante providenciou mais duas chaminés de lona para
seu navio, totalizando seis e restau-rando o prestígio local da • auxílio naval;
Marinha Real.
• visitas operativas a portos;
É interessante observar que, atualmente, os mísseis ar–
superfície e superfície–superfície colocaram países relativa-mente • visitas específicas de boa vontade.
fracos em condições de causar danos consideráveis a uma força
naval próxima a suas costas. Tal fato, porém, não impede que uma A demonstração permanente do Poder Naval é feita, por meio
força naval pos sa exercer persuasão, porque não é sua capacidade de ações como deslocamentos e manobras com forças, inclusive
absoluta que importa, mas sim o que ela significa como estrangeiras; participação em missões de paz da Organização das
representante do Poder Naval e da vontade de seu país de alcançar Nações Unidas; reforços e reduções de nível de forças; aumento
o objetivo, suportando as perdas pro-váveis, se tal for assim ou redução da prontificação para combate entre outras – obtenção
percebido. de efeitos desejados, como: aumentar a intensidade da persuasão;
desencorajar; demonstrar preocupação em crises entre terceiros;
Na crise dos mísseis que a União Soviética pretendia instalar exercer coerção ou apoio de maneira limitada ou restrita e outros.
em Cuba, em 1962, a Marinha dos Estados Unidos mostrou
determinação suficiente para que os soviéticos decidissem que os Os posicionamentos operativos específicos, situando navios
navios que transportavam os mísseis de-veriam regressar. Foi, ou forças navais próximo a um local de crise, constituem apenas
portanto, uma ação de coerção deter-rente do emprego político do um caso especial da demonstração permanente do Poder Naval e
Poder Naval americano, pois modificou uma ação que já estava em as ações podem ser semelhantes.
andamento, em face de terem percebido que os americanos
estavam dispostos a usar a força para não ter seu território ao O auxílio naval inclui a instalação de missões navais, o for-
alcance dos mísseis em Cuba. necimento de navios e o apoio de manutenção.
As visitas a portos estrangeiros, para reabastecimento,
descanso das tripulações, ou mesmo ações específicas de boa
Considerando o conflito pela posse das Ilhas Falklands/ Malvi vontade, no que se denomina “mostrar a bandeira”, podem
nas, em 1982, os argentinos deixaram de ser dissuadi-dos pelo transmitir a imagem do prestígio da Marinha, au-mentando a
Poder Naval britânico e invadiram as ilhas, porque julgaram que o influência e acumulando vantagens psicosso-ciais sobre o país
valor daquelas ilhas não compensava o es-forço de projetar o poder visitado.
da Marinha da Grã-Bretanha àque-la distância no Atlântico Sul,
em face das perdas humanas e materiais que provavelmente teria. O Poder Naval brasileiro é empregado em tempo de paz de
Por seu turno, a ocupação militar das ilhas falhou, porque o diversas maneiras, podendo-se destacar:
governo britânico levou a questão ao ponto de defesa da honra do – as operações com Marinhas aliadas, como: a Operação
Reino Unido. Unitas, com a Marinha dos Estados Unidos e de países sul-a-
mericanos; a Operação Fraterno, com a Armada da República
O EMPREGO PERMANENTE DO PODER NAVAL Argentina, e muitas outras;
– a participação em diversas missões de paz, trans-
A teoria do emprego político do Poder Naval mostra a portando as tropas ou enviando seus fuzileiros navais, como
possibilidade do uso permanente das forças navais em tempo de em São Domingos, Angola, Moçambique, Nicarágua e Haiti;
paz, em apoio aos interesses de uma nação. Isso é verda-de tanto
para os países desenvolvidos quanto para aqueles em – as viagens de instrução do navio-escola e as visitas a portos
desenvolvimento, e a intensidade e os tipos de emprego são apenas estrangeiros, “mostrando a bandeira”.
funções do ambiente regional onde se situam e das
vulnerabilidades que possuem.
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DECRETA:
Art. 1º - Fica aprovado o Regulamento Disciplinar para a Marinha que com este baixa, assinado pelo Ministro
de Estado da Marinha.
Art. 2º - Este Decreto entrará em vigor na data da sua publicação, ficando revogado o Decreto nº 38.010 de 5
de outubro de 1955, e demais disposições em contrário.
AURELIANO CHAVES
Maximiano Fonseca
TÍTULO I
GENERALIDADES
CAPÍTULO I
Do Propósito
Art. 1º - O Regulamento Disciplinar para a Marinha tem por propósito a especificação e a classificação das
contravenções disciplinares e o estabelecimento das normas relativas à amplitude e à aplicação das penas disci-
plinares, à classificação do comportamento militar e à interposição de recursos contra as penas disciplinares.
CAPÍTULO II
Art. 2º - Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposi-
ções que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se
pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo.
- correção de atitudes; e
Art. 3º - Hierarquia Militar é a ordenação da autoridade em níveis diferentes, dentro da estrutura militar. A orde-
nação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou graduação, se faz pela antiguidade no
posto ou na graduação.
Art. 4º - A boa educação militar não prescinde da cortesia. É dever de todos, em serviço ou não, tratarem-se
mutuamente com urbanidade, e aos subordinados com atenção e justiça.
CAPÍTULO III
Art. 5º - As prescrições deste Regulamento aplicam-se aos militares da Marinha da ativa, da reserva remunera-
da e aos reformados.
TÍTULO II
CAPÍTULO I
Definição e Especificação
Art. 6º - Contravenção Disciplinar é toda ação ou omissão contrária às obrigações ou aos deveres militares
estatuídos nas leis, nos regulamentos, nas normas e nas disposições em vigor que fundamentam a Organização
Militar, desde que não incidindo no que é capitulado pelo Código Penal Militar como crime.
4. dirigir-se ao superior para tratar de assuntos de serviço ou de caráter particular em inobservância à via hie-
rárquica;
5. deixar o subalterno, quer uniformizado quer trajando à paisana, de cumprimentar o superior quando unifor-
mizado, ou em traje civil, desde que o conheça; ou deixar de prestar-lhe as homenagens e sinais de considera-
ção e respeito previstos nos regulamentos militares;
9. aconselhar ou concorrer para o não cumprimento de qualquer ordem de autoridade competente ou para o
retardamento da sua execução;
-3-
10. induzir ou concorrer intencionalmente para que outrem incida em contravenção;
12. retirar-se da presença do superior sem a sua devida licença ou ordem para fazê-lo;
13. deixar o Oficial presente a solenidade interna ou externa onde se encontrem superiores hierárquicos de
apresentar-se ao mais antigo e saudar os demais;
14. deixar, quando estiver sentado, de oferecer seu lugar ao superior, ressalvadas as exceções previstas no
Regulamento de Continências, Honras e Sinais de Respeito das Forças Armadas;
c) em termos desrespeitosos; e
16. deixar de se apresentar, finda a licença ou cumprimento de pena, aos seus superiores ou a quem deva
fazê-lo, de acordo com as normas de serviço da Organização Militar;
18. autorizar, promover, tomar parte ou assinar representação ou manifestação coletiva de qualquer caráter
contra superior;
25. protelar licença, sem motivo justificável, a subalterno para representar contra ato seu;
26. negar licença, sem motivo justificável, a subalterno para se dirigir a autoridade superior, afim de tratar dos
seus interesses;
27. deixar de punir o subalterno que cometer contravenção, ou de promover sua punição pela autoridade
competente;
28. deixar de cumprir ou de fazer cumprir, quando isso lhe competir, qualquer prescrição ou ordem regulamen-
tar;
29. ofender física ou moralmente qualquer pessoa, procurar desacreditá-la ou concorrer para isso, desde que
não incorra em crime;
30. desrespeitar medidas gerais de ordem policial, embaraçar sua execução ou concorrer para isso;
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31. desrespeitar ou desconsiderar autoridade civil;
32. desrespeitar, por palavras ou atos, a religião, as instituições ou os costumes de país estrangeiro em que se
achar;
33. faltar à verdade ou omitir informações que possam conduzir à sua apuração;
36. contrair dívidas ou assumir compromissos superiores às suas possibilidades, comprometendo o bom no-
me da classe;
44. dar, vender, empenhar ou trocar peças de uniformes fornecidas pela União;
47. ser negligente no desempenho da incumbência ou serviço que lhe for confiado;
48. extraviar ou concorrer para que se extraviem ou se estraguem quaisquer objetos da Fazenda Nacional ou
documentos oficiais, estejam ou não sob sua responsabilidade direta;
49. deixar de comparecer ou atender imediatamente à chamada para qualquer exercício, faina, manobra ou
formatura;
50. deixar de se apresentar, sem motivo justificado, nos prazos regulamentares, à Organização Militar para que
tenha sido transferido e, às autoridades competentes, nos casos de comissões ou serviços extraordinários para
que tenha sido nomeado ou designado;
51. deixar de participar em tempo à autoridade a que estiver diretamente subordinado a impossibilidade de
comparecer à Organização Militar ou a qualquer ato de serviço a que esteja obrigado a participar ou a que tenha
que assistir;
52. faltar ou chegar atrasado, sem justo motivo, a qualquer ato ou serviço de que deva participar ou a que deva
assistir;
53. ausentar-se sem a devida autorização da Organização Militar onde serve ou do local onde deva permane-
cer;
54. ausentar-se sem a devida autorização da sede da Organização Militar onde serve;
-5-
55. deixar de regressar à hora determinada à Organização Militar onde serve;
57. deixar de comunicar à Organização Militar onde serve mudança de endereço domiciliar;
60. transitar sem ter em seu poder documento atualizado comprobatório de identidade;
61. trajar à paisana em condições que não as permitidas pelas disposições em vigor;
64. conversar, sentar-se ou fumar, estando em serviço e quando não permitido pelas normas e disposições da
Organização Militar;
65. fumar em lugares onde seja proibido fazê-lo, em ocasião não permitida, ou em presença de superior que
não seja do seu círculo, exceto quando dele tenha obtido licença;
66. penetrar nos aposentos de superior, em paióis e outros lugares reservados, sem a devida permissão ou
ordem para fazê-lo;
67. entrar ou sair da Organização Militar por acesso que não o determinado;
69. introduzir clandestinamente matérias inflamáveis, explosivas, tóxicas ou outras em Organização Militar,
pondo em risco sua segurança, e desde que não seja tal atitude enquadrada como crime;
70. introduzir ou estar de posse em Organização Militar de publicações prejudiciais à moral e à disciplina;
72. portar arma sem autorização legal ou ordem escrita de autoridade competente;
73. dar toques, fazer sinais, içar ou arriar a bandeira nacional ou insígnias, disparar qualquer arma sem ordem;
74. conversar ou fazer ruído desnecessário por ocasião de faina, manobra, exercício ou reunião para qualquer
serviço;
75. deixar de comunicar em tempo hábil ao seu superior imediato ou a quem de direito o conhecimento que
tiver de qualquer fato que possa comprometer a disciplina ou a segurança da Organização Militar, ou afetar os
interesses da Segurança Nacional;
76. ser indiscreto em relação a assuntos de caráter oficial, cuja divulgação possa ser prejudicial à disciplina ou
à boa ordem do serviço;
77. discutir pela imprensa ou por qualquer outro meio de publicidade, sem autorização competente, assunto
militar, exceto de caráter técnico não sigiloso e que não se refira à Defesa ou à Segurança Nacional;
78. manifestar-se publicamente a respeito de assuntos políticos ou tomar parte fardado em manifestações de
caráter político-partidário;
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79. provocar ou tomar parte em Organização Militar em discussão a respeito de política ou religião;
80. faltar com o respeito devido, por ação ou omissão, a qualquer dos símbolos nacionais, desde que em situ-
ação não considerada como crime;
81. fazer uso indevido de viaturas, embarcações ou aeronaves pertencentes à Marinha, desde que o ato não
constitua crime.
83. concorrer para a discórdia ou desarmonia ou cultivar inimizades entre os militares ou seus familiares; e
Parágrafo único - São também consideradas contravenções disciplinares todas as omissões do dever militar
não especificadas no presente artigo, desde que não qualificadas como crimes nas leis penais militares, cometi-
das contra preceitos de subordinação e regras de serviço estabelecidos nos diversos regulamentos militares e
determinações das autoridades superiores competentes.
CAPÍTULO II
Art. 8º - As contravenções disciplinares são classificadas em graves e leves - conforme o dano - grave ou leve -
que causarem à disciplina ou ao serviço, em virtude da sua natureza intrínseca, ou das conseqüências que delas
advierem, ou puderem advir, pelas circunstâncias em que forem cometidas.
Art. 9º - No concurso de crime militar e de contravenção disciplinar, ambos de idêntica natureza, será aplicada
somente a penalidade relativa ao crime.
Parágrafo único - No caso de descaracterização de crime para contravenção disciplinar, esta deverá ser julga-
da pela autoridade a que o contraventor estiver subordinado.
b) reincidência;
d) premeditação;
e) tratamento em serviço ordinário com rigor não autorizado pelos regulamentos militares; e
f) provocação.
TÍTULO III
CAPÍTULO I
Da Classificação e Extensão
Art. 13 - As contravenções definidas e classificadas no Título anterior serão punidas com penas disciplinares.
1. repreensão;
1. repreensão;
1. repreensão
d) para Suboficiais:
1. repreensão;
e) para Sargentos:
1. repreensão;
1. repreensão;
Parágrafo único - Às Praças da reserva ou reformados aplicam-se as mesmas penas estabelecidas neste arti-
go, de acordo com a respectiva graduação.
Art. 15 - Não será considerada como pena a admoestação que o superior fizer ao subalterno, mostrando-lhe
irregularidade praticada no serviço ou chamando sua atenção para fato que possa trazer como conseqüência
uma contravenção.
Art. 16 - Não será considerado como pena o recolhimento em compartimento fechado, com ou sem sentinela,
bem como a aplicação de camisa de força, algemas ou outro meio de coerção física, de quem for atacado de
loucura ou excitação violenta.
Art. 17 - Por uma única contravenção não pode ser aplicada mais de uma punição.
Art. 18 - A punição disciplinar não exime o punido da responsabilidade civil que lhe couber.
CAPÍTULO II
b) aos seus comandados ou aos que servem sob sua direção ou ordem:
- o Secretário-Geral da Marinha;
- os Diretores-Gerais;
- os Chefes de Gabinete; e
§ 3º - A pena de licenciamento e exclusão do serviço ativo da Marinha será imposta pelo Ministro da Marinha
ou por autoridade que dele tenha recebido delegação de competência.
§ 4º - A pena de licenciamento do serviço ativo da Marinha "ex officio", a bem da disciplina, será aplicada às
Praças prestando serviço militar inicial pelo Comandante de Distrito Naval ou de Comando Naval onde ocorreu a
incorporação, de acordo com o Regulamento da Lei do Serviço Militar.
§ 5º - A pena de dispensa das funções de atividade será imposta privativamente pelo Ministro da Marinha.
§ 6º - Os Comandantes dos Distritos Navais ou de Comando Naval têm competência, ainda, para aplicar puni-
ção aos militares da reserva remunerada ou reformados que residem ou exercem atividades na área de jurisdição
do respectivo Comando, respeitada a precedência hierárquica.
Art. 20 - Quando duas autoridades, ambas com jurisdição disciplinar sobre o contraventor, tiverem conheci-
mento da falta, caberá o julgamento à autoridade mais antiga, ou à mais moderna, se o seu superior assim o
determinar.
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Parágrafo único - A autoridade mais moderna deverá manter o mais antigo informado a respeito da falta, dos
esclarecimentos que se fizerem necessários, bem como, quando julgar a falta, participar a pena imposta e os
motivos que orientaram sua disposição.
CAPÍTULO III
Do Cumprimento
Art. 21 - A repreensão consistirá na declaração formal de que o contraventor é assim punido por haver cometi-
do determinada contravenção, podendo ser aplicada em particular ou não.
§ 1º - Quando em particular, será aplicada diretamente pelo superior que a impuser; verbalmente, na presença
única do contraventor; por escrito, em ofício reservado a ele dirigido.
a) verbalmente:
4. às Praças de graduação inferior a Sargento - em formatura da guarnição, ou parte dela, a que pertencer o
contraventor.
b) por escrito, em documento do qual será dado conhecimento aos mesmos círculos acima indicados.
Art. 22 - A pena de impedimento obriga o contraventor a permanecer na organização Militar, sem prejuízo de
qualquer serviço que lhe competir.
Art. 23 - A pena de serviço extraordinário consistirá no desempenho pelo contraventor de qualquer serviço
interno, inclusive faina, em dias e horas em que não lhe competir esse serviço.
a) do Oficial, Suboficial ou Sargento na Organização Militar ou outro local determinado, sem prejuízo do servi-
ço interno que lhe couber;
b) da Praça, à sua coberta na Organização Militar ou outro local determinado, sem prejuízo dos serviços inter-
nos que lhe couberem, salvo os de responsabilidade e confiança.
a) do Oficial, Suboficial ou Sargento aos recintos que na Organização Militar forem destinados ao uso do seu
círculo;
§ 1º - Quando na Organização Militar não houver lugar ou recinto apropriado ao cumprimento da prisão rigoro-
sa com a necessária segurança ou em boas condições de higiene, o Comandante ou autoridade equivalente
solicitará que esse cumprimento seja feito em outra Organização Militar em que isto seja possível.
§ 2º - A critério da autoridade que as impôs, as penas de prisão simples e prisão rigorosa poderão ser cumpri-
das pelas Praças como determina o art. 22, computando-se dois (2) dias de impedimento para cada dia de prisão
simples e três (3) dias de impedimento para cada dia de prisão rigorosa.
- 11 -
§ 3º - Não será considerada agravação da pena deste artigo a reclusão do Oficial, Suboficial ou Sargento a
camarote, com ou sem sentinela, quando sua liberdade puder causar dano à ordem ou à disciplina.
CAPÍTULO IV
Art. 26 - Nenhuma pena será imposta sem ser ouvido o contraventor e serem devidamente apurados os fatos.
§ 1º - Normalmente, a pena deverá ser imposta dentro do prazo de 48 horas, contados do momento em que a
contravenção chegou ao conhecimento da autoridade que tiver que impô-la.
§ 3º - Durante o período de sindicância de que trata o parágrafo anterior, o contraventor poderá ficar impedido
de ausentar-se de Organização Militar ou de qualquer outro local que lhe seja determinado.
§ 4º - Os presos para averiguações podem ser mantidos incomunicáveis, não devendo comparecer a exercí-
cios ou fainas, nem fazer serviço algum. A cessação da incomunicabilidade depende da ultimação das averigua-
ções a serem processadas com a maior urgência. A incomunicabilidade não excederá três (3) dias.
§ 5º - Nenhum contraventor será interrogado em estado de embriaguez, devendo, nesse caso, ser recolhido a
prisão fechada, em benefício da manutenção da ordem ou da sua própria segurança.
§ 6º - O Oficial que lançou a contravenção disciplinar em Livro de Registro de Contravenções deverá dar co-
nhecimento dos seus termos à referida Praça, antes do julgamento da mesma.
Art. 27 - A autoridade julgará com imparcialidade e isenção de ânimo a gravidade da contravenção, sem con-
descendência ou rigor excessivo, levando em conta as circunstâncias justificativas ou atenuantes, em face das
disposições deste Regulamento e tendo sempre em vista os acontecimentos e a situação pessoal do contraven-
tor.
Art. 28 - Toda pena disciplinar, exceto repreensão verbal, será imposta na forma abaixo:
a) para Oficiais e Suboficiais: mediante Ordem-de-Serviço que contenha resumo do histórico da falta, seu en-
quadramento neste Regulamento, as circunstâncias atenuantes ou agravantes e a pena imposta; e
b) para Sargentos e demais Praças: mediante lançamento nos respectivos Livros de Registro de Contraven-
ções, onde constará o histórico da falta, seu enquadramento neste Regulamento, as circunstâncias atenuantes
ou agravantes e a pena imposta.
Art. 29 - Quando o contraventor houver cometido contravenções simultâneas mas não correlatas, ser-lhe-ão
impostas penas separadamente.
Parágrafo único - Se essas penas consistirem em prisão rigorosa e seu total exceder o máximo fixado no art.
14, serão cumpridas em parcelas não maiores do que esse prazo, com intervalos de cinco dias.
Art. 30 - A pena de licenciamento "ex-officio" do Serviço Ativo da Marinha, a bem da disciplina, será imposta às
Praças com estabilidade assegurada, como disposto no Estatuto dos Militares o nos Regulamentos do Corpo de
Praças da Armada e do Corpo de Praças do Corpo de Fuzileiros Navais.
§ 2º - Por incapacidade moral, será imposta quando houver cometido ato ou julgado aviltante ou infamante por
um Conselho de Disciplina.
Art. 32 - A pena de exclusão do Serviço Ativo da Marinha a bem da disciplina será aplicada "ex-officio" às Pra-
ças com estabilidade assegurada, como disposto no Estatuto dos Militares.
Art. 33 - O licenciamento "ex-officio" e a exclusão do Serviço Ativo da Marinha a bem da disciplina inabilita o
militar para exercer cargo, função ou emprego na Marinha.
Parágrafo único - A sua situação posterior relativa à Reserva será determinada pela Lei do Serviço Militar e pelo
Estatuto dos Militares.
CAPÍTULO V
Art. 34 - O tempo que durar o impedimento de que trata o art. 26, § 3º, será levado em conta:
Art. 35 - O tempo passado em Hospitais (doentes hospitalizados) não será computado para cumprimento de
pena disciplinar.
CAPÍTULO VI
Do Registro e da Transcrição
Art. 36 - Para o registro das contravenções cometidas e penas impostas, haverá nas Organizações Militares
dois livros numerados e rubricados pelo Comandante ou por quem dele haja recebido delegação, sendo um para
os Sargentos e outro para as demais Praças.
Art. 37 - Todas as penas impostas, exceto repreensões em particular, serão transcritas nos assentamentos do
contraventor, logo após o seu cumprimento ou a solução de recursos interpostos.
§ 1º - Para Sargentos e demais Praças, esta transcrição será feita na Caderneta Registro, independente de
ordem superior.
§ 2º - Para Oficiais e Suboficiais, cópia da Ordem de Serviço que publicou a punição será remetida à DPMM ou
ao CGCFN, conforme o caso, a fim de ser anexada aos documentos de informação referentes ao Oficial ou Subo-
ficial punido.
CAPÍTULO VII
Art. 38 - O disposto no art. 19 não inibe a autoridade superior na Cadeia de Comando de tomar conhecimento
"ex-officio" de qualquer contavenção e julgá-Ia de acordo com as normas deste Regulamento, ou reformar o jul-
gamento de autoridade inferior, anulando, atenuando ou agravando a pena imposta.
- 13 -
§ 1º - Esta revisão de julgamento poderá ocorrer até cento e vinte dias após a data da sua imposição. Fora
desse prazo, a revisão de julgamento somente poderá ser feita privativamente pelo Ministro da Marinha.
§ 2º - Quando já tiver havido transcrição da pena nos assentamentos, será dado conhecimento à DPMM ou ao
CGCFN, conforme o caso, para efeito de cancelamento ou alteração.
Art. 39 - A competência para relevar o cumprimento da pena é atribuição das mesmas autoridades citadas nas
alíneas a) e b) do art. .19, cada um quanto às punições que houver imposto, ou quanto às aplicadas pelos seus
subordinados.
a) por motivo de serviços relevantes prestados à Nação pelo contraventor, privativamente pelo Presidente da
República e pelo Ministro da Marinha; e
b) por motivo de gala nacional ou passagem de Chefia, Comando ou Diretoria, quando os contraventores já
houverem cumprido pelo menos metade da pena.
TÍTULO IV
CAPÍTULO I
Art. 40 - Todo superior que tiver conhecimento, direto ou indireto, de contravenção cometida por qualquer su-
balterno, deverá dar parte escrita do fato à autoridade sob cujas ordens estiver, a fim de que esta puna ou remeta
a parte à autoridade sob cujas ordens estiver o contraventor, para o mesmo fim.
Parágrafo único - Servindo superior e subalterno na mesma Organização Militar e sendo o subalterno Praça de
graduação inferior a Suboficial, será efetuado o lançamento da parte no Livro de Registro de Contravenções Dis-
ciplinares.
Art. 41 - O superior deverá também dar voz de prisão imediata ao contraventor e fazê-lo recolher-se à sua Or-
ganização Militar quando a contravenção ou suas circunstâncias assim o exigirem, a bem da ordem pública, da
disciplina ou da regularidade do serviço.
Parágrafo único - Essa voz de prisão será dada em nome da autoridade a que o contraventor estiver direta-
mente subordinado, ou, quando esta for menos graduada ou antiga do que quem dá a voz, em nome da que se
lhe seguir em escala ascendente. Caso o contraventor se recuse a declarar a Organização Militar em que serve, a
voz de prisão será dada em nome do Comandante do Distrito Naval ou do Comando Naval em cuja jurisdição
ocorrer a prisão.
Art. 42 - O superior que houver agido de acordo com os artigos 40 e 41 terá cumprido seu dever e resguardada
sua responsabilidade. A solução que for dada à sua parte pela autoridade superior é de inteira e exclusiva res-
ponsabilidade desta, devendo ser adotada dentro dos prazos previstos neste Regulamento e comunicada ao
autor da parte.
Parágrafo único - A quem deu parte assiste o direito de pedir à respectiva autoridade, dentro de oito dias úteis,
pelos meios legais, a reconsideração da solução, se julgar que esta deprime sua pessoa ou a dignidade de seu
posto, não podendo o pedido ficar sem despacho. Para tanto, a autoridade que aplicar a pena disciplinar deverá
comunicar ao autor da parte a punição efetivamente imposta e o enquadramento neste Regulamento, com as
circunstâncias atenuantes ou agravantes que envolveram o ato do contraventor.
Art. 43º - O subalterno preso nas condições do art. 41 só poderá ser solto por determinação da autoridade a
cuja ordem foi feita a prisão, ou de autoridade superior a ela.
Art. 44 - Esta prisão, de caráter preventivo, será cumprida como determina o art. 24.
- 14 -
CAPÍTULO II
Dos Recursos
Art. 45 - Àquele a quem for imposta pena disciplinar será facultado solicitar reconsideração da punição à auto-
ridade que a aplicou, devendo esta apreciar e decidir sobre a mesma dentro de oito dias úteis, contados do re-
cebimento do pedido.
Art. 46 - Àquele a quem for imposta pena disciplinar poderá, verbalmente ou por escrito, por via hierárquica e
em termos respeitosos, recorrer à autoridade superior à que a impôs, pedindo sua anulação ou modificação, com
prévia licença da mesma autoridade.
§ 1º - O recurso deve ser interposto após o cumprimento da pena e dentro do prazo de oito dias úteis.
§ 3º - Contra decisão do Ministro da Marinha, o único recurso admissível é o pedido de reconsideração a essa
mesma autoridade.
§ 4º - Quando a punição disciplinar tiver sido imposta pelo Ministro da Marinha, caberá interposição de recurso
ao Presidente da República, nos termos definidos no presente artigo.
Art. 47 - O recurso deve ser remetido à autoridade a quem dirigido, dentro do prazo de oito dias úteis, devida-
mente informado pela autoridade que tiver imposto a pena.
Art. 48 - A autoridade a quem for dirigido o recurso deve conhecer do mesmo sem demora, procedendo ou
mandando proceder às averiguações necessárias para resolver a questão com justiça.
Parágrafo único - No caso de delegação, para proceder a estas averiguações será nomeado um Oficial de
posto superior ao do recorrente.
Art. 49 - Se o recurso for julgado inteiramente procedente, a punição será anulada e cancelado tudo quanto a
ela se referir; se apenas em parte, será modificada a pena.
Parágrafo único - Se o recurso fizer referência somente aos termos em que foi aplicada a punição e parecer à
autoridade que os mesmos devem ser modificados, ordenará que isso se faça, indicando a nova forma a ser u-
sada.
TÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 50 - Aos Guardas-Marinha, Aspirantes, Alunos do Colégio Naval e Aprendizes-Marinheiros serão aplicados,
quando na Escola Naval, Colégio Naval ou nas Escolas de Aprendizes, as penas estabelecidas nos respectivos
regulamentos, e mais as escolares previstas para faltas de aproveitamento; quando embarcados, as que este
Regulamento determina para Oficiais e Praças, conforme o caso.
Art. 51 - O militar sob prisão rigorosa fica inibido de ordenar serviços aos seus subalternos ou subordinados,
mas não perde o direito de precedência às honras e prerrogativas inerentes ao seu posto ou graduação.
Art. 52 - Os Comandantes de Organizações Militares farão com que seus respectivos médicos ou requisitados
para tal visitem com freqüência os locais destinados a prisão fechada, a fim de proporem, por escrito, medidas
que resguardem a saúde dos presos e higiene dos mesmos locais.
Art. 53 - Os artigos deste Regulamento que definem as contravenções e estabelecem as penas disciplinares
devem ser periodicamente lidos e explicados à guarnição.
- 15 -
Art. 54 - A Jurisdição disciplinar, quando erroneamente aplicada, não impede nem restringe a ação judicial
militar.
Ministro da Marinha
Introdução à História
Marítima Brasileira
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Diretoria de Ensino da Marinha
Serviço de Documentação da Marinha
Introdução à História
Marítima Brasileira
2006
3
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I61 Introdução à história marítima brasileira. — Rio de Janeiro: Serviço
de Documentação da Marinha, 2006.
181p. : il.
Bibliografia: p.180.
ISBN 85-7047-076-2
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COMANDANTE DA MARINHA
Almirante-de-Esquadra Roberto de Guimarães Carvalho
SECRETÁRIO-GERAL DA MARINHA
Almirante-de-Esquadra Kleber Luciano de Assis
Colaboradores
Vice-Almirante (EN-RM1) Armando de Senna Bittencourt
Capitão-de-Mar-e-Guerra Francisco Eduardo Alves de Almeida
Capitão-de-Fragata (T) Mônica Hartz Oliveira Moitrel
Capitão-Tenente (T) Carlos André Lopes da Silva
Primeiro-Tenente (T) Ricardo dos Santos Guimarães
Professor Paulo Fernando Dias Vianna
Revisão Pedagógica
Capitão-Tenente (T) Andréa Paula Fernandes Delduque
Revisão Bibliográfica
Capitão-de-Fragata (T) Valéria Regina de Almeida Morandi
Revisão Ortográfica
Denise Coutinho Koracakis
Jacir Roberto Guimarães
Manuel Carlos Corgo Ferreira
Revisão Técnica
André Figueiredo Rodrigues
Iconografia
Márcia Prestes Taft
1oSG (MT) Marcelo Guimarães Cruz
Acompanhamento Gráfico
Capitão-Tenente (T) Ana Cristina Requeijo
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
S U M Á R I O ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
APRESENTAÇÃO 9
INTRODUÇÃO 11
CAPÍTULO I
A História da Navegação
– Sinopse 16
– Os navios de madeira: construindo embarcações e navios 18
– O desenvolvimento dos navios portugueses 19
– O desenvolvimento da navegação oceânica: os instrumenos e as cartas de marear 20
– A vida a bordo dos navios veleiros 22
CAPÍTULO II
A Expansão Marítima Européia e o Descobrimento do Brasil
– Sinopse 24
– Fundamentos da organização do Estado português e a expansão ultramarina 26
– O reconhecimento da costa brasileira 38
– As expedições guarda-costas 39
– A expedição colonizadora de Martim Afonso de Sousa 40
CAPÍTULO III
Invasões Estrangeiras ao Brasil
– Sinopse 44
– Invasões francesas no Rio de Janeiro e no Maranhão 47
– Invasores na foz do Amazonas 50
– Invasões holandesas na Bahia e em Pernambuco 50
– Corsários franceses no Rio de Janeiro no século XVIII 58
– Guerras, tratados e limites no Sul do Brasil 58
CAPÍTULO IV
Formação da Marinha Imperial Brasileira
– Sinopse 66
– A vinda da Família Real 68
– Política externa de D. João e a atuação da Marinha: a co quista de Caiena e a
ocupação da Banda Oriental 68
– Guerra de Independência 73
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CAPÍTULO V
A Atuação da Marinha nos Conflitos da Regência
e do Início do Segundo Reinado
– Sinopse 82
– Conflitos internos 86
– Conflitos externos 89
CAPÍTULO VI
A Atuação da Marinha na Guerra da Tríplice Aliança
contra o Governo do Paraguai
– Sinopse 104
– O bloqueio do Rio Paraná e a Batalha Naval do Riachuelo 108
– Navios encouraçados e a invasão do Paraguai 113
– Curuzu e Curupaiti 115
– Caxias e Inhaúma 116
– Passagem de Curupaiti 116
– Passagem de Humaitá 117
– O recuo das forças paraguaias 118
– O avanço aliado e a Dezembrada 118
– A ocupação de Assunção e a fase final da guerra 119
CAPÍTULO VII
A Marinha na República
– Sinopse 124
– Primeira Guerra Mundial 128
– Segunda Guerra Mundial 141
CAPÍTULO VIII
O Emprego Permanente do Poder Naval
– O Poder Naval na guerra e na paz 162
GLOSSÁRIO 173
BIBLIOGRAFIA 180
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Apresentação
Este livro foi produzido em resposta à necessidade de uma introdução à História Marítima
brasileira para os alunos das escolas de aprendizes-marinheiros da Marinha do Brasil.
Demonstra-se aqui o quanto o Brasil dependeu do mar. Uma simples análise disto permite
concluir o quanto seu futuro também dependerá da defesa de seus interesses referentes aos
recursos marinhos. O desenvolvimento da consciência marítima no País é, portanto, de enorme
importância e espera-se que a edição deste livro contribua para tal. Ele resultou do trabalho de
uma equipe constituída por pessoas do Departamento de História do Serviço de Documentação
da Marinha (SDM), com formação universitária em História, e pelos diretores deste Serviço e da
Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural da Marinha (DPHCM).
Das decisões tomadas na elaboração do livro, destaca-se a de não abordar os assuntos de
maneira superficial, porque a História se torna interessante e atraente quando se aprofunda a
descrição dos fatos e suas análises. Disponibilizar para o leitor um texto mais detalhado do que se
poderia esperar, em face do tempo previsto para a duração das aulas desta matéria e além do que
poderia ser exigido nos testes, foi, portanto, proposital. Tornou-se, porém, conseqüentemente
necessário preceder cada capítulo por uma sinopse, com a finalidade didática de ressaltar o que é
importante e facilitar a leitura e o estudo. Essas sinopses contêm tudo que deve ser exigido do
aluno principiante. O texto desenvolvido no capítulo lhe permite aprofundar seu conhecimento,
aprimorar sua cultura e desenvolver sua consciência marítima, o gosto pela História e pela leitura.
Talvez, futuramente, também ele possa empregar este livro como seu primeiro livro de referência.
Esta configuração, com as sinopses no início do texto dos capítulos e não um resumo ao final
de cada um deles, pode parecer inusitada para um livro didático, mas é usual em jornalismo. As
pessoas estão habituadas a ela nos meios de comunicação e a equipe a considerou adequada.
É desejável que, ao se educar, o aluno estude História e aprenda. É esse conhecimento que
permitirá a ele se situar, durante sua vida, com racionalidade no instante presente, consciente da
existência de um passado, que criou aquele momento, e de um futuro, que depende dos erros e
acertos de decisões a serem tomadas. A História não se repete, mas é insensatez não levar em
conta as experiências do passado, registradas por ela, diante de situações semelhantes, ao se
decidir racionalmente como agir.
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INTRODUÇÃO
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
O mar sempre teve uma importância fundamental na
história do Brasil. Do mar, de Portugal, veio Pedro Álvares
Cabral, em 1500, para encontrar o nosso País. Do mar, vieram
as invasões francesas, holandesas e as incursões inglesas nos
séculos XVI e XVII. O mar também foi o principal meio em
que se transportaram colonos e funcionários administrativos
portugueses para o Brasil durante o período colonial. 1
De 7 de abril de 1831, quando D. Pedro I abdi-
Durante a Guerra da Independência do Brasil, a então cou do trono, até 23 de junho de 1840, quando a
Assembléia votou a maioridade de D. Pedro II, acla-
recém-criada Esquadra brasileira teve papel primordial nas mando-o Imperador do Brasil.
mãos do Primeiro Almirante Lorde Thomas Cochrane,
bloqueando os portos conflagrados e combatendo os
lusitanos. As tropas de Dom Pedro I, que lutaram contra as
juntas governativas da Bahia, Maranhão, Pará e Banda Oriental
– aliadas das Cortes (parlamento) portuguesas – foram
transportadas pelo mar.
No período regencial1, o mar novamente foi o caminho
natural para o transporte de tropas para as províncias
insurgentes que ameaçavam se separar do Império. Naquela
ocasião, as estradas que ligavam as principais cidades do Brasil
eram muito rudimentares, daí a enorme importância
estratégica que o mar adquiriu mais uma vez.
Com a Proclamação da República e o aumento da
tecnologia náutica, a importância do mar ficou ainda mais
evidente. Do mar aumentaram as nossas importações e
escoaram os nossos produtos para o exterior. Também do
mar vieram nossos inimigos: os submarinos alemães que
atacaram os navios mercantes que transportavam nossas
mercadorias, tanto na Primeira como na Segunda Guerra
Mundiais. Naquela oportunidade houve a necessidade
premente de se proteger as comunicações marítimas.
Aparece aqui o primeiro conceito importante. Procure
escrever em um papel à parte essa nova definição. Entende-
se por comunicações marítimas os caminhos existentes no
mar para o comércio exterior ou interno, isto é, as rotas por
onde trafegam os navios, desde seus portos de origem até os
de destino. Elas não são vias físicas, somente se materializando
quando existirem navios, tanto de transporte ou de guerra,
navegando com suas cargas.
Cada nação atribui determinada importância às
11
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comunicações marítimas segundo o seu grau de
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
dependência. Sua importância econômica e militar
determinará o esforço a ser realizado para a manutenção
dessas rotas abertas e livres de ataque do inimigo. Para o País
a proteção dessas comunicações tem sido fundamental.
Hoje em dia o mar assume uma importância cada vez
maior para o Brasil. Nosso comércio é transportado quase
que exclusivamente por ele. Do mar extraímos o petróleo,
tão importante para o desenvolvimento do País, e os peixes,
que servem de alimento aos brasileiros e proporcionam
melhores condições de vida aos nossos pescadores.
Enfim, o mar é fundamental para a sobrevivência do País.
Devemos cada vez mais desenvolver o nosso Poder Marítimo
para nos projetarmos no cenário internacional. Surge o
segundo conceito de nossa discussão: o que vem a ser o Poder
Marítimo de uma nação? Anote aí mais uma vez.
Poder Marítimo é a capacidade que resulta da
integração dos recursos que dispõe o Brasil para a utilização
do mar e também das águas interiores, quer como instrumento
de ação política e militar, quer como fator de desenvolvimento
econômico e social, visando a conquistar e a manter os
objetivos nacionais.
Esse conceito pode parecer teórico demais, mas não é.
Vejamos agora quais os elementos constitutivos desse Poder
Marítimo.
Esses elementos, que constituem o nosso Poder
Marítimo, são componentes das expressões do poder da
Nação, relacionados com a capacidade de utilização do mar e
hidrovias interiores. Há situações em que um certo recurso
ou organização é componente do Poder Marítimo quando
vinculado ao uso do mar e deixa de sê-lo fora dessa situação.
Assim, tudo ou quase tudo que se relaciona com o mar faz
parte do Poder Marítimo.
Quais os elementos que constituem o nosso Poder
Marítimo?
– A Marinha Mercante, com suas facilidades, serviços
e organizações relacionadas com os transportes marítimo
e fluvial. Dessa maneira, o navio mercante, a companhia
de navegação e os representantes marítimos fazem parte
desse Poder.
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– A infra-estrutura hidroviária, incluindo-se os portos,
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
os terminais, os meios e as instalações de apoio e controle.
Assim, todos os portos brasileiros fazem parte desse Poder.
– A indústria naval com seus estaleiros de construção e
reparos e setor de navipeças.
– A indústria bélica de interesse do aprestamento
naval.
– A indústria de pesca com suas embarcações, terminais
e indústrias de processamento de pescado.
– As organizações e os meios de pesquisa e desen- 2
Parte da arte da guerra que trata do planejamento
volvimento tecnológico de interesse para o uso do mar e águas e da realização de: a) projeto e desenvolvimento,
obtenção, armazenamento, transporte, distribuição,
interiores e de seus recursos, aí se incluindo as universidades reparação, manutenção e evacuação de material
(para fins operativos ou administrativos); b) recru-
e os centros de pesquisa voltados para o mar. tamento, incorporação, instrução e adestramento,
– As organizações e os meios de exploração (sondagem, designação, transporte, bem-estar, evacuação,
hospitalização e desligamento de pessoal; c) aquisi-
pesquisa, estudo) e explotação (retirada de recursos para fins ção ou construção, reparação, manutenção e ope-
ração de instalações e acessórios destinados a aju-
de utilização) dos recursos do mar, seu leito e subsolo, inclusive dar o desempenho de qualquer função militar;
d) contrato ou prestação de serviços.
as que operam embarcações de apoio offshore (movimento
terra para o mar).
– O pessoal que desempenha atividades relacionadas
com o mar e hidrovias interiores e os estabelecimentos
destinados à formação e ao treinamento.
– O Poder Naval.
O que seria esse elemento? Anote mais um conceito no
seu caderno de estudos.
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características de mobilidade, permanência, versatilidade e
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
flexibilidade.
Vejamos o que significa cada uma dessas características.
A mobilidade representa a capacidade de deslocar-se
prontamente e a grandes distâncias, mantendo elevado nível
de prontidão em condições de emprego. Assim, quando uma
força naval se desloca rapidamente para uma área conflagrada
a característica por ela utilizada é a mobilidade.
A permanência indica a possibilidade de operar
continuamente por longos períodos em áreas distantes e de
grandes dimensões com independência.
A versatilidade permite regular o poder de destruição e
alterar a postura militar, mantendo a aptidão para executar
uma grande gama de tarefas. Um exemplo dessa característica
é a utilização de uma força naval como instrumento de
combate, ao mesmo tempo em que ela pode transformar-se
em instrumento da paz por meio de apoio a populações
atingidas por sinistros naturais, como furacões e tsunamis.
A última característica importante para um Poder Naval
com credibilidade é a flexibilidade, que pode ser sintetizada
pela capacidade de organizar grupamentos operativos de
diferentes valores, em função da missão recebida. Por
exemplo, um grupo de navios varredores pode limpar as minas
de um campo marítimo, assim como pode, devido ao seu
armamento, realizar uma patrulha no mar territorial
reprimindo a pesca ilegal.
Agora você já sabe o que é Poder Naval.
Com esses conceitos bem estabelecidos, a partir desse
momento você irá passear pela História Marítima Brasileira.
Inicialmente vamos investigar a História da Navegação,
abordando a evolução dos navios, dos instrumentos náuticos
e das chamadas cartas de marear.
Nos capítulos dois e três, discutiremos a expansão
marítima européia e o descobrimento do Brasil, abordando a
conjuntura político-social ibérica durante o chamado período
colonial brasileiro. Nesses capítulos serão descritos o
reconhecimento da costa brasileira pelos primeiros
navegadores que aqui chegaram, o envio de expedições
guarda-costas ao litoral da terra descoberta e a atuação de
invasores que atacaram em nossas costas. A reação a essas
incursões dependeu do emprego do Poder Naval português,
em alguns casos com apoio espanhol.
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No capítulo quatro, iremos analisar a formação da
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Marinha Imperial e sua importância para o Brasil. Nesse
ponto discutiremos a transmigração da Família Real
portuguesa para o Brasil, devido à invasão dos exércitos
de Napoleão Bonaparte na Península Ibérica, com a
conseqüente abertura dos portos e a discussão das
questões de fronteira nas áreas das Guianas e da Banda
Oriental. Em seguida, será apresentada a Guerra da
Independência, sob o ponto de vista naval e suas repercussões
para a história do País.
O capítulo cinco discutirá a atuação da Marinha nos
conflitos internos e externos, abordando a Guerra
Cisplatina, as revoltas regenciais e a guerra contra Oribe e
Rosas. No capítulo seguinte, será apresentada a Guerra da
Tríplice Aliança contra o Governo do Paraguai, conflito
importante na história da Marinha do Brasil. Nessa parte
serão discutidas questões logísticas e estratégicas da guerra
e suas conseqüências para o Poder Naval brasileiro.
No capítulo sete, serão analisados o panorama político
que levou à República e a situação da Marinha durante
aquele episódio e, em seguida, discutidas questões relativas
à Marinha no final do século XIX e meados do XX –
incluindo nessa parte a atuação na Primeira Guerra Mundial,
a Marinha entre guerras e, por fim, a participação na
Segunda Guerra Mundial.
No capítulo oito, serão apresentadas considerações
sobre o emprego permanente do Poder Naval a partir da
Segunda Guerra Mundial e as principais tendências seguidas
pela Marinha até o final do século XX. Por fim, serão discutidas
as possibilidades de atuação do Poder Naval e os desafios
que se apresentam para o desenvolvimento de nosso Poder
Marítimo .
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Sinopse
Os rios, lagos, mares e oceanos eram obstáculos que os seres
1
A canoa construída de diversas tábuas é um bom humanos do passado muitas vezes precisavam ultrapassar. Primeiro,
exemplo. Ela não depende do tamanho de um úni-
co tronco, pode ser construída com a borda mais
eles se agarravam a qualquer coisa que flutuasse. Depois, sentiram
alta para enfrentar as ondas e até pode ser reforça- a necessidade de transformar materiais, para que estes, flutuando,
da internamente com elementos estruturais para
ser mais resistente.
pudessem sustentar melhor sobre a água. Assim, ao longo do
tempo, em cada lugar surgiu uma solução, que dependeu do
material disponível: a canoa feita de um só tronco cavado; a
canoa feita da casca de uma
Canoa feita de um só tronco
única árvore; a jangada de Modelo de embarcação da Coleção Alves Câmara
vários troncos amarrados; o Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
bote de feixes de juncos ou de
papiro (plantas que nascem
Aquarela de Robson Carvajall junto a rios e lagos); o bote de
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
couro de animais; e outros.
Todas essas soluções simples, no entanto, não permitiam
transportar muita coisa, ou eram difíceis de manejar, ou mesmo
perigosas em águas agitadas. Era necessário desenvolver
embarcações construídas de diversas partes, para que elas fossem
maiores e melhores.1
Durante o século XV, os portugueses decidiram que
Bote de couro de animais deveriam prosperar negociando diretamente com o Oriente
Aquarela de Robson Carvajall
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
através do mar. Até então, as mercadorias do Oriente, inclusive as
especiarias (pimenta, cravo,
canela e gengibre, que eram
necessárias para conservar os
alimentos), eram trazidas por
caravanas de camelos guiados
pelos árabes até portos do Mar
Mediterrâneo, onde eram com-
pradas pelos italianos, que
revendiam na Europa. Para
alcançar um bom êxito, nesse
Aquarela de pele de animal ambicioso projeto de interesse
nacional de Portugal, foi ne-
cessário explorar a costa da
África no Oceano Atlântico e
encontrar a passagem, ao sul do
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continente africano, para o Oceano Índico; chegar à Índia e lá
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
negociar diretamente as mercadorias; trazê-las para Portugal em
navios capazes de transportar quantidades relativamente grandes
de carga; e defender esse comércio. Isso exigiu desenvolvimentos
científicos e tecnológicos para os navios e para a navegação.
Os portugueses desenvolveram e utilizaram caravelas para
explorações; naus como navios mercantes para o comércio; e
galeões como navios de guerra. Mas isso só não bastava para chegar
com sucesso ao porto de destino.
A navegação, quando se mantém terra à vista, é feita
observando pontos geográficos de terra para saber a posição do
navio em relação à costa. Quando não se avista mais a terra, o mar
e o céu se encontram no horizonte a toda volta, é necessário saber
em que direção o navio segue e a posição em que se está em
relação à superfície do globo terrestre.
Foi necessário, portanto, desenvolver instrumentos capazes
de indicar a direção (bússola) do navio, a latitude (astrolábio) e a
longitude (cronômetro).
Veremos neste capítulo o desenvolvimento dos navios na
época das Grandes Navegações e os instrumentos utilizados para
as singraduras realizadas.
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Os navios de madeira: construindo
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
embarcações e navios
O primeiro método de construção de embarcações, utilizado
desde a canoa de tábuas, é chamado de “costado rígido”. Construía-
se primeiro o costado da embarcação, juntando as tábuas pelas
bordas e, depois, acrescentavam-se, os reforços estruturais
internos e externos. O costado podia ser liso ou trincado, conforme
se juntavam as tábuas, topo a topo ou sobrepondo suas bordas. O
2
A tecnologia da utilização da madeira é complica- resultado deste método é um casco resistente, com ênfase
da. É preciso conhecer que qualidade de madeira estrutural no costado, bom para resistir a colisões e para encalhar,
usar, obedecer à época e à hora certa para cortar
as árvores; armazenar as toras corretamente, se- se necessário, nas praias. Ainda hoje se constroem pequenas
cas ou submersas, e trabalhá-las conforme suas ca- embarcações assim e, na Antigüidade, era como se construíam
racterísticas físicas. O construtor naval passeava
pelas florestas escolhendo as árvores que tinham as galés.
as curvas adequadas para fazer os elementos es- As galés eram
truturais e eram necessárias centenas delas para
construir embarcações movidas
um navio. principalmente por
Além disto,
c a d a p a r- remos, algumas com
t e da em- muitos remadores,
barcação
precisava de
embora pudessem
uma espécie também ter velas.
vegetal dife-
rente e es-
Foram muito utilizadas
tas espécies Adequação da madeira
Fonte: O Arsenal de Marinha do Rio
por povos navegadores
não eram as de Janeiro na História (1783-1822)
mesmas em de Juvenal Greenhalg
do passado, como os
cada região. cretenses, os gregos, os Modelo de galé trirreme grega
A que servia para mastros não podia ser utilizada
em costado, a que era boa para a parte submersa
romanos, os bizantinos Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
do casco nem sempre servia para conveses, por e os nórdicos.
exemplo.
As galés, que eram construídas pelo método de
Chama-se de navio uma embarcação grande. Há mais de
“costado rígido”, tinham as formas do casco muito dois mil anos, já se construíam navios. Empregava-se a madeira,
semelhantes. Isto resultava do método emprega-
do, de construir o costado primeiro, que até nem pois ela foi o primeiro material que se mostrou mais adequado
precisava de um projeto. O problema do método
de “costado rígido” é que ele não permite cons-
para a construção naval.2 Somente após o desenvolvimento industrial
truir um navio exatamente com a forma do casco alcançado no século XIX, há cerca de 150 anos, é que o ferro e,
desejada por um projetista, para que ele possa ter
maior capacidade de carga e suportar melhor a na- depois, o aço, passaram a ser matérias-primas importantes para a
vegação no oceano. construção naval.
3
Foi preciso desenvolver um método que permi- Chegou-se ao método de “esqueleto rígido”3 após uma longa
tisse controlar a forma do casco durante a cons- evolução que durou mais
trução, para que ele pudesse enfrentar melhor as
grandes ondas do oceano. Isso se resolveu cons-
de mil anos, passando por
truindo primeiro a estrutura. A quilha e as caver- métodos chamados de hí-
nas do navio são montadas em primeiro lugar, for-
mando o que parece ser o “esqueleto” do navio.
bridos, em que algumas
Depois é que se montam as tábuas do costado, fi- cavernas eram montadas
xando-as aos elementos estruturais. Este método
é chamado de “esqueleto rígido”.
antes do costado, para
possibilitar algum controle
Nau São Sebastião em construção no Arsenal
da forma final do casco.
de Marinha da Corte em 1764 Embora o método de
Desenho de Armando Pacheco
Fonte: O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro esqueleto rígido tivesse se
na História (1783-1822) de Juvenal Greenhalg desenvolvido no litoral do
18
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Mar Mediterrâneo (fora de Portugal), ele foi empregado pelos
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
portugueses para construir os navios que iniciaram, no século
XV, a aventura das Grandes Navegações, que não somente levou
ao Descobrimento do Brasil, mas também transformou o
mundo. Os oceanos, que antes eram obstáculos entre os povos
da Terra, tornaram-se vias de comunicação entre eles.
4
Península Ibérica representa hoje Portugal e
Espanha.
Desenho da quilha e Figuras do casco, cobertas Modelo de galeão de
de outras partes de uma e lemes de uma caravela 300 toneladas Modelo de
caravela de 12 rumos de 12 rumos Caravela de
três mastros.
Fonte: Livro das Traças de Carpintaria de Manuel Fernandez Acervo do
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha Serviço de
Documentação
da Marinha
O desenvolvimento dos 5
A vela latina é a que tem a verga longitudinal à
19
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
O desenvolvimento da navegação
oceânica: os instrumentos e
as cartas de marear
Para que Portugal pudesse realizar a expansão marítima
efetiva nos séculos XV e XVI foi preciso que se aperfeiçoasse a
navegação, de modo a que se tornasse transoceânica e não apenas
costeira, como se praticava.
Quando começaram as Grandes Navegações, já eram
conhecidos a bússola, inventada pelos chineses, também chamada
de agulha de marear ou agulha magnética, e, dentre os instrumentos
de observação, o astrolábio.
A bússola é composta por uma agulha
imantada que se alinha em função do campo
magnético natural da terra, podendo-se
saber a direção em que está o pólo norte
magnético, propiciando ao navio traçar seu
rumo, sua direção.
Para saber exatamente a posição em
que se está em relação ao globo
terrestre, é necessário calcular a latitude
e a longitude do local. O cálculo prático
da longitude, a bordo de navios, depende
de se conhecer, com precisão, a hora.
Porém, a inexistência de relógios
(cronômetros) que não fossem afetados pelos
movimentos do navio causados pelas ondas fez
com que a hora não pudesse ser calculada no mar
até o século XVIII, quando foram desenvolvidos
Bússola ou agulha de marear cronômetros adequados para serem utilizados a bordo dos
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
navios. A latitude não era difícil de se calcular e era através dela
20
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e da estimativa de quanto o navio havia se deslocado, que
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
os navegadores da época das Grandes Navegações sabiam
aproximadamente onde estavam. Evidentemente, erros de
navegação ocorreram com conseqüências desastrosas.
No Hemisfério Norte, a estrela Polar, que ocupa uma posição
muito próxima do pólo norte celeste, permite nos crepúsculos –
ao nascente e ao poente, quando se avista ao mesmo tempo o
horizonte e as estrelas de maior brilho no céu – um cálculo mais
seguro da latitude. Basta medir sua altura em relação ao horizonte.
Navegar mantendo a mesma altura significa manter a mesma
latitude. Deslocando-se para o Sul ou para o Norte, essa altura 8
Gerardus Mercator, um importante fabricante de
varia. Era assim, e com a ajuda de umas pedras translúcidas que mapas e cartas náuticas, nasceu em 1512, onde hoje
é território belga, e faleceu em 1594.
polarizavam a luz nos dias nublados, que os nórdicos navegavam
sem agulha de marear. Viajando para o Oeste, alcançaram a
Islândia e a América do Norte (muitos séculos antes de
Cristóvão Colombo chegar à América em 1492).
No Hemisfério Sul, a estrela Polar, que marca o pólo norte
celeste, não é visível, e a estrela Alfa do Cruzeiro do Sul (a mais
brilhante desta constelação), que ocupa a posição no céu mais
próxima do pólo sul celeste, não está suficientemente próxima
para ser uma referência para a navegação. A melhor forma de
calcular a latitude nesse hemisfério era observando o Sol em sua
passagem meridiana, ou seja, medindo em graus sua altura, quando
ele passa pelo ponto mais alto do céu, no local onde se está. Os
navegadores da época das Grandes Navegações faziam isto muito
bem, utilizando instrumentos náuticos. O astrolábio era o mais
importante deles e servia, neste caso, para medir o ângulo entre o
Sol em sua passagem meridiana e a vertical. Outros instrumentos
utilizados mais tarde, como o quadrante e o sextante, mediam a
altura do Sol através do ângulo em
relação ao horizonte.
As cartas náuticas eram muito O astrolábio é um instrumento astronômico
inventado pelo grego Hiparco, no século II a.C., e
imprecisas e passaram por um difícil aperfeiçoado pelos astrônomos portugueses. Ele
processo de desenvolvimento. As se constituía de uma roda de madeira com escala
em graus, um pino central (a alidade) com orifícios
que foram inicialmente elaboradas nas duas extremidades (as pínulas). O piloto fazia
pelos portugueses eram conhecidas a alidade girar até os raios do Sol atravessarem os
orifícios das pínulas. O número então indicado na
como portulanos. A partir do final do roda revelava a altura do sol acima do horizonte,
permitindo ao piloto estabelecer a latitude em que
século XVI, passou-se a utilizar a seu navio se encontrava naquele momento.
Projeção de Mercator8. Esta projeção Astrolábio Com o balanço, o astrolábio provocava erros na
medição da altura do Sol.
é utilizada até os dias de hoje nas Acervo do Serviço de
Documentação da
cartas náuticas. Nela os meridianos
e paralelos são representados por linhas retas, que se interceptam
formando ângulos de 90 graus. Isto causa consideráveis distorções
nas latitudes mais elevadas, porém tem a vantagem de os rumos e
as marcações de pontos de terra serem linhas retas, facilitando a
plotagem nas cartas. Como a Terra é aproximadamente esférica
21
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(na verdade um geóide), a distância mais curta entre dois pontos
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
não é uma linha reta na Projeção de Mercator, mas isto é somente
um pequeno inconveniente e a curva que representa a menor
distância pode ser calculada pelo navegador.
22
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regressaram. A maioria morreu por causa do escorbuto. Por volta
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
de 1800, descobriu-se que esse mal poderia ser evitado
acrescentando à dieta suco de limão, rico em vitamina C, pois sua
ingestão diária, em pequenas doses, evita o escorbuto, tornando
mais saudável a vida a bordo dos navios.
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
24
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quais as expedições que partiram para o reconhecimento do litoral das
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
novas terras e as providências para povoá-la e defendê-la.
Como “Navegar é preciso”, vamos partir para o reconhecimento
de novas terras...
Nau
Pintura a óleo de Carlos Kirovsky
Acervo do Clube Naval
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Fundamentos da organização
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
do Estado português e a
expansão ultramarina
A condição fundamental para o processo de formação das
nações européias1 foi a crise do feudalismo, que teve início em
meados do século XIII. Esta crise foi resultante da relativa paz que
vivia o continente europeu, que permitiu a criação dos burgos (fora
dos limites do senhor feudal, que lhes
1
Até o final da Idade Média não existiam nações dava proteção em troca da
como Portugal, Espanha, França e Inglaterra,
por exemplo. Grande parte do território euro-
vassalagem), que viriam a se
peu naquela época era dividido em feudos go- transformar em vilas ou cidades com
vernados por nobres (senhor feudal), onde os
indivíduos (vassalos) consideravam-se naturais
relativa autonomia. Isto provocou o
da cidade em que haviam nascido, como Lon- enfraquecimento dos senhores
dres, Lisboa, Madri. É importante saber que o feudais, reduzindo o poder da nobreza
conceito de Nação e o de Estado não se confun-
dem. O Estado é constituído por um conjunto e, conseqüentemente, abrindo espaço
de instituições e poderes políticos tendo como para a retomada do poder político
base um território. O conceito de Nação pode
ser definido como um agrupamento humano, pelos reis.
em geral numeroso, cujos membros, fixados Os soberanos, à medida que REINO
em um território, são ligados por laços históri- DE REINO DE CASTEL
cos, culturais, econômicos e lingüísticos. Um obtinham recursos financeiros, em PORTUGAL
Estado pode ser formado por várias nações, troca de privilégios, fortaleciam seus
como o caso da ex-União Soviética e da antiga
Iugoslávia. exércitos e submetiam os antigos
feudos e as novas vilas e cidades à sua
autoridade, incorporando esses
territórios ao que viria ser seus reinos.
Era o embrião do futuro Estado REINO DE GR
Nacional.
Intensas lutas precederam e
consolidaram o Estado português. OCEANO
.
Iniciou com a expulsão dos mouros da ATLÂNTICO CEUTA
26
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Lusitânia
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A região que hoje é conhecida como Portugal foi
originalmente habitada por populações iberas de origem indo-
européia. Mais tarde, foi ocupada, sucessivamente, por fenícios
(século XII a.C.), gregos (século VII a.C.), cartagineses (século III
a.C.), romanos (século II a.C.) e, posteriormente, pelos visigodos
(povo germânico, convertido ao cristianismo no século VI),
desde 624.
Em 711, a região foi conquistada
pelos muçulmanos, impulsionados por
sua política de expansionismo, tendo
REINO DE como base uma coligação formada por
NAVARRA
árabes, sírios, persas, egípcios e
berberes, estes em maioria, todos
unidos pela fé islâmica e denominados
mouros. Quase a totalidade da
REINO DE península caiu em mãos dos mouros
ARA GÃ O
que, em seu avanço, só foram
bloqueados quando tentaram invadir a
LLA França.
A resistência aos invasores só
ganhou força a partir do século XI,
após a formação dos reinos cristãos ao
norte, como Leão, Castela, Navarra e
MAR
Aragão. A guerra deflagrada contra os
MEDITERRÂNEO
mouros contou com o apoio de grande
RANADA
parte da aristocracia européia,
atraída pelas terras que a conquista
lhes proporcionaria.
Durante o reinado de Afonso VI
Península Ibérica
após a consolidação (1069-1109), de Leão e Castela,
do Estado português a partir de 1072, dois nobres
franceses – Raimundo e Henrique de
Borgonha – receberam como recompensa pelos serviços
prestados na campanha a mão das filhas do rei, além de terras
como dote. D. Raimundo recebeu as terras a norte do Rio Minho,
o Condado de Galiza, e D. Henrique o Condado Portucalense.
Estas terras não se constituíam em reinos independentes e seus
proprietários deviam prestar vassalagem ao rei de Leão.
A origem do próprio Estado português se deu com a
formação do Condado Portucalense, sob o domínio de D. Henrique
de Borgonha. Este nobre, tendo o senhorio de ampla região entre
os Rios Minho e Mondego, procurou reforçar, através da luta contra
os mouros, seu poderio sobre os demais senhores de terras
daquela área, bem como conseguir autonomia frente aos
27
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interesses do vizinho Reino de Leão, a cujo soberano, como já foi
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
dito, devia vassalagem.
O caráter inicial da formação dos reinos ibéricos, definido
pelos aspectos militar e religioso desenvolvidos nas lutas contra
os mouros, marcou as tendências principais da constituição
desses Estados.
De um lado, o processo de expulsão do inimigo muçulmano
deu prioridade ao aspecto militar, o que criou a necessidade de
unificação do comando das forças cristãs, papel exercido pelos
senhores de terras mais poderosos das diversas regiões da
3
Uma carta régia de 13 de dezembro de 1143
península. Por outro lado, o profundo caráter religioso tomado
colocou o novo reino sob a proteção da Santa pela Reconquista, identificada com as cruzadas contra os infiéis
Sé, o que lhe garantia a mediação do papado em
caso de ruptura do Tratado de Zamora e a cria-
muçulmanos, fez com que a Igreja de Roma tivesse grande interesse
ção de bispados sem interferência leonesa. Esse no sucesso das forças cristãs.
processo se concluiu em 1179, quando o Papa
Alexandre III, pela bula Manifestis Probatum,
As vitórias alcançadas pelos exércitos de D. Henrique
de 23 de maio do mesmo ano, reconheceu mostraram à Santa Sé a importância que estes vinham adquirindo
Dom Afonso Henriques como rei de Portugal. no sucesso das lutas militares. Assim, os interesses do senhorio do
condado e os do papado iam aos poucos convergindo para o
reconhecimento da autonomia portucalense ante o Reino de Leão.
O Tratado de Zamora, firmado em 1143 entre o Duque
portucalense D. Afonso Henriques (1128-1185), filho de Henrique
de Borgonha, e D. Afonso VII, imperador de Leão, determinou o
reconhecimento por parte deste último da independência do antigo
condado, agora Reino de Portugal.3
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Ordens militares e religiosas
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Outro fator a ser ressaltado diz respeito às ordens militares
(ordens de cavalaria sujeitas a um estatuto religioso e que se
propunham a lutar contra os mulçumanos) no processo da
Reconquista. Tais ordens, fundadas com o intuito de auxiliar os
doentes e peregrinos que iam à Terra Santa e, sobretudo, para
combater militarmente os adeptos da fé mulçumana, participaram
das batalhas contra os mouros na Península Ibérica.
Seus contingentes, em muitos casos, formaram a base dos
exércitos cristãos. Em conseqüência dessa atuação, várias ordens
receberam doações de terras nos reinos ibéricos. Em Portugal, as
ordens dos Templários, de Avis e de Santiago foram as mais
beneficiadas por tais privilégios.
As ordens, no entanto, não se destacaram apenas pelo seu
aspecto militar. Contribuíram significativamente para o povoamento
do território português, a partir das regiões que lhes foram
distribuídas. Em torno de castelos e fortalezas, com efeito,
desenvolveram atividades agrícolas que levaram à fixação da
população.
Além disso, foi igualmente importante nesse processo de
Ilustração de uma batalha na fase da Reconquista
ocupação territorial a participação das ordens religiosas cujos Fonte: http://pt:wikipedia.org
membros não atuavam das lutas militares. Os mosteiros e capelas
destas ordens, dentre as quais se destacou a dos beneditinos,
tornaram-se pólos de atração pela segurança que ofereciam a
inúmeras famílias. Da mesma forma, desde a Reconquista, as ordens
tomaram a peito a colonização de zonas desertas ou dizimadas
pela guerra, criando novos focos de povoamento e estimulando a
exploração da terra.
O papel da nobreza
Além de setores diretamente ligados à Igreja, assinala-se
também intensa vinculação da nobreza portucalense na formação
do Estado Nacional lusitano. Este setor social, cujo poder se
originava na propriedade da terra, também participou de forma
decisiva nas guerras da Reconquista, apoiando o esforço militar da
realeza. Esta, num primeiro momento, concedeu privilégios
bastante amplos à nobreza. Mais tarde, contudo, pretendeu limitar
tais privilégios, impondo medidas que beneficiavam a centralização
do poder.
Uma das providências tomadas nesse sentido foi a autonomia
concedida pelo poder central aos concelhos (que correspondem
aos municípios nos dias de hoje), onde começavam a ter influência
as aspirações de comerciantes e mestres de ofício. O apoio do rei
aos concelhos visava a enfraquecer o poder da nobreza fundiária
em sua própria base territorial, impedindo assim que os senhores
29
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de terras fizessem prevalecer livremente seus interesses nas áreas
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
que comandavam, sem levar em conta as determinações régias.
Outro mecanismo de limitação do poder da nobreza
foi o estabelecimento das inquirições. A partir de uma
interrupção nas lutas militares contra os mouros, entre os séculos
XII e XIII, a coroa portuguesa buscou avaliar a situação da
propriedade de terras no reino.
Durante a Reconquista, a nobreza laica e eclesiástica
aproveitou-se da falta de controle régio para alargar seus domínios
territoriais e privilégios, prejudicando em alguns casos os direitos e
4
Durante o reinado de D.Dinis foi publicado código
rendimentos da coroa. Para coibir tal situação, o poder real utilizou-
voltado para a proteção das classes menos se das inquirições, pelas quais se formavam comissões de
favorecidas contra abusos de poder, e estimulada
uma “reforma agrária” que incluiu a redistribuição
inquérito (alçadas) a fim de investigar se os direitos reais
de terras e fundação de várias comunidades rurais. devidos estariam sendo cumpridos e até mesmo verificar o direito
A cultura foi um de seus interesses pessoais e,
como apreciador da literatura, escreveu vários li-
legal às propriedades.
vros abordando temas como administração e vários Tal mecanismo se completava com as confirmações, processo
volumes de poesia. Nesse período, Lisboa foi con-
siderada um importante centro cultural, culminan-
pelo qual o rei sancionava não só a propriedade da terra como o
do com a fundação da Universidade de Coimbra próprio título nobiliárquico do senhor em questão. Esses poderes
pela Magna Charta Priveligiorum. submetiam, de certa maneira, a nobreza eclesiástica e civil à coroa,
já que passavam a depender desta para a preservação tanto do
título quanto da propriedade.
30
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cultura, da agricultura, do comércio e da navegação. Denominado
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
O Lavrador ou Rei Agricultor e ainda Rei Poeta ou Rei Trovador, D.
Dinis foi um monarca essencialmente administrador e não
guerreiro. Envolvendo-se em guerra contra Castela, em 1295,
desistiu dela em troca das Vilas de Serpa e Moura. Pelo Tratado de
Alcanizes (1297) formou a paz com Castela, ocasião em que foram
definidas as fronteiras atuais entre os países ibéricos.
Preocupado com a infra-estrutura do país, ordenou a
exploração de minas de cobre, estanho e ferro, fomentou as trocas
comerciais com outros países, assinou o primeiro tratado comercial
com a Inglaterra, em 1308, e instituiu a Marinha Real. Nomeou 5
Hoje, técnica muito parecida é defendida por
então o primeiro almirante (que se tem conhecimento) da Marinha ambientalistas para ser implantada na exploração de
madeira da região amazônica, considerada interna-
portuguesa, Nuno Fernandes Cogominho, para cuja vaga foi cionalmente como “ecologicamente correta”.
contratado, em 1317, o genovês Pezagno (ou Manuel Pessanha). 6
Durante o reinado de Dom Afonso IV (1325-
Data dessa época a chegada dos portugueses às Ilhas Canárias. 1357), Portugal foi atingido pela peste negra
Deve-se também à sua iniciativa a intensificação da (peste bubônica, transmitida pelas pulgas que
infestam ratos). Esta foi a maior, a mais trágica
monocultura do pinheiro bravo (Pinhal de Leiria), em princípio, epidemia que a História registra, tendo produ-
zido um morticínio sem paralelo. Foi chamada
com a finalidade de criar uma barreira vegetal que protegesse as peste negra pelas manchas escuras que apareci-
terras agrícolas do avanço das areias costeiras e, também, como am na pele dos enfermos. Como outras epide-
mias, teve início na Ásia Central, espalhando-se
reserva florestal para o fornecimento de madeira destinada à por via terrestre e marítima em todas as dire-
construção naval e à exportação. ções. Em 1334 causou 5 mil mortes na Mongólia e
no norte da China. Houve grande mortandade na
O cultivo era extremamente racional: sempre que havia corte Mesopotâmia e na Síria, cujas estradas ficaram
de árvores, novas mudas eram plantadas de imediato, recorrendo- juncadas de cadáveres dos que fugiam das cida-
des. No Cairo os mortos eram atirados em
se a enormes sementeiras 5 . Esta ação manteve o pinhal valas comuns e em Alexandria os cadáveres
ficaram insepultos. Calcula-se em 24 milhões
praticamente intacto e foi bastante utilizado durante os séculos o número de mortos nos países do Oriente.
XV e XVI, no período dos descobrimentos marítimos. Além de Em 1347 a epidemia alcançou a Criméia, o arquipé-
lago grego e a Sicília. Em 1348 embarcações
fornecer madeira para a construção naval, o pinho fornecia um genovesas procedentes da Criméia aportaram
subproduto importantíssimo para conservação e calafeto dos cascos em Marselha, no sul da França, ali disseminando
a doença. Em um ano, a maior parte da popula-
das embarcações: o chamado pez, alcatrão vegetal de grande poder ção de Marselha foi dizimada pela peste. Em
de vedação. É notável que o Pinhal de Leiria exista até os dias de 1349 a peste chegou ao centro e ao norte da
Itália e dali se estendeu a toda a Europa.
hoje, constituindo uma das maiores manchas naturais da região do Em sua caminhada devastadora semeou a desolação
e a morte nos campos e nas cidades. Povoados
norte do distrito de Leiria. inteiros se transformaram em cemitérios. Calcula-
No reinado de D. Fernando I (1367-1383), último soberano se que a Europa tenha perdido a metade de sua
população. Em Portugal, o impacto da epidemia tam-
da dinastia de Borgonha, foi baixada a Lei de Sesmarias, de 28 de bém foi muito grande, tendo como conseqüência
maio de 1375. Tendo como medida coercitiva mais rígida a natural a drástica redução da mão-de-obra em to-
dos os níveis. Os trabalhadores que sobrevive-
expropriação das terras não produtivas, essa lei foi mais uma ram exigiram salários superiores aos que vi-
tentativa de solucionar a carência de mão-de-obra no campo, goravam antes da peste, gerando forte rea-
ção dos proprietários de terras, que apela-
causada pela fuga das populações para os centros urbanos, devido ram para o rei. Como resultado, o Rei Afon-
so IV (1325-1357), em 1349, ordenou que os
à peste negra6. O resultado foi uma séria crise de abastecimento proprietários e autoridades competentes de-
de gêneros alimentícios no reino. terminassem as medidas necessárias: foram
fixados salários abaixo do que os trabalhado-
A Lei de Sesmarias, que mais tarde seria aplicada no Brasil, res esperavam; tornaram obrigatória a acei-
teve pouco efeito prático. Seus artigos, apesar de conterem tação da proposta por todos os trabalhadores
e também obtiveram o direito de recrutar a
ameaças aos proprietários de terras, atuaram no sentido de mão-de-obra à força. Apesar deste elenco de
fortalecê-los, pois obrigavam os trabalhadores a permanecerem medidas, passados três anos, os proprietári-
os de terras permaneciam insatisfeitos com
nos campos, mesmo em troca de baixa remuneração. as dificuldades de recrutar trabalhadores pelo
salário fixado. Em face do insucesso das me-
Ainda durante o reinado de D. Fernando I, a construção naval didas coercitivas, agravou-se a crise de abas-
recebeu grande incentivo, mediante a isenção de impostos e a tecimento no país.
31
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concessão de vantagens e garantias aos construtores navais, tais
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
como a autorização aos construtores de embarcações com mais
de cem tonéis que cortassem a madeira necessária nas matas reais
com isenção de impostos. Também ficou isenta de impostos, a
matéria-prima importada destinada à construção naval. Em 1380,
o monarca criou a Companhia das Naus, que funcionava como
uma empresa de seguros destinada a evitar a ruína financeira dos
homens do mar. Como resultado, incrementaram-se o comércio
marítimo, a exportação de produtos da agricultura e a importação
de tecidos e manufaturas. As rendas da Alfândega de Lisboa,
7
Porém, o estabelecimento de um novo imposto, a
considerado porto franco, aumentaram significativamente e era
sisa, ao incidir sobre as trocas comerciais realizadas intensamente freqüentado por estrangeiros.
no Reino, constituiu a principal fonte de recursos Outra importante iniciativa de D. Fernando foi a instalação
para o Tesouro Real. A coroa, em conseqüência,
estabeleceu uma política de incentivo às atividades da Torre do Tombo, o Arquivo Nacional Português, onde se
mercantis. No entanto, se esta política de fato be- guardavam documentos importantes que preservavam a memória
neficiou o setor mercantil único capaz de, naquele
momento, propiciar o sustento da nobreza, por e a história de Portugal. Foi-lhe dado este nome porque ficava
outro lado o subordinou aos próprios interesses do sediado numa torre do Castelo de São Jorge, e tombo, porque
Estado. Do mesmo modo, as decisões quanto aos
investimentos na empresa mercantil marítima eram significava lançar em livro, inventariar, registrar.
tomadas por funcionários reunidos nos diversos D. Fernando I envolveu-se em três guerras contra Castela e
conselhos régios, e não pelos diretamente envolvi-
dos na questão.
passou a ser malvisto pela opinião pública por seu casamento com
Dona Leonor Teles (cujo casamento anterior fora anulado). Após
a morte de D. Fernando, os portugueses não aceitaram a regência
da rainha viúva em nome da filha, a Infanta Dona Beatriz, casada
com um potencial inimigo, o rei de Castela. Este fator, somado à
continuidade da crise de abastecimento, deflagrou a Revolução de
Avis.
Após deliberação das Cortes, foi aclamado rei o Mestre da
Ordem de Avis, D. João I (1385-1433), filho bastardo do oitavo rei
de Portugal D. Pedro I (1357-1367), a quem caberia inaugurar uma
nova dinastia.
Vitoriosa em Lisboa, a revolta transformou-se em movimento de
fidalgos e plebeus em guerra contra Castela, cujo rei declarou
pretensão à coroa portuguesa. Os castelhanos foram vencidos
em várias batalhas e, embora tenham bloqueado Lisboa, foram,
afinal, fragorosamente derrotados na Batalha de Aljubarrota (1385).
A paz só foi selada em 1411.
Outra conseqüência importante dos fatos apontados foi a
renovação da aristocracia portuguesa. Os setores que haviam
apoiado Castela tiveram seus bens confiscados pela coroa, a qual
os doou em parte aos seus aliados. Com tal divisão na nobreza,
houve até mesmo casos em que pais perderam os bens para seus
próprios filhos.
Além disso, o apoio dos grupos mercantis a D. João I fez
com que as aspirações de tais grupos passassem a ser valorizadas
pelo poder régio. A situação econômica do reino, ao sair
vitoriosa da revolução, era uma das mais graves. A alta do custo
de vida e a queda do valor da moeda colocaram o tesouro
português em situação bastante difícil.7
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A nobreza também teve suas bases de poder atingidas pelo
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
movimento de centralização régia, com a colocação em prática da
Lei Mental. Por meio dessa lei, baixada por D. Duarte (1433-1438)
em 8 de abril de 1434, os bens doados pela coroa à nobreza só
poderiam ser herdados pelo filho varão legítimo mais velho. Isso
permitiu à coroa retomar uma série de propriedades antes doadas
às famílias nobres, reforçando seu poder e, de alguma maneira,
minando as bases do poderio senhorial.
Tal processo de centralização do poder foi o elemento
essencial que permitiu ao reino português lançar-se na expansão
ultramarina. Deve-se destacar ainda que os limites da extração das 8
A mentalidade vigente na Europa no século XV se
rendas obtidas com a agricultura fizeram a coroa voltar seus olhos caracterizava por uma visão do mundo desconheci-
às atividades comerciais e marítimas. do como alguma coisa muito perigosa. Acreditava-
se que nos oceanos viviam monstros terríveis, cor-
O monopólio exercido pelas cidades italianas de Gênova e rentes traiçoeiras e intransponíveis à espera dos
marinheiros. Uma mistura de conhecimentos geo-
Veneza sobre as rotas de comércio com a Ásia levou os grupos gráficos com crendices e lendas que atormentava
mercantis portugueses a procurar outra alternativa para a realização os homens do mar. Quando os navegadores dobra-
ram o Cabo Bojador no reconhecimento da costa
de seus negócios e, conseqüentemente, para obtenção de lucros. africana, isto foi considerado um grande feito, ten-
A saída seria a tentativa de contato direto com os comerciantes do em vista a visão existente do que existiria além
naquele mar desconhecido. Doze anos levaram os
árabes, evitando o intermediário genovês ou veneziano. Para isso portugueses na tentativa de ultrapassá-lo. Os cro-
nistas da época assim se referiam: “Depois deste
muito contribuiu a estrutura naval já existente no reino, cujo cabo não há gente ou povoação alguma; a terra não
desenvolvimento foi estimulado pela coroa. é menos arenosa que os desertos da Líbia, onde
não há água, nem árvore, nem erva verde; e o mar
A expansão marítima portuguesa caracterizou-se por duas é tão baixo, que a uma légua de terra não há fundo
vertentes. A primeira, de aspecto imediatista, realizada ao norte mais que uma braça. As correntes são tamanhas
que o navio que lá passe jamais nunca poderá
do continente africano, visava à obtenção de riquezas acumuladas tornar...Ora qual pensais que havia de ser o capitão
de navio a que pusessem semelhantes dúvidas dian-
naquelas regiões através de prática de pilhagens. A tomada de Ceuta, te, e mais por homens a que a razão de dar fé e
no norte da África (Marrocos), em 1415, seria um dos exemplos autoridade em tais lugares, que ousasse de tomar
tal atrevimento, sob tão certa esperança de morte
mais representativos deste tipo de empreendimento e marca o como lhe ante os olhos se apresentaram?”Nessa
início da expansão portuguesa rumo à África e à Ásia8. época vivia-se muito pouco se compararmos com
os dias de hoje. A média de vida era de 30 anos, e
Em menos de um século, Portugal dominou as rotas um homem saudável de 60, uma raridade. Daí tal-
vez o fato de indivíduos assumirem a vida do mar
comerciais do Atlântico Sul, da África e da Ásia, cuja presença foi motivados pelo espírito aventureiro e também cons-
tão marcante nesses mercados que, nos séculos XVI e XVII, a língua cientes da grande incerteza de retorno.
portuguesa era usada nos portos como língua franca – aquela que
permite o entendimento entre marinheiros de diferentes
nacionalidades. Na segunda vertente, o objetivo colocava-se mais
a longo prazo, já que se buscava conquistar pontos estratégicos
das rotas comerciais com o Oriente, criando ali entrepostos
(feitorias) controlados pelos comerciantes lusos. Foi o caso da
tomada das cidades asiáticas. Tal modo de expansão também ficou Ordem de Cristo
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em certa medida, repassava à nobreza através da doação de
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
mercês, bens móveis e de raiz, bem como de privilégios.
Cronologicamente e resumidamente, assim se deu o referido
processo expansionista:
· Entre 1421 e 1434, os lusitanos chegaram aos Arquipélagos da
Madeira e dos Açores e avançaram para além do Cabo Bojador.
Até esse ponto, a navegação era basicamente costeira.
· Em 1436 atingiram o Rio do Ouro e iniciaram a conquista da
Guiné. Ali se apropriaram da Mina, centro aurífero explorado pelos
reinos nativos em associação aos comerciantes mouros, a maior
fonte de ouro de toda a história de Portugal até aquela data.
· Em 1441, chegaram ao Cabo Branco.
· Em 1444, atingiram a Ilha de Arguim, no Senegal, onde instalaram
a primeira feitoria em território africano e iniciaram a
comercialização de escravos, marfim e ouro.
· Entre 1445 e 1461, descobriram o Cabo Verde, navegaram pelos
Rios Senegal e Gâmbia e avançaram até Serra Leoa.
· Entre 1470 e 1475, exploraram a costa da Serra Leoa até o Cabo
de Santa Catarina.
· Em 1482, atingiram São Jorge da Mina e avançaram até o Rio
Zaire, o trecho mais difícil da costa ocidental africana. O navegador
Diogo Cão explorou a costa da África Ocidental entre 1482 e 1485.
· No período 1487/1488, Bartolomeu Dias atingiu o Cabo das
Tormentas, no extremo Sul do continente – que passou a ser
Vasco da Gama chamado de Cabo da Boa Esperança – e chegou ao Oceano Índico,
Fonte: http://pt:wikipedia.org
conquistando o trecho mais difícil do caminho das Índias.
· Em 1498, Vasco da Gama chegou a Calicute, na costa Sudoeste
da Índia, estabelecendo a rota entre Portugal e o Oriente.
Durante o reinado de D. João II, iniciado em 1481, a
expansão ultramarina atingiu o auge com os feitos dos navegadores
Diogo Cão e Bartolomeu Dias. Abriram-se, desse modo, novas e
extraordinárias perspectivas para a nação portuguesa. O negócio
das especiarias do Oriente, levadas para a Arábia e para o Egito
pelos árabes e dali transportadas aos países europeus, por
intermédio de Veneza – que enriquecera com o tráfico –, vai se
concentrar em novas rotas, deslocando o foco do comércio
mundial do Mediterrâneo para o Oceano Atlântico.
Foi justamente um genovês, Cristóvão Colombo, quem
abalou as pretensões de D. João II na sua política expansionista, ao
descobrir a América em 1492. No retorno de sua famosa viagem,
Colombo avistou-se com o rei de Portugal comunicando-lhe a
descoberta. Anteriormente, o mesmo Colombo já havia oferecido
seus serviços ao soberano português, que recusou a oferta baseado
em informações dadas pelos cosmógrafos do reino, levando o
genovês a dirigir-se a Castela, onde obteve apoio financeiro para
sua famosa viagem.
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Abalado com as notícias trazidas por Colombo, D. João II
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
cogitou em mandar uma expedição em direção às terras recém-
descobertas, convencido de que lhe pertenciam por direito. Pouco
depois, a questão foi arbitrada por três bulas10 do Papa Alexandre
VI, que concederam à Espanha os direitos sobre as terras achadas
por seus navegadores a ocidente do meridiano traçado a cem léguas
a oeste das Ilhas dos Açores e de Cabo Verde.
Os portugueses discordaram da proposta e novas
negociações resultaram na assinatura do Tratado de Tordesilhas
(cidade espanhola) em 7 de junho de 1494, que garantiu à coroa
portuguesa as terras que viessem a ser descobertas até 370 léguas 10
Documentos emitidos pelos papas de caráter
a oeste do Arquipélago de Cabo Verde. As terras situadas além internacional e oficial.
desse limite pertenceriam à Espanha.
D. João II morreu em 1495 e coube ao seu sucessor, D.
Manuel, dar continuidade ao projeto expansionista. Durante sua
gestão aconteceu a famosa viagem de Vasco da Gama, que partiu
do Rio Tejo em julho de 1497, dobrou o Cabo da Boa Esperança,
transpôs o Rio Infante, ponto extremo da viagem de Bartolomeu
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Dias, reconheceu Moçambique, Melinde, Mombaça e, em maio
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
de 1498, após quase um ano de viagem, chegou a Calicute, na
Índia.
A façanha de Vasco da Gama colocou Portugal em contato
direto com a região das especiarias, do ouro e das pedras preciosas,
e, como conseqüência, a conquista do quase total monopólio de
tais produtos na Europa, abalando seriamente o comércio das
repúblicas italianas. A conquista da rota marítima para as Índias
assumiu, na época, importância revolucionária e suas conseqüências
imediatas empalideceram até mesmo o maior acontecimento da
história moderna das navegações: o descobrimento da América
por Cristóvão Colombo.
A descoberta do Brasil
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Cabral era que tivesse particular cuidado com o sistema de ventos
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
nas proximidades da costa africana, fruto da experiência de Vasco
da Gama. Na manhã do dia 14 de março, a frota atingiu as Ilhas
Canárias, fazendo 5.8 nós de velocidade média. No dia 22, avistou
São Nicolau, uma das ilhas do Arquipélago de Cabo Verde. Na
manhã seguinte, desgarrou a nau comandada por Vasco de
Ataíde, que foi procurada exaustivamente e dada como
perdida.
Prosseguindo a navegação sempre em rumo sudoeste, foram
avistadas ervas marinhas, indicando terra próxima. No dia 22 de
abril, foram avistadas as primeiras aves e ao entardecer avistaram
terra. Ao longe, um monte alto e redondo foi denominado Pascoal
por ser semana da Páscoa. Na manhã seguinte, avançaram as
caravelas sondando o fundo e fundeando a milha e meia da praia
próxima à foz de um rio mais tarde denominado Rio do Frade.
Após reunião com os comandantes, foi decidido enviar a terra um
batel sob o comando de Nicolau Coelho para fazer contato com
os homens da terra, quando se deu o primeiro
encontro entre portugueses e indígenas.
Durante a noite soprou vento forte, seguido
de chuvarada, colocando em risco as embarcações.
Consultados os pilotos, decidiu Cabral sair em busca
de local mais abrigado, chegando em Porto Seguro,
hoje Baía Cabrália. Alguns tripulantes desceram a
terra, não conseguindo se fazer entender nem ser
entendidos pelos habitantes que falavam uma língua
desconhecida.
No domingo de Páscoa, rezou-se a missa e
foi decidido mandar ao reino, pela naveta de
mantimentos, a notícia do acontecimento. Nos dias
posteriores, os marinheiros ocuparam-se em
cortar lenha, lavar roupa e preparar aguada, além
de trocar presentes com os habitantes do lugar. Em
1o de maio, Pedro Álvares Cabral assinalou o lugar
onde foi erigida uma cruz, próximo ao que hoje
conhecemos como Rio Mutari. Assentadas as armas
reais e erigido o cruzeiro em lugar visível, foi erguido
um altar, onde Frei Henrique de Coimbra celebrou
a segunda missa.
Pedro Álvares Cabral
No dia 2 de maio, a frota de 11 navios Fonte: http://pt: wikipedia.org
levantou âncoras rumo a Calicute, deixando na praia
dois degredados, além de outros tantos grumetes,
se não mais, que desertaram de bordo. Antes de atingirem o Cabo
da Boa Esperança, quatro navios naufragaram e desgarrou-se a
nau comandada por Diogo Dias, que percorreu todo o litoral
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africano, reencontrando a frota na altura de Cabo Verde, quando
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
esta retornava a Portugal.
Com seis navios, Cabral alcançou à Índia, em setembro de
1500. Em Calicute, as negociações foram difíceis, surgindo
desentendimentos com os indianos, quando portugueses foram
mortos em terra (inclusive o escrivão da Armada, Pero Vaz de
Caminha) e o porto bombardeado. Em seguida, a Armada ancorou
em Cochim e Cananor, onde foi bem recebida, abastecendo-se de
especiarias antes da viagem de retorno, iniciada no dia 16 de
janeiro de 1501. No trajeto de volta, um navio perdeu-se
11
Américo Vespúcio (1454-1512) – Navegador ita- no regresso e, dos que sobraram da esquadra, cinco
liano que estava a serviço de Portugal. Foi repre- retornaram ao reino. Em 23 de junho, a Armada adentrou
sentante dos Médicis em Sevilha. Teve em sua ho-
menagem o novo continente batizado com nome de o Rio Tejo concluindo sua jornada.
América pelo cosmógrafo Martin Waldseemüller em
A expedição de 1501/1502
38
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de 1503. A rota traçada pela
expedição possivelmente seguiu o
percurso normal até Cabo Verde,
cruzou o Atlântico, passando pelo
Arquipélago de Fernando de
Noronha, concluindo sua nave-
gação nas imediações de Porto
Seguro.
A expedição de 1503/1504
Segundo as informações do
cronista Damião de Góis, essa
expedição partiu de Portugal em
10 de junho de 1503, era
composta por seis naus, e
novamente foi comandada por
Gonçalo Coelho. Ao chegarem
em Fernando de Noronha,
naufragou a capitânia. Neste local
deu-se a separação da frota. Após
aguardar por oito dias o
aparecimento do restante da
frota, dois navios (num dos quais
se encontrava embarcado
Américo Vespúcio) rumaram para
a Baía de Todos os Santos, pois
assim determinava o regimento
real para qualquer navio que se perdesse da companhia do
capitão-mor. 15
As feitorias foram os primeiros estabelecimentos
Havendo aguardado por dois meses e quatro dias alguma europeus ao longo da costa brasileira, não constitu-
notícia de Gonçalo Coelho, decidiram percorrer o litoral em direção íam núcleos de povoamento e sim depósitos provi-
sórios das riquezas retiradas da terra.
ao sul, onde se detiveram durante cinco meses em um ponto cujas
coordenadas indicam ter sido no litoral do Rio de Janeiro, onde
ergueram uma fortificação e deixaram 24 homens. Logo depois
retornaram a Portugal aportando em 18 de junho de 1504.
Gonçalo Coelho com o restante da frota regressou a Portugal,
ainda em 1503.
As expedições guarda-costas
A costa do pau-brasil prolongava-se desde o Rio de Janeiro
até Pernambuco, onde foram sendo estabelecidas feitorias15, nas
quais navios portugueses realizavam regularmente o carregamento
desse tipo de madeira para o reino. Esse negócio rendoso começou
a atrair a atenção de outros países europeus que nunca aceitaram
a partilha do mundo entre Portugal e Espanha, dentre eles a França.
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Os franceses começaram a freqüentar nosso litoral
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
comercializando o pau-brasil clandestinamente com os índios.
Portugal procurou, a princípio, usar de mecanismos diplomáticos,
encaminhando várias reclamações ao governo francês na esperança
de que o mesmo coibisse esse comércio clandestino.
Notando que ainda era grande a presença de contrabandistas
franceses no Brasil, D. Manuel resolveu enviar o fidalgo português
Cristóvão Jaques16, com a missão de realizar o patrulhamento
da costa brasileira 17 .
Cristóvão Jaques realizou viagens ao longo de nossa costa
entre os períodos de 1516 a 1519, 1521 a 1522 e de 1527 a 1528,
16
O sobrenome de Jaques não é de origem onde combatendo e reprimindo as atividades do comércio
francesa e sim devido aos membros dessa famí-
lia serem oriundos de Jaca, cidade espanhola do
clandestino.
Alto Aragão. Em 1528, foi dispensado do cargo de capitão-mor da
17
Uma de suas primeiras providências foi
Armada Guarda-Costa, regressando para Portugal.
transladar, por motivo de segurança, a feitoria
do Rio de Janeiro para Itamaracá, em
Pernambuco.
A expedição colonizadora de
18
Martim Afonso de Sousa contou com a pre-
sença e o auxilio de seu irmão Pero Lopes de Martim Afonso de Sousa
Sousa, que registrou em diário os principais
acontecimentos da viagem.
Em 1530, Portugal resolveu enviar ao Brasil uma expedição
comandada por Martim Afonso de Sousa visando à ocupação da
nova terra18. A Armada partiu de Lisboa a 3 de dezembro e era
composta por duas naus, um galeão e duas caravelas que, juntas,
conduziam 400 pessoas. Tinha a missão de combater os franceses,
que continuavam a freqüentar o litoral e contrabandear o pau-
brasil; descobrir terras e explorar rios; e estabelecer núcleos de
povoação.
Em 1532, fundou no atual litoral de São Paulo a Vila de São
Vicente e logo a seguir – no limite do planalto que os índios
chamavam de Piratininga – a Vila de Santo André da Borba do
Campo. Da Ilha da Madeira, Martim Afonso trouxe as primeiras
mudas de cana que plantou no Brasil, construindo na Vila de São
Vicente o primeiro engenho de cana-de-açúcar.
Ainda se encontrava no Brasil quando, em 1532, Dom João
III decidiu impulsionar a colonização, utilizando a tradicional
distribuição de terras. O regime de capitanias hereditárias consistiu
Martim Afonso de Sousa em dividir o Brasil em imensos tratos de terra que foram
Fonte: O Descobrimento do Brasil de
Max Justo Guedes
distribuídos a fidalgos da pequena nobreza, abrindo à iniciativa
privada a colonização.
Martim Afonso de Sousa retornou a Portugal em 13 de março
de 1533, após ter cumprido de maneira satisfatória sua missão de
fincar as bases do processo de ocupação das terras brasileiras.
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Fonte: História da Colonização Portuguesa no Brasil
Direção e coordenação de Carlos Malheiros Dias
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C R O N O L O G I A
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
DATA EVENTO
1421 e 1434 Os lusitanos chegam aos Arquipélagos da Madeira e dos Açores e avançam para
além do Cabo Bojador. Até esse ponto, a navegação era basicamente costeira.
1445 e 1461 Descobrem o Cabo Verde, navegam pelos Rios Senegal e Gâmbia e avançam até
Serra Leoa.
1470 a 1475 Exploração da costa da Serra Leoa até o Cabo de Santa Catarina.
1487 Bartolomeu Dias atingiu o Cabo das Tormentas, no extremo sul do continente –
que passou a ser chamado de Cabo da Boa Esperança – e chegou ao Oceano
Índico, conquistando o trecho mais difícil do caminho da Índia.
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F I X A Ç Ã O
2 – Segundo o texto que acabamos de ler, qual expedição foi a responsável por fincar as
bases do processo de ocupação das terras brasileiras por Portugal?
SAIBA MAIS:
GUEDES, Max Justo. O descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Diretoria do Patrimônio Histórico
e Cultural da Marinha, 1998.
HISTÓRIA naval brasileira. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha, 1975 - . v.1. t.1.
wikipedia: http://pt:wikipedia.org
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Sinopse
1
As tintas vermelha e roxa tiradas da madeira eram
utilizadas para tingir tecidos.
Diversos intrusos desafiaram os interesses ultramarinos de
Portugal durante os séculos XVI e XVII. Os franceses foram os
primeiros e, desde o início do século XVI, navios de armadores
franceses freqüentavam a costa brasileira, comerciando com os
nativos os produtos da terra: pau-brasil1; pele de animais
selvagens; papagaios e macacos; resinas vegetais e outros. Portugal
reagiu, como vimos no capítulo anterior, enviando expedições
guarda-costas e iniciando a colonização do Brasil.
No início da colonização portuguesa no Brasil, os franceses
estabeleceram duas colônias: em 1555, no Rio de Janeiro, e em
1612, no Maranhão. Portugal reagiu às duas invasões, projetando
seu Poder Naval, com bom êxito, para expulsar os invasores.
Na foz do Amazonas, ingleses, holandeses e
irlandeses estabeleceram feitorias privadas; sendo preciso
Le teinturier en rouge de Nuremberg
Fonte: Pau-Brasil de Eduardo Bueno
o emprego da força para expulsá-los.
O comércio holandês com o Brasil data da primeira
metade do século XVI. Em 1580, ocorreu a união das coroas de
Portugal e Espanha e o rei da Espanha, Felipe II, passou a ser,
também, o rei de Portugal. Os holandeses iniciaram sua guerra
de independência contra a Espanha no final do século XVI, mesmo
assim continuaram a comercializar, com o auxílio de mercadores
portugueses, produtos brasileiros, como o açúcar, algodão e
pau-brasil.
A Holanda era um país de bons comerciantes e hábeis
marinheiros. Os holandeses possuíam uma fortíssima consciência
marítima e utilizavam seu Poder Marítimo com muita habilidade.
Eles não pretendiam ficar sem o rico mercado do açúcar
brasileiro, devido ao conflito com a Espanha e conseqüentemente
Portugal. Em 1621, eles criaram a West-Indische Compagnie, a
Companhia das Índias Ocidentais. Logo, Salvador, capital da
colônia do Brasil, seria alvo de uma invasão desta companhia.
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O objetivo maior da Companhia das Índias Ocidentais era
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
manter o relacionamento comercial com o Brasil e, se possível, a
conquista do Nordeste. A tentativa não tarda, e, em 1624, é feito
o ataque a Salvador (BA), ocupada por breve período, pois o
invasor é logo expulso por uma Esquadra luso-espanhola.
Os holandeses, em seguida, ocuparam Pernambuco,
realizando conquistas ao sul, em Alagoas e Sergipe, bem como
ao norte, na Paraíba, Rio Grande do Norte e mais áreas,
permanecendo no Nordeste por 24 anos.
Ocorreram, nesse período, muitos combates no mar, como
a “Batalha Naval de 1640”, que envolveu cerca de cem navios,
entre holandeses e luso-espanhóis, em embates que duraram
cinco dias na costa do Nordeste.
Nessa luta para expulsar os holandeses, o esforço em terra
foi fundamental. O Poder Naval português foi capaz de manter
Salvador como base de operações e somente com a presença de
uma força naval em Pernambuco é que foi possível obter a
rendição definitiva dos invasores.
No século XVIII, com o envolvimento de Portugal na
Guerra de Sucessão de Espanha, na Europa, o Rio de Janeiro
foi atacado por dois corsários franceses. Com a descoberta do
ouro das Minas Gerais, no final do século XVII, o Rio de Janeiro
vinha se tornando uma cidade próspera durante o início do
século XVIII. Mais tarde, devido às riquezas das minas, tornou-
se a capital da colônia.
Pretensões expansionistas também podem ser visualizadas
no interesse que Portugal tinha nas riquezas espanholas do oeste
sul-americano na região do Rio da Prata – acesso às minas de
prata de Potosi, na Bolívia. A ocupação espanhola na região foi,
portanto, fundamental para deter os interesses portugueses.
Mesmo assim, era por ela que a prata boliviana era
contrabandeada para o Brasil.
Buscando expandir seus domínios em direção ao Sul do
continente, Portugal rompeu o Tratado de Tordesilhas, assinado
com os espanhóis em 1494, quando, em janeiro de 1680, o
governador do Rio de Janeiro, D. Manuel Lobo, fundou, na
margem esquerda do Rio da Prata, a Colônia do Santíssimo
Sacramento. Este fato desencadeou uma série de
desentendimentos, lutas e tratados de limites, em que o emprego
do Poder Naval português foi muito importante, como veremos
neste capítulo.
45
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O interesse no estudo desse período é mostrar que foi nele
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
que definiram as fronteiras Sul do território brasileiro, que
mudavam conforme o poderio militar e os tratados firmados entre
portugueses e espanhóis.
Por tudo isso, estudemos as lutas que permitiram ao
nosso País manter-se íntegro territorialmente.
Boa aventura...
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Invasões francesas no Rio de Janeiro
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
e no Maranhão
Essas duas invasões não foram iniciativas do governo da
França, cuja estratégia estava voltada para seus interesses na própria
Europa, mas sim iniciativas privadas. Em ambas, faltou o apoio do
Estado francês, no momento em que, atacadas pelos portugueses,
necessitaram de socorro. Por outro lado, a colonização do Brasil
foi interesse de Portugal, que pretendia proteger a rota de seu
comércio com a Índia. Todos os recursos do Estado português
estavam disponíveis para expulsar os invasores e proteger os 2
Bretanha, região administrativa do oeste da Fran-
núcleos de colonização portuguesa. ça, com uma larga costa litoral entre o Canal da
Mancha e o Oceano Atlântico.
Rio de Janeiro 3
França Antártica. Instalada na ilha onde atualmente
funciona a Escola Naval.
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(caracterizando extremos de aceitação de disciplina). A pior falha,
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
no entanto, foi a presença de poucas mulheres européias no grupo,
o que fez com que muitos colonos procurassem as índias para se
relacionarem. Esta atitude era difícil para Villegagnon entender, por
sua formação religiosa de Cavaleiro de Malta4, com voto de
castidade, não admitindo sexo fora do casamento.
Houve um excesso de conflitos, principalmente após a
chegada de um grupo de protestantes calvinistas, com o propósito
de estudar a possibilidade de fazer da França Antártica uma
colônia protestante.
Os franceses contavam com a amizade dos tupinambás. Eles
4
Ordem de Malta, ordem militar cristã, com sua comerciavam com os franceses por meio de trocas (escambo) –
origem nas Cruzadas. recebiam machados, facas, tesouras, espelhos, tecidos coloridos,
5
Esses nomes ficaram em nossa nomenclatura de
anzóis e outros objetos. Em troca, forneciam o pau-brasil, que
cidades, como Ubatuba (muita ubá) e Igarassu (igara cortavam na floresta e traziam para a colônia, além de outros
grande). A ubá era mais leve, porém, afundava
quando se enchia de água. Os tupinambás aventura- produtos da terra e alimentos. Os tupinambás construíram grandes
vam-se fora da barra com suas canoas, às vezes em canoas de um só tronco (igara) ou da casca de uma árvore (ubá)5.
incursões guerreiras contra tribos inimigas, nave-
gando longas distâncias sem perder a terra de vista. Eles lutaram bravamente ao lado dos franceses, pois detestavam
os portugueses que eram amigos de seus inimigos.
A reação portuguesa ocorreu quando o Governador Mem
de Sá, em 1560, atacou o Forte de Coligny com uma força naval
(soldados e índios) que trouxera da Bahia, arrasando-o. Depois
partiu para São Vicente sem deixar uma guarnição na Guanabara.
Os franceses fugiram para o continente, abrigando-se junto a seus
aliados tupinambás e, logo depois que os portugueses se foram,
restabeleceram suas fortificações.
Mem de Sá concluiu que era necessário ocupar
definitivamente o Rio de Janeiro para garantir a expulsão dos
invasores. Dessa vez enviou, em 1563, seu sobrinho Estácio de Sá
Os selvagens vão para a Guerra à testa da nova força naval, com ordens para fundar uma povoação
Fonte: Viagem ao Brasil de Hans Staden
na Baía de Guanabara e derrotar definitivamente os franceses.
6
Araribóia em tupi guarani quer dizer “cobra Estácio de Sá obteve a ajuda de uma tribo tupi inimiga dos
feroz”. Araribóia liderou a tribo tupi dos índios
termiminós. Após a expulsão dos franceses, em
tupinambás, os maracajás ou temiminós, liderados por Araribóia6.
gratidão, recebeu a sesmaria de Niterói e se con- Participaram, também, como aliados dos portugueses, índios da
verteu ao cristianismo adotando o nome de
Martim Afonso.
tribo tupiniquim de Piratininga, trazidos de São Vicente (SP).
Estácio de Sá fundou a cidade de São Sebastião do Rio de
7
Como havia pouco espaço para o desenvolvimento Janeiro, em 1565, entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar7.
de uma cidade no local de sua fundação, a sede do
Rio de Janeiro foi, logo depois da expulsão dos Era um local apertado, protegido pelos morros e de fácil defesa,
invasores, transferida para o morro que passou a de onde se controlava a entrada da barra da Baía de Guanabara.
ser chamado do Castelo. Era uma posição defensiva
para a nova cidade. Com o tempo, para cumprir sua Logo, começaram a combater os franceses e os tupinambás. Houve
função, com comércio e negócios, a cidade ocupou grandes combates, inclusive um de canoas nas águas da baía e um
a praia entre o Morro do Castelo e o Morro de São
Bento, formando-se a Rua Direita. Passou a existir,
ataque ao atual Morro da Glória, onde Estácio de Sá foi ferido por
portanto, uma cidade baixa, em contraposição à uma flecha, no rosto, vindo a falecer em conseqüência deste
cidade alta, no Castelo. Na parte baixa, ela se espa-
lhou, aos poucos, surgindo outras ruas paralelas e
ferimento.
transversais e uma praça, a atual Praça Quinze de Derrotados na Guanabara, os franceses e seus aliados
Novembro, que, mais tarde passaria a ser o Cen-
tro da Cidade, ainda nos tempos de colônia, com a
tentaram, ainda, estabelecer uma resistência em Cabo Frio, mas
residência do governador e outros prédios de ad- acabaram vencidos. Os franceses que se renderam foram enviados
ministração. de navio para a França.
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Maranhão
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Os franceses continuaram com o tráfico marítimo na costa
brasileira. Seu eixo de atuação, porém, deslocou-se para o norte,
ainda sem povoações portuguesas. Após diversas ações,
estabeleceram-se, em pequeno número, em diversos pontos do
litoral. Desde o final do século XVI, o Maranhão passou a ser um
local regularmente freqüentado por navios franceses. Na atual Ilha
de São Luís havia uma pequena povoação de franceses, em boa
convivência com os índios, também tupinambás, que habitavam o
local.
Em 1612, partiu da França a expedição chefiada pelos sócios,
Daniel de la Touche de la Ravardière e Nicolau de Harlay de Sancy,
com poderes de tenentes-generais do rei da França. Quando
chegaram, construíram o Forte de São Luís.
Na França, o bom relacionamento do momento com a
Espanha fez com que o governo não colaborasse significativamente
com recursos para o reforço da colônia.
Em 1614, uma força naval comandada por Jerônimo de Fundação da Cidade do Rio de Janeiro
Albuquerque, nascido no Brasil, chegou ao Maranhão para Óleo sobre tela de Antônio Firmino Monteiro
combater os franceses. Este grupamento pode ser considerado a Acervo da Câmara Municipal do Rio de Janeiro
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Invasores na foz do Amazonas
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Após a ocupação do Maranhão, os portugueses resolveram
dirigir sua atenção para os invasores da foz do Amazonas, enviando
uma expedição que fundou o Forte do Presépio, origem da cidade
de Belém, para servir de base para suas ações militares. De lá, eles
passaram a atacar os estabelecimentos dos ingleses, holandeses e
irlandeses, enforcando os que resistiam e escravizando as tribos
de índios que os apoiavam. Esta violência e a criação de uma flotilha
de embarcações (que agia permanentemente na região apoiando
as ações militares e patrulhando os rios) garantiram o bom êxito e
asseguraram a posse da Amazônia Oriental para Portugal.
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preparar uma força naval capaz de recuperar a cidade antes que
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os holandeses se consolidassem na região. Na Holanda, sabendo-
se dos preparativos espanhóis, acelerou-se a prontificação dos
reforços que deveriam garantir a ocupação da Bahia.
A preparação de forças navais que projetassem poder militar
a tão longa distância exigia um enorme esforço. Era necessário
um planejamento cuidadoso dos recursos financeiros, materiais e
humanos. A força deveria ser composta por variados navios: os de
guerra, como os galeões e as fragatas; as naus e as urcas9, que
serviam tanto como embarcações mercantes quanto navios
militares; e as caravelas, que serviam ao transporte. Havia, também,
diversos outros navios menores, como patachos, iates velozes e 9
As urcas, muito utilizadas pelos holandeses, ti-
embarcações que complementavam a capacidade das forças navais. nham uma forma de casco específica, com a popa
arredondada.
Considerando as populações da época – Holanda teria cerca de
1,5 milhão de habitantes e Portugal menos que isto – não era fácil 10
Esta expedição foi denominada a Jornada dos
Vassalos por ser composta de vários fidalgos, tanto
conservar em segredo a preparação de uma força naval. Espiões portugueses quanto espanhóis, voluntários para
mantinham as cortes européias informadas e seus informes eram defender a causa da coroa ibérica.
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Europa, regressou ao Brasil para organizar a reação, mas pouco
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pôde ser feito de efetivo, restando, para os defensores, iniciar a
defesa em terra depois da ocupação.
As providências luso-espanholas para recuperar Pernambuco,
durante o período de união das duas coroas, encontraram
dificuldades crescentes de recursos e não lograram a mobilização
das forças necessárias. O tesouro espanhol, cada vez mais debilitado,
não foi capaz de arcar com um empreendimento semelhante ao
da armada que libertara a Bahia em 162512. Cabe observar que era
necessário proteger com escoltas as frotas que levavam a produção
de açúcar para Portugal e as que levavam a produção mineral das
12
Na realidade, uma força naval de porte seme- colônias espanholas para a Espanha. Entre 1631 e 1640, dentro do
lhante ao da Jornada dos Vassalos, que restaurara a
Bahia, poderia ter vencido os holandeses e recon- período da união com a Espanha, foram enviadas três esquadras
quistado Pernambuco. Além de forças insuficien- luso-espanholas ao Brasil.13
tes, os luso-espanhóis não souberam aproveitar as
oportunidades que tiveram de surpreender Recife Os holandeses também enviaram forças navais, com reforços
nas ocasiões em que estava mal guarnecida. de tropas, para proteger suas conquistas no Brasil. Ocorreram,
13
A primeira, comandada por Don Antônio de
conseqüentemente, encontros que resultaram em diversos
Oquendo, que chegou em 1631; a segunda, co- combates navais. Destacam-se, entre eles, o Combate Naval dos
mandada por Don Lope de Hoce, tendo como co-
mandante da Armada de Portugal Don Rodrigo Lobo,
Abrolhos, em 3 de setembro de 1631, e os ocorridos
que chegou em 1635; e a terceira, comandada pelo intermitentemente durante cinco dias, de 12 a 16 de janeiro, na
Conde da Torre, Don Fernando de Mascarenhas, Batalha Naval de 1640.
que chegou em 1639.
No Combate Naval dos Abrolhos, os luso-espanhóis,
comandados por D. Antônio de Oquendo de Zandátegui, tinham
17 galeões, 23 navios mercantes carregados com açúcar, 12
caravelas com tropas e três patachos. Os holandeses, comandados
por Adriaen Janszoon Pater, lutaram com 18 navios.
A missão de Oquendo era desembarcar as tropas que trazia
de Pernambuco e da Paraíba; comboiar os navios mercantes que
levariam ao reino a produção de açúcar e outros produtos do Brasil,
até que estivessem livres de ataques das forças holandesas; e
alcançar o Caribe para comboiar a Frota da Prata para a Espanha.
Depois de escalar em Salvador, a força naval luso-espanhola
partiu para cumprir sua missão. Devido ao vento contrário, navegou
para sueste para depois rumar para Pernambuco. Foram
interceptados pela força naval holandesa na altura do Arquipélago
dos Abrolhos.
Oquendo formou seus galeões em coluna e deu ordem aos
navios do comboio para se posicionarem fora do combate. Os
holandeses tinham planejado abordar cada um dos maiores galeões
luso-espanhóis com dois navios. Seguiu-se um terrível combate,
com tentativas e sucessos de abordagens e bordadas bem próximas
de artilharia. Como resultado, os holandeses perderam dois navios,
inclusive o capitânia, que incendiou e explodiu, e um outro ficou
seriamente avariado. Os luso-espanhóis tiveram dois navios
afundados, um navio foi apresado pelos holandeses e outro
regressou a Salvador devido às grandes avarias sofridas. Nesse
combate, morreram ou desapareceram cerca de 700 homens,
aproximadamente 280 ficaram feridos e 240 foram aprisionados.
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Na Batalha Naval de 1640, 66 navios e embarcações luso-
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espanhóis, transportando tropas da força naval comandada pelo
Conde da Torre14, combateram navios holandeses (inicialmente
30, depois 35) comandados por Willem Loos.
O Conde da Torre saiu de Salvador com o propósito de
desembarcar tropas em Pernambuco. Os holandeses pretendiam
evitar que ocorresse esse desembarque. As forças navais se
encontraram no dia 12 de janeiro e travaram combates durante
cinco dias, tendo se combatido, de fato, em quatro deles. A iniciativa
coube aos holandeses que visavam a atingir, com seus tiros, os
cascos dos galeões luso-espanhóis, que se defendiam atirando nos
mastros e velas, procurando imobilizar os inimigos. Os holandeses 14
D. Fernando de Mascarenhas, governador e capi-
tão-general do Estado do Brasil (1631-1640).
evitaram as abordagens.
Durante o combate, o Almirante Willem Loos, comandante
holandês, teve a cabeça mutilada por um tiro de canhão, logo após
o início da batalha. Coube ao seu imediato assumir a frente na
liderança da frota.
No intervalo dos combates, os holandeses foram abastecidos
com pólvora e munições por embarcações vindas de terra. Também
receberam reforços de mais cinco navios.
Para os luso-espanhóis, a Batalha de 1640 foi uma derrota
estratégica. Após cinco dias, as tropas não haviam desembarcado
em Pernambuco. Os combates levaram a força naval do Conde da
Torre para o norte, ao longo do litoral do Nordeste. Com resultado
insatisfatório, já que a força holandesa muito pouco fora desfalcada,
o Conde da Torre decidiu pelo desembarque das tropas no atual
Estado do Rio Grande do Norte e regressar a Salvador com sua
força naval.
Os holandeses, por sua vez, conseguiram manter o domínio
do mar e se aproveitaram dele para bloquear os portos principais
e atacar o litoral do Nordeste do Brasil, expandindo sua conquista.
A insurreição em Pernambuco
Em 1o de dezembro de 1640, ocorreu a Restauração de
Portugal, ou seja, a separação de Portugal da Espanha, com o fim
da união das coroas ibéricas, e a aclamação do Duque de Bragança
como rei, com o nome de D. João IV.
Em junho de 1641, assinou-se uma trégua de dez anos com
os holandeses em Haia. Essa trégua interessava à Companhia das
Índias Ocidentais, que via seus lucros consumidos pelas ações
militares, e aos portugueses, que estavam em guerra com a Espanha
e precisavam reduzir as frentes de combate.
Às vésperas do armistício, os holandeses trataram de alargar
suas conquistas, ocuparando o Sergipe e o Maranhão, no Brasil, e
Angola e São Tomé, na África.
Após a Restauração de Portugal, foi enviado um novo
governador-geral para o Brasil, Antônio Teles da Silva. Embora
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oficialmente o governo português respeitasse a trégua, para evitar
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
uma guerra declarada contra a Holanda, sigilosamente aprovava a
insurreição no Brasil, e o novo governador desempenhou papel
de destaque no apoio a essa causa, podendo-se identificá-lo como
seu organizador-chefe. Iniciou-se, assim, em Pernambuco, a
campanha da insurreição contra os holandeses.
Em 1644, Teles da Silva resolveu reunir uma força naval para
auxiliar os revoltosos, com base no que havia disponível. Os três
navios mais fortes eram naus, armadas com 16 canhões cada.
Tripulações despreparadas faziam com que essa força improvisada
não fizesse frente aos profissionais holandeses e mercenários15. O
15
Não eram só holandeses, havia muitos alemães e
outros protestantes do norte da Europa nas forças comando foi dado ao Coronel Jerônimo Serrão de Paiva.
da Companhia das Índias Ocidentais. Haviam chegado ao Brasil, em fevereiro de 1645, dois galeões
16
É discutível a disposição de Salvador de Sá em se portugueses, o São Pantaleão, de 36 canhões, e o São Pedro de
engajar nessa aventura. Teles da Silva o acusou de Hamburgo, de 26 ou 30 canhões. Eram parte da escolta da primeira
não querer cooperar. Quando se explicou com D.
João IV, mais tarde, suas justificativas foram aceitas,
frota comboiada que, após carregar no Rio de Janeiro, regressou a
provavelmente porque estavam coerentes com a Salvador, com o propósito de, em seguida, partir para Portugal. O
política do rei.
almirante dessa frota era Salvador Correia de Sá e Benevides, filho
de um fluminense e uma espanhola, que tinha propriedades no
Rio de Janeiro.
Decidiu o Governador Teles da Silva executar, com auxílio
de Salvador de Sá, um plano para ocupar Recife. Deveriam os
galeões se juntar aos navios de Serrão de Paiva e, caso os holandeses
permitissem ou se a população se revoltasse, tentar desembarcar
na cidade.
Na noite de 11 de agosto, 37 navios portugueses, incluindo
os dois galeões, fundearam em frente a Recife. Vigorava a trégua
e, portanto, oficialmente, as hostilidades não estavam autorizadas.
Os navios holandeses permaneceram no porto, aguardando
o desenrolar dos acontecimentos e, em terra, estavam dispostos
a resistir a qualquer tentativa de desembarque.
Salvador de Sá, que estava com a mulher e os filhos a bordo
do São Pantaleão, mandou entregar uma carta sua, juntamente com
outra de Serrão de Paiva, declarando que estavam ali para ajudar
os holandeses no restabelecimento da paz em Pernambuco. Não
houve resposta imediata. Convocado um conselho a bordo do
São Pantaleão, concordaram os comandantes dos navios
portugueses que não havia condições favoráveis para atacar ou
manter um bloqueio de Recife 16.
No dia 13, o mau tempo obrigou os navios a buscarem o
alto-mar. Durante todo o dia 12, no entanto, tinham sido admirados
pelo povo pernambucano e o que, depois, ficou conhecido como
a Jornada do Galeão, acabou sendo, somente, um ato de emprego
político do Poder Naval pelos portugueses, influenciando as mentes
e as atitudes, sem uso de força.
No dia seguinte chegou a carta-resposta holandesa.
Estranhava o auxílio oferecido e pedia que se retirassem de Recife.
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Durante o mau tempo, Serrão de Paiva separou-se de Salvador de
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Sá e, depois de alguma insistência em permanecer em alto-mar no
litoral de Pernambuco, resolveu se abrigar na Baía de Tamandaré17.
Salvador de Sá seguiu para Lisboa com o comboio.
Em 9 de setembro de 1645, o Almirante holandês Lichthardt
resolveu atacar Serrão de Paiva. Os portugueses contavam com
sete naus, três caravelas e quatro embarcações, com uma
tripulação de mil homens aproximadamente, e estavam fundeados.
Lichthardt investiu a barra com oito navios holandeses e foi abordar
os navios portugueses dentro da baía.
A resistência se limitou ao bravo Serrão de Paiva e a poucos 17
Origem do nome do título do Patrono da Mari-
homens de seu navio. A maioria dos marinheiros e soldados se nha, Joaquim Marques Lisboa. Naquele local seu
irmão mais velho fora enterrado por ocasião da
lançou ao mar, nadando para a praia. Seguiu-se uma verdadeira Confederação do Equador em 1824.
carnificina de fugitivos e uma derrota fragorosa, com muitos mortos,
prisioneiros, inclusive o Serrão de Paiva ferido, e navios queimados
ou apresados e levados para Recife. Os documentos e a
correspondência sigilosa, comprometedores quanto ao
envolvimento das autoridades portuguesas na revolta, caíram nas
mãos dos holandeses.
Com o domínio do mar novamente assegurado, os
holandeses puderam movimentar suas tropas de reforço, sem risco
de oposição no mar. Assim, puderam organizar ataques para
diminuir a pressão que os insurretos já exerciam sobre seus
principais pontos estratégicos.
Em fevereiro de 1647, os holandeses atacaram e ocuparam
a Ilha de Itaparica, com uma força naval comandada pelo Almirante
Banckert. O propósito era ameaçar Salvador.
O ataque a Itaparica incentivou D. João IV a iniciar a
preparação de uma força naval para enviar ao Brasil. As dificuldades
financeiras e materiais eram muito grandes para o empobrecido
Portugal. Foi necessário conseguir empréstimos de particulares, a
serem amortizados com o imposto sobre o açúcar do Brasil.
D. João IV designou Antônio Teles de Menezes comandante
da “Armada de Socorro do Brasil”, fazendo-o Conde de Vila Pouca
de Aguiar e nomeando-o governador e capitão-general do Estado
do Brasil, em substituição a Teles da Silva. Compunha-se essa
esquadra de 20 navios: 11 galeões, uma urca, duas naus, duas
fragatas e quatro navios menores. Partiu de Lisboa em 18 de
outubro de 1647, chegando a Salvador em 24 de dezembro.
Enquanto isso, em 7 de novembro, saiu de Lisboa, com
destino ao Rio de Janeiro, uma força naval comandada por Salvador
de Sá, com o propósito de libertar Angola, na África.
A missão da esquadra do Conde de Vila Pouca de Aguiar não
era expulsar os holandeses de Pernambuco ou atacar Recife, mas
proteger Salvador e expulsar os invasores da Ilha de Itaparica. A
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perda de Salvador seria, sem dúvida, desastrosa para Portugal e
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para a causa dos revoltosos.
Na Holanda, sabendo-se da Armada portuguesa de socorro
ao Brasil, organizou-se uma força naval sob o comando do Vice-
Almirante Witte Corneliszoon de With. Os navios saíram aos
poucos dos portos e somente em março de 1648 alcançaram
Recife. Encontraram uma situação desfavorável: as forças
holandesas tinham se retirado de Itaparica e restava em poder da
Companhia, além de Recife, a Ilha de Itamaracá e os Fortes do Rio
Grande do Norte e da Paraíba.
Ao chegar a Recife, o Almirante Witte de With encontrou
indefinições sobre que ação tomar no mar. A decisão da Companhia
era lançar suas forças de terra, reforçadas pelas tropas trazidas
por De With, para vencer os rebeldes luso-brasileiros, aliviando a
pressão que já exerciam sobre Recife.
Em 19 de abril de 1648, travou-se a Primeira Batalha dos
Guararapes e os holandeses, mais numerosos e com fama de
estarem entre os melhores soldados da Europa de então, foram
derrotados no campo de batalha.
Restava para a Companhia agir no mar, bloqueando os portos
brasileiros, tentando capturar a Frota do Açúcar e atacando pontos
do litoral. O bloqueio, apesar de exigir dos marinheiros longas
estadias no mar, com conseqüentes problemas sanitários e
alimentares, tinha como incentivo a possibilidade de fazer presas,
havendo participação da tripulação no resultado financeiro da venda
dos navios e das cargas apresadas.
Fez-se ao mar De With, tendo atenção ao bloqueio de
Salvador, onde a poderosa força naval do Conde de Vila Pouca de
Aguiar se mantinha inativa. Em dezembro, aproveitou para atacar
os engenhos de açúcar situados nas margens da Baía de Todos os
Santos, sem ser molestado pela força naval portuguesa, que
mantinha seus navios protegidos pela artilharia das fortificações de
terra de Salvador.
Em novembro de 1648, chegou a notícia da vitória de
Salvador de Sá, com a rendição dos holandeses em Angola, no que
poderia se chamar de primeira projeção brasileira de poder para o
exterior, pois o Rio de Janeiro foi a base para a libertação de Angola
e muitos brasileiros participaram da luta, inclusive índios. Isso
levantou o ânimo dos portugueses para continuar a luta no Brasil.
Ficou evidente que somente com a organização de comboios,
fortemente escoltados, seria possível manter as rotas de navegação
entre Portugal e Brasil. Criou-se, então, a Companhia Geral do
Comércio do Brasil.
Em fevereiro de 1649, a Companhia das Índias Ocidentais
resolveu repetir, em terra, o ataque às forças rebeldes, em
Guararapes. Novamente os holandeses foram derrotados, ficando
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óbvio para eles que sem um novo socorro da Europa nada mais
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
poderia ser feito em terra.
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brasileiros. As posições holandesas foram, sucessivamente, sendo
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
conquistadas e a rendição de Recife finalmente ocorreu no final de
janeiro de 1654.
O longo êxito dos holandeses no Brasil foi resultante do
esmagador domínio do mar que conseguiram manter durante
quase todo o período da ocupação. Mesmo quando Recife já estava
cercado e era inviável vencer em terra, ainda conseguiram, por
longos anos, suprir a cidade por mar.
Podemos afirmar que, na longa guerra travada entre
holandeses e portugueses, os holandeses foram derrotados no
Brasil, venceram na Ásia e houve empate na África e na Europa.
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Tratado de Utrecht (1715) – A morte do Rei da Espanha
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Carlos II, em novembro de 1700, levou as maiores potências
européias a engajarem-se no conflito que ficou conhecido como
Guerra de Sucessão de Espanha, que durou quase 15 anos e teve
seus reflexos estendidos para o continente americano. Nesse
conflito, Portugal e Espanha ficaram em lados opostos e, como
conseqüência, a Colônia de Sacramento foi novamente ocupada
pelos espanhóis em 1705.
O Tratado de Utrecht – celebrado em 1715 entre as duas
nações – legitimou a presença portuguesa na região do Prata com
a restituição aos lusos da Colônia de Sacramento.
18
Bloqueio Naval – Impedir a entrada ou saída de
navios mercantes e de guerra de um porto, base ou
Tratado de Madri (1750) – O conflito ocorrido entre as área confinada, pela ameaça de atacá-los com forças
cortes portuguesa e espanhola entre 1735 e 1737 motivou a navais superiores. O bloqueio naval poderá ser co-
mercial ou militar. O bloqueio comercial, mais que
terceira investida hispânica sobre a Colônia de Sacramento. isolar e não permitir o abastecimento por via marí-
Cumprindo ordem do governador de Buenos Aires, em junho de tima do adversário, impede o comércio marítimo
no porto bloqueado. O bloqueio militar destina-se a
1735, navios espanhóis já empreendiam um bloqueio naval18 à manter no porto ou confinada numa área restrita a
colônia lusa enquanto quatro mil soldados realizavam um sítio força naval adversária, sem que esta possa pertur-
bar o bloqueio comercial.
por terra.
No Rio de Janeiro, o governador interino,
Brigadeiro José Silva Paes, preparou e enviou, às
pressas, uma força naval para socorrer a colônia.
Assim que chegou à região do Prata, essa força
naval dissipou o bloqueio que os navios espanhóis
vinham impondo à Colônia de Sacramento.
Em Portugal, o recebimento da notícia do
assédio espanhol à colônia lusa levou o rei a ordenar
o preparo de uma força naval que foi constituída
por duas naus e uma fragata. Essa força suspendeu
de Lisboa em março de 1736 e, ao chegar ao Rio
de Janeiro, recebeu reforços. Juntou-se a ela o
Brigadeiro Silva Paes, contendo ordens de so-
correr a Colônia de Sacramento e, se possível,
reconquistar Montevidéu (fundada e abandonada
pelos luso-brasileiros e novamente fundada pelos
espanhóis) e fortificar o Rio Grande de São Pedro.
A força naval portuguesa no Prata combateu
os espanhóis, apoiou a Colônia de Sacramento e
estabeleceu o domínio do mar na região. Após
alcançar seus objetivos, parte dessa força regressou
ao Rio de Janeiro.
O Brigadeiro Silva Paes permaneceu no Sul e, após ameaçar Tratado de Madri - 1750
Fonte: Livro Fronteiras do Brasil
um ataque a Montevidéu – que não ocorreu devido ao grande no Regime Colonial de José Carlos
risco dos navios ficarem encalhados –, decidiu partir para o Rio de Macedo Soares
Grande de São Pedro e cumprir a missão de fortificá-lo. Ao chegar,
tratou o Brigadeiro de organizar suas defesas e mandou construir
o forte que denominou Jesus, Maria e José. Estavam assim criadas
59
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as condições para o início da povoação da região, que recebeu,
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
mais tarde, casais açorianos para ocupar a terra.
Mesmo após a assinatura por portugueses e espanhóis do
armistício de 1737, o cerco terrestre à Colônia de Sacramento
continuou, demonstrando a grande instabilidade que existia nas
relações entre as duas colônias.
Procurando solucionar suas questões de limites, Portugal e
Espanha resolveram assinar, em 1750, o Tratado de Madri, que,
dentre outras medidas, estabeleceu a posse da Colônia de
Sacramento para a Espanha e a de Sete Povos das Missões para
Portugal. Esse tratado foi fruto do trabalho de Alexandre de
19
Esse conflito ficou conhecido como a Guerra Gusmão, secretário de D. João V, junto ao qual teve grande
Guaranítica (1753-1756) e foi contada no poema O
Uraguai, de José Basílio da Gama. influência. Foram nomeadas duas comissões para demarcarem
a fronteira, uma para o norte – onde Portugal teve como
representante Francisco Xavier de Mendonça Furtado (irmão do
Marquês de Pombal) – e outra para o sul, sendo o representante
português Gomes Freire de Andrade. A troca estabelecida pelo
Tratado não foi efetuada, pois os índios que viviam nas Missões se
recusaram a deixar o local, empreendendo uma resistência armada,
levando os luso-espanhóis a responderem com ação militar
conjunta que, em 1756, por meio da força, ocuparam a região19.
60
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procurando ganhar tempo, enquanto aguardava reforços. Em
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
outubro de 1762, a Colônia de Sacramento foi atacada pela
quarta vez e, não obstante a resistência oferecida pelos
portugueses, capitulou.
Os espanhóis continuaram avançando sobre terras ocupadas
pelos luso-brasileiros e com superioridade de forças tomaram o
Rio Grande de São Pedro em 1763. Apesar de ter sido restabelecida
a paz entre as duas nações após a assinatura do Tratado de Paris, e
o governador de Buenos Aires restituir a Colônia de Sacramento,
este continuou com a ocupação do Rio Grande de São Pedro, que
pretendia tornar definitiva tendo como base o Tratado de
Tordesilhas. Não obstante a reclamação dos portugueses por via
diplomática, foi necessário empreender uma ação militar, na qual
tropas luso-brasileiras, comandadas pelo Tenente-General João
Henrique Boehm (alemão a serviço de Portugal), juntamente com
o emprego da Esquadra portuguesa, reconquistaram o Rio Grande
de São Pedro em abril 1776.
Em 1777, os espanhóis protestaram contra a tomada do Rio
Grande pelos portugueses e, após insucessos diplomáticos,
decidiram enviar uma poderosa expedição sob o comando de D.
Pedro de Cevallos, nomeado primeiro vice-rei do Rio da Prata.
Coube ao Marquês da Casa de Tilly o comando da força naval
espanhola, que era composta de 19 navios de guerra e 26 de
transporte. Embora providências tenham sido tomadas, no sentido
de combater tal ameaça pelo Marquês de Pombal, os espanhóis
ocuparam a Ilha de Santa Catarina e pela quinta vez atacaram a
Colônia de Sacramento.
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Tratado de Badajós (1801) – A estabilidade entre as
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relações luso-espanholas foi afetada quando Napoleão Bonaparte,
desejoso de castigar Portugal por participar, com seus navios, de
cruzeiros ingleses no Mediterrâneo e visando a trazer os
portugueses para zona de influência francesa, forçou a Espanha a
declarar guerra a Portugal em 1801. O rompimento das relações
entre os dois países na Europa durou poucas semanas, sem ações
militares dignas de registro, ficando o episódio conhecido como a
Guerra das Laranjas. Na América, porém, a chegada da notícia
sobre o conflito entre as duas coroas desencadeou o rompimento
de hostilidades entre as populações da fronteira. No Rio Grande
de São Pedro, tropas foram aprestadas para defenderem as
fronteiras, ainda em processo demarcatório, e os luso-brasileiros
invadiram e conquistaram os Sete Povos das Missões, do lado
espanhol, enquanto os hispano-americanos invadiram o Sul de Mato
Grosso.
O Tratado de Badajós pôs fim à guerra de França e Espanha
contra Portugal, tendo a Espanha por direito de guerra, conservado
a praça de Olivença, na Europa, e a Colônia de Sacramento. Portugal
recuperou no sul da América o território dos Sete Povos das
Missões.
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C R O N O L O G I A
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DATA EVENTO
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F I X A Ç Ã O
1 – O Brasil, ao longo dos séculos XVI e XVII, foi invadido por estrangeiros no intuito de
formar colônias. Qual era a nacionalidade deles e em que período ocuparam terras
brasileiras?
3– Como foi estabelecida a fronteira sul das terras portuguesas no continente americano?
4 – Na sua opinião, qual foi a importância das forças navais para a manutenção de nossa
unidade territorial no período estudado?
SAIBA MAIS:
VIANNA, Hélio. História do Brasil: período colonial, Monarquia e República. 14.ed. São Paulo:
Melhoramentos, 1980.
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integrantes da Brigada Real da Marinha encarregados da artilharia
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
e da defesa dos navios.5
Vamos ver neste capítulo o que ocorreu quanto ao
estabelecimento da Marinha na Corte e a política externa de D.
João, caracterizada pela invasão da capital da Guiana Francesa,
Caiena, e a ocupação da Banda Oriental, atual Uruguai.
No campo interno veremos a Revolta Nativista de 1817,
movimento separatista ocorrido em Pernambuco, onde a Marinha
atuou na sua repressão, bloqueando o porto de Recife.
Com o retorno de D. João VI para Portugal, permaneceu no
Brasil seu filho D. Pedro, que passou a sofrer pressão vinda da
Corte de Portugal para que regressasse a Lisboa. Como 5
O desembarque no Rio de Janeiro da Brigada Real
da Marinha, em 7 de março de 1808, é considerado
conseqüência, temos o Dia do Fico (09/01/1822) e, posteriormente, o marco zero da história dos Fuzileiros Navais.
após novas pressões, D. Pedro proclama a nossa Independência.
Para concretizar a nossa Independência e levar a todos os
recantos do litoral brasileiro a notícia do dia 7 de setembro, foi
necessário organizar uma força naval capaz de atingir todas as
províncias, e fazer frente aos focos de resistência à nova ordem.
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A vinda da Família Real
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A Corte no Rio de Janeiro
Ribeira das Naus de Salvador, depois Arsenal de Óleo sobre tela de Miranda Júnior.
Marinha da Bahia, fundado no final do século XVI. Alvará de 1736.
Apesar das dificuldades, o estaleiro de Salvador A seguir, foram sucessivamente criadas ou estabelecidas várias
desenvolveu-se rapidamente, tornando-se o mais
importante centro de construção naval do Brasil repartições necessárias ao funcionamento do Ministério da Marinha,
durante todo o período colonial, e mesmo até me- tais como: Quartel-General da Armada, Intendência e Contadoria,
ados do século XIX. Além de Salvador e do Rio de
Janeiro, a construção naval desenvolveu-se também Arquivo Militar, Hospital de Marinha, Fábrica de Pólvora e Conselho
em vários outros pontos do nosso litoral: Belém, Supremo Militar6.
Recife, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, São Paulo
e Santa Catarina; sendo que os de Recife e Belém A Academia Real de Guardas-Marinha, que também
existiram como arsenais de Marinha. acompanhou a Família Real, teve sua instalação nas dependências
do Mosteiro de São Bento, se tornando desta feita o primeiro
estabelecimento de ensino superior no Brasil.
No tocante à infra-estrutura já existente no Rio de Janeiro,
observamos que o Arsenal Real da Marinha, localizado então ao
pé do morro do Mosteiro de São Bento, cuja criação data de 29
de dezembro de 1763, teve sua capacidade ampliada para poder
apoiar a recém-chegada Esquadra7.
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Determinou então a Corte ao Capitão-General da Capitania do
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Grão-Pará, Tenente-Coronel José Narciso Magalhães de Meneses,
que ocupasse militarmente as margens do Rio Oiapoque. Ordem
recebida, tratou de arregimentar pessoal e material, se valendo
inclusive (diante dos escassos recursos existentes nos cofres da
capitania) de subscrição popular.
Em outubro de 1808, a força estava pronta. Sob o comando
do Tenente-Coronel Manuel Marques d’Elvas Portugal, compunha-
se de duas companhias de granadeiros, duas companhias de
caçadores e uma bateria de artilharia, totalizando 400 homens com
armas. Para conduzir essa força ao lugar de destino, aprestou-se
uma esquadrilha composta por dez embarcações8. A 3 de 8
Escuna General Magalhães (capitânia); Cúteres Vin-
gança e Leão; três barcas-canhoneiras; Sumaca Ninfa;
novembro, a esquadrilha foi acrescida de três navios vindos da dois obuseiros; Iate Santo Antônio; e a Lancha São
Corte: Corveta inglesa Confidence (comando do Capitão-de-Mar- Narciso.
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O governador de Caiena, Victor Hughes, tratou, em vão, de
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preparar a resistência, levantando baterias, fortificando os melhores
pontos estratégicos e guarnecendo os fortes. As forças de ataque
foram ganhando terreno, apertando cada vez mais o cerco à capital
Caiena, até sua rendição final, a 12 de janeiro de 1809. A importância
dessa operação recai na condição de ter sido o primeiro ato
consistente de política externa de D. João realizada por meio
militar, contando com forças navais e terrestres anglo-luso-brasileira.
A ocupação portuguesa da Guiana Francesa durou mais de
oito anos. Embora temporária, foi de grande valia para a fixação
dos limites do País, porquanto, na ocasião de sua devolução, em
10
De Portugal veio uma Divisão de Voluntários
Reais, sob o comando do Tenente-Coronel Carlos 1817, ficaram tacitamente estabelecidos os limites do Oiapoque.
Frederico Lecor, embarcados em dez navios. O
comboio, que entrou no Rio de Janeiro no dia 30 de
março de 1816, trazia a última tropa de Lisboa. A Banda Oriental
11
José Gervásio Artigas se intitulava Chefe dos
Orientais e Protetor dos Povos Livres. Outro movimento importante de D. João na política externa
foi a ocupação da Banda Oriental. Na operação, foi de grande
12
Fragatas Graça e Príncipe Real, Charrua
Voador, Brigues Lebre, Providente e Atrevido.
importância o papel que desempenhou a Marinha, não só no
transporte das tropas, desde Portugal10 (já liberado do domínio
francês), como também em todo o desenrolar da ocupação.
O movimento de independência da América espanhola
provocou o aparecimento de novas nações americanas, cada qual
com lideranças individuais. Foi o caso do Uruguai, então chamado
de Banda Oriental, que se recusava a fazer parte das Províncias
Unidas do Rio da Prata, encabeçada por Buenos Aires. Seu líder
José Gervásio Artigas11 arregimentou as camadas populares contra
o domínio espanhol e para o ideal da anexação promovido por
Buenos Aires. Neste intento invadiu as fronteiras portenhas e
brasileiras, o que ocasionou o acordo entre as duas últimas para
uma ação conjunta contra Artigas.
A 12 de junho de 1816, partiu do Rio de Janeiro uma Divisão
Naval, composta de uma fragata, uma corveta, cinco naus (das
quais uma era inglesa e outra francesa) e de seis brigues, capitaneada
pela Nau Vasco da Gama, onde achavam-se embarcados o Chefe-
de-Divisão Rodrigo José Ferreira Lobo, responsável pelas atividades
navais da expedição, e o Tenente-Coronel Carlos Frederico Lecor,
então nomeado Governador e Capitão-General da Praça e
Capitania de Montevidéu.
A Divisão Naval foi se
reunir com o 1o Escalão,
c o m p o s t o p o r seis na-
vios12, que já havia seguido
para Santa Catarina em
janeiro.
Aportando a Divisão
na Ilha de Santa Catarina a Embarque na Praia Grande
26 de junho, decidiu Lecor Fonte: O Exército na História do Brasil:
Reino Unido e Império
seguir por terra com sua
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tropa para o Rio Grande do Sul e, então, iniciar a invasão, visto que
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
as condições climáticas só eram favoráveis à navegação no Rio
da Prata em outubro. Seguiu então à frente dos seus 6 mil
comandados, margeando o mar até as proximidades de
Maldonado. A Esquadra, por sua vez, rumou em direção ao Rio
da Prata, devendo antes estacionar naquele porto.
Do Rio de Janeiro, a 4 de agosto, partiu nova flotilha,
composta por quatro navios 13 com a missão de operar em
combinação com a Divisão dos Voluntários Reais. A 22 de
novembro de 1816, deu-se o desembarque em Maldonado pelas
forças navais de Rodrigo José Ferreira Lobo. Com a ocupação do 13
Era composta da Corveta Calipso (capitânia), sob
cidade, e a vitória pelas forças terrestres em Índia Morta, o caminho o comando do Capitão-de-Mar-e-Guerra D. José
para Montevidéu ficou livre. Lecor encontrava-se acampado no Manuel de Meneses; Escuna Tártara, comando do
Primeiro-Tenente Vitorino A. J. Gregório; Brigue
passo de São Miguel, quando recebeu uma deputação de Real Pedro, comando do Segundo-Tenente José da
Montevidéu que apresentou-lhe as chaves da cidade e seu Costa Couto; e Transporte Patrimônio, comando do
Mestre Antonio Francisco Firmo.
submisso respeito e completa adesão ao governo de D. João VI.
Nessa época, o governo das Províncias do Rio da Prata não 14
Também nos portos de Buenos Aires e de
Baltimore (EUA), armaram-se a princípio muitos
mais apoiava a intervenção armada do Brasil na Banda Oriental, corsários contra nós; porém devido a reclamações
deixando-nos em campo sozinhos. do governo português, tal irregularidade cessou.
Não foi imediata a completa submissão da Banda Oriental.
Ainda por alguns anos, fez José Artigas tenaz resistência à
dominação portuguesa, até sua derrota final na Batalha de
Taquarembó, a 22 de janeiro de 1820.
Durante esse período, os partidários de Artigas valiam-se de
corsários que, com base na Colônia de Sacramento14, ocasionavam
grandes prejuízos ao comércio de nossa Marinha Mercante. Com
recursos navais reduzidos para liquidar a nova ameaça, o comando
português empregou tropas terrestres para tentar destruir as bases
inimigas. Assim, o Tenente-Coronel Manuel Jorge Rodrigues,
auxiliado por forças navais, atacou e conquistou Colônia, Paissandu
e outros locais às margens do Uruguai, tendo em Sacramento
conseguido aprisionar vários corsários que aí se encontravam.
Para as operações realizadas no Rio Uruguai, foi constituída
uma pequena flotilha, sob o comando do Capitão-Tenente Jacinto
Roque Sena Pereira, formada pela Escuna Oriental e Barcas Cossaca,
Mameluca e Infante D. Sebastião. Esta flotilha prestou auxílio
inestimável às forças de terra, tanto na tomada de Arroio de La
China, quanto na tomada de Calera de Barquin, Perucho Verna e
Hervidero. Em Perucho Verna, doze embarcações inimigas, uma
lancha artilhada e um escaler foram apresados.
No mar, o último episódio em que a força naval atuou,
ocorrido em 15 de junho de 1820, foi o aprisionamento do corsário
General Rivera, com a recuperação dos mercantes Ulisses e
Triunfantes, pela Corveta Maria da Glória, comandada pelo Capitão-
de-Fragata Diogo Jorge de Brito.
A 31 de julho de 1821, em assembléia formada por deputados
representantes de todas as localidades orientais, foi aprovada por
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unanimidade a incorporação da Banda Oriental à Coroa portuguesa,
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
fazendo parte do domínio do Brasil com o nome de Província
Cisplatina.
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A Revolta Nativista de 1817
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
e a atuação da Marinha
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O retorno de D. João VI
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
para Portugal
A Independência
Princesa D. Leopoldina, esposa de D. Pedro, Em 7 de setem-
investida das funções de Princesa Regente do
Brasil, reúne o Conselho de Estado em 2 de
bro de 1822, o Príncipe
setembro de 1822 e ouve de José Bonifácio de D. Pedro declarava a
Andrada e Silva os argumentos pela imediata
proclamação da Independência do Brasil.
Independência do Brasil.
Motivada por esta reunião,a princesa teria Porém, só as províncias
enviado a carta que, lida às margens do Ipiranga,
levou D. Pedro ao definitivo rompimento com
do Rio de Janeiro, São
Lisboa. Paulo e Minas Gerais
Óleo sobre tela de Georgina de Albuquerque.
Acervo do Museu Histórico Nacional.
atenderam de imediato
à conclamação emanada
das margens do Ipiranga.
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Até pela proximidade
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
geográfica, estas manti-
veram-se fiéis às decisões
emanadas do Paço 20
mesmo após a partida de
D. João VI. As capitais das
províncias ao Norte do
País mantiveram sua li-
gação com a metrópole,
pois as peculiaridades da
navegação a vela e a falta
de estradas as punham 20
Paço Imperial foi a sede administrativa
mais próximas desta do do governo durante o período do reinado de
que do Rio de Janeiro. D. João VI e por todo o Império, localiza-se na
Praça XV de Novembro, no centro da cidade
Mormente o expressivo do Rio de Janeiro.
com Lisboa.
A resistência mais forte estava justamente em Salvador,
Bahia, onde essa guarnição era mais numerosa. No sul, a recém-
incorporada Província Cisplatina viu as guarnições militares que lá
ainda estavam dividirem-se perante a causa da Independência,
enquanto o comandante das tropas de ocupação, General Carlos
Frederico Lecor, colocou-se ao lado dos brasileiros, seu
subcomandante, D. Álvaro da Costa de Souza Macedo, e a maior
parte das tropas defenderam o pacto com Lisboa.
A situação que se descortinava no Brasil parecia cada vez
mais desfavorável ao processo de Independência. Mesmo que as
forças brasileiras, constituídas de militares e milícias patrióticas
forçassem e sitiassem as guarnições portuguesas, o mar era uma
via aberta para o recebimento de reforços. Por esta via, Portugal
aumentou sua força com tropas, suprimentos e navios de guerra à
guarnição de Salvador comandada pelo Governador das Armas da
Província Brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo.
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manter a unidade territorial brasileira, pois eram por meio do mar
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
que as províncias litorâneas, onde estava concentrada a maior parte
da população e da força produtiva brasileira, se interligavam e
comercializavam seus produtos. A rápida formação de uma Marinha
de Guerra nacional constituía-se no melhor meio de transportar
e concentrar tropas leais e suprimentos para as áreas de embate
com os portugueses.
Este conjunto de navios de guerra, a Esquadra, impediria que
chegassem aos portos das cidades brasileiras ocupadas pelos
portugueses os reforços que Portugal enviasse, interceptando e
combatendo os navios que os trouxessem. Privando as guarnições
O conceito de dissuasão será exposto no
21
portuguesas de mais soldados e armas vindos por mar, as
Capítulo VIII – O Emprego Permanente do
Poder Naval. bombardeando com canhões embarcados e transportando
soldados brasileiros para reforçar os patriotas que lutavam
contra os portugueses no interior, a Marinha Brasileira contribuiu
para a Independência do Brasil, permitindo que do território da
colônia portuguesa na América emergisse um só país, com um
grande território.
O nascimento da Marinha Imperial, portanto, se deu nesse
regime de urgência, aproveitando os navios que
tinham sido deixados no porto do Rio de Janeiro
pelos portugueses, que estavam em mal estado de
conservação, e os oficiais e praças da Marinha
portuguesa que aderiram à Independência. Os navios
foram reparados em um intenso trabalho do Arsenal
de Marinha do Rio de Janeiro e foram adquiridos
outros, tanto pelo governo como por subscrição
pública. E as lacunas encontradas nos corpos de
oficiais e praças foram completadas com a
contratação de estrangeiros, sobretudo experientes
remanescentes da Marinha inglesa. A
necessidade de se dispor da Força Naval como
Nau Pedro I. um eficiente elemento operativo e como um fator de
Navio capitânia da primeira Esquadra do Brasil
independente. Exemplo maior dos vários navios dissuasão 21para as pretensões de reconquista portuguesa fez com
da Marinha portuguesa que se encomtravam no que o governo imperial brasileiro contratasse Lorde Thomas
porto do Rio de Janeiro em mal estado de
conservação e foram reparados pelo Arsenal de Cochrane, um brilhante e experiente oficial de Marinha inglês,
Marinha da Corte (Arsenal de Marinha do Rio de como Comandante-em-Chefe da Esquadra.
Janeiro). Na Marinha Portuguesa era nomeada
Martin de Freitas e fez parte da Esquadra que
transportou a Família Real para o Brasil em Operações Navais
1808.
Óleo sobre tela de Eduardo de Martino
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha. A 1o de abril de 1823, a Esquadra brasileira comandada por
Cochrane, deixava a Baía de Guanabara com destino à Bahia, para
bloquear Salvador e dar combate às forças navais portuguesas que
lá se concentravam sob o comando do Chefe-de-Divisão Félix dos
Campos. A primeira tentativa de dar combate aos navios
portugueses foi desfavorável à Cochrane, tendo enfrentado, além
do inimigo, a indisposição para luta dos marinheiros portugueses
nos navios da Esquadra, muitos dos quais guarneciam os canhões
com uma inabilidade próxima ao motim. Depois de reorganizar
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suas forças e expurgar os elementos desleais, e a despeito das
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Forças Navais portuguesas, Cochrane colocou Salvador sob
bloqueio naval, capturando os navios que provinham o
abastecimento da cidade, que já se encontrava sitiada por terra
pelas forças brasileiras.
Pressionados pelo desabastecimento, as tropas portuguesas
abandonaram a cidade em 2 de julho, em um comboio de mais de
70 navios, escoltados por 17 navios de guerra. Este foi
acompanhado e fustigado pela Esquadra brasileira, destacando-se
a atuação da Fragata Niterói, comandada pelo Capitão-de-Fragata
John Taylor, que, apresando vários navios, atacou o comboio
português até a foz do Rio Tejo.
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permite concluir, a luta pelo poder provincial entre brasileiros e
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portugueses recém-adeptos da Independência levou que o
contingente da Marinha naquelas cidades atuasse tanto num
sentido apaziguador, mesmo diplomático, como trazendo a
ordem pela força das armas.
As operações navais na Cisplatina assemelharam-se às
realizadas na Bahia, sendo empreendido um bloqueio naval
conjugado com um cerco por terra a Montevidéu, isolando as
tropas portuguesas comandadas por D. Álvaro Macedo. Em março
de 1823, a Força Naval no Sul, comandada pelo Capitão-de-Mar-
e-Guerra Pedro Antônio Nunes, foi reforçada com a chegada de
navios vindos do Norte-Nordeste do Império, a tempo de se opor
à tentativa portuguesa de romper o bloqueio em 21 de outubro. A
batalha que se seguiu, embora violenta, terminou sem a vitória de
nenhum dos oponentes, mas configurou-se como uma vitória
estratégica das forças brasileiras com a manutenção do bloqueio.
O desabastecimento provocado pelo bloqueio e pelo cerco por
terra, somado a desalentadora notícia
que Montevidéu era a última resistência
GUERRA DE INDEPENDÊNCIA
Deslocamento das Forças Navais brasileiras
portuguesa na ex-colônia, provocou a
que possibilitou a expulsão das forças portuguesas evacuação do contingente português da
Cisplatina em novembro de 1823.
Confederação do Equador
Ainda no reinado de D. Pedro I, uma
revolta na Província de Pernambuco
colocou em perigo a integridade territorial
do Império. A Marinha atuou contra a
Confederação do Equador a partir de abril
de 1824, que congregou, no seu ápice,
também as províncias da Paraíba, Rio
Grande do Norte e Ceará. Porém, o
aumento do combate à revolta só se deu
com o envio da Força Naval comandada
por Cochrane, onde foi embarcada a 3a
Brigada do Exército Imperial, com 1.200
homens, comandada pelo Brigadeiro
Francisco Lima e Silva. As tropas foram
desembarcadas em Alagoas e seguiriam
por terra para a província rebelada;
enquanto a Força Naval alcançou Recife
em 18 de agosto de 1824, instituindo
severo bloqueio naval. Com a Marinha e
o Exército atuando conjuntamente, as
forças rebeldes de Recife foram
derrotadas em 18 de setembro.
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C R O N O L O G I A
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DATA EVENTO
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DATA EVENTO
FIXAÇÃO
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SAIBA MAIS
HISTÓRIA geral do Brasil. Org. de Maria Yedda Linhares. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1990.
HISTÓRIA naval brasileira. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha, 1975- . v.2.
t.2. e v.3. t.1.
PÁGINAS NA INTERNET
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O embate entre portugueses e brasileiros na Assembléia Geral
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Legislativa transpareceu na imprensa, que atacou o absolutismo
do Imperador, e foi para as ruas, onde partidários do monarca
entraram em choque com defensores do Partido Brasileiro.
Preocupava D. Pedro I não somente a oposição ao seu reinado,
que crescia entre os brasileiros, mas também a situação política
em Portugal, onde tinha pretensão de ascender ao trono.
Pressionado pela população, em 7 de abril de 1831, D. Pedro I
abdicou do trono em favor de seu filho, D. Pedro de Alcântara,
que tinha apenas cinco anos de idade. Como o herdeiro não tinha
idade para assumir o trono, instalou-se no Brasil um governo
regencial. O Poder Executivo seria composto por três membros,
uma regência trina, conforme determinava a Carta Constitucional.
Posteriormente, a regência seria constituída de uma só pessoa, a
regência una.
No período regencial, o conturbado ambiente político da
Corte se refletiu nas províncias do Império em movimentos
armados que explodiram por todos os principais centros regionais,
desde 1831 até os anos de consolidação do reinado de D. Pedro
II. A Marinha da Independência e da Guerra Cisplatina, constituída
por elevado número de navios de grande porte, foi sendo
transformada em uma Marinha de unidades menores, próprias para
enfrentar as conflagrações nas províncias e ajustadas às limitações
orçamentárias.
Revoltas deflagradas em diversas províncias foram abafadas
pelo governo regencial com a utilização da Marinha e do Exército.
A Marinha se fez mais presente nos combates no Pará
(Cabanagem), no Rio Grande do Sul (Guerra dos Farrapos ou
Revolução Farroupilha), na Bahia (Sabinada), no Maranhão e Piauí
(Balaiada) e em Pernambuco (Revolta Praieira), esta já anos após a
coroação de D. Pedro II.
Em todas estas revoltas, a Marinha não enfrentou nenhum
grande inimigo no mar. Embora na Guerra dos Farrapos os rebeldes
tenham formado uma pequena flotilha de embarcações armadas,
que foi prontamente combatida e vencida, a Marinha se fez
presente no rápido transporte de tropas do Exército Imperial da
Corte e de outras províncias até as áreas conflagradas. Também
dependeu do transporte por mar, em grande parte realizado pela
Marinha, o abastecimento das tropas que lutavam nas províncias
rebeladas, pois não existiam estradas que ligassem a Corte às
províncias do Norte e do Sul.
A Marinha também cumpriu ações de bloqueio nos portos
ocupados pelos rebeldes, evitando que recebessem qualquer
abastecimento vindo do mar, como armas e munições desviadas
de outras províncias ou compradas no estrangeiro. Finalmente,
militares da Marinha Imperial atuaram diversas vezes em
desembarques, lutando com grupos rebelados lado a lado com
tropas do Exército, da Guarda Nacional e milicianos.
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Fragata Imperatriz, navio com 54 canhões que operou na Escuna Rio da Prata (esquerda) e Corveta Dorrego. Detalhe do desenho de
Marinha Imperial entre 1824 a 1845. Com 46 metros de Gaston Roullet.
comprimento e 12,20 metros de boca, era um exemplo A Escuna Rio da Prata, com 23 metros de comprimento e armada com dez
tipico dos grandes navios que formavam a Esquadra brasileira canhões, representa os pequenos navios de guerra utilizados para auxiliar no
no Primeiro Reinado. sufocamento das diversas insurreições que se abateram sobre as províncias do
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha. Império do Brasil durante o período regencial.
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha.
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sobre Buenos Aires visando a isolar a capital adversária de
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
abastecimento vindo do exterior e impedir que embarcações
argentinas transportassem tropas e armamento para reforçar
argentinos e orientais que lutavam contra as tropas brasileiras no
território uruguaio.
Além do bloqueio, a Força Naval brasileira combateu a
Esquadra argentina até seu desmembramento, privando o
adversário do principal e primeiro braço do Poder Naval. Os navios
da Marinha que não foram deslocados para aquela guerra não
deixaram de se envolver no conflito. A Marinha defendeu as linhas
de comunicação marítimas, dando combate aos corsários armados
pela Argentina e pelos rebeldes uruguaios que atacaram a
navegação mercante brasileira ao longo de toda a nossa costa.
A próxima guerra que o Brasil se envolveria no Rio da Prata
seria contra Juan Manuel de Rosas, governador da Província de
Buenos Aires e Manuel Oribe, presidente da República Oriental
do Uruguai e líder do Partido Blanco. Tendo como seus aliados os
governadores das províncias argentinas de Entre Rios e Corrientes
e o Partido Colorado uruguaio, o Império brasileiro se interpôs a
uma tentativa de união de seus vizinhos do sul, que enfraqueceria
a posição brasileira no Rio da Prata e se tornaria uma ameaça na
fronteira do Rio Grande do Sul, há pouco pacificado e impedido de
se separar do Brasil na Guerra dos Farrapos.
Coube à Marinha um grande momento neste curto conflito:
a Passagem de Tonelero. Pela primeira vez se utilizando navios a
vapor em um conflito externo, a Força Naval brasileira ultrapassou sob
os disparos dos canhões das
tropas Juan Manuel de Rosas
o ponto fortificado adversário MARINHA IMPERIAL BRASILEIRA
no Rio Paraná, o Passo de CONFLITOS INTERNOS E EXTERNOS DE 1831 A 1852
Tonelero, e conduziu as tropas
aliadas rio acima para uma
INTERNOS
posição de desembarque
favorável, onde foi possível o CABANAGEM
SABINADA
EXTERNOS
GUERRA CISPLATINA
GUERRA CONTRA
ORIBE E ROSAS
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Conflitos internos
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Cabanagem
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Guerra dos Farrapos
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A Guerra dos Farrapos, rebelião no sul do Império que durou
dez anos, de 1835 a 1845, atingiu uma região de fronteira já
conturbada por conflitos externos. A Marinha novamente atuaria
em cooperação com o Exército no transporte e abastecimento
das tropas e apoiando ações em terra com o fogo dos canhões
embarcados.
Porém, na Guerra dos Farrapos os navios de guerra
estiveram envolvidos em pequenos combates navais com os
farroupilhas. Os combates não ocorreram em mar aberto, mas
em águas restritas, como as Lagoas dos Patos e Mirim. O primeiro
combate naval da Guerra dos Farrapos opôs o Iate Oceano, da
Marinha Imperial, e o Cúter Minuano, dos revoltosos, na Lagoa
Mirim, quando o navio rebelde foi posto a pique.
A pequena Força Naval que os farroupilhas mantinham na
Lagoa dos Patos foi completamente vencida em agosto de 1839,
quando o Chefe-de-Divisão John Pascoe Grenfell, comandante das
Forças Navais no Rio Grande, apresou dois lanchões rebeldes em
Camaquã. A rebelião rio-grandense estendeu-se para Santa
Catarina, onde os farroupilhas formaram uma pequena Força Naval
com navios mercantes apresados e lanchões remanescentes das
operações na Lagoa dos Patos e Mirim, que foi vencida pela Marinha
em um combate no porto de Laguna. Foi neste conflito regional
que pela primeira vez a Marinha brasileira empregou um navio
movido a vapor em operações de guerra.
Sabinada
Balaiada
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combateriam os rebeldes isoladamente ou apoiariam forças em
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
terra. A partir de 1840 e até o final da Balaiada, o Capitão-Tenente
Joaquim Marques Lisboa atuaria em cooperação com o então
Coronel Luís Alves de Lima e Silva, o futuro Duque de Caxias, que
comandava a Divisão Pacificadora do Norte, reunida para debelar
a revolta. A união dos futuros patronos das forças singulares de
mar e terra no combate à Balaiada simboliza uma situação
recorrente em todos os conflitos internos durante a Regência e o
Segundo Império: a atuação conjunta da Marinha e do Exército na
manutenção da ordem constituída e da unidade do Império.
Revolta Praieira
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Conflitos externos
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Guerra Cisplatina
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Para se opor à sublevação, nitidamente suportada pela
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Argentina, o Brasil desenvolveu uma campanha militar na Banda
Oriental entre os anos de 1825 e 1828. Além de tropas, deslocou
vários meios navais da Esquadra recém-formada na Guerra de
Independência para o Estuário da Prata, comandadas pelo Vice-
Almirante Rodrigo Lobo. Com o fortalecimento das forças de
Lavalleja na Banda Oriental, as Províncias Unidas do Rio da Prata
oficializaram seu apoio à revolta, declarando anexada a Banda
Oriental ao território argentino, o que significava uma declaração
de guerra ao Governo Imperial brasileiro.
Destacaremos aqui a participação brasileira na guerra naval,
que teve como seu principal palco o Estuário do Rio da Prata. A
ênfase no aspecto naval não indica que as operações de guerra
conduzidas pelos Exércitos em terra tenham sido menos
importantes para a história da Guerra Cisplatina. O Exército
Brasileiro e as forças de Lavalleja, somadas ao Exército argentino,
confrontaram-se em diversas batalhas, mas até o final da guerra,
em 1828, nenhum dos oponentes alcançou uma nítida vantagem
na guerra terrestre.
A batalha mais significativa da Guerra Cisplatina, a Batalha do
Selo uruguaio comemorativo dos 175 anos da Batalha Passo do Rosário, ou Ituzaingó, como os argentinos e uruguaios a
de Ituzaingó (ou Batalha do Passo do Rosário). chamam, ocorrida em 20 de fevereiro de 1827, teve resultados
Fonte: http//pt:wikipedia.org
tão indecisos como toda a guerra terrestre que se travou na
Província Cisplatina. Nenhum dos lados conseguiu impor-se sobre
o outro, não sendo possível apontar vitoriosos nem derrotados.
Contudo, a função desta obra é destacar a participação da Marinha
brasileira na nossa história. Assim, descreveremos as operações
navais realizadas na Guerra Cisplatina.
A Marinha Imperial brasileira na Guerra Cisplatina lutou com
a Força Naval argentina, mas também atuou contra os corsários
que, com Patentes de corso emitidas pelas Províncias Unidas do
Rio da Prata e pelo próprio Exército de Lavalleja, atacavam os
navios mercantes brasileiros por toda a nossa costa.
O embate entre a Esquadra brasileira e a Esquadra argentina
teve lugar no estuário do Rio da Prata e nas suas proximidades –
região com grande número de bancos de areia que dificultava a
navegação. Isto ajudou os argentinos a desenvolver uma variação
naval da guerra de guerrilha. Os navios argentinos atacavam e,
quando repelidos, escapavam da perseguição dos navios brasileiros
pelos estreitos canais que se formavam entre os vários bancos de
areia da região, em sua maioria desconhecidos dos marinheiros
brasileiros.
Como primeira ação de guerra, a Força Naval brasileira no
Rio da Prata, comandada pelo Vice-Almirante Rodrigo Lobo,
estabeleceu um bloqueio naval no Rio da Prata, pretendendo
impedir qualquer ligação marítima entre as Províncias Unidas e os
rebeldes de Lavalleja, e dos dois adversários com o exterior. O
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inimigo a ser confrontado pela Força Naval brasileira era liderado
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
pelo experiente irlandês William George Brown, comandante
da pequena Esquadra sediada em Buenos Aires, desde as lutas
pela independência daquele país. O adversário, apesar de contar
com um menor número de navios de guerra, tinha suas ações
facilitadas não só pelo conhecimento da conformação
hidrográfica4 do estuário do Rio da Prata, como também por
permanecer operando próximo ao seu porto base, o
ancoradouro de Los Pozos, em Buenos Aires, onde seus navios
eram abastecidos e reparados.
Nos primeiros meses da guerra, o bloqueio naval imposto
pela Esquadra brasileira provocou o primeiro embate entre as 4
Hidrografia é a topografia marítima, ciência utiliza-
forças navais. O Combate de Colares ocorreu em 9 de fevereiro da para a produção de plantas da costa e ilhas,
chamadas de cartas náuticas.
de 1826, quando a Esquadra argentina, composta de 14 navios,
deixou seu ancoradouro para empreender uma ação de desgaste
à Força Naval brasileira em bloqueio, também composta de 14
navios. As forças navais adversárias, dispostas em colunas, trocaram
tiros de canhão a grande distância uma da outra, causando p e r d a s
h u m a n a s e avarias
materiais reduzidas
de parte a parte. A
Esquadra argentina
se retirou para o
refúgio de Los Pozos
e a Força Naval
brasileira foi fundear
entre os Bancos de
Ortiz e Chico.
Combate Naval de Colares. O passo poste-
Aquarela do Almirante Trajano Augusto de Carvalho.
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
rior do comandante
das forças argen-
tinas teria conseqüências muito mais significativas para os
destinos da guerra no mar e em terra se bem-sucedido. Seu
alvo era a Colônia de Sacramento, uma praça fortificada situada
na margem esquerda do Rio da Prata e guarnecida por 1.500
homens chefiados pelo Brigadeiro Manoel Jorge Rodrigues,
complementados por uma pequena força de quatro navios,
comandada pelo Capitão-de-Fragata Frederico Mariath. Sete
navios da Esquadra argentina, capitaneados pela Fragata 25 de
Mayo, romperam o bloqueio brasileiro ao largo de Buenos Aires
e fizeram vela para a Colônia de Sacramento, simultaneamente
aquela praça era cercada por tropas.
Devido ao maior poder de combate da Força Naval
Argentina perante a flotilha brasileira que defendia a Colônia, as
tripulações e os canhões dos navios brasileiros foram
desembarcados e incorporados às defesas de terra. Em 26 de
fevereiro de 1826, os navios argentinos e as tropas de cerco
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iniciaram o bombardeio, respondido pelas fortificações da Colônia
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
do Sacramento, que inutilizaram um dos navios adversários.
Repelido o primeiro ataque, os defensores da Colônia do
Sacramento enviaram uma escuna para pedir auxílio às forças navais
brasileiras estacionadas em Montevidéu, esperando que o socorro
chegasse o mais rápido possível àquela praça sitiada.
O Vice-Almirante Rodrigo Lobo não acudiu de imediato a
cidade acossada pelo inimigo. Na noite de 1o de março, a Força
Naval argentina, reforçada por seis canhoneiras, tentou
desembarcar 200 homens naquela praça. Depois de severa luta,
os atacantes argentinos foram repelidos, com a perda de duas
5
Expediente comum nas guerras no mar no tem-
canhoneiras e muitos homens, não sem antes conseguirem
po dos navios a vela, utilizando-se da bandeira incendiar um dos nossos navios. Os navios argentinos só desistiram
de outra nação um navio de guerra ocultava sua
identidade perante o inimigo. Este ardil foi utili-
do cerco em 12 de março, escapando da Esquadra brasileira, que
zado pelo Capitão-de-Fragata John Taylor quan- chegara com atraso em defesa de Sacramento.
do no comando da Fragata Niterói na épica per-
seguição aos navios portugueses em retirada, na
A Força Naval argentina empreendia ações mais ousadas
Guerra da Independência. contra a Esquadra brasileira. De uma troca de tiros sem muitas
conseqüências, em fevereiro, tentou a conquista de uma praça
fortificada na margem esquerda do Rio da Prata que, se conquistada,
transformaria-se em um importante ponto de abastecimento das
tropas uruguaias e argentinas.
Uma das missões da Esquadra argentina era justamente a
manutenção do abastecimento dos exércitos que lutavam na
Província Cisplatina. Como obstáculo, antepunha-se a Esquadra
brasileira comandada pelo Almirante Rodrigo Lobo que, apesar da
ineficiência desse início de bloqueio naval (pelos primeiros embates
navais da guerra, observa-se que a Esquadra argentina
movimentava-se com relativa facilidade), mantinha-se superior em
número às forças navais comandadas por Brown.
O Comandante da Esquadra argentina William Brown reuniu
sua capitânia, a Fragata 25 de Mayo, e dois brigues em uma audaciosa
ação para capturar navios que se dirigissem a Montevidéu, tentando
aumentar o tamanho de sua Esquadra e tomar alguma carga de
valor em navios mercantes. Em 10 de abril de 1826, conseguiu
capturar a pequena Escuna Isabel Maria. No dia seguinte, ao
perseguir um navio mercante, a Fragata 25 de Mayo aproximou-se
muito do porto de Montevidéu, onde foi reconhecida pelos navios
da Esquadra brasileira, mesmo arvorando a bandeira francesa5.
Saiu em sua perseguição a Fragata Niterói, comandada pelo
Capitão-de-Mar-e-Guerra James Norton, ambos, navio e
comandante, veteranos da Guerra de Independência e recém-
chegados para reforçar a Força Naval brasileira no Rio da Prata.
Acompanharam o encalço à capitânia argentina quatro outros
pequenos navios, mas o combate se concentrou nos navios de
maior porte, com a Fragata Niterói trocando disparos com a Fragata
25 de Mayo e com um dos brigues que a acompanhava. Com o cair
da noite, os navios argentinos, com graves avarias, retiraram-se
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para Buenos Aires, dando por encerrado o embate que ficou
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
conhecido como o Combate de Montevidéu.
Após o malogro da tentativa de capturar navios ao largo do
porto de Montevidéu, William Brown planejou outra ação para
reforçar sua esquadra com navios brasileiros capturados.
Combate de Montevidéu.
Em primeiro plano a Fragata Niterói,
à direita o navio capitânia argentino,
a Fragata 25 de Mayo no momento
em que perde o joanete do mastro
grande.
Aquarela do Almirante Trajano
Augusto de Carvalho.
Acervo do Serviço de Documentação
da Marinha.
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imobilizados empenharam-se em um duelo de artilharia. A Niterói
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
conseguiu livrar-se do encalhe. A seguir, a 25 de Mayo também
escapou do Banco de Ortiz e se reuniu ao restante da Esquadra
argentina. O Combate do Banco de Ortiz acabou sem grandes
perdas para ambos os adversários, mas mostrou o perigo que os
bancos de areia do Estuário do Rio da Prata representavam para
as Esquadras em luta.
Em 13 de maio de 1826, o Almirante Rodrigo Pinto Guedes,
o Barão do Rio da Prata, substituiu o Almirante Rodrigo Lobo, que
tinha se mostrado pouco capaz no comando da Força Naval do
Império do Brasil em operações de guerra no Rio da Prata. A
primeira medida tomada pelo Almirante Pinto Guedes foi
estabelecer uma nova disposição das forças navais que reforçasse
o bloqueio naval. Dividiu suas forças em quatro divisões, sob o
comando de oficiais capazes e experientes, devendo em todas as
oportunidades engajar o inimigo, obrigando-o a aceitar a luta. A 1a
Divisão, reunindo os maiores e mais poderosos navios que estavam
no Rio da Prata, formaria a linha exterior do bloqueio, impedindo
que navios entrassem no Rio da Prata para abastecer a Argentina e
seu Exército lutando na Cisplatina e tentando capturar os corsários
que transitassem pela região. A 2a Divisão, constituída de navios
mais leves, manobreiros e numerosos, operaria no interior do
estuário, efetuando um rigoroso bloqueio naval entre a Colônia
de Sacramento, Buenos Aires e a Enseada de Barregã, isolando a
Esquadra argentina no seu ancoradouro e tentando impedir o
abastecimento por mar da capital argentina. A 3a Divisão, composta
de pequenos navios adequados à navegação fluvial, defenderia a
Colônia do Sacramento e patrulharia os Rios Uruguai, Negro e
Paraná, que formavam a fronteira natural entre as Províncias Unidas
do Rio da Prata e a Província Cisplatina, impedindo que as forças
de Lavalleja e o Exército argentino fossem supridos desde o
território argentino. A 4a Divisão era formada por navios em reparo,
e foi mantida em Montevidéu, para atuar como uma força de
reserva. A reorganização das forças navais brasileiras mostrou sua
eficiência na contenção dos movimentos da Esquadra adversária.
Em 15 de maio de 1826, as três linhas de bloqueio
determinadas pelo novo comandante da Força Naval brasileira no
Rio da Prata já se achavam em posição. Em 23 de maio, a Esquadra
argentina decidiu testar a resistência da Força Naval brasileira
responsável pelo bloqueio de Buenos Aires, a 2a Divisão da Esquadra
Imperial, chefiada pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra James Norton.
Os navios brasileiros engajaram-se no Combate das Balizas
Exteriores, mesmo com o risco de encalharem nos bancos de
areia em torno de Buenos Aires. Os navios argentinos perceberam
a resolução da força bloqueadora e voltaram ao seu ancoradouro,
em Los Pozos. Dois dias depois, o navio capitânia da 2a Divisão, a
Fragata Niterói, navegando sozinha, atraiu a Esquadra argentina para
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o combate, mas, novamente, a troca de tiros não causou danos
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
significativos a nenhum dos lados.
Mesmo a nova estratégia de bloqueio, mais agressiva, não se
mostrava eficiente na destruição dos navios argentinos, que se
mantinham protegidos no ancoradouro de Los Pozos.
No começo de junho de 1826, buscando um engajamento
decisivo, o Almirante Rodrigo Pinto Guedes planejou atacar a
Esquadra inimiga dentro de Los Pozos. Para isso, a 2a Divisão foi
reunida à 3a Divisão da Esquadra Imperial, composta por navios
menores que poderiam transpor os bancos de areia que protegiam
o ancoradouro de Buenos Aires.
Em 7 de junho, antes que as duas forças brasileiras se
reunissem, cinco navios de transporte argentinos, escoltados por
navios de guerra, largaram de Buenos Aires com soldados e
suprimentos para apoiar as tropas argentinas que lutavam junto
aos cisplatinos. Ao mesmo tempo, o resto da Esquadra argentina,
comandada por Brown, fez vela para atrair a atenção da força
brasileira. Nem a 2a Divisão, junto a Buenos Aires, nem a 3a, ainda
em águas da Colônia de Sacramento, alcançaram os navios de
transporte argentinos.
Em 11 daquele mês, as 2a e 3a Divisões, comandadas por
Norton, executaram o plano de ataque e investiram contra a
Esquadra argentina em Los Pozos. Novamente, os bancos de areia
protegeram os navios argentinos. O comandante da Força Naval
brasileira, Norton, desistiu do ataque que seria infrutífero. Apesar
dos insucessos da ação planejada, a Escuna Isabel Maria, apresada
pelos argentinos, foi recuperada.
Considerando o malogro do último ataque brasileiro à
Esquadra argentina como sua vitória, Brown preparou uma nova
investida à 2a Divisão, determinado a livrar Buenos Aires do bloqueio
naval. Protegidos pela noite, em 29 de julho de 1826, 17 navios da
Esquadra argentina tentaram surpreender os navios sob o comando
do Capitão-de-Mar-e-Guerra James Norton. Porém, alertados por
uma escuna que fazia a vigilância, os brasileiros responderam ao
ataque. O combate tornou-se confuso; a mesma noite que
escondia os atacantes, prejudicava a precisão dos disparos e a
identificação do inimigo. A possibilidade de atingir navios amigos
determinou que ambos os lados suspendessem a luta.
Ao alvorecer, o combate recomeçou. O Comandante da
Esquadra argentina Brown conduziu seu navio capitânia, a Fragata
25 de Mayo, na direção dos navios brasileiros, mas só foi
acompanhado pela Escuna Rio de La Plata. Os dois navios argentinos
receberam todo o peso dos disparos dos canhões brasileiros e
ficaram completamente inutilizados. O chefe das forças argentinas
foi obrigado a transferir-se sob fogo para um navio argentino que
ousou aproximar-se. O restante da Esquadra argentina retirou-se
para a segurança de seu ancoradouro. O Combate de Lara-Quilmes
95
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foi a última tentativa da Esquadra argentina de destruir os navios
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
da 2a Divisão da Esquadra Imperial e desmantelar o bloqueio naval
brasileiro em torno de Buenos Aires.
Depois dessa expressiva vitória das forças navais brasileiras,
no começo do ano de 1827, a 3a Divisão, composta pelos menores
navios da Esquadra brasileira, comandada pelo Capitão-de-Fragata
Jacinto Roque Sena Pereira, foi derrotada no Combate de Juncal.
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para as forças argentinas, sempre em busca de navios para reforçar
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
sua já diminuída Esquadra. Cinco navios inimigos aproximaram-se
da corveta, que estava acompanhada apenas da Escuna Dois de
Dezembro, e tentaram a abordagem. A tripulação da Maceió repeliu
o inimigo com o fogo de seus 20 canhões. Por fim, os navios
argentinos recuaram, mas a missão da Divisão Auxiliadora ainda
não terminara. Os navios brasileiros da 3a Divisão permaneciam
presos no Rio Uruguai.
No início de fevereiro de 1827, a 3a Divisão desceu o Rio
Uruguai para combater a Força Naval argentina que o bloqueava.
Com ajuda da Divisão Auxiliadora, planejou-se colocar o inimigo
entre os canhões das duas divisões brasileiras.
Em 8 de fevereiro, começava o Combate de Juncal, nome
tomado da Ilha fluvial de Juncal, segmento do Rio Uruguai onde os
navios da 3a Divisão foram derrotados pela Força Naval argentina,
pois não receberam o esperado apoio da Divisão Auxiliadora, que
permaneceu longe do local da batalha.
O bloqueio naval mais rigoroso realizado desde maio de
1826 pela 2a Divisão da Esquadra Imperial mantinha a maior
parte do tempo a Esquadra argentina confinada em seu
ancoradouro. Porém, a Esquadra brasileira não conseguia uma
vitória definitiva frente ao inimigo, não evitando pequenas
incursões que, algumas vezes, mostravam-se desastrosas, como
o combate fluvial em Juncal.
Já nesse período da guerra no mar, o governo de Buenos
Aires concentrava seu esforço na guerra de corso, que afetava o
comércio marítimo do Império brasileiro. Mesmo a Esquadra
argentina, já muito debilitada depois do Combate de Lara-
Quilmes, cedia seus navios para campanhas de corso na costa
brasileira. E foi com esse propósito que os quatro principais
navios argentinos tentaram romper o bloqueio brasileiro na noite
de 6 de abril de 1827.
A Força Naval argentina, composta pelos Brigues República,
Congresso e Independência, e pela Escuna Sarandi, comandada pelo
próprio comandante da Esquadra argentina, William Brown, foi
interceptada pelos navios da 2a Divisão quando tentava contornar
o bloqueio naval brasileiro.
Neste último grande encontro entre as forças adversárias,
conhecido como Combate de Monte Santiago, a 2a Divisão
brasileira, reforçada pelos navios das outras duas divisões
bloqueadoras, fustigou os navios argentinos com os seus canhões,
que, encurralados entre a força brasileira e os bancos de areia,
foram sendo destroçados. Os Brigues República e Independência
foram abordados e capturados pelos brasileiros. O Brigue Congresso
e a Escuna Sarandi, navios menores e mais leves, conseguiram passar
pelos bancos de areia e refugiaram-se em Buenos Aires, ainda assim
bastante atingidos pelos canhões brasileiros e com muitos mortos
e feridos a bordo.
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Foi o golpe final contra a Esquadra argentina e a
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
demonstração de que o bloqueio naval organizado pelo Almirante
Rodrigo Pinto Guedes foi efetivo no combate ao inimigo.
As grandes perdas argentinas no Combate de Monte
Santiago, em abril de 1827, ratificaram a opção pela guerra de
corso. Durante todo o conflito, as Províncias Unidas armaram
corsários. Alguns corsários eram armados no porto de Buenos
Aires e conseguiam romper o bloqueio naval brasileiro; outros
vinham das bases de corsários de Carmen de Patagones e San Blas,
em território das Províncias Unidas do Rio da Prata, e havia mesmo
os que, recebendo as patentes de corso do governo de Buenos
Aires em portos do exterior,
daí largavam para acossar os
navios mercantes nas costas
brasileiras.
A guerra de corso em-
preendida contra o nosso
comércio marítimo (à época,
como hoje, essencial para
economia nacional) foi mais
efetiva contra o esforço de
guerra brasileiro do que a
Esquadra argentina. A ope-
ração ofensiva que a Marinha
Imperial brasileira realizou com
o bloqueio naval no Prata
Combate Naval de Monte Santiago (7 e 8 de coexistiu com a ação defensiva na vigilância das extensas águas
abril de 1827). territoriais brasileiras, defendendo nosso comércio marítimo dos
Desenho de Gaston Roullet segundo as indicações
do Barão do Rio Branco. corsários.
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha. Exemplos da ação da Marinha Imperial no combate aos
corsários foram as duas incursões da Esquadra sediada no Rio da
Prata às bases corsárias de Carmen de Patagones e San Blas, na
região da Patagônia. Ambas ocorreram em 1827 e pretendiam
destruir esses verdadeiros ninhos de corsários e recapturar alguns
dos navios mercantes que estes tinham tomado.
Contudo, as condições hidrográficas da costa argentina da
Patagônia, completamente desconhecida dos brasileiros, e,
especialmente na incursão a Carmen de Patagones, a falta de
informação sobre as defesas a serem enfrentadas determinaram o
fracasso das duas expedições.
Entretanto, o combate aos corsários foi mais efetivo no
bloqueio naval empreendido a outra de suas “bases”, a localizada
no Rio Salado. Outros corsários também foram batidos no mar
pela Marinha Imperial, como o Brigue Niger, capturado em março
de 1828, e o Brigue General Brandsen, destruído por navios
brasileiros após longa campanha de corso.
98
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A indefinição da campanha terrestre e o esgotamento
econômico e militar de ambos os contendores levaram o Brasil a
aceitar a mediação da Grã-Bretanha para o fim da guerra. A
Convenção Preliminar de Paz foi assinada entre o Império do Brasil
e as Províncias Unidas do Rio da Prata em 27 de agosto de 1828.
O acordo estipulava que ambos os lados renunciariam a suas
pretensões sobre a Banda Oriental, que se tornaria um país
independente: a República Oriental do Uruguai.
O término da Guerra Cisplatina não seria o fim dos conflitos
na região. A Marinha Imperial brasileira permaneceria guarnecendo
a segurança do Império do Brasil no Rio da Prata.
Aprisionamento do navio corsário Gobernador Dorrego em 24 de agosto de 1828, no que foi último combate naval antes da vigência da
Convenção Preliminar de Paz. O corsário Gobernador Dorrego foi uma fragata mercante francesa de nome Mandarine que adquiriu patente
de corso das Províncias Unidas do Rio da Prata e, sob o comando de Jean Soulin, juntou-se a dois outros navios corsário, o General Rondeau
e Argentina, para empreender uma campanha de corso sobre as costas da Província do Rio Grande do Sul. Foram interceptados pela Esquadra
brasileira ainda no Rio da Prata e o Gobernador Dorrego, depois de ter sua mastreação destruída pela Fragata Piranga, Corveta Bertioga (que
aparece a direita na pintura), Brigue Caboclo e Escuna Rio da Prata, foi capturado e incorporado à Marinha Imperial.
Aquarela do Almirante Trajano Augusto de Carvalho.
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha.
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Guerra contra Oribe e Rosas
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Terminada a revolta que sublevou as Províncias do Rio
Grande e de Santa Catarina, o Império brasileiro pôde retomar
a vigilância na fronteira sul e ater-se ao conflito que crescia na
área do Rio da Prata. Mesmo com o fim da Guerra Cisplatina e
a independência da República Oriental do Uruguai, as lideranças
políticas argentinas continuavam com a pretensão de restituir o
mando de Buenos Aires sobre o território do Vice-Reinado do
Prata.
O projeto de anexação do Uruguai ao território argentino
encontrou em Juan Manuel de Rosas liderança máxima da
Confederação Argentina desde 1835 e em Manuel Oribe, líder
do partido de oposição ao governo uruguaio (o Partido Blanco),
seus executores.
O Império brasileiro, que se opunha frontalmente à anexação,
apoiava o governo constituído do Uruguai, exercido pelo Partido
Colorado. A situação política no Uruguai aproximava-se a de uma
guerra civil, com tropas partidárias de Oribe e apoiadas por Rosas
cercando a capital, Montevidéu.
Em 1851, o Governo brasileiro procedeu uma aliança com
o governo uruguaio e com um oposicionista de Rosas, o governador
da Província argentina de Entre Rios, Justo José de Urquiza, para
defender o Uruguai do ataque das forças de Rosas e Oribe.
A ação da Marinha novamente seria realizada em estreita
colaboração com o Exército Imperial. O comando da Força Naval
foi entregue ao Chefe-de-Esquadra John Pascoe Grenfell, veterano
das lutas na Independência e na Cisplatina.
Chefe-de-Esquadra John Pascoe Grenfell, Somente com a intervenção da força terrestre, as tropas
comandante da Força Naval que irrompeu pelo
passo fortificado de Tonelero.
que cercavam Montevidéu capitularam e Manuel Oribe foi
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha derrotado. A Esquadra brasileira, disposta ao longo do Rio da Prata,
impediu que as tropas vencidas pudessem evacuar para a margem
direita, o lado argentino.
Tendo pacificado o Uruguai, a força brasileira e seus aliados
platinos voltaram-se contra Rosas, que mantinha-se como uma
ameaça à estabilidade da região. Nessa nova ação militar coube à
Marinha a tarefa de transportar as tropas aliadas pelo Rio Paraná
até a localidade de Diamante, para ali desembarcá-las.
A Força Naval brasileira, composta por quatro navios com
propulsão a vapor e três navios a vela, tinha como obstáculo o
Passo de Tonelero, nas proximidades da Barranca de Acevedo,
onde o inimigo instalara uma fortificação guarnecida por 16 peças
de artilharia e 2.800 homens. Devido à pouca largura do rio naquele
trecho, os navios brasileiros seriam obrigados a passar a menos de
400 metros daquela fortificação, recebendo o peso da artilharia
inimiga. A solução encontrada pelo Chefe-de-Esquadra Grenfell
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foi o emprego conjunto dos navios a vela e a vapor na operação
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
de transposição daquele obstáculo.
Os navios a vela, mais artilhados (pois tinham artilharia
postada por todo seu costado, substituída nos navios a vapor pelas
rodas laterais), foram rebocados pelos navios a vapor, mais rápidos
e ágeis nas manobras.
Tonelero foi vencida em 17 de dezembro de 1851, com as
tropas desembarcando em Diamante com sucesso.
Naquela localidade, os navios a vapor auxiliaram também na
transposição do rio pelas tropas oriundas das províncias argentinas
aliadas que tinham marchado até aquela posição.
O Exército de Buenos Aires foi derrotado pelas tropas
brasileiras e de seus aliados platinos, em fevereiro de 1852. A
Passagem de Tonelero representou a única operação ofensiva
realizada pela Marinha Imperial naquele conflito.
Contudo, o emprego da Força Naval no transporte de tropas
para a área do conflito e, notadamente depois de Tonelero, na
transposição das tropas aliadas da margem uruguaia para território
argentino, no Rio da Prata e Rio Paraná, constituiu fator essencial
para o sucesso das ações militares desenvolvidas pelos aliados
contra Rosas e Oribe.
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C R O N O L O G I A
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
DATA EVENTO
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F I X A Ç Ã O
1– Quais foram duas das principais ações efetuadas pela Marinha Imperial brasileira no
combate às revoltas internas da Regência e início do reinado de D. Pedro II?
2– Durante o reinado de D. Pedro I, quais eram as duas principais forças políticas contrárias?
3– Cite uma das atividades militares desenvolvidas pela Marinha Imperial Brasileira na Guerra
Cisplatina.
4– Qual foi a área de atuação da Marinha comum aos dois conflitos externos que o Brasil se
envolveu no período entre o reinado de D. Pedro e o início do reinado de seu herdeiro,
D. Pedro II?
5– Por que uma das atividades essenciais que a Marinha provia em qualquer operação militar
durante as várias revoltas eclodidas nas províncias durante o período das regências era o
transporte e abastecimento das tropas que combatiam os rebeldes?
SAIBA MAIS
ALBUQUERQUE, Antonio Luiz Porto e. História do Brasil. Rio de Janeiro: Serviço de
Documentação da Marinha, 1985.
HISTÓRIA geral do Brasil. Org. de Maria Yedda Linhares. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1990.
MARTINS, Hélio Leôncio ; BOITEUX, Lucas Alexandre. Campanha naval na Guerra Cisplatina.
In: HISTÓRIA naval brasileira. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha, 1975-
v.3. t.1.
PÁGINAS NA INTERNET
Museu Histórico Nacional: http://www.museuhistoriconacional.com.br/
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
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O Paraguai estava se mobilizando para uma possível guerra
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
desde o início de 1864. López se julgava mais forte – o que
provavelmente era verdadeiro, no final de 1864 e início de 1865
– e acreditava que teria o apoio dos blancos uruguaios e do
argentino Urquiza. Tal não ocorreu. Ele superestimou o poderio
econômico e militar do Paraguai e subestimou o potencial do
Poder Militar brasileiro e a disposição para a luta do Brasil.
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Os seguintes atos de
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
hostilidade do Paraguai
levaram à assinatura
do Tratado da Tríplice
Aliança contra o Governo do
Paraguai, pelo Brasil,
Argentina e Uruguai 1, em Assinatura da Tríplice Aliança entre o General
Venâncio Flores (Uruguai), Dr. Francisco
1 de maio de 1865:
o
Otaviano (Brasil) e o Presidente da Argentina
Bartolomeu Mitre
· o apresamento do Vapor
brasileiro Marquês de Olinda, que viajava para Mato Grosso
Entre outros itens importantes, o Tratado da Tríplice
transportando o novo presidente dessa província, em 12 de
1
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Os navios brasileiros, no entanto, mesmo os de propulsão
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
mista, eram adequados para operar no mar e não nas condições
de águas restritas e pouco profundas que o teatro de operações
nos Rios Paraná e Paraguai exigia; a possibilidade de encalhar era
um perigo sempre presente. Além disso, esses navios, com casco
de madeira, eram muito vulneráveis à artilharia de terra,
posicionada nas margens.
Era uma época de freqüentes inovações tecnológicas no
hemisfério norte e a Guerra Civil Americana trouxera muitas
novidades para a guerra naval e, especificamente, para o combate
O Pirabebe, um pequeno navio fluvial, tinha a
nos rios. Sua influência, logo depois dessa primeira fase de navios
4
107
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O bloqueio do Rio Paraná e a
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Batalha Naval do Riachuelo
O Paraguai enviou duas
colunas de tropas invasoras, uma
destinada ao Rio Grande do Sul e
outra para o sul, em território
argentino, acompanhando o Rio
Paraná.
Foi designado comandante das
Forças Navais Brasileiras em Operação
o Almirante Joaquim Marques Lisboa,
Visconde de Tamandaré. A estratégia
naval adotada foi a de negar o acesso
ao território paraguaio através do Almirante Tamandaré
Acervo do Serviço de
bloqueio. Tamandaré, logo no início, Documentação da Marinha
tratou também de organizar a difícil
logística que o teatro de operações exigia. Os rios eram as principais
vias de comunicação da região, e navios e embarcações teriam
que transportar os suprimentos para as tropas, o carvão para servir
como combustível dos próprios navios e,
muitas vezes, soldados, cavalos e armamento.
Com o avanço das tropas paraguaias ao
longo do Rio Paraná, ocupando a Província
de Corrientes, Tamandaré resolveu designar
seu chefe de estado-maior, o Chefe-de-
Divisão Francisco Manoel Barroso da Silva,
para assumir o comando da Força Naval
brasileira, que subira o rio para efetivar o
bloqueio do Paraguai. Ele queria mais ação.
Barroso partiu em 28 de abril de 1865, na
Fragata Amazonas, e assumiu o cargo em Bela
Vista. Sua primeira missão foi um ataque à
Cidade de Corrientes, então ocupada pelos
paraguaios. O desembarque das tropas
Batalha Naval do Riachuelo aliadas em Corrientes ocorreu com bom
Óleo sobre tela de Victor Meireles
Acervo do Museu Histórico Nacional êxito no dia 25 de maio.
Não era, sabidamente, possível manter a posse dessa cidade
na retaguarda das tropas invasoras, principalmente naquele
momento da luta, em que os paraguaios mantinham uma ofensiva
vitoriosa, e foi preciso, logo depois, evacuá-la. Mas, o ataque deteve
o avanço paraguaio para o Sul. Ficou evidente que a presença da
Força Naval brasileira deixava o flanco direito dos invasores, que
se apoiava no Rio Paraná, sempre muito vulnerável. Para os
paraguaios, era necessário destruí-la e isto levou Solano López a
planejar a ação que levaria à Batalha Naval do Riachuelo.
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Os preparativos para o ataque aos navios brasileiros foram
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
realizados sob a orientação direta do próprio López. O plano
consistia em surpreender os navios brasileiros fundeados, abordá-
los e, após a vitória, rebocá-los para Humaitá. Por isso, os navios
paraguaios estavam superlotados com tropas.
Tirando o máximo proveito do terreno ao longo do Rio
Paraná, ele mandou, também, assentar canhões nas barrancas da
Ponta de Santa Catalina, que fica imediatamente antes da foz do
Riachuelo5, e reforçar com tropas de infantaria o Rincão de
Lagraña6, que lhe fica rio abaixo.
Da extremidade Sul do Rincão de Lagraña, que tem uma 5
17 quilômetros distante ao Sul da cidade de
barranca mais elevada, os paraguaios podiam atirar, de cima, sobre Corrientes, portanto, em território argentino ocu-
os conveses dos navios brasileiros que escapassem, descendo o pado pelo Paraguai.
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Mezza se atrasara
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
devido a problemas na
propulsão de um de seus
navios, o Ibera, que acabou
sendo deixado para trás. As
chatas que rebocava tinham
uma pequena borda-livre, Em destaque o Vapor Araguari
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
fazendo água quando os
navios aumentavam a velocidade procurando recuperar o tempo
perdido.
Ele decidiu não largar as chatas, pois sua presença na batalha
8
Coube a iniciativa desse primeiro combate aos era uma determinação de López, e, chegando tarde, desistiu de
paraguaios. A força brasileira somente conseguiu iniciar o combate com a abordagem. Julgava que não havia
pressão nas caldeiras para se movimentar às
10h50min, aproximadamente. surpreendido os brasileiros e é acusado de ter, assim, perdido sua
melhor chance de vitória. A surpresa, na realidade, foi maior até
do que se poderia supor. Era uma manhã de domingo, parte das
guarnições estava em terra para trazer lenha, com o propósito de
poupar carvão. É sempre difícil manter um estado prolongado de
alerta quando as ameaças não se fazem freqüentemente sensíveis.
Alertada, a Força Naval brasileira se preparou para o iminente
combate, as tripulações assumindo seus postos, despertando o
fogo das fornalhas das caldeiras com carvão e largando as amarras.
Às 9h25min, dispararam-se os primeiros tiros de artilharia. Passou,
logo em seguida, a força paraguaia, em coluna, pelo través da
brasileira, ainda imobilizada, indo, logo depois, rio abaixo, para as
proximidades da margem esquerda, logo após o local onde
estavam as baterias de terra. Fechou-se, assim, a armadilha em
uma extensão de uns seis quilômetros, ao longo de um trecho do
Paraná, junto à foz do Riachuelo8.
Pouco tempo depois, a coluna brasileira, com o Belmonte à
“O Brasil espera que frente, seguido pelo Jequitinhonha e por outros navios, avistou as
cada um cumpra o seu
dever.”
barrancas de Santa Catalina. Somente mais adiante, já com as
barrancas pelo través, era possível ter a visão completa da curva
do Rincão de Lagraña, rio abaixo da foz do Riachuelo, onde estavam
parados os navios e as chatas da força paraguaia. A vegetação
“Sustentar o fogo que a impedia que se soubesse que as barrancas de Santa Catalina
vitória é nossa.”
estavam artilhadas.
Barroso resolveu deter a Amazonas, reservando-a para
interceptar uma possível fuga dos paraguaios rio acima. Alguns
navios brasileiros não entenderam a manobra e ficaram indecisos.
Sinais de Barroso Como conseqüência, o Jequitinhonha encalhou num banco, sob as
baterias de terra, e o Belmonte, à frente, prosseguiu sozinho,
recebendo o fogo concentrado da artilharia do inimigo e tendo
que encalhar, propositadamente, após completar a passagem para
não afundar, devido às avarias sofridas em combate.
Para reorganizar sua força naval, Barroso avançou com a
Amazonas, assumiu a liderança dos navios que estavam a ré do
Belmonte e, seguido por eles, completou a passagem sob o fogo
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dos canhões paraguaios e da fuzilaria de terra. Afastou-se,
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
depois, descendo o Rio Paraná com apenas seis dos seus nove
navios, porque o Parnaíba, com o leme avariado, também não
conseguira passar. Completou-se assim, às 12h10min, a primeira
fase da batalha.
Então, Barroso mostrou toda a sua coragem, decidindo
regressar para o interior da armadilha de Riachuelo. Foi necessário
descer o rio até um lugar onde o canal permitia fazer a volta com
os navios e, cerca de uma hora depois, ele estava novamente em
frente à ponta sul do Rincão de Lagraña.
Até aquele instante, o resultado era altamente insatisfatório
para o Brasil. O Belmonte fora de ação, o Jequitinhonha encalhado,
para sempre, e o Parnaíba sendo abordado e dominado pelo
inimigo, apesar de resistência heróica de brasileiros, como o Guarda-
Marinha Guilherme Greenhalgh e o Marinheiro Marcílio Dias, que
lutaram até a morte.
Tirando, porém, vantagem do porte da Amazonas e contando
com a perícia do prático argentino que tinha a bordo, Barroso
usou seu navio para abalroar os paraguaios e vencer a batalha. Foi
um improviso, seu navio não tinha a proa propositadamente
reforçada para ser empregada como aríete.
Repetindo aqui as próprias palavras do Chefe-de-Divisão
Barroso, na parte que transmitiu ao Visconde de Tamandaré, assim
se deu a batalha (grafia de época):
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Quatro navios paraguaios conseguiram fugir e, com a
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
aproximação da noite, os navios brasileiros que os perseguiam
regressaram, para evitar encalhes em território inimigo. Além disto,
apesar de não comentarem, na época, não seria sensato abordar
um navio lotado com tropas.
Antes do pôr-do-sol de 11 de junho, a vitória era brasileira.
Foi uma batalha naval, em alguns aspectos, decisiva.
9
Tamandaré explicou sua ordem de recuar a força
naval pela necessidade dela estar sempre próxima à
frente do exército inimigo.
10
López ordenara o regresso da coluna que avança-
ra junto ao Rio Paraná, logo após a derrota das
forças que invadiram o Rio Grande do Sul, em
Uruguaiana. Só então foi possível recuperar, defini-
tivamente, a cidade de Corrientes. Em dezembro
de 1865, os Exércitos Aliados estavam acampados
em locais próximos a essa cidade e a Força Naval Batalha Naval do Riachuelo
brasileira, sob o comando de Barroso, também Óleo sobre tela de Eduardo de Martino
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
estava fundeada nas imediações.
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Passagem de Mercedes Passagem de Cuevas
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
Navios encouraçados e
a invasão do Paraguai
Os navios encouraçados começaram a chegar à frente de
combate em dezembro de 1865. O Encouraçado Brasil,
encomendado após a Questão Christie11 na França, foi o primeiro
que chegou a Corrientes em dezembro de
186512.
No Arsenal de Marinha da Corte, no Rio
de Janeiro, iniciara-se a construção de outros
navios encouraçados, especificados para lutar
naquele teatro de operações fluviais. O projeto
e a construção estavam a cargo de brasileiros,
como os engenheiros Napoleão Level e Carlos
Braconnot. Destacou-se, também, o Capitão-
de-Fragata Henrique Antônio Baptista,
especialista em armamento, que também
chefiara o recebimento e trouxera o
Encouraçado Brasil da França.
Durante a guerra, foram incorporados à Encouraçado Brasil – Aquarela do Almirante Trajano Augusto de Carvalho
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
Armada brasileira 17 navios encouraçados,
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incluindo alguns classificados como monitores, que obedeciam a
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
características de projeto inovadoras, desenvolvidas poucos anos
antes na Guerra Civil Americana.
Em 21 de fevereiro de 1866, Tamandaré chegou a Corrientes
e assumiu o comando da Força Naval, mantendo Barroso como
seu chefe de estado-maior. Em 17 de março, os navios
suspenderam para iniciar as operações rio acima. Quatro dos
encouraçados já estavam disponíveis nessa força. Um deles tinha
o nome de Barroso, e outro o de Tamandaré. Era uma grande
homenagem, em vida, aos dois ilustres chefes.
A ofensiva aliada para a invasão do Paraguai necessitava
de apoio naval. Passo da Pátria foi uma operação conjunta de
forças navais e terrestres. Coube, inicialmente, à Marinha fazer
os levantamentos hidrográficos, combater as chatas paraguaias
e bombardear o Forte de
Itapiru e o acampamento
inimigo. Em março de 1866,
já estavam disponíveis nove
navios encouraçados, inclu-
sive três construídos no
Brasil: Tamandaré, Barroso e
Rio de Janeiro. A reação da
artilharia paraguaia ceifou
vidas preciosas, como a do
Encouraçado Barroso
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha Tenente Mariz e Barros,
comandante do Tamandaré.
Houve, depois, perfeita cooperação entre as forças, na grande
operação de desembarque que ocorreu em 16 de abril de 1866.
Enquanto parte da Força Naval bombardeava a margem direita do
Rio Paraná, de modo a atrair a atenção do inimigo, os
transportes avançaram e entraram no Rio Paraguai.
Os navios transportaram inicialmente cerca de 45 mil
homens, de um efetivo de 66 mil (38 mil brasileiros, 25 mil
argentinos e 3 mil uruguaios), artilharia, cavalos e material. O
General Osório foi o primeiro a desembarcar em território inimigo.
Com a invasão, os paraguaios abandonaram Itapiru e Passo da Pátria
e, após tentativas infrutíferas de derrotar o invasor em Estero
Bellaco e Tuiuti, concentraram suas defesas nas fortificações que
barravam o caminho: Curuzu, Curupaiti e Humaitá.
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Curuzu e Curupaiti
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Em 31 de agosto de 1866, as tropas comandadas pelo
General Manoel Marques de Souza, o Barão de Porto Alegre,
desembarcaram na margem esquerda para atacar Curuzu e, no
dia seguinte, os navios começaram a bombardear a fortificação.
Em 2 de setembro, o navio encouraçado Rio de Janeiro foi
atingido por duas minas flutuantes e afundou com perda de vidas
humanas.
Curuzu foi conquistada pelo Barão de Porto Alegre, apoiado
pelo fogo naval, em 3 de setembro.
O próximo ataque foi a Curupaiti. O Presidente argentino,
General Bartolomeu Mitre, comandante das Forças da Tríplice
Aliança, assumiu pessoalmente o comando da operação. Apesar
do intenso bombardeio naval, o ataque aliado, ocorrido em 22 de
setembro, levou à maior derrota da Tríplice Aliança nessa guerra.
Seguiram-se acusações e críticas, que causaram uma crise
entre Mitre e Tamandaré. O preparo da operação, sem dúvida,
fora insuficiente e as dificuldades do ataque incorretamente
avaliadas. Como Mitre permaneceria exercendo o comando geral
dos Exércitos Aliados, o governo brasileiro aceitou o pedido de
afastamento feito anteriormente por Tamandaré. Ele e
Barroso foram substituídos, não mais participando das
operações dessa guerra.
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Caxias e Inhaúma
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
O Marquês de Caxias, General Luís Alves de Lima e Silva,
futuro Duque de Caxias e Patrono do Exército Brasileiro, foi
designado para o cargo de Comandante-em-Chefe das Forças
Brasileiras em Operações contra o Governo do Paraguai.
O comando da Força Naval coube ao Chefe-de-Esquadra
Joaquim José Ignácio, futuro Visconde de Inhaúma, que assumiu
seu cargo, substituindo Tamandaré, em 22 de dezembro de 1866.
Ele estava subordinado a Caxias, mas não a Mitre.
Caxias empregou com maestria a Força Naval de Inhaúma,
13
Caxias e Inhaúma eram amigos e sua amizade e para apoiar sua ofensiva ao longo do Rio Paraguai, até a ocupação
confiança mútua contribuíram para o excelente re-
sultado das operações combinadas. Ambos possuí- da cidade de Assunção; bombardeando fortificações; fazendo
am, também, uma boa experiência política, o que reconhecimentos pelo rio; transportando tropas de uma margem
ajudou no, às vezes, difícil relacionamento com os
aliados da Tríplice Aliança. para a outra, para contornar o flanco inimigo; e fazendo o apoio
logístico necessário13.
Passagem de Curupaiti
Há meses que a Força Naval bombardeava diariamente
Curupaiti, tentando diminuir seu poder de fogo e abalar o moral
dos defensores.
Em 15 de agosto de 1867, já promovido a Vice-Almirante,
Joaquim Ignácio comandou a Passagem de Curupaiti, enfrentando
o fogo das baterias de terra e
Duque de Caxias obstá-culos no rio. Pelo feito,
Acervo do Serviço de
Documentação da Marinha re-cebeu, logo depois, o título
de Barão de Inhaúma. Partici-
param da passagem dez navios
encouraçados que, em se-
guida, fundearam um pouco
abaixo de Humaitá e
Passagem de Curupaiti
começaram a bombardeá-la. Aquarela do Almirante Trajano Augusto de Carvalho
A posição desses navios, Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
porém, expunha-os aos tiros
das fortificações paraguaias e Inhaúma considerava que ainda não
era o momento de forçar Humaitá. Caxias apoiou esta decisão.
O apoio logístico a essa Força Naval operando entre
Curupaiti e Humaitá era muito difícil e exigiu que os brasileiros
fizessem o caminho pela margem direita do Rio Paraguai, no Chaco.
Visconde de Inhaúma Logo depois construiu-se uma pequena ferrovia nesse caminho,
Acervo do Serviço de
Documentação da Marinha para transportar as provisões necessárias.
Para apoiar o material das forças em combate, construíra-se
um arsenal em Cerrito, próximo à confluência dos Rios Paraguai e
Paraná. Graças a ele, foi possível fazer essa estrada de ferro.
Ultrapassar Humaitá com uma força naval e mantê-la rio
acima exigiria também uma base de suprimentos rio acima. Caxias,
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após reorganizar as forças terrestres brasileiras, iniciou, em julho
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
de 1867, a marcha de flanco e ocupou Tayi, no Rio Paraguai, acima
de Humaitá, que serviria depois para apoiar os navios.
Em dezembro de 1867, os três primeiros monitores
construídos no Arsenal de Marinha da Corte chegaram à frente de
combate. Esses monitores, por suas características, seriam
importantes para o prosseguimento das operações.
Em 14 de janeiro de 1868, Mitre precisou reassumir a
presidência da Argentina e passou definitivamente o comando-em-
chefe dos Exércitos da Tríplice Aliança para Caxias.
Passagem de Humaitá
Na madrugada de 19 de fevereiro de 1868, iniciou-se a
Passagem de Humaitá.
A Força Naval de Inhaúma intensificou o bombardeio e a
Divisão Avançada, comandada pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra
Delfim Carlos de Carvalho, depois Almirante e Barão da
Passagem, avançou rio acima.
Essa divisão era formada por seis
navios: os Encouraçados Barroso,
Tamandaré e Bahia e os Moni-
tores Rio Grande, Pará e Alagoas.
Eles acometeram a passa-
gem formando três pares com-
postos, cada um, por um encou-
raçado e um monitoramarrado ao
seu contrabordo.
Após a passagem, três dos
seis navios tiveram que ser
encalhados, para não afundarem
devido às avarias sofridas no
percurso. O Alagoas foi atingido
por mais de 160 projéteis.
Estava, no entanto, vencida
Humaitá, que aos poucos seria
desguarnecida pelos paraguaios.
Solano López decidiu que era
necessário retirar-se com seu
exército para uma nova posição
defensiva, mais ao norte.
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O recuo das forças paraguaias
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Na madrugada de 3 de março de 1868, López se
retirou de Humaitá com cerca de 12 mil homens. Os aliados
fecharam o cerco.
Em 25 de julho, os últimos defensores abandonaram
Humaitá, que foi ocupada pelos aliados. Era preciso reforçar o
cerco para evitar que eles se juntassem ao grosso do
Exército paraguaio. Para isso, os aliados criaram uma flotilha
de escaleres, lanchas e canoas para bloquear a passagem dos
fugitivos pela Lagoa Verá.
Almirante Saldanha da Gama
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Não se rendendo, apesar de seu exército estar praticamente
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
aniquilado, ele conseguiu prolongar a guerra por mais de um ano,
na região montanhosa do Norte de seu país, na chamada Campanha
da Cordilheira, causando enormes sacrifícios a todos os envolvidos,
principalmente ao povo paraguaio15.
A ocupação de Assunção e
a fase final da guerra
Como não havia mais obstáculos até Assunção, ela foi
ocupada pelos aliados e a Força Naval fundeou em frente à cidade, 15
A Guerra da Tríplice Aliança contra o governo do
Paraguai só foi superada na América em número de
em janeiro de 1869. mortes pela Guerra Civil Americana.
Em fevereiro, o Chefe-de-Esquadra Elisário Antônio dos
Santos assumiu o comando da Força Naval. Ficaram no Paraguai
os navios de menor calado, mais úteis para atuar nos afluentes.
Uma Força Naval subiu o Rio Paraguai até território brasileiro, em
Mato Grosso. Houve um último combate no Rio Manduvirá. Seguiu-
se a Campanha da Cordilheira, em que a Marinha não mais
confrontou o inimigo.
Em 1870, o Paraguai estava derrotado e seu povo dizimado.
A Guerra foi muito importante para a consolidação dos
Estados Nacionais na região do Rio da Prata. Foi durante o conflito
que a unidade da Argentina se consolidou. Para o Brasil, foi um
grande desafio que mobilizou o País e uniu sua população. Foi lá
que os brasileiros das diferentes regiões do País se conheceram
melhor, passando a se respeitar e a se entender.
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C R O N O L O G I A
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
DATA EVENTO
12/11/1864 O governo paraguaio apreende o Navio Mercante brasileiro
Marquês de Olinda, quando este navegava 30 milhas acima de
Assunção, rumo ao Mato Grosso levando o novo presidente dessa
província.
05/04/1865 Parte de Buenos Aires uma Força Naval brasileira para bloquear o
Rio Paraná.
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02/09/1866 A Marinha perde o Encouraçado Rio de Janeiro, posto a pique pela
explosão de duas minas flutuantes.
13/02/1868 Os Monitores Pará, Rio Grande e Alagoas forçam durante a noite a Passagem
de Curupaiti, indo reunir-se aos encouraçados que se destinavam a passar
Humaitá. (2a Passagem de Curupaiti).
01/08/1868 Combate na Lagoa Verá entre chalanas paraguaias e escaleres dos navios
brasileiros.
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01/10/1868 Os Encouraçados Bahia, Barroso, Tamandaré e Silvado forçam as baterias
de Angostura, ao mesmo tempo que os encouraçados restantes
bombardeam o acampamento inimigo.
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FIXAÇÃO
4 – Qual o nome dos dois rios onde ocorreu grande parte do conflito?
SAIBA MAIS
MARTINS, Hélio Leôncio. A estratégia naval brasileira da Guerra do Paraguai: com algumas
observações sobre ações táticas e o apoio logístico. Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro,
v.117, n.7/9, p.59-86, jul./set. 1997.
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A Marinha na República
Sinopse
1
Encilhamento se refere ao processo
Os primeiros anos da República foram marcados pela
especulativo que ocorreu na Bolsa de Valores progressiva desmobilização da Esquadra brasileira. As revoltas que
do Rio de Janeiro. Podem ser incluídos no
Encilhamento outros problemas econômicos que
assolaram a Nação e o desgaste econômico conhecido como
ocorreram no período, especialmente a brusca Encilhamento1 provocaram o gradativo desmantelamento das
desvalorização cambial, provocando grande nú-
mero de falências e recessão econômica. Essa
unidades da Força Naval. A situação interna do País se refletia nos
política foi idealizada por Rui Barbosa, Ministro orçamentos insuficientes que negavam à Marinha os recursos
da Fazenda de então. necessários à modernização dos meios flutuantes e à criação de
uma infra-estrutura de apoio.
Essa situação se manteve por toda a década final do século
XIX. A sucessão de quatro ministros da Marinha em apenas seis
anos contribuiu negativamente para a elaboração de um programa
naval condizente com o litoral e os interesses a serem defendidos.
Em 15 de novembro de 1902, o Almirante Júlio de Noronha2
assumiu a pasta da Marinha, encontrando uma Força Naval
composta de navios reformados, sendo, na sua maioria, modelos
obsoletos frente às classes mais modernas que estavam em
processo de construção pelas potências industriais da época.
Em 1904, o Ministro das Relações Exteriores, Barão do Rio
Branco, percebeu que a Marinha, apesar de querer se equipar com
os melhores meios, não alcançava um nível aceitável de Força
Armada para o porte do Brasil. Apresentou então ao Almirante
Júlio de Noronha pessoas interessadas em oferecer navios ou
indicar estaleiros para a construção daqueles que fariam parte do
Programa Naval que o almirante imaginava.
2
O Almirante Júlio de Noronha assumiu o Mi- Procurando satisfazer a justa aspiração brasileira em constituir
nistério da Marinha em 1902, durante o gover- uma Marinha bem aparelhada, o Deputado Dr. Laurindo Pitta
no de Rodrigues Alves, passando a pasta, em
1906, ao Almirante Alexandrino Faria de Alencar. apresentou à Câmara, em julho de 1904, um projeto que continha
o programa naval do Almirante Júlio de Noronha, o qual poderia
atender a tais expectativas. Em um discurso entusiasmado, propôs
a aprovação de orçamento que financiasse os navios requisitados.
Pitta encabeçou então uma grande luta nos bastidores da política
nacional com a finalidade de obter a aprovação, no Congresso
Nacional, do projeto que reorganizaria toda a Esquadra brasileira.
Sendo o projeto finalmente aprovado, quase que por
unanimidade, ele se transformou no Decreto no 1.296, de 14
de novembro de 1904.
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Segundo o próprio Laurindo Pitta, em seu discurso, por
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
ocasião da apresentação do seu projeto de reaparelhamento naval,
encouraçados, cruzadores, torpedeiras não eram invenções
modernas, eram aperfeiçoamentos que a ciência e a indústria
adaptavam aos navios. O encouraçado era o pesado e bem artilhado
navio de linha, o cruzador era a leve e ligeira fragata e o torpedeiro,
o brulote3, destinado a incendiar as antigas naus.
O Programa de 1904, de autoria de Júlio de Noronha,
apresentava a vantagem de ser um plano de conjunto, ou seja,
incluía a criação de um moderno arsenal e um porto militar, que
juntamente com os navios formaria um tripé de sustentação da 3
Brulote – Embarcação carregada de matérias
Marinha brasileira. Foi o Almirante Júlio de Noronha quem fez inflamáveis e explosivas destinada a levar fogo
nascer a campanha de remodelação da Esquadra, que deveria aos navios inimigos.
125
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Como conseqüência direta do Programa Alexandrino, a
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Esquadra de 1910, assim chamada por haver chegado ao Brasil
nesse ano a maior parte de seus componentes, representou um
verdadeiro revigoramento militar e tecnológico da Marinha
brasileira. Dessa forma, o Brasil passou a possuir uma frota de alto-
mar ofensiva, podendo levar a outros rincões o Pavilhão Nacional
e, principalmente, apoiar a ação diplomática do governo brasileiro
em qualquer local que se fizesse necessário.
A incorporação de navios Encouraçado Minas Gerais
como os Encouraçados Minas Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
5
Recebeu o nome de Agincourt na Marinha ingle-
Gerais e São Paulo, pertencentes
sa, sob as ordens do Almirante Sir John Jellicoe na à classe dos dreadnoughts mais
Batalha da Jutlândia, travada entre a Grã-Bretanha
e a Alemanha durante a 1a Guerra Mundial.
poderosos do mundo, encheu
de orgulho e confiança os brasi-
leiros. Além dessas embarcações,
também chegaram os Cruzadores Bahia e Rio Grande do Sul e os
Contratorpedeiros Amazonas, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Alagoas, Sergipe, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso.
126
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cruzadores, e flotilhas de contratorpedeiros e de submarinos.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Porém, com o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o
Ministro da Marinha Alexandrino de Alencar determinou que as
principais unidades operativas de superfície fossem reorganizadas
em três divisões a fim de patrulhar as águas costeiras dentro de
cada área de responsabilidade, sendo criadas as Divisões Navais do
Sul (São Francisco do Sul), Centro (Rio de Janeiro) e Norte (Belém).
Dessa maneira, a Marinha iria enfrentar os seus dois principais
desafios no Século XX. As duas grandes guerras mundiais.
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Primeira Guerra Mundial
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Antecedentes
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A Alemanha, depois de uma fracassada ofensiva no teatro
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
de operação ocidental, se viu exausta com as perdas sofridas, vindo
a assinar o Armistício com os aliados no mês de novembro de 1918.
O preparo do Brasil
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No mês de maio, o segundo navio brasileiro, o Tijuca, foi
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
torpedeado nas proximidades de Brest na costa francesa. Seis dias
depois seguiu-se o Mercante Lapa. Antes ele fora abordado por
um submarino alemão, mandando que a tripulação deixasse o vapor
para depois torpedeá-lo. Esses três ataques levaram o Presidente
Wenceslau Braz a decretar o arresto de 45 navios dos impérios
centrais aportados no Brasil e a revogação da neutralidade. Muitos
deles encontravam-se danificados por sabotagem dos próprios
tripulantes. Isso não impediu que o Brasil utilizasse 15 deles e
repassasse 30 por afretamento para a França. Um fato curioso foi
o arresto da Canhoneira alemã Eber, surta no porto de Salvador.
Tratava-se de navio militar e não de vapor mercante, como os 45
navios arrestados. Antes de ser abordada por autoridades
brasileiras, e percebendo essa medida, os tripulantes queimaram
esse vaso de guerra e conseguiram se transferir para outro navio
mercante que se evadiu dos portos nacionais com o armamento e
os homens especializados, que seriam ainda úteis à Marinha alemã
no conflito.
Quatro meses se passaram até que um novo navio brasileiro
fosse atacado e afundado, dessa feita foi o Vapor Tupi nas mediações
do Cabo Finisterra. O caso tornou-se grave na medida em que o
comandante e o despenseiro foram aprisionados por um
submarino alemão e nunca mais se teve notícia de seus destinos.
Oito dias depois, 26 de outubro de 1917, o Brasil reconhecia
e proclamava o estado de guerra com o Império alemão.
Como estava o Brasil naquela oportunidade para enfrentar
os germânicos?
O governo brasileiro tinha consciência de que a grande
ameaça seria o submarino alemão, ávido por atacar os nossos
navios mercantes que mantinham o comércio com outros países
em pleno desenvolvimento. Além disso, naquela oportunidade, não
existiam estradas ligando o Sul e Sudeste com o Norte e Nordeste.
Todas as comunicações entre essas regiões eram feitas por mar,
daí nossa grande vulnerabilidade estratégica. Tanto a Marinha
Mercante como a de Guerra seriam as grandes protagonistas
brasileiras nesse confronto.
A Marinha Mercante brasileira era modesta, no entanto,
desde os primeiros anos do século, os governos que se sucederam
procuraram aparelhá-la, o que foi auspicioso, pois teríamos na
guerra um teste fundamental para a manutenção de nosso fluxo
comercial. No início do conflito – quando o Brasil ainda mantinha
irrestrita neutralidade –, diversos países envolvidos na guerra, ávidos
para cobrir as perdas provocadas por afundamentos, ofereceram
propostas de compras de muitos de nossos mercantes.
Propostas de compras do Lloyd Brasileiro, maior companhia
de navegação do período, foram comuns. Entretanto, o governo
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nacional, premido pela necessidade de manter o comércio com
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
outros países e de escoar o nosso principal produto, o café,
principalmente para os Estados Unidos, impediu todas essas
tentativas de arrendamento. Ao final essa ação veio a ser
fundamental para o Brasil.
Nossa Marinha de Guerra era centrada na chamada
Esquadra de 1910, com navios relativamente novos construídos
na Inglaterra sob o Plano de Construção Naval do Almirante
Alexandrino Faria de
Alencar, Ministro da
Marinha, como an-
teriormente mencio- Cruzadores leves e velozes que tinham a tarefa de
7
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
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Com o estado de guerra declarado, os ataques aos mercantes
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
brasileiros continuaram. Em 2 de novembro, nas proximidades da
Ilha de São Vicente, na costa africana, foram torpedeados mais
dois navios, o Guaíba e o Acari. Depois de atingidos, seus
comandantes conseguiram os encalhar, salvando-se a carga, não
impedindo, no entanto, que vidas brasileiras fossem perdidas.
Outro ataque, já no ano de 1918, aconteceu ao Mercante
Taquari da Companhia de Comércio e Navegação, na costa inglesa.
Desta feita o navio foi atingido por tiros de canhão, tendo tempo
de arriar as baleeiras que, no entanto, foram metralhadas,
provocando a morte de oito tripulantes. 8
As potências centrais eram compostas pelo Impé-
Esses ataques insuflaram ainda mais a opinião pública brasileira rio Alemão, pela Austro-Hungria e pela Turquia.
que, influenciada por campanhas jornalísticas e declarações de
diversos homens públicos, exigiu um comprometimento maior
com a causa Aliada, com a participação efetiva no esforço bélico
contra as Potências Centrais8.
Desde o início do conflito, a participação da Marinha no
confronto baseou-se no patrulhamento marítimo do litoral
brasileiro com três divisões navais, como já mencionado, distribuídas
nos portos de Belém, Rio de Janeiro e São Francisco do Sul. Esse
serviço tinha por finalidade colocar a navegação nacional, a aliada e
a neutra ao abrigo de possíveis ataques de navios alemães de
qualquer natureza nas nossas águas.
A Divisão Naval do Norte era composta dos Encouraçados
guarda-costas Deodoro e Floriano, dos Cruzadores Tiradentes e
República, de dois contratorpedeiros, três avisos e duas
canhoneiras. Sua sede era Belém.
A Divisão Naval do Centro compunha-se dos Encouraçados
Minas Gerais e São Paulo e de seis contratorpedeiros, com sede no
Rio de janeiro.
Por fim, a Divisão Naval do Sul era composta dos Cruzadores
Barroso, Bahia e Rio Grande do Sul, de um iate e dois
contratorpedeiros, com sede em São Francisco do Sul.
A Marinha possuía também três navios mineiros; uma flotilha
de submersíveis, com um tênder, três pequenos submarinos
construídos na Itália e uma torpedeira; as Flotilhas do Mato Grosso,
Amazonas e de aviões de guerra; e, por fim, navios soltos.
133
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A Divisão Naval em Operações de Guerra
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
O governo de Wenceslau Braz decidiu enviar uma divisão
naval para operar sob as ordens da Marinha britânica, na ocasião a
maior e mais poderosa do mundo. Logicamente, os navios
escolhidos deveriam ser da Esquadra adquirida oito anos antes na
própria Inglaterra, pois eram os mais modernos que o Brasil
possuía. No entanto, devido aos avanços tecnológicos provocados
pela própria guerra, esses navios se tornaram obsoletos
rapidamente. Em que pese tal fato, a escolha da alta administração
naval recaiu nos dois cruzadores (Rio Grande do Sul e Bahia), em
9
O Cruzador-Auxiliar Belmonte fora um dos navios quatro contratorpedeiros (Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Santa
alemães apresados logo após a declaração de guerra
pelo Brasil. Levava o nome de Valesia.
Catarina), um rebocador (Laurindo Pitta) e um cruzador-auxiliar
(Belmonte)9, ao todo oito navios.
Contra quem iríamos lutar? A Alemanha, apesar de
possuir uma Esquadra menor que a Inglaterra, possuía uma
frota muito agressiva e motivada, que se batera com valentia
até aquele momento.
No início da guerra os alemães se
lançaram à guerra de corso utilizando
navios de superfície, no estilo de
corsários independentes que atacavam
os mercantes navegando solitários.
Essa estratégia, com o decorrer da
guerra, foi abandonada. Preferiu-se a
Cruzador Rio Grande do Sul
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha guerra submarina, que mostrou-se
muito mais eficiente. Esses submarinos
não chegaram a atuar nas nossas costas
como aconteceu na Segunda Guerra
Mundial, no entanto atacaram nossos
navios nas costas européias e os
afundaram sem trégua.
Há que se notar que a Marinha
brasileira era dependente de supri-
mentos vindos do exterior. Não
existiam estaleiros capacitados, nem
Contratorpedeiro Piauí fábricas de munição e estoques Divisão Naval em Operações de Guerra
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha logísticos adequados. Dessa forma, a Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
preparação da Divisão Naval em
Operações de Guerra (DNOG), como ficou conhecida essa
pequena força, foi muito dificultada por limitações que não eram
só da Marinha, mas também do Brasil. Como critério de escolha,
abriu-se o voluntariado para os seus componentes e foi escolhido
um contra-almirante ainda muito jovem, com 51 anos de idade,
habilidoso e com grande experiência marinheira, na ocasião
comandante da Divisão de Cruzadores com base no porto de
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Santos, o Almirante Pedro Max Fernando de Frontin, irmão do
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
engenheiro Paulo de Frontin10.
A principal tarefa a ser cumprida por essa divisão seria
patrulhar uma área marítima contra os submarinos alemães,
compreendida entre Dakar no Senegal e Gibraltar, na entrada do
Mediterrâneo, com subordinação ao Almirantado inglês.
A preparação dos navios ainda no Brasil requereu muitos
recursos de toda a ordem. Entre os pontos a serem corrigidos
estava a deficiência de abastecimento, principalmente a escassez
de combustível, o carvão. Dava-se preferência a um tipo de carvão
proveniente da Inglaterra, o tipo cardiff ou dos Estados Unidos da 10
O Engenheiro Paulo de Frontin teve destacado
América. O carvão nacional, por possuir grande quantidade de papel nas reformas urbanas empreendidas pelo
enxofre, era contra-indicado e esse ponto nevrálgico preocupou Prefeito Pereira Passos no Rio de Janeiro, tendo
sido nomeado chefe da Comissão Construtora da
os chefes navais durante toda a comissão da DNOG. Avenida Central em 1903.
Depois de três meses de adestramento contínuo com as
tripulações, os navios suspenderam do Rio de Janeiro em grupos
pequenos para se juntarem na Ilha de Fernando de Noronha.
Inicialmente, os contratorpedeiros deixaram a Guanabara no dia 7
de maio de 1918, seguidos no dia 11
pelos dois cruzadores. Em 6 de julho,
suspendeu do Rio de Janeiro o
Cruzador Auxiliar Belmonte e, dois dias
depois, o Rebocador Laurindo Pitta.
Esses navios ficaram responsáveis de
transportar o carvão necessário para a
DNOG, daí sua grande importância
logística.
No dia 1o de agosto a Divisão unida
suspendeu de Fernando de Noronha
com destino a Dakar, passando por
Almirante Pedro Max Fernando de Frontin
Freetown. Comandante da DNOG
O propósito dessa primeira Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
derrota até Freetown era destruir
os submarinos inimigos que se
encontravam na rota da DNOG. O
armamento naquela ocasião para se
neutralizar esses submarinos era
bastante primitivo, não se comparando
com nada que se viu na Segunda Guerra
Mundial. Existiam hidrofones primitivos e bombas de profundidade
de 40 libras, que eram lançadas pela borda no local provável onde
se encontrava o submarino. É interessante mencionar que o
próprio submarino, naquela oportunidade, não possuía capacidade
de permanecer mergulhado durante longo período de tempo, o Rebocador Laurindo Pitta
que era uma grande limitação. Normalmente, os ataques contra Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
mercantes eram realizados utilizando-se os canhões localizados
135
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em seus conveses. A maior possibilidade de se destruir esses
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
submarinos acontecia quando o inimigo vinha à superfície para
destruir o alvo ou por canhão ou mesmo com o uso de torpedos.
Nessa travessia inicial, alguns rebates de “prováveis submarinos”
foram dados, porém não tiveram confirmação.
Outro ponto interessante na travessia Fernando de
Noronha–Freetown era a faina de transferência de carvão em alto-
mar. Esses recebimentos aconteciam em quaisquer condições de
tempo e de mar e obrigavam a atracação dos navios ao Cruzador-
Auxiliar Belmonte e a utilização do Rebocador Laurindo Pitta para
auxílio nas aproximações. Foram manobras perigosas que
Pandemia que teve o seu ápice no segundo se-
11 demandaram muita capacidade marinheira dos tripulantes, além
mestre de 1918, não só na África, mas em todo o da natural vulnerabilidade durante os abastecimentos, quando os
mundo, inclusive no Brasil.
submarinos inimigos poderiam aproveitar a baixa velocidade dos
navios para o ataque torpédico. A tensão reinante durante esses
eventos era enorme, sem contar com as difíceis condições em
que eram realizadas. Os navios ficavam literalmente negros de
carvão e todos trabalhavam do nascer do sol até o término do
abastecimento.
Depois de oito dias de travessia, a DNOG chegou ao porto
de Freetown, onde se agregou ao Esquadrão britânico. Nessa
cidade, os navios permaneceram por 14 dias, reabastecendo-se e
sofrendo os reparos necessários à continuação da missão.
Em 23 de agosto de 1918, a Divisão suspendeu em direção a
Dakar, tendo essa derrota sido muito desconfortável para as
tripulações dos navios devido ao mau tempo reinante. Na véspera
da chegada a esse porto africano, no período noturno, foi avistado
um submarino navegando na superfície. Imediatamente foi atacado
pela força brasileira, no entanto o submarino conseguiu lançar um
contra-ataque contra o Cruzador-Auxiliar Belmonte, quase atingindo
seu intento, uma vez que a esteira fosforescente do torpedo foi
perfeitamente observada a 20 metros da popa do navio brasileiro.
A 26 de agosto, os navios aportavam em Dakar e aí começariam
as grandes provações dos tripulantes nacionais.
Todo esse martírio teria início quando o navio inglês Mantua
iniciou uma rotina observada por nossos marinheiros que o viam
suspender de quando em vez para o alto-mar regressando em
seguida. Logo após, soube-se que essas saídas eram para lançar
ao mar os corpos dos homens de sua tripulação que haviam
contraído a terrível “gripe espanhola”11. Possivelmente o Mantua
foi o responsável pela transmissão da moléstia que vitimaria diversos
tripulantes que nunca retornariam ao Brasil.
No início de setembro as primeiras vítimas brasileiras eram
atingidas pela gripe mortal. Os sintomas eram quase sempre os
mesmos. Fraqueza generalizada, seguida de grande aumento de
temperatura, com transpiração excessiva. Depois de três ou quatro
dias de grande mal-estar, seguia-se tosse com expectoração
136
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sangüínea e congestão pulmonar. Alguns iniciavam as convulsões e
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
os soluços, outros se debatiam em agonia, todos ávidos por água
para debelar a sede incontrolável. Dentro de pouco tempo a morte
se abatia derradeira e incontrolável.
A permanência em Dakar deveria ser curta. No entanto,
devido a gravidade da situação sanitária com a gripe, os navios lá
permaneceram mais tempo. A tudo isso somou-se o impaludismo
e as febres biliares africanas. Dos navios atingidos pelas doenças, o
mais afetado foi o Cruzador-Auxiliar Belmonte que, entre seus 364
tripulantes, contaram-se 154 doentes. Substituições foram
solicitadas ao Brasil, que vieram no Paquete Ásia para completar
os claros com as moléstias apontadas. 12
Total de marinheiros brasileiros enterrados no
Foram vitimados 156 brasileiros12 da DNOG pela “gripe cemitério de Dakar. Outros vieram a falecer mais
tarde, não podendo-se, desta feita, precisar o nú-
espanhola”. mero exato de perdas por causa da gripe.
Os navios britânicos e brasileiros em Freetown e Dakar
ficaram inoperantes em face das condições
sanitárias reinantes, estando a defesa do
estreito entre Dakar e Cabo Verde somente
a cargo de dois pequenos navios
portugueses. Com grande esforço pessoal,
a DNOG conseguiu logo depois designar o
Piauí e o Paraíba para a u x i l i a r e m o s
portugueses naquela área de operações.
Em 3 de novembro, a DNOG largou
de Dakar em direção a Gibraltar, sem o Rio
Grande do Sul, o Rio Grande do Norte, o
Belmonte e o Laurindo Pitta, os dois primeiros
avariados e os dois seguintes designados para
outras missões. Sete dias depois os navios
da Divisão faziam sua entrada em Gibraltar. Cemitério São João Batista
No dia seguinte, o Armistício foi assinado, dando a Grande Guerra Mausoléu erguido em homenagem aos mortos
da Divisão Naval em Operações de Guerra
como terminada. Nossa missão de guerra findara, no entanto nossa (DNOG)
Divisão prolongou sua permanência na Europa, já que foi convidada Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
para participar das festividades promovidas pelos vitoriosos. Por
cerca de seis meses nossos navios permaneceram em águas
européias participando das comemorações pela vitória, e visitando
países que tomaram parte naquele grande conflito.
A vitória dos aliados seria confirmada em Paris, em 28 de
junho de 1919, quando se reuniram os representantes de 32 países
e assinaram o Tratado de Versalhes, que foi imposto à Alemanha
derrotada.
Em 9 de junho de 1919, depois de parar Recife por breves
dias, os navios da DNOG entravam na Baía de Guanabara, porto-
sede da Divisão Naval. Acabara assim, a participação da Marinha
na Primeira Guerra Mundial.
137
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
13
Relatório do Ministro da Marinha, Almirante
Protógenes Pereira Guimarães encaminhado ao
presidente da República em junho de 1932.
14
Incluíam-se nesse programa três submarinos ad- Chegada da DNOG no Rio de Janeiro.
quiridos na Itália (Tupi, Timbira e Tamoio) dois navi- Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
os hidrográficos (Jaceguai e Rio Branco), um navio-
escola (Almirante Saldanha), três contratorpedeiros
(Marcílio Dias, Mariz e Barros e Greenhalgh), dois
monitores (Paraguassu e Parnaíba) e um navio-tan-
que fluvial (Potengi), entre outros.
O Período entre Guerras
138
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equilibrada, dentro das possibilidades financeiras e técnicas do País,
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
podendo ministrar adestramento satisfatório e de intervir em
operações limitadas, mais no campo interno que externo. Devemos
reconhecer, no entanto, que tal modesta iniciativa foi um marco
de coragem, pois utilizou a incipiente indústria brasileira na tentativa
de se reconstituir em termos nacionais um Poder Naval com alguma
credibilidade.
Em 1935, foi iniciada uma grande reforma no Encouraçado
Minas Gerais, que constou da substituição de suas caldeiras e do
aumento do alcance de seus canhões de 305 mm.
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Esquadra:
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
– Divisão de Encouraçados: Minas Gerais e São Paulo.
Navio isolado:
– Navio-Escola Almirante Saldanha.
Flotilha Fluviais:
Dispondo o Brasil de imensas bacias potamográficas, as forças
fluviais sempre representaram um papel importante em nossa
concepção estratégica. Em 1940, elas eram assim constituídas:
140
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– Flotilha de Mato Grosso: Monitores Parnaíba, Paraguaçu e
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Pernambuco; Avisos Oiapoque e Voluntários; e Navio-Tanque Potengi.
141
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começaram a ser ignoradas. A Alemanha crescia e, por isso,
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
necessitava de mercado para os seus produtos e de colônias onde
pudesse adquirir matérias-primas.
Por outro lado, também dispostos a destruírem a ordem
colonial vigente, Japão e Itália adotaram, na década de 1930, uma
política expansionista contra a qual a Liga das Nações mostrou-se
impotente. Cobiçando as matérias-primas e os vastos mercados
da Ásia, o Japão reiniciou sua investida imperialista em 1931,
conquistando a Manchúria, região rica em minérios que pertencia
à China. Em outubro de 1935, a Itália de Mussolini invadiu a Etiópia.
Em 1936, a Alemanha nazista começou a mostrar suas intensões
ocupando a Renânia (região situada entre a França e a Alemanha),
indo juntar-se à Itália fascista e intervir na Guerra Civil Espanhola a
favor do General Franco. Neste ano de 1936, Itália, Alemanha e
Japão assinaram um acordo para combater o comunismo
internacional (Pacto Anti-Comintern), formalizando o Eixo Roma-
Berlim-Tóquio.
Em agosto de 1939, a Alemanha e a União Soviética firmaram
entre si um Pacto de Não Agressão, que estabelecia, secretamente,
a partilha do território polonês entre as duas nações. Hitler se
sentiu à vontade para agir, invadindo a Polônia e dando início à
Segunda Guerra Mundial, que se alastrou por toda a Europa.
142
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ameaçando os navios de bandeiras neutras que tentassem adentrar
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
portos norte-americanos.
A primeira perda brasileira foi o NM Cabedelo, que deixou o
porto de Filadélfia, nos Estados Unidos, com carga de carvão, em
14 de fevereiro de 1942. Naquele momento ainda não existia o
sistema de comboios nas Antilhas. O navio desapareceu
rapidamente sem dar sinais, podendo ter sido torpedeado por um
submarino alemão ou italiano. Ele foi considerado perdido por ação
do inimigo, uma vez que o tempo reinante era bom e claro.
143
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A única exceção nesse período foi o NM Comandante Lira,
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
torpedeado no litoral brasileiro, ao largo do Ceará, pelo Submarino
italiano Barbarigo. Foi o único navio a ser salvo, graças ao pronto
auxílio dado pelo Rebocador
da Marinha brasileira Heitor Rebocador Heitor Perdigão
Perdigão e por alguns navios
norte-americanos.
O NM Barbacena e NM
Piave, torpedeados pelo Subma-
rino alemão U-155 ao largo da
Ilha de Trinidad, em 28 de julho
de 1942, foram as últimas perdas
ocorridas por ação do inimigo enquanto o Brasil ainda se mantinha
formalmente como país neutro.
Em 28 de janeiro de 1942, o Brasil rompeu relações
diplomáticas com os países que compunham o Eixo. A colaboração
militar entre o Brasil e os Estados Unidos, que desde meados de
1941 já era notória, intensificou-se com a assinatura de um acordo
político-militar em 23 de maio de 1942.
Neste período deslocava-se para o saliente nordestino
brasileiro a Força-Tarefa 3 da Marinha norte-americana, tendo o
governo Vargas colocado os portos de Recife, Salvador e,
posteriormente, Natal à disposição das forças norte-americanas.
As atitudes cada vez mais claras de alinhamento do Brasil
com os países aliados levaram o Alto Comando alemão a planejar
uma operação contra os principais portos brasileiros.
Posteriormente, por ordem de Hitler, esta ofensiva submarina foi
reduzida em tamanho, mas não em intensidade, com o envio de
um submarino ao litoral com ordens para atacar nossa navegação
de longo curso e de cabotagem.
Capitão-de-Corveta Harro Schacht No cair da tarde de 15 de agosto de 1942, o Submarino
alemão U-507, comandando pelo Capitão-de-Corveta Harro
Schacht, torpedeou o Paquete
Baependi, que navegava ao largo Submarino U-507
da costa de Alagoas com destino
ao Recife. O velho navio foi ao
fundo levando 270 almas de um
total de 306 tripulantes e passa-
geiros embarcados, inclusive
parte da guarnição do 7o Grupo
de Artilharia de Dorso do
Exército Brasileiro que iria reforçar as defesas do Nordeste.
Algumas horas depois, o U-507 encontrou o Paquete
Araraquara navegando escoteiro e inteiramente iluminado e o
afundou com dois torpedos, vitimando 131 das 142 pessoas a bordo.
Na madrugada do dia 16, foi a vez do Paquete Aníbal Benévolo,
também utilizado nas linhas de cabotagem.
144
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Em 17 de agosto, na altura do Farol do Morro de São Paulo,
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
ao Sul de Salvador, o U-507 torpedeou o Paquete Itagiba, que tinha,
entre os seus 121 passageiros, o restante do 7o Grupo de Artilharia
de Dorso.
Nesse mesmo dia, o NM Arará foi torpedeado quando
recolhia náufragos dos primeiros alvos do submarino germânico.
A última vítima do Comandante Schacht foi a Barcaça Jacira,
pequena embarcação que foi posta a pique em 19 de agosto.
A ação de cinco dias do submarino alemão U-507 levou a
pique seis embarcações dedicadas às linhas de cabotagem,
vitimando 607 pessoas, chocando a opinião pública brasileira e
levando o governo a declarar o estado de beligerância com a
Alemanha em 22 daquele mês e, finalmente, o estado de guerra
contra esse país, a Itália e o Japão em 31 de agosto de 1942.
Com comboios organizados ainda de maneira incipiente,
foram afundados os navios mercantes Osório e Lages, em 27 de
setembro de 1942, seguindo-se o afundamento do pequeno NM
Antonico, que navegava escoteiro ao largo da costa da Guiana
Francesa. Este ataque alemão ficou tragicamente gravado na mente
dos protagonistas, pois o U-516 com sua artilharia metralhou os
náufragos nas baleeiras, após o pequeno navio ter sido posto a
pique, matando e ferindo muitos deles. Ainda em 1942, foram
perdidos os NM Porto Alegre e Apalóide.
A organização dos comboios nos portos nacionais, que
reuniam navios mercantes da navegação de longo curso e de
cabotagem, escoltados por navios de guerra brasileiros e norte-
americanos e a intensa patrulha anti-submarino empreendida pelas
forças aeronavais aliadas levaram a uma drástica diminuição nas
perdas dos navios de Bandeira Brasileira, com oito torpe-
deamentos, comparados aos 24 ocorridos ao longo do ano anterior.
145
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MORTES NA MARINHA MERCANTE (1941–1943)
MORTOS OU
Nº DE D AT A D O Nº DE Nº DE SALVOS TOTAL DOS MORTOS
NAVIOS DESAPARECIDOS
ORDEM AT AQ U E TRIPULAN. PASSAG. OU DESAPARECIDOS
Trip. Pass. Trip. Pass.
2 Cabedel o Desconhecida 54 - - - 54 - 54
-
4 Ol i nda 18 de fev. 1942 46 - 46 - - -
53
6 Cai ru 8 de mar. 1942 75 14 28 8 47 6
Comandante 2
8 18 de mai. de 1942 52 - 50 - 2 -
L i ra
Gonaçal ves
9 24 de mai. de 1942 52 - 46 - 6 - 6
Di as
-
10 Al egrete 1 de jun. de 1942 64 - 64 - - -
Aní bal
17 16 de ago de 1942 71 83 4 - 67 83 150
Benévol o
146
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A maioria dos navios mercantes brasileiros vitimados por
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
submarinos alemães em 1943 navegava fora dos comboios. O NM
Brasilóide navegava escoteiro quando foi torpedeado em 18 de
fevereiro de 1943; já o NM Afonso Pena, indevidamente, abandonou
o comboio do qual fazia parte e foi afundado em 2 de março; o
NM Tutóia foi atingido em 20 de junho, também viajando isolado.
O NM Pelotaslóide, fretado ao governo norte-americano para
transporte de material bélico, foi afundado na entrada do canal
para o Porto de Belém quando esperava o embarque do prático,
estando escoltado por três caça-submarinos da Marinha brasileira.
O NM Bagé compunha um comboio quando, na tarde de 31 de
julho, foi obrigado a seguir viagem isolado, pois suas máquinas
produziam fumaça em demasia, fazendo com que o comboio
pudesse ser localizado por submarinos do Eixo a grandes distâncias,
colocando em risco os outros navios comboiados. Naquela mesma
noite foi torpedeado. Os dois últimos torpedeamentos de navios
mercantes brasileiros foram o Itapagé, em 26 de setembro, e o
Campos, em 21 de outubro de 1943, todos os dois navegando
escoteiros.
147
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A Lei de Empréstimo e Arrendamento e
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
modernizações de nossos meios e defesa
ativa da costa brasileira
148
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Após o término da guerra na Europa, a Marinha recebeu
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
dos Estados Unidos, a 16 de julho de 1945, em Tampa, na Flórida,
o Navio-Transporte de Tropas Duque de Caxias.
Mais tarde, a cessão desses navios ao Brasil foi tornada
permanente, com o compromisso de não os entregarmos a outros
países, sendo então fixado o seu aluguel em 5 milhões de dólares,
descontando-se o que nos era devido pelo arrendamento de navios
brasileiros aos Estados Unidos, pela cessão do mercante misto
alemão Windhunk aos norte-americanos e pelos navios perdidos
durante a guerra.
Nada se conhece sobre indenizações norte-americanas, em
troca das facilidades concedidas à sua Marinha em nossos portos,
nem pelo uso do território nacional para instalação de suas bases
aéreas e navais. Simplesmente, ficamos de posse das benfeitorias
realizadas e dos materiais existentes em seus armazéns.
Quanto às construções navais aqui no Brasil, tivemos a
incorporação de contratorpedeiros da classe M (Mariz e Barros,
Marcílio Dias e Greenhalgh) e das Corvetas Matias de Albuquerque,
Contratorpedeiro Greenhalgh
Felipe Camarão, Henrique Dias, Fernandes Vieira, Vidal de Negreiros Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
e Barreto de Menezes.
Declarada a guerra, foi desenvolvido um
trabalho intenso para adaptar nossos antigos
navios, dentro de suas possibilidades, para a
campanha anti-submarino. Os seguintes serviços
foram executados:
– Cruzadores Bahia e Rio Grande do Sul: instalados
sonar e equipamento para ataques anti-
submarino (duas calhas para lançamento de
bombas de profundidade de 300 libras);
– Navios mineiros varredores classe Carioca:
reclassificados como corvetas. Retirados os trilhos
para lançamento de minas e instalados sonar e
equipamentos para ataques anti-submarino (dois
morteiros K e duas calhas para lançamento de Corveta Carioca
bombas de profundidade de 300 libras); Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
– Navios Hidrográficos Rio Branco e Jaceguai:
mesmas instalações das Corvetas classe Carioca e
mais duas metralhadoras de 20mm Oerlikon;
– Navio-Tanque Marajó: instalado um canhão de
120mm na popa e uma metralhadora de 20mm
Oerlikon;
– Tênder Belmonte: reinstalados dois canhões de
120 mm;
– Contratorpedeiros classe Maranhão e restante
de classe Pará: instaladas duas calhas para
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lançamento de bombas de profundidade de 300 libras; e
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
– Rebocadores e demais navios-auxiliares, armados com uma ou
duas metralhadoras de 20 mm Oerlikon.
Essas aquisições pelo Lend Lease e os aperfeiçoamentos
impetrados em nossa Força Naval vieram aumentar em muito nossa
capacidade de reagir de forma adequada aos novos desafios que
se afiguravam. Seria injusto não mencionar que o auxílio norte-
americano foi vital para que pudéssemos nos contrapor aos
submarinos alemães.
Além disso, algumas providências de caráter administrativo,
de treinamento e modificações materiais foram se tornando
necessárias.
Como primeira medida de caráter orgânico, foram instalados
os Comandos Navais, criados pelo Decreto no 10.359, de 31 de
agosto de 1942, com o propósito de prover uma defesa mais eficaz
da nossa fronteira marítima, orientando e controlando as operações
em águas a ela adjacentes, não só as relativas à navegação comercial,
como às de guerra propriamente ditas e de assuntos correlatos. A
área de cada Comando abrangia determinado setor de nossas
costas marítimas e fluviais.
Foram instalados os seguintes comandos:
Comando Naval do Norte, com sede em Belém, abrangendo
os Estados do Acre, Amazonas, Pará, Maranhão e Piauí.
150
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na conduta eficaz das operações navais. Sua existência facilitou o
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
desenvolvimento dos recursos disponíveis nas respectivas áreas
de influência, mobilizando elementos para o apoio logístico e para
a defesa local.
O chefe do Estado-Maior da Armada entrou em
entendimento com seus colegas do Exército e da Aeronáutica para
organizar um serviço conjunto de vigilância e defesa da costa,
tendente a prevenir a possibilidade de aproximação e desembarque
inimigos.
na Baía de Guanabara.
Desde julho de 1942, por meio da Circular no 40, do dia 14,
em atendimento às Circulares Secretas nos 9 e 33, respectivamente
de 22 de janeiro e 12 de junho de 1942, o Estado-Maior da Armada
determinou que se observassem as instruções que orientavam as
atividades de cada capitania de porto ou delegacia, em benefício da
Segurança Nacional.
A ação do Estado-Maior da Armada estendeu-se ao serviço
de carga e descarga dos navios mercantes nos portos, tendo, para
esse fim, coordenado sua ação com a do Ministério da Viação e
Obras Públicas e com a Comissão de Marinha Mercante.
Preocupou-se, também, com as luzes das praias e edifícios
próximos aos portos, ou em regiões que pudessem silhuetar os
navios no mar, alvos dos submarinos inimigos.
Imaginava-se que o Alto Comando alemão traçaria planos
para realizar ataques maciços aos portos brasileiros. Em agosto de
1942, chegou a ser ventilada pelo Alto Comando Naval alemão a
autorização para investida em nossas águas de vários submarinos.
No entanto, somente o U-507 foi designado para operar em nossas
águas. A 20 de agosto de 1943, pela Circular no 5, o Comando da
Força Naval do Nordeste alertou para a possibilidade de
desembarque de elementos isolados, tendo como objetivo realizar
atos de sabotagem contra portos, depósitos, comunicações e
outros pontos vitais do território brasileiro.
Defesa Ativa
151
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Por esses motivos, foi organizada a defesa ativa, atuando em pontos
focais da costa, com a finalidade de repelir qualquer ataque aéreo
ou naval inimigo, por meio de ações coordenadas da Marinha de
Guerra, do Exército e da Aeronáutica. Adotaram-se seguintes
medidas de defesa ativa adotadas:
152
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Terceiro Regimento de Artilharia Antiaérea do Exército
coordenavam-se com os elementos da Marinha, o que permitia
uma cobertura completa da costa;
153
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criadas Companhias Regionais do Corpo de Fuzileiros Navais em
Belém, Natal, Recife e Salvador.
Ao se lembrar da participação da Marinha na Segunda Guerra
Mundial, a primeira imagem que surge é a conhecida Força Naval
do Nordeste. Como era afinal a sua composição e tarefas?
154
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três navios de guerra, tendo a Marinha do Brasil perdido 486
homens. Nesse ponto seria interessante descrever em maiores
detalhes as perdas de nossas unidades de combate durante a Batalha
do Atlântico.
A primeira perda da Marinha de Guerra foi a do Navio-
Auxiliar Vital de Oliveira, torpedeado por submarino alemão pelo
través do Farol de São Tomé, em 19 de julho de 1944. Às 23h55min,
foi sentida forte explosão na popa, abrindo grande rombo, por Caça-Submarino Gurupi
onde começou a entrar água em enormes proporções. Segundo Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
algumas testemunhas, o afundamento do navio deu-se em apenas
três minutos. A maior parte dos sobreviventes foi resgatada no
dia seguinte por um barco pesqueiro e por outros dois navios
da Marinha, o Javari e o Mariz e Barros. Morreram nesse ataque
99 militares.
Quarenta e oito horas após o torpedeamento do Vital de
Oliveira, a cerca de 12 milhas a nordeste da barra de Recife,
perdeu-se a Corveta Camaquã, afundada devido a violento mar.
Discutem-se até hoje os motivos que levaram esse navio a seu
Navio-Auxiliar Vital de Oliveira afundamento. O Comandante
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha Antônio Bastos Bernardes,
sobrevivente do sinistro,
afirmou alguns anos após esse
acidente que o emborcamento
se deu por “fortuna do mar”.
Seja como for, pereceram
nessa oportunidade 33
pessoas.
Por fim, o pior desastre enfrentado pela Marinha durante a
Segunda Guerra Mundial foi a perda do Cruzador Bahia, no dia 4
de julho de 1945. E s s a t r a g é d i a foi exacerbada pelo Corveta Camaquã
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
conhecimento dos terríveis sofrimentos dos náufragos,
abandonados no mar durante muitos dias, por incompreensível
falha de comunicações.
Três infortúnios e cerca de 486 mortos, incluindo os falecidos
em outros navios e em navios mercantes afundados, mais que os
mortos brasileiros em combate na Força Expedicionária
Brasileira que lutou na Itália.
Cruzador Bahia Pouco discutida é a
Acervo do Serviço de Documentação da Marinha atuação da Quarta Esquadra
Norte-Americana, subordinada
ao Vice-Almirante Jonas Ingram.
Figura notável que teve o
mérito de congregar forças
heterogêneas em um coman-
do unificado, eficiente e coeso,
auxiliado pelos Almirantes
155
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Oliver Read e Soares Dutra, comandantes das principais forças-
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
tarefas.
Essa força norte-americana compreendeu, em seu maior
efetivo, seis cruzadores, 33 contratorpedeiros, diversas esquadrilhas
de patrulha, bombardeiros e dirigíveis, além de caça-submarinos,
patrulheiros, tênderes, varredores, auxiliares e rebocadores.
Um dos principais pontos desse relacionamento Brasil–
Estados Unidos foi a integração operacional entre as duas Marinhas.
Foram aperfeiçoados procedimentos comuns e táticas eficazes
na luta anti-submarino.
Em 7 de novembro de 1945, concluída a sua missão, a Força
Naval do Nordeste regressou ao Rio de Janeiro em seu último
cruzeiro, tendo contribuido para a livre circulação nas linhas de
navegação do Atlântico Sul.
E o que ficou?
156
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A primeira conclusão a que se pode chegar é a que adquirimos
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
maior capacidade para controlar áreas marítimas e maior poder
dissuasório. No entanto, deve ser admitido que tal situação foi fruto
do auxílio norte-americano. Se estivéssemos sozinhos nessa
empreitada, poderíamos ficar em situação delicada, principalmente
na manutenção de nossas linhas de comércio marítimo.
A segunda conclusão aponta para uma mudança de
mentalidade na Marinha, com a assimilação de novas técnicas de
combate e a incorporação de meios modernos para as forças
navais. Essa mudança de mentalidade fez a Marinha tornar-se bem
mais profissional.
A terceira foi a oportunidade de a Marinha “sentir o odor do
combate”, participar de ações de guerra e adquirir experiências da
Corveta Caravelas
refrega, das adversidades, do medo e da dor com a perda de navios Acervo do Serviço de Documentação da Marinha
e companheiros. Essa experiência
de combate foi fundamental para
forjar os futuros almirantes, oficiais
e praças da Marinha, acostumados
com a vida dura da guerra anti-
submarino e da monotonia e do
estresse dos comboios.
A quarta conclusão é a
percepção de que a logística ocupa
lugar de importância na manu-
tenção de uma força combatente
operando eficientemente. Esse tipo
de percepção refletiu-se na cons-
trução da Base Naval de Natal e
outros pontos de apoio logístico do
nosso litoral. Nisso os Estados
Unidos foram os grandes mestres.
A quinta foi a nossa aproximação com os norte-americanos.
Essa associação nos alinhou diretamente com suas doutrinas e com
uma exacerbada ênfase na guerra anti-submarino. Essa percepção
só foi mudada a partir da denúncia, em 1977, do Acordo Militar
assinado com esse país em 1952. Com esta denúncia, optamos
por uma tecnologia relativamente autóctone.
E, por fim, a guerra no mar mostrou-nos que, no caso do
Brasil, em uma conflagração generalizada, as nossas linhas de
comunicação serão os alvos prioritários em nossa defesa, pois ainda
somos dependentes do comércio marítimo.
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
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C R O N O L O G I A
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
DATA EVENTO
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FIXAÇÃO
1– O Programa de Reaparelhamento da Marinha de 1904, além da aquisição de navios,
incluía alguns melhoramentos fundamentais para um Poder Naval que se desejava no
Brasil. Quais eram esses melhoramentos? Quem foi o idealizador desse Programa?
Quem o modificou? Por que? Quais as alterações propostas?
3– Por que o Brasil declarou guerra ao Eixo na Segunda Guerra Mundial? Como era
constituída a Marinha brasileira e quais as Defesas Ativas do Rio de Janeiro? Quais as
perdas na Marinha de Guerra nesse conflito?
SAIBA MAIS:
PÁGINAS NA INTERNET
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
162
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os outros nunca pensem em empregar meios violentos para
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
resolver os conflitos.
Não seria lógico pensar que alguém possa empregar a
violência sem que imagine ter uma boa probabilidade de êxito,
sofrendo apenas perdas aceitáveis. Cabe ao Poder Militar de um
país – do qual o Poder Naval é também um dos componentes –
criar permanentemente uma situação em que seja inaceitável,
para os outros, respaldar seus interesses conflitantes com o
emprego de força. Isto é, o nosso Poder Militar deve
permanentemente dissuadir1 os outros países de usar a violência
e é, conseqüentemente, o guardião da paz – daquela paz que nos 1
Dissuadir – desestimular a ação contrária aos
interessa, evidentemente. interesses.
No caso do Brasil, por exemplo, na paz
que desejamos, a Amazônia é território nacional;
o comércio internacional deve ser livre, assim
como o uso do transporte marítimo nas rotas
de nosso interesse; a maior parte do petróleo
continua sendo extraída do fundo do mar, sem
ingerências de outros países; a enorme área
compreendida pela Zona Econômica Exclusiva
e pela Plataforma Continental brasileira,
chamada de Amazônia Azul2, é controlada pelo
País; não ocorrem exigências anormais no
pagamento de nossa dívida externa; entre outras
coisas. A dissuasão é, portanto, uma das
principais formas de emprego permanente do
Poder Militar em tempo de paz, existindo outras,
como veremos adiante.
Na paz, ou no que se denomina paz no
mundo, o confronto entre os países, resultante
de conflitos de interesses, ocorre evitando, ao
máximo, o uso da violência, porém, disputando
politicamente, econo-micamente e em todas as
outras manifes-tações da potencialidade
nacional. Nesse contexto, o potencial ofensivo
intrínseco dos instrumentos do Poder Militar faz
com que seu emprego, mesmo indireto, possa
excitar reações em países observadores. Tais 2
A Amazônia Azul é a área marítima costeira
reações podem simplesmente resultar de excitação acidental ou compreendida pela Zona Econômica Exclusiva
(ZEE) – uma faixa de 200 milhas de extensão, con-
refletir resultados intencionalmente desejados por quem exerce tadas a partir da linha de baixa-mar – e a Plataforma
esse emprego indireto do Poder Militar, chamado de persuasão Continental (PC), onde existir – uma extensão do
território continental que se prolonga mar adentro.
armada. Essa PC, representada na figura azul mais escuro e
Como a paz é relativa, a persuasão armada não exclui nem após a ZEE (azul mais claro), foi reivindicada junto à
ONU e foi levantada em trabalho conjunto da Mari-
o uso da força, de maneira limitada, desde que entendido como nha, Petrobras e universidades lideradas pela MB.
simbólico pelo país agredido. As grandes potências internacionais, Aceita integralmente a proposta brasileira, nossas
águas costeiras abrangerão uma área um pouco in-
como os Estados Unidos da América, a Rússia e outros utilizam ferior à Amazônia Legal, daí ser chamada de
permanentemente seus poderes militares. Amazônia Azul.
163
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Dos componentes do Poder Militar, o Poder Naval pode ser
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
empregado para exercer persuasão armada, em tempo de paz,
no que se denominou, na década de 1970, de “emprego político
do Poder Naval”. Ele pode ser empregado em condições
inigualáveis com outros poderes militares, graças a seus atributos
de: mobilidade, versatilidade de tarefas, flexibilidade tática,
autonomia, capacidade de projeção de poder e alcance geográfico
– que já foram referidos no primeiro capítulo deste livro. Concorre
para isso o conceito de liberdade dos mares, que possibilita aos
navios de guerra se deslocar livremente em águas internacionais,
atingindo locais distantes e lá permanecendo, sem maiores
comprometimentos, em tempo de paz.
Antes da invasão do Afeganistão em outubro de 2001, por
exemplo, os americanos deslocaram para águas internacionais,
próximas do local do conflito, uma poderosa força naval. Influíam
assim nos países da região, sinalizando apoio aos aliados,
dissuadindo as ações dos que lhes eram hostis e favorecendo o
apoio dos indecisos, em suma, criando intencionalmente uma
variedade de reações.
O sentido indireto da palavra persuasão é significativo, pois é
através da reação dos outros que ela se manifesta. Então, é
essencial que eles percebam o emprego das forças navais,
modificando seu ambiente político e, conseqüentemente, afetando
suas decisões, por se sentirem apoiados, dissuadidos ou mesmo
compelidos a uma reação específica. Exerce-se, portanto, a
persuasão armada estimulando resultados que dependem de
reações alheias, políticas e/ou táticas, às vezes conflitantes e em
princípio imprevisíveis. Existe sempre a possibilidade de se
configurarem situações inesperadas, até pelo resultado, não
intencional, da excitação
de terceiros. Daí a impor-
tância de uma permanente
avaliação em qualquer ação
de emprego político do
Poder Naval.
Manobra no mar do
Navio-Tanque Gastão Motta
e Fragata União
164
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Classificação
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Os tipos de persuasão naval, específicos do emprego do
Poder Naval em tempo de paz, classificados quanto aos modos
em que os efeitos políticos se manifestam são:
– sustentação;
– dissuasão;
– coerção.
Na sustentação e na dissuasão, a persuasão se manifesta
comportamentalmente em termos de se sentir apoiado ou
contrariado em suas intenções, de acordo com o próprio significado 3
Coerção deterrente – a ação fez com que o
dos termos empregados. Os aliados se sentem apoiados e quem é oponente desistisse de sua atitude.
hostil se sente inibido de agir, portanto, dissuadido.
A coerção, por sua vez, pode ser positiva ou compelente,
quando a uma ação já iniciada é forçada uma determinada linha de
ação, modificando-a, ou negativa, também chamada de deterrente,
quando inibe uma determinada atitude, impedindo que seja tomada.
Na crise da década de 1960, chamada de Guerra da Lagosta,
por exemplo, a França enviou navios de guerra, em tempo de paz,
para proteger seus barcos de pesca, que capturavam lagostas na
plataforma continental brasileira. O governo brasileiro determinou
que diversos navios da Marinha do Brasil se dirigissem para o local
da crise, mostrando que o País estava disposto a defender seus
direitos, se necessário com o emprego da força. Logo os navios
franceses retornaram e o conflito de interesses voltou para o
campo da diplomacia – de onde nunca deveria ter saído. A
persuasão naval exercida pelo emprego do Poder Naval
Contratorpedeiro Araguari, que compôs junto
brasileiro foi de coerção deterrente3, porque inibiu o apoio que com os contratorpedeiros Pará, Pernambuco,
intencionalmente os franceses pretendiam dar a seus barcos Paraná e Greenhalgh, a Força Naval que se dirigiu
para o local onde se encontravam os navios
de pesca. franceses na chamada Guerra da Lagosta.
No passado, muitas
vezes as nações detentoras
de Poder Naval utilizaram
seus navios de guerra e
forças navais com o pro-
pósito de sustentação ou de
dissuasão. A simples exis-
tência de um Poder Naval
preparado para a guerra
pode fazer com que aliados
se sintam apoiados em suas
decisões políticas nas
relações internacionais e
inimigos sejam dissuadidos de
suas intenções agressivas.
Evidentemente, os
efeitos da persuasão armada
165
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podem se manifestar em diferentes níveis de intensidade. A relação
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
entre as forças empregadas para a persuasão naval e a intensidade
dos efeitos que elas estimulam não é nem direta nem proporcional.
A resultante final da persuasão depende da integração das inibições
e incitações provocadas pela ameaça ou apoio, que são, por sua
vez, função de decisões tomadas sob pressões políticas,
condicionadas por fatores psicossociais e culturais e pela interação
entre os líderes e a opinião pública. A percepção, portanto, além
de relativa, é essencial à análise da persuasão.
166
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eficazes, quando em combate. Por outro lado, são “visíveis” os
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
mísseis, os canhões e o próprio porte e aspecto externo do navio.
Na realidade, é importante que o navio tenha suficiente flexibilidade
para possibilitar seu emprego político, mas a função política de
tempo de paz não deve levar à preparação de um Poder Naval
apenas aparente.
O prestígio de uma Marinha sempre foi um dos atributos
mais importantes para a percepção do Poder Naval. O prestígio
está principalmente baseado nas capacidades “visíveis” e pode levar
à necessidade de demonstrar permanente superioridade. A Marinha
Real da Grã-Bretanha, por exemplo, durante a época em que
dominava os mares, fazia questão de manter o seu prestígio.
O Cruzador russo Askold, por exemplo, era o único navio
de cinco chaminés do mundo e, em 1902, visitou o Golfo Pérsico.
Sua visita causou profunda impressão, devido à percepção de
potência mecânica que o número de chaminés transmitia. Em
resposta, os britânicos desviaram o Cruzador HMS Amphritite para
Mascate (capital de Omã). Para eles, a disputa de prestígio com a
Rússia no Oriente era importante. Seu comandante providenciou
mais duas chaminés de lona para seu navio, totalizando seis e
restaurando o prestígio local da Marinha Real.
Possivelmente, a percepção mais importante do emprego
político de uma força naval não está na aparência da força em si,
nem no prestígio da Marinha a que pertence, mas na percepção
do quanto é realmente importante o objetivo pretendido para
quem aplica a persuasão armada. A disposição de usar a força e
de sofrer as perdas conseqüentes deste ato é essencial e deve ser
claramente perceptível. A percepção da capacidade de alcançar o
objetivo pela força também é muito importante. Pode ocorrer
que não exista essa capacidade, ou que não se possa alcançar o
objetivo sem um sacrifício superior ao seu valor, ou basta que
assim seja avaliado pelo país alvo, para que os resultados não sejam
atingíveis através do emprego político do Poder Naval.
É interessante observar que, atualmente, os mísseis ar-
superfície e superfície-superfície colocaram países relativamente
fracos em condições de causar danos consideráveis a uma força
naval próxima a suas costas. Tal fato, porém, não impede que uma
força naval possa exercer persuasão, porque não é sua capacidade
absoluta que importa, mas sim o que ela significa como
representante do Poder Naval e da vontade de seu país de alcançar
o objetivo suportando as perdas prováveis, se tal for assim
percebido.
Na crise provocada pelos mísseis que a União Soviética
pretendia instalar em Cuba, em 1962, a Marinha dos Estados Unidos
mostrou determinação suficiente para que os soviéticos decidissem
que os navios que transportavam os mísseis deveriam regressar.
Foi portanto uma ação de coerção deterrente do emprego político
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do Poder Naval americano, pois modificou uma ação que já estava
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
em andamento, em face de terem percebido que os americanos
estavam dispostos a usar a força para não ter seu território ao
alcance dos mísseis de Cuba.
Considerando o conflito pela posse das Ilhas Falklands/
Malvinas, em 1982, os argentinos deixaram de ser dissuadidos pelo
Poder Naval britânico e invadiram as ilhas, porque julgaram que o
valor daquelas ilhas não compensava o esforço de projetar o poder
da Marinha da Grã-Bretanha àquela distância no Atlântico Sul, em
face das perdas humanas e materiais que provavelmente teria. Por
seu turno, a ocupação militar das ilhas falhou porque o governo
britânico levou a questão ao ponto de defesa da honra do
Reino Unido.
O ambiente doméstico do país que é alvo da persuasão é
básico no contexto político das decisões que governam sua eficácia.
É fundamental que os líderes desse país aceitem serem persuadidos
e até cooperem, servindo de intermediários com a opinião pública,
para que o objetivo da persuasão seja considerado uma necessidade
imposta e a atitude tomada como pragmática.
168
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forças; aumento ou redução da prontificação para combate; e obter
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
efeitos desejados como: aumentar a intensidade da persuasão;
desencorajar; demonstrar preocupação em crises entre terceiros;
exercer coerção ou apoio de maneira limitada ou restrita, entre
outros.
Os posicionamentos operativos específicos, situando navios
ou forças navais próximo a um local de crise constituem apenas
um caso especial da demonstração permanente e as ações podem
ser semelhantes.
O auxílio naval inclui a instalação de missões navais, o
fornecimento de navios e o apoio de manutenção.
As visitas a portos estrangeiros, para reabastecimento,
descanso das tripulações, ou mesmo, específicas de boa vontade,
no que se denomina “mostrar a bandeira”, podem transmitir a
imagem do prestígio da Marinha, aumentando a influência e
acumulando vantagens psicossociais sobre o país visitado.
O Poder Naval brasileiro é empregado em tempo de paz de Placa existente, em 2006, no portão de entrada da
diversas maneiras, podendo-se destacar: Base de Fuzileiros Navais no Haiti. Acadêmica
Rachel de Queiroz.
– as operações com Marinhas aliadas, como a Operação Unitas, O nome da Base é em homenagem à escritora,
com a Marinha dos Estados Unidos e de países sul-americanos; a autora da frase estampada em português e francês
Operação Fraterno, com a Armada da República Argentina; e muitas (língua oficial do Haiti).
outras;
– a participação em diversas missões de paz, transportando as tropas
ou através de seus fuzileiros navais, como em São Domingos,
Angola, Moçambique, Nicarágua e Haiti;
– e as viagens de instrução do navio-escola e as visitas a portos
estrangeiros, “mostrando a bandeira”.
Cabe também ressaltar o apoio que a Marinha do Brasil presta
a outras Marinhas aliadas, na América do Sul e no continente
africano.
169
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A análise do passado demonstra a necessidade do emprego
permanente do Poder Naval. Para o Brasil, é importante manter
um Poder Naval capaz de inibir interesses antagônicos e de
conservar a paz como desejada pelos brasileiros.
Navio-Escola Brasil
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
G L O S S Á R I O ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Brigue – Do inglês brigantine, do francês brick: navio a vela, com dois mastros espigando mastaréus
e envergando pano redondo, com velas de entremastro e gurupés e um latino quadrangular no
mastro da mezena.
Caravela – De caravo, do inglês caravel, do francês caravelle: navio de casco alto na popa e baixo na
proa, de proa aberta ou coberta, arvorando de um a quatro mastros de velas bastardas (latinas e
triangulares) e armado com até dez peças de artilharia. Sua tonelagem variava de 60 a 160t. Algumas
caravelas tinham velas redondas no mastro do traquete; foram os navios mais utilizados pelos
portugueses nos descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI; tinham pouco calado, bolinavam
bem e eram de fácil manobra.
Caravo – Embarcação a vela, de porte variável, muito utilizado pelos mouros no Mediterrâneo.
Corveta – Do francês corvette: navio de guerra semelhante à nau, menor e mais armado que ela,
com três mastros, sem acastelamentos, armado apenas com uma bateria de canhões, coberta ou
descoberta, porém mais veloz. Apareceu em fins do século XVIII para substituir a fragata e o brigue
em missões de reconhecimento ofensivo, para o qual este era demasiado fraco e aquela forte demais,
e desempenhava missões de aviso, de transporte e munição.
Durante a Segunda Guerra Mundial foram empregadas pelos aliados para patrulha anti-submarino
e escolta a comboios. As corvetas construídas após a guerra eram basicamente navios de patrulha
adaptados a diversas finalidades, inclusive salvamento e reboque. Eram navios pequenos, de 500 a
1.100t, e velocidade de 12 a 18 nós. Atualmente, principalmente devido aos altos custos das fragatas
e contratorpedeiros, as corvetas estão readquirindo sua importância, com várias Marinhas envolvidas
em programas de construção de navios desta classe. As modernas corvetas da Marinha brasileira
(Classes Inhaúma e Barroso) são dotadas de boa capacidade anti-submarina, mísseis antinavio, canhão
de duplo emprego (antiaéreo e superfície), sistemas de defesa antiaérea e antimíssil de curta distância
e podem operar um helicóptero. Devido a sua complexidade e armamento, algumas Marinhas as
classificam como fragatas leves.
Cruzador – Navio de combate, de tamanho médio, grande velocidade, proteção moderada, grande
raio de ação, boa mobilidade, e armamento de calibre médio e tiro rápido, destinado a efetuar
explorações, coberturas, escoltas de comboios (contra-ataque) de superfície, guerra de corso,
bombardeios de costa, etc.
Os cruzadores descendem das antigas fragatas. A Revolução Industrial, que permitiu, em meados
do século XIX, a substituição quase simultânea da vela pela máquina a vapor e da madeira pelo ferro,
resultou em profundas modificações nos métodos da guerra naval. Em 1860, começaram a surgir as
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primeiras fragatas dotadas de couraça, assumindo logo depois um papel preponderante na linha de
batalha, e sentiu-se a necessidade de dar às fragatas mais velozes e menos armadas uma função de
observação avançada.
Na Guerra Civil Americana (1861-1865) apareceu o cruzador ligeiro, um navio levemente
armado, sem proteção, destinado a dar caça aos navios de comércio e reprimir o contrabando.
Pouco depois surgia o cruzador protegido, dotado de uma coberta protetora e subdivisões
internas adequadas.
Entretanto, somente em 1889 é que começaram a aparecer os modernos cruzadores,
tendo a Inglaterra nesse ano mandado construir navios que classificavam três tipos: cruzadores
de 1a, 2a e 3a classes.
No princípio do século XX, a Inglaterra construiu os cruzadores de batalha. Na Batalha da
Jutlândia, em 1916 (Primeira Guerra Mundial), três cruzadores de batalha ingleses foram afundados
com quase toda a tripulação: o Invencible, o Infatigable e o Queen Mary. Todos eles explodiram
depois de alguns impactos e admitiu-se que os projéteis tenham atingido os paióis de munição devido
à sua leve couraça. O mesmo fato repetiu-se em 1941 (Segunda Guerra Mundial) com o Hood, inglês
e considerado o maior navio do mundo na época, liquidado com a terceira salva do Encouraçado
alemão Bismarck.
Os tratados assinados em 1919 proibiam a Alemanha de construir navios de guerra com mais
de 10.000t de deslocamento. Tendo isto em vista, esse país construiu três navios, o Almirante Graff
Spee, o Almirante Scheer e o Deutschland (alterado em 1940 para Lutzow), aos quais classificou como
panzerschiffe (navio encouraçado). Até 1939, pouco se sabia sobre eles fora da Alemanha, e a imprensa
os cognominou de encouraçados de bolso. Aparentemente, tinham 10.000t de deslocamento, mas
eram na realidade supercruzadores de 12.000t, armados com seis canhões de 11 polegadas (280mm)
e oito de 5,9 polegadas (150mm).
O Graff Spee foi vencido na Batalha do Rio da Prata, Argentina, em 1939 (onde se refugiou
avariado e foi afundado pelo próprio comandante), por uma Força Naval composta de um cruzador
pesado de 8.400t , o Exeter, e dois cruzadores leves, o Ajax e o Achilles.
Os cruzadores construídos até a Segunda Guerra Mundial eram classificados em cruzadores
pesados e cruzadores ligeiros. É lógico admitir que os cruzadores pesados eram maiores e mais
poderosos, mas a base desta classificação não era o tamanho, e sim o armamento, sendo considerados
pesados os que tinham canhões de mais de seis polegadas em sua bateria principal e ligeiros aqueles
cujos canhões eram menores. Havia ainda os cruzadores de batalha, navios que, em comparação
com os encouraçados, tinham canhões de mesmo calibre, mas, em menor número, possuíam maior
velocidade e menor couraça.
Os cruzadores pesados (CP) possuíam uma bateria principal de oito a dez canhões de oito
polegadas, dispostos em torres duplas encouraçadas, ou nove canhões em torres tríplices. Sua bateria
secundária era constituída de oito a doze canhões de cinco polegadas e a bateria antiaérea por um
grande número de armas automáticas para tiro a curta distância; possuíam proteção de couraça e
alguns CP levavam hidroaviões ou helicópteros.
Em 20 de julho de 1959, a Marinha norte-americana lançou ao mar o Long Beach, de 14.000t,
classificado como cruzador nuclear de mísseis guiados. Primeiro navio de guerra de superfície de
propulsão nuclear do mundo, com velocidade superior a 45 nós, desenhado para operar contra
quaisquer inimigos na guerra nuclear ou convencional. Possuía os mais modernos equipamentos
para detectar e destruir submarinos, aviões e mísseis inimigos da época.
O cruzador nuclear de mísseis guiados California, de 9.500t, lançado ao mar em 1971,
semelhante ao Long Beach, foi o primeiro navio de guerra a ser armado com canhões de cinco
polegadas desguarnecidos.
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O primeiro cruzador de mísseis guiados da classe Ticonderoga foi lançado ao mar em 1981,
constituindo-se no mais moderno e poderoso cruzador da atualidade, podendo contar com uma
excelente capacidade de detecção nos três ambientes de guerra, além de equipamentos de guerra
eletrônica de última geração e boa capacidade de defesa contra ataque nuclear, químico e biológico.
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Os encouraçados têm sido utilizados para bombardeio pesado e contínuo de instalações de
terra e portos inimigos, inclusive para apoio de operações anfíbias. Na Segunda Guerra Mundial, eles
também faziam parte da escolta dos grandes comboios.
Até a última grande guerra, o armamento dos encouraçados constituía-se de:
1) uma bateria principal com canhões de 304mm a 406mm, geralmente dispostos em torres
tríplices e que lançavam projéteis pesando cerca de uma tonelada a mais de 20 milhas de
distância;
2) uma bateria secundária com canhões de 122mm ou 147mm, em numero de 15 a 20, dispostos
em torres duplas;
3) bateria antiaérea com armas automáticas de pequeno calibre.
A modernização dos encouraçados que estão em serviço inclui: substituição de parte de sua
bateria secundária e antiaérea por lançadores de mísseis de cruzeiro e antinavio; instalações de novos
sensores, sistema de defesa antimíssil, sistema de direção de tiro e equipamentos de guerra eletrônica
passiva e ativa; e capacitação para operar três helicópteros de porte médio.
O encouraçado é, em síntese, uma plataforma flutuante móvel de canhões de grosso calibre e
longo alcance. A couraça constitui a principal proteção contra tiros de canhão. A espessura da couraça
varia nas diferentes partes do casco, devendo a espessura máxima ser aproximadamente igual ao
calibre dos canhões dos navios semelhantes de outras nações. Considera-se que a couraça deve
resistir à penetração dos projéteis de calibre igual a sua espessura, quando lançados das distâncias
usuais de tiro.
A couraça é de maior espessura nas torres e na cinta, onde é mais provável o impacto direto
dos projéteis em ângulo favorável à penetração. Na torres dos canhões e na torre de comando, a
espessura pode atingir 457mm.
A couraça lateral é uma cinta encouraçada de pouco mais de uma altura de coberta, estendendo-
se ao longo da parte central do casco, que compreende suas partes vitais, na linha-d’água e um
pouco abaixo.
A couraça horizontal protege o casco contra as bombas aéreas e tiros de canhão de grande
elevação; consta de um convés encouraçado de 152 a 205mm e um convés protegido, abaixo do
primeiro, com cerca de 101mm de espessura. Os pavimentos destas coberturas ajudam a absorver
a energia de choque do projétil.
Outras partes do casco, como os compartimentos dos aparelhos de governo, estações de
direção de tiro, passagens principais e tubulações colocadas acima da coberta encouraçada são também
protegidas por chapas de couraça. O peso da couraça pode atingir 40% do peso total do navio.
A proteção contra explosões submarinas (torpedos, bombas e minas) é realizada por duas ou
três anteparas longitudinais, constituindo compartimentos de segurança laterais, chamados coferdans
ou contraminas. Esses compartimentos são cheios de óleo, de água, ou são conservados vazios. A
espessura das chapas dos coferdans, óleo e a água absorvem grande parte do choque e do calor da
explosão; os espaços vazios tendem a absorver a compressão dos gases resultantes da explosão,
reduzindo seus efeitos antes de ser atingida a antepara interna.
Encouraçado de bolso – Do inglês pocket batteship: nome cunhado pela mídia para designar os
encouraçados de 10.000 toneladas, construídos e empregados pelos alemães durante a Segunda
Guerra Mundial. Ex: Graff Spee.
Fragata – (Do italiano) Embarcação menor que o bergantim com popa menos elevada. Navio de
guerra semelhante à nau, menor e menos armado que ela, porém mais veloz e de melhor manobra.
Não tinha castelo e sua mastreação era de galera. Apareceu na primeira metade do século XVII,
como aviso e, com o tempo, chegou a ter 60 peças de artilharia e deslocamento de 1.800t (no
último quartel do século XIX houve fragatas mistas, a vela e a vapor).
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(Do português) Embarcação de boca aberta e popa chata, com um mastro que enverga vela
latina quadrangular e duas velas de proa, 200 a 300t de capacidade de carga, usada no Rio Tejo para
transporte de mercadorias.
Modernamente, navio de combate maior e mais bem armado que a corveta, empregado para
patrulha anti-submarina e escolta de comboio e de forças-tarefas, cujo principal armamento são
mísseis. São dotadas de numerosos sensores eletrônicos. No Brasil, fragatas da classe Niterói, com
duas das seis incorporadas construídas no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ).
As fragatas estão ligadas aos contratorpedeiros. Cumprem os mesmos tipos de tarefa e têm
características semelhantes. Estes navios, hoje, se confundem. Pode-se dizer que, em geral, as fragatas
têm menor deslocamento, menor velocidade e menor quantidade de armamento que os
contratorpedeiros, mas isso está longe de ser uma regra geral e varia de Marinha para Marinha.
Podem atuar em qualquer ambiente da guerra naval, sendo empregadas, principalmente, em ataques
contra navios de superfície; guerra anti-submarino; defesa antiaérea e antimíssil; apoio a operações
anfíbias; operações de esclarecimento e como piquete radar; escolta de comboios; e guerra de
corso contra navegação mercante e combate ao narcotráfico.
As fragatas americanas da classe Oliver Hazard Perry utilizam mísseis guiados na defesa antiaérea,
antimíssil e para ataque a navios de superfície. A primeira unidade dessa classe foi comissionada em
1977. Os navios têm propulsão a turbina a gás e são equipados com mísseis Standard e Harpoon,
armamento de 76 e 20mm e dois tubos triplos de torpedos, além de vários equipamentos utilizados
na guerra eletrônica. Elas também podem operar com dois helicópteros orgânicos.
Galé – (Do inglês galley), do francês galée – Embarcação de guerra da Antigüidade greco-romana
e bizantina, comprida e estreita, impelida basicamente por grandes remos (15 a 30 por bordo,
manejado cada um por três a cinco remadores sentenciados a trabalhos forçados) e, eventualmente,
por duas velas bastardas1 içadas em mastros próximos à proa. Era dotada de esporão, que constituía
o seu principal instrumento de ataque a navios inimigos.
Galera – Navio mercante a vela, com gurupés, três mastros2, cada um com dois mastaréus, cruzando
vergas (velas redondas) e, eventualmente, com velas latinas quadrangulares.
Galeão– (Do inglês galeno, do francês galion) – Embarcação de alto-bordo, com dois ou três
mastros envergando velas redondas e gurupés com velas de proa; empregada no transporte de
ouro e prata da América para a Espanha e Portugal nos séculos XVI, XVII e XVIII. Era armado
com numerosos canhões.
Monitor – Navio de combate, de calado reduzido, borda-livre muito pequena, armado com canhões
de médio ou grosso calibre, em geral instalados numa torre giratória na parte de vante e na mediana,
para emprego em operações fluviais ou de bombardeio de costa. A vela fora abolida, e o casco do
monitor era todo de ferro, bastante baixo, com uma borda livre de 40cm apenas; as únicas estruturas
acima da borda eram a torre, uma pequena estação de governo e as chaminés.
1
Vela bastarda: pano quadrangular, cujas dimensões são tão pequenas que o pano parece triangular, e que é estendida em uma verga
muito comprida, inclinada no mastro.
2
Excepcionalmente, existiam galeras com quatro ou cinco mastros.
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Durante a Guerra Civil Americana a partir de 1861, os confederados construíram uma bateria
encouraçada auto-impulsionada chamada Merrimack. Embora pouco de novo apresentasse em relação
às canhoneiras francesas da Criméia, revelou-se uma ameaça que foi enfrentada pelo Monitor, do
engenheiro naval sueco John Ericsson. Embarcação de ferro, com bordo livre baixo de 52m de
comprimento cobrindo um casco convencional de 37m. Não havia nenhuma superestrutura além de
chaminés, escotilhas, pequena estação de governo e, a obra-prima de Ericsson, uma única torre
rotativa que continha dois canhões de antecarga de 11 polegadas. A disposição da torre sobre o
convés permitia a redução do número de canhões, por atirarem eles pelos dois bordos.
Nau – Até fins do século XV, navio de porte relativamente grande, com acastelamentos à proa e à
popa, arvorando geralmente um só mastro com vela redonda (ou “pano”). Daí até fins do século
XVI, princípios do XVII, as naus foram aumentando de tamanho, tornaram-se muito bojudas (boca
com cerca de 1/3 do comprimento da quilha), passaram a arvorar até três mastros (traquete, grande
e mezena) envergando pano redondo, e uma vela latina quadrangular à popa além de gurupés, e
tinham até três ou quatro cobertas com duas a três baterias de canhões; dependendo destas, variava
o número de peças de artilharia que portavam. Com o passar dos anos, foi-se modificando o seu
velame. Eram embarcações imponentes, em geral ricamente ornamentadas, mas de difícil manejo.
Nau de Guerra – Destinada a proteger o comércio marítimo e fazer a guerra no mar, armada de 60
a 120 peças de artilharia, podendo ser de 1a classe (mais de 100 canhões), de 2a classe (90 a 100
canhões) ou de 3a (40 a 80 canhões).
Nau de linha – Armada com 74 canhões ou mais, assim chamada porque integrava a linha de batalha
nos combates navais de vulto.
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Os maiores contratorpedeiros dos últimos anos são os da classe Spruance. Construídos de
forma modular, em uma linha de montagem muito avançada, têm 170m de comprimento, 8.040t de
deslocamento, propulsão a turbina a gás e velocidade acima de 30 nós. Seu armamento inclui mísseis
de cruzeiro, antiaéreos, antinavios, armas para guerra anti-submarino, canhões e helicópteros.
Atualmente, além de serem navios bastante versáteis, os contratorpedeiros são também os
mais numerosos navios de guerra do mundo. São navios de grande velocidade, podendo desenvolver
até mais de 30 nós, com grande mobilidade, pequena autonomia, tamanho moderado e pequena
proteção estrutural. Seu armamento principal consta de mísseis de curto e longo alcance, torpedos,
canhões e helicópteros.
Apesar de executarem todos os tipos de tarefas, são empregados principalmente em proteção
de um grupo de batalha nucleado por um navio-aeródromo; guerra anti-submarino; ataques contra
navios de superfície e alvos em terra; defesa antiaérea e antimíssil; apoio a operações anfíbias;
operações de esclarecimento e como piquete radar; e escolta a comboios.
Os contratorpedeiros modernos possuem mísseis de cruzeiro de longo alcance, canhões de
4,5 ou 5 polegadas de tiro rápido, mísseis antinavio, lançadores de torpedo, mísseis para defesa
antiaérea a curta, média e longa distâncias, helicópteros capazes de levar torpedos e mísseis e grande
capacidade de trocar informações com navios da força por meio de link de dados. A Marinha americana
possui ainda contratorpedeiros com grande capacidade de defesa nuclear e utilização de tecnologia
stealth, a qual dificulta a identificação do mesmo pelo inimigo, utilizando para isso diferentes tecnologias,
como uso de superfície e bordas em ângulo (evitando-se ângulos retos), para diminuir a sua superfície
refletora de radar, sistemas de resfriamento de equipamentos e compartimentos diminuindo a
assinatura infravermelha. Um exemplo disso seria o resfriamento dos gases das turbinas, que, antes
de atingirem o exterior do navio, aquecem a água dos grupos destilatórios e, conseqüentemente, se
resfriam antes de chegarem ao meio ambiente, dificultando assim a detecção do navio por sistemas
infravermelho.
A utilização de equipamentos elétricos, tais como cabrestante e guinchos, nas partes internas
do navio são muito eficientes para diminuir a assinatura acústica e, com isso, dificultar a detecção por
submarinos. Todo e qualquer artifício utilizado para evitar a detecção do navio pelo inimigo pode ser
considerado tecnologia stealth.
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ B I B L I O G R A F I A ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
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MARINHA E IMPÉRIO NO BRASIL: O ENSINO NAVAL
O presente estudo tem como foco o ensino militar naval no Brasil do século XIX, que teve
grande importância na formação do ensino superior, bem como relevância política, científica
e técnica, a exemplo de sua atuação no que se refere à construção de navios que participaram,
por exemplo, da Guerra do Paraguai. Parte de referências cronológicas e analíticas da
historiografia consultada, junto a Liberato Barroso (1897), Fernando de Azevedo (1958),
Gilberto Freire (1959), João Batista Magalhães (1998) e Dermeval Saviani (2007), onde o
ensino naval é visto com notoriedade, desde 1808, com a criação da Academia Real da
Marinha, como instituição de nível superior, quando o Rio de Janeiro se torna a capital do
Reino de Portugal, Brasil e Algarve, em face da transferência da Corte de Portugal para o
Brasil, em função da invasão francesa, o que explica porque era destacada a preocupação
daquela Academia com a construção naval. Nas décadas seguintes, em diferentes períodos,
demarcados por rupturas e rearranjos políticos, que caracterizam a construção do Brasil
independente e imperial, o ensino naval terá apoio governamental e até simpatia de alguns
segmentos sociais, como está detalhado mais abaixo. Evidencia que: 1) nesse período, o
ensino naval contou com a colaboração de oficiais estrangeiros, especialmente dos ingleses,
que ajudaram na organização da armada brasileira; 2) o ensino militar foi um dos caminhos de
acesso ao ensino superior, especialmente, para os estratos médios da sociedade, uma vez que
os alunos que se formavam nessas escolas, estavam capacitados, não apenas em assuntos
tecnicamente militares, como da esfera política, social e econômica, levando-os a um preparo
profissional que lhes permitia exercer cargos, no âmbito do poder público; 3) além da
preocupação de formar seus oficiais, o ensino militar naval cuidava de capacitar um corpo
docente, para fazer parte do quadro de professores da Academia da Marinha, o que para
muitas famílias abria a perspectiva de seus filhos ascenderem, intelectual e socialmente. Esta
descrição analítica integra a nossa tese de Doutorado, que se encontra em fase de cotejo de
fontes para mapeamento cronológico e exame da disseminação territorial das escolas de
ensino militar naval no País. Os resultados aqui apresentados evidenciam a importância desse
campo de ensino para o entendimento histórico da formação da elite militar e civil, no período
aqui assinalado, que, além disso, se mostrou uma oportunidade de inserção e ascensão
profissional, intelectual e social para os moços de origem familiar socialmente bem situada e
remediada, para depois compor as forças armadas do Brasil, à medida que este se organizava
como nação independente e imperial.
Embora as duas instituições estivessem ligadas pela unidade militar, cada uma
apresentava sua especificidade, uma voltada para domínio da terra e outra do mar, a partir
de 1838 conquistaram sua identidade, autonomia e espaço no novo cenário nacional.
Mas de acordo com Barroso, as escolas navais nesse período não eram acessíveis a
toda a população, somente os “aspirantes ao posto de guarda-marinha” e os que
conseguissem “licença especial do governo” (Idem, idem, p. 21). Os professores, por sua
vez, prestavam concurso e tinha formação “cathedratica”, nas diversas áreas de
conhecimento náutico militar. As escolas, acima citadas, tinham como objetivo específico
aperfeiçoar a profissão militar da Marinha, que vinha se defrontando com a modernização
da indústria náutica e sua aparelhagem de guerra.
O que parecia não ocorrer nas Escolas e Colégios oficiais, uma vez que o princípio
da meritocracia não era respeitado, como cita um aluno em depoimento colhido por
Gilberto Freire,
Não somente o Imperador, mas seus Ministros também não respeitavam os critérios
de aprovação nos colégios, como citou outro aluno do Colégio Pedro II, em depoimento
colhido por Gilberto Freire
[...] Carlos Luís guardou a lembrança até a velhice, sem nunca o ter
divulgado: “Tinha Benjamim Constant um filho, seu homônimo, no 6°
ano do Colégio Pedro II (Externato). Por êle fui procurado quase no
encerramento do ano letivo de 1889, creio que a 26 de novembro, para
que, como setianista, encabeçasse as assinaturas de uma petição coletiva
por êle trazida de casa, na qual os alunos de todos os anos solicitavam
que o [novo] Ministro da Instrução [Benjamim Constant] lhes concedesse
dispensa do ato de exame. Tratando-se de rapaz folgadão tomei o pedido
como pilhéria, certo de que o pai não acederia ao pedido, mas depois de
pequeno diálogo fiquei sabendo que entre pai e filo tudo tinha sido
Considerações Parciais
Referências
ALMEIDA, José Ricardo Pires de. História da instrução pública no Brasil, 1500 a 1889.
São Paulo: EDUC; Brasília, DF: INEP/MEC, 1989.
FREIRE, Gilberto. Ordem e Progresso. Rio de Janeiro: José Olímpio Editora, 1959.
LOPEZ, Adriana; MOTA, Carlos Guilherme. História do Brasil: uma interpretação. São
Paulo: Editora Senac São Paulo. 2008.
NOTAS
i
Graduada em Pedagogia e Mestre em Educação Brasileira, pela Universidade Federal do Ceará (UFC), onde
é atualmente Doutoranda, da Linha de História da Educação Comparada (LHEC), no Programa de Pós-
Graduação em Educação Brasileira, sob a orientação da Professora Doutora Maria Juraci Maia Cavalcante.
E-mail: simonevmesquita@yahoo.com.br
ii
João Batista Magalhães foi Coronel do Exército, Professor da Escola de Comando do Exército e da Escola
de Estado-Maior, além de sócio do Instituto de História e Geografia Brasileiro e do Instituto de Geografia e
CAPÍTULO 1
ELEMENTOS CONCEITUAIS DE LIDERANÇA
1.1 - PROPÓSITO
Este capítulo aborda conceitos, aspectos fundamentais, estilos, fatores, atributos e níveis
de liderança, para prover conhecimentos básicos que definam a natureza das relações
desejáveis entre líderes e liderados.
1.2 - CHEFIA E LIDERANÇA
O exercício da chefia, comando ou direção, é entendido pelo conjunto de ações e
decisões tomadas pelo mais antigo, com autoridade para tal, na sua esfera de competência, a
fim de conduzir de forma integrada o setor que lhe é confiado.
No desempenho de suas funções, os mais antigos, normalmente, desempenham dois
papéis funcionais, a saber: o de “chefe” e o de “condutor de homens”. Em relação ao primeiro
papel, prevalece a autoridade advinda da responsabilidade atribuída à função, associada com
aquela decorrente de seu posto ou graduação, à qual passaremos a definir, genericamente,
como chefia. Com respeito ao segundo papel, identifica-se um estreito relacionamento com o
atributo de líder. Neste contexto, fica ressaltada a importância da capacidade individual dos
mais antigos em influenciarem e inspirarem os seus subordinados.
Caracterizados esses dois atributos do comandante, o de chefe e o de líder, pode-se
afirmar que comandar é exercer a chefia e a liderança, a fim de conduzir eficazmente a
organização no cumprimento da missão. Sendo o exercício do comando um processo
abrangente, a divisão ora apresentada será utilizada para efeito de uma melhor compreensão
do tema em lide, pois chefia e liderança não são processos alternativos e sim, simultâneos e
complementares.
Os melhores resultados no tocante à liderança ocorrem quando ela é desenvolvida, não
sendo impositiva. Neste contexto, a liderança deve ser entendida como um processo dinâmico
e progressivo de aprendizado, o qual, desenvolvido nos cursos de carreira e no dia a dia das
OM, trará não só evidentes benefícios às organizações, como também contribuirá para o
sucesso profissional individual de cada militar. Desta forma, o contínuo desenvolvimento das
qualidades dos militares da MB como líderes deverá ser objeto de atenta e permanente
atenção, a ser trabalhada, conjuntamente, pela instituição e, prioritariamente, por cada militar.
1.3 - ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA LIDERANÇA
Neste tópico serão abordados aspectos relacionados aos tipos de liderança.
permanentemente, pelo líder aos seus liderados. A tarefa de doutrinamento visa a transmitir a
sua correta hierarquização, priorizando-os em relação aos valores materiais, como o dinheiro,
o poder e a satisfação pessoal.
Este é o maior desafio a ser enfrentado por aquele que pretende exercer a liderança de
um grupo.
1.3.2 - Aspectos Psicológicos
“Em essência, a liderança envolve a realização de objetivos com e através de
pessoas. Consequentemente, um líder precisa preocupar-se com tarefas e relações
humanas.” (HERSEY; BLANCHARD, 1982, p. 105).
O líder influencia outros indivíduos, provocando, basicamente, mudanças psicológicas
e
“[...] num nível de generalidade que inclui mudanças em comportamentos,
opiniões, atitudes, objetivos, necessidades, valores e todos os outros aspectos do
campo psicológico do indivíduo.” (FRENCH; RAVEN, 1969, apud NOBRE, 1998,
p. 43)
Os processos grupais e a liderança são os principais objetos de estudo da Psicologia
Social e a subjetividade humana, a personalidade e as mudanças psicológicas oriundas de
processos de influenciação e de aprendizagem são focos de estudo e de análise da Psicologia.
O caminho para a liderança passa pelo conhecimento profissional, mas também pelo
autoconhecimento e por conhecer bem seus subordinados. Para os dois últimos requisitos, a
Psicologia pode oferecer ferramentas úteis para o líder. Pesquisas mostram que o quociente
emocional (QE) ou inteligência emocional está, cada vez mais, destacando-se como o
principal diferencial de competência no trabalho. Esta conclusão é especialmente pertinente,
em se tratando do desempenho em funções de liderança. A Psicologia é, portanto, uma
ciência que fornece firme embasamento teórico e prático para que o líder possa influenciar
pessoas.
1.3.3 - Aspectos Sociológicos
Os textos deste subitem foram retirados, com adaptações, do Manual de Liderança,
editado em 1996 (130- Bases Sociológicas).
Sociólogos concordam que a perspectiva sociológica envolve um processo que vai
permitir examinar as coletividades além das fachadas das estruturas sociais, com o propósito
de refletir, com profundidade, sobre a dinâmica de forças atuantes em dada coletividade.
A liderança envolve líder, liderados, e contexto (ou situação), constituindo,
fundamentalmente, uma relação. Para muitos teóricos, a liderança, dadas as características
singulares que envolve, constitui-se em um processo ímpar de interação social. Partindo desta
visão da liderança, é evidente o quanto a Sociologia tem para contribuir em termos de
embasamento teórico no estudo e na construção do processo da liderança.
Os militares, em geral, em função da peculiaridade de suas atividades profissionais,
constituem uma subcultura dentro da sociedade brasileira. Focalizando mais de perto ainda,
pode-se afirmar que a Marinha, dentro das Forças Armadas, face a suas atribuições muito
próprias, constitui-se, igualmente, em uma subcultura. A liderança, por definição, pressupõe a
atuação do líder sobre grupos humanos; os membros destes grupos são, em geral, oriundos de
diferentes subculturas. Estes indivíduos, ao ingressarem na Marinha, passarão a integrar-se a
esta nova subcultura, após um período de adaptação. No âmbito da Marinha, pode-se
distinguir subculturas correspondentes aos diferentes Corpos e Quadros, em função da missão
atribuída a cada um deles. Cultura e subcultura são, portanto, temas de estudo da Sociologia
de interesse para a liderança.
Outro tópico de Sociologia avaliado como relevante é o dos processos sociais, estes
definidos como a interação repetitiva de padrões de comportamento comumente encontrados
na vida social. Os processos sociais de maior incidência nas sociedades e grupos humanos
são: cooperação, competição e conflito. O líder, cuja matéria-prima é o grupo liderado,
necessita identificar a existência de tais processos, estimulando-os ou não, em função das
especificidades da situação corrente e da natureza da missão a ser levada a termo.
Cooperação, etimologicamente, significa trabalhar em conjunto. Implica uma opção
pelo coletivo em detrimento do individual, mas nada impede o desenvolvimento e o estímulo
das habilidades de cada membro, em prol de um objetivo comum. Sob muitos aspectos, e de
um ponto de vista humanista, é a forma ideal de atuação de grupos. Ocorre que nem sempre é
possível, dentro de um grupo, manter, exclusivamente, o processo cooperativo. Em função do
contexto, das circunstâncias da própria tarefa a realizar, da natureza do grupo, ou das
características do líder, outros processos se desenvolvem.
Competição é definida como a luta pela posse de recompensas cuja oferta é limitada.
Tais recompensas incluem dinheiro, poder, status, amor e muitos outros. Outra forma de
descrever o processo competitivo o mostra como a tentativa de obter uma recompensa
superando todos os rivais.
A competição pode ser pessoal – entre um número limitado de concorrentes que se
conhecem entre si – ou impessoal – quando o número de rivais é tal, que se torna impossível o
conhecimento entre eles, como ocorre, por exemplo, nos exames vestibulares ou em
concursos públicos.
Atualmente, os especialistas concordam que ambos os processos – cooperação e
competição – coexistem e, até mesmo, sobrepõem-se na maioria das sociedades. O que varia,
em função de diferenças culturais, é a intensidade com que cada um é experimentado.
Sob o ponto de vista psicológico, é relevante considerar que, se a competição tem o
mérito inicial de estimular a atividade dos indivíduos e dos grupos, aumentando-lhes a
produtividade, tem o grave inconveniente de desencorajar os esforços daqueles que se
habituaram a fracassar. Vencedor há um só; todos os demais são perdedores. Outro
inconveniente sério, decorrente do estímulo à competição, consiste na forte possibilidade de
desenvolvimento de hostilidades e desavenças no interior do grupo, contribuindo para sua
desagregação. A instabilidade inerente ao processo competitivo faz com que este, com
bastante frequência, se transforme em conflito. Na liderança, a competição tem sempre que
ser saudável e estimulante.
Conflito é a exacerbação da competição. Uma definição mais específica afirma que tal
processo consiste em obter recompensas pela eliminação ou enfraquecimento dos
competidores. Ou seja, o conflito é uma forma de competição que pode caminhar para a
instalação de violência e, que se vai intensificando, à medida que aumenta a duração do
processo, já que este tem caráter cumulativo – a cada ato hostil surge uma represália cada vez
mais agressiva.
O processo social de conflito inclui aspectos positivos e negativos. Por um lado, o
conflito tende a destruir a unidade social e, da mesma forma, desagregar grupos menores, pelo
aumento de ressentimento, pelo desvio dos objetivos mais elevados do grupo, pela destruição
dos canais normais de cooperação, pela intensificação de tensões internas, podendo chegar à
violência. Por outro lado, doses regulares de conflito de posições, podem ter efeito integrador
dentro do grupo, na medida em que obrigam os grupos a se autocriticarem, a reverem
posições, a forçarem a formulação de novas políticas e práticas, e, em consequência, a uma
revitalização dos valores autênticos próprios daquele grupo.
Uma vez instalado e manifesto o conflito no seio de um grupo, seu respectivo líder terá
de buscar soluções e alternativas para manter o controle da situação. Não é fácil ou agradável
para os líderes atuar em situações de conflito, o que não justifica sua pura e simples negação.
É indispensável que o líder seja capaz de diagnosticar as situações de conflito, mesmo quando
ainda latentes, de modo a buscar estratégias adequadas para gerenciá-las construtivamente.
determinada área. É eficaz quando exercido sobre pessoas altamente qualificadas e motivadas.
O ponto crucial do sucesso deste tipo de liderança é saber delegar atribuições sem perder o
controle da situação e, por essa razão, o líder, também, deverá ser altamente qualificado e
motivado. O controle das atividades dos elementos subordinados é pequeno, competindo ao
chefe as tarefas de orientar e motivar o grupo para atingir as metas estabelecidas.
1.4.4 - Liderança Transformacional
Esse estilo de liderança é especialmente indicado para situações de pressão, crise e
mudança, que requerem elevados níveis de envolvimento e comprometimento dos
subordinados, sendo que
“uma ou mais pessoas engajam-se com outras de tal forma que líderes e seguidores
elevam um ao outro a níveis mais altos de motivação e moral” (BURNS, 1978,
apud SMITH; PETERSON, 1994, p. 129)
Quatro aspectos caracterizam a liderança transformacional: 1º) “[...] carisma
(influência idealizada) associado com um grau elevado de poder de referência por parte do
líder [...]” (NOBRE, 1998, p. 54), que é capaz de despertar respeito, confiança e admiração;
2º) inspiração motivadora, que consiste na capacidade de apresentar uma visão, dando sentido
à missão a ser realizada, de instilar orgulho. Inclui também a capacidade de simplificar o
entendimento sobre a importância dos objetivos a serem atingidos e, a “[...] possibilidade de
criar símbolos, “slogans” ou imagens que sintetizam e comunicam metas e ideais,
concentrando assim os esforços [...]” (NOBRE, 1998, p. 54); 3º) estimulação intelectual,
consiste “[...] em encorajar os subordinados a questionarem sua forma usual de fazer as
coisas, [...] além de incentivar a criatividade, o auto-desenvolvimento e a autonomia de
pensamento” (NOBRE, 1998, p. 54-55), propiciando a formulação de críticas construtivas, em
busca da melhoria contínua; 4º) “consideração individualizada, implica em considerar as
necessidades diferenciadas dos subordinados, dedicando atenção pessoal, orientando
tecnicamente e aconselhando individualmente” (CAVALCANTI et al., 2005) e “[...]
oferecendo também meios efetivos de desenvolvimento e auto-superação.” (NOBRE, 1998, p.
55). Segundo o enfoque da liderança transformacional, ao encontrarem significado e
perspectivas de realização pessoal no trabalho, os subordinados alcançam os mais elevados
níveis de produtividade e criatividade, fazendo desaparecer a dicotomia trabalho e prazer.
(BARRETT, 2000, apud CAVALCANTI et al., 2005).
subordinados induz à aplicação de estilos com maior centralização de poder, mais foco na
tarefa e que incentivos no nível transacional (licença, rancho, conforto etc) tendem a ter mais
valência para o grupo. Por outro lado, grupos mais maduros, em geral, respondem melhor a
estilos menos centralizadores de poder e a incentivos no nível da autorrealização, como ocorre
no estilo transformacional. Naturalmente, não apenas uma, mas todas as variáveis relevantes
de cada situação devem ser consideradas pelo líder.
Portanto, diferentes estilos de liderança podem ser adotados, de acordo com as
circunstâncias. Pode-se considerar que:
“[...] quando se abandona a ideia de que deve existir uma melhor forma de liderar,
todas as teorias subsequentes de liderança devem ser contingenciais ou
situacionais, isto é, devem definir as circunstâncias que afetam o comportamento e
a eficácia dos líderes.” (SMITH; PETERSON, 1994, p. 173)
À luz da abordagem situacional, que prevalece na atualidade, na qual a liderança pode
assumir diversos estilos, os principais requisitos de liderança passam a ser a capacidade de
diagnosticar as variáveis situacionais, a flexibilidade e a adaptabilidade às mudanças. Os
melhores líderes utilizam estilos diferentes, em distintas situações. Assim, é necessário um
esforço pessoal do líder no sentido de se adaptar, continuamente, às mudanças de estilo
adequadas a cada contexto.
1.6 - FATORES DA LIDERANÇA
Os fatores da liderança, mencionados neste item, baseiam-se na publicação Liderança
Militar, Instruções Provisórias IP 20-10, de 1991, do Estado-Maior do Exército.
1.6.1 - O Líder
O líder deve conhecer a si mesmo, para saber de suas capacidades, características e
limitações, evitando atribuir aos seus liderados falhas ou restrições.
“Os bons líderes eficientes são também bons seguidores [...]” (BRASIL, 1991, p. 3-3)
e cumpridores das orientações de seus superiores, passando esse exemplo a seus
subordinados.
“O líder, independentemente de sua vontade, atua como elemento modificador do
comportamento de seus liderados subordinados. [...] A função militar está
relacionada com a segurança e a responsabilidade pela vida de seres humanos.”
(BRASIL, 1991, p. 3-3, 3-4)
Provavelmente, poucos profissionais são forçados a assumir tarefa tão grave ao liderar
subordinados. (BRASIL, 1991).
1.6.2 - Os Liderados
“O conhecimento dos liderados é fator essencial para o exercício da liderança e
depende do entendimento claro da natureza humana, das suas necessidades,
emoções e motivações.” (BRASIL, 1991, p. 3-4)
Isto é, ainda, crucial para o salutar exercício de Delegação de Autoridade.
1.6.3 - A Situação
“Não existem normas nem fórmulas que mostrem com exatidão o que deve ser
feito. O líder precisa compreender a dinâmica do processo de liderança, os fatores
principais que a compõem, as características de seus liderados e aplicar estes
conhecimentos como guia para cada situação em particular.” (BRASIL, 1991, p. 3-
5)
Fica, assim, bem clara a necessidade exaustiva da prática da liderança, para o sucesso
do líder, levando sempre em conta a cultura e/ou a subcultura organizacional da instituição.
1.6.4 - A Comunicação
“A comunicação é um processo essencial à liderança, que consiste na troca de
ordens, informações e ideias, só ocorrendo quando a mensagem é recebida e
compreendida. [...] É através desse processo que o líder coordena, supervisiona,
avalia, ensina, treina e aconselha seus subordinados.[...] O que é comunicado e a
forma como isto é feito aumentam ou diminuem o vínculo das relações pessoais,
criam o respeito, a confiança mútua e a compreensão. Os laços que se formam,
com o passar do tempo, entre o líder e seus liderados, são a base da disciplina e da
coesão em uma organização. O líder deve ser claro e “escolher” cuidadosamente as
palavras, de tal forma que signifiquem a mesma coisa para ele e para seus
subordinados.” (BRASIL, 1991, p. 3-4).
1.7 - ATRIBUTOS DE UM LÍDER
A natureza e as especificidades da profissão militar, a destinação constitucional das
Forças Armadas e a cultura organizacional da Forças Armadas como um todo e, da Marinha,
mais especificamente, fazem com que certos traços de personalidade tornem-se desejáveis e
tendam a encontrar-se especialmente acentuados nos líderes militares. Embora não existam
fórmulas de liderança, a História, a experiência e também a pesquisa psicossocial têm
demonstrado que é importante que os chefes procurem desenvolver esses traços em si e nos
seus subordinados, porque em momentos críticos ou nas situações difíceis eles podem
contribuir para um exercício mais eficaz da liderança no contexto militar.
Os atributos de um líder têm como componente comum a capacidade de influenciar.
de não haver proximidade, os resultados de suas ações são frequentemente menos visíveis e
mais demorados. No entanto, a presença desses líderes em momentos e lugares críticos
aumenta a confiança e a performance dos seus liderados. Independente do tipo de organização
que eles chefiem, líderes organizacionais conduzem operações pela força do exemplo,
estimulando os subordinados e supervisionando-os apropriadamente. Sempre que possível, o
líder organizacional deve mostrar sua presença física junto aos escalões subordinados, seja
por intermédio de visitas e mostras, seja por meio de reuniões funcionais com os comandantes
subordinados.
1.8.3 - Liderança Estratégica
Líderes estratégicos exercem sua liderança no âmbito dos níveis mais elevados da
instituição. Sua influência é ainda mais indireta e distante do que a dos líderes
organizacionais. Desse modo, eles devem desenvolver atributos adicionais de forma a
eliminar ou reduzir esses inconvenientes.
Os líderes estratégicos trabalham para deixar, hoje, a instituição pronta para o amanhã,
ou seja, para enfrentar os desafios do futuro, oscilando entre a consciência das necessidades
nacionais correntes e na missão e objetivos de longo prazo.
Desde que a incerteza quanto às possíveis ameaças não permita uma visualização clara
do futuro, a visão dos líderes estratégicos é especialmente crucial na identificação do que é
importante com relação ao pessoal, material, logística e tecnologia, a fim de subsidiar
decisões críticas que irão determinar a estrutura e a capacidade futura da organização.
Dentro da instituição, os líderes estratégicos constroem o suporte para facilitar a busca
dos objetivos finais de sua visão. Isto significa montar um staff que possa assessorá-los
convenientemente a conduzir seus subordinados de maneira segura e flexível. Para obter o
suporte necessário, os líderes estratégicos procuram obter o consenso não só no âmbito
interno da organização, como também trabalhando junto a outros órgãos e instituições a que
tenham acesso, em questões como orçamento, estrutura da Força e outras de interesse, bem
como estabelecendo contatos com representações de outros países e Forças em assuntos de
interesse mútuo.
A maneira como eles comunicam as suas políticas e diretivas aos militares e civis
subordinados e apresentam aquelas de interesse aos demais cidadãos vai determinar o nível de
compreensão alcançado e o possível apoio para as novas ideias. Para se fazer entender por
essas diversas audiências, os líderes estratégicos empregam múltiplas mídias, ajustando a
mensagem ao público alvo, sempre reforçando os temas de real interesse da instituição.
Os líderes estratégicos estão decidindo hoje como transformar a Força para o futuro.
Eles devem trabalhar para criar e desenvolver a próxima geração de líderes estratégicos,
montar a estrutura para o futuro e pesquisar os novos sistemas que contribuirão na obtenção
do sucesso.
Para capitanear as mudanças pessoalmente e levar a instituição em direção à realização
do seu projeto de futuro, esses líderes transformam programas conceituais e políticos em
iniciativas práticas e concretas. Este processo envolve uma progressiva alavancagem
tecnológica e uma modelagem cultural. Conhecendo a si mesmos e aos demais “atores”
estratégicos, tendo um nítido domínio dos requisitos operacionais, da situação geopolítica e da
sociedade, os líderes estratégicos conduzem adequadamente a Força e contribuem para o
desenvolvimento e a segurança da Nação. Tendo em vista que os conflitos nos dias de hoje
podem ser desencadeados muito rapidamente, não permitindo um longo período de
mobilização para a guerra – como se fazia no passado –, o sucesso de um líder estratégico
significa deixar a Força pronta para vencer uma variedade de conflitos no presente e
permanecer pronta para enfrentar as incertezas do futuro.
Em resumo, esses líderes preparam a instituição para o futuro por meio de sua
liderança. Isto significa influenciar pessoas – integrantes da própria organização, membros de
outros setores do governo, elites políticas – por meio de propósitos significativos, direções
claras e motivação consistente. Significa, também, acompanhar o desenrolar das missões
atuais, sejam quais forem, e buscar aperfeiçoar a instituição – tendo a certeza que o pessoal
está adestrado e de que seus equipamentos e estrutura estão prontos para os futuros desafios.
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 6.880, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1980.
Texto compilado
Vigência
Dispõe sobre o Estatuto dos Militares.
(Vide Decreto nº 88.455, de 1983)
(Vide Decreto nº 4.307, de 2002)
(Vide Decreto nº 4.346, de 2002)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
ESTATUTO DOS MILITARES
TÍTULO I
Generalidades
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares
Art. 1º O presente Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas dos membros das Forças Armadas.
Art. 2º As Forças Armadas, essenciais à execução da política de segurança nacional, são constituídas pela Marinha, pelo
Exército e pela Aeronáutica, e destinamse a defender a Pátria e a garantir os poderes constituídos, a lei e a ordem. São instituições
nacionais, permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República e dentro dos limites da lei.
Art. 3° Os membros das Forças Armadas, em razão de sua destinação constitucional, formam uma categoria especial de
servidores da Pátria e são denominados militares.
§ 1° Os militares encontramse em uma das seguintes situações:
a) na ativa:
I os de carreira;
II os incorporados às Forças Armadas para prestação de serviço militar inicial, durante os prazos previstos na legislação que
trata do serviço militar, ou durante as prorrogações daqueles prazos;
III os componentes da reserva das Forças Armadas quando convocados, reincluídos, designados ou mobilizados;
IV os alunos de órgão de formação de militares da ativa e da reserva; e
V em tempo de guerra, todo cidadão brasileiro mobilizado para o serviço ativo nas Forças Armadas.
b) na inatividade:
I os da reserva remunerada, quando pertençam à reserva das Forças Armadas e percebam remuneração da União, porém
sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convocação ou mobilização; e
II os reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores estejam dispensados, definitivamente, da
prestação de serviço na ativa, mas continuem a perceber remuneração da União.
III os da reserva remunerada, executando tarefa por tempo certo, segundo regulamentação para cada Força
Armada. (Incluído pela Lei nº 8.237, de 1991)
lll os da reserva remunerada, e, excepcionalmente, os reformados, executado tarefa por tempo certo, segundo
regulamentação para cada Força Armada. (Redação dada pela Lei nº 9.442, de 14.3.1997) (Vide Decreto nº 4.307,
de 2002)
§ 2º Os militares de carreira são os da ativa que, no desempenho voluntário e permanente do serviço militar, tenham
vitaliciedade assegurada ou presumida.
Art. 4º São considerados reserva das Forças Armadas:
I individualmente:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6880.htm 1/34
Achou.site - Procurou, achou!
2017116 L6880
a) os militares da reserva remunerada; e
b) os demais cidadãos em condições de convocação ou de mobilização para a ativa.
II no seu conjunto:
a) as Polícias Militares; e
b) os Corpos de Bombeiros Militares.
§ 1° A Marinha Mercante, a Aviação Civil e as empresas declaradas diretamente devotada às finalidades precípuas das Forças
Armadas, denominada atividade efeitos de mobilização e de emprego, reserva das Forças Armadas.
§ 2º O pessoal componente da Marinha Mercante, da Aviação Civil e das empresas declaradas diretamente relacionadas com
a segurança nacional, bem como os demais cidadãos em condições de convocação ou mobilização para a ativa, só serão
considerados militares quando convocados ou mobilizados para o serviço nas Forças Armadas.
Art. 5º A carreira militar é caracterizada por atividade continuada e inteiramente devotada às finalidades precípuas das Forças
Armadas, denominada atividade militar.
§ 1º A carreira militar é privativa do pessoal da ativa, iniciase com o ingresso nas Forças Armadas e obedece às diversas
seqüências de graus hierárquicos.
§ 2º São privativas de brasileiro nato as carreiras de oficial da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Art. 6º São equivalentes as expressões "na ativa", "da ativa", "em serviço ativo", "em serviço na ativa", "em serviço", "em
atividade" ou "em atividade militar", conferidas aos militares no desempenho de cargo, comissão, encargo, incumbência ou missão,
serviço ou atividade militar ou considerada de natureza militar, nas organizações militares das Forças Armadas, bem como na
Presidência da República, na VicePresidência da República e nos demais órgãos quando previsto em lei, ou quando incorporados
às Forças Armadas.
Art. 6o São equivalentes as expressões "na ativa", "da ativa", "em serviço ativo", "em serviço na ativa", "em serviço", "em
atividade" ou "em atividade militar", conferidas aos militares no desempenho de cargo, comissão, encargo, incumbência ou missão,
serviço ou atividade militar ou considerada de natureza militar nas organizações militares das Forças Armadas, bem como na
Presidência da República, na VicePresidência da República, no Ministério da Defesa e nos demais órgãos quando previsto em lei,
ou quando incorporados às Forças Armadas. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
Art. 7° A condição jurídica dos militares é definida pelos dispositivos da Constituição que lhes sejam aplicáveis, por este
Estatuto e pela legislação, que lhes outorgam direitos e prerrogativas e lhes impõem deveres e obrigações.
Art. 8° O disposto neste Estatuto aplicase, no que couber:
I aos militares da reserva remunerada e reformados;
II aos alunos de órgão de formação da reserva;
III aos membros do Magistério Militar; e
IV aos Capelães Militares.
Art. 9º Os oficiaisgenerais nomeados Ministros do Superior Tribunal Militar, os membros do Magistério Militar e os Capelães
Militares são regidos por legislação específica.
CAPÍTULO II
Do Ingresso nas Forças Armadas
Art. 10. O ingresso nas Forças Armadas é facultado, mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os brasileiros
que preencham os requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
§ 1º Quando houver conveniência para o serviço de qualquer das Forças Armadas, o brasileiro possuidor de reconhecida
competência técnicoprofissional ou de notória cultura científica poderá, mediante sua aquiescência e proposta do Ministro da Força
interessada, ser incluído nos Quadros ou Corpos da Reserva e convocado para o serviço na ativa em caráter transitório.
§ 2º A inclusão nos termos do parágrafo anterior será feita em grau hierárquico compatível com sua idade, atividades civis e
responsabilidades que lhe serão atribuídas, nas condições reguladas pelo Poder Executivo.
Art. 11. Para matrícula nos estabelecimentos de ensino militar destinados à formação de oficiais, da ativa e da reserva, e de
graduados, além das condições relativas à nacionalidade, idade, aptidão intelectual, capacidade física e idoneidade moral, é
necessário que o candidato não exerça ou não tenha exercido atividades prejudiciais ou perigosas à segurança nacional.
Parágrafo único. O disposto neste artigo e no anterior aplicase, também, aos candidatos ao ingresso nos Corpos ou Quadros
de Oficiais em que é exigido o diploma de estabelecimento de ensino superior reconhecido pelo Governo Federal.
Art. 12. A convocação em tempo de paz é regulada pela legislação que trata do serviço militar.
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§ 1° Em tempo de paz e independentemente de convocação, os integrantes da reserva poderão ser designados para o serviço
ativo, em caráter transitório e mediante aceitação voluntária.
§ 2º O disposto no parágrafo anterior será regulamentado pelo Poder Executivo.
Art. 13. A mobilização é regulada em legislação específica.
Parágrafo único. A incorporação às Forças Armadas de deputados federais e senadores, embora militares e ainda que em
tempo de guerra, dependerá de licença da Câmara respectiva.
CAPÍTULO III
Da Hierarquia Militar e da Disciplina
Art. 14. A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A autoridade e a responsabilidade crescem
com o grau hierárquico.
§ 1º A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura das Forças Armadas. A
ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou graduação se faz pela antigüidade no posto ou na
graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à seqüência de autoridade.
§ 2º Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições que
fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindose pelo perfeito cumprimento do
dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo.
§ 3º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias da vida entre militares da ativa, da
reserva remunerada e reformados.
Art. 15. Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os militares da mesma categoria e têm a finalidade de
desenvolver o espírito de camaradagem, em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.
Art . 16. Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica nas Forças Armadas, bem como a correspondência entre os postos e
as graduações da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, são fixados nos parágrafos seguintes e no Quadro em anexo.
§ 1° Posto é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do Presidente da República ou do Ministro de Força Singular e
confirmado em Carta Patente.
§ 2º Os postos de Almirante, Marechal e MarechaldoAr somente serão providos em tempo de guerra.
§ 3º Graduação é o grau hierárquico da praça, conferido pela autoridade militar competente.
§ 4º Os GuardasMarinha, os AspirantesaOficial e os alunos de órgãos específicos de formação de militares são
denominados praças especiais.
§ 5º Os graus hierárquicos inicial e final dos diversos Corpos, Quadros, Armas, Serviços, Especialidades ou
Subespecialidades são fixados, separadamente, para cada caso, na Marinha, no Exército e na Aeronáutica.
§ 6º Os militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, cujos graus hierárquicos tenham denominação comum,
acrescentarão aos mesmos, quando julgado necessário, a indicação do respectivo Corpo, Quadro, Arma ou Serviço e, se ainda
necessário, a Força Armada a que pertencerem, conforme os regulamentos ou normas em vigor.
§ 7º Sempre que o militar da reserva remunerada ou reformado fizer uso do posto ou graduação, deverá fazêlo com as
abreviaturas respectivas de sua situação.
Art. 17. A precedência entre militares da ativa do mesmo grau hierárquico, ou correspondente, é assegurada pela antigüidade
no posto ou graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida em lei.
§ 1º A antigüidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da assinatura do ato da respectiva promoção,
nomeação, declaração ou incorporação, salvo quando estiver taxativamente fixada outra data.
§ 2º No caso do parágrafo anterior, havendo empate, a antigüidade será estabelecida:
a) entre militares do mesmo Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, pela posição nas respectivas escalas numéricas ou registros
existentes em cada Força;
b) nos demais casos, pela antigüidade no posto ou graduação anterior; se, ainda assim, subsistir a igualdade, recorrerseá,
sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à data de praça e à data de nascimento para definir a procedência, e, neste
último caso, o de mais idade será considerado o mais antigo;
c) na existência de mais de uma data de praça, inclusive de outra Força Singular, prevalece a antigüidade do militar que tiver
maior tempo de efetivo serviço na praça anterior ou nas praças anteriores; e
d) entre os alunos de um mesmo órgão de formação de militares, de acordo com o regulamento do respectivo órgão, se não
estiverem especificamente enquadrados nas letras a , b e c.
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§ 3º Em igualdade de posto ou de graduação, os militares da ativa têm precedência sobre os da inatividade.
§ 4º Em igualdade de posto ou de graduação, a precedência entre os militares de carreira na ativa e os da reserva remunerada
ou não, que estejam convocados, é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto ou graduação.
Art. 18. Em legislação especial, regularseá:
I a precedência entre militares e civis, em missões diplomáticas, ou em comissão no País ou no estrangeiro; e
II a precedência nas solenidades oficiais.
Art. 19. A precedência entre as praças especiais e as demais praças é assim regulada:
I os GuardasMarinha e os AspirantesaOficial são hierarquicamente superiores às demais praças;
II os Aspirantes, alunos da Escola Naval, e os Cadetes, alunos da Academia Militar das Agulhas Negras e da Academia da
Força Aérea, bem como os alunos da Escola de Oficiais Especialistas da Aeronáutica, são hierarquicamente superiores aos
suboficiais e aos subtenentes;
III os alunos de Escola Preparatória de Cadetes e do Colégio Naval têm precedência sobre os TerceirosSargentos, aos quais
são equiparados;
IV os alunos dos órgãos de formação de oficiais da reserva, quando fardados, têm precedência sobre os Cabos, aos quais
são equiparados; e
V os Cabos têm precedência sobre os alunos das escolas ou dos centros de formação de sargentos, que a eles são
equiparados, respeitada, no caso de militares, a antigüidade relativa.
CAPÍTULO IV
Do Cargo e da Função Militares
Art. 20. Cargo militar é um conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades cometidos a um militar em serviço ativo.
§ 1º O cargo militar, a que se refere este artigo, é o que se encontra especificado nos Quadros de Efetivo ou Tabelas de
Lotação das Forças Armadas ou previsto, caracterizado ou definido como tal em outras disposições legais.
§ 2º As obrigações inerentes ao cargo militar devem ser compatíveis com o correspondente grau hierárquico e definidas em
legislação ou regulamentação específicas.
Art. 21. Os cargos militares são providos com pessoal que satisfaça aos requisitos de grau hierárquico e de qualificação
exigidos para o seu desempenho.
Parágrafo único. O provimento de cargo militar farseá por ato de nomeação ou determinação expressa da autoridade
competente.
Art. 22. O cargo militar é considerado vago a partir de sua criação e até que um militar nele tome posse, ou desde o momento
em que o militar exonerado, ou que tenha recebido determinação expressa da autoridade competente, o deixe e até que outro militar
nele tome posse de acordo com as normas de provimento previstas no parágrafo único do artigo anterior.
Parágrafo único. Consideramse também vagos os cargos militares cujos ocupantes tenham:
a) falecido;
b) sido considerados extraviados;
c) sido feitos prisioneiros; e
d) sido considerados desertores.
Art. 23. Função militar é o exercício das obrigações inerentes ao cargo militar.
Art. 24. Dentro de uma mesma organização militar, a seqüência de substituições para assumir cargo ou responder por funções,
bem como as normas, atribuições e responsabilidades relativas, são as estabelecidas na legislação ou regulamentação específicas,
respeitadas a precedência e a qualificação exigidas para o cargo ou o exercício da função.
Art. 25. O militar ocupante de cargo provido em caráter efetivo ou interino, de acordo com o parágrafo único do artigo 21, faz
jus aos direitos correspondentes ao cargo, conforme previsto em dispositivo legal.
Art. 26. As obrigações que, pela generalidade, peculiaridade, duração, vulto ou natureza, não são catalogadas como posições
tituladas em "Quadro de Efetivo", "Quadro de Organização", "Tabela de Lotação" ou dispositivo legal, são cumpridas como encargo,
incumbência, comissão, serviço ou atividade, militar ou de natureza militar.
Parágrafo único. Aplicase, no que couber, a encargo, incumbência, comissão, serviço ou atividade, militar ou de natureza
militar, o disposto neste Capítulo para cargo militar.
TÍTULO II
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TÍTULO II
Das Obrigações e dos Deveres Militares
CAPÍTULO I
Das Obrigações Militares
SEÇÃO I
Do Valor Militar
Art. 27. São manifestações essenciais do valor militar:
I o patriotismo, traduzido pela vontade inabalável de cumprir o dever militar e pelo solene juramento de fidelidade à Pátria até
com o sacrifício da própria vida;
II o civismo e o culto das tradições históricas;
III a fé na missão elevada das Forças Armadas;
IV o espírito de corpo, orgulho do militar pela organização onde serve;
V o amor à profissão das armas e o entusiasmo com que é exercida; e
VI o aprimoramento técnicoprofissional.
SEÇÃO II
Da Ética Militar
Art. 28. O sentimento do dever, o pundonor militar e o decoro da classe impõem, a cada um dos integrantes das Forças
Armadas, conduta moral e profissional irrepreensíveis, com a observância dos seguintes preceitos de ética militar:
I amar a verdade e a responsabilidade como fundamento de dignidade pessoal;
II exercer, com autoridade, eficiência e probidade, as funções que lhe couberem em decorrência do cargo;
III respeitar a dignidade da pessoa humana;
IV cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes;
V ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados;
VI zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e físico e, também, pelo dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da
missão comum;
VII empregar todas as suas energias em benefício do serviço;
VIII praticar a camaradagem e desenvolver, permanentemente, o espírito de cooperação;
IX ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;
X absterse de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de qualquer natureza;
XI acatar as autoridades civis;
XII cumprir seus deveres de cidadão;
XIII proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular;
XIV observar as normas da boa educação;
XV garantir assistência moral e material ao seu lar e conduzirse como chefe de família modelar;
XVI conduzirse, mesmo fora do serviço ou quando já na inatividade, de modo que não sejam prejudicados os princípios da
disciplina, do respeito e do decoro militar;
XVII absterse de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para
encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
XVIII absterse, na inatividade, do uso das designações hierárquicas:
a) em atividades políticopartidárias;
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b) em atividades comerciais;
c) em atividades industriais;
d) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos ou militares, excetuandose os de
natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado; e
e) no exercício de cargo ou função de natureza civil, mesmo que seja da Administração Pública; e
XIX zelar pelo bom nome das Forças Armadas e de cada um de seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos
preceitos da ética militar.
Art. 29. Ao militar da ativa é vedado comerciar ou tomar parte na administração ou gerência de sociedade ou dela ser sócio ou
participar, exceto como acionista ou quotista, em sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada.
§ 1º Os integrantes da reserva, quando convocados, ficam proibidos de tratar, nas organizações militares e nas repartições
públicas civis, de interesse de organizações ou empresas privadas de qualquer natureza.
§ 2º Os militares da ativa podem exercer, diretamente, a gestão de seus bens, desde que não infrinjam o disposto no presente
artigo.
§ 3º No intuito de desenvolver a prática profissional, é permitido aos oficiais titulares dos Quadros ou Serviços de Saúde e de
Veterinária o exercício de atividade técnicoprofissional no meio civil, desde que tal prática não prejudique o serviço e não infrinja o
disposto neste artigo.
Art. 30. Os Ministros das Forças Singulares poderão determinar aos militares da ativa da respectiva Força que, no interesse da
salvaguarda da dignidade dos mesmos, informem sobre a origem e natureza dos seus bens, sempre que houver razões que
recomendem tal medida.
CAPÍTULO II
Dos Deveres Militares
SEÇÃO I
Conceituação
Art. 31. Os deveres militares emanam de um conjunto de vínculos racionais, bem como morais, que ligam o militar à Pátria e
ao seu serviço, e compreendem, essencialmente:
I a dedicação e a fidelidade à Pátria, cuja honra, integridade e instituições devem ser defendidas mesmo com o sacrifício da
própria vida;
II o culto aos Símbolos Nacionais;
III a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;
IV a disciplina e o respeito à hierarquia;
V o rigoroso cumprimento das obrigações e das ordens; e
VI a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade.
SEÇÃO II
Do Compromisso Militar
Art. 32. Todo cidadão, após ingressar em uma das Forças Armadas mediante incorporação, matrícula ou nomeação, prestará
compromisso de honra, no qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres militares e manifestará a sua
firme disposição de bem cumprilos.
Art . 33. O compromisso do incorporado, do matriculado e do nomeado, a que se refere o artigo anterior, terá caráter solene e
será sempre prestado sob a forma de juramento à Bandeira na presença de tropa ou guarnição formada, conforme os dizeres
estabelecidos nos regulamentos específicos das Forças Armadas, e tão logo o militar tenha adquirido um grau de instrução
compatível com o perfeito entendimento de seus deveres como integrante das Forças Armadas.
§ 1º O compromisso de GuardaMarinha ou AspiranteaOficial é prestado nos estabelecimentos de formação, obedecendo o
cerimonial ao fixado nos respectivos regulamentos.
§ 2º O compromisso como oficial, quando houver, será regulado em cada Força Armada.
SEÇÃO III
Do Comando e da Subordinação
Art. 34. Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o militar é investido legalmente quando conduz
homens ou dirige uma organização militar. O comando é vinculado ao grau hierárquico e constitui uma prerrogativa impessoal, em
cujo exercício o militar se define e se caracteriza como chefe.
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Parágrafo único. Aplicase à direção e à chefia de organização militar, no que couber, o estabelecido para comando.
Art. 35. A subordinação não afeta, de modo algum, a dignidade pessoal do militar e decorre, exclusivamente, da estrutura
hierarquizada das Forças Armadas.
Art. 36. O oficial é preparado, ao longo da carreira, para o exercício de funções de comando, de chefia e de direção.
Art. 37. Os graduados auxiliam ou complementam as atividades dos oficiais, quer no adestramento e no emprego de meios,
quer na instrução e na administração.
Parágrafo único. No exercício das atividades mencionadas neste artigo e no comando de elementos subordinados, os
suboficiais, os subtenentes e os sargentos deverão imporse pela lealdade, pelo exemplo e pela capacidade profissional e técnica,
incumbindolhes assegurar a observância minuciosa e ininterrupta das ordens, das regras do serviço e das normas operativas pelas
praças que lhes estiverem diretamente subordinadas e a manutenção da coesão e do moral das mesmas praças em todas as
circunstâncias.
Art. 39. Os MarinheirosRecrutas, Recrutas, SoldadosRecrutas e SoldadosdeSegundaClasse constituem os elementos
incorporados às Forças Armadas para a prestação do serviço militar inicial.
Art. 40. Às praças especiais cabe a rigorosa observância das prescrições dos regulamentos que lhes são pertinentes,
exigindoselhes inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado técnicoprofissional.
Parágrafo único. Às praças especiais também se assegura a prestação do serviço militar inicial.
Art. 41. Cabe ao militar a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos que praticar.
CAPÍTULO III
Da Violação das Obrigações e dos Deveres Militares
SEÇÃO I
Conceituação
Art. 42. A violação das obrigações ou dos deveres militares constituirá crime, contravenção ou transgressão disciplinar,
conforme dispuser a legislação ou regulamentação específicas.
§ 1º A violação dos preceitos da ética militar será tão mais grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de quem a
cometer.
§ 2° No concurso de crime militar e de contravenção ou transgressão disciplinar, quando forem da mesma natureza, será
aplicada somente a pena relativa ao crime.
Art. 43. A inobservância dos deveres especificados nas leis e regulamentos, ou a falta de exação no cumprimento dos
mesmos, acarreta para o militar responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal, consoante a legislação específica.
Parágrafo único. A apuração da responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal poderá concluir pela
incompatibilidade do militar com o cargo ou pela incapacidade para o exercício das funções militares a ele inerentes.
Art. 44. O militar que, por sua atuação, se tornar incompatível com o cargo, ou demonstrar incapacidade no exercício de
funções militares a ele inerentes, será afastado do cargo.
§ 1º São competentes para determinar o imediato afastamento do cargo ou o impedimento do exercício da função:
a) o Presidente da República;
b) os titulares das respectivas pastas militares e o Chefe do EstadoMaior das Forças Armadas; e
c) os comandantes, os chefes e os diretores, na conformidade da legislação ou regulamentação específica de cada Força
Armada.
§ 2º O militar afastado do cargo, nas condições mencionadas neste artigo, ficará privado do exercício de qualquer função
militar até a solução do processo ou das providências legais cabíveis.
Art. 45. São proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório
ou político.
SEÇÃO II
Dos Crimes Militares
Art. 46. O Código Penal Militar relaciona e classifica os crimes militares, em tempo de paz e em tempo de guerra, e dispõe
sobre a aplicação aos militares das penas correspondentes aos crimes por eles cometidos.
SEÇÃO III
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SEÇÃO III
Das Contravenções ou Transgressões Disciplinares
Art. 47. Os regulamentos disciplinares das Forças Armadas especificarão e classificarão as contravenções ou transgressões
disciplinares e estabelecerão as normas relativas à amplitude e aplicação das penas disciplinares, à classificação do
comportamento militar e à interposição de recursos contra as penas disciplinares.
§ 1º As penas disciplinares de impedimento, detenção ou prisão não podem ultrapassar 30 (trinta) dias.
§ 2º À praça especial aplicamse, também, as disposições disciplinares previstas no regulamento do estabelecimento de
ensino onde estiver matriculada.
SEÇÃO IV
Dos Conselhos de Justificação e de Disciplina
Art. 48. O oficial presumivelmente incapaz de permanecer como militar da ativa será, na forma da legislação específica,
submetido a Conselho de Justificação.
§ 1º O oficial, ao ser submetido a Conselho de Justificação, poderá ser afastado do exercício de suas funções, a critério do
respectivo Ministro, conforme estabelecido em legislação específica.
§ 2º Compete ao Superior Tribunal Militar, em tempo de paz, ou a Tribunal Especial, em tempo de guerra, julgar, em instância
única, os processos oriundos dos Conselhos de Justificação, nos casos previstos em lei específica.
§ 3º A Conselho de Justificação poderá, também, ser submetido o oficial da reserva remunerada ou reformado,
presumivelmente incapaz de permanecer na situação de inatividade em que se encontra.
Art. 49. O GuardaMarinha, o AspiranteaOficial e as praças com estabilidade assegurada, presumivelmente incapazes de
permanecerem como militares da ativa, serão submetidos a Conselho de Disciplina e afastados das atividades que estiverem
exercendo, na forma da regulamentação específica.
§ 1º O Conselho de Disciplina obedecerá a normas comuns às três Forças Armadas.
§ 2º Compete aos Ministros das Forças Singulares julgar, em última instância, os processos oriundos dos Conselhos de
Disciplina convocados no âmbito das respectivas Forças Armadas.
§ 3º A Conselho de Disciplina poderá, também, ser submetida a praça na reserva remunerada ou reformada, presumivelmente
incapaz de permanecer na situação de inatividade em que se encontra.
TÍTULO III
Dos Direitos e das Prerrogativas dos Militares
CAPÍTULO I
Dos Direitos
SEÇÃO I
Enumeração
Art. 50. São direitos dos militares:
I a garantia da patente em toda a sua plenitude, com as vantagens, prerrogativas e deveres a ela inerentes, quando oficial,
nos termos da Constituição;
II a percepção de remuneração correspondente ao grau hierárquico superior ou melhoria da mesma quando, ao ser transferido
para a inatividade, contar mais de 30 (trinta) anos de serviço;
II o provento calculado com base no soldo integral do posto ou graduação que possuía quando da transferência para a
inatividade remunerada, se contar com mais de trinta anos de serviço; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.215
10, de 31.8.2001)
III a remuneração calculada com base no soldo integral do posto ou graduação quando, não contando 30 (trinta) anos de
serviço, for transferido para a reserva remunerada, ex officio , por ter atingido a idadelimite de permanência em atividade no posto
ou na graduação, ou ter sido abrangido pela quota compulsória; e
III o provento calculado com base no soldo integral do posto ou graduação quando, não contando trinta anos de serviço, for
transferido para a reserva remunerada, ex officio, por ter atingido a idadelimite de permanência em atividade no posto ou na
graduação, ou ter sido abrangido pela quota compulsória; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.21510, de
31.8.2001)
IV nas condições ou nas limitações impostas na legislação e regulamentação específicas:
a) a estabilidade, quando praça com 10 (dez) ou mais anos de tempo de efetivo serviço;
b) o uso das designações hierárquicas;
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c) a ocupação de cargo correspondente ao posto ou à graduação;
d) a percepção de remuneração;
e) a assistência médicohospitalar para si e seus dependentes, assim entendida como o conjunto de atividades relacionadas
com a prevenção, conservação ou recuperação da saúde, abrangendo serviços profissionais médicos, farmacêuticos e
odontológicos, bem como o fornecimento, a aplicação de meios e os cuidados e demais atos médicos e paramédicos necessários;
f) o funeral para si e seus dependentes, constituindose no conjunto de medidas tomadas pelo Estado, quando solicitado,
desde o óbito até o sepultamento condigno;
g) a alimentação, assim entendida como as refeições fornecidas aos militares em atividade;
h) o fardamento, constituindose no conjunto de uniformes, roupa branca e roupa de cama, fornecido ao militar na ativa de
graduação inferior a terceirosargento e, em casos especiais, a outros militares;
i) a moradia para o militar em atividade, compreendendo:
1 alojamento em organização militar, quando aquartelado ou embarcado; e
2 habitação para si e seus dependentes; em imóvel sob a responsabilidade da União, de acordo com a disponibilidade
existente.
j) o transporte, assim entendido como os meios fornecidos ao militar para seu deslocamento por interesse do serviço; quando
o deslocamento implicar em mudança de sede ou de moradia, compreende também as passagens para seus dependentes e a
translação das respectivas bagagens, de residência a residência; (Revogada pela Medida Provisória nº 2.21510, de
31.8.2001)
l) a constituição de pensão militar;
m) a promoção;
n) a transferência a pedido para a reserva remunerada;
o) as férias, os afastamentos temporários do serviço e as licenças;
p) a demissão e o licenciamento voluntários;
q) o porte de arma quando oficial em serviço ativo ou em inatividade, salvo caso de inatividade por alienação mental ou
condenação por crimes contra a segurança do Estado ou por atividades que desaconselhem aquele porte;
r) o porte de arma, pelas praças, com as restrições impostas pela respectiva Força Armada; e
s) outros direitos previstos em leis específicas.
§ 1º A percepção da remuneração correspondente ao grau hierárquico superior ou melhoria da mesma, a que se refere o item II
deste artigo, obedecerá às seguintes condições: (Revogado pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
a) o oficial que contar mais de 30 (trinta) anos de serviço, após o ingresso na inatividade, terá seus proventos calculados sobre
o soldo correspondente ao posto imediato, se em sua Força existir, em tempo de paz, posto superior ao seu, mesmo que de outro
Corpo, Quadro, Arma ou Serviço; se ocupante do último posto da hierarquia militar de sua Força, em tempo de paz, o oficial terá os
proventos calculados tomandose por base o soldo de seu próprio posto, acrescido de percentual fixado em legislação específica;
(Revogado pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
b) os subtenentes e suboficiais, quando transferidos para a inatividade, terão os proventos calculados sobre o soldo
correspondente ao posto de segundotenente, desde que contem mais de 30 (trinta) anos de serviço; e (Revogado pela Medida
Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
c) as demais praças que contem mais de 30 (trinta) anos de serviço, ao serem transferidas para a inatividade, terão os
proventos calculados sobre o soldo correspondente à graduação imediatamente superior. (Revogado pela Medida
Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
§ 2° São considerados dependentes do militar:
I a esposa;
II o filho menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou interdito;
III a filha solteira, desde que não receba remuneração;
IV o filho estudante, menor de 24 (vinte e quatro) anos, desde que não receba remuneração;
V a mãe viúva, desde que não receba remuneração;
VI o enteado, o filho adotivo e o tutelado, nas mesmas condições dos itens II, III e IV;
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VII a viúva do militar, enquanto permanecer neste estado, e os demais dependentes mencionados nos itens II, III, IV, V e VI
deste parágrafo, desde que vivam sob a responsabilidade da viúva;
VIII a exesposa com direito à pensão alimentícia estabelecida por sentença transitada em julgado, enquanto não contrair
novo matrimônio.
§ 3º São, ainda, considerados dependentes do militar, desde que vivam sob sua dependência econômica, sob o mesmo teto, e
quando expressamente declarados na organização militar competente:
a) a filha, a enteada e a tutelada, nas condições de viúvas, separadas judicialmente ou divorciadas, desde que não recebam
remuneração;
b) a mãe solteira, a madrasta viúva, a sogra viúva ou solteira, bem como separadas judicialmente ou divorciadas, desde que,
em qualquer dessas situações, não recebam remuneração;
c) os avós e os pais, quando inválidos ou interditos, e respectivos cônjuges, estes desde que não recebam remuneração;
d) o pai maior de 60 (sessenta) anos e seu respectivo cônjuge, desde que ambos não recebam remuneração;
e) o irmão, o cunhado e o sobrinho, quando menores ou inválidos ou interditos, sem outro arrimo;
f) a irmã, a cunhada e a sobrinha, solteiras, viúvas, separadas judicialmente ou divorciadas, desde que não recebam
remuneração;
g) o neto, órfão, menor inválido ou interdito;
h) a pessoa que viva, no mínimo há 5 (cinco) anos, sob a sua exclusiva dependência econômica, comprovada mediante
justificação judicial;
i) a companheira, desde que viva em sua companhia há mais de 5 (cinco) anos, comprovada por justificação judicial; e
j) o menor que esteja sob sua guarda, sustento e responsabilidade, mediante autorização judicial.
§ 4º Para efeito do disposto nos §§ 2º e 3º deste artigo, não serão considerados como remuneração os rendimentos não
provenientes de trabalho assalariado, ainda que recebidos dos cofres públicos, ou a remuneração que, mesmo resultante de relação
de trabalho, não enseje ao dependente do militar qualquer direito à assistência previdenciária oficial.
Art. 51. O militar que se julgar prejudicado ou ofendido por qualquer ato administrativo ou disciplinar de superior hierárquico
poderá recorrer ou interpor pedido de reconsideração, queixa ou representação, segundo regulamentação específica de cada Força
Armada.
§ 1º O direito de recorrer na esfera administrativa prescreverá:
a) em 15 (quinze) dias corridos, a contar do recebimento da comunicação oficial, quanto a ato que decorra de inclusão em
quota compulsória ou de composição de Quadro de Acesso; e
b) em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos.
§ 2º O pedido de reconsideração, a queixa e a representação não podem ser feitos coletivamente.
§ 3º O militar só poderá recorrer ao Judiciário após esgotados todos os recursos administrativos e deverá participar esta
iniciativa, antecipadamente, à autoridade à qual estiver subordinado.
Art. 52. Os militares são alistáveis, como eleitores, desde que oficiais, guardasmarinha ou aspirantesaoficial, suboficiais ou
subtenentes, sargentos ou alunos das escolas militares de nível superior para formação de oficiais.
Parágrafo único. Os militares alistáveis são elegíveis, atendidas às seguintes condições:
a) se contar menos de 5 (cinco) anos de serviço, será, ao se candidatar a cargo eletivo, excluído do serviço ativo mediante
demissão ou licenciamento ex officio ; e
b) se em atividade, com 5 (cinco) ou mais anos de serviço, será, ao se candidatar a cargo eletivo, afastado, temporariamente,
do serviço ativo e agregado, considerado em licença para tratar de interesse particular; se eleito, será, no ato da diplomação,
transferido para a reserva remunerada, percebendo a remuneração a que fizer jus em função do seu tempo de serviço.
SEÇÃO II
Da Remuneração
Art. 53. A remuneração dos militares, devida em bases estabelecidas em legislação específica comum às Forças Armadas,
compreende:
I na ativa:
a) vencimentos, constituídos de soldo e gratificações; e
b ) indenizações.
II na inatividade:
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a) proventos, constituídos de soldo ou quotas de soldo e gratificações incorporáveis; e
b) indenizações na inatividade.
Parágrafo único. O militar fará jus, ainda, a outros direitos pecuniários em casos especiais.
Art. 53. A remuneração dos militares será estabelecida em legislação específica, comum às Forças Armadas, e
compreende: (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
Art. 53. A remuneração dos militares será estabelecida em legislação específica, comum às Forças Armadas.
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
I na ativa; (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
a) soldo, gratificações e indenizações regulares; (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
II na inatividade: (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
a) proventos, constituídos de soldo os quotas de soldo e gratificações incorporáveis; (Redação dada pela
Lei nº 8.237, de 1991)
b) adicionais. (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
Art. 54. O soldo é irredutível e não está sujeito à penhora, seqüestro ou arresto, exceto nos casos previstos em lei.
Art. 55. O valor do soldo é igual para o militar da ativa, da reserva remunerada ou reformado, de um mesmo grau hierárquico,
ressalvado o disposto no item II, do caput , do artigo 50.
Art. 56. Por ocasião de sua passagem para a inatividade, o militar terá direito a tantas quotas de soldo quantos forem os anos
de serviço, computáveis para a inatividade, até o máximo de 30 (trinta) anos, ressalvado o disposto no item III do caput , do artigo
50.
Parágrafo único. Para efeito de contagem das quotas, a fração de tempo igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias será
considerada 1 (um) ano.
Art. 57. Nos termos do § 9º, do artigo 93, da Constituição, a proibição de acumular proventos de inatividade não se aplica aos
militares da reserva remunerada e aos reformados quanto ao exercício de mandato eletivo, quanto ao de função de magistério ou de
cargo em comissão ou quanto ao contrato para prestação de serviços técnicos ou especializados.
Art. 58. Os proventos de inatividade serão revistos sempre que, por motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda, se
modificarem os vencimentos dos militares em serviço ativo.
Parágrafo único. Ressalvados os casos previstos em lei, os proventos da inatividade não poderão exceder à remuneração
percebida pelo militar da ativa no posto ou graduação correspondente aos dos seus proventos.
SEÇÃO III
Da Promoção
Art. 59. O acesso na hierarquia militar, fundamentado principalmente no valor moral e profissional, é seletivo, gradual e
sucessivo e será feito mediante promoções, de conformidade com a legislação e regulamentação de promoções de oficiais e de
praças, de modo a obterse um fluxo regular e equilibrado de carreira para os militares.
Parágrafo único. O planejamento da carreira dos oficiais e das praças é atribuição de cada um dos Ministérios das Forças
Singulares.
Art. 60. As promoções serão efetuadas pelos critérios de antigüidade, merecimento ou escolha, ou, ainda, por bravura e post
mortem .
§ 1º Em casos extraordinários e independentemente de vagas, poderá haver promoção em ressarcimento de preterição.
§ 2º A promoção de militar feita em ressarcimento de preterição será efetuada segundo os critérios de antigüidade ou
merecimento, recebendo ele o número que lhe competir na escala hierárquica, como se houvesse sido promovido, na época devida,
pelo critério em que ora é feita sua promoção.
Art. 61. A fim de manter a renovação, o equilíbrio e a regularidade de acesso nos diferentes Corpos, Quadros, Armas ou
Serviços, haverá anual e obrigatoriamente um número fixado de vagas à promoção, nas proporções abaixo indicadas:
I AlmirantesdeEsquadra, GeneraisdeExército e TenentesBrigadeiros 1/4 (um quarto) dos respectivos Corpos ou Quadros;
II ViceAlmirantes, GeneraisdeDivisão e MajoresBrigadeiros 1/4 (um quarto) dos respectivos Corpos ou Quadros;
III ContraAlmirantes, GeneraisdeBrigada e Brigadeiros 1/4 (um quarto) dos respectivos Corpos ou Quadros;
IV CapitãesdeMareGuerra e Coronéis no mínimo 1/8 (um oitavo) dos respectivos Corpos, Quadros, Armas ou Serviços;
V CapitãesdeFragata e TenentesCoronéis no mínimo 1/15 (um quinze avos) dos respectivos Corpos, Quadros, Armas ou
Serviços;
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VI CapitãesdeCorveta e Majores no mínimo 1/20 (um vinte avos) dos respectivos Corpos, Quadros, Armas ou Serviços; e
VII Oficiais dos 3 (três) últimos postos dos Quadros de que trata a letra b , do item I, do artigo 98, 1/4 (um quarto) para o
último posto, no mínimo 1/10 (um décimo) para o penúltimo posto, e no mínimo 1/15 (um quinze avos) para o antepenúltimo posto,
dos respectivos Quadros, exceto quando o último e o penúltimo postos forem CapitãoTenente ou Capitão e 1º Tenente, caso em
que as proporções serão no mínimo 1/10 (um décimo) e 1/20 (um vinte avos), respectivamente.
VII Oficiais dos 3 (três) últimos postos dos Quadros de que tratam as alíneas b, d e f do inciso I do artigo 98, 1/4 (um quarto)
para o último posto, no mínimo, 1/10 (um décimo) para o penúltimo posto e, no mínimo, 1/15 (um quinze avos) para o antepenúltimo
posto, dos respectivos Quadros, exceto quando o último e o penúltimo postos forem de CapitãoTenente ou de Capitão e Primeiro
Tenente, caso em que as proporções serão de, no mínimo, 1/10 (um décimo) e 1/20 (um vinte avos),
respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 7.503, de 1986)
VII Oficiais dos 3 (três) últimos postos dos Quadros de que trata a alínea b do inciso I do art. 98, 1/4 para o último posto, no
mínimo 1/10 para o penúltimo posto, e no mínimo 1/15 para o antepenúltimo posto, dos respectivos Quadros, exceto quando o
último e o penúltimo postos forem CapitãoTenente ou capitão e 1º Tenente, caso em que as proporções serão no mínimo 1/10 e
1/20, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 7.666, de 1988)
§ 1º O número de vagas para promoção obrigatória em cada anobase para os postos relativos aos itens IV, V, VI e VII deste
artigo será fixado, para cada Força, em decretos separados, até o dia 15 (quinze) de janeiro do ano seguinte.
§ 2º As frações que resultarem da aplicação das proporções estabelecidas neste artigo serão adicionadas, cumulativamente,
aos cálculos correspondentes dos anos seguintes, até completarse pelo menos 1 (um) inteiro que, então, será computado para
obtenção de uma vaga para promoção obrigatória.
§ 3º As vagas serão consideradas abertas:
a) na data da assinatura do ato que promover, passar para a inatividade, transferir de Corpo ou Quadro, demitir ou agregar o
militar;
b) na data fixada na Lei de Promoções de Oficiais da Ativa das Forças Armadas ou seus regulamentos, em casos neles
indicados; e
c) na data oficial do óbito do militar.
Art. 62. Não haverá promoção de militar por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada ou reforma.
SEÇÃO IV
Das Férias e de Outros Afastamentos
Temporários do Serviço
Art. 63. Férias são afastamentos totais do serviço, anual e obrigatoriamente concedidos aos militares para descanso, a partir
do último mês do ano a que se referem e durante todo o ano seguinte.
§ 1º O Poder Executivo fixará a duração das férias, inclusive para os militares servindo em localidades especiais.
§ 2º Compete aos Ministros Militares regulamentar a concessão de férias.
§ 3º A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo anterior de licença para tratamento de saúde, licença especial, nem
por punição anterior decorrente de contravenção ou de transgressão disciplinar, ou pelo estado de guerra, ou para que sejam
cumpridos atos de serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças.
§ 3o A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo anterior de licença para tratamento de saúde, nem por punição
anterior decorrente de contravenção ou transgressão disciplinar, ou pelo estado de guerra, ou para que sejam cumpridos atos em
serviço, bem como não anula o direito àquela licença. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.21510, de
31.8.2001)
§ 4º Somente em casos de interesse da segurança nacional, de manutenção da ordem, de extrema necessidade do serviço,
de transferência para a inatividade, ou para cumprimento de punição decorrente de contravenção ou de transgressão disciplinar de
natureza grave e em caso de baixa a hospital, os militares terão interrompido ou deixarão de gozar na época prevista o período de
férias a que tiverem direito, registrandose o fato em seus assentamentos.
§ 5º Na impossibilidade do gozo de férias no ano seguinte pelos motivos previstos no parágrafo anterior, ressalvados os casos
de contravenção ou transgressão disciplinar de natureza grave, o período de férias não gozado será computado dia a dia, pelo dobro
no momento da passagem do militar para a inatividade e, nesta situação, para todos os efeitos legais. (Revogado
pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
Art. 64. Os militares têm direito, ainda, aos seguintes períodos de afastamento total do serviço, obedecidas às disposições
legais e regulamentares, por motivo de:
I núpcias: 8 (oito) dias;
II luto: 8 (oito) dias;
III instalação: até 10 (dez) dias; e
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IV trânsito: até 30 (trinta) dias.
Art. 65. As férias e os afastamentos mencionados no artigo anterior são concedidos com a remuneração prevista na legislação
específica e computados como tempo de efetivo serviço para todos os efeitos legais.
Art. 66. As férias, instalação e trânsito dos militares que se encontrem a serviço no estrangeiro devem ter regulamentação
idêntica para as três Forças Armadas.
SEÇÃO V
Das Licenças
Art. 67. Licença é a autorização para afastamento total do serviço, em caráter temporário, concedida ao militar, obedecidas às
disposições legais e regulamentares.
§ 1º A licença pode ser:
a) especial; (Revogada pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
b) para tratar de interesse particular;
c) para tratamento de saúde de pessoa da família; e
d) para tratamento de saúde própria.
e) para acompanhar cônjuge ou companheiro(a). (Redação dada pela Lei nº 11.447, de 2007)
§ 2º A remuneração do militar licenciado será regulada em legislação específica.
§ 3º A concessão de licença é regulada pelos Ministros das Forças Singulares.
§ 3o A concessão da licença é regulada pelo Comandante da Força. (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.21510, de 31.8.2001)
Art. 68. Licença especial é a autorização para o afastamento total do serviço, relativa a cada decênio de tempo de efetivo
serviço prestado, concedida ao militar que a requeira, sem que implique em qualquer restrição para a sua carreira.
(Revogado pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
§ 1º A licença especial tem a duração de 6 (seis) meses, a ser gozada de uma só vez; quando solicitado pelo interessado e
julgado conveniente pela autoridade competente, poderá ser parcelada em 2 (dois) ou 3 (três) meses. (Revogado
pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
§ 2º O período de licença especial não interrompe a contagem de tempo de efetivo serviço. (Revogado pela
Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
§ 3° Os períodos de licença especial nãogozados pelo militar são computados em dobro para fins exclusivos de contagem de
tempo para a passagem à inatividade e, nesta situação, para todos os efeitos legais. (Revogado pela Medida Provisória
nº 2.21510, de 31.8.2001)
§ 4º A licença especial não é prejudicada pelo gozo anterior de qualquer licença para tratamento de saúde e para que sejam
cumpridos atos de serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças. (Revogado pela Medida Provisória nº
2.21510, de 31.8.2001)
§ 5º Uma vez concedida a licença especial, o militar será exonerado do cargo ou dispensado do exercício das funções que
exercer e ficará à disposição do órgão de pessoal da respectiva Força Armada, adido à Organização Militar onde
servir. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
Art. 69. Licença para tratar de interesse particular é a autorização para o afastamento total do serviço, concedida ao militar,
com mais de 10 (dez) anos de efetivo serviço, que a requeira com aquela finalidade.
Parágrafo único. A licença de que trata este artigo será sempre concedida com prejuízo da remuneração e da contagem de
tempo de efetivo serviço, exceto, quanto a este último, para fins de indicação para a quota compulsória.
Art. 69A. Licença para acompanhar cônjuge ou companheiro(a) é a autorização para o afastamento total do serviço,
concedida a militar com mais de 10 (dez) anos de efetivo serviço que a requeira para acompanhar cônjuge ou companheiro(a) que,
sendo servidor público da União ou militar das Forças Armadas, for, de ofício, exercer atividade em órgão público federal situado em
outro ponto do território nacional ou no exterior, diverso da localização da organização militar do requerente. (Incluído
pela Lei nº 11.447, de 2007)
§ 1o A licença será concedida sempre com prejuízo da remuneração e da contagem de tempo de efetivo serviço, exceto,
quanto a este último, para fins de indicação para a quota compulsória. (incluído pela Lei nº 11.447, de 2007)
§ 2o O prazolimite para a licença será de 36 (trinta e seis) meses, podendo ser concedido de forma contínua ou
fracionada. (incluído pela Lei nº 11.447, de 2007)
§ 3o Para a concessão da licença para acompanhar companheiro(a), há necessidade de que seja reconhecida a união estável
entre o homem e a mulher como entidade familiar, de acordo com a legislação específica. (incluído pela Lei nº
11.447, de 2007)
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§ 4o Não será concedida a licença de que trata este artigo quando o militar acompanhante puder ser passado à disposição ou
à situação de adido ou ser classificado/lotado em organização militar das Forças Armadas para o desempenho de funções
compatíveis com o seu nível hierárquico. (incluído pela Lei nº 11.447, de 2007)
§ 5o A passagem à disposição ou à situação de adido ou a classificação/lotação em organização militar, de que trata o § 4o
deste artigo, será efetivada sem ônus para a União e sempre com a aquiescência das Forças Armadas envolvidas.
(incluído pela Lei nº 11.447, de 2007)
Art. 70. As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas condições estabelecidas neste artigo.
§ 1º A interrupção da licença especial e da licença para tratar de interesse particular poderá ocorrer:
§ 1o A interrupção da licença para tratar de interesse particular poderá ocorrer: (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
§ 1o A interrupção da licença especial, da licença para tratar de interesse particular e da licença para acompanhar cônjuge ou
companheiro(a) poderá ocorrer: (Redação dada pela Lei nº 11.447, de 2007)
a) em caso de mobilização e estado de guerra;
b) em caso de decretação de estado de emergência ou de estado de sítio;
c) para cumprimento de sentença que importe em restrição da liberdade individual;
d) para cumprimento de punição disciplinar, conforme regulado pelo respectivo Ministério Militar; e
d) para cumprimento de punição disciplinar, conforme regulamentação de cada Força. (Redação dada pela
Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
e) em caso de denúncia ou de pronúncia em processo criminal ou indiciação em inquérito militar, a juízo da autoridade que
efetivou a denúncia, a pronúncia ou a indiciação.
§ 2º A interrupção de licença para tratar de interesse particular será definitiva quando o militar for reformado ou transferido ex
officio para a reserva remunerada.
§ 2o A interrupção da licença para tratar de interesse particular e da licença para acompanhar cônjuge ou companheiro(a) será
definitiva quando o militar for reformado ou transferido, de ofício, para a reserva remunerada. (Redação dada pela Lei
nº 11.447, de 2007)
§ 3º A interrupção da licença para tratamento de saúde de pessoa da família, para cumprimento de pena disciplinar que
importe em restrição da liberdade individual, será regulada em cada Força.
SEÇÃO VI
Da Pensão Militar
Art. 71. A pensão militar destinase a amparar os beneficiários do militar falecido ou extraviado e será paga conforme o
disposto em legislação específica.
§ 1º Para fins de aplicação da legislação específica, será considerado como posto ou graduação do militar o correspondente
ao soldo sobre o qual forem calculadas as suas contribuições.
§ 2º Todos os militares são contribuintes obrigatórios da pensão militar correspondente ao seu posto ou graduação, com as
exceções previstas em legislação específica.
§ 3º Todo militar é obrigado a fazer sua declaração de beneficiários que, salvo prova em contrário, prevalecerá para a
habilitação dos mesmos à pensão militar.
Art. 72. A pensão militar deferese nas prioridades e condições estabelecidas em legislação específica.
CAPÍTULO II
Das Prerrogativas
SEÇÃO I
Constituição e Enumeração
Art. 73. As prerrogativas dos militares são constituídas pelas honras, dignidades e distinções devidas aos graus hierárquicos e
cargos.
Parágrafo único. São prerrogativas dos militares:
a) uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias e emblemas militares das Forças Armadas, correspondentes ao posto ou
graduação, Corpo, Quadro, Arma, Serviço ou Cargo;
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b) honras, tratamento e sinais de respeito que lhes sejam assegurados em leis e regulamentos;
c) cumprimento de pena de prisão ou detenção somente em organização militar da respectiva Força cujo comandante, chefe
ou diretor tenha precedência hierárquica sobre o preso ou, na impossibilidade de cumprir esta disposição, em organização militar de
outra Força cujo comandante, chefe ou diretor tenha a necessária precedência; e
d) julgamento em foro especial, nos crimes militares.
Art. 74. Somente em caso de flagrante delito o militar poderá ser preso por autoridade policial, ficando esta obrigada a entregá
lo imediatamente à autoridade militar mais próxima, só podendo retêlo, na delegacia ou posto policial, durante o tempo necessário à
lavratura do flagrante.
§ 1º Cabe à autoridade militar competente a iniciativa de responsabilizar a autoridade policial que não cumprir ao disposto
neste artigo e a que maltratar ou consentir que seja maltratado qualquer preso militar ou não lhe der o tratamento devido ao seu
posto ou graduação.
§ 2º Se, durante o processo e julgamento no foro civil, houver perigo de vida para qualquer preso militar, a autoridade militar
competente, mediante requisição da autoridade judiciária, mandará guardar os pretórios ou tribunais por força federal.
Art. 75. Os militares da ativa, no exercício de funções militares, são dispensados do serviço na instituição do Júri e do serviço
na Justiça Eleitoral.
SEÇÃO II
Do Uso dos Uniformes
Art. 76. Os uniformes das Forças Armadas, com seus distintivos, insígnias e emblemas, são privativos dos militares e
simbolizam a autoridade militar, com as prerrogativas que lhe são inerentes.
Parágrafo único. Constituem crimes previstos na legislação específica o desrespeito aos uniformes, distintivos, insígnias e
emblemas militares, bem como seu uso por quem a eles não tiver direito.
Art. 77. O uso dos uniformes com seus distintivos, insígnias e emblemas, bem como os modelos, descrição, composição,
peças acessórias e outras disposições, são os estabelecidos na regulamentação específica de cada Força Armada.
§ 1º É proibido ao militar o uso dos uniformes:
a) em manifestação de caráter políticopartidária;
b) em atividade nãomilitar no estrangeiro, salvo quando expressamente determinado ou autorizado; e
c) na inatividade, salvo para comparecer a solenidades militares, a cerimônias cívicas comemorativas de datas nacionais ou a
atos sociais solenes de caráter particular, desde que autorizado.
§ 2º O oficial na inatividade, quando no cargo de Ministro de Estado da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, poderá usar os
mesmos uniformes dos militares na ativa.
§ 3º Os militares na inatividade cuja conduta possa ser considerada como ofensiva à dignidade da classe poderão ser
definitivamente proibidos de usar uniformes por decisão do Ministro da respectiva Força Singular.
Art. 78. O militar fardado tem as obrigações correspondentes ao uniforme que use e aos distintivos, emblemas ou às insígnias
que ostente.
Art. 79. É vedado às Forças Auxiliares e a qualquer elemento civil ou organizações civis usar uniformes ou ostentar
distintivos, insígnias ou emblemas que possam ser confundidos com os adotados nas Forças Armadas.
Parágrafo único. São responsáveis pela infração das disposições deste artigo, além dos indivíduos que a tenham cometido, os
comandantes das Forças Auxiliares, diretores ou chefes de repartições, organizações de qualquer natureza, firmas ou
empregadores, empresas, institutos ou departamentos que tenham adotado ou consentido sejam usados uniformes ou ostentados
distintivos, insígnias ou emblemas que possam ser confundidos com os adotados nas Forças Armadas.
TÍTULO IV
Das Disposições Diversas
CAPÍTULO I
Das Situações Especiais
SEÇÃO I
Da Agregação
Art. 80. Agregação é a situação na qual o militar da ativa deixa de ocupar vaga na escala hierárquica de seu Corpo, Quadro,
Arma ou Serviço, nela permanecendo sem número.
Art. 81. O militar será agregado e considerado, para todos os efeitos legais, como em serviço ativo quando:
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I for nomeado para cargo, militar ou considerado de natureza militar, estabelecido em lei ou decreto, no País ou no
estrangeiro, nãoprevisto nos Quadros de Organização ou Tabelas de Lotação da respectiva Força Armada, exceção feita aos
membros das comissões de estudo ou de aquisição de material, aos observadores de guerra e aos estagiários para aperfeiçoamento
de conhecimentos militares em organizações militares ou industriais no estrangeiro;
II for posto à disposição exclusiva de outro Ministério Militar para ocupar cargo militar ou considerado de natureza militar;
II for posto à disposição exclusiva do Ministério da Defesa ou de Força Armada diversa daquela a que pertença, para ocupar
cargo militar ou considerado de natureza militar; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
III aguardar transferência ex officio para a reserva, por ter sido enquadrado em quaisquer dos requisitos que a motivaram;
IV o órgão competente para formalizar o respectivo processo tiver conhecimento oficial do pedido de transferência do militar
para a reserva; e
V houver ultrapassado 6 (seis) meses contínuos na situação de convocado para funcionar como Ministro do Superior Tribunal
Militar.
§ 1º A agregação de militar nos casos dos itens I e II é contada a partir da data da posse no novo cargo até o regresso à Força
Armada a que pertence ou a transferência ex officio para a reserva.
§ 2º A agregação de militar no caso do item III é contada a partir da data indicada no ato que tornar público o respectivo
evento.
§ 3º A agregação de militar no caso do item IV é contada a partir da data indicada no ato que tornar pública a comunicação
oficial até a transferência para a reserva.
§ 4º A agregação de militar no caso do item V é contada a partir do primeiro dia após o respectivo prazo e enquanto durar o
evento.
Art. 82. O militar será agregado quando for afastado temporariamente do serviço ativo por motivo de:
I ter sido julgado incapaz temporariamente, após 1 (um) ano contínuo de tratamento;
II haver ultrapassado 1 (um) ano contínuo em licença para tratamento de saúde própria;
III haver ultrapassado 6 (seis) meses contínuos em licença para tratar de interesse particular;
III haver ultrapassado 6 (seis) meses contínuos em licença para tratar de interesse particular ou em licença para acompanhar
cônjuge ou companheiro(a); (Redação dada pela Lei nº 11.447, de 2007)
IV haver ultrapassado 6 (seis) meses contínuos em licença para tratar de saúde de pessoa da família;
V ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita o processo de reforma;
VI ter sido considerado oficialmente extraviado;
VII terse esgotado o prazo que caracteriza o crime de deserção previsto no Código Penal Militar, se oficial ou praça com
estabilidade assegurada;
VIII como desertor, terse apresentado voluntariamente, ou ter sido capturado, e reincluído a fim de se ver processar;
IX se ver processar, após ficar exclusivamente à disposição da Justiça Comum;
X ter sido condenado à pena restritiva de liberdade superior a 6 (seis) meses, em sentença transitada em julgado, enquanto
durar a execução, excluído o período de sua suspensão condicional, se concedida esta, ou até ser declarado indigno de pertencer
às Forças Armadas ou com elas incompatível;
XI ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função prevista no Código Penal
Militar;
XII ter passado à disposição de Ministério Civil, de órgão do Governo Federal, de Governo Estadual, de Território ou Distrito
Federal, para exercer função de natureza civil;
XIII ter sido nomeado para qualquer cargo público civil temporário, nãoeletivo, inclusive da administração indireta; e
XIV terse candidatado a cargo eletivo, desde que conte 5 (cinco) ou mais anos de serviço.
§ 1° A agregação de militar nos casos dos itens I, II, III e IV é contada a partir do primeiro dia após os respectivos prazos e
enquanto durar o evento.
§ 2º A agregação de militar nos casos dos itens V, VI, VII, VIII, IX, X e XI é contada a partir da data indicada no ato que tornar
público o respectivo evento.
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§ 3º A agregação de militar nos casos dos itens XII e XIII é contada a partir da data de posse no novo cargo até o regresso à
Força Armada a que pertence ou transferência ex officio para a reserva.
§ 4º A agregação de militar no caso do item XIV é contada a partir da data do registro como candidato até sua diplomação ou
seu regresso à Força Armada a que pertence, se não houver sido eleito.
Art. 83. O militar agregado fica sujeito às obrigações disciplinares concernentes às suas relações com outros militares e
autoridades civis, salvo quando titular de cargo que lhe dê precedência funcional sobre outros militares mais graduados ou mais
antigos.
Art. 84. O militar agregado ficará adido, para efeito de alterações e remuneração, à organização militar que lhe for designada,
continuando a figurar no respectivo registro, sem número, no lugar que até então ocupava.
Art. 85. A agregação se faz por ato do Presidente da República ou da autoridade à qual tenha sido delegada a devida
competência.
SEÇÃO II
Da Reversão
Art. 86. Reversão é o ato pelo qual o militar agregado retorna ao respectivo Corpo, Quadro, Arma ou Serviço tão logo cesse o
motivo que determinou sua agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe competir na respectiva escala numérica, na primeira vaga
que ocorrer, observado o disposto no § 3° do artigo 100.
Parágrafo único. Em qualquer tempo poderá ser determinada a reversão do militar agregado nos casos previstos nos itens IX,
XII e XIII do artigo 82.
Art. 87. A reversão será efetuada mediante ato do Presidente da República ou da autoridade à qual tenha sido delegada a
devida competência.
SEÇÃO III
Do Excedente
Art. 88. Excedente é a situação transitória a que, automaticamente, passa o militar que:
I tendo cessado o motivo que determinou sua agregação, reverta ao respectivo Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, estando
qualquer destes com seu efetivo completo;
II aguarda a colocação a que faz jus na escala hierárquica, após haver sido transferido de Corpo ou Quadro, estando os
mesmos com seu efetivo completo;
III é promovido por bravura, sem haver vaga;
IV é promovido indevidamente;
V sendo o mais moderno da respectiva escala hierárquica, ultrapasse o efetivo de seu Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, em
virtude de promoção de outro militar em ressarcimento de preterição; e
VI tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por incapacidade definitiva, retorne ao respectivo Corpo, Quadro,
Arma ou Serviço, estando qualquer destes com seu efetivo completo.
§ 1º O militar cuja situação é a de excedente, salvo o indevidamente promovido, ocupa a mesma posição relativa, em
antigüidade, que lhe cabe na escala hierárquica e receberá o número que lhe competir, em conseqüência da primeira vaga que se
verificar, observado o disposto no § 3º do artigo 100.
§ 2º O militar, cuja situação é de excedente, é considerado, para todos os efeitos, como em efetivo serviço e concorre,
respeitados os requisitos legais, em igualdade de condições e sem nenhuma restrição, a qualquer cargo militar, bem como à
promoção e à quota compulsória.
§ 3º O militar promovido por bravura sem haver vaga ocupará a primeira vaga aberta, observado o disposto no § 3º do artigo
100, deslocando o critério de promoção a ser seguido para a vaga seguinte.
§ 4º O militar promovido indevidamente só contará antigüidade e receberá o número que lhe competir na escala hierárquica
quando a vaga que deverá preencher corresponder ao critério pelo qual deveria ter sido promovido, desde que satisfaça aos
requisitos para promoção.
SEÇÃO IV
Do Ausente e do Desertor
Art. 89. É considerado ausente o militar que, por mais de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas:
I deixar de comparecer à sua organização militar sem comunicar qualquer motivo de impedimento; e
II ausentarse, sem licença, da organização militar onde serve ou local onde deve permanecer.
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Parágrafo único. Decorrido o prazo mencionado neste artigo, serão observadas as formalidades previstas em legislação
específica.
Art. 90. O militar é considerado desertor nos casos previstos na legislação penal militar.
SEÇÃO V
Do Desaparecido e do Extraviado
Art. 91. É considerado desaparecido o militar na ativa que, no desempenho de qualquer serviço, em viagem, em campanha ou
em caso de calamidade pública, tiver paradeiro ignorado por mais de 8 (oito) dias.
Parágrafo único. A situação de desaparecimento só será considerada quando não houver indício de deserção.
Art. 92. O militar que, na forma do artigo anterior, permanecer desaparecido por mais de 30 (trinta) dias, ser oficialmente
considerado extraviado.
SEÇÃO VI
Do Comissionado
Art. 93. Após a declaração de estado de guerra, os militares em serviço ativo poderão ser comissionados, temporariamente,
em postos ou graduações superiores aos que efetivamente possuírem.
Parágrafo único. O comissionamento de que trata este artigo será regulado em legislação específica.
CAPÍTULO II
Da Exclusão do Serviço Ativo
SEÇÃO I
Da Ocorrência
Art. 94. A exclusão do serviço ativo das Forças Armadas e o conseqüente desligamento da organização a que estiver
vinculado o militar decorrem dos seguintes motivos: (Vide Decreto nº 2.790, de 1998)
I transferência para a reserva remunerada;
II reforma;
III demissão;
IV perda de posto e patente;
V licenciamento;
VI anulação de incorporação;
VII desincorporação;
VIII a bem da disciplina;
IX deserção;
X falecimento; e
XI extravio.
§ 1º O militar excluído do serviço ativo e desligado da organização a que estiver vinculado passará a integrar a reserva das
Forças Armadas, exceto se incidir em qualquer dos itens II, IV, VI, VIII, IX, X e XI deste artigo ou for licenciado, ex officio , a bem
da disciplina.
§ 2º Os atos referentes às situações de que trata o presente artigo são da alçada do Presidente da República, ou da autoridade
competente para realizálos, por delegação.
Art. 95. O militar na ativa, enquadrado em um dos itens I, II, V e VII do artigo anterior, ou demissionário a pedido, continuará
no exercício de suas funções até ser desligado da organização militar em que serve.
§ 1º O desligamento do militar da organização em que serve deverá ser feito após a publicação em Diário Oficial , em Boletim
ou em Ordem de Serviço de sua organização militar, do ato oficial correspondente, e não poderá exceder 45 (quarenta e cinco) dias
da data da primeira publicação oficial.
§ 2º Ultrapassado o prazo a que se refere o parágrafo anterior, o militar será considerado desligado da organização a que
estiver vinculado, deixando de contar tempo de serviço, para fins de transferência para a inatividade.
SEÇÃO II
Da Transferência para a Reserva Remunerada
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Art. 96. A passagem do militar à situação de inatividade, mediante transferência para a reserva remunerada, se efetua:
I a pedido; e
II ex officio .
Parágrafo único. A transferência do militar para a reserva remunerada pode ser suspensa na vigência do estado de guerra,
estado de sítio, estado de emergência ou em caso de mobilização.
Art. 97. A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida mediante requerimento, ao militar que contar, no
mínimo, 30 (trinta) anos de serviço.
§ 1º O oficial da ativa pode pleitear transferência para a reserva remunerada mediante inclusão voluntária na quota
compulsória.
§ 2º No caso de o militar haver realizado qualquer curso ou estágio de duração superior a 6 ( seis ) meses, por conta da União,
no estrangeiro, sem haver decorrido 3 (três) anos de seu término, a transferência para a reserva só será concedida mediante
indenização de todas as despesas correspondentes à realização do referido curso ou estágio, inclusive as diferenças de
vencimentos. O cálculo da indenização será efetuado pelos respectivos Ministérios.
§ 3º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos oficiais que deixem de ser incluídos em Lista de Escolha, quando nela
tenha entrado oficial mais moderno do seu respectivo Corpo, Quadro, Arma ou Serviço.
§ 4º Não será concedida transferência para a reserva remunerada, a pedido, ao militar que:
a) estiver respondendo a inquérito ou processo em qualquer jurisdição; e
b) estiver cumprindo pena de qualquer natureza.
Art. 98. A transferência para a reserva remunerada, ex officio , verificarseá sempre que o militar incidir em um dos seguintes
casos:
I atingir as seguintes idadeslimites:
a ) na Marinha, no Exército e na Aeronáutica, para os oficiais dos Corpos, Quadros, Armas e Serviços
nãoincluídos na letra b:
Postos Idades
AlmirantedeEsquadra, GeneraldeExército e TenenteBrigadeiro 66 anos
ViceAlmirante, GeneraldeDivisão e MajorBrigadeiro 64 anos
ContraAlmirante, GeneraldeBrigada e Brigadeiro 62 anos
CapitãodeMareGuerra e Coronel 59 anos
CapitãodeFragata e TenenteCoronel 56 anos
CapitãodeCorveta e Major 52 anos
CapitãoTenente ou Capitão e Oficiais Subalternos 48 anos
b) na Marinha, para os oficiais do Quadro de Oficiais Auxiliares da Armada QOAA, do Quadro de
Oficiais Auxiliares do CFN QOACFN, do Quadro de Músicos do CFN QOMUCFN, dos Quadros
Complementares de Oficiais de Marinha e do Quadro de Práticos do Ministério da Marinha; no Exército,
para os oficiais do Quadro Auxiliar de Oficiais QAO; na Aeronáutica, para os Oficiais dos Quadros de
Oficiais Especialistas, do Quadro de Oficiais de Infantaria da Aeronáutica, do Quadro de Oficiais
Músicos QOMU e do Quadro de Oficiais de Administração QOAdm:
Postos Idades
CapitãodeFragata e TenenteCoronel 60 anos
CapitãodeCorveta e Major 58 anos
CapitãoTenente e Capitão 56 anos
PrimeiroTenente 54 anos
SegundoTenente 52 anos
c) na Marinha, no Exército e na Aeronáutica, para as praças:
Graduação Idades
Suboficial ou Subtenente 52 anos
PrimeiroSargento e TaifeiroMor 50 anos
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SegundoSargento e TaifeirodePrimeira Classe 48 anos
TerceiroSargento e TaifeirodeSegundaClasse 47 anos
Cabo 45 anos
Marinheiro, Soldado e SoldadodePrimeiraClasse 44 anos
I atingir as seguintes idadeslimite: (Redação dada pela Lei nº 7.503, de 1986)
a) na Marinha, no Exército e na Aeronáutica, para os oficiais dos Corpos, Quadros, Armas e Serviços
não incluídos nas alíneas b, d e f: (Redação dada pela Lei nº 7.503, de 1986)
a) na Marinha, no Exército e na Aeronáutica, para os Oficiais dos Corpos, Quadros, Armas e Serviços
não incluídos na alínea b; (Redação dada pela Lei nº 7.666, de 1988)
Postos Idades
AlmirantedeEsquadra, GeneraldeExéreito e TenenteBrigadeiro 66 anos
ViceAlmirante, GeneraldeDivisão e MajorBrigadeiro 64 anos
ContraAlmirante, GeneraldeBrigada e Brigadeiro 62 anos
CapitãodeMareGuerra e Coronel 59 anos
CapitãodeFragata e TenenteCoronel 56 anos
CapitãodeCorveta e Major 52 anos
CapitãoTenente ou Capitão e Oficiais Subalternos 48 anos
(Redação dada pela Lei nº 7.503, de 1986)
b) na Marinha, para os oficiais do Quadro de Oficiais Auxiliares da Armada (QOAA), do
Quadro de Oficiais Auxiliares do CFN (QOACFN) e dos Quadros Complementares de
Oficiais de Marinha, do Quadro de Farmacêuticos do CSM (QFCSM) e do Quadro de
CirurgiõesDentistas do CSM (QCDCSM): (Redação dada pela Lei nº
7.503, de 1986)
Postos Idades
CapitãodeMareGuerra 62 anos
CapitãodeFragata 60 anos
CapitãodeCorveta 58 anos
CapitãoTenente 56 anos
PrimeiroTenente 54 anos
SegundoTenente 52 anos
c) na Marinha, para as praças: (Redação dada pela Lei nº 7.503, de 1986)
Graduações Idades
Suboficial 54 anos
PrimeiroSargento 52 anos
SegundoSargento 50 anos
TerceiroSargento 49 anos
Cabo 48 anos
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Marinheiro 44 anos
d) no Exército, para os oficiais do Quadro Complementar de Oficiais (QCO) e do quadro Auxiliar de
Oficiais (QAO): (Incluída pela Lei nº 7.503, de 1986)
Postos Idades
Coronel 62 anos
TenenteCoronel 60 anos
Major 58 anos
Capitão 56 anos
PrimeiroTenente 56 anos
SegundoTenente 56 anos
e) no Exército, para as praças: (Incluída pela Lei nº
7.503, de 1986)
Graduações Idades
Subtenente. 54 anos
PrimeiroSargento e TaifeiroMor 52 anos
SegundoSargento e TaifeirodePrimeiraClasse 50 anos
TerceiroSargento 49 anos
Cabo e TaifeirodeSegundaClasse 48 anos
Soldado 44 anos
f) na Aeronáutica, para os oficiais do Quadro de Oficiais Farmacêuticos, do Quadro de
Oficiais Dentistas, do Quadro de Oficiais de Infantaria da Aeronáutica, dos Quadros de
Oficiais Especialistas e do Quadro de Oficiais de Administração:
(Incluída pela Lei nº 7.503, de 1986)
Postos Idades
Coronel 62 anos
TenenteCoronel 60 anos
Major 58 anos
Capitão 56 anos
PrimeiroTenente 56 anos
SegundoTenente 56 anos
g) na Aeronáutica, para as praças: (Incluída pela Lei
nº 7.503, de 1986)
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Graduações Idades
Suboficial 54 anos
PrimeiroSargento e TaifeiroMor 52 anos
SegundoSargento e TaifeirodePrimeiraClasse 50 anos
TerceiroSargento 49 anos
Cabo e TaifeirodeSegundaClasse 48 anos
SoldadodePrimeiraClasse 44 anos
b) na Marinha, para os oficiais do Quadro de Oficiais Auxiliares da Armada QOAA, do Quadro de
Oficiais Auxiliares do CFN QOACFN, do Quadro de Músicos do CFN QOMUCFN, dos Quadros
Complementares de Oficiais de Marinha e do Quadro de Práticos do Ministério da Marinha; no Exército,
para os oficiais do Quadro Auxiliar de Oficiais QAO; na Aeronáutica, para os Oficiais dos Quadros de
Oficiais Especialistas, do Quadro de Oficiais de Infantaria da Aeronáutica, do Quadro de Oficiais
Músicos QOMU e do Quadro de Oficiais de Administração QOAdm:
Postos Idades
CapitãodeFragata e TenenteCoronel 60 anos
CapitãodeCorveta e Major 58 anos
CapitãoTenente e Capitão 56 anos
PrimeiroTenente 54 anos
SegundoTenente 52 anos
b) na Marinha, para os Oficiais do Quadro de Oficiais Auxiliares da Armada QOAA, do Quadro de
Oficiais Auxiliares do CFN QOACFN e dos Quadros Complementares de Oficiais de Marinha, do
Quadro de Farmacêuticos do CSM QFCSM e do Quadro de CirurgiõesDentistas do CSM QCDCSM;
no Exército, para Oficiais do Quadro Complementar de Oficiais QCO, do Quadro Auxiliar de Oficiais
QAO, do Quadro de Oficiais Médicos QOM, do Quadro de Oficiais Farmacêuticos QOF, do Quadro de
Oficiais Dentistas QOD e do Quadro de Oficiais Veterinários QOV; na Aeronáutica, para os Oficiais do
Quadro de Oficiais Farmacêuticos, do Quadro de Oficiais Dentistas, do Quadro de Oficiais de Infantaria
da Aeronáutica, do Quadro de Oficiais Técnicos e do Quadro de Oficiais Especialistas da
Aeronáutica. (Redação dada pela Lei nº 7.666, de 1988)
Postos Idades
CapitãodeMareGuerra e Coronel 62 anos
CapitãodeFragata e TenenteCoronel 60 anos
CapitãodeCorveta e Major 58 anos
CapitãoTenente e Capitão 56 anos
PrimeiroTenente 56 anos
SegundoTenente 56 anos
b) na Marinha, para os Oficiais do Quadro de CirurgiõesDentistas (CD) e do Quadro de Apoio à Saúde
(S), componentes do Corpo de Saúde da Marinha e do Quadro Técnico (T), do Quadro Auxiliar da
Armada (AA) e do Quadro Auxiliar de Fuzileiros Navais (AFN), componentes do Corpo Auxiliar da
Marinha; no Exército, para os Oficiais do Quadro Complementar de Oficiais (QCO), do Quadro Auxiliar de
Oficiais (QAO), do Quadro de Oficiais Médicos (QOM), do Quadro de Oficiais Farmacêuticos (QOF), e
do Quadro de Oficiais Dentistas (QOD); na Aeronáutica, para os Oficiais do Quadro de Oficiais Médicos
(QOMed), do Quadro de Oficiais Farmacêuticos (QOFarm), do Quadro de Oficiais Dentistas (QODent),
do Quadro de Oficiais de Infantaria da Aeronáutica (QOInf), dos Quadros de Oficiais Especialistas em
Aviões (QOEAv), em Comunicações (QOECom), em Armamento (QOEArm), em Fotografia (QOEFot),
em Meteorologia (QOEMet), em Controle de Tráfego Aéreo (QOECTA), em Suprimento Técnico
(QOESup) e do Quadro de Oficiais Especialistas da Aeronáutica (QOEA): (Redação
dada pela Lei nº 10.416, de 27.3.2002)
Postos Idades
CapitãodeMareGuerra e Corone 62 anos
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CapitãodeFragata e TenenteCorone 60 anos
CapitãodeCorveta e Major 58 anos
CapitãoTenente e Capitão 56 anos
Primeiro Tenente 56 anos
SegundoTenente 56 anos
c) na Marinha, no Exército e na Aeronáutica, para
Praças: (Redação dada pela Lei nº 7.666, de 1988)
Graduação Idades
Suboficial e Subtenente 54 anos
PrimeiroSargento e TaifeiroMor 52 anos
SegundoSargento e TaifeirodePrimeiraClasse 50 anos
Graduação Idades
TerceiroSargento 49 anos
Cabo e TaifeirodeSegundaClasse 48 anos
Marinheiro, Soldado e SoldadodePrimeiraClasse 44 anos
II completar o OficialGeneral 4 (quatro) anos no último posto da hierarquia de paz da respectiva Força;
II completar o OficialGeneral 4 (quatro) anos no último posto da hierarquia, em tempo de paz, prevista para cada Corpo ou
Quadro da respectiva Força. (Redação dada pela Lei nº 7.659, de 1988)
III completar os seguintes tempos de serviço como OficialGeneral:
a) nos Corpos ou Quadros que possuírem até o posto de AlmirantedeEsquadra, GeneraldeExército e TenenteBrigadeiro, 12
(doze) anos;
b) nos Corpos ou Quadros que possuírem até o posto de ViceAlmirante, GeneraldeDivisão e MajorBrigadeiro, 8 (oito) anos;
e
c) nos Corpos ou Quadros que possuírem apenas o posto de ContraAlmirante, GeneraldeBrigada e Brigadeiro, 4 (quatro)
anos;
IV ultrapassar o oficial 5 (cinco) anos de permanência no último posto da hierarquia de paz de seu Corpo, Quadro, Arma ou
Serviço; para o CapitãodeMareGuerra ou Coronel esse prazo será acrescido de 4 (quatro) anos se, ao completar os primeiros 5
(cinco) anos no posto, já possuir o curso exigido para a promoção ao primeiro posto de oficialgeneral, ou nele estiver matriculado e
vier a concluílo com aproveitamento;
V for o oficial abrangido pela quota compulsória;
VI for a praça abrangida pela quota compulsória, na forma regulada em decreto, para cada Força Singular;
(Vigência)
VII for o oficial considerado nãohabilitado para o acesso em caráter definitivo, no momento em que vier a ser objeto de
apreciação para ingresso em Quadro de Acesso ou Lista de Escolha;
VIII deixar o OficialGeneral, o CapitãodeMareGuerra ou o Coronel de integrar a Lista de Escolha a ser apresentada ao
Presidente da República, pelo número de vezes fixado pela Lei de Promoções de Oficiais da Ativa das Forças Armadas, quando na
referida Lista de Escolha tenha entrado oficial mais moderno do seu respectivo Corpo, Quadro, Arma ou Serviço;
IX for o CapitãodeMareGuerra ou o Coronel, inabilitado para o acesso, por estar definitivamente impedido de realizar o
curso exigido, ultrapassado 2 (duas) vezes, consecutivas ou não, por oficial mais moderno do respectivo Corpo, Quadro, Arma ou
Serviço, que tenha sido incluído em Lista de Escolha;
X na Marinha e na Aeronáutica, deixar o oficial do penúltimo posto de Quadro, cujo último posto seja de oficial superior, de
ingressar em Quadro de Acesso por Merecimento pelo número de vezes fixado pela Lei de Promoções de Oficiais da Ativa das
Forças Armadas, quando nele tenha entrado oficial mais moderno do respectivo Quadro;
XI ingressar o oficial no Magistério Militar, se assim o determinar a legislação específica;
XII ultrapassar 2 (dois) anos, contínuos ou não, em licença para tratar de interesse particular;
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XIII ultrapassar 2 (dois) anos contínuos em licença para tratamento de saúde de pessoa de sua família;
XIV passar a exercer cargo ou emprego público permanentes estranhos à sua carreira, cujas funções sejam de
magistério; (Revogado pela Lei nº 9.297, de 1996)
XV ultrapassar 2 (dois) anos de afastamento, contínuos ou não, agregado em virtude de ter passado a exercer cargo ou
emprego público civil temporário, nãoeletivo, inclusive da administração indireta; e
XVI ser diplomado em cargo eletivo, na forma da letra b , do parágrafo único, do artigo 52.
§ 1º A transferência para a reserva processarseá quando o militar for enquadrado em um dos itens deste artigo, salvo quanto
ao item V, caso em que será processada na primeira quinzena de março.
§ 2° A transferência para a reserva do militar enquadrado no item XIV deste artigo será efetivada no posto ou graduação que
tinha na ativa, podendo acumular os proventos a que fizer jus na inatividade com a remuneração do cargo ou emprego para o qual
foi nomeado ou admitido. (Revogado pela Lei nº 9.297, de 1996)
§ 3º A nomeação ou admissão do militar para os cargos ou empregos públicos de que tratam os itens XIV e XV deste artigo
somente poderá ser feita se:
§ 3° A nomeação ou admissão do militar para os cargos ou empregos públicos de que trata o inciso XV deste artigo somente
poderá ser feita se: (Redação dada pela Lei nº 9.297, de 1996)
a) oficial, pelo Presidente da República ou mediante sua autorização quando a nomeação ou admissão for da alçada de
qualquer outra autoridade federal, estadual ou municipal; e
b) praça, mediante autorização do respectivo Ministro.
§ 4º Enquanto o militar permanecer no cargo ou emprego de que trata o item XV:
a) élhe assegurada a opção entre a remuneração do cargo ou emprego e a do posto ou da graduação;
b) somente poderá ser promovido por antigüidade; e
c) o tempo de serviço é contado apenas para aquela promoção e para a transferência para a inatividade.
§ 5º Entendese como Lista de Escolha aquela que como tal for definida na lei que dispõe sobre as promoções dos oficiais da
ativa das Forças Armadas.
Art. 99. A quota compulsória, a que se refere o item V do artigo anterior, é destinada a assegurar a renovação, o equilíbrio, a
regularidade de acesso e a adequação dos efetivos de cada Força Singular.
Art. 100. Para assegurar o número fixado de vagas à promoção na forma estabelecida no artigo 61, quando este número não
tenha sido alcançado com as vagas ocorridas durante o ano considerado anobase, aplicarseá a quota compulsória a que se refere
o artigo anterior.
§ 1º A quota compulsória é calculada deduzindose das vagas fixadas para o anobase para um determinado posto:
a) as vagas fixadas para o posto imediatamente superior no referido anobase; e
b) as vagas havidas durante o anobase e abertas a partir de 1º (primeiro) de janeiro até 31 (trinta e um) de dezembro,
inclusive.
§ 2º Não estarão enquadradas na letra b do parágrafo anterior as vagas que:
a) resultarem da fixação de quota compulsória para o ano anterior ao base; e
b) abertas durante o anobase, tiverem sido preenchidas por oficiais excedentes nos Corpos, Quadros, Armas ou Serviços ou
que a eles houverem revertido em virtude de terem cessado as causas que deram motivo à agregação, observado o disposto no §
3º deste artigo.
§ 3º As vagas decorrentes da aplicação direta da quota compulsória e as resultantes das promoções efetivadas nos diversos
postos, em face daquela aplicação inicial, não serão preenchidas por oficiais excedentes ou agregados que reverterem em virtude
de haverem cessado as causas da agregação.
§ 4º As quotas compulsórias só serão aplicadas quando houver, no posto imediatamente abaixo, oficiais que satisfaçam às
condições de acesso.
Art . 101. A indicação dos oficiais para integrarem a quota compulsória obedecerá às seguintes prescrições:
I inicialmente serão apreciados os requerimentos apresentados pelos oficiais da ativa que, contando mais de 20 (vinte) anos
de tempo de efetivo serviço, requererem sua inclusão na quota compulsória, dandose atendimento, por prioridade em cada posto,
aos mais idosos; e
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II se o número de oficiais voluntários na forma do item I não atingir o total de vagas da quota fixada em cada posto, esse
total será completado, ex officio , pelos oficiais que:
a) contarem, no mínimo, como tempo de efetivo serviço:
1 30 (trinta) anos, se OficialGeneral;
2 28 (vinte e oito) anos, se CapitãodeMareGuerra ou Coronel;
3 25 (vinte e cinco) anos, se CapitãodeFragata ou TenenteCoronel; e
4 20 (vinte) anos, de CapitãodeCorveta ou Major.
b) possuírem interstício para promoção, quando for o caso;
c) estiverem compreendidos nos limites quantitativos de antigüidade que definem a faixa dos que concorrem à constituição
dos Quadros de Acesso por Antigüidade, Merecimento ou Escolha;
d) ainda que não concorrendo à constituição dos Quadros de Acesso por Escolha, estiverem compreendidos nos limites
quantitativos de antigüidade estabelecidos para a organização dos referidos Quadros; e
e) satisfizerem as condições das letras a , b , c e d, na seguinte ordem de prioridade:
1ª) não possuírem as condições regulamentares para a promoção, ressalvada a incapacidade física até 6 (seis) meses
contínuos ou 12 (doze) meses descontínuos; dentre eles os de menor merecimento a ser apreciado pelo órgão competente da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica; em igualdade de merecimento, os de mais idade e, em caso de mesma idade, os mais
modernos;
2ª) deixarem de integrar os Quadros de Acesso por Merecimento ou Lista de Escolha, pelo maior número de vezes no posto,
quando neles tenha entrado oficial mais moderno; em igualdade de condições, os de menor merecimento a ser apreciado pelo órgão
competente da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; em igualdade de merecimento, os de mais idade e, em caso de mesma
idade, os mais modernos; e
3ª) forem os de mais idade e, no caso da mesma idade, os mais modernos.
§ 1º Aos oficiais excedentes, aos agregados e aos nãonumerados em virtude de lei especial aplicamse as disposições deste
artigo e os que forem relacionados para a compulsória serão transferidos para a reserva juntamente com os demais componentes da
quota, não sendo computados, entretanto, no total das vagas fixadas.
§ 2º Nos Corpos, Quadros, Armas ou Serviços, nos quais não haja posto de OficialGeneral, só poderão ser atingidos pela
quota compulsória os oficiais do último posto da hierarquia que tiverem, no mínimo, 28 (vinte e oito) anos de tempo de efetivo
serviço e os oficiais dos penúltimo e antepenúltimo postos que tiverem, no mínimo, 25 (vinte e cinco) anos de tempo de efetivo
serviço.
§ 3º Computarseá, para os fins de aplicação da quota compulsória, no caso previsto no item II, letra a , número 1, como de
efetivo serviço, o acréscimo a que se refere o item II do artigo 137.
Art. 102. O órgão competente da Marinha, do Exército e da Aeronáutica organizará, até o dia 31 (trinta e um) de janeiro de
cada ano, a lista dos oficiais destinados a integrarem a quota compulsória, na forma do artigo anterior.
§ 1º Os oficiais indicados para integrarem a quota compulsória anual serão notificados imediatamente e terão, para apresentar
recursos contra essa medida, o prazo previsto na letra a , do § 1º, do artigo 51.
§ 2º Não serão relacionados para integrarem a quota compulsória os oficiais que estiverem agregados por terem sido
declarados extraviados ou desertores.
Art. 103. Para assegurar a adequação dos efetivos à necessidade de cada Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, o Poder
Executivo poderá aplicar também a quota compulsória aos CapitãesdeMareGuerra e Coronéis nãonumerados, por não possuírem
o curso exigido para ascender ao primeiro posto de OficialGeneral.
§ 1º Para aplicação da quota compulsória na forma deste artigo, o Poder Executivo fixará percentual calculado sobre os
efetivos de oficiais nãoremunerados existentes em cada Corpo, Quadro, Arma ou Serviço, em 31 de dezembro de cada ano.
§ 2º A indicação de oficiais nãonumerados para integrarem a quota compulsória, os quais deverão ter, no mínimo, 28 (vinte e
oito) anos de efetivo serviço, obedecerá às seguintes prioridades:
1ª) os que requererem sua inclusão na quota compulsória;
2ª) os de menor merecimento a ser apreciado pelo órgão competente da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; em igualdade
de merecimento, os de mais idade e, em caso de mesma idade, os mais modernos; e
3ª) forem os de mais idade e, no caso de mesma idade, os mais modernos.
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§ 3º Observarseão na aplicação da quota compulsória, referida no parágrafo anterior, as disposições estabelecidas no artigo
102.
SEÇÃO III
Da Reforma
Art. 104. A passagem do militar à situação de inatividade, mediante reforma, se efetua:
I a pedido; e
II ex officio .
Art . 105. A reforma a pedido, exclusivamente aplicada aos membros do Magistério Militar; se o dispuser a legislação
específica da respectiva Força, somente poderá ser concedida àquele que contar mais de 30 (trinta) anos de serviço, dos quais 10
(dez), no mínimo, de tempo de Magistério Militar.
Art . 106. A reforma ex officio será aplicada ao militar que:
I atingir as seguintes idadeslimite de permanência na reserva:
a) para OficialGeneral, 68 (sessenta e oito) anos;
b) para Oficial Superior, inclusive membros do Magistério Militar, 64 (sessenta e quatro) anos;
c) para CapitãoTenente, Capitão e oficial subalterno, 60 (sessenta) anos; e
d) para Praças, 56 (cinqüenta e seis) anos.
II for julgado incapaz, definitivamente, para o serviço ativo das Forças Armadas;
III estiver agregado por mais de 2 (dois) anos por ter sido julgado incapaz, temporariamente, mediante homologação de Junta
Superior de Saúde, ainda que se trate de moléstia curável;
IV for condenado à pena de reforma prevista no Código Penal Militar, por sentença transitada em julgado;
V sendo oficial, a tiver determinada em julgado do Superior Tribunal Militar, efetuado em conseqüência de Conselho de
Justificação a que foi submetido; e
VI sendo GuardaMarinha, AspiranteaOficial ou praça com estabilidade assegurada, for para tal indicado, ao Ministro
respectivo, em julgamento de Conselho de Disciplina.
Parágrafo único. O militar reformado na forma do item V ou VI só poderá readquirir a situação militar anterior:
a) no caso do item V, por outra sentença do Superior Tribunal Militar e nas condições nela estabelecidas; e
b) no caso do item VI, por decisão do Ministro respectivo.
Art. 107. Anualmente, no mês de fevereiro, o órgão competente da Marinha, do Exército e da Aeronáutica organizará a relação
dos militares, inclusive membros do Magistério Militar, que houverem atingido a idadelimite de permanência na reserva, a fim de
serem reformados.
Parágrafo único. A situação de inatividade do militar da reserva remunerada, quando reformado por limite de idade, não sofre
solução de continuidade, exceto quanto às condições de mobilização.
Art. 108. A incapacidade definitiva pode sobrevir em conseqüência de:
I ferimento recebido em campanha ou na manutenção da ordem pública;
II enfermidade contraída em campanha ou na manutenção da ordem pública, ou enfermidade cuja causa eficiente decorra de
uma dessas situações;
III acidente em serviço;
IV doença, moléstia ou enfermidade adquirida em tempo de paz, com relação de causa e efeito a condições inerentes ao
serviço;
V tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, lepra, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia
grave, mal de Parkinson, pênfigo, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave e outras moléstias que a lei indicar com base nas
conclusões da medicina especializada; e
V tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, lepra, paralisia irreversível e
incapacitante, cardiopatia grave, mal de Parkinson, pênfigo, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave e outras moléstias que a
lei indicar com base nas conclusões da medicina especializada; e (Redação dada pela Lei nº 12.670, de 2012)
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VI acidente ou doença, moléstia ou enfermidade, sem relação de causa e efeito com o serviço.
§ 1º Os casos de que tratam os itens I, II, III e IV serão provados por atestado de origem, inquérito sanitário de origem ou
ficha de evacuação, sendo os termos do acidente, baixa ao hospital, papeleta de tratamento nas enfermarias e hospitais, e os
registros de baixa utilizados como meios subsidiários para esclarecer a situação.
§ 2º Os militares julgados incapazes por um dos motivos constantes do item V deste artigo somente poderão ser reformados
após a homologação, por Junta Superior de Saúde, da inspeção de saúde que concluiu pela incapacidade definitiva, obedecida à
regulamentação específica de cada Força Singular.
Art. 109. O militar da ativa julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes dos itens I, II, III, IV e V do artigo
anterior será reformado com qualquer tempo de serviço.
Art. 110. O militar da ativa julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes dos itens I e II do artigo 108 será
reformado com remuneração calculada com base no soldo correspondente ao grau hierárquico imediato ao que possuir na ativa.
Art. 110. O militar da ativa ou da reserva remunerada, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes dos
incisos I e II do art. 108, será reformado com a remuneração calculada com base no soldo correspondente ao grau hierárquico
imediato ao que possuir ou que possuía na ativa, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 7.580, de 1986)
§ 1º Aplicase o disposto neste artigo aos casos previstos nos itens III, IV e V do artigo 108, quando, verificada a
incapacidade definitiva, for o militar considerado inválido, isto é, impossibilitado total e permanentemente para qualquer trabalho.
§ 2º Considerase, para efeito deste artigo, grau hierárquico imediato:
a) o de PrimeiroTenente, para GuardaMarinha, AspiranteaOficial e Suboficial ou Subtenente;
b) o de SegundoTenente, para PrimeiroSargento, SegundoSargento e TerceiroSargento; e
c) o de TerceiroSargento, para Cabo e demais praças constantes do Quadro a que se refere o artigo 16.
§ 3º Aos benefícios previstos neste artigo e seus parágrafos poderão ser acrescidos outros relativos à remuneração,
estabelecidos em leis especiais, desde que o militar, ao ser reformado, já satisfaça às condições por elas exigidas.
§ 4º O direito do militar previsto no artigo 50, item II, independerá de qualquer dos benefícios referidos no caput e no § 1° deste
artigo, ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 152. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.21510, de
31.8.2001)
§ 5º Quando a praça fizer jus ao direito previsto no artigo 50, item II, e, conjuntamente, a um dos benefícios a que se refere o
parágrafo anterior, aplicarseá somente o disposto no § 2º deste artigo. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.215
10, de 31.8.2001)
Art. 111. O militar da ativa julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes do item VI do artigo 108 será
reformado:
I com remuneração proporcional ao tempo de serviço, se oficial ou praça com estabilidade assegurada; e
II com remuneração calculada com base no soldo integral do posto ou graduação, desde que, com qualquer tempo de
serviço, seja considerado inválido, isto é, impossibilitado total e permanentemente para qualquer trabalho.
Art. 112. O militar reformado por incapacidade definitiva que for julgado apto em inspeção de saúde por junta superior, em grau
de recurso ou revisão, poderá retornar ao serviço ativo ou ser transferido para a reserva remunerada, conforme dispuser
regulamentação específica.
§ 1º O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado não ultrapassar 2 (dois) anos e na
forma do disposto no § 1º do artigo 88.
§ 2º A transferência para a reserva remunerada, observado o limite de idade para a permanência nessa reserva, ocorrerá se o
tempo transcorrido na situação de reformado ultrapassar 2 (dois) anos.
Art . 113. A interdição judicial do militar reformado por alienação mental deverá ser providenciada junto ao Ministério Público,
por iniciativa de beneficiários, parentes ou responsáveis, até 60 (sessenta) dias a contar da data do ato da reforma.
§ 1º A interdição judicial do militar e seu internamento em instituição apropriada, militar ou não, deverão ser providenciados
pelo Ministério Militar, sob cuja responsabilidade houver sido preparado o processo de reforma, quando:
a) não existirem beneficiários, parentes ou responsáveis, ou estes não promoverem a interdição conforme previsto no
parágrafo anterior; ou
b) não forem satisfeitas às condições de tratamento exigidas neste artigo.
§ 2º Os processos e os atos de registro de interdição do militar terão andamento sumário, serão instruídos com laudo proferido
por Junta Militar de Saúde e isentos de custas.
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§ 3º O militar reformado por alienação mental, enquanto não ocorrer a designação judicial do curador, terá sua remuneração
paga aos seus beneficiários, desde que estes o tenham sob sua guarda e responsabilidade e lhe dispensem tratamento humano e
condigno.
Art. 114. Para fins de passagem à situação de inatividade, mediante reforma ex officio , as praças especiais, constantes do
Quadro a que se refere o artigo 16, são consideradas como:
I SegundoTenente: os GuardasMarinha, AspirantesaOficial;
II GuardaMarinha ou AspiranteaOficial: os Aspirantes, os Cadetes, os alunos da Escola de Oficiais Especialistas da
Aeronáutica, conforme o caso específico;
III SegundoSargento: os alunos do Colégio Naval, da Escola Preparatória de Cadetes do Exército e da Escola Preparatória
de CadetesdoAr;
IV TerceiroSargento: os alunos de órgão de formação de oficiais da reserva e de escola ou centro de formação de sargentos;
e
V Cabos: os AprendizesMarinheiros e os demais alunos de órgãos de formação de praças, da ativa e da reserva.
Parágrafo único. O disposto nos itens II, III e IV é aplicável às praças especiais em qualquer ano escolar.
SEÇÃO IV
Da Demissão
Art. 115. A demissão das Forças Armadas, aplicada exclusivamente aos oficiais, se efetua:
I a pedido; e
II ex officio.
Art . 116 A demissão a pedido será concedida mediante requerimento do interessado:
I sem indenização aos cofres públicos, quando contar mais de 5 (cinco) anos de oficialato, ressalvado o disposto no § 1º
deste artigo; e
II com indenização das despesas feitas pela União, com a sua preparação e formação, quando contar menos de 5 (cinco)
anos de oficialato.
§ 1º A demissão a pedido só será concedida mediante a indenização de todas as despesas correspondentes, acrescidas, se
for o caso, das previstas no item II, quando o oficial tiver realizado qualquer curso ou estágio, no País ou no exterior, e não tenham
decorrido os seguintes prazos:
a) 2 (dois) anos, para curso ou estágio de duração igual ou superior a 2 (dois) meses e inferior a 6 (seis) meses;
b) 3 (três) anos, para curso ou estágio de duração igual ou superior a 6 (seis) meses e igual ou inferior a 18 (dezoito) meses;
c) 5 (cinco) anos, para curso ou estágio de duração superior a 18 (dezoito) meses.
§ 2º O cálculo das indenizações a que se referem o item II e o parágrafo anterior será efetuado pelos respectivos Ministérios.
§ 3º O oficial demissionário, a pedido, ingressará na reserva, onde permanecerá sem direito a qualquer remuneração. O
ingresso na reserva será no mesmo posto que tinha no serviço ativo e sua situação, inclusive promoções, será regulada pelo
Regulamento do Corpo de Oficiais da Reserva da respectiva Força.
§ 4º O direito à demissão a pedido pode ser suspenso na vigência de estado de guerra, estado de emergência, estado de sítio
ou em caso de mobilização.
Art. 117. O oficial da ativa que passar a exercer cargo ou emprego público permanente, estranho à sua carreira e cuja função
não seja de magistério, será, imediatamente, mediante demissão ex officio , transferido para a reserva, onde ingressará com o posto
que possuía na ativa e com as obrigações estabelecidas na legislação que trata do serviço militar, não podendo acumular qualquer
provento de inatividade com a remuneração do cargo ou emprego público permanente.
Art. 117. O oficial da ativa que passar a exercer cargo ou emprego público permanente, estranho à sua carreira, será
imediatamente demitido ex officio e transferido para a reserva não remunerada, onde ingressará com o posto que possuía na ativa e
com as obrigações estabelecidas na legislação do serviço militar, obedecidos os preceitos do art. 116 no que se refere às
indenizações. (Redação dada pela Lei nº 9.297, de 1996)
SEÇÃO V
Da Perda do Posto e da Patente
Art. 118. O oficial perderá o posto e a patente se for declarado indigno do oficialato, ou com ele incompatível, por decisão do
Superior Tribunal Militar, em tempo de paz, ou de Tribunal Especial, em tempo de guerra, em decorrência de julgamento a que for
submetido.
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Parágrafo único. O oficial declarado indigno do oficialato, ou com ele incompatível, e condenado à perda de posto e patente só
poderá readquirir a situação militar anterior por outra sentença dos tribunais referidos neste artigo e nas condições nela
estabelecidas.
Art. 119. O oficial que houver perdido o posto e a patente será demitido ex officio sem direito a qualquer remuneração ou
indenização e receberá a certidão de situação militar prevista na legislação que trata do serviço militar.
Art. 120. Ficará sujeito à declaração de indignidade para o oficialato, ou de incompatibilidade com o mesmo, o oficial que:
I for condenado, por tribunal civil ou militar, em sentença transitada em julgado, à pena restritiva de liberdade individual
superior a 2 (dois) anos;
II for condenado, em sentença transitada em julgado, por crimes para os quais o Código Penal Militar comina essas penas
acessórias e por crimes previstos na legislação especial concernente à segurança do Estado;
III incidir nos casos, previstos em lei específica, que motivam o julgamento por Conselho de Justificação e neste for
considerado culpado; e
IV houver perdido a nacionalidade brasileira.
SEÇÃO VI
Do Licenciamento
Art. 121. O licenciamento do serviço ativo se efetua:
I a pedido; e
II ex officio .
§ 1º O licenciamento a pedido poderá ser concedido, desde que não haja prejuízo para o serviço:
a) ao oficial da reserva convocado, após prestação do serviço ativo durante 6 (seis) meses; e
b) à praça engajada ou reengajada, desde que conte, no mínimo, a metade do tempo de serviço a que se obrigou.
§ 2º A praça com estabilidade assegurada, quando licenciada para fins de matrícula em Estabelecimento de Ensino de
Formação ou Preparatório de outra Força Singular ou Auxiliar, caso não conclua o curso onde foi matriculada, poderá ser reincluída
na Força de origem, mediante requerimento ao respectivo Ministro.
§ 3º O licenciamento ex officio será feito na forma da legislação que trata do serviço militar e dos regulamentos específicos de
cada Força Armada:
a) por conclusão de tempo de serviço ou de estágio;
b) por conveniência do serviço; e
c) a bem da disciplina.
§ 4º O militar licenciado não tem direito a qualquer remuneração e, exceto o licenciado ex officio a bem da disciplina, deve ser
incluído ou reincluído na reserva.
§ 5° O licenciado ex officio a bem da disciplina receberá o certificado de isenção do serviço militar, previsto na legislação que
trata do serviço militar.
Art. 122. O GuardaMarinha, o AspiranteaOficial e as demais praças empossadas em cargo ou emprego públicos
permanentes, estranhos à sua carreira e cuja função não seja de magistério, serão imediatamente, mediante licenciamento ex officio
, transferidos para a reserva, com as obrigações estabelecidas na legislação que trata do serviço militar.
Art. 122. O GuardaMarinha, o AspiranteaOficial e as demais praças empossados em cargos ou emprego público
permanente, estranho à sua carreira, serão imediatamente, mediante licenciamento ex officio, transferidos para a reserva não
remunerada, com as obrigações estabelecidas na legislação do serviço militar. (Redação dada pela Lei nº
9.297, de 1996)
Art. 123. O licenciamento poderá ser suspenso na vigência de estado de guerra, estado de emergência, estado de sítio ou em
caso de mobilização.
SEÇÃO VII
Da Anulação de Incorporação e da Desincorporação da Praça
Art. 124. A anulação de incorporação e a desincorporação da praça resultam na interrupção do serviço militar com a
conseqüente exclusão do serviço ativo.
Parágrafo único. A legislação que trata do serviço militar estabelece os casos em que haverá anulação de incorporação ou
desincorporação da praça.
SEÇÃO VIII
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SEÇÃO VIII
Da Exclusão da Praça a Bem da Disciplina
Art. 125. A exclusão a bem da disciplina será aplicada ex officio ao GuardaMarinha, ao AspiranteaOficial ou às praças com
estabilidade assegurada:
I quando assim se pronunciar o Conselho Permanente de Justiça, em tempo de paz, ou Tribunal Especial, em tempo de
guerra, ou Tribunal Civil após terem sido essas praças condenadas, em sentença transitada em julgado, à pena restritiva de
liberdade individual superior a 2 (dois) anos ou, nos crimes previstos na legislação especial concernente à segurança do Estado, a
pena de qualquer duração;
II quando assim se pronunciar o Conselho Permanente de Justiça, em tempo de paz, ou Tribunal Especial, em tempo de
guerra, por haverem perdido a nacionalidade brasileira; e
III que incidirem nos casos que motivarem o julgamento pelo Conselho de Disciplina previsto no artigo 49 e nele forem
considerados culpados.
Parágrafo único. O GuardaMarinha, o AspiranteaOficial ou a praça com estabilidade assegurada que houver sido excluído a
bem da disciplina só poderá readquirir a situação militar anterior:
a) por outra sentença do Conselho Permanente de Justiça, em tempo de paz, ou Tribunal Especial, em tempo de guerra, e nas
condições nela estabelecidas, se a exclusão tiver sido conseqüência de sentença de um daqueles Tribunais; e
b) por decisão do Ministro respectivo, se a exclusão foi conseqüência de ter sido julgado culpado em Conselho de Disciplina.
Art. 126. É da competência dos Ministros das Forças Singulares, ou autoridades às quais tenha sido delegada competência
para isso, o ato de exclusão a bem da disciplina do GuardaMarinha e do AspiranteaOficial, bem como das praças com
estabilidade assegurada.
Art. 127. A exclusão da praça a bem da disciplina acarreta a perda de seu grau hierárquico e não a isenta das indenizações
dos prejuízos causados à Fazenda Nacional ou a terceiros, nem das pensões decorrentes de sentença judicial.
Parágrafo único. A praça excluída a bem da disciplina receberá o certificado de isenção do serviço militar previsto na
legislação que trata do serviço militar, sem direito a qualquer remuneração ou indenização.
SEÇÃO IX
Da Deserção
Art. 128. A deserção do militar acarreta interrupção do serviço militar, com a conseqüente demissão ex officio para o oficial, ou
a exclusão do serviço ativo, para a praça.
§ 1º A demissão do oficial ou a exclusão da praça com estabilidade assegurada processarseá após 1 (um) ano de agregação,
se não houver captura ou apresentação voluntária antes desse prazo.
§ 2º A praça sem estabilidade assegurada será automaticamente excluída após oficialmente declarada desertora.
§ 3º O militar desertor que for capturado ou que se apresentar voluntariamente, depois de haver sido demitido ou excluído, será
reincluído no serviço ativo e, a seguir, agregado para se ver processar.
§ 4º A reinclusão em definitivo do militar de que trata o parágrafo anterior dependerá de sentença de Conselho de Justiça.
SEÇÃO X
Do Falecimento e do Extravio
Art. 129. O militar na ativa que vier a falecer será excluído do serviço ativo e desligado da organização a que estava vinculado,
a partir da data da ocorrência do óbito.
Art. 130. O extravio do militar na ativa acarreta interrupção do serviço militar, com o conseqüente afastamento temporário do
serviço ativo, a partir da data em que o mesmo for oficialmente considerado extraviado.
§ 1º A exclusão do serviço ativo será feita 6 (seis) meses após a agregação por motivo de extravio.
§ 2º Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, calamidade pública ou outros acidentes oficialmente reconhecidos, o
extravio ou o desaparecimento de militar da ativa será considerado, para fins deste Estatuto, como falecimento, tão logo sejam
esgotados os prazos máximos de possível sobrevivência ou quando se dêem por encerradas as providências de salvamento.
Art. 131. O militar reaparecido será submetido a Conselho de Justificação ou a Conselho de Disciplina, por decisão do Ministro
da respectiva Força, se assim for julgado necessário.
Parágrafo único. O reaparecimento de militar extraviado, já excluído do serviço ativo, resultará em sua reinclusão e nova
agregação enquanto se apuram as causas que deram origem ao seu afastamento.
CAPÍTULO III
Da Reabilitação
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Art. 132. A reabilitação do militar será efetuada:
I de acordo com o Código Penal Militar e o Código de Processo Penal Militar, se tiver sido condenado, por sentença
definitiva, a quaisquer penas previstas no Código Penal Militar;
II de acordo com a legislação que trata do serviço militar, se tiver sido excluído ou licenciado a bem da disciplina.
Parágrafo único. Nos casos em que a condenação do militar acarretar sua exclusão a bem da disciplina, a reabilitação prevista
na legislação que trata do serviço militar poderá anteceder a efetuada de acordo com o Código Penal Militar e o Código de Processo
Penal Militar.
Art. 133. A concessão da reabilitação implica em que sejam cancelados, mediante averbação, os antecedentes criminais do
militar e os registros constantes de seus assentamentos militares ou alterações, ou substituídos seus documentos comprobatórios
de situação militar pelos adequados à nova situação.
CAPÍTULO IV
Do Tempo de Serviço
Art. 134. Os militares começam a contar tempo de serviço nas Forças Armadas a partir da data de seu ingresso em qualquer
organização militar da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica.
§ 1º Considerase como data de ingresso, para fins deste artigo:
a) a do ato em que o convocado ou voluntário é incorporado em uma organização militar;
b) a de matrícula como praça especial; e
c) a do ato de nomeação.
§ 2º O tempo de serviço como aluno de órgão de formação da reserva é computado, apenas, para fins de inatividade na base
de 1 (um) dia para cada período de 8 (oito) horas de instrução, desde que concluída com aproveitamento a formação militar.
§ 3º O militar reincluído recomeça a contar tempo de serviço a partir da data de sua reinclusão.
§ 4º Quando, por motivo de força maior, oficialmente reconhecida, decorrente de incêndio, inundação, naufrágio, sinistro aéreo
e outras calamidades, faltarem dados para contagem de tempo de serviço, caberá aos Ministros Militares arbitrar o tempo a ser
computado para cada caso particular, de acordo com os elementos disponíveis.
Art. 135. Na apuração do tempo de serviço militar, será feita distinção entre:
I tempo de efetivo serviço; e
II anos de serviço.
Art. 136. Tempo de efetivo serviço é o espaço de tempo computado dia a dia entre a data de ingresso e a datalimite
estabelecida para a contagem ou a data do desligamento em conseqüência da exclusão do serviço ativo, mesmo que tal espaço de
tempo seja parcelado.
§ 1º O tempo de serviço em campanha é computado pelo dobro como tempo de efetivo serviço, para todos os efeitos, exceto
indicação para a quota compulsória.
§ 2º Será, também, computado como tempo de efetivo serviço o tempo passado dia a dia nas organizações militares, pelo
militar da reserva convocado ou mobilizado, no exercício de funções militares.
§ 3º Não serão deduzidos do tempo de efetivo serviço, além dos afastamentos previstos no artigo 65, os períodos em que o
militar estiver afastado do exercício de suas funções em gozo de licença especial.
§ 4º Ao tempo de efetivo serviço, de que trata este artigo, apurado e totalizado em dias, será aplicado o divisor 365 (trezentos
e sessenta e cinco) para a correspondente obtenção dos anos de efetivo serviço.
Art. 137. Anos de serviço é a expressão que designa o tempo de efetivo serviço a que se refere o artigo anterior, com os
seguintes acréscimos:
I tempo de serviço público federal, estadual ou municipal, prestado pelo militar anteriormente à sua incorporação, matrícula,
nomeação ou reinclusão em qualquer organização militar;
II 1 (um) ano para cada 5 (cinco) anos de tempo de efetivo serviço prestado pelo oficial do Corpo, Quadro ou Serviço de
Saúde ou Veterinária que possuir curso universitário até que este acréscimo complete o total de anos de duração normal do referido
curso, sem superposição a qualquer tempo de serviço militar ou público eventualmente prestado durante a realização deste mesmo
curso; (Revogado pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
III tempo de serviço computável durante o período matriculado como aluno de órgão de formação da reserva;
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IV tempo relativo a cada licença especial nãogozada, contado em dobro; (Revogado pela Medida Provisória
nº 2.21510, de 31.8.2001)
V tempo relativo a férias nãogozadas, contado em dobro; (Revogado pela Medida Provisória nº 2.21510, de
31.8.2001)
VI tempo de efetivo serviço passado pelo militar nas guarnições especiais e contado na forma estabelecida em regulamento,
assegurados, porém, os direitos e vantagens dos militares amparados pela legislação vigente na época.
VI 1/3 (um terço) para cada período consecutivo ou não de 2 (dois) anos de efetivo serviço passados pelo militar nas
guarnições especiais da Categoria "A", a partir da vigência da Lei nº 5.774, de 23 de dezembro de 1971. (Redação
dada pela Lei nº 7.698, de 1988)
§ 1º Os acréscimos a que se referem os itens I, III e VI serão computados somente no momento da passagem do militar à
situação de inatividade e para esse fim.
§ 2º Os acréscimos a que se referem os itens II, IV e V serão computados somente no momento da passagem do militar à
situação de inatividade e, nessa situação, para todos os efeitos legais, inclusive quanto a percepção definitiva de gratificação de
tempo de serviço, ressalvado o disposto no § 3º do artigo 101. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.21510, de
31.8.2001)
§ 3º O disposto no item II aplicarseá, nas mesmas condições e na forma da legislação específica, aos possuidores de curso
universitário, reconhecido oficialmente, que vierem a ser aproveitados como oficiais das Forças Armadas, desde que este curso
seja requisito essencial para seu aproveitamento. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
§ 4º Não é computável para efeito algum, salvo para fins de indicação para a quota compulsória, o tempo:
a) que ultrapassar de 1 (um) ano, contínuo ou não, em licença para tratamento de saúde de pessoa da família;
b) passado em licença para tratar de interesse particular;
b) passado em licença para tratar de interesse particular ou para acompanhar cônjuge ou companheiro(a);
(Redação dada pela Lei nº 11.447, de 2007)
c) passado como desertor;
d) decorrido em cumprimento de pena de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função por sentença
transitada em julgado; e
e) decorrido em cumprimento de pena restritiva da liberdade, por sentença transitada em julgado, desde que não tenha sido
concedida suspensão condicional de pena, quando, então, o tempo correspondente ao período da pena será computado apenas para
fins de indicação para a quota compulsória e o que dele exceder, para todos os efeitos, caso as condições estipuladas na sentença
não o impeçam.
Art. 138. Uma vez computado o tempo de efetivo serviço e seus acréscimos, previstos nos artigos 136 e 137, e no momento
da passagem do militar à situação de inatividade, pelos motivos previstos nos itens I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX e X do artigo 98 e
nos itens II e III do artigo 106, a fração de tempo igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias será considerada como 1 (um) ano
para todos os efeitos legais. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
Art. 139. O tempo que o militar passou ou vier a passar afastado do exercício de suas funções, em conseqüência de
ferimentos recebidos em acidente quando em serviço, combate, na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constituídos, da lei e
da ordem, ou de moléstia adquirida no exercício de qualquer função militar, será computado como se o tivesse passado no exercício
efetivo daquelas funções.
Art. 140. Entendese por tempo de serviço em campanha o período em que o militar estiver em operações de guerra.
Parágrafo único. A participação do militar em atividades dependentes ou decorrentes das operações de guerra será regulada
em legislação específica.
Art. 141. O tempo de serviço dos militares beneficiados por anistia será contado como estabelecer o ato legal que a conceder.
Art. 142. A datalimite estabelecida para final da contagem dos anos de serviço para fins de passagem para a inatividade será
do desligamento em conseqüência da exclusão do serviço ativo.
Art. 143. Na contagem dos anos de serviço não poderá ser computada qualquer superposição dos tempos de serviço público
federal, estadual e municipal ou passado em administração indireta, entre si, nem com os acréscimos de tempo, para os
possuidores de curso universitário, e nem com o tempo de serviço computável após a incorporação em organização militar,
matrícula em órgão de formação de militares ou nomeação para posto ou graduação nas Forças Armadas.
CAPÍTULO V
Do Casamento
Art. 144. O militar da ativa pode contrair matrimônio, desde que observada a legislação civil específica.
§ 1º Os GuardasMarinha e os AspirantesaOficial não podem contrair matrimônio, salvo em casos excepcionais, a critério do
Ministro da respectiva Força.
§ 2º É vedado o casamento às praças especiais, com qualquer idade, enquanto estiverem sujeitas aos regulamentos dos
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§ 2º É vedado o casamento às praças especiais, com qualquer idade, enquanto estiverem sujeitas aos regulamentos dos
órgãos de formação de oficiais, de graduados e de praças, cujos requisitos para admissão exijam a condição de solteiro, salvo em
casos excepcionais, a critério do Ministro da respectiva Força Armada.
§ 3º O casamento com mulher estrangeira somente poderá ser realizado após a autorização do Ministro da Força Armada a
que pertencer o militar.
Art. 145. As praças especiais que contraírem matrimônio em desacordo com os §§ 1º e 2° do artigo anterior serão excluídas
do serviço ativo, sem direito a qualquer remuneração ou indenização.
CAPÍTULO VI
Das Recompensas e das Dispensas do Serviço
Art. 146. As recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços prestados pelos militares.
§ 1º São recompensas:
a) os prêmios de Honra ao Mérito;
b) as condecorações por serviços prestados na paz e na guerra;
c) os elogios, louvores e referências elogiosas; e
d) as dispensas de serviço.
§ 2º As recompensas serão concedidas de acordo com as normas estabelecidas nos regulamentos da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica.
Art . 147. As dispensas de serviço são autorizações concedidas aos militares para afastamento total do serviço, em caráter
temporário.
Art . 148. As dispensas de serviço podem ser concedidas aos militares:
I como recompensa;
II para desconto em férias; e
III em decorrência de prescrição médica.
Parágrafo único. As dispensas de serviço serão concedidas com a remuneração integral e computadas como tempo de efetivo
serviço.
TÍTULO V
Disposições Gerais, Transitórias e Finais
Art. 149. A transferência para a reserva remunerada ou a reforma não isentam o militar da indenização dos prejuízos causados
à Fazenda Nacional ou a terceiros, nem do pagamento das pensões decorrentes de sentença judicial.
Art. 150. A Assistência Religiosa às Forças Armadas é regulada por lei específica.
Art. 151. É vedado o uso por organização civil de designações que possam sugerir sua vinculação às Forças Armadas.
Parágrafo único. Excetuamse das prescrições deste artigo as associações, clubes, círculos e outras organizações que
congreguem membros das Forças Armadas e que se destinem, exclusivamente, a promover intercâmbio social e assistencial entre
os militares e suas famílias e entre esses e a sociedade civil.
Art. 152. Ao militar amparado por uma ou mais das Leis n° 288, de 8 de junho de 1948, 616, de 2 de fevereiro de 1949, 1.156,
de 12 de julho de 1950, e 1.267, de 9 de dezembro de 1950, e que em virtude do disposto no artigo 62 desta Lei não mais usufruirá
as promoções previstas naquelas leis, fica assegurada, por ocasião da transferência para a reserva ou da reforma, a remuneração
da inatividade relativa ao posto ou graduação a que seria promovido em decorrência da aplicação das referidas leis.
Parágrafo único. A remuneração de inatividade assegurada neste artigo não poderá exceder, em nenhum caso, a que caberia
ao militar, se fosse ele promovido até 2 (dois) graus hierárquicos acima daquele que tiver por ocasião do processamento de sua
transferência para a reserva ou reforma, incluindose nesta limitação a aplicação do disposto no § 1º do artigo 50 e no artigo 110 e
seu § 1º.
Art. 153. Na passagem para a reserva remunerada, aos militares obrigados ao vôo serão computados os acréscimos de tempo
de efetivo serviço decorrentes das horas de vôo realizadas até 20 de outubro de 1946, na forma da legislação então vigente.
Art. 154. Os militares da Aeronáutica que, por enfermidade, acidente ou deficiência psicofisiológica, verificada em inspeção de
saúde, na forma regulamentar, forem considerados definitivamente incapacitados para o exercício da atividade aérea, exigida pelos
regulamentos específicos, só passarão à inatividade se essa incapacidade o for também para todo o serviço militar.
(Vide Decreto nº 94.507, de 1987)
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Parágrafo único. A regulamentação própria da Aeronáutica estabelece a situação do pessoal enquadrado neste artigo.
Art. 155. Aos Cabos que, na data da vigência desta Lei, tenham adquirido estabilidade será permitido permanecer no serviço
ativo, em caráter excepcional, de acordo com o interesse da respectiva Força Singular, até completarem 50 (cinqüenta) anos de
idade, ressalvadas outras disposições legais.
Art. 156. Enquanto não entrar em vigor nova Lei de Pensões Militares, considerarseão vigentes os artigos 76 a 78 da Lei n°
5.774, de 23 de dezembro de 1971. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.21510, de 31.8.2001)
Art. 157. As disposições deste Estatuto não retroagem para alcançar situações definidas anteriormente à data de sua vigência.
Art. 158. Após a vigência do presente Estatuto serão a ele ajustadas todas as disposições legais e regulamentares que com
ele tenham ou venham a ter pertinência.
Art. 159. O presente Estatuto entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 1981, salvo quanto ao disposto no item IV do artigo
98, que terá vigência 1 (um) ano após a data da publicação desta Lei.
Parágrafo único. Até a entrada em vigor do disposto no item IV do artigo 98, permanecerão em vigor as disposições
constantes dos itens IV e V do artigo 102 da Lei n° 5.774, de 23 de dezembro de 1971.
Art. 160. Ressalvado o disposto no artigo 156 e no parágrafo único do artigo anterior, ficam revogadas a Lei n° 5.774, de 23 de
dezembro de 1971, e demais disposições em contrário. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.21510, de
31.8.2001)
JOÃO FIGUEIREDO
Maximiano Fonseca
Ernani Ayrosa da Silva
Délio Jardim de Mattos
José Ferraz da Rocha
Este texto não substitui o publicado no DOU de 11.12.1988
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Armando de Senna Bittencourt, Marcello José Gomes Loureiro & Renato Jorge Paranhos Restier Junior
Jerônimo de Albuquerque e o
comando da força naval contra os
franceses no Maranhão
Armando de Senna Bittencourt
Vice-Almirante (EN-Refo), graduado em Ciências Navais pela Escola Naval, em Engenharia Naval pela Universi-
dade de São Paulo e mestre em Arquitetura Naval pela Universidade de Londres. É autor de diversos artigos pu-
blicados em livros sobre História. Atualmente é sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto
de Geografia e História Militar do Brasil e sócio correspondente de institutos de História no exterior. É o Diretor
do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha e Vice-Presidente do Comitê Internacional dos Museus
e das Coleções de Armas e de História Militar (ICOMAM) e do Conselho Internacional de Museus (ICOM).
Marcello José Gomes Loureiro
Doutorando e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (PPGHIS-UFRJ). Concluiu os Cursos de Especialização em História Militar Brasileira (UNIRIO) e
em História do Brasil (UFF); é bacharel e licenciado em História (UERJ) e bacharel pela Escola Naval, com
habilitação em Administração.
Renato Jorge Paranhos Restier Junior
Historiador e mestre em História Política pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Primeiro-Tenente
do Quadro Técnico Temporário da Marinha, Encarregado da Divisão de Pesquisas Históricas da Diretoria do
Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha. Sócio Honorário do Instituto de Geografia e História Mili-
tar do Brasil – IGHMB – e pesquisador associado do Laboratório de Estudos das Diferenças e Desigualdades
Sociais – LEDDES/UERJ.
Resumo Abstract
Este artigo analisa a trajetória de Jerônimo de This paper analyzes the history of Jerônimo de
Albuquerque, que comandou uma força naval Albuquerque, who commanded a naval force
contra os franceses que se instalaram no Mara- against the French who occupied Maranhão
nhão em 1612, liderados por Daniel de La Touche, in 1612, led by Daniel de La Touche, Lord of La
Senhor de La Ravardière. Ravardière.
76
Estes versos de Bento Teixeira, escritos esposa. Foi apelidado de “Adão Pernambuca-
em 1601, apresentam dois enormes desa- no”, por sua notável contribuição para a ele-
fios aos portugueses que iniciavam a ocu- vada frequência do sobrenome Albuquerque
pação e conquista do Norte do futuro Brasil no País.3 Ao que parece, contudo, Jerônimo
na virada do século XVI para o XVII. Primei- de Albuquerque não recebeu do rei as re-
ro, era preciso “amansar” a população indí- compensas pretendidas.4
gena, “bárbara e insolente”, a partir de sua Dos muitos filhos de Jerônimo de Albu-
cristianização. Em segundo lugar, fazia-se querque, o Jerônimo, filho da índia e neto do
necessário “acossar o francês”, “com o rigor morubixaba Arcoverde, foi o que mais se des-
da tesa lança”, expulsando-o da região. Para tacou. Nos dois primeiros séculos do Brasil
realização dessas duas tarefas, o envolvi- Colônia, ser criado por uma índia tupi podia
mento dos pioneiros da família Albuquerque ser muito vantajoso sob alguns aspectos.
foi fundamental. Seus hábitos de higiene eram mais adequa-
Um de seus membros mais notórios foi dos para o clima tropical; o idioma mais fala-
Jerônimo de Albuquerque (1548-1618), que do na terra era o tupi; e a alimentação indíge-
depois juntou Maranhão a seu sobrenome. na, em geral, mais sadia do que a portuguesa.
Nascido no Brasil, era filho do português de Ele combateu índios hostis e franceses
mesmo nome e da índia tupi batizada como invasores, liderando naturais da terra e
Maria do Espírito Santo Arcoverde. portugueses. Falava fluentemente o tupi,
Seu pai, também Jerônimo de Albuquer- sua língua de infância, e o português,5
que, chegou ao Brasil em 1535, com a irmã, compreendendo claramente as duas cul-
que era a esposa de Duarte Coelho, o dona- turas; era alguém, portanto, capaz de co-
tário da capitania de Pernambuco. Auxiliou nectar mundos distintos.6 “O mameluco
o cunhado, enquanto ele estabelecia as ba- Jerônimo de Albuquerque, devidamen-
ses de sua propriedade, fundando Igaraçu te perfilhado, filho da princesinha índia,
e Olinda. Substituiu-o depois de sua morte, como se dizia de Maria Arcoverde, foi
em 1554, como capitão-mor, até a chegada daqueles que se aportuguesaram com-
de seu sobrinho, o segundo donatário. Aju- pletamente, ao menos nos fatos públicos
dou, mais tarde, o terceiro donatário ainda da vida”.7 A experiência inicial, ele obteve
no período difícil do início da ocupação de acompanhando seu pai nos combates,
novas terras. Permaneceu o resto de sua principalmente contra índios inimigos.
vida no Brasil. Na prática, podia se autode- Por determinação paterna, casou-se com
nominar um dos conquistadores da terra, o Felipa de Melo.
que lhe trazia prestígio no Novo Mundo.2 Os tupis se organizavam em sociedades
Faleceu em 1593, deixando dezenas de guerreiras e havia frequente conflito entre as
filhos com índias e com a portuguesa com tribos, acumulando ofensas mútuas ao lon-
quem se casou 25 anos depois de chegar ao go do tempo, que exigiam vinganças. Muitas
Brasil, e que veio de Portugal para ser sua vezes, também, uma disputa interna fazia
2
FRAGOSO, João; ALMEIDA, Carla; SAMPAIO, Carlos. Conquistadores e negociantes. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2007.
3
Bento Teixeira, sobre este ponto, assim escreveu: “Deste, como de Tronco florescente,/ Nascerão muitos ramos,
que esperança/ Prometerão a todos geralmente/ De nos berços do Sol pregar a lança”. Cf. Prosopopeia, estrofe
XXXIV, 1601.
4
É o que se infere quando são observados estes versos de Teixeira: “Mas, quando virem que do Rei potente/
O pai por seus serviços não alcança/ O galardão devido e glória digna,/ Ficarão nos alpendres da Piscina”. Em
seguida, Bento Teixeira culpa a sorte por isso: “Ó sorte tão cruel, como mudável,/ Por que usurpas aos bons o seu
direito?/ Escolhes sempre o mais abominável,/ Reprovas e abominas o perfeito,/ O menos digno fazes agradável,/
O agradável mais, menos aceito./ Ó frágil, inconstante, quebradiça,/ Roubadora dos bens e da justiça!”. Cf. Proso-
popeia, estrofes XXXIV e XXXV, 1601.
5
Consta que havia pessoas nascidas no Brasil que não dominavam o idioma português, como no caso do bandei-
rante Domingos Jorge Velho, que destruiu o Quilombo dos Palmares.
6
Sobre os mediadores dessa época, consultar: GRENDI Edoardo. Polanyi. Dall’antropologia alla microanalisi storica.
Milão: Etas Libri, 1978, p. 127-165; LIMA, Henrique Espada. A micro-história italiana: escalas, indícios e singulari-
dades. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 187-199, sobretudo p. 196.
7
Cf. VAINFAS, Ronaldo (Org.), Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808), Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 325
77
com que uma família se afastasse, às vezes co ou nenhum auxilio do Governo francês.
formando, mais tarde, uma nova tribo, quan- Encontraram sempre a reação do Governo
do sobrevivia aos ataques do grupo a que de Portugal e de forças organizadas esponta-
pertenciam originalmente. Os portugueses, neamente por portugueses que habitavam o
ao chegarem ao Brasil em pequenos gru- Brasil, inclusive com o apoio de forças navais
pos, precisavam se aliar a uma das tribos, e tropas espanholas, no período da União
ganhando, como consequência, muitos ini- Ibérica (1580-1640).
migos. Isso tornou muito difícil o início da co- O estabelecimento francês na Paraíba aca-
lonização, trazendo certo insucesso de quase bou redundando em fracasso, quando sofreu
todas as capitanias hereditárias. Pernambu- o ataque de portugueses, apoiados, no final,
co, no entanto, prosperou e o Jerônimo pai por uma força naval comandada por um almi-
exerceu um papel importante para esse su- rante espanhol, Diogo Flores Valdez. Os inva-
cesso. Jerônimo filho, o “brasileiro”, foi, mais sores se retiraram para o Rio Grande do Norte.
tarde, fundamental para a ocupação portu- Para desalojá-los, o capitão-mor de Per-
guesa do Nordeste brasileiro, contribuindo nambuco, Manuel Mascarenhas Homem, or-
para a unidade futura do Território Nacional. ganizou uma expedição, em 1597, e escolheu
Nessa época, porém, não existia a consci- Jerônimo de Albuquerque, o mameluco, para
ência de ser brasileiro. Não havia patriotismo, comandar uma das companhias de infanta-
eram vassalos do rei de Portugal. As pessoas ria, por suas boas qualidades de líder guerrei-
estavam defendendo seus interesses, sua ro. Jerônimo era capaz de articular interesses
cultura e religião e não tinham sentimentos portugueses com a cultura dos índios.
semelhantes aos atuais. Expulsos os franceses e seus aliados
Desde as primeiras décadas do sécu- indígenas, o Forte dos Reis Magos, que os
lo XVI, os franceses se interessaram pelo portugueses ergueram na entrada da foz do
Brasil, procurando negociar os produtos Rio Grande, foi entregue a Jerônimo de Al-
da terra com os índios do litoral, que eram buquerque. Após pacificar os índios locais,
principalmente tupis – que, durante sua Jerônimo fundou, em 1599, na margem di-
demorada expansão ao longo da costa, reita do rio, um povoado que foi a origem da
para o sul, haviam expulsado os habitan- cidade de Natal. Em 1603, ele foi nomeado
tes indígenas anteriores. O pau-brasil era o capitão-mor do Rio Grande, por seis anos.
produto mais interessante, pois tinha mui- Ele, de fato, gozava de prestígio na América,
ta demanda para a manufatura de tecidos não apenas por seus feitos, mas também por
francesa, por prover corantes em tons de ser filho de um conquistador (Jerônimo pai),
vermelho, muito apreciados na Europa. As que ganhou fama em Portugal, onde foi até
diversas expedições que empreenderam citado em versos por poeta de sua época.9
permitiram o acúmulo de conhecimentos Estabeleceu, então, uma política de valo-
a respeito do litoral brasileiro, inclusive da rização das terras para povoamento e, como
região entre o “Mearim e a foz do Amazo- dominava a cultura e a língua das tribos in-
nas”,8 que era praticamente desconhecida dígenas locais, amenizou os conflitos entre
pelos portugueses. potiguares e portugueses, o que possibilitou
Os franceses procuraram se estabelecer a ampliação da colonização naquela região.
no Brasil. Eram empreendimentos de “natu- Concedeu a seus filhos, Antônio e Matias de
reza privada”, algumas vezes por particulares Albuquerque, uma sesmaria onde fundaram
que tinham cartas de corso autorizadas pelo o Engenho de Cunhaú, o primeiro engenho
rei da França, mas que contavam com pou- do Rio Grande do Norte.10
8
Cf. CALMON, Pedro. História do Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, 1939-1941. 2v.. p. 33.
9
Os versos, de autoria de Bento Teixeira, enalteciam os feitos de Jerônimo de Albuquerque (o pai) nos seguintes
termos: “Aquele branco Cisne venerando, / Que nova fama quer o Céu que merque,/ E me está com seus feitos provo-
cando,/ Que dele cante e sobre ele alterque; / Aquele que na Idea estou pintando,/ Hierônimo sublime d’Albuquerque/
Se diz, cuja invenção, cujo artifício/ Aos bárbaros dar total exício”. Cf. Prosopopeia, estrofe XXXIII, 1601.
10
COSTA, Gilmara Benevides. “Engenho Cunhaú: lugar de memória e transformação história”. In. Revista Vivência,
no 33. Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2010, p. 160.
Ver também o capítulo trigésimo segundo da obra História do Brasil do Frei Vicente do Salvador.
78
11
Cf. BONICHON, Philippe; e GUEDES, Max Justo. “A França Equinocial”. In. História Naval Brasileira, primeiro
volume, tomo I. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação Geral da Marinha, 1975, p. 528.
12
La Ravardière era um experiente navegador que, inclusive, participou de explorações na costa da Guiana em 1604.
13
DAHER, Andréa. O Brasil francês: singularidades da França Equinocial, 1612-1615. Trad. Albert Stückenbruck. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, p. 48.
14
Luís XIII não havia atingido a maioridade quando Henrique IV foi assassinado.
15
Cf. Ibidem, p. 50.
16
Cf. BONICHON & GUEDES, op. cit, p. 531.
17
Idem.
18
DAHER, op. cit., p. 52.
19
Ibidem, p. 56.
20
Cf. Ibidem, p. 60.
79
21
CALMON, op. cit., p. 36.
22
Cf. BONICHON, & GUEDES, op. cit., p. 557.
23
Cf. “Jornada do Maranhão”. In. História Naval Brasileira, op. cit., p. 557.
24
BONICHON & GUEDES, op. cit, p. 557, falam de até três navios; contudo, segundo Pedro Calmon, Jerônimo de
Albuquerque teve a seu comando quatro navios. Ver CALMON, op. cit., p. 37.
25
SALVADOR, Frei Vicente do. História do Brasil: 1500-1627, op. cit., p. 338.
26
BONICHON & GUEDES, op. cit., p. 560.
80
27
MEIRELES, Mário M. História do Maranhão. DASP: Serviço de Documentação, 1960, p. 44.
28
BONICHON & GUEDES, op. cit., p. 560.
29
VIANNA, Hélio. História do Brasil. São Paulo: Melhoramentos, 1972, p. 137.
30
BONICHON, & GUEDES, op. cit, p. 561.
31
Cf. Idem.
32
Idem, p. 562.
33
MEIRELES, op. cit., p. 45.
34
DAHER, op. cit., p. 71.
35
Cf. BONNICHON & GUEDES, op. cit., p. 539.
81
36
VIANNA, op. cit., p. 138.
37
Cf. DAHER, op. cit., p. 73.
38
FRAGOSO, João Luís & GOUVEIA, Maria de Fátima Silva. “Monarquia pluricontinental e repúblicas: algumas
reflexões sobre a América lusa nos séculos XVI-XVIII”. In. Revista Tempo, no 27, 2009, p. 62.
39
FRAGOSO, João; BICALHO, M. Fernanda Baptista & GOUVÊA, M. de Fátima. “Uma leitura do Brasil Colonial.
Bases da materialidade e da governabilidade no Império” in Penélope, no 23, 2000, p. 67-88, especialmente p. 81-83.
A noção de um Império em rede, acima exposta, obteve suas considerações mais paradigmáticas nos escritos de
Luís Filipe Thomaz acerca da estrutura política e administrativa do Estado da Índia, cf. THOMAZ, Luís F. De Ceuta a
Timor. Lisboa: Difel, 1994, p. 210; Cf. “Da Colônia ao Império: um percurso historiográfico”, in SOUZA, L. FURTADO,
Júnia & BICALHO, Maria Fernanda. O Governo dos Povos. São Paulo: Alameda, 2009, p. 96. A perspectiva recebeu
também interessantes considerações em CASALILLA, Bartolome Yun. “Entre el imperio colonial y la monarquía
compuesta. Élites y territorios en la Monarquía Hispánica (ss. XVI y XVII)”, in CASALILLA, Bartolome Yun (dir). Las
Redes del Imperio. Élites sociales en la articulación de la Monarquía Hispánica, 1492-1714. Madri: Universidad Pablo
de Olavide, 2009, p. 11-94.
40
Cf. ELLIOTT, J. H. “A Espanha e a América nos Séculos XVI e XVII” in BETHELL, Leslie (org.). História da América
Latina Colonial, Vol I. 2a Ed. 2a Reimpressão. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Brasília: Fundação
Alexandre de Gusmão, 2004, p. 283-337, citação na p. 299.
41
Faleceu aos 70 anos de idade, no ano de 1618, depois de ter ocupado cargos de prestígio na administração local,
conforme VAINFAS, op. cit., p. 325; e HELIDACY, Maria Muniz Corrêa. “Antigo regime, império português e govern-
ança no Maranhão e Grão-Pará”. Mneme: revista de humanidades. Caicó: Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, v. 9, no 24, set/out, 2008, p. 1-16.
82
Conhecendo o Navio
Navios e Barcos
O Navio
Características do Navio
A Flâmula de Comando
Posições Relativas a Bordo
Câmara
Camarotes e Afins
Praças e Cobertas
Praça D'Armas
A Tolda a Ré
Agulha e Bússola
Corda e Cabo
A Gente de Bordo
A Gente de Bordo
A Hierarquia Naval
A Hierarquia da Marinha Mercante
A Organização de Bordo
Organização por Quartos e Divisões de Serviço
O Pessoal de Serviço
O Sino de Bordo
As Fainas
A Presidência das Refeições a Bordo
Cerimonial de Bordo
Saudar Pavilhão
Saudar o Comandante
Saudar o Imediato
Saudação entre militares
Saudação com espada
Conhecendo o Navio
Navios e Barcos
Um navio é uma nave. Conduzir uma nave é navegar, ou seja, a palavra vem
do latim navigare, navis (nave) + agere (dirigir ou conduzir).
“Estar a bordo” é estar por dentro da borda de um navio. “Abordar” é chegar à
borda para entrar. O termo é mais usado no sentido de entrar a bordo pela
força: abordagem. Mas, em realidade, é o ato de chegar a bordo de um navio,
para nele entrar. “Pela borda” tem significado oposto. Jogar, lançar pela borda.
Significado natural de barco é o de um navio pequeno (ou um navio é um barco
grande...). Mas a expressão poética de um barco tem maior grandeza: “o
Comandante e seu velho barco” ou “nosso barco, nossa alma”. Barco vem do
latim “barca”. Quem está a bordo, está dentro de um barco ou navio. Está
embarcado. Entrar a bordo de um barco, é “embarcar”. E dele sair é
“desembarcar”. Uma construção que permita o embarque de pessoas ou
cargas para transporte por mar, é uma embarcação.
Um navio de guerra é uma belonave. A palavra vem do latim navis (nave,
navio) e bellum (guerra). Um navio de comércio é um navio mercante. A
palavra é derivada do latim mercans (comerciante), do verbo mercari
(comerciar).
“Aportar” é chegar a um porto. “Aterrar” é aproximar-se de terra. “Amarar” é
afastar-se de terra para o mar. “Fazer-se ao mar” é seguir para o mar, em
viagem. “Importar” é fazer entrar pelo porto; “exportar” é fazer sair pelo porto. O
conceito aplica-se geralmente à mercadoria. Encostar um navio a um cais é
“atracar”; tê-lo seguro a uma bóia é “amarrar, tomar a bóia”; prender o navio ao
fundo é “fundear”; e fazê-lo com uma âncora é “ancorar” (embora este não seja
um termo de uso comum na Marinha do Brasil, em razão de, tradicionalmente,
se chamar a âncora de “ferro” - o navio fundeia com o ferro!). Recolher o peso
ou a amarra do fundo é “suspender”; desencostar do cais onde esteve atracado
é “desatracar”; e largar a bóia onde esteve é “desamarrar ou largar”.
“Arribar” é entrar em um porto que não seja de escala, ou voltar ao ponto de
partida; é, também, desviar o rumo na direção para onde sopra o vento. A
palavra vem do latim “ad” (para) e “ripa” (margem, costa).
Características do Navio
Quem entrar a bordo verá que o navio, além do nome, tem uma série de
documentos e dimensões que o caracterizam. O nome é gravado usualmente
na proa, em ambos os bordos, local chamado de “bochecha”, e na popa. Nos
navios de guerra, usualmente, é gravado só na popa. Os navios mercantes
levam, também, na popa, sob o nome, a denominação do porto de registro. Os
documentos característicos do navio mercante são, entre outros, seu registro
(Provisão do Registro fornecida pelo Tribunal Marítimo); apólice de seguro
obrigatório; diário de navegação; certificado de arqueação; cartão de tripulação
de segurança; termos de vistoria (anual e de renovação ou certificado de
segurança da navegação); certificado de segurança de equipamento;
certificado de borda livre; certificado de compensação de agulhas e curva de
desvio; certificado de calibração de radiogoniômetro com tabela de correção;
certificado de segurança rádio; e certificado de segurança de construção.
A cor é muito importante. Antigamente, os navios eram pintados na cor preta. O
costume vinha dos fenícios, que tinham facilidade em conseguir betume, e com
ele pintavam os costados de seus navios. A pintura era usada, às vezes, com
faixas brancas, nas linhas de bordada dos canhões. Somente no fim do século
XIX, os navios de guerra abandonaram o preto pelo cinza ou azul acinzentado,
cores que procuravam confundir-se com o horizonte ou com o mar das zonas
em que navegavam. Entretanto, muitos navios mercantes continuam até os
dias de hoje a usar, no costado, a cor preta, principalmente por questão de
economia. Era comum, também, navios de guerra pintados por dentro, junto à
borda, com a cor vermelha, a fim de que não causasse muita impressão a
quantidade de sangue derramada durante o combate, confundida, assim, com
as anteparas.
Normalmente, as cores da chaminé, nos navios mercantes, possuem a
caracterização da companhia de navegação a que pertencem. Nas
embarcações salva-vidas e nas bóias salva-vidas, predomina a preocupação
com a visibilidade. Essas embarcações são pintadas, normalmente, de laranja
ou amarelo, de modo a serem facilmente vistas. Por esse mesmo motivo, bem
como por convenção internacional, para caracterizar a utilização pacífica e não
de guerra dos navios (cor cinza), na Antártica é utilizado o vermelho, inclusive
nos costados dos navios por seu contraste com o branco do gelo.
A bandeira, na popa, identifica a nacionalidade do navio, país que sobre ele
tem soberania. Entretanto, há uma bandeira, na proa, chamada “jeque” (do
inglês jack) que identifica, dentro de cada nação soberana, quem tem a
responsabilidade sobre o navio. Na nossa Marinha, o jeque é uma bandeira
com vinte e uma estrelas - “a bandeira do cruzeiro”. Os navios mercantes usam
no jeque a bandeira da companhia a que pertencem; porém, alguns usam a
bandeira
identificadora de sua companhia na mastreação.
Camarotes e Afins
Os demais compartimentos de bordo, conforme sua utilização, ganham
denominações com diminutivos de câmara: “camarotes”, para alojar Oficiais, e
“camarins”, para uso operacional ou administrativo; como, por exemplo, o
camarim de navegação, ou o da máquina.
Praças e Cobertas
Uns tantos compartimentos são chamados de praças: praça de máquinas,
praça d'armas, praça de vaporizadores, etc.
Os alojamentos da guarnição e seus locais de refeição são chamados de
"cobertas": coberta de rancho, coberta de praças, etc.
Praça D'Armas
O compartimento de estar dos oficiais a bordo, onde também são servidas suas
refeições, é denominado "Praça D'armas".
Essa denominação prende-se ao fato de que, nos navios antigos, as armas
portáteis eram guardadas nesse local, privativo dos oficiais.
A Tolda à Ré
Existem conveses com nomes especiais. Um convés parcial, acima do convés
principal na proa é o “convés do castelo”. A denominação é reminiscência do
antigo castelo que os navios medievais levavam na proa onde os guerreiros
combatiam.
Em certos navios existem mais dois conveses com nomes especiais: “o convés
do tombadilho”, que é o convés da parte alta da popa, e o “convés da tolda”.
Nos navios grandes o local onde permanece o Oficial de Serviço, no porto, é
chamado “convés da tolda à ré”.
Nele não é permitido a ninguém ficar, exceto o Oficial de Serviço e seus
auxiliares.
Corda e Cabo
Diz-se que na Marinha não há corda. Tudo é cabo. Cabos grossos e cabos
finos, cabos fixos e cabos de laborar..., mas tudo é cabo.
Existem porém, duas exceções:
- a corda do sino e
- a dos relógios
A Gente a Bordo
A Gente de Bordo
O “Comandante” é a autoridade suprema de bordo. O “Imediato” é o “Oficial
executivo do navio”, segundo do Comandante; é o substituto eventual do
Comandante: seu substituto Imediato.
A “gente de bordo” se compõe de “Comandante e Tripulação (Oficiais e
Guarnição)”. O Imediato e Oficiais constituem a “oficialidade”. Os demais
tripulantes constituem a Guarnição. As ordens para o navio emanam do
Comandante e são feitas executar pelo Imediato, que é o coordenador de todos
os trabalhos de bordo, exercendo a gerência das atividades administrativas..
A Hierarquia Naval
No Brasil, o estabelecimento deformação de oficiais do Corpo da Armada, de
Intendentes e de Fuzileiros Navais é a Escola Naval. Seus alunos são
Aspirantes e dela saem, ao concluírem o curso, como Guardas-Marinha.
A formação de praças é realizada pelas Escolas de Aprendizes-Marinheiros.
Os alunos dessas Escolas, após o término do curso, são nomeados
Marinheiros.
A unidade de combate naval é o navio. Os Grupamentos de navios constituem
as Forças Navais e as Esquadras. Os Almirantes, precipuamente, comandam
Forças Navais, grupamentos de navios. Sua hierarquia deve definir a
importância funcional do grupamento. Os postos de Almirantes, em sequência
ascendente são: Contra-Almirante, Vice-Almirante e Almirante de Esquadra.
O Comando dos navios cabe aos Comandantes. A importância funcional do
navio deve definir a hierarquia de seus Comandantes. É mantida
tradicionalmente a antiga importância dos navios para combate, classificados
O Pessoal de Serviço
Certos postos, ocupados pelo pessoal de serviço, são indicados por uniforme.
Assim, o “Oficial de Quarto” usa um apito, com um cadarço preto. No porto, o
“Oficial de Serviço”, além do apito, usa um cinturão com coldre e pistola. Para
auxiliar o Oficial de Serviço, existem: o “Contramestre de Serviço”, ajudante do
Oficial para manobra e aspectos de ordem marinheira do navio, que tem a
graduação de Suboficial ou Sargento e usa um apito com cadarço preto, um
cinturão com coldre e pistola; o “Polícia”, que é um Sargento ou um Cabo,
encarregado de auxiliar o Oficial de Serviço na fiscalização da disciplina e da
rotina, usa um cinto especial e um cassetete; o “Cabo Auxiliar”, que usa um
apito com cadarço preto e um cinto especial na cintura, com sabre, é o
O Sino de Bordo
No período compreendido entre os toques de alvorada e de silêncio, os
intervalos dos quartos são marcados por batidas do sino de bordo, feitas ao fim
de cada meia hora.
1ª meia-hora do
Uma batida singela
quarto:
2ª meia-hora do
Uma batida dupla
quarto:
3ª meia-hora do
Uma batida dupla e uma singela
quarto:
4ª meia-hora do
Duas batidas duplas
quarto:
5ª meia-hora do
Duas batidas duplas e uma singela
quarto:
6ª meia-hora do
Três batidasduplas
quarto:
7ª meia-hora do Três batidas batidas duplas e uma
quarto: singela
8ª meia-hora do
Quatro batidas duplas
quarto:
As batidas do sino são uma tradição naval a ser preservada pelos responsáveis
pela rotina de bordo. Deve haver o cuidado, por parte do sinaleiro, de bater
acompanhando o Capitânia, de modo a não haver o indesejável assincronismo.
As Fainas
Organizado em Divisões Administrativas ou em Quartos e Divisões de Serviço,
o navio está pronto para fazer frente aos trabalhos que envolvem toda a gente
de bordo ao mesmo tempo, ou parte dela, para um fim específico. Esses
trabalhos são chamados de "fainas". As fainas são gerais, comuns, especiais
ou de emergência.
Em um navio de guerra, a principal faina geral é a de Postos de Combate.
São fainas gerais e fainas comuns, entre outras:
- Preparar para suspender;
- Suspender (ou desamarrar ou desatracar);
- Preparar para fundear;
- Fundear (ou amarrar, ou atracar):
- Navegação em águas restritas(Detalhe Especial para o Mar);
- Recebimento de munição;
- Recebimento de material comum ou sobressalentes;
- Recebimento de mantimentos;
- Montagem ou desmontagem de toldos;
- Içar e arriar embarcações;
- Operações aéreas, decolagem e pouso de aeronaves;
- Inspeção de material;
::
Presidente da República
Comandante da Marinha
Autoridade que vence salvas de 19 tiros
Chefe do Estado Maior da armada
Comandante de Operações Navais
Comandante-em-Chefe da Esquadra
Oficial General Comandante de Força
Oficial General Comandante
Oficial General
Oficial Superior Comandante de Força
Oficial Superior
Imediato
Oficial Intermediário Comandante
Oficial Intermediário
Oficial Subalterno
Acelerar
Alvorada (Faxina)
Arejamento de Andainas
Baldeação
Banho de Água Doce para a Guarnição
Banho de Mar
Banho de Sol e Ducha
Boys ao Portaló
Chamada de Oficiais
Chegar ao Local de Ordem
Cobrir Armamento e Holofotes
Continência à Bandeira com Corneta
Continência à Bandeira
Continência entre navios
Contramestre
Cumprir Condiçoes de Fechamento do
Material
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
Vide Emenda
Constitucional nº 91, Emendas Constitucionais Emendas Constitucionais de Revisão
de 2016
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
Atos decorrentes do disposto no § 3º do art. 5º
ÍNDICE TEMÁTICO
Texto compilado
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bemestar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e
internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constituise em
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I a soberania;
II a cidadania;
III a dignidade da pessoa humana;
IV os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II garantir o desenvolvimento nacional;
III erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil regese nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I independência nacional;
II prevalência dos direitos humanos;
III autodeterminação dos povos;
IV nãointervenção;
V igualdade entre os Estados;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 1/107
17/03/2016 Constituição
VI defesa da paz;
VII solução pacífica dos conflitos;
VIII repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América
Latina, visando à formação de uma comunidade latinoamericana de nações.
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindose aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma
da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
eximirse de obrigação legal a todos imposta e recusarse a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação;
XI a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015)
(Vigência)
XII é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)
XIII é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer
ou dele sair com seus bens;
XVI todos podem reunirse pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que
não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal
em seu funcionamento;
XIX as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindose,
no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX ninguém poderá ser compelido a associarse ou a permanecer associado;
XXI as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente;
XXII é garantido o direito de propriedade;
XXIII a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante
justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano;
XXVI a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 2/107
17/03/2016 Constituição
XXVII aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo
tempo que a lei fixar;
XXVIII são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e
às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações
industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX é garantido o direito de herança;
XXXI a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
XXXII o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
XXXIV são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitálos, se omitirem;
XLIV constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático;
XLV nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 3/107
17/03/2016 Constituição
XLIX é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
LI nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
LVIII o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
LIX será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
LX a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do
preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendolhe assegurada a assistência da família e
de advogado;
LXIV o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia
e a do depositário infiel;
LXVIII concederseá habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX concederseá mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público;
LXX o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXXI concederseá mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII concederseá habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazêlo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade
de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada máfé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LXXVI são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (Vide Decreto nº 7.844, de 1989)
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
(Regulamento)
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados,
ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 4/107
17/03/2016 Constituição
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Art. 6 o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 26,
de 2000)
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 64, de 2010)
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
I relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
indenização compensatória, dentre outros direitos;
II segurodesemprego, em caso de desemprego involuntário;
III fundo de garantia do tempo de serviço;
IV salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família
com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa,
conforme definido em lei;
XII saláriofamília para os seus dependentes;
XII saláriofamília pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
XIII duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários
e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide DecretoLei nº 5.452, de 1943)
XIV jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX licençapaternidade, nos termos fixados em lei;
XX proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV aposentadoria;
XXV assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e préescolas;
XXV assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e préescolas;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
XXVI reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII proteção em face da automação, na forma da lei;
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XXVIII seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando
incorrer em dolo ou culpa;
XXIX ação, quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de:
a) cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após a extinção do contrato;
b) até dois anos após a extinção do contrato, para o trabalhador rural;
XXIX ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores
urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
25/05/2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
XXX proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado
civil;
XXXI proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;
XXXIII proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de quatorze
anos, salvo na condição de aprendiz;
XXXIII proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XXXIV igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII,
XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII,
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 72, de 2013)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao
Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica,
na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um
Município;
III ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas;
IV a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do
sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V ninguém será obrigado a filiarse ou a manterse filiado a sindicato;
VI é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical
e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicamse à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as
condições que a lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercêlo e sobre os interesses
que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses
profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade
exclusiva de promoverlhes o entendimento direto com os empregadores.
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
Art. 12. São brasileiros:
I natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do
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Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente,
ou venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em qualquer tempo, pela
nacionalidade brasileira;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem,
em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou
venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
II naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de trinta anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos previstos nesta Constituição.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I de Presidente e VicePresidente da República;
II de Presidente da Câmara dos Deputados;
III de Presidente do Senado Federal;
IV de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V da carreira diplomática;
VI de oficial das Forças Armadas.
VII de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária.
II adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos
da lei, mediante:
I plebiscito;
II referendo;
III iniciativa popular.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
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§ 2º Não podem alistarse como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I a nacionalidade brasileira;
II o pleno exercício dos direitos políticos;
III o alistamento eleitoral;
IV o domicílio eleitoral na circunscrição;
V a filiação partidária; Regulamento
VI a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e VicePresidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e ViceGovernador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, VicePrefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º São inelegíveis para os mesmos cargos, no período subseqüente, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído nos seis meses anteriores ao pleito.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
16, de 1997)
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por
adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído
dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastarse da atividade;
II se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da
diplomação, para a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração
direta ou indireta.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade
administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a
ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de
manifesta máfé.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II incapacidade civil absoluta;
III condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Art. 16 A lei que alterar o processo eleitoral só entrará em vigor um ano após sua promulgação.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um
ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)
CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: Regulamento
I caráter nacional;
II proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III prestação de contas à Justiça Eleitoral;
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IV funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, devendo seus
estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os
critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional,
estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 52, de 2006)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior
Eleitoral.
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICOADMINISTRATIVA
Art. 18. A organização políticoadministrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão
reguladas em lei complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporarse entre si, subdividirse ou desmembrarse para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados
ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei
complementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios preservarão a continuidade e a unidade históricocultural do
ambiente urbano, farseão por lei estadual, obedecidos os requisitos previstos em Lei Complementar estadual, e dependerão de consulta
prévia, mediante plebiscito, às populações diretamente interessadas.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, farseão por lei estadual, dentro do período determinado
por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
15, de 1996) Vide art. 96 ADCT
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencionálos, embaraçarlhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II recusar fé aos documentos públicos;
III criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
CAPÍTULO II
DA UNIÃO
Art. 20. São bens da União:
I os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de
comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com
outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas,
destas, as áreas referidas no art. 26, II;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas,
destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as
referidas no art. 26, II;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005)
V os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI o mar territorial;
VII os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII os potenciais de energia hidráulica;
IX os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e préhistóricos;
XI as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da
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União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de
outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação
financeira por essa exploração.
§ 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é
considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
Art. 21. Compete à União:
I manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
II declarar a guerra e celebrar a paz;
III assegurar a defesa nacional;
IV permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente;
V decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
VI autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII emitir moeda;
VIII administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e
capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
IX elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social;
X manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI explorar, diretamente ou mediante concessão a empresas sob controle acionário estatal, os serviços telefônicos, telegráficos, de
transmissão de dados e demais serviços públicos de telecomunicações, assegurada a prestação de serviços de informações por entidades
de direito privado através da rede pública de telecomunicações explorada pela União.
XI explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que
disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
XII explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens e demais serviços de telecomunicações;
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde
se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de
Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
XIII organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos
Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)
XIV organizar e manter a polícia federal, a polícia rodoviária e a ferroviária federais, bem como a polícia civil, a polícia militar e o corpo
de bombeiros militar do Distrito Federal e dos Territórios;
XIV organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência
financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
XV organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
XVI exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
XVII conceder anistia;
XVIII planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;
XIX instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; (Regulamento)
XX instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
XXI estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII executar os serviços de polícia marítima, aérea e de fronteira;
XXII executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
XXIII explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o
enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes
princípios e condições:
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a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de concessão ou permissão, é autorizada a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos medicinais, agrícolas,
industriais e atividades análogas;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos,
agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
c) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meiavida igual ou inferior a
duas horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
XXIV organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
II desapropriação;
III requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;
IV águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V serviço postal;
VI sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII comércio exterior e interestadual;
IX diretrizes da política nacional de transportes;
X regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XI trânsito e transporte;
XII jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV populações indígenas;
XV emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;
XVII organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização
administrativa destes;
XVII organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como
organização administrativa destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)
XVIII sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XIX sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX sistemas de consórcios e sorteios;
XXI normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de
bombeiros militares;
XXII competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;
XXIII seguridade social;
XXIV diretrizes e bases da educação nacional;
XXV registros públicos;
XXVI atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para a administração pública, direta e indireta, incluídas as
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas diversas esferas de governo, e empresas sob seu controle;
XXVII normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e
fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXVIII defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
XXIX propaganda comercial.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste
artigo.
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Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
III proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais
notáveis e os sítios arqueológicos;
IV impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
V proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à
inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
VI proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
X combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
territórios;
XII estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Lei complementar fixará normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bemestar em âmbito nacional.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bemestar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006)
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II orçamento;
III juntas comerciais;
IV custas dos serviços forenses;
V produção e consumo;
VI florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e
controle da poluição;
VII proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;
IX educação, cultura, ensino e desporto;
IX educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
X criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI procedimentos em matéria processual;
XII previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV proteção à infância e à juventude;
XVI organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitarseá a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS
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Art. 25. Os Estados organizamse e regemse pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, a empresa estatal, com exclusividade de distribuição, os serviços
locais de gás canalizado.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a
edição de medida provisória para a sua regulamentação.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995)
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de
interesse comum.
Art. 26. Incluemse entre os bens dos Estados:
I as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes
de obras da União;
II as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou
terceiros;
III as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos
Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando sêlhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral,
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 2º A remuneração dos Deputados Estaduais será fixada em cada legislatura, para a subseqüente, pela Assembléia Legislativa,
observado o que dispõem os arts. arts. 150, II, 153, III e 153, § 2.º, I.
§ 2.º A remuneração dos Deputados Estaduais será fixada em cada legislatura, para a subseqüente, pela Assembléia Legislativa,
observado o que dispõem os arts. arts. 150, II, 153, III e 153, § 2.º, I , na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquela
estabelecida, em espécie, para os Deputados Federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 1, 1992)
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e
cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e
prover os respectivos cargos.
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.
Art. 28. A eleição do Governador e do ViceGovernador de Estado, para mandato de quatro anos, realizarseá noventa dias antes do
término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá no dia 1º de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o
disposto no art. 77.
Art. 28. A eleição do Governador e do ViceGovernador de Estado, para mandato de quatro anos, realizarseá no primeiro domingo de
outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de
seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)
Parágrafo único. Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta,
ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a
posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.(Renumerado do parágrafo único, pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º Os subsídios do Governador, do ViceGovernador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembléia
Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
CAPÍTULO IV
Dos Municípios
Art. 29. O Município regerseá por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços
dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos:
I eleição do Prefeito, do VicePrefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado
em todo o País;
II eleição do Prefeito e do VicePrefeito até noventa dias antes do término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras
do art. 77, no caso de municípios com mais de duzentos mil eleitores;
II eleição do Prefeito e do VicePrefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que
devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores;(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de1997)
III posse do Prefeito e do VicePrefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição;
IV número de Vereadores proporcional à população do Município, observados os seguintes limites:
a) mínimo de nove e máximo de vinte e um nos Municípios de até um milhão de habitantes;
b) mínimo de trinta e três e máximo de quarenta e um nos Municípios de mais de um milhão e menos de cinco milhões de habitantes;
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c) mínimo de quarenta e dois e máximo de cinqüenta e cinco nos Municípios de mais de cinco milhões de habitantes;
IV para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de: (Redação dada pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito) (Vide ADIN 4307)
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional
nº 58, de 2009)
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; (Redação
dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes;
(Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e
cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000
(seiscentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta
mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000
(novecentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e
cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um
milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um
milhão e oitocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000
(dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até
3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro
milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco
milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis
milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete
milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito
milhões) de habitantes; e (Incluída pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
V remuneração do Prefeito, do VicePrefeito e dos Vereadores fixada pela Câmara Municipal em cada legislatura, para a subseqüente,
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III, e 153, § 2.º, I;
V subsídios do Prefeito, do VicePrefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o
que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)
VI a remuneração dos Vereadores corresponderá a, no máximo, setenta e cinco por cento daquela estabelecida, em espécie, para os
Deputados Estaduais, ressalvado o que dispõe o art. 37, XI; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
VI subsídio dos Vereadores fixado por lei de iniciativa da Câmara Municipal, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento
daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Estaduais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)
VI o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subseqüente, observado o
que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: (Redação
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dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do
subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento
do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinqüenta por cento
do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento
do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
VII o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do
Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
VIII inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município;
(Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
IX proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os
membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembléia Legislativa; (Renumerado do inciso
VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
X julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
XI organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional
nº 1, de 1992)
XII cooperação das associações representativas no planejamento municipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional nº
1, de 1992)
XIII iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de,
pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
XIV perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucional nº
1, de 1992)
Art. 29A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos,
não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5 o do art.
153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
I oito por cento para Municípios com população de até cem mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
I 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito)
II sete por cento para Municípios com população entre cem mil e um e trezentos mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 25, de 2000)
II 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Redação dada
pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
III seis por cento para Municípios com população entre trezentos mil e um e quinhentos mil habitantes; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
III 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes;
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
IV cinco por cento para Municípios com população acima de quinhentos mil habitantes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de
2000)
IV 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000
(três milhões) de habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
V 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
(Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
VI 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes.
(Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
§ 1 o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o
subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
§ 2 o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
I efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
II não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
III enviálo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
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Art. 30. Compete aos Municípios:
I legislar sobre assuntos de interesse local;
II suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar
contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de
transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação préescolar e de ensino
fundamental;
VI manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VII prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano;
IX promover a proteção do patrimônio históricocultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de
controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de
prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e
apreciação, o qual poderá questionarlhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
SEÇÃO I
DO DISTRITO FEDERAL
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger seá por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
§ 2º A eleição do Governador e do ViceGovernador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos
Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplicase o disposto no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.
SEÇÃO II
DOS TERRITÓRIOS
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá
órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as
eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.
CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I manter a integridade nacional;
II repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
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a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino;
III não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IV o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição
Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo
Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
II no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça
ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do ProcuradorGeral da República, na hipótese do art. 34, VII;
III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do ProcuradorGeral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no
caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV de provimento, pelo Superior Tribunal de Justiça, de representação do ProcuradorGeral da República, no caso de recusa à
execução de lei federal. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o
interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, farseá convocação extraordinária, no mesmo
prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa,
o decreto limitarseá a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37. A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, também, ao seguinte:
I os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei;
II a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como
aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
IV durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e
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títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
V os cargos em comissão e as funções de confiança serão exercidos, preferencialmente, por servidores ocupantes de cargo de
carreira técnica ou profissional, nos casos e condições previstos em lei;
V as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinamse apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VI é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar;
VII o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
VIII a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua
admissão;
IX a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público;
X a revisão geral da remuneração dos servidores públicos, sem distinção de índices entre servidores públicos civis e militares, farseá
sempre na mesma data;
X a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei
específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de
índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento)
XI a lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, observados, como
limites máximos e no âmbito dos respectivos poderes, os valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, por membros
do Congresso Nacional, Ministros de Estado e Ministros do Supremo Tribunal Federal e seus correspondentes nos Estados, no Distrito
Federal e nos Territórios, e, nos Municípios, os valores percebidos como remuneração, em espécie, pelo Prefeito; (Vide Lei nº 8.448, de
1992)
XI a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou
não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XI a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou
não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, aplicandose como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio
mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério
Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
XII os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder
Executivo;
XIII é vedada a vinculação ou equiparação de vencimentos, para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público, ressalvado o
disposto no inciso anterior e no art. 39, § 1º ;
XIII é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço
público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XIV os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados, para fins de concessão de
acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento;
XIV os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XV os vencimentos dos servidores públicos são irredutíveis, e a remuneração observará o que dispõem os arts. 37, XI e XII, 150, II,
153, III e § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, 1998)
XV o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e
XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XVI é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos privativos de médico;
XVI é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos privativos de médico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 34, de 2001)
XVII a proibição de acumular estendese a empregos e funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de economia
mista e fundações mantidas pelo Poder Público;
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XVII a proibição de acumular estendese a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
XVIII a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre
os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX somente por lei específica poderão ser criadas empresa pública , sociedade de economia mista, autarquia ou fundação pública;
XIX somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia
mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
XX depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim
como a participação de qualquer delas em empresa privada;
XXI ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo
de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (Regulamento)
XXII as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento
do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de
forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou
de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
da lei.
§ 3º As reclamações relativas à prestação de serviços públicos serão disciplinadas em lei.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao
usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e
XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
III a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao
erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite
o acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada
mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho
para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 9º O disposto no inciso XI aplicase às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os
cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de
caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Art. 38. Ao servidor público em exercício de mandato eletivo aplicam se as seguintes disposições:
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicamse as seguintes
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disposições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I tratandose de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendolhe facultado optar pela sua remuneração;
III investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os
efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.
SEÇÃO II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos
de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.1354)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998) (Vide ADIN nº 2.1354)
§ 1º A lei assegurará, aos servidores da administração direta, isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou
assemelhados do mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter
individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. (Vide Lei nº 8.448, de 1992)
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
II os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º Aplicase a esses servidores o disposto no art. 7º, IV, VI, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX.
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
públicos, constituindose a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de
convênios ou contratos entre os entes federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Aplicase aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração
dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da
economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de
adicional ou prêmio de produtividade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 40. O servidor será aposentado:
I por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrentes de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença
grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e proporcionais nos demais casos;
II compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;
III voluntariamente:
a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se mulher, com proventos integrais;
b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e vinte e cinco, se professora, com proventos integrais;
c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.
§ 1º Lei complementar poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso III, "a" e "c", no caso de exercício de atividades
consideradas penosas, insalubres ou perigosas.
§ 2º A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou empregos temporários.
§ 3º O tempo de serviço público federal, estadual ou municipal será computado integralmente para os efeitos de aposentadoria e de
disponibilidade.
§ 4º Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração
dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos
servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a
aposentadoria, na forma da lei.
§ 5º O benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, até o limite
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estabelecido em lei, observado o disposto no parágrafo anterior.
Art. 40 Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias
e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial
e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente
público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto
neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a
partir dos valores fixados na forma do § 3º:
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a
partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço,
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
I por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço,
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)
II compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
III voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo
efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se
mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo
servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 3º Os proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão calculados com base na remuneração do servidor no cargo
efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponderão à totalidade da remuneração. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas
como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que
trata este artigo, ressalvados os casos de atividades exercidas exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física, definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que
trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005)
I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o
professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental
e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 6.º As aposentadorias e pensões dos servidores públicos federais serão custeadas com recursos provenientes da União e das
contribuições dos servidores, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais
de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício da pensão por morte, que será igual ao valor dos proventos do servidor falecido ou
ao valor dos proventos a que teria direito o servidor em atividade na data de seu falecimento, observado o disposto no § 3º. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
41, 19.12.2003)
I ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do
óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
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II ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido
para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este
limite, caso em atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 8º Observado o disposto no art. 37, XI, os proventos de aposentadoria e as pensões serão revistos na mesma proporção e na mesma
data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos aposentados e aos pensionistas
quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação
ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão, na forma
da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservarlhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço
correspondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 20, de 15/12/98) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11 Aplicase o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de
cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao
montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 12 Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que
couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 13 Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de
outro cargo temporário ou de emprego público, aplicase o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)
§ 14 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus
respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime
de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 15 Observado o disposto no art. 202, lei complementar disporá sobre as normas gerais para a instituição de regime de previdência
complementar pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, para atender aos seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo,
observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de
natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 16 Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § § 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado
no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na
forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual
ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III,
a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até
completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de
mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que
superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta
Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
2005)
Art. 41. São estáveis, após dois anos de efetivo exercício, os servidores nomeados em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou mediante processo
administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga reconduzido
ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade remunerada, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
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proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para
essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
SEÇÃO III
DOS SERVIDORES PÚBLICOS MILITARES
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Art. 42. São servidores militares federais os integrantes das Forças Armadas e servidores militares dos Estados, Territórios e Distrito
Federal os integrantes de suas polícias militares e de seus corpos de bombeiros militares.
§ 1º As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva
ou reformados das Forças Armadas, das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos Estados, dos Territórios e do Distrito
Federal, sendolhes privativos os títulos, postos e uniformes militares.
§ 2º As patentes dos oficiais das Forças Armadas são conferidas pelo Presidente da República, e as dos oficiais das polícias militares e
corpos de bombeiros militares dos Estados, Territórios e Distrito Federal, pelos respectivos Governadores.
§ 3º O militar em atividade que aceitar cargo público civil permanente será transferido para a reserva.
§ 4º O militar da ativa que aceitar cargo, emprego ou função pública temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ficará
agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antigüidade, contandoselhe o
tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou
não, transferido para a inatividade.
§ 5º Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.
§ 6º O militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar filiado a partidos políticos.
§ 7º O oficial das Forças Armadas só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão
de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra.
§ 8º O oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em
julgado, será submetido ao julgamento previsto no parágrafo anterior.
§ 9º A lei disporá sobre os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do servidor militar para a inatividade.
§ 10 Aplicase aos servidores a que se refere este artigo, e a seus pensionistas, o disposto no art. 40, §§ 4º e 5º.
§ 10 Aplicase aos servidores a que se refere este artigo, e a seus pensionistas, o disposto no art. 40, §§ 4.º, 5.º e 6.º (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 11 Aplicase aos servidores a que se refere este artigo o disposto no art. 7º, VIII, XII, XVII, XVIII e XIX.
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina,
são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
§ 1º Aplicamse aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do
art. 14, § 8º; do art. 40, § 3º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, 3º, inciso X,
sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos Governadores.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
§ 2º Aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios e a seus pensionistas, aplicase o disposto no art. 40, §§ 4º e 5º; e aos
militares do Distrito Federal e dos Territórios, o disposto no art. 40, § 6º.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
§ 1º Aplicamse aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do
art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X,
sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 2º Aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios e a seus pensionistas, aplicase o disposto no art. 40, §§ 7º e 8º.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplicase o que for fixado em lei específica do
respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
SEÇÃO IV
DAS REGIÕES
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu
desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
§ 1º Lei complementar disporá sobre:
I as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
II a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de
desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes.
§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:
I igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder Público;
II juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
III isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
IV prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de
baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e médios
proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.
TÍTULO IV
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DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO
SEÇÃO I
DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõese de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada
Território e no Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
complementar, proporcionalmente à população, procedendose aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma
daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados. (Vide Lei Complementar nº 78, de 1993)
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõese de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois
terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria
dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51
e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
I sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
III fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
V limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;
VI incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas;
VII transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII concessão de anistia;
IX organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização
judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal;
IX organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização
judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)
X criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas;
X criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
XI criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da administração pública;
XI criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
XII telecomunicações e radiodifusão;
XIII matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
XIV moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
XV fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XV fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153,
§ 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
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I resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional;
II autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território
nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;
III autorizar o Presidente e o VicePresidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;
IV aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI mudar temporariamente sua sede;
VII fixar idêntica remuneração para os Deputados Federais e os Senadores, em cada legislatura, para a subseqüente, observado o
que dispõem os arts. 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
VII fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VIII fixar para cada exercício financeiro a remuneração do Presidente e do VicePresidente da República e dos Ministros de Estado,
observado o que dispõem os arts. 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
VIII fixar os subsídios do Presidente e do VicePresidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts.
37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IX julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de
governo;
X fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração
indireta;
XI zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;
XII apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;
XIII escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XIV aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
XV autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares.
Art. 50. A Câmara dos Deputados ou o Senado Federal, bem como qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado
para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem
justificação adequada.
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou
quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre
assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.(Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por
sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de
Estado, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de
informações falsas.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de
Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não
atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão
nº 2, de 1994)
SEÇÃO III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
I autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o VicePresidente da República e os
Ministros de Estado;
II proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta
dias após a abertura da sessão legislativa;
III elaborar seu regimento interno;
IV dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus
serviços e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
IV dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus
serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
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SEÇÃO IV
DO SENADO FEDERAL
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I processar e julgar o Presidente e o VicePresidente da República nos crimes de responsabilidade e os Ministros de Estado nos crimes
da mesma natureza conexos com aqueles;
I processar e julgar o Presidente e o VicePresidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado
e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, o ProcuradorGeral da República e o AdvogadoGeral da União nos
crimes de responsabilidade;
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do
Ministério Público, o ProcuradorGeral da República e o AdvogadoGeral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) ProcuradorGeral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter
permanente;
V autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios;
VI fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
VII dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;
IX estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do ProcuradorGeral da República antes do término de
seu mandato;
XII elaborar seu regimento interno;
XIII dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de
seus serviços e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
XIII dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de
seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XIV eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho
das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitandose a
condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos,
para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
SEÇÃO V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos.
§ 1º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime
inafiançável, nem processados criminalmente, sem prévia licença de sua Casa.
§ 2º O indeferimento do pedido de licença ou a ausência de deliberação suspende a prescrição enquanto durar o mandato.
§ 3º No caso de flagrante de crime inafiançável, os autos serão remetidos, dentro de vinte e quatro horas, à Casa respectiva, para que,
pelo voto secreto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão e autorize, ou não, a formação de culpa.
§ 4º Os Deputados e Senadores serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
§ 5º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício
do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
§ 6º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de
prévia licença da Casa respectiva.
§ 7º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de
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dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos, praticados fora do recinto do Congresso, que sejam incompatíveis com a
execução da medida.
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime
inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus
membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará
ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a
decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento
pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de
2001)
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício
do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35,
de 2001)
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de
prévia licença da Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de
dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis
com a execução da medida.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou
empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades
constantes da alínea anterior;
II desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito
público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença
ou missão por esta autorizada;
IV que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas
a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto
secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional,
assegurada ampla defesa.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo
Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
76, de 2013)
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação
de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus
efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994)
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
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I investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de
Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;
II licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste
caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e
vinte dias.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, farseá eleição para preenchêla se faltarem mais de quinze meses para o término do
mandato.
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.
SEÇÃO VI
DAS REUNIÕES
Art. 57. O Congresso Nacional reunirseá, anualmente, na Capital Federal, de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de
dezembro.
Art. 57. O Congresso Nacional reunirseá, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de
dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em sábados,
domingos ou feriados.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunirseão em sessão conjunta
para:
I inaugurar a sessão legislativa;
II elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
III receber o compromisso do Presidente e do VicePresidente da República;
IV conhecer do veto e sobre ele deliberar.
§ 4º Cada uma das Casas reunirseá em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a
posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição
imediatamente subseqüente.
§ 4º Cada uma das Casas reunirseá em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse
de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição
imediatamente subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos,
alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional farseá:
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional farseá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
I pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de
autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do VicePresidente Presidente da
República;
II pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, ou a requerimento da maioria
dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante.
II pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos
membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da
maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado.
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, vedado o
pagamento de parcela indenizatória em valor superior ao do subsídio mensal.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado,
ressalvada a hipótese do § 8º, vedado o pagamento de parcela indenizatória em valor superior ao subsídio mensal. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado,
ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 50, de 2006)
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente
incluídas na pauta da convocação.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
SEÇÃO VII
DAS COMISSÕES
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições
previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
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§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos
ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um
décimo dos membros da Casa;
II realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
IV receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou
entidades públicas;
V solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros
previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária
do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da
representação partidária.
SEÇÃO VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO
SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÃO GERAL
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I emendas à Constituição;
II leis complementares;
III leis ordinárias;
IV leis delegadas;
V medidas provisórias;
VI decretos legislativos;
VII resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
SUBSEÇÃO II
DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II do Presidente da República;
III de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestandose, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerandose aprovada se obtiver,
em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número
de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I a forma federativa de Estado;
II o voto direto, secreto, universal e periódico;
III a separação dos Poderes;
IV os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma
sessão legislativa.
SUBSEÇÃO III
DAS LEIS
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Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador
Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis, reforma e
transferência de militares para a inatividade;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;(Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério
Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da administração pública.
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e
transferência para a reserva.(Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um
por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada
um deles.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo
submetêlas de imediato ao Congresso Nacional, que, estando em recesso, será convocado extraordinariamente para se reunir no prazo de
cinco dias.
Parágrafo único. As medidas provisórias perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de trinta dias, a
partir de sua publicação, devendo o Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas delas decorrentes.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo
submetêlas de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
I relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
II que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
III reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
IV já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei
no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por
decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contarseá da publicação da medida provisória, suspendendose durante os períodos de recesso
do Congresso Nacional.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio
sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de
urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as
demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 7º Prorrogarseá uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua
publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
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§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem
apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001)
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua
eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida
provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservarseão por ela regidas. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manterseá integralmente em vigor até
que seja sancionado ou vetado o projeto.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:
I nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
II nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais
e do Ministério Público.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos
Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
§ 2º Se, no caso do parágrafo anterior, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem, cada qual,
sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobre a proposição, será esta incluída na ordem do dia, sobrestandose a deliberação quanto
aos demais assuntos, para que se ultime a votação.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual
sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestarseão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção
das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados farseá no prazo de dez dias, observado quanto ao
mais o disposto no parágrafo anterior.
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou
promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o
sancionará.
§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetálo
á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao
Presidente do Senado Federal os motivos do veto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto
da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto.
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só
podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 76, de 2013)
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas
as demais proposições, até sua votação final, ressalvadas as matérias de que trata o art. 62, parágrafo único.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas
as demais proposições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente
do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao VicePresidente do Senado fazêlo.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa,
mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara
dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:
I organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os
termos de seu exercício.
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§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer
emenda.
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.
SEÇÃO IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade pública que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete:
I apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
sessenta dias a contar de seu recebimento;
II julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta,
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta,
incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem
como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal
do ato concessório;
IV realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e
auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos
termos do tratado constitutivo;
VI fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas
Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
realizadas;
VIII aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
ilegalidade;
X sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
XI representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder
Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior,
o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a
forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no
prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento
conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à
economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e
jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
I mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II idoneidade moral e reputação ilibada;
III notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;
IV mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso
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anterior.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros
do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento;
II dois terços pelo Congresso Nacional.
§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens
dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça e somente poderão aposentarse com as vantagens do cargo quando o tiverem exercido
efetivamente por mais de cinco anos.
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens
dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicandoselhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das
demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos
órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao
Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicamse, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de
Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete
Conselheiros.
CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
SEÇÃO I
DO PRESIDENTE E DO VICEPRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
Art. 77. A eleição do Presidente e do VicePresidente da República realizarseá, simultaneamente, noventa dias antes do término do
mandato presidencial vigente.
Art. 77. A eleição do Presidente e do VicePresidente da República realizarseá, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em
primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial
vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do VicePresidente com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não
computados os em branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, farseá nova eleição em até vinte dias após a proclamação
do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerandose eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocarseá, dentre os
remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar
seá o mais idoso.
Art. 78. O Presidente e o VicePresidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de
manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a
independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o VicePresidente, salvo motivo de força maior,
não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e sucederlheá, no de vaga, o VicePresidente.
Parágrafo único. O VicePresidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o
Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do VicePresidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente
chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e VicePresidente da República, farseá eleição noventa dias depois de aberta a última
vaga.
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§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois
da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de cinco anos, vedada a reeleição para o período subseqüente, e terá início em 1º
de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.(Vide Emenda Constitucional de Revisão nº 5, de 1994)
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua
eleição.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
Art. 83. O Presidente e o VicePresidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentarse do País por
período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
V vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal, na forma da lei;
VI dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de
órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
VII manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
IX decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X decretar e executar a intervenção federal;
XI remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação
do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XII conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
XIII exercer o comando supremo das Forças Armadas, promover seus oficiaisgenerais e nomeálos para os cargos que lhes são
privativos;
XIII exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover
seus oficiaisgenerais e nomeálos para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
XIV nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os
Governadores de Territórios, o ProcuradorGeral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando
determinado em lei;
XV nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o AdvogadoGeral da União;
XVII nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida
no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente;
XXIII enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento
previstos nesta Constituição;
XXIV prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas
referentes ao exercício anterior;
XXV prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
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Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos
Ministros de Estado, ao ProcuradorGeral da República ou ao AdvogadoGeral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.
SEÇÃO III
DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e,
especialmente, contra:
I a existência da União;
II o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da
Federação;
III o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV a segurança interna do País;
V a probidade na administração;
VI a lei orçamentária;
VII o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixacrime pelo Supremo Tribunal Federal;
II nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem
prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas
funções.
SEÇÃO IV
DOS MINISTROS DE ESTADO
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
I exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência e
referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República;
II expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;
IV praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação, estruturação e atribuições dos Ministérios.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
SEÇÃO V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
SUBSEÇÃO I
DO CONSELHO DA REPÚBLICA
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:
I o VicePresidente da República;
II o Presidente da Câmara dos Deputados;
III o Presidente do Senado Federal;
IV os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI o Ministro da Justiça;
VII seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois
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eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciarse sobre:
I intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta
questão relacionada com o respectivo Ministério.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.
SUBSEÇÃO II
DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania
nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos:
I o VicePresidente da República;
II o Presidente da Câmara dos Deputados;
III o Presidente do Senado Federal;
IV o Ministro da Justiça;
V os Ministros militares;
V o Ministro de Estado da Defesa;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
VI o Ministro das Relações Exteriores;
VII o Ministro do Planejamento.
VIII os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição;
II opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
III propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo
uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
IV estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do
Estado democrático.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.
CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I o Supremo Tribunal Federal;
IA o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II o Superior Tribunal de Justiça;
III os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI os Tribunais e Juízes Militares;
VII os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
Parágrafo único. O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal e jurisdição em todo o território
nacional.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os
seguintes princípios:
I ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, através de concurso público de provas e títulos, com a participação da
Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, obedecendose, nas nomeações, à ordem de classificação;
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I ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da
Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindose do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
obedecendose, nas nomeações, à ordem de classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da
lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento pelos critérios da presteza e segurança no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em
cursos reconhecidos de aperfeiçoamento;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e
pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
d) na apuração da antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto de dois terços de seus membros,
conforme procedimento próprio, repetindose a votação até fixarse a indicação;
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus
membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindose a votação até fixarse a indicação; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvêlos ao
cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III o acesso aos tribunais de segundo grau farseá por antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na última entrância ou,
onde houver, no Tribunal de Alçada, quando se tratar de promoção para o Tribunal de Justiça, de acordo com o inciso II e a classe de
origem;
IV previsão de cursos oficiais de preparação e aperfeiçoamento de magistrados como requisitos para ingresso e promoção na carreira;
III o acesso aos tribunais de segundo grau farseá por antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única
entrância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo
de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V os vencimentos dos magistrados serão fixados com diferença não superior a dez por cento de uma para outra das categorias da
carreira, não podendo, a título nenhum, exceder os dos Ministros do Supremo Tribunal Federal;
V o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os
Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez
por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores,
obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
VI a aposentadoria com proventos integrais é compulsória por invalidez ou aos setenta anos de idade, e facultativa aos trinta anos de
serviço, após cinco anos de exercício efetivo na judicatura;
VI a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca;
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundarseá em decisão por voto de dois
terços do respectivo tribunal, assegurada ampla defesa;
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente
a estes;
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus
membros;
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o
máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais da competência do tribunal pleno.
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundarseá em decisão por voto da maioria
absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
VIIIA a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas
alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria
absoluta de seus membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o
máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal
pleno, provendose metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos
dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
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XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será
composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas
classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviandoa ao Poder Executivo, que, nos vinte dias
subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de
deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o que dispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
III irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III dedicarse à atividade políticopartidária.
IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as
exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por
aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 96. Compete privativamente:
I aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade
correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos
necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;
II ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado
o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a fixação de vencimentos de seus membros, dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde
houver, dos serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a
fixação do subsídio de seus membros e dos juizes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver, ressalvado o disposto no art. 48, XV;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a
fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público,
nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de
causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
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17/03/2016 Constituição
II justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e
competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
Parágrafo único. Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 22, de 1999)
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei
de diretrizes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos
tribunais;
II no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos
respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de
diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na
lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do
§ 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que
extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 100. à exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em
virtude de sentença judiciária, farseão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos
respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
§ 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos
constantes de precatórios judiciários, apresentados até 1º de julho, data em que terão atualizados seus valores, fazendose o pagamento
até o final do exercício seguinte.
§ 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos
oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendose o pagamento
até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 30,
de 2000)
§ 1ºA Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas
complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em virtude de
sentença transitada em julgado.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 2º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados ao Poder Judiciário, recolhendose as importâncias
respectivas à repartição competente, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exeqüenda determinar o pagamento,
segundo as possibilidades do depósito, e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para o caso de preterimento de seu direito de
precedência, o seqüestro da quantia necessária à satisfação do débito.
§ 2º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do
Tribunal que proferir a decisão exeqüenda determinar o pagamento segundo as possibilidades do depósito, e autorizar, a requerimento do
credor, e exclusivamente para o caso de preterimento de seu direito de precedência, o seqüestro da quantia necessária à satisfação do
débito.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 3° O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição de precatórios, não se aplica aos pagamentos de obrigações
definidas em lei como de pequeno valor que a Fazenda Federal, Estadual ou Municipal deva fazer em virtude de sentença judicial transitada
em julgado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 3º O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição de precatórios, não se aplica aos pagamentos de obrigações
definidas em lei como de pequeno valor que a Fazenda Federal, Estadual, Distrital ou Municipal deva fazer em virtude de sentença judicial
transitada em julgado.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 4º São vedados a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago, bem como fracionamento, repartição ou
quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento não se faça, em parte, na forma estabelecida no § 3º deste artigo e, em parte,
mediante expedição de precatório. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
§ 5º A lei poderá fixar valores distintos para o fim previsto no § 3º deste artigo, segundo as diferentes capacidades das entidades de
direito público. (Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000 e Renumerado pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
§ 6º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de
precatório incorrerá em crime de responsabilidade. (Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000 e Renumerado pela
Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária,
farseão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação
de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009). (Vide Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas
complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de
sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no §
2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do
precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até
o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade,
sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009).
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 39/107
17/03/2016 Constituição
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas
em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo
as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos,
oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendose o pagamento
até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62,
de 2009).
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de
precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou
quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de
compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela
Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude
de contestação administrativa ou judicial. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob
pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele
previstos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para
compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo
pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para
fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando
excluída a incidência de juros compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e
à entidade devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para
pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma
e prazo de liquidação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e
Municípios, refinanciandoos diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
SEÇÃO II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõese de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendolhe:
I processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual;
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei
ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o VicePresidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios
Ministros e o ProcuradorGeral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado, ressalvado o disposto no art. 52, I, os
membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de
missão diplomática de caráter permanente;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data
contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
ProcuradorGeral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;
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17/03/2016 Constituição
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas
entidades da administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h) a homologação das sentenças estrangeiras e a concessão do "exequatur" às cartas rogatórias, que podem ser conferidas pelo
regimento interno a seu Presidente; (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
i) o habeas corpus, quando o coator ou o paciente for tribunal, autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à
jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos
estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única
instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos
processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos
membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e
qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso
Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União,
de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
II julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais
Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
III julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Parágrafo único. A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo
Tribunal Federal, na forma da lei.
§ 1º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal
Federal, na forma da lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações declaratórias de constitucionalidade de lei
ou ato normativo federal, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e ao
Poder Executivo. (Incluído em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas
ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos
termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusálo pela manifestação de dois terços de seus
membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 103. Podem propor a ação de inconstitucionalidade:
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
I o Presidente da República;
II a Mesa do Senado Federal;
III a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembléia Legislativa;
IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
V o Governador de Estado;
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17/03/2016 Constituição
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI o ProcuradorGeral da República;
VII o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII partido político com representação no Congresso Nacional;
IX confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º O ProcuradorGeral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de
competência do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder
competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazêlo em trinta dias.
§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará,
previamente, o AdvogadoGeral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
§ 4.º A ação declaratória de constitucionalidade poderá ser proposta pelo Presidente da República, pela Mesa do Senado Federal, pela
Mesa da Câmara dos Deputados ou pelo ProcuradorGeral da República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)(Revogado
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após
reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei
nº 11.417, de 2006).
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia
atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de
processos sobre questão idêntica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por
aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao
Supremo Tribunal Federal que, julgandoa procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará
que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 103B. O Conselho Nacional de Justiça compõese de quinze membros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e seis anos
de idade, com mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I um Ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 103B. O Conselho Nacional de Justiça compõese de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma)
recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)
I o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)
II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo ProcuradorGeral da República dentre os nomes indicados pelo órgão
competente de cada instituição estadual; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado
Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º O Conselho será presidido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, que votará em caso de empate, ficando excluído da
distribuição de processos naquele tribunal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice
Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)
§ 2º Os membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
Senado Federal.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
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17/03/2016 Constituição
absoluta do Senado Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres
funcionais dos juízes, cabendolhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no
âmbito de sua competência, ou recomendar providências; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por
membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituílos, revêlos ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias
ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares,
serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo
da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes
órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as
atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional,
por ocasião da abertura da sessão legislativa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de MinistroCorregedor e ficará excluído da distribuição de processos
no Tribunal, competindolhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III requisitar e designar magistrados, delegandolhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados,
Distrito Federal e Territórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o ProcuradorGeral da República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e
denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando
diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
SEÇÃO III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõese de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com
mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pelo
Senado Federal, sendo:
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com
mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal, sendo:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em
lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
II um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios,
alternadamente, indicados na forma do art. 94.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores
dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado ou do próprio Tribunal;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
c) os habeas corpus, quando o coator ou o paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for
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Ministro de Estado, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
c) os habeas corpus, quando o coator ou o paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", quando coator for tribunal,
sujeito à sua jurisdição, ou Ministro de Estado, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
22, de 1999)
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for
tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele
não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e
administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da
administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da
Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;(Incluída pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
II julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa
residente ou domiciliada no País;
III julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais
dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negarlhes vigência;
b) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei federal;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Parágrafo único. Funcionará junto ao Superior Tribunal de Justiça o Conselho da Justiça Federal, cabendolhe, na forma da lei, exercer
a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendolhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos
oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II o Conselho da Justiça Federal, cabendolhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal
de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
SEÇÃO IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
I os Tribunais Regionais Federais;
II os Juízes Federais.
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõemse de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e
nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com
mais de dez anos de carreira;
II os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento,
alternadamente.
Parágrafo único. A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e
sede.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede.
(Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindose de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o
pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
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Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;
II julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal
da área de sua jurisdição.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
IV os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter
ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
VA as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico
financeira;
VII os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não
estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos
tribunais federais;
IX os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
X os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença
estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde
houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem
parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa
condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de
primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o ProcuradorGeral da República, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a
Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas
localizadas segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local,
na forma da lei.
SEÇÃO V
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I o Tribunal Superior do Trabalho;
II os Tribunais Regionais do Trabalho;
III as Juntas de Conciliação e Julgamento.
III Juizes do Trabalho.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
§ 1º O Tribunal Superior do Trabalho comporseá de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e
menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pelo Senado Federal, sendo:
§ 1º. O Tribunal Superior do Trabalho comporseá de dezessete Ministros, togados e vitalícios, escolhidos dentre brasileiros com mais de
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17/03/2016 Constituição
trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal, dos quais
onze escolhidos dentre juizes dos Tribunais Regionais do Trabalho, integrantes da carreira da magistratura trabalhista, três dentre advogados
e três dentre membros do Ministério Público do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)(Revogado pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I dezessete togados e vitalícios, dos quais onze escolhidos dentre juízes de carreira da magistratura trabalhista, três dentre advogados
e três dentre membros do Ministério Público do Trabalho;
II dez classistas temporários, com representação paritária dos trabalhadores e empregadores. (Revogado pela Emenda Constitucional
nº 24, de 1999)
§ 2º O Tribunal encaminhará ao Presidente da República listas tríplices, observandose, quanto às vagas destinadas aos advogados e
aos membros do Ministério Público, o disposto no art. 94, e, para as de classistas, o resultado de indicação de colégio eleitoral integrado
pelas diretorias das confederações nacionais de trabalhadores ou empregadores, conforme o caso; as listas tríplices para o provimento de
cargos destinados aos juízes da magistratura trabalhista de carreira deverão ser elaboradas pelos Ministros togados e vitalícios.
§ 2º. O Tribunal encaminhará ao Presidente da República listas tríplices, observandose, quanto às vagas destinadas aos advogados e
aos membros do Ministério Público, o disposto no art. 94; as listas tríplices para o provimento de cargos destinados aos juízes da
magistratura trabalhista de carreira deverão ser elaboradas pelos Ministros togados e vitalícios. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 24, de 1999) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 111A. O Tribunal Superior do Trabalho comporseá de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e
cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado
Federal, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com
mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal
Superior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendolhe, dentre outras funções, regulamentar os
cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendolhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária,
financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito
vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 112. Haverá pelo menos um Tribunal Regional do Trabalho em cada Estado e no Distrito Federal, e a lei instituirá as Juntas de
Conciliação e Julgamento, podendo, nas comarcas onde não forem instituídas, atribuir sua jurisdição aos juízes de direito.
Art. 112. Haverá pelo menos um Tribunal Regional do Trabalho em cada Estado e no Distrito Federal, e a lei instituirá as Varas do
Trabalho, podendo, nas comarcas onde não forem instituídas, atribuir sua jurisdição aos juízes de direito.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 24, de 1999)
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuíla aos juízes de
direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da
Justiça do Trabalho, assegurada a paridade de representação de trabalhadores e empregadores.
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da
Justiça do Trabalho.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores,
abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e
da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no
cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas.
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das
sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusandose qualquer das partes à negociação ou à arbitragem, é facultado aos respectivos sindicatos ajuizar dissídio coletivo,
podendo a Justiça do Trabalho estabelecer normas e condições, respeitadas as disposições convencionais e legais mínimas de proteção ao
trabalho.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 46/107
17/03/2016 Constituição
§ 3° Compete ainda à Justiça do Trabalho executar, de ofício, as contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos
legais, decorrentes das sentenças que proferir.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 2º Recusandose qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar
dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de
proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá
ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho serão compostos de juízes nomeados pelo Presidente da República, sendo dois terços de
juízes togados vitalícios e um terço de juízes classistas temporários, observada, entre os juízes togados, a proporcionalidade estabelecida no
art. 111, § 1º, I.
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho serão compostos de juízes nomeados pelo Presidente da República, observada a
proporcionalidade estabelecida no § 2º do art. 111. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)}
Parágrafo único. Os magistrados dos Tribunais Regionais do Trabalho serão:
I juízes do trabalho, escolhidos por promoção, alternadamente, por antigüidade e merecimento;
II advogados e membros do Ministério Público do Trabalho, obedecido o disposto no art. 94;
III classistas indicados em listas tríplices pelas diretorias das federações e dos sindicatos com base territorial na região. (Revogado pela
Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõemse de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva
região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com
mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento, alternadamente. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindose de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o
pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 116. A Junta de Conciliação e Julgamento será composta de um juiz do trabalho, que a presidirá, e dois juízes classistas
temporários, representantes dos empregados e dos empregadores.
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de
1999)
Parágrafo único. Os juízes classistas das Juntas de Conciliação e Julgamento serão nomeados pelo Presidente do Tribunal Regional do
Trabalho, na forma da lei, permitida uma recondução. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
Art. 117. O mandato dos representantes classistas, em todas as instâncias, é de três anos.
Parágrafo único. Os representantes classistas terão suplentes. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)
SEÇÃO VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I o Tribunal Superior Eleitoral;
II os Tribunais Regionais Eleitorais;
III os Juízes Eleitorais;
IV as Juntas Eleitorais.
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral comporseá, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o VicePresidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal
Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais comporseão:
I mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal,
escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 47/107
17/03/2016 Constituição
III por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o VicePresidente dentre os desembargadores.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes
for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios
consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de
habeas corpus ou mandado de segurança.
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
I forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;
II ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
III versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;
IV anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;
V denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção.
SEÇÃO VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I o Superior Tribunal Militar;
II os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar comporseá de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de
aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiaisgenerais da Marinha, quatro dentre oficiaisgenerais do Exército, três
dentre oficiaisgenerais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos,
sendo:
I três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional;
II dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.
SEÇÃO VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal
de Justiça.
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em
face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos
Conselhos de Justiça e, em segundo, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo da
polícia militar seja superior a vinte mil integrantes.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos
juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos
Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os policiais militares e bombeiros militares nos crimes militares, definidos em lei,
cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações
judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir
sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações
judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais
crimes militares. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso
do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos
limites territoriais da respectiva jurisdição, servindose de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 48/107
17/03/2016 Constituição
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça designará juízes de entrância especial, com competência exclusiva para
questões agrárias.
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva
para questões agrárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz farseá presente no local do litígio.
CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
SEÇÃO I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindolhe a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao
Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendoos por concurso público de provas e de provas e
títulos; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao
Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendoos por concurso público de provas ou de provas e
títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes
orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o
Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que
extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 128. O Ministério Público abrange:
I o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o ProcuradorGeral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre
integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado
Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.
§ 2º A destituição do ProcuradorGeral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da
maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na
forma da lei respectiva, para escolha de seu ProcuradorGeral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois
anos, permitida uma recondução.
§ 4º Os ProcuradoresGerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta
do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos ProcuradoresGerais, estabelecerão a
organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:
I as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, por
voto de dois terços de seus membros, assegurada ampla defesa;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo
voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o que dispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 49/107
17/03/2016 Constituição
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º,
I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade políticopartidária, salvo exceções previstas na lei.
e) exercer atividade políticopartidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as
exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º Aplicase aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição,
promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
interesses difusos e coletivos;
IV promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos
nesta Constituição;
V defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí
los, na forma da lei complementar respectiva;
VII exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;
VIII requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações
processuais;
IX exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendolhe vedada a representação
judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses,
segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
§ 2º As funções de Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva
lotação.
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva
lotação, salvo autorização do chefe da instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º O ingresso na carreira farseá mediante concurso público de provas e títulos, assegurada participação da Ordem dos Advogados
do Brasil em sua realização, e observada, nas nomeações, a ordem de classificação.
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público farseá mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da
Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindose do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
observandose, nas nomeações, a ordem de classificação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Aplicase ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93, II e VI.
§ 4º Aplicase ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicamse as disposições desta seção pertinentes a direitos,
vedações e forma de investidura.
Art. 130A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõese de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República,
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I o ProcuradorGeral da República, que o preside;
II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras;
III três membros do Ministério Público dos Estados;
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 50/107
17/03/2016 Constituição
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do
cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua
competência, ou recomendar providências;
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por
membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituílos, revêlos ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus
serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso,
determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras
sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados
julgados há menos de um ano;
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as
atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério Público que o integram,
vedada a recondução, competindolhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegandolhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério
Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber reclamações e denúncias de
qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente
ao Conselho Nacional do Ministério Público.
SEÇÃO II
DA ADVOCACIAGERAL DA UNIÃO
DA ADVOCACIA PÚBLICA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 131. A AdvocaciaGeral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e
extrajudicialmente, cabendolhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de
consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
§ 1º A AdvocaciaGeral da União tem por chefe o AdvogadoGeral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre
cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo farseá mediante concurso público de provas e
títulos.
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional,
observado o disposto em lei.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas
unidades federadas, organizados em carreira na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, observado o disposto
no art. 135.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso
público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação
judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante
avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
SEÇÃO III
DA ADVOCACIA E DA DEFENSORIA PÚBLICA
SEÇÃO III
DA ADVOCACIA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da
profissão, nos limites da lei.
SEÇÃO IV
DA DEFENSORIA PÚBLICA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 51/107
17/03/2016 Constituição
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindolhe a orientação jurídica e a defesa,
em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV.)
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindolhe, como expressão e
instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os
graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do
art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
Parágrafo único. Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá
normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e
títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para
sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a
seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. (Renumerado pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º . (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Aplicase o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 74,
de 2013)
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicandose também,
no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de
2014)
Art. 135. Às carreiras disciplinadas neste título aplicamse o princípio do art. 37, XII, e o art. 39, § 1º.
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39,
§ 4º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
TÍTULO V
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
SEÇÃO I
DO ESTADO DE DEFESA
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de
defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por
grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e
indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e
custos decorrentes.
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se
persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
§ 3º Na vigência do estado de defesa:
I a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz
competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
II a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua
autuação;
III a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV é vedada a incomunicabilidade do preso.
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato
com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias.
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando
enquanto vigorar o estado de defesa.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.
SEÇÃO II
DO ESTADO DE SÍTIO
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 52/107
17/03/2016 Constituição
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso
Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de
defesa;
II declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os
motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que
ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.
§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo
superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
§ 2º Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de
imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
§ 3º O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as
seguintes medidas:
I obrigação de permanência em localidade determinada;
II detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
III restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de
imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
IV suspensão da liberdade de reunião;
V busca e apreensão em domicílio;
VI intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas
Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
SEÇÃO III
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para
acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos
ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo
Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação
nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e
regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinamse à
defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças
Armadas.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicandoselhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as
seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
I as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em
plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendolhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais
membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
II o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a reserva, nos termos da
lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
II o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada a
hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)
III O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda
que da administração indireta, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser
promovido por antigüidade, contandoselhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois
de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18,
de 1998)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 53/107
17/03/2016 Constituição
III o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil
temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso
XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação,
ser promovido por antiguidade, contandoselhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência
para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos
termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)
IV ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
V o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
VI o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar
de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de
1998)
VII o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em
julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
VIII aplicase aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
VIII aplicase aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37,
incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso
XVI, alínea "c"; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)
IX aplicase aos militares e a seus pensionistas o disposto no art. 40, §§ 4º,5º e 6º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18,
de 1998)
IX aplicase aos militares e a seus pensionistas o disposto no art. 40, §§ 7º e 8º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 11998) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.12.2003)
X a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar
para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as
peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem
imperativo de consciência, entendendose como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de
atividades de caráter essencialmente militar. (Regulamento)
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos
que a lei lhes atribuir. (Regulamento)
CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e
da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I polícia federal;
II polícia rodoviária federal;
III polícia ferroviária federal;
IV polícias civis;
V polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, estruturado em carreira, destinase a:
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destinase
a:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária
e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fronteiras;
III exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, estruturado em carreira, destinase, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo
das rodovias federais.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destinase, na forma da
lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, estruturado em carreira, destinase, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 54/107
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das ferrovias federais.
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destinase, na forma da
lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de
polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das
atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinamse, juntamente com as
polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a
eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme
dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
I compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em
lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de
2014)
II compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou
entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 82, de 2014)
TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
SEÇÃO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I impostos;
II taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte,
facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e
nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos
fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes
especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da
contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e
contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
I será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
III o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados
será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 55/107
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IV a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de
contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 146A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da
concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios,
cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua
instituição.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das
categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e
150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em
benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social. (Parágrafo Renumerado pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício
destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos
efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
I não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
II incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
III poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
Art. 149A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de
iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.(Incluído
pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
SEÇÃO II
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
I exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de
ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (Vide Emenda Constitucional nº 3, de
1993)
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na
alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
IV utilizar tributo com efeito de confisco;
V estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança
de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
VI instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 56/107
17/03/2016 Constituição
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais
de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais
ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a
laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)
§ 1º A vedação do inciso III, "b", não se aplica aos impostos previstos nos arts. 153, I, II, IV e V, e 154, II.
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III,
c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos
nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com
exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem
imóvel.
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados
com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e
serviços.
§ 6º Qualquer anistia ou remissão, que envolva matéria tributária ou previdenciária, só poderá ser concedida através de lei específica,
federal, estadual ou municipal.
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a
impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente
as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou
contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se
realize o fato gerador presumido.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Art. 151. É vedado à União:
I instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao
Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócioeconômico entre as diferentes regiões do País;
II tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os
proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
III instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer
natureza, em razão de sua procedência ou destino.
SEÇÃO III
DOS IMPOSTOS DA UNIÃO
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I importação de produtos estrangeiros;
II exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III renda e proventos de qualquer natureza;
IV produtos industrializados;
V operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI propriedade territorial rural;
VII grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos
enumerados nos incisos I, II, IV e V.
§ 2º O imposto previsto no inciso III:
I será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;
II não incidirá, nos termos e limites fixados em lei, sobre rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão, pagos pela previdência
social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a pessoa com idade superior a sessenta e cinco anos, cuja renda total
seja constituída, exclusivamente, de rendimentos do trabalho. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
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17/03/2016 Constituição
I será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II será nãocumulativo, compensandose o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;
III não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
IV terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 4º O imposto previsto no inciso VI terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas e
não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro
imóvel.
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou
qualquer outra forma de renúncia fiscal.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (Regulamento)
§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeitase exclusivamente à incidência do imposto de
que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a
transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;
II setenta por cento para o Município de origem.
Art. 154. A União poderá instituir:
I mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam nãocumulativos e não tenham fato gerador
ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais
serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
SEÇÃO IV
DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir:
I impostos sobre:
a) transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
b) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
c) propriedade de veículos automotores
II adicional de até cinco por cento do que for pago à União por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas nos respectivos territórios, a
título do imposto previsto no art. 153, III, incidente sobre lucros, ganhos e rendimentos de capital.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
III propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 1º O imposto previsto no inciso I, a
§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal
II relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio
o doador, ou ao Distrito Federal;
III terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior;
IV terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;
§ 2º O imposto previsto no inciso I, b, atenderá ao seguinte:
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I será nãocumulativo, compensandose o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de
serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
II a isenção ou nãoincidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
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III poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;
IV resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria
absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação;
V é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria
absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante
resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;
VI salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas,
nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações
interestaduais;
VII em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotarseá:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;
VII nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do
imposto, localizado em outro Estado, adotarseá a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do
destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota
interestadual; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015) (Produção de efeito)
a) (revogada); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)
b) (revogada); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)
VIII na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário o imposto correspondente à
diferença entre a alíquota interna e a interestadual;
VIII a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e
a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de
2015) (Produção de efeito)
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 87, de
2015)
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 87, de 2015)
IX incidirá também:
a) sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda quando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo fixo do
estabelecimento, assim como sobre serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o estabelecimento
destinatário da mercadoria ou do serviço;
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual
do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver
situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33,
de 2001)
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária
dos Municípios;
X não incidirá:
a) sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados, excluídos os semielaborados definidos em lei complementar;
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a
manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e
energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e
gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
XI não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada
entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;
XII cabe à lei complementar:
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
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d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de
mercadorias e das prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a"
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de
mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão
concedidos e revogados.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese
em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (Vide Emenda Constitucional nº 33,
de 2001)
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou
serviço. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso I, b, do "caput" deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro tributo incidirá sobre
operações relativas a energia elétrica, combustíveis líquidos e gasosos, lubrificantes e minerais do País.
§ 3° À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro tributo poderá incidir sobre
operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir
sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.(Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observarseá o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
I nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
II nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no
inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de origem e de destino, mantendose a mesma proporcionalidade que
ocorre nas operações com as demais mercadorias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
III nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste
parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
IV as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g,
observandose o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)
b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre o preço que
o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.(Incluído pela Emenda Constitucional nº
33, de 2001)
§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à apuração e à destinação do imposto, serão
estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
33, de 2001)
§ 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
SEÇÃO V
DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I propriedade predial e territorial urbana;
II transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais
sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo diesel;
III serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
IV serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, I, b, definidos em lei complementar. (Revogado pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
§ 1º O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo, nos termos de lei municipal, de forma a assegurar o cumprimento da função
social da propriedade.
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:(Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
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§ 2º O imposto previsto no inciso II:
I não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem
sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a
atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
II compete ao Município da situação do bem.
§ 3º O imposto previsto no inciso III, não exclui a incidência do imposto estadual previsto no art. 155, I, b, sobre a mesma operação.
§ 3.º Em relação ao imposto previsto no inciso III, cabe à lei complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002)
I fixar as suas alíquotas máximas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
II excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
III regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
§ 4º Cabe à lei complementar:
I fixar as alíquotas máximas dos impostos previstos nos incisos III e IV;
II excluir da incidência do imposto previsto no inciso IV exportações de serviços para o exterior. (Revogado pela Emenda Constitucional
nº 3, de 1993)
SEÇÃO VI
DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
I o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art.
154, I.
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis
neles situados;
II cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis
neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003) (Regulamento)
III cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em
seus territórios;
IV vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os
seguintes critérios:
I três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de
serviços, realizadas em seus territórios;
II até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal.
Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
I do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, quarenta
e sete por cento na seguinte forma: (Vide Emenda Constitucional nº 17, de 1997)
I do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados quarenta e
oito por cento na seguinte forma: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
I do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos
industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na seguinte forma: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 84, de 2014)
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal; (Vide Lei Complementar
nº 62, de 1989) (Regulamento)
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios; (Vide Lei Complementar nº 62, de
1989) (Regulamento)
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e CentroOeste,
através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao
semiárido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer;
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
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e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do
mês de julho de cada ano; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 84, de 2014)
II do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal,
proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados. (Regulamento)
III do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, vinte e cinco por cento
para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que refere o inciso II, c, do referido parágrafo.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 2003)
III do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por
cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido
parágrafo.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 44, de 2004)
§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluirseá a parcela da arrecadação do
imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto
nos arts. 157, I, e 158, I.
§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do montante a que se refere o inciso II,
devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele
estabelecido.
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II,
observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II.
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento serão destinados aos seus
Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos.
Parágrafo único. Essa vedação não impede a União de condicionar a entrega de recursos ao pagamento de seus créditos.
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos ao
pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos:(Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Art. 161. Cabe à lei complementar:
I definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I;
II estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos
previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio sócioeconômico entre Estados e entre Municípios;
III dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das participações previstas nos arts.
157, 158 e 159.
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes aos fundos de participação a que alude o
inciso II.
Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês subseqüente ao da arrecadação,
os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a
expressão numérica dos critérios de rateio.
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município; os dos Estados, por Município.
CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS
SEÇÃO I
NORMAS GERAIS
Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
I finanças públicas;
II dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;
III concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V fiscalização das instituições financeiras;
V fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
VI operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições
operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central.
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade
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que não seja instituição financeira.
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou
a taxa de juros.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos
previstos em lei.
SEÇÃO II
DOS ORÇAMENTOS
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I o plano plurianual;
II as diretrizes orçamentárias;
III os orçamentos anuais.
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública
federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano
plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito
a voto;
III o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta,
bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas,
decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir
desigualdades interregionais, segundo critério populacional.
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na
proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita, nos termos da lei.
§ 9º Cabe à lei complementar:
I dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes
orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e
funcionamento de fundos.
III dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados quando
houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de caráter
obrigatório, para a realização do disposto no § 11 do art. 166. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de
2015)
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão
apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da
República;
II examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o
acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas,
criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo
Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
I sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
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b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere
este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da
República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
§ 7º Aplicamse aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao
processo legislativo.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas
correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica
autorização legislativa.
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro
e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo,
sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive
custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para
pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste
artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida
realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na lei
complementar prevista no § 9º do art. 165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução obrigatória
nos casos dos impedimentos de ordem técnica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da programação prevista no §11 deste
artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente
federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos
limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de
2015)
§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a programação, na
forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86,
de 2015)
I até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo, o Poder
Legislativo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder Legislativo as
justificativas do impedimento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
II até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder
Executivo o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
III até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder Executivo
encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
IV se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso III, o
Congresso Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato do Poder
Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as programações orçamentárias previstas no § 11 não
serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos justificados na notificação prevista no inciso I do §
14. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira
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prevista no § 11 deste artigo, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida realizada
no exercício anterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da
meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste artigo
poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das despesas
discricionárias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 18. Considerase equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que atenda de forma
igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
Art. 167. São vedados:
I o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
III a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
IV a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos
a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino, como determinado pelo art.
212, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º;
IV a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a
que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino, como determinado pelo art.
212, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8.º, bem assim o disposto no §
4.º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
IV a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a
que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde e para manutenção e
desenvolvimento do ensino, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, e 212, e a prestação de garantias às operações de
crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
IV a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos
a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e
desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198,
§ 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o
disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
V a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
VI a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para
outro, sem prévia autorização legislativa;
VII a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir
necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
IX a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
X a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal
e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XI a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas
distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual,
ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes
de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.
§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que
tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com
esta. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para
outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de
viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem
necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
85, de 2015)
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados
aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, serlhesão entregues até o dia 20 de cada mês, na forma da lei
complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 65/107
17/03/2016 Constituição
aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, serlhesão entregues até o dia 20 de cada
mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os
limites estabelecidos em lei complementar.
Parágrafo único. A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos ou alteração de estrutura de
carreiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, só poderão ser feitas:
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os
limites estabelecidos em lei complementar. (Redação dada pela pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de
estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta
ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (Renumerado do parágrafo único, pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela
decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia
mista. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão
imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não
observarem os referidos limites. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput,
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
I redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
II exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da
lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes
especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por
ano de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou
função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
TÍTULO VII
DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I soberania nacional;
II propriedade privada;
III função social da propriedade;
IV livre concorrência;
V defesa do consumidor;
VI defesa do meio ambiente;
VI defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de
seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
VII redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII busca do pleno emprego;
IX tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte.
IX tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e
administração no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de
órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
Art. 171. São consideradas: (Revogado pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)
I empresa brasileira a constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País;
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17/03/2016 Constituição
II empresa brasileira de capital nacional aquela cujo controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de
pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de entidades de direito público interno, entendendose por controle efetivo da empresa
a titularidade da maioria de seu capital votante e o exercício, de fato e de direito, do poder decisório para gerir suas atividades. Revogado
pela Emenda Constitucional nº 6, de 15/08/95
§ 1º A lei poderá, em relação à empresa brasileira de capital nacional:
I conceder proteção e benefícios especiais temporários para desenvolver atividades consideradas estratégicas para a defesa nacional
ou imprescindíveis ao desenvolvimento do País;
II estabelecer, sempre que considerar um setor imprescindível ao desenvolvimento tecnológico nacional, entre outras condições e
requisitos:
a) a exigência de que o controle referido no inciso II do "caput" se estenda às atividades tecnológicas da empresa, assim entendido o
exercício, de fato e de direito, do poder decisório para desenvolver ou absorver tecnologia;
b) percentuais de participação, no capital, de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou entidades de direito público interno.
§ 2º Na aquisição de bens e serviços, o Poder Público dará tratamento preferencial, nos termos da lei, à empresa brasileira de capital
nacional.(Revogado pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)
Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e
regulará a remessa de lucros.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A empresa pública, a sociedade de economia mista e outras entidades que explorem atividade econômica sujeitamse ao regime
jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
I sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas
e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor
privado.
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento
arbitrário dos lucros.
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta,
sujeitandoa às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia
popular.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização,
incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e
compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a
promoção econômicosocial dos garimpeiros.
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos
recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da
lei.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de
licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II os direitos dos usuários;
III política tarifária;
IV a obrigação de manter serviço adequado.
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta
da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da
lavra.
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente
poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa brasileira de capital
nacional, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou
terras indígenas.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 67/107
17/03/2016 Constituição
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente
poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as
leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas
atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)
§ 2º É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.
§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e concessões previstas neste artigo não
poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.
§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida.
Art. 177. Constituem monopólio da União:
I a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; (Vide Emenda Constitucional nº 9, de
1995)
II a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;
IV o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o
transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
V a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus
derivados.
V a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus
derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão,
conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49,
de 2006)
§ 1º O monopólio previsto neste artigo inclui os riscos e resultados decorrentes das atividades nele mencionadas, sendo vedado à
União ceder ou conceder qualquer tipo de participação, em espécie ou em valor, na exploração de jazidas de petróleo ou gás natural,
ressalvado o disposto no art. 20, § 1º.
§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo
observadas as condições estabelecidas em lei.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995) (Vide Emenda Constitucional nº
9, de 1995)
§ 2º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais radioativos no território nacional.
§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995) (Vide Emenda Constitucional nº 9,
de 1995)
I a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território nacional; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de
1995)
II as condições de contratação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)
III a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)
§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais radioativos no território nacional.(Renumerado de § 2º para 3º pela
Emenda Constitucional nº 9, de 1995)
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de
petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
I a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) diferenciada por produto ou uso; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
II os recursos arrecadados serão destinados: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
33, de 2001)
c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
Art. 178. A lei disporá sobre:
I a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre;
II a predominância dos armadores nacionais e navios de bandeira e registros brasileiros e do país exportador ou importador;
III o transporte de granéis;
IV a utilização de embarcações de pesca e outras.
§ 1º A ordenação do transporte internacional cumprirá os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade
§ 2º Serão brasileiros os armadores, os proprietários, os comandantes e dois terços, pelo menos, dos tripulantes de embarcações
nacionais
§ 3º A navegação de cabotagem e a interior são privativas de embarcações nacionais, salvo caso de necessidade pública, segundo
dispuser a lei.
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte
internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
7, de 1995)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 68/107
17/03/2016 Constituição
Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as condições em que o transporte de mercadorias na
cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarcações estrangeiras. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995)
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim
definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentiválas pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias,
previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.
Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator de desenvolvimento
social e econômico.
Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou informação de natureza comercial, feita por autoridade administrativa ou
judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País dependerá de autorização do Poder competente.
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem
por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem estar de seus habitantes. (Regulamento)
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico
da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas
no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal,
do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I parcelamento ou edificação compulsórios;
II imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com
prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente
e sem oposição, utilizandoa para sua moradia ou de sua família, adquirirlheá o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural. (Regulamento)
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado
civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
CAPÍTULO III
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA
Regulamento
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua
função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no
prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de
desapropriação.
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de
desapropriação.
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao
programa de reforma agrária no exercício.
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de
reforma agrária.
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos
a sua função social.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I aproveitamento racional e adequado;
II utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
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17/03/2016 Constituição
III observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV exploração que favoreça o bemestar dos proprietários e dos trabalhadores.
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo
produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta,
especialmente:
I os instrumentos creditícios e fiscais;
II os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;
III o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
IV a assistência técnica e extensão rural;
V o seguro agrícola;
VI o cooperativismo;
VII a eletrificação rural e irrigação;
VIII a habitação para o trabalhador rural.
§ 1º Incluemse no planejamento agrícola as atividades agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária.
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma
agrária.
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa
física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional.
§ 2º Excetuamse do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária.
Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso,
inegociáveis pelo prazo de dez anos.
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente
do estado civil, nos termos e condições previstos em lei.
Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e
estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição,
área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornandoa produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua
moradia, adquirirlheá a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
CAPÍTULO IV
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos
interesses da coletividade, será regulado em lei complementar, que disporá, inclusive, sobre:
I a autorização para o funcionamento das instituições financeiras, assegurado às instituições bancárias oficiais e privadas acesso a
todos os instrumentos do mercado financeiro bancário, sendo vedada a essas instituições a participação em atividades não previstas na
autorização de que trata este inciso;
II autorização e funcionamento dos estabelecimentos de seguro, previdência e capitalização, bem como do órgão oficial fiscalizador e
do órgão oficial ressegurador;
II autorização e funcionamento dos estabelecimentos de seguro, resseguro, previdência e capitalização, bem como do órgão oficial
fiscalizador. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 13, de 1996)
III as condições para a participação do capital estrangeiro nas instituições a que se referem os incisos anteriores, tendo em vista,
especialmente:
a) os interesses nacionais;
b) os acordos internacionais
IV a organização, o funcionamento e as atribuições do banco central e demais instituições financeiras públicas e privadas;
V os requisitos para a designação de membros da diretoria do banco central e demais instituições financeiras, bem como seus
impedimentos após o exercício do cargo;
VI a criação de fundo ou seguro, com o objetivo de proteger a economia popular, garantindo créditos, aplicações e depósitos até
determinado valor, vedada a participação de recursos da União;
VII os critérios restritivos da transferência de poupança de regiões com renda inferior à média nacional para outras de maior
desenvolvimento;
VIII o funcionamento das cooperativas de crédito e os requisitos para que possam ter condições de operacionalidade e estruturação
próprias das instituições financeiras.
§ 1º A autorização a que se referem os incisos I e II será inegociável e intransferível, permitida a transmissão do controle da pessoa
jurídica titular, e concedida sem ônus, na forma da lei do sistema financeiro nacional, a pessoa jurídica cujos diretores tenham capacidade
técnica e reputação ilibada, e que comprove capacidade econômica compatível com o empreendimento.
§ 2º Os recursos financeiros relativos a programas e projetos de caráter regional, de responsabilidade da União, serão depositados em
suas instituições regionais de crédito e por elas aplicados.
§ 3º As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão
de crédito, não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura,
punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar.
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos
interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis
complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 40, de 2003) (Vide Lei nº 8.392, de 1991)
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I (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
II (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
III (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
a) (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
b) (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
IV (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
V (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
VI (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
VII (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
VIII (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
§ 1° (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
§ 2° (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
§ 3° (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
TÍTULO VIII
DA ORDEM SOCIAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bemestar e a justiça sociais.
CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I universalidade da cobertura e do atendimento;
II uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV irredutibilidade do valor dos benefícios;
V eqüidade na forma de participação no custeio;
VI diversidade da base de financiamento;
VII caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores,
empresários e aposentados.
VII caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro;
I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II dos trabalhadores;
II do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas
pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
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§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos
orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde,
previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada
a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder
Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. (Vide Medida Provisória nº 526, de 2011) (Vide Lei nº
12.453, de 2011)
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no
art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de
custeio total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei
que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências
estabelecidas em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges,
que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante
a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam
suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação
de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 9° As contribuições sociais previstas no inciso I deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da
atividade econômica ou da utilização intensiva de mãodeobra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em
razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mãodeobra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de
trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para
débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput,
serão nãocumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 13. Aplicase o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do
inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
SEÇÃO II
DA SAÚDE
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou
jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III participação da comunidade.
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional
nº 29, de 2000)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos
mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
I no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a
15% (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
II no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que
tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 72/107
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III no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de
que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
86, de 2015)
II os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos
Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
III as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IV as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
IV (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias
por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua
atuação. .(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de
combate às endemias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) (Vide Medida provisória nº 297. de 2006)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a
regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei,
prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções
equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento
dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante
contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos
previstos em lei.
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de
transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo
de comercialização.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
I controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
III ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
V incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
VI fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo
humano;
VII participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
radioativos;
VIII colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
SEÇÃO III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 201. Os planos de previdência social, mediante contribuição, atenderão, nos termos da lei, a:
I cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte, incluídos os resultantes de acidentes do trabalho, velhice e reclusão;
II ajuda à manutenção dos dependentes dos segurados de baixa renda;
III proteção à maternidade, especialmente à gestante;
IV proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
V pensão por morte de segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, obedecido o disposto no § 5º e no
art. 202.
§ 1º Qualquer pessoa poderá participar dos benefícios da previdência social, mediante contribuição na forma dos planos previdenciários.
§ 2º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservarlhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos
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em lei.
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados no cálculo de benefício serão corrigidos monetariamente.
§ 4º Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e
conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.
§ 5º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao
salário mínimo.
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano.
§ 7º A previdência social manterá seguro coletivo, de caráter complementar e facultativo, custeado por contribuições adicionais.
§ 8º É vedado subvenção ou auxílio do Poder Público às entidades de previdência privada com fins lucrativos.
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
IV saláriofamília e auxílioreclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
V pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de
previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física,
definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de
previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e
quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005) (Regulamento) (Vigência)
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao
salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservarlhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos
em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime
próprio de previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998)
II sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os
trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor
rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na
atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo
critérios estabelecidos em lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência
social e pelo setor privado. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e
conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para trabalhadores de baixa renda, garantindolhes acesso a
benefícios de valor igual a um saláriomínimo, exceto aposentadoria por tempo de contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
41, 19.12.2003)
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda
própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa
renda, garantindolhes acesso a benefícios de valor igual a um saláriomínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes
para os demais segurados do regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Art. 202. É assegurada aposentadoria, nos termos da lei, calculandose o benefício sobre a média dos trinta e seis últimos salários de
contribuição, corrigidos monetariamente mês a mês, e comprovada a regularidade dos reajustes dos salários de contribuição de modo a
preservar seus valores reais e obedecidas as seguintes condições:
I aos sessenta e cinco anos de idade, para o homem, e aos sessenta, para a mulher, reduzido em cinco anos o limite de idade para os
trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, neste incluídos o produtor
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rural, o garimpeiro e o pescador artesanal;
II após trinta e cinco anos de trabalho, ao homem, e, após trinta, à mulher, ou em tempo inferior, se sujeitos a trabalho sob condições
especiais, que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidas em lei;
III após trinta anos, ao professor, e, após vinte e cinco, à professora, por efetivo exercício de função de magistério.
§ 1º É facultada aposentadoria proporcional, após trinta anos de trabalho, ao homem, e, após vinte e cinco, à mulher.
§ 2º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na
atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos sistemas de previdência social se compensarão financeiramente, segundo
critérios estabelecidos em lei.
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de
previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de entidades de previdência
privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de
benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos
benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador,
situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias,
fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas
de previdência privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicarseá, no que couber, às empresas privadas permissionárias ou
concessionárias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias
das entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que
seus interesses sejam objeto de discussão e deliberação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
SEÇÃO IV
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por
objetivos:
I a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir
meios de prover à própria manutenção ou de têla provida por sua família, conforme dispuser a lei.
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social,
previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:
I descentralização políticoadministrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução
dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;
II participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos
os níveis.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco
décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
SEÇÃO I
DA EDUCAÇÃO
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 75/107
17/03/2016 Constituição
I igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, plano de carreira para o magistério público, com piso salarial
profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições
mantidas pela União;
V valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial
profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por
concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VI gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII garantia de padrão de qualidade.
VIII piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de
prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didáticocientífica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao
princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 11, de 1996)
§ 2º O disposto neste artigo aplicase às instituições de pesquisa científica e tecnológica.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de
1996)
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
I ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na
idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
I educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita
para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda
Constitucional nº 59, de 2009)
II progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
II progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
III atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV atendimento em creche e préescola às crianças de zero a seis anos de idade;
IV educação infantil, em creche e préescola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
53, de 2006)
V acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didáticoescolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde.
VII atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material
didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O nãooferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade
competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazerlhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
responsáveis, pela freqüência à escola.
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:
I cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos
valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização
de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 76/107
17/03/2016 Constituição
§ 1º A União organizará e financiará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, e prestará assistência técnica e financeira aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade
obrigatória.
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá,
em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo
de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e préescolar.
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 14, de 1996)
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
14, de 1996)
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, os Estados e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a
universalização do ensino obrigatório.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de
colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por
cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados
aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e
municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do
plano nacional de educação.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se
refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de educação. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos
provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.
§ 5º O ensino fundamental público terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salárioeducação, recolhida, na
forma da lei, pelas empresas, que dela poderão deduzir a aplicação realizada no ensino fundamental de seus empregados e dependentes.
§ 5º O ensino fundamental público terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salárioeducação, recolhida
pelas empresas, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salárioeducação serão distribuídas proporcionalmente
ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de ensino. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
53, de 2006)
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou
filantrópicas, definidas em lei, que:
I comprovem finalidade nãolucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;
II assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de
encerramento de suas atividades.
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da
lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da
residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.
§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro do Poder Público.
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas por
universidades e/ou por instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio financeiro do
Poder Público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do
ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do Poder Público que conduzam à:
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de
educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e
desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das
diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
I erradicação do analfabetismo;
II universalização do atendimento escolar;
III melhoria da qualidade do ensino;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 77/107
17/03/2016 Constituição
IV formação para o trabalho;
V promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
SEÇÃO II
DA CULTURA
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e
incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afrobrasileiras, e das de outros grupos participantes do
processo civilizatório nacional.
§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração
das ações do poder público que conduzem à: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
II produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48,
de 2005)
IV democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
V valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I as formas de expressão;
II os modos de criar, fazer e viver;
III as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artísticoculturais;
V os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de
inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua
consulta a quantos dela necessitem. (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua
receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 216A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma descentralizada e participativa, institui um
processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da
Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício dos direitos
culturais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012)
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamentase na política nacional de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano
Nacional de Cultura, e regese pelos seguintes princípios: Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
I diversidade das expressões culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
II universalização do acesso aos bens e serviços culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
III fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
IV cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados atuantes na área cultural; Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012
V integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e ações desenvolvidas; Incluído pela Emenda Constitucional
nº 71, de 2012
VI complementaridade nos papéis dos agentes culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 78/107
17/03/2016 Constituição
VII transversalidade das políticas culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
VIII autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
IX transparência e compartilhamento das informações; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
X democratização dos processos decisórios com participação e controle social; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
XI descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas esferas da Federação: Incluído pela Emenda Constitucional
nº 71, de 2012
I órgãos gestores da cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
II conselhos de política cultural; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
III conferências de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
IV comissões intergestores; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
V planos de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
VI sistemas de financiamento à cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
VII sistemas de informações e indicadores culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
VIII programas de formação na área da cultura; e Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
IX sistemas setoriais de cultura. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de Cultura, bem como de sua articulação com os demais sistemas
nacionais ou políticas setoriais de governo. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus respectivos sistemas de cultura em leis próprias. Incluído pela
Emenda Constitucional nº 71, de 2012
SEÇÃO III
DO DESPORTO
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e nãoformais, como direito de cada um, observados:
I a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento;
II a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto
de alto rendimento;
III o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não profissional;
IV a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotaremse as instâncias da justiça
desportiva, regulada em lei.
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final.
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.
CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas.
§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista o
bem público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85,
de 2015)
§ 2º A pesquisa tecnológica voltarseá preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do
sistema produtivo nacional e regional.
§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa e tecnologia, e concederá aos que delas se
ocupem meios e condições especiais de trabalho.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 79/107
17/03/2016 Constituição
§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa, tecnologia e
inovação, inclusive por meio do apoio às atividades de extensão tecnológica, e concederá aos que delas se
ocupem meios e condições especiais de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País, formação e
aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do
salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu trabalho.
§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao
ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput , estimulará a articulação entre entes, tanto
públicos quanto privados, nas diversas esferas de governo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de
2015)
§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das instituições públicas de ciência, tecnologia
e inovação, com vistas à execução das atividades previstas no caput. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
85, de 2015)
Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio
econômico, o bemestar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal.
Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da inovação nas empresas, bem como
nos demais entes, públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e polos tecnológicos e de
demais ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes e a criação, absorção,
difusão e transferência de tecnologia. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 219A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão firmar instrumentos de
cooperação com órgãos e entidades públicos e com entidades privadas, inclusive para o compartilhamento de
recursos humanos especializados e capacidade instalada, para a execução de projetos de pesquisa, de
desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, mediante contrapartida financeira ou não financeira
assumida pelo ente beneficiário, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 219B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) será organizado em regime de
colaboração entre entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o desenvolvimento científico e
tecnológico e a inovação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de
2015)
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão concorrentemente sobre suas
peculiaridades. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão
qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de
comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
§ 3º Compete à lei federal:
I regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não
se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;
II estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações
de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser
nocivos à saúde e ao meio ambiente.
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos
termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade.
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
I preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;
III regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
IV respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 80/107
17/03/2016 Constituição
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, aos quais caberá a responsabilidade por sua administração e orientação intelectual.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
§ 1º É vedada a participação de pessoa jurídica no capital social de empresa jornalística ou de radiodifusão, exceto a de partido
político e de sociedades cujo capital pertença exclusiva e nominalmente a brasileiros.
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão
sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que
exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 36, de 2002)
§ 2º A participação referida no parágrafo anterior só se efetuará através de capital sem direito a voto e não poderá exceder a trinta por
cento do capital social.
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia utilizada para a prestação do serviço, deverão
observar os princípios enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que também garantirá a prioridade de profissionais brasileiros na
execução de produções nacionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de que trata o § 1º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36,
de 2002)
§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º serão comunicadas ao Congresso Nacional. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 36, de 2002)
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e
de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal.
§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º, a contar do recebimento da mensagem.
§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em
votação nominal.
§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional, na forma dos
parágrafos anteriores.
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de decisão judicial.
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão.
Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de
Comunicação Social, na forma da lei.
CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de
vida, impondose ao Poder Público e à coletividade o dever de defendêlo e preservá lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
(Regulamento)
II preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
manipulação de material genético; (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
III definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção; (Regulamento)
IV exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)
V controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a
qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento)
VI promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica
exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal MatoGrossense e a Zona Costeira são patrimônio
nacional, e sua utilização farseá, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao
uso dos recursos naturais. (Regulamento) (Regulamento)
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos
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ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser
instaladas.
CAPÍTULO VII
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO IDOSO
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei
facilitar sua conversão em casamento. (Regulamento)
§ 4º Entendese, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei,
ou comprovada separação de fato por mais de dois anos.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010)
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do
casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva
por parte de instituições oficiais ou privadas. Regulamento
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência
no âmbito de suas relações.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida,
à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocálos a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança e do adolescente, admitida a participação de
entidades não governamentais e obedecendo os seguintes preceitos:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocálos a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de
entidades não governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)
I aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência maternoinfantil;
II criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem
como de integração social do adolescente portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do
acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.
II criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou
mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a
convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de
discriminação. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte
coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
II garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III garantia de acesso do trabalhador adolescente à escola;
III garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
IV garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por
profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;
V obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando
da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;
VI estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a
forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;
VII programas de prevenção e atendimento especializado à criança e ao adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins.
VII programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e
drogas afins. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.
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§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de
estrangeiros.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer
designações discriminatórias relativas à filiação.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levarse á em consideração o disposto no art. 204.
§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
I o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens; (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
II o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas do poder público para a execução de
políticas públicas. (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais
na velhice, carência ou enfermidade.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade,
defendendo sua dignidade e bemestar e garantindolhes o direito à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos.
CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as
terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcálas, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades
produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bemestar e as necessárias a sua reprodução física
e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinamse a sua posse permanente, cabendolhes o usufruto exclusivo das
riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras
indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficandolhes assegurada
participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe
ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido,
em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras
a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante
interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações
contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e
interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.
TÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS
Art. 233. Para efeito do art. 7º, XXIX, o empregador rural comprovará, de cinco em cinco anos, perante a Justiça do Trabalho, o
cumprimento das suas obrigações trabalhistas para com o empregado rural, na presença deste e de seu representante sindical.
(Revogado pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
§ 1º Uma vez comprovado o cumprimento das obrigações mencionadas neste artigo, fica o empregador isento de qualquer ônus
decorrente daquelas obrigações no período respectivo. Caso o empregado e seu representante não concordem com a comprovação do
empregador, caberá à Justiça do Trabalho a solução da controvérsia. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
§ 2º Fica ressalvado ao empregado, em qualquer hipótese, o direito de postular, judicialmente, os créditos que entender existir,
relativamente aos últimos cinco anos. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
§ 3º A comprovação mencionada neste artigo poderá ser feita em prazo inferior a cinco anos, a critério do empregador. (Revogado
pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
Art. 234. É vedado à União, direta ou indiretamente, assumir, em decorrência da criação de Estado, encargos referentes a despesas
com pessoal inativo e com encargos e amortizações da dívida interna ou externa da administração pública, inclusive da indireta.
Art. 235. Nos dez primeiros anos da criação de Estado, serão observadas as seguintes normas básicas:
I a Assembléia Legislativa será composta de dezessete Deputados se a população do Estado for inferior a seiscentos mil habitantes,
e de vinte e quatro, se igual ou superior a esse número, até um milhão e quinhentos mil;
II o Governo terá no máximo dez Secretarias;
III o Tribunal de Contas terá três membros, nomeados, pelo Governador eleito, dentre brasileiros de comprovada idoneidade e notório
saber;
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IV o Tribunal de Justiça terá sete Desembargadores;
V os primeiros Desembargadores serão nomeados pelo Governador eleito, escolhidos da seguinte forma:
a) cinco dentre os magistrados com mais de trinta e cinco anos de idade, em exercício na área do novo Estado ou do Estado originário;
b) dois dentre promotores, nas mesmas condições, e advogados de comprovada idoneidade e saber jurídico, com dez anos, no mínimo,
de exercício profissional, obedecido o procedimento fixado na Constituição;
VI no caso de Estado proveniente de Território Federal, os cinco primeiros Desembargadores poderão ser escolhidos dentre juízes de
direito de qualquer parte do País;
VII em cada Comarca, o primeiro Juiz de Direito, o primeiro Promotor de Justiça e o primeiro Defensor Público serão nomeados pelo
Governador eleito após concurso público de provas e títulos;
VIII até a promulgação da Constituição Estadual, responderão pela ProcuradoriaGeral, pela AdvocaciaGeral e pela DefensoriaGeral
do Estado advogados de notório saber, com trinta e cinco anos de idade, no mínimo, nomeados pelo Governador eleito e demissíveis "ad
nutum";
IX se o novo Estado for resultado de transformação de Território Federal, a transferência de encargos financeiros da União para
pagamento dos servidores optantes que pertenciam à Administração Federal ocorrerá da seguinte forma:
a) no sexto ano de instalação, o Estado assumirá vinte por cento dos encargos financeiros para fazer face ao pagamento dos
servidores públicos, ficando ainda o restante sob a responsabilidade da União;
b) no sétimo ano, os encargos do Estado serão acrescidos de trinta por cento e, no oitavo, dos restantes cinqüenta por cento;
X as nomeações que se seguirem às primeiras, para os cargos mencionados neste artigo, serão disciplinadas na Constituição
Estadual;
XI as despesas orçamentárias com pessoal não poderão ultrapassar cinqüenta por cento da receita do Estado.
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público. (Regulamento)
§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos,
e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.
§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de
registro.
§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer
serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses.
Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão
exercidos pelo Ministério da Fazenda.
Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda de combustíveis de petróleo, álcool carburante e outros combustíveis derivados de matérias
primas renováveis, respeitados os princípios desta Constituição.
Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7
de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de
dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro
desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo. (Regulamento)
§ 1º Dos recursos mencionados no "caput" deste artigo, pelo menos quarenta por cento serão destinados a financiar programas de
desenvolvimento econômico, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, com critérios de remuneração que lhes
preservem o valor.
§ 2º Os patrimônios acumulados do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público são
preservados, mantendose os critérios de saque nas situações previstas nas leis específicas, com exceção da retirada por motivo de
casamento, ficando vedada a distribuição da arrecadação de que trata o "caput" deste artigo, para depósito nas contas individuais dos
participantes.
§ 3º Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social ou para o Programa de
Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois salários mínimos de remuneração mensal, é assegurado o pagamento de um salário
mínimo anual, computado neste valor o rendimento das contas individuais, no caso daqueles que já participavam dos referidos programas,
até a data da promulgação desta Constituição.
§ 4º O financiamento do segurodesemprego receberá uma contribuição adicional da empresa cujo índice de rotatividade da força de
trabalho superar o índice médio da rotatividade do setor, na forma estabelecida por lei.
Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários,
destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.
Art. 241. Aos delegados de polícia de carreira aplicase o princípio do art. 39, § 1º, correspondente às carreiras disciplinadas no art. 135
desta Constituição.
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de
cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de
encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições educacionais oficiais criadas por lei estadual ou municipal e existentes
na data da promulgação desta Constituição, que não sejam total ou preponderantemente mantidas com recursos públicos.
§ 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro.
§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.
Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente
expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem
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qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no
aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias.
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais
de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à
reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de
outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 81, de 2014)
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial
com destinação específica, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)
Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos veículos de transporte coletivo atualmente
existentes a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência, conforme o disposto no art. 227, § 2º.
Art. 245. A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que o Poder Público dará assistência aos herdeiros e dependentes carentes
de pessoas vitimadas por crime doloso, sem prejuízo da responsabilidade civil do autor do ilícito.
Art.246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por
meio de emenda promulgada a partir de 1995. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)
Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por
meio de emenda promulgada a partir de 1995. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995)
Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por
meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda, inclusive. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1º do art. 41 e no § 7º do art. 169 estabelecerão critérios e garantias especiais para a perda
do cargo pelo servidor público estável que, em decorrência das atribuições de seu cargo efetivo, desenvolva atividades exclusivas de
Estado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de desempenho, a perda do cargo somente ocorrerá mediante processo administrativo em
que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 248. Os benefícios pagos, a qualquer título, pelo órgão responsável pelo regime geral de previdência social, ainda que à conta do
Tesouro Nacional, e os não sujeitos ao limite máximo de valor fixado para os benefícios concedidos por esse regime observarão os limites
fixados no art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de proventos de aposentadoria e pensões concedidas aos
respectivos servidores e seus dependentes, em adição aos recursos dos respectivos tesouros, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão constituir fundos integrados pelos recursos provenientes de contribuições e por bens, direitos e ativos de qualquer
natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e administração desses fundos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
Art. 250. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento dos benefícios concedidos pelo regime geral de previdência social,
em adição aos recursos de sua arrecadação, a União poderá constituir fundo integrado por bens, direitos e ativos de qualquer natureza,
mediante lei que disporá sobre a natureza e administração desse fundo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Brasília, 5 de outubro de 1988.
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Pozza Daso Coimbra Davi Alves Silva Del Bosco Amaral Delfim Netto Délio Braz Denisar Arneiro
Dionisio Dal Prá Dionísio Hage Dirce Tutu Quadros Dirceu Carneiro Divaldo Suruagy Djenal Gonçalves
Domingos Juvenil Domingos Leonelli Doreto Campanari Edésio Frias Edison Lobão Edivaldo Motta
Edme Tavares Edmilson Valentim Eduardo Bonfim Eduardo Jorge Eduardo Moreira Egídio Ferreira Lima
Elias Murad Eliel Rodrigues Eliézer Moreira Enoc Vieira Eraldo Tinoco Eraldo Trindade Erico Pegoraro
Ervin Bonkoski Etevaldo Nogueira Euclides Scalco Eunice Michiles Evaldo Gonçalves Expedito Machado
Ézio Ferreira Fábio Feldmann Fábio Raunheitti Farabulini Júnior Fausto Fernandes Fausto Rocha Felipe
Mendes Feres Nader Fernando Bezerra Coelho Fernando Cunha Fernando Gasparian Fernando Gomes
Fernando Henrique Cardoso Fernando Lyra Fernando Santana Fernando Velasco Firmo de Castro Flavio
Palmier da Veiga Flávio Rocha Florestan Fernandes Floriceno Paixão França Teixeira Francisco Amaral
Francisco Benjamim Francisco Carneiro Francisco Coelho Francisco Diógenes Francisco Dornelles
Francisco Küster Francisco Pinto Francisco Rollemberg Francisco Rossi Francisco Sales Furtado Leite
Gabriel Guerreiro Gandi Jamil Gastone Righi Genebaldo Correia Genésio Bernardino Geovani Borges
Geraldo Alckmin Filho Geraldo Bulhões Geraldo Campos Geraldo Fleming Geraldo Melo Gerson Camata
Gerson Marcondes Gerson Peres Gidel Dantas Gil César Gilson Machado Gonzaga Patriota Guilherme
Palmeira Gumercindo Milhomem Gustavo de Faria Harlan Gadelha Haroldo Lima Haroldo Sabóia Hélio
Costa Hélio Duque Hélio Manhães Hélio Rosas Henrique Córdova Henrique Eduardo Alves Heráclito
Fortes Hermes Zaneti Hilário Braun Homero Santos Humberto Lucena Humberto Souto Iberê Ferreira
Ibsen Pinheiro Inocêncio Oliveira Irajá Rodrigues Iram Saraiva Irapuan Costa Júnior Irma Passoni Ismael
Wanderley Israel Pinheiro Itamar Franco Ivo Cersósimo Ivo Lech Ivo Mainardi Ivo Vanderlinde Jacy
Scanagatta Jairo Azi Jairo Carneiro Jalles Fontoura Jamil Haddad Jarbas Passarinho Jayme Paliarin
Jayme Santana Jesualdo Cavalcanti Jesus Tajra Joaci Góes João Agripino João Alves João Calmon
João Carlos Bacelar João Castelo João Cunha João da Mata João de Deus Antunes João Herrmann Neto
João Lobo João Machado Rollemberg João Menezes João Natal João Paulo João Rezek Joaquim
Bevilácqua Joaquim Francisco Joaquim Hayckel Joaquim Sucena Jofran Frejat Jonas Pinheiro Jonival
Lucas Jorge Bornhausen Jorge Hage Jorge Leite Jorge Uequed Jorge Vianna José Agripino José
Camargo José Carlos Coutinho José Carlos Grecco José Carlos Martinez José Carlos Sabóia José Carlos
Vasconcelos José Costa José da Conceição José Dutra José Egreja José Elias José Fernandes José
Freire José Genoíno José Geraldo José Guedes José Ignácio Ferreira José Jorge José Lins José
Lourenço José Luiz de Sá José Luiz Maia José Maranhão José Maria Eymael José Maurício José Melo
José Mendonça Bezerra José Moura José Paulo Bisol José Queiroz José Richa José Santana de
Vasconcellos José Serra José Tavares José Teixeira José Thomaz Nonô José Tinoco José Ulísses de
Oliveira José Viana José Yunes Jovanni Masini Juarez Antunes Júlio Campos Júlio Costamilan Jutahy
Júnior Jutahy Magalhães Koyu Iha Lael Varella Lavoisier Maia Leite Chaves Lélio Souza Leopoldo
Peres Leur Lomanto Levy Dias Lézio Sathler Lídice da Mata Louremberg Nunes Rocha Lourival Baptista
Lúcia Braga Lúcia Vânia Lúcio Alcântara Luís Eduardo Luís Roberto Ponte Luiz Alberto Rodrigues Luiz
Freire Luiz Gushiken Luiz Henrique Luiz Inácio Lula da Silva Luiz Leal Luiz Marques Luiz Salomão Luiz
Viana Luiz Viana Neto Lysâneas Maciel Maguito Vilela Maluly Neto Manoel Castro Manoel Moreira
Manoel Ribeiro Mansueto de Lavor Manuel Viana Márcia Kubitschek Márcio Braga Márcio Lacerda
Marco Maciel Marcondes Gadelha Marcos Lima Marcos Queiroz Maria de Lourdes Abadia Maria Lúcia
Mário Assad Mário Covas Mário de Oliveira Mário Lima Marluce Pinto Matheus Iensen Mattos Leão
Maurício Campos Maurício Correa Maurício Fruet Maurício Nasser Maurício Pádua Maurílio Ferreira Lima
Mauro Borges Mauro Campos Mauro Miranda Mauro Sampaio Max Rosenmann Meira Filho Melo Freire
Mello Reis Mendes Botelho Mendes Canale Mendes Ribeiro Messias Góis Messias Soares Michel
Temer Milton Barbosa Milton Lima Milton Reis Miraldo Gomes Miro Teixeira Moema São Thiago
Moysés Pimentel Mozarildo Cavalcanti Mussa Demes Myrian Portella Nabor Júnior Naphtali Alves de
Souza Narciso Mendes Nelson Aguiar Nelson Carneiro Nelson Jobim Nelson Sabrá Nelson Seixas
Nelson Wedekin Nelton Friedrich Nestor Duarte Ney Maranhão Nilso Sguarezi Nilson Gibson Nion
Albernaz Noel de Carvalho Nyder Barbosa Octávio Elísio Odacir Soares Olavo Pires Olívio Dutra
Onofre Corrêa Orlando Bezerra Orlando Pacheco Oscar Corrêa Osmar Leitão Osmir Lima Osmundo
Rebouças Osvaldo Bender Osvaldo Coelho Osvaldo Macedo Osvaldo Sobrinho Oswaldo Almeida
Oswaldo Trevisan Ottomar Pinto Paes de Andrade Paes Landim Paulo Delgado Paulo Macarini Paulo
Marques Paulo Mincarone Paulo Paim Paulo Pimentel Paulo Ramos Paulo Roberto Paulo Roberto Cunha
Paulo Silva Paulo Zarzur Pedro Canedo Pedro Ceolin Percival Muniz Pimenta da Veiga Plínio Arruda
Sampaio Plínio Martins Pompeu de Sousa Rachid Saldanha Derzi Raimundo Bezerra Raimundo Lira
Raimundo Rezende Raquel Cândido Raquel Capiberibe Raul Belém Raul Ferraz Renan Calheiros Renato
Bernardi Renato Johnsson Renato Vianna Ricardo Fiuza Ricardo Izar Rita Camata Rita Furtado Roberto
Augusto Roberto Balestra Roberto Brant Roberto Campos Roberto D’Ávila Roberto Freire Roberto
Jefferson Roberto Rollemberg Roberto Torres Roberto Vital Robson Marinho Rodrigues Palma Ronaldo
Aragão Ronaldo Carvalho Ronaldo Cezar Coelho Ronan Tito Ronaro Corrêa Rosa Prata Rose de Freitas
Rospide Netto Rubem Branquinho Rubem Medina Ruben Figueiró Ruberval Pilotto Ruy Bacelar Ruy
Nedel Sadie Hauache Salatiel Carvalho Samir Achôa Sandra Cavalcanti Santinho Furtado Sarney Filho
Saulo Queiroz Sérgio Brito Sérgio Spada Sérgio Werneck Severo Gomes Sigmaringa Seixas Sílvio
Abreu Simão Sessim Siqueira Campos Sólon Borges dos Reis Stélio Dias Tadeu França Telmo Kirst
Teotonio Vilela Filho Theodoro Mendes Tito Costa Ubiratan Aguiar Ubiratan Spinelli Uldurico Pinto Valmir
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Campelo Valter Pereira Vasco Alves Vicente Bogo Victor Faccioni Victor Fontana Victor Trovão Vieira
da Silva Vilson Souza Vingt Rosado Vinicius Cansanção Virgildásio de Senna Virgílio Galassi Virgílio
Guimarães Vitor Buaiz Vivaldo Barbosa Vladimir Palmeira Wagner Lago Waldec Ornélas Waldyr Pugliesi
Walmor de Luca Wilma Maia Wilson Campos Wilson Martins Ziza Valadares.
Participantes: Álvaro Dias Antônio Britto Bete Mendes Borges da Silveira Cardoso Alves Edivaldo
Holanda Expedito Júnior Fadah Gattass Francisco Dias Geovah Amarante Hélio Gueiros Horácio Ferraz
Hugo Napoleão Iturival Nascimento Ivan Bonato Jorge Medauar José Mendonça de Morais Leopoldo
Bessone Marcelo Miranda Mauro Fecury Neuto de Conto Nivaldo Machado Oswaldo Lima Filho Paulo
Almada Prisco Viana Ralph Biasi Rosário Congro Neto Sérgio Naya Tidei de Lima.
In Memoriam: Alair Ferreira Antônio Farias Fábio Lucena Norberto Schwantes Virgílio Távora.
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.10.1988
TÍTULO X
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS
Art. 1º. O Presidente da República, o Presidente do Supremo Tribunal Federal e os membros do Congresso Nacional prestarão o
compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, no ato e na data de sua promulgação.
Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o
sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País. (Vide emenda Constitucional nº 2, de 1992)
§ 1º Será assegurada gratuidade na livre divulgação dessas formas e sistemas, através dos meios de comunicação de massa
cessionários de serviço público.
§ 2º O Tribunal Superior Eleitoral, promulgada a Constituição, expedirá as normas regulamentadoras deste artigo.
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria
absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
Art. 4º. O mandato do atual Presidente da República terminará em 15 de março de 1990.
§ 1º A primeira eleição para Presidente da República após a promulgação da Constituição será realizada no dia 15 de novembro de
1989, não se lhe aplicando o disposto no art. 16 da Constituição.
§ 2º É assegurada a irredutibilidade da atual representação dos Estados e do Distrito Federal na Câmara dos Deputados.
§ 3º Os mandatos dos Governadores e dos ViceGovernadores eleitos em 15 de novembro de 1986 terminarão em 15 de março de
1991.
§ 4º Os mandatos dos atuais Prefeitos, VicePrefeitos e Vereadores terminarão no dia 1º de janeiro de 1989, com a posse dos eleitos.
Art. 5º. Não se aplicam às eleições previstas para 15 de novembro de 1988 o disposto no art. 16 e as regras do art. 77 da Constituição.
§ 1º Para as eleições de 15 de novembro de 1988 será exigido domicílio eleitoral na circunscrição pelo menos durante os quatro meses
anteriores ao pleito, podendo os candidatos que preencham este requisito, atendidas as demais exigências da lei, ter seu registro efetivado
pela Justiça Eleitoral após a promulgação da Constituição.
§ 2º Na ausência de norma legal específica, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral editar as normas necessárias à realização das
eleições de 1988, respeitada a legislação vigente.
§ 3º Os atuais parlamentares federais e estaduais eleitos VicePrefeitos, se convocados a exercer a função de Prefeito, não perderão o
mandato parlamentar.
§ 4º O número de vereadores por município será fixado, para a representação a ser eleita em 1988, pelo respectivo Tribunal Regional
Eleitoral, respeitados os limites estipulados no art. 29, IV, da Constituição.
§ 5º Para as eleições de 15 de novembro de 1988, ressalvados os que já exercem mandato eletivo, são inelegíveis para qualquer
cargo, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes por consangüinidade ou afinidade, até o segundo grau, ou por adoção,
do Presidente da República, do Governador de Estado, do Governador do Distrito Federal e do Prefeito que tenham exercido mais da
metade do mandato.
Art. 6º. Nos seis meses posteriores à promulgação da Constituição, parlamentares federais, reunidos em número não inferior a trinta,
poderão requerer ao Tribunal Superior Eleitoral o registro de novo partido político, juntando ao requerimento o manifesto, o estatuto e o
programa devidamente assinados pelos requerentes.
§ 1º O registro provisório, que será concedido de plano pelo Tribunal Superior Eleitoral, nos termos deste artigo, defere ao novo partido
todos os direitos, deveres e prerrogativas dos atuais, entre eles o de participar, sob legenda própria, das eleições que vierem a ser realizadas
nos doze meses seguintes a sua formação.
§ 2º O novo partido perderá automaticamente seu registro provisório se, no prazo de vinte e quatro meses, contados de sua formação,
não obtiver registro definitivo no Tribunal Superior Eleitoral, na forma que a lei dispuser.
Art. 7º. O Brasil propugnará pela formação de um tribunal internacional dos direitos humanos.
Art. 8º. É concedida anistia aos que, no período de 18 de setembro de 1946 até a data da promulgação da Constituição, foram
atingidos, em decorrência de motivação exclusivamente política, por atos de exceção, institucionais ou complementares, aos que foram
abrangidos pelo Decreto Legislativo nº 18, de 15 de dezembro de 1961, e aos atingidos pelo DecretoLei nº 864, de 12 de setembro de
1969, asseguradas as promoções, na inatividade, ao cargo, emprego, posto ou graduação a que teriam direito se estivessem em serviço
ativo, obedecidos os prazos de permanência em atividade previstos nas leis e regulamentos vigentes, respeitadas as características e
peculiaridades das carreiras dos servidores públicos civis e militares e observados os respectivos regimes jurídicos. (Regulamento)
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§ 1º O disposto neste artigo somente gerará efeitos financeiros a partir da promulgação da Constituição, vedada a remuneração de
qualquer espécie em caráter retroativo.
§ 2º Ficam assegurados os benefícios estabelecidos neste artigo aos trabalhadores do setor privado, dirigentes e representantes
sindicais que, por motivos exclusivamente políticos, tenham sido punidos, demitidos ou compelidos ao afastamento das atividades
remuneradas que exerciam, bem como aos que foram impedidos de exercer atividades profissionais em virtude de pressões ostensivas ou
expedientes oficiais sigilosos.
§ 3º Aos cidadãos que foram impedidos de exercer, na vida civil, atividade profissional específica, em decorrência das Portarias
Reservadas do Ministério da Aeronáutica nº S50GM5, de 19 de junho de 1964, e nº S285GM5 será concedida reparação de natureza
econômica, na forma que dispuser lei de iniciativa do Congresso Nacional e a entrar em vigor no prazo de doze meses a contar da
promulgação da Constituição.
§ 4º Aos que, por força de atos institucionais, tenham exercido gratuitamente mandato eletivo de vereador serão computados, para
efeito de aposentadoria no serviço público e previdência social, os respectivos períodos.
§ 5º A anistia concedida nos termos deste artigo aplicase aos servidores públicos civis e aos empregados em todos os níveis de
governo ou em suas fundações, empresas públicas ou empresas mistas sob controle estatal, exceto nos Ministérios militares, que tenham
sido punidos ou demitidos por atividades profissionais interrompidas em virtude de decisão de seus trabalhadores, bem como em decorrência
do DecretoLei nº 1.632, de 4 de agosto de 1978, ou por motivos exclusivamente políticos, assegurada a readmissão dos que foram
atingidos a partir de 1979, observado o disposto no § 1º.
Art. 9º. Os que, por motivos exclusivamente políticos, foram cassados ou tiveram seus direitos políticos suspensos no período de 15 de
julho a 31 de dezembro de 1969, por ato do então Presidente da República, poderão requerer ao Supremo Tribunal Federal o
reconhecimento dos direitos e vantagens interrompidos pelos atos punitivos, desde que comprovem terem sido estes eivados de vício grave.
Parágrafo único. O Supremo Tribunal Federal proferirá a decisão no prazo de cento e vinte dias, a contar do pedido do interessado.
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:
I fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para quatro vezes, da porcentagem prevista no art. 6º, "caput" e § 1º, da Lei nº
5.107, de 13 de setembro de 1966;
II fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura
até um ano após o final de seu mandato;
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. (Vide Lei Complementar nº 146, de
2014)
§ 1º Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da Constituição, o prazo da licençapaternidade a que se refere o inciso
é de cinco dias.
§ 2º Até ulterior disposição legal, a cobrança das contribuições para o custeio das atividades dos sindicatos rurais será feita juntamente
com a do imposto territorial rural, pelo mesmo órgão arrecadador.
§ 3º Na primeira comprovação do cumprimento das obrigações trabalhistas pelo empregador rural, na forma do art. 233, após a
promulgação da Constituição, será certificada perante a Justiça do Trabalho a regularidade do contrato e das atualizações das obrigações
trabalhistas de todo o período.
Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da
promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.
Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica
respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual.
Art. 12. Será criada, dentro de noventa dias da promulgação da Constituição, Comissão de Estudos Territoriais, com dez membros
indicados pelo Congresso Nacional e cinco pelo Poder Executivo, com a finalidade de apresentar estudos sobre o território nacional e
anteprojetos relativos a novas unidades territoriais, notadamente na Amazônia Legal e em áreas pendentes de solução.
§ 1º No prazo de um ano, a Comissão submeterá ao Congresso Nacional os resultados de seus estudos para, nos termos da
Constituição, serem apreciados nos doze meses subseqüentes, extinguindose logo após.
§ 2º Os Estados e os Municípios deverão, no prazo de três anos, a contar da promulgação da Constituição, promover, mediante acordo
ou arbitramento, a demarcação de suas linhas divisórias atualmente litigiosas, podendo para isso fazer alterações e compensações de área
que atendam aos acidentes naturais, critérios históricos, conveniências administrativas e comodidade das populações limítrofes.
§ 3º Havendo solicitação dos Estados e Municípios interessados, a União poderá encarregarse dos trabalhos demarcatórios.
§ 4º Se, decorrido o prazo de três anos, a contar da promulgação da Constituição, os trabalhos demarcatórios não tiverem sido
concluídos, caberá à União determinar os limites das áreas litigiosas.
§ 5º Ficam reconhecidos e homologados os atuais limites do Estado do Acre com os Estados do Amazonas e de Rondônia, conforme
levantamentos cartográficos e geodésicos realizados pela Comissão Tripartite integrada por representantes dos Estados e dos serviços
técnicoespecializados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Art. 13. É criado o Estado do Tocantins, pelo desmembramento da área descrita neste artigo, dandose sua instalação no
quadragésimo sexto dia após a eleição prevista no § 3º, mas não antes de 1º de janeiro de 1989.
§ 1º O Estado do Tocantins integra a Região Norte e limitase com o Estado de Goiás pelas divisas norte dos Municípios de São Miguel
do Araguaia, Porangatu, Formoso, Minaçu, Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Campos Belos, conservando a leste, norte e oeste as
divisas atuais de Goiás com os Estados da Bahia, Piauí, Maranhão, Pará e Mato Grosso.
§ 2º O Poder Executivo designará uma das cidades do Estado para sua Capital provisória até a aprovação da sede definitiva do
governo pela Assembléia Constituinte.
§ 3º O Governador, o ViceGovernador, os Senadores, os Deputados Federais e os Deputados Estaduais serão eleitos, em um único
turno, até setenta e cinco dias após a promulgação da Constituição, mas não antes de 15 de novembro de 1988, a critério do Tribunal
Superior Eleitoral, obedecidas, entre outras, as seguintes normas:
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I o prazo de filiação partidária dos candidatos será encerrado setenta e cinco dias antes da data das eleições;
II as datas das convenções regionais partidárias destinadas a deliberar sobre coligações e escolha de candidatos, de apresentação
de requerimento de registro dos candidatos escolhidos e dos demais procedimentos legais serão fixadas, em calendário especial, pela
Justiça Eleitoral;
III são inelegíveis os ocupantes de cargos estaduais ou municipais que não se tenham deles afastado, em caráter definitivo, setenta e
cinco dias antes da data das eleições previstas neste parágrafo;
IV ficam mantidos os atuais diretórios regionais dos partidos políticos do Estado de Goiás, cabendo às comissões executivas nacionais
designar comissões provisórias no Estado do Tocantins, nos termos e para os fins previstos na lei.
§ 4º Os mandatos do Governador, do ViceGovernador, dos Deputados Federais e Estaduais eleitos na forma do parágrafo anterior
extinguirseão concomitantemente aos das demais unidades da Federação; o mandato do Senador eleito menos votado extinguirseá
nessa mesma oportunidade, e os dos outros dois, juntamente com os dos Senadores eleitos em 1986 nos demais Estados.
§ 5º A Assembléia Estadual Constituinte será instalada no quadragésimo sexto dia da eleição de seus integrantes, mas não antes de
1º de janeiro de 1989, sob a presidência do Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Goiás, e dará posse, na mesma data, ao
Governador e ao ViceGovernador eleitos.
§ 6º Aplicamse à criação e instalação do Estado do Tocantins, no que couber, as normas legais disciplinadoras da divisão do Estado
de Mato Grosso, observado o disposto no art. 234 da Constituição.
§ 7º Fica o Estado de Goiás liberado dos débitos e encargos decorrentes de empreendimentos no território do novo Estado, e
autorizada a União, a seu critério, a assumir os referidos débitos.
Art. 14. Os Territórios Federais de Roraima e do Amapá são transformados em Estados Federados, mantidos seus atuais limites
geográficos.
§ 1º A instalação dos Estados darseá com a posse dos governadores eleitos em 1990.
§ 2º Aplicamse à transformação e instalação dos Estados de Roraima e Amapá as normas e critérios seguidos na criação do Estado
de Rondônia, respeitado o disposto na Constituição e neste Ato.
§ 3º O Presidente da República, até quarenta e cinco dias após a promulgação da Constituição, encaminhará à apreciação do Senado
Federal os nomes dos governadores dos Estados de Roraima e do Amapá que exercerão o Poder Executivo até a instalação dos novos
Estados com a posse dos governadores eleitos.
§ 4º Enquanto não concretizada a transformação em Estados, nos termos deste artigo, os Territórios Federais de Roraima e do Amapá
serão beneficiados pela transferência de recursos prevista nos arts. 159, I, "a", da Constituição, e 34, § 2º, II, deste Ato.
Art. 15. Fica extinto o Território Federal de Fernando de Noronha, sendo sua área reincorporada ao Estado de Pernambuco.
Art. 16. Até que se efetive o disposto no art. 32, § 2º, da Constituição, caberá ao Presidente da República, com a aprovação do
Senado Federal, indicar o Governador e o ViceGovernador do Distrito Federal.
§ 1º A competência da Câmara Legislativa do Distrito Federal, até que se instale, será exercida pelo Senado Federal.
§ 2º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Distrito Federal, enquanto não for instalada a Câmara
Legislativa, será exercida pelo Senado Federal, mediante controle externo, com o auxílio do Tribunal de Contas do Distrito Federal,
observado o disposto no art. 72 da Constituição.
§ 3º Incluemse entre os bens do Distrito Federal aqueles que lhe vierem a ser atribuídos pela União na forma da lei.
Art. 17. Os vencimentos, a remuneração, as vantagens e os adicionais, bem como os proventos de aposentadoria que estejam sendo
percebidos em desacordo com a Constituição serão imediatamente reduzidos aos limites dela decorrentes, não se admitindo, neste caso,
invocação de direito adquirido ou percepção de excesso a qualquer título. (Vide Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 1º É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos privativos de médico que estejam sendo exercidos por médico
militar na administração pública direta ou indireta.
§ 2º É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde que estejam sendo
exercidos na administração pública direta ou indireta.
Art. 18. Ficam extintos os efeitos jurídicos de qualquer ato legislativo ou administrativo, lavrado a partir da instalação da Assembléia
Nacional Constituinte, que tenha por objeto a concessão de estabilidade a servidor admitido sem concurso público, da administração direta
ou indireta, inclusive das fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.
Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e
das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham
sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.
§ 1º O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será contado como título quando se submeterem a concurso para fins de
efetivação, na forma da lei.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de cargos, funções e empregos de confiança ou em comissão, nem aos que
a lei declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço não será computado para os fins do "caput" deste artigo, exceto se se tratar de
servidor.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos professores de nível superior, nos termos da lei.
Art. 20. Dentro de cento e oitenta dias, procederseá à revisão dos direitos dos servidores públicos inativos e pensionistas e à
atualização dos proventos e pensões a eles devidos, a fim de ajustálos ao disposto na Constituição.
Art. 21. Os juízes togados de investidura limitada no tempo, admitidos mediante concurso público de provas e títulos e que estejam em
exercício na data da promulgação da Constituição, adquirem estabilidade, observado o estágio probatório, e passam a compor quadro em
extinção, mantidas as competências, prerrogativas e restrições da legislação a que se achavam submetidos, salvo as inerentes à
transitoriedade da investidura.
Parágrafo único. A aposentadoria dos juízes de que trata este artigo regularseá pelas normas fixadas para os demais juízes estaduais.
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Art. 22. É assegurado aos defensores públicos investidos na função até a data de instalação da Assembléia Nacional Constituinte o
direito de opção pela carreira, com a observância das garantias e vedações previstas no art. 134, parágrafo único, da Constituição.
Art. 23. Até que se edite a regulamentação do art. 21, XVI, da Constituição, os atuais ocupantes do cargo de censor federal
continuarão exercendo funções com este compatíveis, no Departamento de Polícia Federal, observadas as disposições constitucionais.
Parágrafo único. A lei referida disporá sobre o aproveitamento dos Censores Federais, nos termos deste artigo.
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios editarão leis que estabeleçam critérios para a compatibilização de seus
quadros de pessoal ao disposto no art. 39 da Constituição e à reforma administrativa dela decorrente, no prazo de dezoito meses, contados
da sua promulgação.
Art. 25. Ficam revogados, a partir de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, sujeito este prazo a prorrogação por lei,
todos os dispositivos legais que atribuam ou deleguem a órgão do Poder Executivo competência assinalada pela Constituição ao Congresso
Nacional, especialmente no que tange a:
I ação normativa;
II alocação ou transferência de recursos de qualquer espécie.
§ 1º Os decretoslei em tramitação no Congresso Nacional e por este não apreciados até a promulgação da Constituição terão seus
efeitos regulados da seguinte forma:
I se editados até 2 de setembro de 1988, serão apreciados pelo Congresso Nacional no prazo de até cento e oitenta dias a contar da
promulgação da Constituição, não computado o recesso parlamentar;
II decorrido o prazo definido no inciso anterior, e não havendo apreciação, os decretoslei alí mencionados serão considerados
rejeitados;
III nas hipóteses definidas nos incisos I e II, terão plena validade os atos praticados na vigência dos respectivos decretoslei, podendo
o Congresso Nacional, se necessário, legislar sobre os efeitos deles remanescentes.
§ 2º Os decretoslei editados entre 3 de setembro de 1988 e a promulgação da Constituição serão convertidos, nesta data, em
medidas provisórias, aplicandoselhes as regras estabelecidas no art. 62, parágrafo único.
Art. 26. No prazo de um ano a contar da promulgação da Constituição, o Congresso Nacional promoverá, através de Comissão mista,
exame analítico e pericial dos atos e fatos geradores do endividamento externo brasileiro.
§ 1º A Comissão terá a força legal de Comissão parlamentar de inquérito para os fins de requisição e convocação, e atuará com o
auxílio do Tribunal de Contas da União.
§ 2º Apurada irregularidade, o Congresso Nacional proporá ao Poder Executivo a declaração de nulidade do ato e encaminhará o
processo ao Ministério Público Federal, que formalizará, no prazo de sessenta dias, a ação cabível.
Art. 27. O Superior Tribunal de Justiça será instalado sob a Presidência do Supremo Tribunal Federal.
§ 1º Até que se instale o Superior Tribunal de Justiça, o Supremo Tribunal Federal exercerá as atribuições e competências definidas na
ordem constitucional precedente.
§ 2º A composição inicial do Superior Tribunal de Justiça farseá:
I pelo aproveitamento dos Ministros do Tribunal Federal de Recursos;
II pela nomeação dos Ministros que sejam necessários para completar o número estabelecido na Constituição.
§ 3º Para os efeitos do disposto na Constituição, os atuais Ministros do Tribunal Federal de Recursos serão considerados pertencentes
à classe de que provieram, quando de sua nomeação.
§ 4º Instalado o Tribunal, os Ministros aposentados do Tribunal Federal de Recursos tornarseão, automaticamente, Ministros
aposentados do Superior Tribunal de Justiça.
§ 5º Os Ministros a que se refere o § 2º, II, serão indicados em lista tríplice pelo Tribunal Federal de Recursos, observado o disposto no
art. 104, parágrafo único, da Constituição.
§ 6º Ficam criados cinco Tribunais Regionais Federais, a serem instalados no prazo de seis meses a contar da promulgação da
Constituição, com a jurisdição e sede que lhes fixar o Tribunal Federal de Recursos, tendo em conta o número de processos e sua
localização geográfica.
§ 7º Até que se instalem os Tribunais Regionais Federais, o Tribunal Federal de Recursos exercerá a competência a eles atribuída em
todo o território nacional, cabendolhe promover sua instalação e indicar os candidatos a todos os cargos da composição inicial, mediante
lista tríplice, podendo desta constar juízes federais de qualquer região, observado o disposto no § 9º.
§ 8º É vedado, a partir da promulgação da Constituição, o provimento de vagas de Ministros do Tribunal Federal de Recursos.
§ 9º Quando não houver juiz federal que conte o tempo mínimo previsto no art. 107, II, da Constituição, a promoção poderá
contemplar juiz com menos de cinco anos no exercício do cargo.
§ 10. Compete à Justiça Federal julgar as ações nela propostas até a data da promulgação da Constituição, e aos Tribunais Regionais
Federais bem como ao Superior Tribunal de Justiça julgar as ações rescisórias das decisões até então proferidas pela Justiça Federal,
inclusive daquelas cuja matéria tenha passado à competência de outro ramo do Judiciário.
§ 11. São criados, ainda, os seguintes Tribunais Regionais Federais: o da 6ª Região, com sede em Curitiba, Estado do Paraná, e
jurisdição nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul; o da 7ª Região, com sede em Belo Horizonte, Estado de Minas
Gerais, e jurisdição no Estado de Minas Gerais; o da 8ª Região, com sede em Salvador, Estado da Bahia, e jurisdição nos Estados da Bahia
e Sergipe; e o da 9ª Região, com sede em Manaus, Estado do Amazonas, e jurisdição nos Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e
Roraima. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 73, de 2013) (Vide ADIN nº 5017, de 2013)
Art. 28. Os juízes federais de que trata o art. 123, § 2º, da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº
7, de 1977, ficam investidos na titularidade de varas na Seção Judiciária para a qual tenham sido nomeados ou designados; na inexistência
de vagas, procederseá ao desdobramento das varas existentes.
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Parágrafo único. Para efeito de promoção por antigüidade, o tempo de serviço desses juízes será computado a partir do dia de sua
posse.
Art. 29. Enquanto não aprovadas as leis complementares relativas ao Ministério Público e à AdvocaciaGeral da União, o Ministério
Público Federal, a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, as Consultorias Jurídicas dos Ministérios, as Procuradorias e Departamentos
Jurídicos de autarquias federais com representação própria e os membros das Procuradorias das Universidades fundacionais públicas
continuarão a exercer suas atividades na área das respectivas atribuições.
§ 1º O Presidente da República, no prazo de cento e vinte dias, encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei complementar
dispondo sobre a organização e o funcionamento da AdvocaciaGeral da União.
§ 2º Aos atuais Procuradores da República, nos termos da lei complementar, será facultada a opção, de forma irretratável, entre as
carreiras do Ministério Público Federal e da AdvocaciaGeral da União.
§ 3º Poderá optar pelo regime anterior, no que respeita às garantias e vantagens, o membro do Ministério Público admitido antes da
promulgação da Constituição, observandose, quanto às vedações, a situação jurídica na data desta.
§ 4º Os atuais integrantes do quadro suplementar dos Ministérios Públicos do Trabalho e Militar que tenham adquirido estabilidade
nessas funções passam a integrar o quadro da respectiva carreira.
§ 5º Cabe à atual ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, diretamente ou por delegação, que pode ser ao Ministério Público
Estadual, representar judicialmente a União nas causas de natureza fiscal, na área da respectiva competência, até a promulgação das leis
complementares previstas neste artigo.
Art. 30. A legislação que criar a justiça de paz manterá os atuais juízes de paz até a posse dos novos titulares, assegurandolhes os
direitos e atribuições conferidos a estes, e designará o dia para a eleição prevista no art. 98, II, da Constituição.
Art. 31. Serão estatizadas as serventias do foro judicial, assim definidas em lei, respeitados os direitos dos atuais titulares.
Art. 32. O disposto no art. 236 não se aplica aos serviços notariais e de registro que já tenham sido oficializados pelo Poder Público,
respeitandose o direito de seus servidores.
Art. 33. Ressalvados os créditos de natureza alimentar, o valor dos precatórios judiciais pendentes de pagamento na data da
promulgação da Constituição, incluído o remanescente de juros e correção monetária, poderá ser pago em moeda corrente, com atualização,
em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de oito anos, a partir de 1º de julho de 1989, por decisão editada pelo Poder
Executivo até cento e oitenta dias da promulgação da Constituição. (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Parágrafo único. Poderão as entidades devedoras, para o cumprimento do disposto neste artigo, emitir, em cada ano, no exato
montante do dispêndio, títulos de dívida pública não computáveis para efeito do limite global de endividamento.
Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte ao da promulgação da
Constituição, mantido, até então, o da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda nº 1, de 1969, e pelas posteriores.
§ 1º Entrarão em vigor com a promulgação da Constituição os arts. 148, 149, 150, 154, I, 156, III, e 159, I, "c", revogadas as
disposições em contrário da Constituição de 1967 e das Emendas que a modificaram, especialmente de seu art. 25, III.
§ 2º O Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e o Fundo de Participação dos Municípios obedecerão às seguintes
determinações:
I a partir da promulgação da Constituição, os percentuais serão, respectivamente, de dezoito por cento e de vinte por cento,
calculados sobre o produto da arrecadação dos impostos referidos no art. 153, III e IV, mantidos os atuais critérios de rateio até a entrada
em vigor da lei complementar a que se refere o art. 161, II;
II o percentual relativo ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal será acrescido de um ponto percentual no exercício
financeiro de 1989 e, a partir de 1990, inclusive, à razão de meio ponto por exercício, até 1992, inclusive, atingindo em 1993 o percentual
estabelecido no art. 159, I, "a";
III o percentual relativo ao Fundo de Participação dos Municípios, a partir de 1989, inclusive, será elevado à razão de meio ponto
percentual por exercício financeiro, até atingir o estabelecido no art. 159, I, "b".
§ 3º Promulgada a Constituição, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão editar as leis necessárias à aplicação
do sistema tributário nacional nela previsto.
§ 4º As leis editadas nos termos do parágrafo anterior produzirão efeitos a partir da entrada em vigor do sistema tributário nacional
previsto na Constituição.
§ 5º Vigente o novo sistema tributário nacional, fica assegurada a aplicação da legislação anterior, no que não seja incompatível com
ele e com a legislação referida nos §3º e § 4º.
§ 6º Até 31 de dezembro de 1989, o disposto no art. 150, III, "b", não se aplica aos impostos de que tratam os arts. 155, I, "a" e "b", e
156, II e III, que podem ser cobrados trinta dias após a publicação da lei que os tenha instituído ou aumentado.
§ 7º Até que sejam fixadas em lei complementar, as alíquotas máximas do imposto municipal sobre vendas a varejo de combustíveis
líquidos e gasosos não excederão a três por cento.
§ 8º Se, no prazo de sessenta dias contados da promulgação da Constituição, não for editada a lei complementar necessária à
instituição do imposto de que trata o art. 155, I, "b", os Estados e o Distrito Federal, mediante convênio celebrado nos termos da Lei
Complementar nº 24, de 7 de janeiro de 1975, fixarão normas para regular provisoriamente a matéria.
§ 9º Até que lei complementar disponha sobre a matéria, as empresas distribuidoras de energia elétrica, na condição de contribuintes
ou de substitutos tributários, serão as responsáveis, por ocasião da saída do produto de seus estabelecimentos, ainda que destinado a
outra unidade da Federação, pelo pagamento do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias incidente sobre energia
elétrica, desde a produção ou importação até a última operação, calculado o imposto sobre o preço então praticado na operação final e
assegurado seu recolhimento ao Estado ou ao Distrito Federal, conforme o local onde deva ocorrer essa operação.
§ 10. Enquanto não entrar em vigor a lei prevista no art. 159, I, "c", cuja promulgação se fará até 31 de dezembro de 1989, é
assegurada a aplicação dos recursos previstos naquele dispositivo da seguinte maneira:
I seis décimos por cento na Região Norte, através do Banco da Amazônia S.A.;
II um inteiro e oito décimos por cento na Região Nordeste, através do Banco do Nordeste do Brasil S.A.;
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III seis décimos por cento na Região CentroOeste, através do Banco do Brasil S.A.
§ 11. Fica criado, nos termos da lei, o Banco de Desenvolvimento do CentroOeste, para dar cumprimento, na referida região, ao que
determinam os arts. 159, I, "c", e 192, § 2º, da Constituição.
§ 12. A urgência prevista no art. 148, II, não prejudica a cobrança do empréstimo compulsório instituído, em benefício das Centrais
Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás), pela Lei nº 4.156, de 28 de novembro de 1962, com as alterações posteriores.
Art. 35. O disposto no art. 165, § 7º, será cumprido de forma progressiva, no prazo de até dez anos, distribuindose os recursos entre as
regiões macroeconômicas em razão proporcional à população, a partir da situação verificada no biênio 198687.
§ 1º Para aplicação dos critérios de que trata este artigo, excluemse das despesas totais as relativas:
I aos projetos considerados prioritários no plano plurianual;
II à segurança e defesa nacional;
III à manutenção dos órgãos federais no Distrito Federal;
IV ao Congresso Nacional, ao Tribunal de Contas da União e ao Poder Judiciário;
V ao serviço da dívida da administração direta e indireta da União, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público
federal.
§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas:
I o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será
encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da
sessão legislativa;
II o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e
devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa;
III o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e
devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
Art. 36. Os fundos existentes na data da promulgação da Constituição, excetuados os resultantes de isenções fiscais que passem a
integrar patrimônio privado e os que interessem à defesa nacional, extinguirseão, se não forem ratificados pelo Congresso Nacional no
prazo de dois anos. (Vide Decreto Legislativo nº 66, de 1990)
Art. 37. A adaptação ao que estabelece o art. 167, III, deverá processarse no prazo de cinco anos, reduzindose o excesso à base de,
pelo menos, um quinto por ano.
Art. 38. Até a promulgação da lei complementar referida no art. 169, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não
poderão despender com pessoal mais do que sessenta e cinco por cento do valor das respectivas receitas correntes.
Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, quando a respectiva despesa de pessoal exceder o limite
previsto neste artigo, deverão retornar àquele limite, reduzindo o percentual excedente à razão de um quinto por ano.
Art. 39. Para efeito do cumprimento das disposições constitucionais que impliquem variações de despesas e receitas da União, após a
promulgação da Constituição, o Poder Executivo deverá elaborar e o Poder Legislativo apreciar projeto de revisão da lei orçamentária
referente ao exercício financeiro de 1989.
Parágrafo único. O Congresso Nacional deverá votar no prazo de doze meses a lei complementar prevista no art. 161, II.
Art. 40. É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas características de área livre de comércio, de exportação e importação, e de
incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010)
Parágrafo único. Somente por lei federal podem ser modificados os critérios que disciplinaram ou venham a disciplinar a aprovação dos
projetos na Zona Franca de Manaus.
Art. 41. Os Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios reavaliarão todos os incentivos fiscais de
natureza setorial ora em vigor, propondo aos Poderes Legislativos respectivos as medidas cabíveis.
§ 1º Considerarseão revogados após dois anos, a partir da data da promulgação da Constituição, os incentivos que não forem
confirmados por lei.
§ 2º A revogação não prejudicará os direitos que já tiverem sido adquiridos, àquela data, em relação a incentivos concedidos sob
condição e com prazo certo.
§ 3º Os incentivos concedidos por convênio entre Estados, celebrados nos termos do art. 23, § 6º, da Constituição de 1967, com a
redação da Emenda Constitucional nº 1, de 17 de outubro de 1969, também deverão ser reavaliados e reconfirmados nos prazos deste
artigo.
Art. 42. Durante quinze anos, a União aplicará, dos recursos destinados à irrigação:
Art. 42. Durante 25 (vinte e cinco) anos, a União aplicará, dos recursos destinados à irrigação: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 43, de 15.4.2004)
I vinte por cento na Região CentroOeste;
II cinqüenta por cento na Região Nordeste, preferencialmente no semiárido.
Art. 42. Durante 40 (quarenta) anos, a União aplicará dos recursos destinados à irrigação: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 89, de 2015)
I 20% (vinte por cento) na Região CentroOeste; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 89, de 2015)
II 50% (cinquenta por cento) na Região Nordeste, preferencialmente no Semiárido. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 89, de 2015)
Parágrafo único. Dos percentuais previstos nos incisos I e II do caput, no mínimo 50% (cinquenta por
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cento) serão destinados a projetos de irrigação que beneficiem agricultores familiares que atendam aos
requisitos previstos em legislação específica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 89, de 2015)
Art. 43. Na data da promulgação da lei que disciplinar a pesquisa e a lavra de recursos e jazidas minerais, ou no prazo de um ano, a
contar da promulgação da Constituição, tornarseão sem efeito as autorizações, concessões e demais títulos atributivos de direitos
minerários, caso os trabalhos de pesquisa ou de lavra não hajam sido comprovadamente iniciados nos prazos legais ou estejam inativos.
(Regulamento)
Art. 44. As atuais empresas brasileiras titulares de autorização de pesquisa, concessão de lavra de recursos minerais e de
aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica em vigor terão quatro anos, a partir da promulgação da Constituição, para cumprir os
requisitos do art. 176, § 1º.
§ 1º Ressalvadas as disposições de interesse nacional previstas no texto constitucional, as empresas brasileiras ficarão dispensadas do
cumprimento do disposto no art. 176, § 1º, desde que, no prazo de até quatro anos da data da promulgação da Constituição, tenham o
produto de sua lavra e beneficiamento destinado a industrialização no território nacional, em seus próprios estabelecimentos ou em empresa
industrial controladora ou controlada.
§ 2º Ficarão também dispensadas do cumprimento do disposto no art. 176, § 1º, as empresas brasileiras titulares de concessão de
energia hidráulica para uso em seu processo de industrialização.
§ 3º As empresas brasileiras referidas no § 1º somente poderão ter autorizações de pesquisa e concessões de lavra ou potenciais de
energia hidráulica, desde que a energia e o produto da lavra sejam utilizados nos respectivos processos industriais.
Art. 45. Ficam excluídas do monopólio estabelecido pelo art. 177, II, da Constituição as refinarias em funcionamento no País amparadas
pelo art. 43 e nas condições do art. 45 da Lei nº 2.004, de 3 de outubro de 1953.
Parágrafo único. Ficam ressalvados da vedação do art. 177, § 1º, os contratos de risco feitos com a Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobrás),
para pesquisa de petróleo, que estejam em vigor na data da promulgação da Constituição.
Art. 46. São sujeitos à correção monetária desde o vencimento, até seu efetivo pagamento, sem interrupção ou suspensão, os créditos
junto a entidades submetidas aos regimes de intervenção ou liquidação extrajudicial, mesmo quando esses regimes sejam convertidos em
falência.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase também:
I às operações realizadas posteriormente à decretação dos regimes referidos no "caput" deste artigo;
II às operações de empréstimo, financiamento, refinanciamento, assistência financeira de liquidez, cessão ou subrogação de créditos
ou cédulas hipotecárias, efetivação de garantia de depósitos do público ou de compra de obrigações passivas, inclusive as realizadas com
recursos de fundos que tenham essas destinações;
III aos créditos anteriores à promulgação da Constituição;
IV aos créditos das entidades da administração pública anteriores à promulgação da Constituição, não liquidados até 1 de janeiro de
1988.
Art. 47. Na liquidação dos débitos, inclusive suas renegociações e composições posteriores, ainda que ajuizados, decorrentes de
quaisquer empréstimos concedidos por bancos e por instituições financeiras, não existirá correção monetária desde que o empréstimo tenha
sido concedido:
I aos micro e pequenos empresários ou seus estabelecimentos no período de 28 de fevereiro de 1986 a 28 de fevereiro de 1987;
II ao mini, pequenos e médios produtores rurais no período de 28 de fevereiro de 1986 a 31 de dezembro de 1987, desde que
relativos a crédito rural.
§ 1º Consideramse, para efeito deste artigo, microempresas as pessoas jurídicas e as firmas individuais com receitas anuais de até dez
mil Obrigações do Tesouro Nacional, e pequenas empresas as pessoas jurídicas e as firmas individuais com receita anual de até vinte e cinco
mil Obrigações do Tesouro Nacional.
§ 2º A classificação de mini, pequeno e médio produtor rural será feita obedecendose às normas de crédito rural vigentes à época do
contrato.
§ 3º A isenção da correção monetária a que se refere este artigo só será concedida nos seguintes casos:
I se a liquidação do débito inicial, acrescido de juros legais e taxas judiciais, vier a ser efetivada no prazo de noventa dias, a contar da
data da promulgação da Constituição;
II se a aplicação dos recursos não contrariar a finalidade do financiamento, cabendo o ônus da prova à instituição credora;
III se não for demonstrado pela instituição credora que o mutuário dispõe de meios para o pagamento de seu débito, excluído desta
demonstração seu estabelecimento, a casa de moradia e os instrumentos de trabalho e produção;
IV se o financiamento inicial não ultrapassar o limite de cinco mil Obrigações do Tesouro Nacional;
V se o beneficiário não for proprietário de mais de cinco módulos rurais.
§ 4º Os benefícios de que trata este artigo não se estendem aos débitos já quitados e aos devedores que sejam constituintes.
§ 5º No caso de operações com prazos de vencimento posteriores à data limite de liquidação da dívida, havendo interesse do
mutuário, os bancos e as instituições financeiras promoverão, por instrumento próprio, alteração nas condições contratuais originais de forma
a ajustálas ao presente benefício.
§ 6º A concessão do presente benefício por bancos comerciais privados em nenhuma hipótese acarretará ônus para o Poder Público,
ainda que através de refinanciamento e repasse de recursos pelo banco central.
§ 7º No caso de repasse a agentes financeiros oficiais ou cooperativas de crédito, o ônus recairá sobre a fonte de recursos originária.
Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do
consumidor.
Art. 49. A lei disporá sobre o instituto da enfiteuse em imóveis urbanos, sendo facultada aos foreiros, no caso de sua extinção, a
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remição dos aforamentos mediante aquisição do domínio direto, na conformidade do que dispuserem os respectivos contratos.
§ 1º Quando não existir cláusula contratual, serão adotados os critérios e bases hoje vigentes na legislação especial dos imóveis da
União.
§ 2º Os direitos dos atuais ocupantes inscritos ficam assegurados pela aplicação de outra modalidade de contrato.
§ 3º A enfiteuse continuará sendo aplicada aos terrenos de marinha e seus acrescidos, situados na faixa de segurança, a partir da orla
marítima.
§ 4º Remido o foro, o antigo titular do domínio direto deverá, no prazo de noventa dias, sob pena de responsabilidade, confiar à
guarda do registro de imóveis competente toda a documentação a ele relativa.
Art. 50. Lei agrícola a ser promulgada no prazo de um ano disporá, nos termos da Constituição, sobre os objetivos e instrumentos de
política agrícola, prioridades, planejamento de safras, comercialização, abastecimento interno, mercado externo e instituição de crédito
fundiário.
Art. 51. Serão revistos pelo Congresso Nacional, através de Comissão mista, nos três anos a contar da data da promulgação da
Constituição, todas as doações, vendas e concessões de terras públicas com área superior a três mil hectares, realizadas no período de 1º
de janeiro de 1962 a 31 de dezembro de 1987.
§ 1º No tocante às vendas, a revisão será feita com base exclusivamente no critério de legalidade da operação.
§ 2º No caso de concessões e doações, a revisão obedecerá aos critérios de legalidade e de conveniência do interesse público.
§ 3º Nas hipóteses previstas nos parágrafos anteriores, comprovada a ilegalidade, ou havendo interesse público, as terras reverterão
ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
Art. 52. Até que sejam fixadas as condições a que se refere o art. 192, III, são vedados:
Art. 52. Até que sejam fixadas as condições do art. 192, são vedados:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
I a instalação, no País, de novas agências de instituições financeiras domiciliadas no exterior;
II o aumento do percentual de participação, no capital de instituições financeiras com sede no País, de pessoas físicas ou jurídicas
residentes ou domiciliadas no exterior.
Parágrafo único. A vedação a que se refere este artigo não se aplica às autorizações resultantes de acordos internacionais, de
reciprocidade, ou de interesse do Governo brasileiro.
Art. 53. Ao excombatente que tenha efetivamente participado de operações bélicas durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos da
Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, serão assegurados os seguintes direitos:
I aproveitamento no serviço público, sem a exigência de concurso, com estabilidade;
II pensão especial correspondente à deixada por segundotenente das Forças Armadas, que poderá ser requerida a qualquer tempo,
sendo inacumulável com quaisquer rendimentos recebidos dos cofres públicos, exceto os benefícios previdenciários, ressalvado o direito de
opção;
III em caso de morte, pensão à viúva ou companheira ou dependente, de forma proporcional, de valor igual à do inciso anterior;
IV assistência médica, hospitalar e educacional gratuita, extensiva aos dependentes;
V aposentadoria com proventos integrais aos vinte e cinco anos de serviço efetivo, em qualquer regime jurídico;
VI prioridade na aquisição da casa própria, para os que não a possuam ou para suas viúvas ou companheiras.
Parágrafo único. A concessão da pensão especial do inciso II substitui, para todos os efeitos legais, qualquer outra pensão já
concedida ao excombatente.
Art. 54. Os seringueiros recrutados nos termos do DecretoLei nº 5.813, de 14 de setembro de 1943, e amparados pelo DecretoLei nº
9.882, de 16 de setembro de 1946, receberão, quando carentes, pensão mensal vitalícia no valor de dois salários mínimos.
§ 1º O benefício é estendido aos seringueiros que, atendendo a apelo do Governo brasileiro, contribuíram para o esforço de guerra,
trabalhando na produção de borracha, na Região Amazônica, durante a Segunda Guerra Mundial.
§ 2º Os benefícios estabelecidos neste artigo são transferíveis aos dependentes reconhecidamente carentes.
§ 3º A concessão do benefício farseá conforme lei a ser proposta pelo Poder Executivo dentro de cento e cinqüenta dias da
promulgação da Constituição.
Art. 54A. Os seringueiros de que trata o art. 54 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
receberão indenização, em parcela única, no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 78, de 2014) (Vide Emenda Constitucional nº 78, de 2014)
Art. 55. Até que seja aprovada a lei de diretrizes orçamentárias, trinta por cento, no mínimo, do orçamento da seguridade social,
excluído o segurodesemprego, serão destinados ao setor de saúde.
Art. 56. Até que a lei disponha sobre o art. 195, I, a arrecadação decorrente de, no mínimo, cinco dos seis décimos percentuais
correspondentes à alíquota da contribuição de que trata o DecretoLei nº 1.940, de 25 de maio de 1982, alterada pelo DecretoLei nº 2.049,
de 1º de agosto de 1983, pelo Decreto nº 91.236, de 8 de maio de 1985, e pela Lei nº 7.611, de 8 de julho de 1987, passa a integrar a
receita da seguridade social, ressalvados, exclusivamente no exercício de 1988, os compromissos assumidos com programas e projetos em
andamento.
Art. 57. Os débitos dos Estados e dos Municípios relativos às contribuições previdenciárias até 30 de junho de 1988 serão liquidados,
com correção monetária, em cento e vinte parcelas mensais, dispensados os juros e multas sobre eles incidentes, desde que os devedores
requeiram o parcelamento e iniciem seu pagamento no prazo de cento e oitenta dias a contar da promulgação da Constituição.
§ 1º O montante a ser pago em cada um dos dois primeiros anos não será inferior a cinco por cento do total do débito consolidado e
atualizado, sendo o restante dividido em parcelas mensais de igual valor.
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§ 2º A liquidação poderá incluir pagamentos na forma de cessão de bens e prestação de serviços, nos termos da Lei nº 7.578, de 23
de dezembro de 1986.
§ 3º Em garantia do cumprimento do parcelamento, os Estados e os Municípios consignarão, anualmente, nos respectivos orçamentos
as dotações necessárias ao pagamento de seus débitos.
§ 4º Descumprida qualquer das condições estabelecidas para concessão do parcelamento, o débito será considerado vencido em sua
totalidade, sobre ele incidindo juros de mora; nesta hipótese, parcela dos recursos correspondentes aos Fundos de Participação, destinada
aos Estados e Municípios devedores, será bloqueada e repassada à previdência social para pagamento de seus débitos.
Art. 58. Os benefícios de prestação continuada, mantidos pela previdência social na data da promulgação da Constituição, terão seus
valores revistos, a fim de que seja restabelecido o poder aquisitivo, expresso em número de salários mínimos, que tinham na data de sua
concessão, obedecendose a esse critério de atualização até a implantação do plano de custeio e benefícios referidos no artigo seguinte.
Parágrafo único. As prestações mensais dos benefícios atualizadas de acordo com este artigo serão devidas e pagas a partir do sétimo
mês a contar da promulgação da Constituição.
Art. 59. Os projetos de lei relativos à organização da seguridade social e aos planos de custeio e de benefício serão apresentados no
prazo máximo de seis meses da promulgação da Constituição ao Congresso Nacional, que terá seis meses para apreciálos.
Parágrafo único. Aprovados pelo Congresso Nacional, os planos serão implantados progressivamente nos dezoito meses seguintes.
Art. 60.Nos dez primeiros anos da promulgação da Constituição, o Poder Público desenvolverá esforços, com a mobilização de todos
os setores organizados da sociedade e com a aplicação de, pelo menos, cinqüenta por cento dos recursos a que se refere o art. 212 da
Constituição, para eliminar o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental.
Parágrafo único. Em igual prazo, as universidades públicas descentralizarão suas atividades, de modo a estender suas unidades de
ensino superior às cidades de maior densidade populacional.
Art. 60. Nos dez primeiros anos da promulgação desta Emenda, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão não menos
de sessenta por cento dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição Federal, à manutenção e ao desenvolvimento do
ensino fundamental, com o objetivo de assegurar a universalização de seu atendimento e a remuneração condigna do magistério. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 1º A distribuição de responsabilidades e recursos entre os Estados e seus Municípios a ser concretizada com parte dos recursos
definidos neste artigo, na forma do disposto no art. 211 da Constituição Federal, é assegurada mediante a criação, no âmbito de cada
Estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, de
natureza contábil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 2º O Fundo referido no parágrafo anterior será constituído por, pelo menos, quinze por cento dos recursos a que se referem os arts.
155, inciso II; 158, inciso IV; e 159, inciso I, alíneas "a" e "b"; e inciso II, da Constituição Federal, e será distribuído entre cada Estado e seus
Municípios, proporcionalmente ao número de alunos nas respectivas redes de ensino fundamental. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
14, de 1996)
§ 3º A União complementará os recursos dos Fundos a que se refere o § 1º, sempre que, em cada Estado e no Distrito Federal, seu
valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 4º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ajustarão progressivamente, em um prazo de cinco anos, suas contribuições
ao Fundo, de forma a garantir um valor por aluno correspondente a um padrão mínimo de qualidade de ensino, definido nacionalmente.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 5º Uma proporção não inferior a sessenta por cento dos recursos de cada Fundo referido no § 1º será destinada ao pagamento dos
professores do ensino fundamental em efetivo exercício no magistério. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 6º A União aplicará na erradicação do analfabetismo e na manutenção e no desenvolvimento do ensino fundamental, inclusive na
complementação a que se refere o § 3º, nunca menos que o equivalente a trinta por cento dos recursos a que se refere o caput do art. 212
da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 7º A lei disporá sobre a organização dos Fundos, a distribuição proporcional de seus recursos, sua fiscalização e controle, bem como
sobre a forma de cálculo do valor mínimo nacional por aluno. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
Art. 60. Até o 14º (décimo quarto) ano a partir da promulgação desta Emenda Constitucional, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios destinarão parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento da
educação básica e à remuneração condigna dos trabalhadores da educação, respeitadas as seguintes disposições: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 53, de 2006). (Vide Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
I a distribuição dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito Federal, os Estados e seus Municípios é assegurada mediante a
criação, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação FUNDEB, de natureza contábil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
II os Fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constituídos por 20% (vinte por cento) dos recursos a que se referem os
incisos I, II e III do art. 155; o inciso II do caput do art. 157; os incisos II, III e IV do caput do art. 158; e as alíneas a e b do inciso I e o inciso
II do caput do art. 159, todos da Constituição Federal, e distribuídos entre cada Estado e seus Municípios, proporcionalmente ao número de
alunos das diversas etapas e modalidades da educação básica presencial, matriculados nas respectivas redes, nos respectivos âmbitos de
atuação prioritária estabelecidos nos §§ 2º e 3º do art. 211 da Constituição Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
III observadas as garantias estabelecidas nos incisos I, II, III e IV do caput do art. 208 da Constituição Federal e as metas de
universalização da educação básica estabelecidas no Plano Nacional de Educação, a lei disporá sobre: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006).
a) a organização dos Fundos, a distribuição proporcional de seus recursos, as diferenças e as ponderações quanto ao valor anual por
aluno entre etapas e modalidades da educação básica e tipos de estabelecimento de ensino; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53,
de 2006).
b) a forma de cálculo do valor anual mínimo por aluno; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
c) os percentuais máximos de apropriação dos recursos dos Fundos pelas diversas etapas e modalidades da educação básica,
observados os arts. 208 e 214 da Constituição Federal, bem como as metas do Plano Nacional de Educação; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006).
d) a fiscalização e o controle dos Fundos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
e) prazo para fixar, em lei específica, piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
IV os recursos recebidos à conta dos Fundos instituídos nos termos do inciso I do caput deste artigo serão aplicados pelos Estados e
Municípios exclusivamente nos respectivos âmbitos de atuação prioritária, conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211 da Constituição
Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
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V a União complementará os recursos dos Fundos a que se refere o inciso II do caput deste artigo sempre que, no Distrito Federal e
em cada Estado, o valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente, fixado em observância ao disposto no inciso VII do caput
deste artigo, vedada a utilização dos recursos a que se refere o § 5º do art. 212 da Constituição Federal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006).
VI até 10% (dez por cento) da complementação da União prevista no inciso V do caput deste artigo poderá ser distribuída para os
Fundos por meio de programas direcionados para a melhoria da qualidade da educação, na forma da lei a que se refere o inciso III do caput
deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
VII a complementação da União de que trata o inciso V do caput deste artigo será de, no mínimo: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006).
a) R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais), no primeiro ano de vigência dos Fundos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006).
c) R$ 4.500.000.000,00 (quatro bilhões e quinhentos milhões de reais), no terceiro ano de vigência dos Fundos; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006).
d) 10% (dez por cento) do total dos recursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo, a partir do quarto ano de vigência dos
Fundos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
VIII a vinculação de recursos à manutenção e desenvolvimento do ensino estabelecida no art. 212 da Constituição Federal suportará,
no máximo, 30% (trinta por cento) da complementação da União, considerandose para os fins deste inciso os valores previstos no inciso VII
do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
IX os valores a que se referem as alíneas a, b, e c do inciso VII do caput deste artigo serão atualizados, anualmente, a partir da
promulgação desta Emenda Constitucional, de forma a preservar, em caráter permanente, o valor real da complementação da União;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
XI o nãocumprimento do disposto nos incisos V e VII do caput deste artigo importará crime de responsabilidade da autoridade
competente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
XII proporção não inferior a 60% (sessenta por cento) de cada Fundo referido no inciso I do caput deste artigo será destinada ao
pagamento dos profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão assegurar, no financiamento da educação básica, a melhoria da
qualidade de ensino, de forma a garantir padrão mínimo definido nacionalmente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006).
§ 2º O valor por aluno do ensino fundamental, no Fundo de cada Estado e do Distrito Federal, não poderá ser inferior ao praticado no
âmbito do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério FUNDEF, no ano anterior à
vigência desta Emenda Constitucional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
§ 3º O valor anual mínimo por aluno do ensino fundamental, no âmbito do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação FUNDEB, não poderá ser inferior ao valor mínimo fixado nacionalmente no ano
anterior ao da vigência desta Emenda Constitucional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
§ 4º Para efeito de distribuição de recursos dos Fundos a que se refere o inciso I do caput deste artigo, levarseá em conta a totalidade
das matrículas no ensino fundamental e considerarseá para a educação infantil, para o ensino médio e para a educação de jovens e
adultos 1/3 (um terço) das matrículas no primeiro ano, 2/3 (dois terços) no segundo ano e sua totalidade a partir do terceiro ano. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
§ 5º A porcentagem dos recursos de constituição dos Fundos, conforme o inciso II do caput deste artigo, será alcançada
gradativamente nos primeiros 3 (três) anos de vigência dos Fundos, da seguinte forma: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53,
de 2006).
I no caso dos impostos e transferências constantes do inciso II do caput do art. 155; do inciso IV do caput do art. 158; e das alíneas a
e b do inciso I e do inciso II do caput do art. 159 da Constituição Federal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
a) 16,66% (dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento), no primeiro ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006).
b) 18,33% (dezoito inteiros e trinta e três centésimos por cento), no segundo ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006).
c) 20% (vinte por cento), a partir do terceiro ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
II no caso dos impostos e transferências constantes dos incisos I e III do caput do art. 155; do inciso II do caput do art. 157; e dos
incisos II e III do caput do art. 158 da Constituição Federal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
a) 6,66% (seis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento), no primeiro ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
b) 13,33% (treze inteiros e trinta e três centésimos por cento), no segundo ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
c) 20% (vinte por cento), a partir do terceiro ano. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
§ 6º (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
Art. 61. As entidades educacionais a que se refere o art. 213, bem como as fundações de ensino e pesquisa cuja criação tenha sido
autorizada por lei, que preencham os requisitos dos incisos I e II do referido artigo e que, nos últimos três anos, tenham recebido recursos
públicos, poderão continuar a recebêlos, salvo disposição legal em contrário.
Art. 62. A lei criará o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) nos moldes da legislação relativa ao Serviço Nacional de
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Aprendizagem Industrial (SENAI) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (SENAC), sem prejuízo das atribuições dos órgãos
públicos que atuam na área.
Art. 63. É criada uma Comissão composta de nove membros, sendo três do Poder Legislativo, três do Poder Judiciário e três do Poder
Executivo, para promover as comemorações do centenário da proclamação da República e da promulgação da primeira Constituição
republicana do País, podendo, a seu critério, desdobrarse em tantas subcomissões quantas forem necessárias.
Parágrafo único. No desenvolvimento de suas atribuições, a Comissão promoverá estudos, debates e avaliações sobre a evolução
política, social, econômica e cultural do País, podendo articularse com os governos estaduais e municipais e com instituições públicas e
privadas que desejem participar dos eventos.
Art. 64. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta ou
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, promoverão edição popular do texto integral da Constituição, que
será posta à disposição das escolas e dos cartórios, dos sindicatos, dos quartéis, das igrejas e de outras instituições representativas da
comunidade, gratuitamente, de modo que cada cidadão brasileiro possa receber do Estado um exemplar da Constituição do Brasil.
Art. 65. O Poder Legislativo regulamentará, no prazo de doze meses, o art. 220, § 4º.
Art. 66. São mantidas as concessões de serviços públicos de telecomunicações atualmente em vigor, nos termos da lei.
Art. 67. A União concluirá a demarcação das terras indígenas no prazo de cinco anos a partir da promulgação da Constituição.
Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva,
devendo o Estado emitirlhes os títulos respectivos.
Art. 69. Será permitido aos Estados manter consultorias jurídicas separadas de suas ProcuradoriasGerais ou AdvocaciasGerais, desde
que, na data da promulgação da Constituição, tenham órgãos distintos para as respectivas funções.
Art. 70. Fica mantida atual competência dos tribunais estaduais até que a mesma seja definida na Constituição do Estado, nos termos
do art. 125, § 1º, da Constituição.
Art. 71. Fica instituído, nos exercícios financeiros de 1994 e 1995, o Fundo Social de Emergência, com o objetivo de saneamento
financeiro da Fazenda Pública Federal e de estabilização econômica, cujos recursos serão aplicados no custeio das ações dos sistemas de
saúde e educação, benefícios previdenciários e auxílios assistenciais de prestação continuada, inclusive liquidação de passivo
previdenciário, e outros programas de relevante interesse econômico e social. (incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de
1994)
Parágrafo único. Ao Fundo criado por este artigo não se aplica, no exercício financeiro de 1994, o disposto na parte final do inciso II do §
9.º do art. 165 da Constituição. (incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)
Art. 71. Fica instituído, nos exercícios financeiros de 1994 e 1995, bem assim no período de 1º de janeiro de 1996 a 30 de junho de
1997, o Fundo Social de Emergência, com o objetivo de saneamento financeiro da Fazenda Pública Federal e de estabilização econômica,
cujos recursos serão aplicados prioritariamente no custeio das ações dos sistemas de saúde e educação, benefícios previdenciários e
auxílios assistenciais de prestação continuada, inclusive liquidação de passivo previdenciário, e despesas orçamentárias associadas a
programas de relevante interesse econômico e social.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)
Art. 71. É instituído, nos exercícios financeiros de 1994 e 1995, bem assim nos períodos de 01/01/1996 a 30/06/97 e 01/07/97 a
31/12/1999, o Fundo Social de Emergência, com o objetivo de saneamento financeiro da Fazenda Pública Federal e de estabilização
econômica, cujos recursos serão aplicados prioritariamente no custeio das ações dos sistemas de saúde e educação, incluindo a
complementação de recursos de que trata o § 3º do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, benefícios previdenciários e
auxílios assistenciais de prestação continuada, inclusive liquidação de passivo previdenciário, e despesas orçamentárias associadas a
programas de relevante interesse econômico e social.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 17, de 1997) (Vide Emenda
Constitucional nº 17, de 1997)
§ 1º Ao Fundo criado por este artigo não se aplica o disposto na parte final do inciso II do § 9º do art. 165 da Constituição.
(Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)]
§ 2º O Fundo criado por este artigo passa a ser denominado Fundo de Estabilização Fiscal a partir do início do exercício financeiro de
1996. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)
§ 3º O Poder Executivo publicará demonstrativo da execução orçamentária, de periodicidade bimestral, no qual se discriminarão as
fontes e usos do Fundo criado por este artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)
Art. 72. Integram o Fundo Social de Emergência: (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)
I o produto da arrecadação do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza incidente na fonte sobre pagamentos
efetuados, a qualquer título, pela União, inclusive suas autarquias e fundações; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de
1994) (Vide Emenda Constitucional nº 17, de 1997)
II a parcela do produto da arrecadação do imposto sobre propriedade territorial rural, do imposto sobre renda e proventos de qualquer
natureza e do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários, decorrente das alterações
produzidas pela Medida Provisória n.º 419 e pelas Leis n.ºs 8.847, 8.849 e 8848, todas de 28 de janeiro de 1994, estendendose a vigência
da última delas até 31 de dezembro de 1995; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)
III a parcela do produto da arrecadação resultante da elevação da alíquota da contribuição social sobre o lucro dos contribuintes a que
se refere o § 1° do art. 22 da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, a qual, nos exercícios financeiros de 1994 e 1995, passa a ser de trinta
por cento, mantidas as demais normas da Lei n° 7.689, de 15 de dezembro de 1988; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1,
de 1994)
IV vinte por cento do produto da arrecadação de todos os impostos e contribuições da União, excetuado o previsto nos incisos I, II e
III;(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)
V a parcela do produto da arrecadação da contribuição de que trata a Lei Complementar n.º 7, de 7 de setembro de 1970, devida pelas
pessoas jurídicas a que se refere o inciso III deste artigo, a qual será calculada, nos exercícios financeiros de 1994 e 1995, mediante a
aplicação da alíquota de setenta e cinco centésimos por cento sobre a receita bruta operacional, como definida na legislação do imposto
sobre renda e proventos de qualquer natureza;(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)
II a parcela do produto da arrecadação do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza e do imposto sobre operações de
crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos e valores mobiliários, decorrente das alterações produzidas pela Lei nº 8.894, de 21 de junho
de 1994, e pelas Leis nºs 8.849 e 8.848, ambas de 28 de janeiro de 1994, e modificações posteriores; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 10, de 1996)
III a parcela do produto da arrecadação resultante da elevação da alíquota da contribuição social sobre o lucro dos contribuintes a
que se refere o § 1º do Art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, a qual, nos exercícios financeiros de 1994 e 1995, bem assim no
período de 1º de janeiro de 1996 a 30 de junho de 1997, passa a ser de trinta por cento, sujeita a alteração por lei ordinária, mantidas as
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demais normas da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)
IV vinte por cento do produto da arrecadação de todos os impostos e contribuições da União, já instituídos ou a serem criados,
excetuado o previsto nos incisos I, II e III, observado o disposto nos §§ 3º e 4º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)
V a parcela do produto da arrecadação da contribuição de que trata a Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, devida
pelas pessoas jurídicas a que se refere o inciso III deste artigo, a qual será calculada, nos exercícios financeiros de 1994 e 1995, bem assim
no período de 1º de janeiro de 1996 a 30 de junho de 1997, mediante a aplicação da alíquota de setenta e cinco centésimos por cento,
sujeita a alteração por lei ordinária, sobre a receita bruta operacional, como definida na legislação do imposto sobre renda e proventos de
qualquer natureza; e" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)
V a parcela do produto da arrecadação da contribuição de que trata a Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, devida
pelas pessoas jurídicas a que se refere o inciso III deste artigo, a qual será calculada, nos exercícios financeiros de 1994 a 1995, bem assim
nos períodos de 1ºde janeiro de 1996 a 30 de junho de 1997 e de 1º de julho de 1997 a 31 de dezembro de 1999, mediante a aplicação da
alíquota de setenta e cinco centésimos por cento, sujeita a alteração por lei ordinária posterior, sobre a receita bruta operacional, como
definida na legislação do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 17, de
1997) (Vide Emenda Constitucional nº 17, de 1997)
VI outras receitas previstas em lei específica. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)
§ 1.º As alíquotas e a base de cálculo previstas nos incisos III e V aplicarseão a partir do primeiro dia do mês seguinte aos noventa
dias posteriores à promulgação desta Emenda. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)
§ 2.º As parcelas de que tratam os incisos I, II, III e V serão previamente deduzidas da base de cálculo de qualquer vinculação ou
participação constitucional ou legal, não se lhes aplicando o disposto nos arts. 158, II, 159, 212 e 239 da Constituição. (Incluído pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)
§ 3.º A parcela de que trata o inciso IV será previamente deduzida da base de cálculo das vinculações ou participações constitucionais
previstas nos arts. 153, § 5.º, 157, II, 158, II, 212 e 239 da Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)
§ 4.º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos recursos previstos no art. 159 da Constituição. (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)
§ 5.º A parcela dos recursos provenientes do imposto sobre propriedade territorial rural e do imposto sobre renda e proventos de
qualquer natureza, destinada ao Fundo Social de Emergência, nos termos do inciso II deste artigo, não poderá exceder: (Incluído pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)
I no caso do imposto sobre propriedade territorial rural, a oitenta e seis inteiros e dois décimos por cento do total do produto da sua
arrecadação; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)
II no caso do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza, a cinco inteiros e seis décimos por cento do total do produto da
sua arrecadação. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)
§ 2º As parcelas de que tratam os incisos I, II, III e V serão previamente deduzidas da base de cálculo de qualquer vinculação ou
participação constitucional ou legal, não se lhes aplicando o disposto nos artigos, 159, 212 e 239 da Constituição.(Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 10, de 1996)
§ 3º A parcela de que trata o inciso IV será previamente deduzida da base de cálculo das vinculações ou participações constitucionais
previstas nos artigos 153, § 5º, 157, II, 212 e 239 da Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)
§ 4º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos recursos previstos nos Artigos 158, II e 159 da Constituição. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)
§ 5º A parcela dos recursos provenientes do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza, destinada ao Fundo Social de
Emergência, nos termos do inciso II deste artigo, não poderá exceder a cinco inteiros e seis décimos por cento do total do produto da sua
arrecadação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 10, de 1996)
Art. 73. Na regulação do Fundo Social de Emergência não poderá ser utilizado o instrumento previsto no inciso V do art. 59 da
Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 1, de 1994)
Art. 74. A União poderá instituir contribuição provisória sobre movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de
natureza financeira. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 12, de 1996)
§ 1º A alíquota da contribuição de que trata este artigo não excederá a vinte e cinco centésimos por cento, facultado ao Poder
Executivo reduzila ou restabelecêla, total ou parcialmente, nas condições e limites fixados em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
12, de 1996)
§ 2º A contribuição de que trata este artigo não se aplica o disposto nos arts. 153, § 5º, e 154, I, da Constituição. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 12, de 1996)
§ 3º O produto da arrecadação da contribuição de que trata este artigo será destinado integralmente ao Fundo Nacional de Saúde,
para financiamento das ações e serviços de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 12, de 1996)
§ 4º A contribuição de que trata este artigo terá sua exigibilidade subordinada ao disposto no art. 195, § 6º, da Constituição, e não
poderá ser cobrada por prazo superior a dois anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 12, de 1996)
Art. 75. É prorrogada, por trinta e seis meses, a cobrança da contribuição provisória sobre movimentação ou transmissão de valores e
de créditos e direitos de natureza financeira de que trata o art. 74, instituída pela Lei nº 9.311, de 24 de outubro de 1996, modificada pela
Lei nº 9.539, de 12 de dezembro de 1997, cuja vigência é também prorrogada por idêntico prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
21, de 1999)
§ 1º Observado o disposto no § 6º do art. 195 da Constituição Federal, a alíquota da contribuição será de trinta e oito centésimos por
cento, nos primeiros doze meses, e de trinta centésimos, nos meses subseqüentes, facultado ao Poder Executivo reduzila total ou
parcialmente, nos limites aqui definidos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 21, de 1999)
§ 2º O resultado do aumento da arrecadação, decorrente da alteração da alíquota, nos exercícios financeiros de 1999, 2000 e 2001,
será destinado ao custeio da previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 21, de 1999)
§ 3º É a União autorizada a emitir títulos da dívida pública interna, cujos recursos serão destinados ao custeio da saúde e da
previdência social, em montante equivalente ao produto da arrecadação da contribuição, prevista e não realizada em 1999. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 21, de 1999)(Vide ADIN nº 2.0315)
Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, no período de 2000 a 2003, vinte por cento da arrecadação de impostos e
contribuições sociais da União, já instituídos ou que vierem a ser criados no referido período, seus adicionais e respectivos acréscimos legais.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 27, de 2000:)
Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, no período de 2003 a 2007, vinte por cento da arrecadação da União de
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impostos, contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados no referido período, seus
adicionais e respectivos acréscimos legais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2011, 20% (vinte por cento) da arrecadação da União de
impostos, contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data, seus
adicionais e respectivos acréscimos legais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 56, de 2007)
§ 1 o O disposto no caput deste artigo não reduzirá a base de cálculo das transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios na
forma dos arts. 153, § 5 o ; 157, I; l58, I e II; e 159, I, "a" e "b", e II, da Constituição, bem como a base de cálculo das aplicações em
programas de financiamento ao setor produtivo das regiões Norte, Nordeste e CentroOeste a que se refere o art. 159, I, "c", da Constituição.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 27, de 2000:)
§ 1º O disposto no caput deste artigo não reduzirá a base de cálculo das transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios na
forma dos arts. 153, § 5º; 157, I; 158, I e II; e 159, I, a e b; e II, da Constituição, bem como a base de cálculo das destinações a que se
refere o art. 159, I, c, da Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 2 o Excetuase da desvinculação de que trata o caput deste artigo a arrecadação da contribuição social do salárioeducação a que se
refere o art. 212, § 5 o , da Constituição.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 27, de 2000:)
§ 3º Para efeito do cálculo dos recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da Constituição, o
percentual referido no caput deste artigo será de 12,5 % (doze inteiros e cinco décimos por cento) no exercício de 2009, 5% (cinco por cento)
no exercício de 2010, e nulo no exercício de 2011. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
Art. 76. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2015, 20% (vinte por cento) da arrecadação da União
de impostos, contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data,
seus adicionais e respectivos acréscimos legais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 68, de 2011).
§ 1° O disposto no caput não reduzirá a base de cálculo das transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios, na forma do § 5º
do art. 153, do inciso I do art. 157, dos incisos I e II do art. 158 e das alíneas a, b e d do inciso I e do inciso II do art. 159 da Constituição
Federal, nem a base de cálculo das destinações a que se refere a alínea c do inciso I do art. 159 da Constituição Federal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 68, de 2011).
§ 2° Excetuase da desvinculação de que trata o caput a arrecadação da contribuição social do salárioeducação a que se refere o § 5º
do art. 212 da Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 68, de 2011).
§ 3° Para efeito do cálculo dos recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da Constituição Federal,
o percentual referido no caput será nulo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 68, de 2011).
Art. 77. Até o exercício financeiro de 2004, os recursos mínimos aplicados nas ações e serviços públicos de saúde serão equivalentes:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I no caso da União: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
a) no ano 2000, o montante empenhado em ações e serviços públicos de saúde no exercício financeiro de 1999 acrescido de, no
mínimo, cinco por cento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
b) do ano 2001 ao ano 2004, o valor apurado no ano anterior, corrigido pela variação nominal do Produto Interno Bruto PIB; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II no caso dos Estados e do Distrito Federal, doze por cento do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos
recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos
Municípios; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
III no caso dos Municípios e do Distrito Federal, quinze por cento do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e
dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que apliquem percentuais inferiores aos fixados nos incisos II e III deverão eleválos
gradualmente, até o exercício financeiro de 2004, reduzida a diferença à razão de, pelo menos, um quinto por ano, sendo que, a partir de
2000, a aplicação será de pelo menos sete por cento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
§ 2º Dos recursos da União apurados nos termos deste artigo, quinze por cento, no mínimo, serão aplicados nos Municípios, segundo o
critério populacional, em ações e serviços básicos de saúde, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
§ 3º Os recursos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinados às ações e serviços públicos de saúde e os transferidos
pela União para a mesma finalidade serão aplicados por meio de Fundo de Saúde que será acompanhado e fiscalizado por Conselho de
Saúde, sem prejuízo do disposto no art. 74 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
§ 4º Na ausência da lei complementar a que se refere o art. 198, § 3º, a partir do exercício financeiro de 2005, aplicarseá à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o disposto neste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Art. 78. Ressalvados os créditos definidos em lei como de pequeno valor, os de natureza alimentícia, os de que trata o art. 33 deste Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias e suas complementações e os que já tiverem os seus respectivos recursos liberados ou
depositados em juízo, os precatórios pendentes na data de promulgação desta Emenda e os que decorram de ações iniciais ajuizadas até
31 de dezembro de 1999 serão liquidados pelo seu valor real, em moeda corrente, acrescido de juros legais, em prestações anuais, iguais e
sucessivas, no prazo máximo de dez anos, permitida a cessão dos créditos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 1º É permitida a decomposição de parcelas, a critério do credor. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 2º As prestações anuais a que se refere o caput deste artigo terão, se não liquidadas até o final do exercício a que se referem, poder
liberatório do pagamento de tributos da entidade devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000) (Vide Emenda
Constitucional nº 62, de 2009)
§ 3º O prazo referido no caput deste artigo fica reduzido para dois anos, nos casos de precatórios judiciais originários de
desapropriação de imóvel residencial do credor, desde que comprovadamente único à época da imissão na posse. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 30, de 2000)
§ 4º O Presidente do Tribunal competente deverá, vencido o prazo ou em caso de omissão no orçamento, ou preterição ao direito de
precedência, a requerimento do credor, requisitar ou determinar o seqüestro de recursos financeiros da entidade executada, suficientes à
satisfação da prestação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
Art. 79. É instituído, para vigorar até o ano de 2010, no âmbito do Poder Executivo Federal, o Fundo de Combate e Erradicação da
Pobreza, a ser regulado por lei complementar com o objetivo de viabilizar a todos os brasileiros acesso a níveis dignos de subsistência, cujos
recursos serão aplicados em ações suplementares de nutrição, habitação, educação, saúde, reforço de renda familiar e outros programas de
relevante interesse social voltados para melhoria da qualidade de vida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000) (Vide
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 99/107
17/03/2016 Constituição
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (Vide Emenda Constitucional nº 67, de 2010)
Parágrafo único. O Fundo previsto neste artigo terá Conselho Consultivo e de Acompanhamento que conte com a participação de
representantes da sociedade civil, nos termos da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
Art. 80. Compõem o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000) (Vide
Emenda Constitucional nº 67, de 2010)
I a parcela do produto da arrecadação correspondente a um adicional de oito centésimos por cento, aplicável de 18 de junho de 2000
a 17 de junho de 2002, na alíquota da contribuição social de que trata o art. 75 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
II a parcela do produto da arrecadação correspondente a um adicional de cinco pontos percentuais na alíquota do Imposto sobre
Produtos Industrializados IPI, ou do imposto que vier a substituílo, incidente sobre produtos supérfluos e aplicável até a extinção do
Fundo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
III o produto da arrecadação do imposto de que trata o art. 153, inciso VII, da Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
31, de 2000)
IV dotações orçamentárias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
V doações, de qualquer natureza, de pessoas físicas ou jurídicas do País ou do exterior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31,
de 2000)
VI outras receitas, a serem definidas na regulamentação do referido Fundo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
§ 1º Aos recursos integrantes do Fundo de que trata este artigo não se aplica o disposto nos arts. 159 e 167, inciso IV, da Constituição,
assim como qualquer desvinculação de recursos orçamentários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
§ 2º A arrecadação decorrente do disposto no inciso I deste artigo, no período compreendido entre 18 de junho de 2000 e o início da
vigência da lei complementar a que se refere a art. 79, será integralmente repassada ao Fundo, preservado o seu valor real, em títulos
públicos federais, progressivamente resgatáveis após 18 de junho de 2002, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31,
de 2000)
Art. 81. É instituído Fundo constituído pelos recursos recebidos pela União em decorrência da desestatização de sociedades de
economia mista ou empresas públicas por ela controladas, direta ou indiretamente, quando a operação envolver a alienação do respectivo
controle acionário a pessoa ou entidade não integrante da Administração Pública, ou de participação societária remanescente após a
alienação, cujos rendimentos, gerados a partir de 18 de junho de 2002, reverterão ao Fundo de Combate e Erradicação de Pobreza.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000) (Vide Emenda Constitucional nº 67, de 2010)
§ 1º Caso o montante anual previsto nos rendimentos transferidos ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, na forma deste
artigo, não alcance o valor de quatro bilhões de reais. farseà complementação na forma do art. 80, inciso IV, do Ato das disposições
Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
§ 2º Sem prejuízo do disposto no § 1º, o Poder Executivo poderá destinar ao Fundo a que se refere este artigo outras receitas
decorrentes da alienação de bens da União. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
§ 3º A constituição do Fundo a que se refere o caput, a transferência de recursos ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza e
as demais disposições referentes ao § 1º deste artigo serão disciplinadas em lei, não se aplicando o disposto no art. 165, § 9º, inciso II, da
Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
Art. 82. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem instituir Fundos de Combate á Pobreza, com os recursos de que trata este
artigo e outros que vierem a destinar, devendo os referidos Fundos ser geridos por entidades que contem com a participação da sociedade
civil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
§ 1º Para o financiamento dos Fundos Estaduais e Distrital, poderá ser criado adicional de até dois pontos percentuais na alíquota do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS, ou do imposto que vier a substituílo, sobre os produtos e serviços supérfluos,
não se aplicando, sobre este adicional, o disposto no art. 158, inciso IV, da Constituição.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de
2000)
§ 1º Para o financiamento dos Fundos Estaduais e Distrital, poderá ser criado adicional de até dois pontos percentuais na alíquota do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS, sobre os produtos e serviços supérfluos e nas condições definidas na lei
complementar de que trata o art. 155, § 2º, XII, da Constituição, não se aplicando, sobre este percentual, o disposto no art. 158, IV, da
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 2º Para o financiamento dos Fundos Municipais, poderá ser criado adicional de até meio ponto percentual na alíquota do Imposto
sobre serviços ou do imposto que vier a substituílo, sobre serviços supérfluos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
Art. 83. Lei federal definirá os produtos e serviços supérfluos a que se referem os arts. 80, inciso II, e 82, §§ 1º e 2º. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
Art. 83. Lei federal definirá os produtos e serviços supérfluos a que se referem os arts. 80, II, e 82, § 2º . (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 84. A contribuição provisória sobre movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira, prevista
nos arts. 74, 75 e 80, I, deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, será cobrada até 31 de dezembro de 2004. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
§ 1º Fica prorrogada até a data referida no caput deste artigo, a vigência da Lei nº 9.311, de 24 de outubro de 1996, e suas
alterações.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
§ 2º Do produto da arrecadação da contribuição social de que trata este artigo será destinada a parcela correspondente à alíquota de:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I vinte centésimos por cento ao Fundo Nacional de Saúde, para financiamento das ações e serviços de saúde; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002)
II dez centésimos por cento ao custeio da previdência social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
III oito centésimos por cento ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, de que tratam os arts. 80 e 81 deste Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 100/107
17/03/2016 Constituição
§ 3º A alíquota da contribuição de que trata este artigo será de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I trinta e oito centésimos por cento, nos exercícios financeiros de 2002 e 2003; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
II oito centésimos por cento, no exercício financeiro de 2004, quando será integralmente destinada ao Fundo de Combate e
Erradicação da Pobreza, de que tratam os arts. 80 e 81 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 85. A contribuição a que se refere o art. 84 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias não incidirá, a partir do trigésimo
dia da data de publicação desta Emenda Constitucional, nos lançamentos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I em contas correntes de depósito especialmente abertas e exclusivamente utilizadas para operações de: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002) (Vide Lei nº 10.982, de 2004)
a) câmaras e prestadoras de serviços de compensação e de liquidação de que trata o parágrafo único do art. 2º da Lei nº 10.214, de
27 de março de 2001; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
b) companhias securitizadoras de que trata a Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de
2002)
c) sociedades anônimas que tenham por objeto exclusivo a aquisição de créditos oriundos de operações praticadas no mercado
financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
II em contas correntes de depósito, relativos a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
a) operações de compra e venda de ações, realizadas em recintos ou sistemas de negociação de bolsas de valores e no mercado de
balcão organizado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
b) contratos referenciados em ações ou índices de ações, em suas diversas modalidades, negociados em bolsas de valores, de
mercadorias e de futuros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
III em contas de investidores estrangeiros, relativos a entradas no País e a remessas para o exterior de recursos financeiros
empregados, exclusivamente, em operações e contratos referidos no inciso II deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de
2002)
§ 1º O Poder Executivo disciplinará o disposto neste artigo no prazo de trinta dias da data de publicação desta Emenda Constitucional.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
§ 2º O disposto no inciso I deste artigo aplicase somente às operações relacionadas em ato do Poder Executivo, dentre aquelas que
constituam o objeto social das referidas entidades. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
§ 3º O disposto no inciso II deste artigo aplicase somente a operações e contratos efetuados por intermédio de instituições financeiras,
sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras de
mercadorias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
Art. 86. Serão pagos conforme disposto no art. 100 da Constituição Federal, não se lhes aplicando a regra de parcelamento
estabelecida no caput do art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, os débitos da Fazenda Federal, Estadual, Distrital
ou Municipal oriundos de sentenças transitadas em julgado, que preencham, cumulativamente, as seguintes condições: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I ter sido objeto de emissão de precatórios judiciários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
II ter sido definidos como de pequeno valor pela lei de que trata o § 3º do art. 100 da Constituição Federal ou pelo art. 87 deste Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
III estar, total ou parcialmente, pendentes de pagamento na data da publicação desta Emenda Constitucional. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002)
§ 1º Os débitos a que se refere o caput deste artigo, ou os respectivos saldos, serão pagos na ordem cronológica de apresentação dos
respectivos precatórios, com precedência sobre os de maior valor. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
§ 2º Os débitos a que se refere o caput deste artigo, se ainda não tiverem sido objeto de pagamento parcial, nos termos do art. 78
deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, poderão ser pagos em duas parcelas anuais, se assim dispuser a lei.(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
§ 3º Observada a ordem cronológica de sua apresentação, os débitos de natureza alimentícia previstos neste artigo terão precedência
para pagamento sobre todos os demais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias serão considerados de pequeno valor, até que se dê a publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da
Federação, observado o disposto no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados em precatório judiciário,
que tenham valor igual ou inferior a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I quarenta saláriosmínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de
2002)
II trinta saláriosmínimos, perante a Fazenda dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido neste artigo, o pagamento farseá, sempre, por meio de precatório,
sendo facultada à parte exeqüente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o
precatório, da forma prevista no § 3º do art. 100. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III do § 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a
que se refere o inciso III do caput do mesmo artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao
DecretoLei nº 406, de 31 de dezembro de 1968; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
II não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, que resulte, direta ou indiretamente, na redução da
alíquota mínima estabelecida no inciso I. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 101/107
17/03/2016 Constituição
Art. 89. Os integrantes da carreira policial militar do exTerritório Federal de Rondônia, que comprovadamente se encontravam no
exercício regular de suas funções prestando serviços àquele exTerritório na data em que foi transformado em Estado, bem como os Policiais
Militares admitidos por força de lei federal, custeados pela União, constituirão quadro em extinção da administração federal, assegurados os
direitos e vantagens a eles inerentes, vedado o pagamento, a qualquer título, de diferenças remuneratórias, bem como ressarcimentos ou
indenizações de qualquer espécie, anteriores à promulgação desta Emenda. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 38, de 2002)
Parágrafo único. Os servidores da carreira policial militar continuarão prestando serviços ao Estado de Rondônia na condição de cedidos,
submetidos às disposições legais e regulamentares a que estão sujeitas as corporações da respectiva Polícia Militar, observadas as
atribuições de função compatíveis com seu grau hierárquico.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 38, de 2002)
Art. 89. Os integrantes da carreira policial militar e os servidores municipais do exTerritório Federal de Rondônia que, comprovadamente,
se encontravam no exercício regular de suas funções prestando serviço àquele exTerritório na data em que foi transformado em Estado,
bem como os servidores e os policiais militares alcançados pelo disposto no art. 36 da Lei Complementar nº 41, de 22 de dezembro de 1981,
e aqueles admitidos regularmente nos quadros do Estado de Rondônia até a data de posse do primeiro Governador eleito, em 15 de março
de 1987, constituirão, mediante opção, quadro em extinção da administração federal, assegurados os direitos e as vantagens a eles
inerentes, vedado o pagamento, a qualquer título, de diferenças remuneratórias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 60, de
2009)
§ 1º Os membros da Polícia Militar continuarão prestando serviços ao Estado de Rondônia, na condição de cedidos, submetidos às
corporações da Polícia Militar, observadas as atribuições de função compatíveis com o grau hierárquico. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 60, de 2009)
§ 2º Os servidores a que se refere o caput continuarão prestando serviços ao Estado de Rondônia na condição de cedidos, até seu
aproveitamento em órgão ou entidade da administração federal direta, autárquica ou fundacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
60, de 2009)
Art. 90. O prazo previsto no caput do art. 84 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias fica prorrogado até 31 de dezembro
de 2007. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º Fica prorrogada, até a data referida no caput deste artigo, a vigência da Lei nº 9.311, de 24 de outubro de 1996, e suas
alterações. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 2º Até a data referida no caput deste artigo, a alíquota da contribuição de que trata o art. 84 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias será de trinta e oito centésimos por cento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 91. A União entregará aos Estados e ao Distrito Federal o montante definido em lei complementar, de acordo com critérios, prazos e
condições nela determinados, podendo considerar as exportações para o exterior de produtos primários e semielaborados, a relação entre
as exportações e as importações, os créditos decorrentes de aquisições destinadas ao ativo permanente e a efetiva manutenção e
aproveitamento do crédito do imposto a que se refere o art. 155, § 2º, X, a. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º Do montante de recursos que cabe a cada Estado, setenta e cinco por cento pertencem ao próprio Estado, e vinte e cinco por
cento, aos seus Municípios, distribuídos segundo os critérios a que se refere o art. 158, parágrafo único, da Constituição. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 2º A entrega de recursos prevista neste artigo perdurará, conforme definido em lei complementar, até que o imposto a que se refere o
art. 155, II, tenha o produto de sua arrecadação destinado predominantemente, em proporção não inferior a oitenta por cento, ao Estado
onde ocorrer o consumo das mercadorias, bens ou serviços. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 3º Enquanto não for editada a lei complementar de que trata o caput, em substituição ao sistema de entrega de recursos nele
previsto, permanecerá vigente o sistema de entrega de recursos previsto no art. 31 e Anexo da Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro
de 1996, com a redação dada pela Lei Complementar nº 115, de 26 de dezembro de 2002. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
§ 4º Os Estados e o Distrito Federal deverão apresentar à União, nos termos das instruções baixadas pelo Ministério da Fazenda, as
informações relativas ao imposto de que trata o art. 155, II, declaradas pelos contribuintes que realizarem operações ou prestações com
destino ao exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 92. São acrescidos dez anos ao prazo fixado no art. 40 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (Vide Decreto nº 7.212, de 2010)
Art. 92A. São acrescidos 50 (cinquenta) anos ao prazo fixado pelo art. 92 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 83, de 2014)
Art. 93. A vigência do disposto no art. 159, III, e § 4º, iniciará somente após a edição da lei de que trata o referido inciso III. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 94. Os regimes especiais de tributação para microempresas e empresas de pequeno porte próprios da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios cessarão a partir da entrada em vigor do regime previsto no art. 146, III, d, da Constituição. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação desta Emenda Constitucional, filhos de pai
brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser registrados em repartição diplomática ou consular brasileira competente ou em ofício de registro, se
vierem a residir na República Federativa do Brasil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada
até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 57, de 2008).
Art. 97. Até que seja editada a lei complementar de que trata o § 15 do art. 100 da Constituição Federal, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios que, na data de publicação desta Emenda Constitucional, estejam em mora na quitação de precatórios vencidos, relativos às
suas administrações direta e indireta, inclusive os emitidos durante o período de vigência do regime especial instituído por este artigo, farão
esses pagamentos de acordo com as normas a seguir estabelecidas, sendo inaplicável o disposto no art. 100 desta Constituição Federal,
exceto em seus §§ 2º, 3º, 9º, 10, 11, 12, 13 e 14, e sem prejuízo dos acordos de juízos conciliatórios já formalizados na data de
promulgação desta Emenda Constitucional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 62,
de 2009)
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios sujeitos ao regime especial de que trata este artigo optarão, por meio de ato do
Poder Executivo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
I pelo depósito em conta especial do valor referido pelo § 2º deste artigo; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 102/107
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II pela adoção do regime especial pelo prazo de até 15 (quinze) anos, caso em que o percentual a ser depositado na conta especial
a que se refere o § 2º deste artigo corresponderá, anualmente, ao saldo total dos precatórios devidos, acrescido do índice oficial de
remuneração básica da caderneta de poupança e de juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança
para fins de compensação da mora, excluída a incidência de juros compensatórios, diminuído das amortizações e dividido pelo número de
anos restantes no regime especial de pagamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 2º Para saldar os precatórios, vencidos e a vencer, pelo regime especial, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devedores
depositarão mensalmente, em conta especial criada para tal fim, 1/12 (um doze avos) do valor calculado percentualmente sobre as
respectivas receitas correntes líquidas, apuradas no segundo mês anterior ao mês de pagamento, sendo que esse percentual, calculado no
momento de opção pelo regime e mantido fixo até o final do prazo a que se refere o § 14 deste artigo, será: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009)
I para os Estados e para o Distrito Federal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
a) de, no mínimo, 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento), para os Estados das regiões Norte, Nordeste e CentroOeste, além do
Distrito Federal, ou cujo estoque de precatórios pendentes das suas administrações direta e indireta corresponder a até 35% (trinta e cinco
por cento) do total da receita corrente líquida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
b) de, no mínimo, 2% (dois por cento), para os Estados das regiões Sul e Sudeste, cujo estoque de precatórios pendentes das suas
administrações direta e indireta corresponder a mais de 35% (trinta e cinco por cento) da receita corrente líquida; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009)
II para Municípios: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
a) de, no mínimo, 1% (um por cento), para Municípios das regiões Norte, Nordeste e CentroOeste, ou cujo estoque de precatórios
pendentes das suas administrações direta e indireta corresponder a até 35% (trinta e cinco por cento) da receita corrente líquida;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
b) de, no mínimo, 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento), para Municípios das regiões Sul e Sudeste, cujo estoque de precatórios
pendentes das suas administrações direta e indireta corresponder a mais de 35 % (trinta e cinco por cento) da receita corrente líquida.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 3º Entendese como receita corrente líquida, para os fins de que trata este artigo, o somatório das receitas tributárias, patrimoniais,
industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º
do art. 20 da Constituição Federal, verificado no período compreendido pelo mês de referência e os 11 (onze) meses anteriores, excluídas as
duplicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
I nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62,
de 2009)
II nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores para custeio do seu sistema de previdência e
assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 4º As contas especiais de que tratam os §§ 1º e 2º serão administradas pelo Tribunal de Justiça local, para pagamento de precatórios
expedidos pelos tribunais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 5º Os recursos depositados nas contas especiais de que tratam os §§ 1º e 2º deste artigo não poderão retornar para Estados, Distrito
Federal e Municípios devedores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 6º Pelo menos 50% (cinquenta por cento) dos recursos de que tratam os §§ 1º e 2º deste artigo serão utilizados para pagamento de
precatórios em ordem cronológica de apresentação, respeitadas as preferências definidas no § 1º, para os requisitórios do mesmo ano e no
§ 2º do art. 100, para requisitórios de todos os anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 7º Nos casos em que não se possa estabelecer a precedência cronológica entre 2 (dois) precatórios, pagarseá primeiramente o
precatório de menor valor. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 8º A aplicação dos recursos restantes dependerá de opção a ser exercida por Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, por
ato do Poder Executivo, obedecendo à seguinte forma, que poderá ser aplicada isoladamente ou simultaneamente: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009)
I destinados ao pagamento dos precatórios por meio do leilão; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
II destinados a pagamento a vista de precatórios não quitados na forma do § 6° e do inciso I, em ordem única e crescente de valor por
precatório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
III destinados a pagamento por acordo direto com os credores, na forma estabelecida por lei própria da entidade devedora, que
poderá prever criação e forma de funcionamento de câmara de conciliação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 9º Os leilões de que trata o inciso I do § 8º deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
II admitirão a habilitação de precatórios, ou parcela de cada precatório indicada pelo seu detentor, em relação aos quais não esteja
pendente, no âmbito do Poder Judiciário, recurso ou impugnação de qualquer natureza, permitida por iniciativa do Poder Executivo a
compensação com débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra devedor originário pela Fazenda Pública
devedora até a data da expedição do precatório, ressalvados aqueles cuja exigibilidade esteja suspensa nos termos da legislação, ou que já
tenham sido objeto de abatimento nos termos do § 9º do art. 100 da Constituição Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62,
de 2009)
III ocorrerão por meio de oferta pública a todos os credores habilitados pelo respectivo ente federativo devedor; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
IV considerarão automaticamente habilitado o credor que satisfaça o que consta no inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 62, de 2009)
V serão realizados tantas vezes quanto necessário em função do valor disponível; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009)
VI a competição por parcela do valor total ocorrerá a critério do credor, com deságio sobre o valor desta; (Incluído pela Emenda
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 103/107
17/03/2016 Constituição
Constitucional nº 62, de 2009)
VII ocorrerão na modalidade deságio, associado ao maior volume ofertado cumulado ou não com o maior percentual de deságio, pelo
maior percentual de deságio, podendo ser fixado valor máximo por credor, ou por outro critério a ser definido em edital; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
VIII o mecanismo de formação de preço constará nos editais publicados para cada leilão; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62,
de 2009)
IX a quitação parcial dos precatórios será homologada pelo respectivo Tribunal que o expediu. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009)
§ 10. No caso de não liberação tempestiva dos recursos de que tratam o inciso II do § 1º e os §§ 2º e 6º deste artigo: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
I haverá o sequestro de quantia nas contas de Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, por ordem do Presidente do Tribunal
referido no § 4º, até o limite do valor não liberado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
II constituirseá, alternativamente, por ordem do Presidente do Tribunal requerido, em favor dos credores de precatórios, contra
Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, direito líquido e certo, autoaplicável e independentemente de regulamentação, à
compensação automática com débitos líquidos lançados por esta contra aqueles, e, havendo saldo em favor do credor, o valor terá
automaticamente poder liberatório do pagamento de tributos de Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, até onde se
compensarem; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
III o chefe do Poder Executivo responderá na forma da legislação de responsabilidade fiscal e de improbidade administrativa;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
IV enquanto perdurar a omissão, a entidade devedora: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
a) não poderá contrair empréstimo externo ou interno; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
b) ficará impedida de receber transferências voluntárias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
V a União reterá os repasses relativos ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e ao Fundo de Participação dos
Municípios, e os depositará nas contas especiais referidas no § 1º, devendo sua utilização obedecer ao que prescreve o § 5º, ambos deste
artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 11. No caso de precatórios relativos a diversos credores, em litisconsórcio, admitese o desmembramento do valor, realizado pelo
Tribunal de origem do precatório, por credor, e, por este, a habilitação do valor total a que tem direito, não se aplicando, neste caso, a regra
do § 3º do art. 100 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 12. Se a lei a que se refere o § 4º do art. 100 não estiver publicada em até 180 (cento e oitenta) dias, contados da data de
publicação desta Emenda Constitucional, será considerado, para os fins referidos, em relação a Estados, Distrito Federal e Municípios
devedores, omissos na regulamentação, o valor de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
I 40 (quarenta) salários mínimos para Estados e para o Distrito Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
II 30 (trinta) salários mínimos para Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 13. Enquanto Estados, Distrito Federal e Municípios devedores estiverem realizando pagamentos de precatórios pelo regime especial,
não poderão sofrer sequestro de valores, exceto no caso de não liberação tempestiva dos recursos de que tratam o inciso II do § 1º e o § 2º
deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 14. O regime especial de pagamento de precatório previsto no inciso I do § 1º vigorará enquanto o valor dos precatórios devidos for
superior ao valor dos recursos vinculados, nos termos do § 2º, ambos deste artigo, ou pelo prazo fixo de até 15 (quinze) anos, no caso da
opção prevista no inciso II do § 1º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 15. Os precatórios parcelados na forma do art. 33 ou do art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e ainda
pendentes de pagamento ingressarão no regime especial com o valor atualizado das parcelas não pagas relativas a cada precatório, bem
como o saldo dos acordos judiciais e extrajudiciais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 16. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, até o efetivo pagamento,
independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de
compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a
incidência de juros compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
§ 17. O valor que exceder o limite previsto no § 2º do art. 100 da Constituição Federal será pago, durante a vigência do regime
especial, na forma prevista nos §§ 6º e 7º ou nos incisos I, II e III do § 8° deste artigo, devendo os valores dispendidos para o atendimento
do disposto no § 2º do art. 100 da Constituição Federal serem computados para efeito do § 6º deste artigo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009)
§ 18. Durante a vigência do regime especial a que se refere este artigo, gozarão também da preferência a que se refere o § 6º os
titulares originais de precatórios que tenham completado 60 (sessenta) anos de idade até a data da promulgação desta Emenda
Constitucional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
Art. 98. O número de defensores públicos na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda pelo
serviço da Defensoria Pública e à respectiva população. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de
2014)
§ 1º No prazo de 8 (oito) anos, a União, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com defensores
públicos em todas as unidades jurisdicionais, observado o disposto no caput deste artigo. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
§ 2º Durante o decurso do prazo previsto no § 1º deste artigo, a lotação dos defensores públicos ocorrerá,
prioritariamente, atendendo as regiões com maiores índices de exclusão social e adensamento populacional.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 104/107
17/03/2016 Constituição
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
Art. 99. Para efeito do disposto no inciso VII do § 2º do art. 155, no caso de operações e prestações que
destinem bens e serviços a consumidor final não contribuinte localizado em outro Estado, o imposto
correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual será partilhado entre os Estados de origem
e de destino, na seguinte proporção: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)
I para o ano de 2015: 20% (vinte por cento) para o Estado de destino e 80% (oitenta por cento) para o
Estado de origem;
II para o ano de 2016: 40% (quarenta por cento) para o Estado de destino e 60% (sessenta por cento)
para o Estado de origem;
III para o ano de 2017: 60% (sessenta por cento) para o Estado de destino e 40% (quarenta por cento)
para o Estado de origem;
IV para o ano de 2018: 80% (oitenta por cento) para o Estado de destino e 20% (vinte por cento) para o
Estado de origem;
V a partir do ano de 2019: 100% (cem por cento) para o Estado de destino.
Art. 100. Até que entre em vigor a lei complementar de que trata o inciso II do § 1º do art. 40 da
Constituição Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de
Contas da União aposentarseão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, nas condições do
art. 52 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
Brasília, 5 de outubro de 1988.
Palmeira Gumercindo Milhomem Gustavo de Faria Harlan Gadelha Haroldo Lima Haroldo Sabóia Hélio
Costa Hélio Duque Hélio Manhães Hélio Rosas Henrique Córdova Henrique Eduardo Alves Heráclito
Fortes Hermes Zaneti Hilário Braun Homero Santos Humberto Lucena Humberto Souto Iberê Ferreira
Ibsen Pinheiro Inocêncio Oliveira Irajá Rodrigues Iram Saraiva Irapuan Costa Júnior Irma Passoni Ismael
Wanderley Israel Pinheiro Itamar Franco Ivo Cersósimo Ivo Lech Ivo Mainardi Ivo Vanderlinde Jacy
Scanagatta Jairo Azi Jairo Carneiro Jalles Fontoura Jamil Haddad Jarbas Passarinho Jayme Paliarin
Jayme Santana Jesualdo Cavalcanti Jesus Tajra Joaci Góes João Agripino João Alves João Calmon
João Carlos Bacelar João Castelo João Cunha João da Mata João de Deus Antunes João Herrmann Neto
João Lobo João Machado Rollemberg João Menezes João Natal João Paulo João Rezek Joaquim
Bevilácqua Joaquim Francisco Joaquim Hayckel Joaquim Sucena Jofran Frejat Jonas Pinheiro Jonival
Lucas Jorge Bornhausen Jorge Hage Jorge Leite Jorge Uequed Jorge Vianna José Agripino José
Camargo José Carlos Coutinho José Carlos Grecco José Carlos Martinez José Carlos Sabóia José Carlos
Vasconcelos José Costa José da Conceição José Dutra José Egreja José Elias José Fernandes José
Freire José Genoíno José Geraldo José Guedes José Ignácio Ferreira José Jorge José Lins José
Lourenço José Luiz de Sá José Luiz Maia José Maranhão José Maria Eymael José Maurício José Melo
José Mendonça Bezerra José Moura José Paulo Bisol José Queiroz José Richa José Santana de
Vasconcellos José Serra José Tavares José Teixeira José Thomaz Nonô José Tinoco José Ulísses de
Oliveira José Viana José Yunes Jovanni Masini Juarez Antunes Júlio Campos Júlio Costamilan Jutahy
Júnior Jutahy Magalhães Koyu Iha Lael Varella Lavoisier Maia Leite Chaves Lélio Souza Leopoldo
Peres Leur Lomanto Levy Dias Lézio Sathler Lídice da Mata Louremberg Nunes Rocha Lourival Baptista
Lúcia Braga Lúcia Vânia Lúcio Alcântara Luís Eduardo Luís Roberto Ponte Luiz Alberto Rodrigues Luiz
Freire Luiz Gushiken Luiz Henrique Luiz Inácio Lula da Silva Luiz Leal Luiz Marques Luiz Salomão Luiz
Viana Luiz Viana Neto Lysâneas Maciel Maguito Vilela Maluly Neto Manoel Castro Manoel Moreira
Manoel Ribeiro Mansueto de Lavor Manuel Viana Márcia Kubitschek Márcio Braga Márcio Lacerda
Marco Maciel Marcondes Gadelha Marcos Lima Marcos Queiroz Maria de Lourdes Abadia Maria Lúcia
Mário Assad Mário Covas Mário de Oliveira Mário Lima Marluce Pinto Matheus Iensen Mattos Leão
Maurício Campos Maurício Correa Maurício Fruet Maurício Nasser Maurício Pádua Maurílio Ferreira Lima
Mauro Borges Mauro Campos Mauro Miranda Mauro Sampaio Max Rosenmann Meira Filho Melo Freire
Mello Reis Mendes Botelho Mendes Canale Mendes Ribeiro Messias Góis Messias Soares Michel
Temer Milton Barbosa Milton Lima Milton Reis Miraldo Gomes Miro Teixeira Moema São Thiago
Moysés Pimentel Mozarildo Cavalcanti Mussa Demes Myrian Portella Nabor Júnior Naphtali Alves de
Souza Narciso Mendes Nelson Aguiar Nelson Carneiro Nelson Jobim Nelson Sabrá Nelson Seixas
Nelson Wedekin Nelton Friedrich Nestor Duarte Ney Maranhão Nilso Sguarezi Nilson Gibson Nion
Albernaz Noel de Carvalho Nyder Barbosa Octávio Elísio Odacir Soares Olavo Pires Olívio Dutra
Onofre Corrêa Orlando Bezerra Orlando Pacheco Oscar Corrêa Osmar Leitão Osmir Lima Osmundo
Rebouças Osvaldo Bender Osvaldo Coelho Osvaldo Macedo Osvaldo Sobrinho Oswaldo Almeida
Oswaldo Trevisan Ottomar Pinto Paes de Andrade Paes Landim Paulo Delgado Paulo Macarini Paulo
Marques Paulo Mincarone Paulo Paim Paulo Pimentel Paulo Ramos Paulo Roberto Paulo Roberto Cunha
Paulo Silva Paulo Zarzur Pedro Canedo Pedro Ceolin Percival Muniz Pimenta da Veiga Plínio Arruda
Sampaio Plínio Martins Pompeu de Sousa Rachid Saldanha Derzi Raimundo Bezerra Raimundo Lira
Raimundo Rezende Raquel Cândido Raquel Capiberibe Raul Belém Raul Ferraz Renan Calheiros Renato
Bernardi Renato Johnsson Renato Vianna Ricardo Fiuza Ricardo Izar Rita Camata Rita Furtado Roberto
Augusto Roberto Balestra Roberto Brant Roberto Campos Roberto D’Ávila Roberto Freire Roberto
Jefferson Roberto Rollemberg Roberto Torres Roberto Vital Robson Marinho Rodrigues Palma Ronaldo
Aragão Ronaldo Carvalho Ronaldo Cezar Coelho Ronan Tito Ronaro Corrêa Rosa Prata Rose de Freitas
Rospide Netto Rubem Branquinho Rubem Medina Ruben Figueiró Ruberval Pilotto Ruy Bacelar Ruy
Nedel Sadie Hauache Salatiel Carvalho Samir Achôa Sandra Cavalcanti Santinho Furtado Sarney Filho
Saulo Queiroz Sérgio Brito Sérgio Spada Sérgio Werneck Severo Gomes Sigmaringa Seixas Sílvio
Abreu Simão Sessim Siqueira Campos Sólon Borges dos Reis Stélio Dias Tadeu França Telmo Kirst
Teotonio Vilela Filho Theodoro Mendes Tito Costa Ubiratan Aguiar Ubiratan Spinelli Uldurico Pinto Valmir
Campelo Valter Pereira Vasco Alves Vicente Bogo Victor Faccioni Victor Fontana Victor Trovão Vieira
da Silva Vilson Souza Vingt Rosado Vinicius Cansanção Virgildásio de Senna Virgílio Galassi Virgílio
Guimarães Vitor Buaiz Vivaldo Barbosa Vladimir Palmeira Wagner Lago Waldec Ornélas Waldyr Pugliesi
Walmor de Luca Wilma Maia Wilson Campos Wilson Martins Ziza Valadares.
Participantes: Álvaro Dias Antônio Britto Bete Mendes Borges da Silveira Cardoso Alves Edivaldo
Holanda Expedito Júnior Fadah Gattass Francisco Dias Geovah Amarante Hélio Gueiros Horácio Ferraz
Hugo Napoleão Iturival Nascimento Ivan Bonato Jorge Medauar José Mendonça de Morais Leopoldo
Bessone Marcelo Miranda Mauro Fecury Neuto de Conto Nivaldo Machado Oswaldo Lima Filho Paulo
Almada Prisco Viana Ralph Biasi Rosário Congro Neto Sérgio Naya Tidei de Lima.
In Memoriam: Alair Ferreira Antônio Farias Fábio Lucena Norberto Schwantes Virgílio Távora.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 106/107
17/03/2016 Constituição
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 107/107
COMANDO DO 2°DISTRITO NAVAL
Processo Seletivo para convocação de Profissionais de Nível
Médio, de ambos os sexos, para a prestação do Serviço Militar
Voluntário (SMV) temporário como Praça de 2ª Classe da Reserva da
Marinha (RM2) – O Comando do 2º Distrito Naval divulga os
gabaritos referentes às Provas Escritas Objetivas de Conhecimentos
Profissionais realizadas no dia 25 de junho de 2016.
OBS: O candidato que desejar interpor recurso da prova escrita, previsto no item
7 do Edital e Instruções ao Candidato, poderá fazê-lo até o dia 01 de julho de
2016.
COMANDO DO 1º DISTRITO NAVAL
Processo Seletivo para Prestação do Serviço Militar Voluntário (PS-SMV-PR) em 2017. O
Comando do 1º Distrito Naval divulga, após a análise de recursos, os gabaritos referentes às Provas
Escritas do PS-SMV-PR/2017, realizadas em 26 de março de 2017.
Nível Médio
AMARELA AZUL VERDE ROSA
01 - A 26 - D 01 - B 26 - B 01 - C 26 - E 01 - B 26 - C
02 - B 27 - B 02 - C 27 - D 02 - D 27 - ANULADA 02 - C 27 - B
03 - B 28 - ANULADA 03 - B 28 - E 03 - B 28 - D 03 - D 28 - C
04 - E 29 - C 04 - D 29 - ANULADA 04 - A 29 - D 04 - A 29 - C
05 - C 30 - B 05 - E 30 - D 05 - D 30 - A 05 - D 30 - ANULADA
06 - D 31 - D 06 - D 31 - C 06 - B 31 - A 06 - E 31 - C
07 - D 32 - C 07 - A 32 - E 07 - E 32 - B 07 - B 32 - E
08 - A 33 - B 08 - C 33 - C 08 - D 33 - B 08 - B 33 - A
09 - A 34 - B 09 - E 34 - ANULADA 09 - E 34 - C 09 - A 34 - D
10 - D 35 - E 10 - A 35 - B 10 - B 35 - C 10 - A 35 - E
11 - ANULADA 36 - ANULADA 11 - C 36 - D 11 - D 36 - B 11 - D 36 - B
12 - E 37 - A 12 - A 37 - D 12 - A 37 - C 12 - A 37 - B
13 - A 38 - B 13 - C 38 - B 13 - A 38 - D 13 - A 38 - D
14 - C 39 - D 14 - A 39 - A 14 - ANULADA 39 - A 14 - E 39 - D
15 - D 40 - E 15 - B 40 - C 15 - C 40 - C 15 - C 40 - C
16 - D 41 - A 16 - D 41 - B 16 - A 41 - D 16 - C 41 - ANULADA
17 - E 42 - C 17 - C 42 - B 17 - A 42 - ANULADA 17 - D 42 - ANULADA
18 - A 43 - C 18 - E 43 -ANULADA 18 - C 43 - E 18 - D 43 - B
19 - B 44 - E 19 - A 44 - ANULADA 19 - C 44 - C 19 - A 44 - B
20 - C 45 - ANULADA 20 - D 45 - C 20 - E 45 - B 20 - C 45 - E
21 - A 46 - ANULADA 21 - A 46 - E 21 - A 46 - ANULADA 21 - C 46 - ANULADA
22 - C 47 - D 22 - A 47 - A 22 - D 47 - ANULADA 22 - D 47 - D
23 - D 48 - C 23 - ANULADA 48 - C 23 - C 48 - ANULADA 23 - A 48 - A
24 - A 49 - ANULADA 24 - D 49 - ANULADA 24 - D 49 - B 24 - E 49 - ANULADA
25 - C 50 - A 25 - D 50 - A 25 - A 50 - E 25 - ANULADA 50 - A
Comando do 1° Distrito Naval
Processo Seletivo para Prestação do Serviço Militar Voluntário (PS-SMV-PR) em 2018.
O Comando do 1° Distrito Naval divulga os gabaritos referentes às Provas Escritas de Nivel Médio do
SMV 2018, realizadas em 15 de abril de 2018.
Publicado em 19 de abril de 2018.
01 - A 26 - A 01 - C 26 - D 01 - D 26 - B 01 - B 26 - A
02 - E 27 - C 02 - B 27 - D 02 - C 27 - D 02 - B 27 - C
03 - B 28 - D 03 - B 28 - D 03 - C 28 - D 03 - C 28 - B
04 - A 29 - D 04 - E 29 - B 04 - E 29 - D 04 - A 29 - B
05 - B 30 - E 05 - B 30 - E 05 - D 30 - E 05 - B 30 - C
06 - C 31 - B 06 - D 31 - C 06 - C 31 - E 06 - E 31 - E
07 - E 32 - A 07 - B 32 - B 07 - C 32 - D 07 - D 32 - D
08 - D 33 - D 08 - C 33 - C 08 - B 33 - C 08 - D 33 - D
09 - C 34 - C 09 - B 34 - A 09 - B 34 - C 09 - D 34 - C
10 - B 35 - D 10 - D 35 - C 10 - B 35 - A 10 - D 35 - D
11 - B 36 - B 11 - A 36 - A 11 - A 36 - C 11 - C 36 - E
12 - D 37 - D 12 - A 37 - B 12 - E 37 - B 12 - D 37 - C
13 - C 38 - B 13 - A 38 - D 13 - C 38 - A 13 - E 38 - D
14 - E 39 - E 14 - C 39 - A 14 - D 39 - A 14 - B 39 - E
15 - A 40 - C 15 - D 40 - A 15 - E 40 - C 15 - E 40 - B
16 - A 41 - A 16 - E 41 - E 16 - B 41 - A 16 - D 41 - B
17 - C 42 - A 17 - E 42 - C 17 - E 42 - E 17 - B 42 - A
18 - B 43 - E 18 - D 43 - D 18 - B 43 - B 18 - B 43 - D
19 - C 44 - C 19 - A 44 - B 19 - A 44 - A 19 - C 44 - D
20 - D 45 - B 20 - E 45 - C 20 - D 45 - E 20 - C 45 - A
21 - D 46 - A 21 - C 46 - D 21 - D 46 - D 21 - A 46 - A
22 - D 47 - B 22 - B 47 - A 22 - A 47 - B 22 - E 47 - C
23 - B 48 - E 23 - D 48 - E 23 - B 48 - C 23 - A 48 - A
24 - E 49 - D 24 - C 49 - E 24 - D 49 - B 24 - A 49 - B
25 - D 50 - C 25 - D 50 - B 25 - A 50 - D 25 - C 50 - E
COMANDO DO 1º DISTRITO NAVAL
Processo Seletivo para Prestação do Serviço Militar Voluntário (PS-SMV-PR) em 2017. O
Comando do 1º Distrito Naval divulga, após a análise de recursos, os gabaritos referentes às Provas
Escritas do PS-SMV-PR/2017, realizadas em 26 de março de 2017.
Nível Fundamental
AMARELA AZUL VERDE ROSA
01 - C 26 - C 01 - D 26 - E 01 - B 26 - E 01 - D 26 - C
02 - Alterada
02 - B 27 - C 02 - E 27 - D 02 - A 27 - D 27 - E
para A
03 - D 28 - E 03 - A 28 - D 03 - C 28 - B 03 - E 28 - A
04 - E 29 - B 04 - D 29 - D 04 - D 29 - E 04 - D 29 - D
05 - B 30 - D 05 - D 30 - C 05 - B 30 - A 05 - A 30 - B
06 - C 31 - D 06 - B 31 - C 06 - A 31 - A 06 - D 31 - C
07 - D 32 - E 07 - A 32 - B 07 - A 32 - C 07 - A 32 - B
08 - Alterada
33 - C 08 - A 33 - C 08 - E 33 - D 08 - A 33 - ANULADA
para A
09 - A 34 - ANULADA 09 - B 34 - E 09 - A 34 - C 09 - D 34 - B
10 - A 35 - D 10 - A 35 - B 10 - D 35 - B 10 - B 35 - B
11 - A 36 - B 11 - C 36 - A 11 - D 36 - C 11 - B 36 - D
12 - D 37 - A 12 - D 37 - C 12 - C 37 - C 12 - D 37 - D
13 - E 38 - D 13 - A 38 - B 13 - C 38 - A 13 - C 38 - B
14 - B 39 - C 14 - B 39 - D 14 - A 39 - B 14 - A 39 - C
15 - A 40 - D 15 - B 40 - B 15 - A 40 - ANULADA 15 - A 40 - D
16 - D 41 - E 16 - A 41 - D 16 - A 41 - D 16 - C 41 - A
17 - B 42 - E 17 - C 42 - A 17 - A 42 - B 17 - A 42 - E
18 - A 43 - B 18 - A 43 - C 18 - E 43 - D 18 - C 43 - E
19 - Alterada
19 - A 44 - C 44 - B 19 - E 44 - B 19 - E 44 - C
para A
20 - A 45 - B 20 - E 45 - B 20 - B 45 - E 20 - A 45 - B
21 - D 46 - B 21 - C 46 - C 21 - A 46 - D 21 - A 46 - C
22 - E 47 - B 22 - A 47 - ANULADA 22 - D 47 - B 22 - A 47 - A
23 - Alterada
23 - C 48 - C 23 - E 48 - E 48 - E 23 - B 48 - D
para A
24 - A 49 - A 24 - D 49 - E 24 - D 49 - C 24 - B 49 - E
25 - A 50 - A 25 - A 50 - A 25 - B 50 - C 25 - E 50 - C
Comando do 1° Distrito Naval
Processo Seletivo para Prestação do Serviço Militar Voluntário (PS-SMV-PR) em 2018.
01 - A 26 - A 01 - A 26 - E 01 - A 26 - E 01 - D 26 - A
02 - D 27 - A 02 - C 27 - D 02 - D 27 - B 02 - B 27 - A
03 - B 28 - E 03 - B 28 - E 03 - B 28 - B 03 - E 28 - D
04 - E 29 - E 04 - D 29 - E 04 - C 29 - D 04 - C 29 - E
05 - C 30 - E 05 - E 30 - A 05 - E 30 - A 05 - A 30 - E
06 - D 31 - B 06 - C 31 - A 06 - D 31 - A 06 - E 31 - C
07 - C 32 - A 07 - E 32 - C 07 - B 32 - A 07 - B 32 - C
08 - E 33 - D 08 - C 33 - E 08 - B 33 - D 08 - B 33 - B
09 - E 34 - B 09 - E 34 - D 09 - E 34 - E 09 - A 34 - A
10 - E 35 - C 10 - D 35 - B 10 - D 35 - E 10 - D 35 - C
11 - D 36 - C 11 - A 36 - D 11 - A 36 - D 11 - D 36 - C
12 - E 37 - E 12 - D 37 - E 12 - A 37 - A 12 - E 37 - A
13 - E 38 - C 13 - E 38 - A 13 - C 38 - C 13 - B 38 - E
14 - D 39 - E 14 - C 39 - B 14 - E 39 - E 14 - C 39 - E
15 - A 40 - B 15 - A 40 - E 15 - D 40 - B 15 - A 40 - E
16 - C 41 - D 16 - A 41 - A 16 - C 41 - C 16 - E 41 - E
17 - A 42 - B 17 - A 42 - D 17 - A 42 - C 17 - A 42 - B
18 - D 43 - A 18 - B 43 - B 18 - B 43 - B 18 - E 43 - A
19 - C 44 - C 19 - E 44 - C 19 - A 44 - B 19 - E 44 - D
20 - A 45 - A 20 - B 45 - C 20 - E 45 - E 20 - C 45 - B
21 - C 46 - D 21 - C 46 - B 21 - D 46 - E 21 - D 46 - D
22 - B 47 - D 22 - B 47 - C 22 - E 47 - C 22 - C 47 - B
23 - B 48 - B 23 - E 48 - A 23 - E 48 - A 23 - D 48 - D
24 - A 49 - D 24 - D 49 - B 24 - C 49 - D 24 - C 49 - B
25 - B 50 - E 25 - D 50 - D 25 - C 50 - D 25 - A 50 - D
Simulado – Temporário Marinha Jan 20
Com relação à classificação do sujeito dos verbos destacados, assinale a alternativa correta.
a) Nas orações I e IV, o sujeito é simples.
b) O sujeito das orações II e III é indeterminado.
c) Apenas na oração IV o sujeito pode ser classificado como inexistente.
d) Há sujeito indeterminado nas orações II e IV.
e) O sujeito da oração IV é indeterminado.
06 – Assinale a alternativa em que a colocação do pronome oblíquo átono não está correta, segundo a norma culta.
a) Os professores se haviam encontrado no curso.
b) Felizmente, há pessoas que nos são fiéis toda a vida.
c) Nada me aborrecerá neste momento de paz.
d) Defenda-nos junto ao chefe, meu amigo!
e) Ninguém trouxe-me boas notícias naquele momento.
08 – Assinale a alternativa em que a expressão destacada não se classifica como locução adverbial.
a) Solitário andava a esmo.
b) Muitas crianças ainda morrem de fome, devido à desnutrição.
c) As políticas salariais sempre beneficiam os trabalhadores de maior poder aquisitivo.
d) Um dos preceitos do estatuto familiar, em minha casa, era que rapazes não deveriam ficar à toa, por tempo nenhum e a
nenhum pretexto.
e) “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos – e
daquelas ferozes.”
09 – Leia:
O veículo elétrico não emite gás carbônico ou nenhum outro tipo de gás nocivo ao meio ambiente.
Assinale a alternativa em que o predicado destacado classifica-se como o predicado presente no trecho em destaque na
frase acima.
a) Somente pessoas de alto poder aquisitivo comprarão veículos elétricos.
b) Fabricar veículos elétricos ficará cada vez mais oneroso para as montadoras nacionais.
c) A fabricação de veículos elétricos será importante para a preservação do meio ambiente.
d) O custo dos veículos elétricos é muito elevado.
e) Será fundamental que não nos considerem incapazes para essa missão.
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Simulado – Temporário Marinha Jan 20
13 – Leia:
Ao contrário do que a juventude dos anos 60 viveu, os rapazes e as moças de hoje tem estabelecido com os pais uma
relação de proximidade e amizade. Os temores que havia por parte dos filhos agora estão sendo dissipados.
Considerando os verbos em destaque, de acordo com a norma culta, pode-se dizer que a concordância do(s)
a) dois verbos está correta.
b) dois verbos está incorreta.
c) 1º verbo está correta, apenas.
d) 2º verbo está incorreta, pois deveria ser “haviam”
e) 2º verbo está correta, apenas.
14 – Em qual alternativa não é possível identificar se o ser ao qual o substantivo em destaque se refere é masculino ou
feminino?
a) A agente de turismo me garantiu que o hotel é excelente.
b) A cliente reclamou do péssimo atendimento ao gerente do banco.
c) O público aplaudiu muito a intérprete quando o espetáculo terminou.
d) Depois de várias ameaças anônimas, a testemunha passou a receber proteção policial.
e) O contralto da igreja recebeu vários elogios após sua última apresentação.
15 – Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, os espaços pontilhados do período abaixo.
..... muito tempo, passamos por um ......... momento, .......... nossos filhos estavam desempregados. Algumas pessoas,
então, nos questionavam o ......... de tanta alegria; não sabiam da imensa fé que alimentava nossa família.
a) A – mal – porque – porque
b) Há – mau – porquê – porquê
c) Há – mau – porque – porquê
d) A – mal – porquê – porque
e) Há – mau – por que – porquê
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Simulado – Temporário Marinha Jan 20
20 – Leia:
O verde da bandeira brasileira representa nossas matas, nossa vegetação. O brasileiro não tem noção da importância
dessa riqueza natural, por isso não defende nosso território.
De acordo com o contexto, em qual alternativa existe adjetivo?
a) verde
b) riqueza
c) brasileiro e brasileira
d) verde e brasileira
e) brasileira
21 – Leia:
Na rua, o luar embalava carinhosamente os sonhos dos namorados.
Qual a figura de linguagem presente na frase acima?
a) prosopopeia
b) metonímia
c) hipérbole
d) antítese
e) hipérbato
24 – A conjunção subordinativa em destaque estabelece que tipo de relação de sentido entre as orações por ela conectadas?
Como as organizações ambientalistas têm denunciado, os países industrializados são os que mais poluem o meio ambiente.
a) Conformidade.
b) Comparação.
c) Finalidade.
d) Condição.
e) Causa.
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Simulado – Temporário Marinha Jan 20
HISTÓRIA NAVAL
O trecho acima se trata do relato do almirante Barroso a respeito da vitória brasileira sobre as forças navais paraguaias, na
Batalha naval do Riachuelo, ocorrida no dia 11 e junho de 1865. Apesar de a guerra ter se estendido até 1870. Porque tal
Batalha Naval pode ser considerada como decisiva para a vitória da Tríplice aliança?
a) O presidente paraguaio, Francisco Solano Lopez, foi morto durante a Batalha naval do Riachuelo, desestabilizando aas
forças paraguaias.
b) Na Batalha Naval do Riachuelo, grande parte da esquadra paraguaia foi aniquilada, o que garantiu o bloqueio naval que
impediu o Paraguai de receber armamentos do exterior.
c) Com a vitória brasileira em Riachuelo, parte das fortalezas paraguaias se rebelou contra o governo paraguaio.
d) Tal batalha anulou todas as forças paraguaias, de modo que o restante do conflito foi uma marcha sem esforços da
Tríplice Aliança até Assunção.
e) Com a vitória em Riachuelo, a Argentina entrou na guerra ao lado do brasil, saindo do seu estado de neutralidade.
27 - A frase atribuída ao Almirante Paulo de Castro Moreira da Silva, “Não compreendo defender-se um mar que não se
use”, encerra uma recíproca verdadeira, na medida em que dificilmente se fará uso do mar sem assegurar a sua defesa.
Assim, na dinâmica Poder Marítimo e Poder Naval, é INCORRETO afirmar que:
a) Toda a potencialidade marítima de um país, traduzida em termos de uso do mar, constitui o seu Poder Marítimo, tendo o
Poder Naval para assegurá-lo.
b) O Poder Naval traduz-se como parte do Poder Marítimo, englobando aquele à Marinha Mercante, nascida em decorrência
da existência das Marinha de Guerra, apesar de hoje, maciçamente, o comércio internacional não se realizar mais por mar.
c) O Poder Naval é parte do poder Marítimo, que inclui também a Marinha Mercante, o território marítimo, as indústrias
subsidiárias, a vocação marítima de um povo, a política governamental para tal e outros elementos afins.
d) O Poder Naval constitui-se de uma esquadra ou de Forças Navais (como núcleo), das bases navais, do pessoal engajado, e
de outros elementos diretamente ligados à guerra naval, tendo surgido posteriormente à Marinha Mercante na história.
e) As Marinhas de Guerra são apenas uma parte do Poder Marítimo, constituindo o chamado Poder Naval, a reunir os
elementos diretamente responsáveis pela garantia do exercício da soberania de cada país no mar.
O trecho acima se refere à importância do mar nas origens da civilização ocidental. Na obra citada, os autores destinam
particularmente ênfase à dimensão restrita do mar, que se associa ao uso circunscrito do mar...
a) Adriático
b) Mediterrâneo
c) Egeu
d) Atlântico
e) Vermelho
29 - O desenvolvimento da tecnologia náutica ocorrido na Península ibérica entre os séculos XIII e XV foi fundamental para a
consecução da navegação oceânica, possibilitando a emergência das chamadas “Grandes Navegações”. Assinale a opção que
apresenta uma embarcação pertencente ao contexto histórico da Expansão Marítima Europeia dos séculos XV-XVI.
a) O encouraçado tipo dreadnought, detentor de forte armamento e poderosa blindagem e resistente às intempéries
oceânicas.
b) A galé movida a remo, que se constituía como embarcação veloz e era própria para a navegação atlântica.
c) A caravela, que devido às suas velas latinas possibilitou melhor navegabilidade na cosa africana.
d) O galeão, que fora projetado para servir exclusivamente como navio mercante, tendo, desse modo, um grande porte.
e) A nau, que era uma embarcação de pequeno porte totalmente desarmada e equipada com velas redondas.
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Simulado – Temporário Marinha Jan 20
Publicado no século XVI, Os ‘Lusíadas’ de Luís de Camões, trata-se de uma ode ao pioneirismo lusitano no processo de
expansão marítima europeia no final do século XIV. Que fatores posicionaram tal pioneirismo português?
a) A centralização política de Portugal e a aliança entre a nobreza e os setores mercantis.
b) A vitória sobre a Inglaterra na Guerra dos cem Anos e a posição geográfica favorável.
c) A absorção de tecnologia náuticas dos ingleses e o isolamento da nobreza.
d) A independência portuguesa ao Reino de Castela e o emprego dos navegadores holandeses.
e) A aliança com os comerciantes genoveses e o monopólio português do comercio do mar mediterrâneo.
(BITTENCOURT, A. de S.; Loureiro, M.J.G.; RESTIER JUNIOR, R.J.P. Jerônimo de Albuquerque e o comando da força naval
contra os franceses no Maranhão. In. Revista Navigator. V.7/n. 13. Rio de Janeiro. Jun/2011. P. 82)
O trecho acima faz menção a bem-sucedida luta da Coroa luso-espanhola pela manutenção de suas posses no Maranhão
diante de uma ocupação estrangeira ocorrida entre 1612 e 1615. Em tal período, a possessão portuguesa no Maranhão
esteve sob o domínio de invasores...
a) Ingleses
b) Holandeses
c) Franceses
d) Irlandeses
e) Italianos
32 - Após a Proclamação da Independência do Brasil em 1822, o Governo Imperial teve a necessidade de criar rapidamente
uma Esquadra Brasileira com a intenção de efetivar a Independência e combater as forças opositoras à autonomia política
da nação. Além de a recém-criada Marinha do Brasil, ter sido fundamental na guerra pela independência, que outro fator
de destaque pode ser atribuído à Esquadra Imperial Brasileira?
a) A transformação colônia brasileira em uma República.
b) A manutenção da unidade territorial brasileira.
c) A incorporação das Províncias unidas do Prata ao território brasileiro.
d) O apresamento dos navios portugueses seguido da tomada da cidade de Lisboa.
e) A proibição de contratação de estrangeiros para comporem a Marinha do Brasil.
33 - O primeiro conflito internacional que o Brasil participou após sua independência foi a Guerra da Cisplatina (1825-1828).
A respeito dessa guerra, é correto afirmar que,
a) A independência da Cisplatina, sob o nome de República Oriental do Uruguai, foi um de seus resultados.
b) Devido ao maior poderio naval argentino, a Esquadra Imperial Brasileira fez uso intensivo da guerra de corso.
c) A causa principal desse conflito foi a invasão paraguaia à província do Mato Grosso.
d) A vitória brasileira se deu em consequência de sua estratégia naval de bloqueio do Rio da Prata.
e) Ao bloquear o Rio da Paraná, Argentina e Uruguai, deu um duro golpe na Força Naval Paraguaia.
34 - O tradado da Tríplice Aliança foi assinado contra o Governo do Paraguai, pelo Brasil, Argentina e Uruguai1, em 1o de
maio de 1865. É errado afirmar que um dos principais motivos dessa aliança foi,
a) A apresamento do Vapor brasileiro Marquês de Olinda, que viajava para Mato Grosso transportando o novo presidente
dessa província, em 12 de novembro de 1864, em Assunção.
b) A invasão do Sul de Mato Grosso por tropas paraguaias, em 28 de dezembro de 1864.
c) A descoberta de um plano de Solano Lopes de atacar de surpresa a Esquadra Brasileira estacionada em Montevidéu.
d) A invasão de território da Argentina por tropas paraguaias, em 13 de abril de 1865, ocupando a Cidade de Corrientes.
e) Apresando dos vapores argentinos Gualeguay e 25 de Mayo.
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Simulado – Temporário Marinha Jan 20
35 - Uma das principais armas que o Paraguai utilizou durante o conflito contra o Império brasileiro na Guerra da Tríplice
Aliança contra o Governo do Paraguai, foi
a) O navio encouraçado, que resistiam aos tiros dos canhões posicionados nas margens dos rios.
b) O navio monitor, inovação tecnológica da Guerra Civil Americana
c) Navios de propulsão mista, vapor e vento.
d) As chatas artilhadas, que rebocadas até onde iriam ser utilizadas provocavam avarias em vários navios da Marinha
Imperial Brasileira.
e) Navios a vela, que tinham mais mobilidade nas batalhas em rios.
36 - Durante a Primeira Guerra Mundial, navios mercantes brasileiros foram atacados por submarinos alemães, o que levou
o governo brasileiro a declarar estado de guerra com o Império Alemão em 1917. Constitui-se como ação brasileira nesta
guerra a criação:
a) Da Divisão Naval em Operações de Guerra.
b) Da Força Naval do Nordeste.
c) Da Força Aérea Brasileira.
d) Da Divisão Naval do Rio da Prata.
e) Do Corpo de Fuzileiros Navais.
37 - Qual das missões abaixo representou a principal atuação da Marinha do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial?
a) Patrulhar a área compreendida entre Dakar e Gibraltar na costa da África.
b) Realizar o bloqueio naval no Rio da Prata.
c) Transportar tropas para a Europa e realizar operações anfíbias de desembarque na França ocupada.
d) Enfrentar os encouraçados alemães no Atlântico Sul, dentre os quais pode ser citado o Encouraçado Graf Spee.
e) Patrulhar o atlântico sul e escoltar os comboios de navios mercantes que trafegavam entre o Mar do Caribe e o litoral sul
do Brasil
38 - Na década de 1960, uma crise envolveu Brasil e França em uma questão correlacionada à soberania do marco territorial
brasileiro. Tal crise levou o governo brasileiro a tomar uma atitude de persuasão naval coercitiva, determinando o envio de
navio da Marinha do Brasil ao local da crise a defender seus direitos. Finalmente, o conflito de interesses foi resolvido no
campo da diplomacia. Como ficou conhecida essa crise?
a) Guerra das Malvinas.
b) Crise dos Mísseis.
c) Questão Christie.
d) Guerra da Lagosta.
e) Crise Vichy.
41 – Destinam-se a defesa da pátria, garantia dos poderes constitucionais e garantia da lei e da ordem:
a) Polícias Federais
b) Forças Armadas
c) Guardas Municipais
d) Polícias Militares
e) Auditores Fiscais
46 – Em último caso a antiguidade entre militares do mesmo posto ou graduação será medida pela(o):
a) Posição nas escalas numéricas da força
b) Data da assinatura da promoção
c) Data da incorporação
d) Data de nascimento
e) Data da declaração
48 - No emprego de qual estilo de liderança o líder demonstra desinteresse pelos problemas e ideias, tolhendo a iniciativa
e, por conseguinte, a participação e a criatividade dos subordinados?
a) Autocrática
b) Democrática
c) Delegativa
d) Transacional
e) Transformacional
49 - O caminho para a liderança passa pelo conhecimento profissional, pelo autoconhecimento e por conhecer bem seus
subordinados. Qual aspecto fundamental da liderança, oferece ferramentas úteis para o líder desenvolver o
autoconhecimento e conhecer bem seus subordinados?
a) Filosófico
b) Metodológico
c) Psicológico
d) Sociológico
e) Antropológico
50 - De acordo com o EMA-137, o comandante deve possuir dois atributos, a fim de conduzir eficazmente a organização no
cumprimento da missão. Quais são esses atributos?
a) Líder e Condutor de homens
b) Gerente e Diretor
c) Chefe e Gerente
d) Chefe e Líder
e) Chefe e Diretor
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Simulado – Temporário Marinha Jan 20
51 - Que nível de liderança desenvolve-se em organizações de maior envergadura, normalmente estruturadas como Estado-
Maior, sendo composta por liderança direta, conduzida em menor escala e voltada para os subordinados imediatos, e por
delegação de tarefas?
a) Indireta
b) Organizacional
c) Estratégica
d) Direta
e) Autocrática
52 - Qual estilo de liderança é caracterizado pelos aspectos: influência idealizada, inspiração motivadora, estimulação
intelectual e consideração individualizada?
a) Autocrática
b) Participativa ou Democrática
c) Delegativa
d) Transacional
e) Transformacional
53 - Considerando-se apenas a variável situacional “alto” nível de maturidade (profissional e/ou emocional), quais estilos
quanto ao grau de centralização de poder; tipo de incentivo; e foco do líder, deverão ser empregados pelo líder?
a) Autocrática, Transformacional e Orientada para Relacionamento
b) Participativa, Transacional e Orientada para Tarefa
c) Delegativa, Transformacional, Orientada para Relacionamento
d) Autocrática, Transacional e Orientada para Tarefa
e) Delegativa, Transacional e Orientada para o Relacionamento
CARTÃO RESPOSTA:
A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E A B C D E
1 12 23 34 45
2 13 24 35 46
3 14 25 36 47
4 15 26 37 48
5 16 27 38 49
6 17 28 39 50
7 18 29 40 51
8 19 30 41 52
9 20 31 42 53
10 21 32 43
11 22 33 44
10
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SIMULADO 1 – SMV–RM2-OF/2018
Nome: ________________________________________________________
TURMA CPF
SEM SAB EAD
01 A B C D E 11 A B C D E 21 A B C D E 31 A B C D E 41 A B C D E
02 A B C D E 12 A B C D E 22 A B C D E 32 A B C D E 42 A B C D E
03 A B C D E 13 A B C D E 23 A B C D E 33 A B C D E 43 A B C D E
04 A B C D E 14 A B C D E 24 A B C D E 34 A B C D E 44 A B C D E
05 A B C D E 15 A B C D E 25 A B C D E 35 A B C D E 45 A B C D E
06 A B C D E 16 A B C D E 26 A B C D E 36 A B C D E 46 A B C D E
07 A B C D E 17 A B C D E 27 A B C D E 37 A B C D E 47 A B C D E
08 A B C D E 18 A B C D E 28 A B C D E 38 A B C D E 48 A B C D E
09 A B C D E 19 A B C D E 29 A B C D E 39 A B C D E 49 A B C D E
10 A B C D E 20 A B C D E 30 A B C D E 40 A B C D E 50 A B C D E
SIMULADO 1 1 SMV–RM2–OF/2018
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SIMULADO 1 – SMV–RM2–OF/2018 - CURSO ASCENSÃO
07) Com relação aos ditongos ÉI/ÓI, o Novo Acordo 10) Em “voos”, percebe-se a mudança de acordo
Ortográfico retirou o acento gráfico do seguinte par com o Novo Acordo Ortográfico. Assinale a opção
de palavras: em que as alternativas abaixo, estão todas corretas:
A) destroier / caracóis. A) feiúra / paraquedas / parachoque / minissaia /
B) jibóia / odisseia. antirretroviral / bóia.
C) méier / alcaloide. B) feiura / para-quedas / para-choque / mini-saia /
anti-retroviral / bóia.
D) constrói / colmeia.
C) feiura / paraquedas / para-choque / minissaia /
E) pastéis / ovóide.
antirretroviral / boia.
D) feiúra / para-quedas / para-choque / minissaia /
08) “Vocês têm certeza que não pegaram o antirretroviral / boia.
Veríssimo errado?”. Se observado à luz do novo
E) feiura / paraquedas / para-choque / mini-saia /
acordo ortográfico, o termo em destaque autoriza a
antirretroviral / bóia
seguinte leitura:
A) manteve a grafia na terceira pessoa do plural do
presente do indicativo, algo semelhante ocorre com 11) Considere as seguintes afirmações sobre a
seus derivados conter e obter. formação da palavra divinização.
B) o acento circunflexo desapareceu na conjugação I - Apresenta sufixo formador de substantivo a
da terceira pessoa do plural do presente do partir de verbo.
indicativo dos verbos crer, ler, ter, ver e derivados. II - Apresenta sufixo formador de substantivo a
C) a exemplo do que ocorre com os verbos crer, ler, partir de adjetivo.
ver e derivados, permaneceu inalterável. III - Apresenta sufixo formador de adjetivo a
D) passou a grafar-se “têem”, a fim de igualar-se aos partir de verbo.
verbos crer, ler e ver na terceira pessoa do plural. Quais estão corretas?
E) a exemplo do que ocorreu com a palavra A) Apenas I.
homófona “para” (Ela pára o trânsito/ Ela para o B) Apenas II.
trânsito), o termo em destaque perdeu o acento
circunflexo; logo, “Vocês tem certeza que não C) Apenas III.
pegaram o Veríssimo errado?” é a forma correta. D) Apenas I e II.
E) Apenas II e III.
09) Considerando o significado das palavras abaixo,
assinale a alternativa que relaciona corretamente 12) A respeito da formação de palavras, analise as
seus sinônimos, atentando-se para a grafia: seguintes assertivas, assinalando V, se verdadeiras,
ou F, se falsas.
NOTÁVEL - IMEDIATO - CONCEDER - (....) A palavra ‘recursos’ é formada por
CONSERTAR - CONFIRMAR - PRINCIPIANTE prefixação.
(....) O vocábulo ‘palavra-chave’ é formado por
A) iminente - eminente - deferir - ratificar - retificar - justaposição.
incipiente. (....) A palavra ‘pronunciamento’ é formada por
B) eminente - iminente - deferir - retificar - ratificar - sufixação.
incipiente. A ordem correta de preenchimento dos parênteses,
C) eminente - iminente - deferir - ratificar - retificar - de cima para baixo, é:
insipiente. A) F – V – F.
D) iminente - eminente - diferir - retificar - ratificar - B) V – F – F.
incipiente. C) V – F – V.
E) eminente - iminente - deferir - ratificar - retificar – D) F – V – V.
insipiente
E) V – V – F
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13) Em “bem-estar”, temos um composto ligado por 16) No período 1487/1488, atingiu cabo das
hífen. Dentre os trios abaixo, qual aquele em que Tormentas, no extremo sul do continente – que
todos podem ir para o plural? passou a ser chamado de Cabo da Boa Esperança –
A) caneta-tinteiro; blusa cinza; couve-flor. e chegou ao Oceano Índico, conquistando o trecho
mais difícil do caminho das Índias.
B) alto-falante; navio-escola; carro-forte.
O trecho acima está fazendo referência a qual
C) blusa verde-bandeira, blusa cor-de-rosa; pé de importante navegador português do século XV?
moleque.
A) Vasco da Gama.
D) surdo-mudo, primeira-dama; guarda-civil.
B) Pedro Alvares Cabral.
E) Abaixo-assinado, azul-celeste, azul-marinho
C) Gonçalo Coelho.
D) Bartolomeu Dias.
14) Na oração “Nunca esteve na Febem, portanto, E) Diogo Cão.
não teve tempo de aprender a ser criança-problema”,
o vocábulo em destaque é um exemplo de:
17) Em consonância com os novos conceitos na
A) Composição por aglutinação.
liderança, foram estabelecidos três níveis de
B) Derivação sufixal. liderança que definem com precisão toda a
C) Derivação regressiva. abrangência da liderança que é adotada na Doutrina
de Liderança da Marinha. Quais?
D) Composição por justaposição.
A) Direta, organizacional e estratégica.
E) Derivação parassintética.
B) Delegativa, situacional e democrática.
C) Operacional, tático e estratégico.
15) “A doença DESENCADEIA sintomas
D) Direta, situacional e estratégico.
semelhantes aos da dengue, porém mais brandos.”
E) Autocrática, democrática e situacional.
O verbo em destaque acima, cuja flexão apresenta
formas ditongadas, é do grupo de verbos terminados
no infinitivo em –ear, semelhantes, quanto à flexão, à 18) A Marinha precisa de militares, homens e
dos verbos terminados em –iar. mulheres, que observem em suas vidas,
Das frases abaixo, com verbos terminados no infinito permanentemente, preceitos como: amar a verdade
em –ear e –iar, aquela que está em DESACORDO e a responsabilidade como fundamento de dignidade
com as normas de flexão desses verbos é: pessoal; respeitar a dignidade da pessoa humana; e
ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na
A) São poucos os medicamentos que remedeiam a apreciação do mérito dos subordinados.
febre Zika.
Os preceitos citados acima são exemplos de
B) É preciso que se freie a proliferação dos vetores
A) dever militar.
para o controle da doença.
B) amor à carreira militar.
C) É importante que nós receiemos os efeitos da
febre Zika, para participarmos da sua erradicação. C) ética militar.
D) valor militar.
D) É estimulante que se premiem os esforços para
se combater o mosquito vetor. E) disciplina militar.
E) Todos nós receamos que se perca o controle de
combate ao mosquito. 19) Entre as várias medidas de política externa de D.
João após a chegada da família real do Rio de
Janeiro, podemos destacar aquela que é
considerada o batismo de fogo dos Corpo de
Fuzileiros Navais.
Marque abaixo a opção que apresenta essa medida
de política externa.
A) Invasão da Banda Oriental.
B) Invasão da Guiana Francesa.
C) Guerra da Cisplatina.
D) Revolta Nativista de 1817.
E) Guerra de Independência.
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20) Em que o estilo de liderança, o líder está 23) Com relação ao cargo militar, assinale a opção
significativamente associado às medidas de ERRADA.
satisfação dos liderados em relação ao trabalho e ao A) É o exercício das obrigações inerentes ao cargo
chefe, pode ser útil em situações de tensão, militar.
frustração, insatisfação e desmotivação do grupo?
B) Encontra-se especificado nos Quadros de Efetivo
A) Autoritária. ou Tabelas de Lotação das FA ou previsto,
B) Liderança Transformacional. caracterizado ou definido como tal em outras
C) Liderança Transacional. disposições legais.
D) Liderança Orientada para Tarefa. C) As obrigações inerentes ao cargo militar devem
E) Liderança Orientada para Relacionamento. ser compatíveis com o correspondente grau
hierárquico.
21) Como se denomina a soma de autoridade, D) São providos com pessoal que satisfaça aos
deveres e responsabilidades de que o militar é requisitos de grau hierárquico e de qualificação
investido legalmente quando conduz homens ou exigidos para o seu desempenho.
dirige uma organização militar? E) O seu provimento far-se-á por ato de nomeação
A) Grau hierárquico. ou determinação expressa da autoridade
competente.
B) Direção.
C) Comando.
D) Chefia. 24) “Duas invasões não foram iniciativas do governo
da França, cuja estratégia estava voltada para seus
E) Hierarquia. interesses na própria Europa, mas sim iniciativas
privadas, com autorização e até ajuda do rei. Em
22) “Durante o reinado de D. Dinis (1279-1324), ambas, faltou o apoio do Estado francês, no
sexto rei de Portugal, iniciativas bastante relevantes momento em que, atacadas pelos portugueses,
foram adotadas para o fomento da cultura, da necessitaram de socorro. Por outro lado, a
agricultura, do comércio e da navegação. colonização do Brasil foi um interesse de Portugal,
Denominado O Lavrador ou Rei Agricultor e ainda que pretendia proteger a rota de seu comércio com a
Rei Poeta ou Rei Trovador, D. Dinis foi um monarca Índia. Todos os recursos do Estado português
essencialmente administrador e não guerreiro. estavam disponíveis para expulsar os invasores e
Envolvendo-se em guerra contra Castela, em 1295, proteger os núcleos de colonização portuguesa”.
desistiu dela em troca das Vilas de Serpa e Moura. Os eventos citados referem-se:
Pelo Tratado de Alcanizes (1297) formou a paz com
A) À França Antártica, em que o Rio de Janeiro foi
Castela, ocasião em que foram definidas as
invadido duas vezes, uma com Nicolau Durand de
fronteiras atuais entre os países ibéricos.”
Villegagnon, em 1555; e outra com Duclerc, em
(Introdução à História Marítima Brasileira) 1612.
Sobre o reinado do Rei D. Diniz de Portugal (1279- B) Às invasões corsárias promovidas por Daniel de la
1325), no que concerne especificamente ao Touche de la Ravardière e o Barão de Sancy,
desenvolvimento das atividades marítimas em respectivamente em 1710 e 1711.
Portugal é correto afirmar que:
C) À França Antártica, comandada por Nicolau
A) Governou defendendo os interesses da burguesia
Durand de Villegagnon em 1555; e a França
mercantil portuguesa que o apoiara na revolução de
Equinocial, promovidas por Daniel de la Touche de la
Avis (1283-1285).
Ravardière e o Barão de Sancy em 1612.
B) Instituiu a Marinha Real e assinou o primeiro
D) À França Equinocial em 1710, comandada por
tratado comercial com a Inglaterra.
François Duclerc; e a França Antártica em 1711, com
C) Fundou a Companhia das Naus, espécie de René Dugay-Trouin.
empresa de seguros para armadores e construtores
navais. E) À França Equinocial em 1555, comandada por
François Duclerc; e a França Antártica em 1612, com
D) Ordenou as primeiras viagens portuguesas ao René Dugay-Trouin.
norte da África, inclusive a conquista da Ceuta em
1315.
E) Fundou a Escola de Sagres, dedicada aos
estudos náuticos e a expansão marítima portuguesa.
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25) De acordo com o EMA 137, NÃO é correto 28) “A vitória estratégica coube aos luso-espanhóis,
afirmar que que não foram impedidos de cumprir integralmente sua
A) na Liderança Orientada para Relacionamento, a missão. Os holandeses, porém, não perderam o
especialização em tarefas é a principal controle do mar na costa nordeste brasileira, que já
responsabilidade do Líder. vinham exercendo antes da chegada de Oquendo e
que continuaram dominando após a partida da força
B) na Liderança Orientada para Relacionamento, o
luso-espanhola para cumprir o restante de sua missão.”
foco do líder é a manutenção e fortalecimento das
relações pessoais e do próprio grupo. (Introdução à História Marítima Brasileira).
C) os melhores líderes utilizam estilos diferentes, em O texto acima está fazendo referência a qual episódio
distintas situações. dos conflitos entre holandeses, espanhóis e
portugueses no nordeste do Brasil?
D) os bons líderes eficientes são também bons
seguidores e cumpridores das orientações de seus A) Jornada dos Vassalos.
superiores, passando esse exemplo a seus B) Jornada do Galeão.
subordinados. C) Batalha Naval de 1640.
E) O líder, independentemente de sua vontade, atua D) Batalha Naval de Abrolhos.
como elemento modificador do comportamento de E) Reconquista de Angola.
seus liderados subordinados.
29) O ser humano precisa receber uma educação
26) A formação do território brasileiro no período adequada para ser capaz de valorizar um objeto (vida,
colonial resultou de vários movimentos Pátria, família). Sem essa educação, perde-se a
expansionistas e foi consolidada por tratados no capacidade de perceber esses valores, especialmente
século XVIII. Assinale a opção que relaciona quando se trata daqueles universais, tais como:
corretamente os movimentos de expansão com um A) moral, ética e justiça.
dos Tratados de Limites assinados entre espanhóis e
B) honra, dignidade e honestidade.
portugueses no século XVIII
C) disciplina, hierarquia e ética.
A) A expansão da fronteira norte, impulsionada pela
descoberta de minas de ouro, foi consolidada no D) honra, honestidade e justiça.
tratado de Utrecht. E) moral, dignidade e lealdade.
B) A região missioneira do Sul constituiu um caso à
parte, só resolvido a favor de Portugal com a 30) No século XVII, os holandeses ocuparam boa
extinção da Companhia de Jesus. parte do Nordeste brasileiro. A primeira invasão
C) O Tratado de Madri revogou o de Tordesilhas e ocorreu na Bahia (1624 1625), mas foi a partir do
deu ao território brasileiro conformação semelhante à domínio de Pernambuco que os holandeses
atual. conseguiram uma ocupação mais prolongada (1630-
D) O Tratado do Pardo garantiu a Portugal o controle 1654). Estas invasões estão ligadas:
da região das missões e do rio da Prata. A) à posição assumida pelos proprietários de terra
E) Os tratados de Santo Ildefonso e Badajoz portugueses na América que, receando perder
consolidaram o domínio português no Sul, passando mercado na Europa com a União Ibérica,
a incluir a região platina. mantiveram sua aliança com as Províncias Unidas
mesmo após o estabelecimento da União Ibérica.
27) Como se denomina o ato prestado por todo o B) ao interesse holandês de manter seu acesso à
todo cidadão, após ingressar em uma das FA produção de açúcar do Nordeste do Brasil, acesso
mediante incorporação, matrícula ou nomeação, no que foi interrompido com o estabelecimento da União
qual afirmará a sua aceitação consciente das Ibérica em 1580.
obrigações e dos deveres militares e manifestará a C) ao interesse da Holanda que desejava prejudicar
sua firme disposição de bem cumpri-los? os interesses da Inglaterra, aliada da Espanha que
A) Compromisso do incorporado. mais lucrava com a produção açucareira do Brasil.
B) Juramento à bandeira. D) à Companhia das Índias Orientais, criada no
C) Compromisso do matriculado e do nomeado. século XVI, que tinha por objetivo controlar
diretamente a produção de cana do nordeste do
D) Compromisso militar. Brasil.
E) Engajamento militar. E) à necessidade de Antuérpia e Amsterdã
manterem-se como centros urbanos desinteressados
em comercializar açúcar na Europa.
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Nome: ________________________________________________________
TURMA CPF
SEM SAB EAD
01 A B C D E 11 A B C D E 21 A B C D E 31 A B C D E 41 A B C D E
02 A B C D E 12 A B C D E 22 A B C D E 32 A B C D E 42 A B C D E
03 A B C D E 13 A B C D E 23 A B C D E 33 A B C D E 43 A B C D E
04 A B C D E 14 A B C D E 24 A B C D E 34 A B C D E 44 A B C D E
05 A B C D E 15 A B C D E 25 A B C D E 35 A B C D E 45 A B C D E
06 A B C D E 16 A B C D E 26 A B C D E 36 A B C D E 46 A B C D E
07 A B C D E 17 A B C D E 27 A B C D E 37 A B C D E 47 A B C D E
08 A B C D E 18 A B C D E 28 A B C D E 38 A B C D E 48 A B C D E
09 A B C D E 19 A B C D E 29 A B C D E 39 A B C D E 49 A B C D E
10 A B C D E 20 A B C D E 30 A B C D E 40 A B C D E 50 A B C D E
02) No sentido literário, epifania é a percepção de 06) Em relação às palavras: “suicídio”, “também”,
uma realidade atordoante quando os objetos mais “número”, “crescimento” e “ininterrupto” e
simples, os gestos mais banais e as situações considerando as regras de acentuação e as regras
mais cotidianas comportam iluminação súbita na de divisão silábica das palavras da língua
consciência das personagens. portuguesa, assinale a alternativa correta.
No texto, o objeto que funciona dessa forma para a
narradora é a(o): A) Justifica-se a acentuação das palavras
A) cigarro seco. “suicídio” e “número”, pois recebem acento todas
as palavras proparoxítonas, e da palavra
B) sábado. “também”, pois recebe acento a vogal “e” da
C) mesa. terminação “em” das palavras oxítonas; registra-se
D) dona da casa. a divisão silábica das palavras “crescimento” e
E) cavalo “ininterrupto”, da seguinte forma: cres/ci/men/ to e
i/nin/ter/ru/p/to.
03) Sobre os elementos destacados do fragmento
“Era sábado e estávamos convidados para o B) Justifica-se a acentuação das palavras
almoço de obrigação.”, leia as afirmativas. “suicídio”, “também” e “número”, respectivamente,
pois recebe acento a vogal tônica das paroxítonas
I. ERA, ESTÁVAMOS são verbos transitivos terminadas em ditongo oral, recebe acento a vogal
diretos. “e” da terminação “em” das palavras oxítonas e
II. A palavra ALMOÇO foi formada por recebem acento todas as palavras proparoxítonas;
derivação regressiva. registra-se a divisão silábica das palavras
III. PARA tem valor de finalidade. “crescimento” e “ininterrupto”, da seguinte forma:
Está correto apenas o que se afirma em: cres/ci/men/to e i/nin/ter/rup/to.
A) I.
B) II e III C) Justifica-se a acentuação das palavras
“suicídio”, “também” e “número”, respectivamente,
C) I e III. pois recebe acento a vogal tônica de todas as
D) II. palavras paroxítonas terminadas em “o”, recebe
E) I e II. acento a vogal tônica de todas as palavras
oxítonas terminadas pelas consoantes nasais “m”
04) “ELA, no entanto, cujo coração já conhecera ou “n” e recebem acento todas as palavras
outros sábados.” proparoxítonas; registra-se a divisão silábica das
No contexto, o uso da forma destacada se justifica palavras “crescimento” e “ininterrupto”, da seguinte
em razão de: forma: cre/sci/men/to e i/nin/te/rrup/to.
A) possibilitando a desconstrução do que foi dito D) Justifica-se a acentuação das palavras
antes. “suicídio”, “também” e “número”, pois recebem
B) entrelinhas. acento agudo todas as vogais abertas que
C) texto. estiverem na sílaba tônica de palavras
D) termo antecedente, estabelecendo coesão e paroxítonas, oxítonas e proparoxítonas da língua
evitando repetição. portuguesa; registra-se a divisão silábica das
E) em claro valor exofórico. palavras “crescimento” e “ininterrupto”, da seguinte
forma: cres/ci/men/ to; i/nin/te/rrup/to.
05) Assinale a alternativa em que o vocábulo E) Justifica-se a acentuação das palavras
destacado resulta de derivação parassintética. “suicídio”, “também” e “número”, respectivamente,
A) “O INEBRIADO engano." pois recebe acento agudo a vogal “i” precedida da
B) “Esperará RECONHECER-se incompleto." consoante “c” em palavras paroxítonas, recebe
C) “tendo-a por justa e AVERIGUADA, com acento agudo a vogal “e” seguida da consoante
convicção manifesta." “m” em palavras oxítonas e recebem acento todas
D) “Jó Joaquim, além disso, existindo só retraído, as palavras proparoxítonas; registra-se a divisão
MINUCIOSAMENTE." silábica das palavras “crescimento” e “ininterrupto”,
E) “Voando o mais em ÍMPETO." da seguinte forma: cres/ci/men/to e i/nin/ter/rup/to.
SIMULADO 2 2 SMV–RM2–OF/2018
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SIMULADO 2 – SMV–RM2–OF/2018 - CURSO ASCENSÃO
07) Assinale a alternativa em que a frase preenche 10) Sabe-se perfeitamente a distinção no emprego
corretamente o balão da fala da personagem no entre os parônimos “cestas” “sestas” e “sextas”.
primeiro quadrinho, em conformidade com a Quanto ao emprego de parônimos, dadas as
norma-padrão da língua portuguesa. frases abaixo, assinale a alternativa cujos
vocábulos preenchem corretamente as lacunas
das frases.
I. O cidadão se dirigia para sua
_____________ eleitoral.
II. A zona eleitoral ficava ___________ 200
metros de um posto policial.
III. O condutor do automóvel __________ a
lei seca.
IV. Foi encontrada uma __________ soma
de dinheiro no carro.
V. O policial anunciou o __________ delito.
A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.
B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.
D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante.
E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
A) Irmão Hagar deponha sua espada e pega esta 11) Faz plural de três formas distintas, EXCETO:
pena. A) aldeão
B) Irmão Hagar deponha sua espada e pegue B) ancião
aquela pena.
C) deão
C) Irmão Hagar, deponha sua espada e pegue
essa pena. D) ermitão
D) Irmão Hagar deponha sua espada e pega essa E) truão
pena.
E) Irmão Hagar, deponha sua espada e pegue 12) Há palavras que, ao serem colocadas no plural
esta pena. tem seu sentido modificado. Dentre as palavras
abaixo, a única que faz a manutenção do sentido
08) De acordo com as regras ortográficas em é:
vigor, a única dupla de palavras corretamente A) féria
hifenizadas é B) costa
A) arco-íris & cor-de-abóbora. C) pai
B) cor-de-rosa & bola-de-gude D) bem
C) zé-ninguém & arco-da-velha E) mal
D) bolha-de-sabão & água-de-colônia.
E) água-de-cheiro & maria-vai-com-as-outras.
TEXTO TEXTO
CANÇÃO NEGREIRA
Amo-te
com as raízes de uma canção negreira
na madrugada dos meus olhos pardos.
E derrotas de fome
nas minhas mãos de bronze
florescem languidamente na velha
e nervosa cadência marinheira
do cais donde os meus avós negros
embarcaram para hemisférios da escravidão
Mas se as madrugadas
das minhas órbitas violentadas
despertam as raízes do tempo antigo ...
mulher de olhos fadados de amor verde-claro
ventre sedoso de veludo
lábios de mampsincha(*) madura
e soluções de espasmo latejando no quarto
14) De acordo com a norma-padrão e as questões
enche de beijos as sirenas do meu sangue gramaticais referentes ao período “Os temas
que meninos das mesmas raízes tratados neste blog se referem aos assuntos
e das mesmas dolorosas madrugadas institucionais das diversas áreas dos Correios e os
esperam a sua vez. posts publicados poderão ser comentados pelos
leitores.” (linhas de 8 a 10), assinale a alternativa
* fruto comestível de planta rasteira.
correta.
José Craveirinha, in Obra Poética. A) Caso o autor resolvesse substituir a expressão
Maputo: Direcção de Cultura, Universidade “Os temas tratados” pela construção Grande parte
Eduardo dos temas, a nova redação poderia manter o
Mondlane, 2002. verbo da oração na 3ª pessoa do plural.
B) O trecho “das diversas áreas dos Correios”
13) A forma verbal florescem, no poema dado, poderia ser substituído pela redação das diversas
concorda com a seguinte expressão: áreas que existe nos Correios, pois o verbo
existir é impessoal.
A) minhas mãos.
C) Do ponto de vista da concordância, o trecho
B) os meus avós negros.
“Os temas tratados neste blog” poderia ser
C) derrotas de fome. substituído pela redação Os temas o qual é
D) hemisférios da escravidão. tratado neste blog.
E) embarcaram. D) A redação Se faz necessário dizer que os
temas tratados neste blog se referem aos
assuntos institucionais das diversas áreas dos
Correios poderia substituir a original, pois o
pronome Se está corretamente colocado no início
da oração.
E) A concordância está correta na redação e
serão possíveis aos leitores comentar os posts
publicados e poderia substituir a original, pois as
regras de concordância foram devidamente
observadas.
SIMULADO 2 4 SMV–RM2–OF/2018
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SIMULADO 2 – SMV–RM2–OF/2018 - CURSO ASCENSÃO
TEXTO
O que quer dizer civilização do espetáculo? É a 16) Em relação ao estilo de Liderança Autocrática, é
civilização de um mundo onde o primeiro lugar na CORRETO afirmar que
tabela de valores é ocupado pelo entretenimento, A) não é aceita como correta e legítima pela
onde divertir-se, escapar do tédio, é a paixão estrutura do grupo.
universal. Esse ideal de vida é perfeitamente B) inibe a iniciativa do subordinado e não considera
legítimo. Mas transformar em valor supremo essa os aspectos humanos no relacionamento.
propensão natural à diversão tem consequências C) pode ser útil e, até mesmo, mas não é
inesperadas: banalização da cultura, recomendável, em situações especiais como em
generalização da frivolidade e, no campo da combate.
informação, a proliferação do jornalismo
D) baseia a sua atuação numa disciplina flexível,
irresponsável da bisbilhotice e do escândalo. impondo obediência e mantendo-se relacionamentos
O que fez o Ocidente ir resvalando para uma mais formais com os seus subordinados.
civilização desse tipo? O bem-estar que se seguiu E) a principal restrição a esse tipo de liderança é o
aos anos de privações da Segunda Guerra desinteresse pelos problemas e ideias, mas não
Mundial e à escassez dos primeiros anos pós- tolhendo a iniciativa e, por conseguinte, a
guerra. Depois dessa etapa duríssima, seguiu-se participação e a criatividade dos subordinados.
um período de extraordinário desenvolvimento
econômico. As classes médias cresceram e a
17) Quanto aos conceitos estabelecidos pelo
mobilidade social se intensificou. O bem-estar e o
Estatuto dos Militares mencionados abaixo,
espaço ocupado pelo ócio no mundo desenvolvido
classifique as alternativas abaixo com (V) se foram
constituíram notável estímulo para as indústrias da
verdadeiras ou (F) se forem falsas e assinale a
diversão, promovidas pela publicidade, mestra de opção correta.
nosso tempo. Não se entediar e evitar o que
1) Graduação é o grau hierárquico do oficial,
perturba e angustia passou a ser, para setores
conferido por ato do PRESREP ou do
sociais cada vez mais amplos da pirâmide social, o
Comandante da Força Singular e confirmado
preceito de toda uma geração, aquilo que Ortega y
por Carta Patente.
Gasset chamava de “espírito de nosso tempo”.
2) Círculos hierárquicos são âmbitos de
(Adaptado de: LLOSA, Mario Vargas. A convivência entre os militares de quaisquer
civilização do espetáculo: uma radiografia do categorias e têm a finalidade de desenvolver o
nosso tempo e da nossa cultura. Edição digital. espírito de camaradagem, em ambiente de
Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2012) estima e confiança, sem prejuízo do respeito
mútuo.
15) No segundo parágrafo, 3) A hierarquia militar é a ordenação da
A) os elementos sublinhados em As classes autoridade, em níveis diferentes, dentro da
médias cresceram e a mobilidade social se estrutura das FA.
intensificou exercem a mesma função sintática. 4) Posto é o grau hierárquico da praça,
conferido pela autoridade competente.
B) o segmento para setores sociais cada vez mais
amplos da pirâmide social exprime noção de 5) Disciplina é a rigorosa observância e o
finalidade. acatamento integral das leis, regulamentos,
normas e disposições que fundamentam o
C) o ponto de interrogação da primeira frase pode organismo militar e coordenam seu
ser suprimido, por se tratar de pergunta retórica. funcionamento regular e harmônico,
D) o segmento sublinhado em seguiu-se um traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do
período de extraordinário desenvolvimento dever por parte de todos e de cada um dos
econômico é complemento verbal de “seguir”. componentes desse Organismo.
E) O segmento mestra de nosso tempo restringe o São VERDADEIRAS as alternativas:
sentido do termo “publicidade”. A) 1 e 4.
B) 2 e 3.
C) 3 e 5.
D) 1, 3, 4 e 5.
E) Todas são verdadeiras.
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18) Sobre o Período Regencial (1831 - 1840), é 21) De acordo com o Estatuto dos Militares (Lei n°.
incorreto afirmar que: 6.880, de 9 de dezembro de 1980), assinale a
A) foi um período de intensa agitação social, com a opção que NÃO corresponde a manifestações
Cabanagem no Rio Grande do Sul e a guerra dos essenciais do valor militar.
Farrapos no Rio de Janeiro; A) O orgulho pela organização onde serve.
B) passou por três etapas: regência trina provisória, B) O civismo e o culto das tradições históricas.
regência trina e regência una;
C) A fé na missão elevada das Forças Armadas.
C) foi criada a Guarda Nacional, formada por tropas
controladas pelos grandes fazendeiros; D) A supremacia do conhecimento militar sobre o
D) através do Ato Adicional as províncias ganharam técnico-profissional.
mais autonomia; E) O amor à profissão das armas e o entusiasmo
E) cai a participação do açúcar entre os produtos com que é exercida.
exportados pelo Brasil e cresce a participação do
café. 22) De acordo com a Doutrina de Liderança na
MB, qual o componente comum a todo atributo de
19) Por meio de qual processo o líder coordena, um Líder?
supervisiona, avalia, ensina, treina e aconselha seus A) Especialização em tarefas.
subordinados?
A) Supervisão.
B) Preservar as boas relações pessoais no grupo.
B) Comunicação. C) Capacidade de influenciar seus seguidores.
C) Liderança. D) Capacidade profissional.
D) Ensino. E) Conduzir as operações pela força do exemplo
E) Motivação. no cumprimento da missão.
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25) Leia o texto: 27) Para avançar ao longo do Rio Paraguai, era
“Após superar o osbtáculo Humaitá, Caxias necessário vencer diversas passagens fortificadas,
pode avançar para o Norte. Era necessário que a destacando-se, inicialmente, Curuzu, Curupaiti e
Força Naval acompanhasse o movimento das Humaitá. Navios oceânicos de calado inapropriado
forças terrestes aliadas e Inhaúma sabia da para navegar em rios, de casco de madeira, sem
importância da Marinha subir o Rio Paraguai para couraça, como os da Força Naval brasileira que
prestar apoio às tropas terrestres. Caxias tinha um combatera em Riachuelo, não teriam bom êxito.
outro obstáculo: Piquissiri. Ele não dejesava atacar Era evidente que o Brasil necessitava de navios
pelo fronte e sim pela retaguarda, onde o uso dos encouraçados para o prosseguimento das ações
navios da Marinha seria muito relevante. Essa de guerra. Os obstáculos e fortificações de
passagem foi denominada manobra do Piquissiri e Humaitá eram uma séria ameaça, mesmo para
utilizou uma estrada pelo pantano do Chaco”. estes navios.
Como ficou conhecido esse ataque? Qual foi o primeiro navio encouraçado da Marinha
A) Dezembrada. do Brasil e que chegou ao Teatro de Operações
B) Retirada da Laguna. em 1865?
A) Barroso.
C) Combate naval de Curuzu.
B) Tamandaré.
D) Campanha da Cordilheira.
E) Combate de Curupaiti. C) Brasil.
D) Bahia.
26) Durante o Segundo Reinado, o Governo E) Rio de Janeiro.
Imperial Brasileiro se viu envolvido numa série de
conflitos na Região do Prata. Entre esses conflitos 28) Segundo o Estatuto dos Militares (Lei n 6880,
destacamos a Guerra Contra Oribe e Rosas, de 9 de dezembro de 1980), julgue os itens abaixo
travada entre 1851 e 1852. Sobre as operações como VERDADEIROS ou FALSOS no que
navais nesse conflito é correto afirmar que: corresponde a precedência entre ente as praças
A) A esquadra Argentina era comandada pelo especiais e as demais praças.
Almirante William George Brown, a esquadra 1) Os alunos do Colégio Naval têm
brasileira era comandada pelo Almirante Rodrigo precedência sobre os Suboficiais, aos quais
Lobo, que foi exonerado, assumindo o Almirante são equiparados.
Pinto Guedes. 2) Os alunos da Escola Naval
B) A Passagem de Humaitá pela esquadra imperial hierarquicamente superiores às demais
foi fator decisivo na guerra, constituindo com a praças.
Batalha Naval de Riachuelo os eventos mais 3) Os Guardas-Marinhas são inferiores
importantes do conflito para a Marinha Imperial. hierarquicamente às demais praças.
C) No final do conflito, o poder naval brasileiro só É(São) VERDADEIRA(S) apenas a(s)
era inferior ao das marinhas da Inglaterra, Rússia, afirmativa(s)
EUA e Itália, mas era uma esquadra apropriada A) 1
para operações fluviais e defesa costeira, pois a B) 2
maior parte dos navios possuía pequena borda
C) 3
livre, com pouco deslocamento e reduzida
velocidade. D) 1 e 2
D) Na Batalha de Monte Santiago, a esquadra E) 2 e 3
Argentina é destruída e deixa de ser uma força
naval capaz de ameaçar as forças brasileiras na 29) De acordo com o EMA - 137 (Doutrina de
região. Liderança da Marinha), quais são os níveis
E) Na passagem de Toneleiro, no rio Paraná, a funcionais?
esquadra comandada por John Pascoe Grenfell A) Direta, Tático e Organizacional.
forçou a passagem e conseguiu desembarcar B) Operacional, Tático e Estratégica.
tropas rio acima. Toneleiro foi o mais importante C) Direta, Organizacional e Estratégica.
acontecimento na guerra, servindo também para D) Autocrática, Democrática, Delegativa.
consagrar em definitivo o uso dos navios a vapor
E) Estratégica, Organizacional e Operacional.
na esquadra brasileira.
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FMN-12 OSTENSIVO
APOSTILA
HISTÓRIA NAVAL
MARINHA DO BRASIL
ESCOLA DE APRENDIZES-MARINHEIROS DO ESPÍRITO SANTO
2017
MARINHA DO BRASIL
2017
FINALIDADE: DIDÁTICA
OSTENSIVO ORIGINAL
ATO DE APROVAÇÃO
VILA VELHA,ES.
Em 9 de maio de 2017.
Autenticado Rubrica
Pelo Orc
Em___/___/______ Carimbo
OSTENSIVO - II - ORIGINAL
ÍNDICE
Folha de Rosto........................................................................................................................ I
Ato de Aprovação................................................................................................................... II
Índice III
Introdução.............................................................................................................................. VI
CAPÍTULO 1- A IMPORTÂNCIA DO MAR NOS DIVERSOS PERÍODOS DA 1-1
HISTÓRIA DO BRASIL
1.1 A descoberta do Brasil...................................................................................... 1-4
1.2 As Expedições Exploradoras............................................................................ 1-5
1.3 As Expedições Guarda-Costas......................................................................... 1-6
1.4 A Expedição Colonizadora............................................................................... 1-6
1.5 As Invasões Estrangeiras.................................................................................. 1-7
1.5.1 Os franceses no Rio de Janeiro...................................................................... 1-7
1.5.2 Os franceses no Maranhão............................................................................. 1-8
1.5.3 Os holandeses na Bahia.................................................................................. 1-9
1.5.4 Os holandeses em Pernambuco..................................................................... 1-10
CAPÍTULO 2 – O PAPEL DA MARINHA NA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL 2-1
2.1 A Corte portuguesa no Rio de Janeiro (1808-1821)............................................ 2-2
2.2 A Elevação do Brasil a Reino Unido em 1815.................................................... 2-2
2.3 O retorno de D. João VI para Portugal................................................................ 2-2
2.4 A Regência de D. Pedro I e a Proclamação da Independência........................... 2-3
2.5 A Formação da Esquadra brasileira.................................................................... 2-4
2.6 A Guerra Cisplatina (1825-1828)........................................................................ 2-4
2.7 O Período Regencial e a atuação da Esquadra brasileira................................... 2-7
2.7.1 A Revolta Cabanagem...................................................................................... 2-8
2.7.2 A Revolta dos Farrapos.................................................................................. 2-9
2.7.3 A Revolta Sabinada......................................................................................... 2-9
2.7.4 A Revolta Balaiada......................................................................................... 2-9
2.8 O Golpe da Maioridade..................................................................................... 2-10
CAPÍTULO 3 – A MARINHA DO BRASIL NA GUERRA DO PARAGUAI 3-1
3.1 O Governo de D. Pedro II (1840-1889)............................................................. 3-1
3.2 Antecedentes da guerra...................................................................................... 3-1
3.3 Causas da guerra................................................................................................ 3-3
OSTENSIVO - IV - ORIGINAL
INTRODUÇÃO
1- PROPÓSITO
2- DESCRIÇÃO
OSTENSIVO - VI - ORIGINAL
O Capítulo 4 aborda a evolução da Esquadra brasileira nos Séculos XIX e XX; a Marinha
na República; os conflitos internos que marcaram a República: Revoltas da Armada e Revolta da
Chibata; a missão da Marinha do Brasil nas duas grandes Guerras Mundiais.
O Capítulo 6 destaca a ação dos vultos navais brasileiros e seus feitos gloriosos defendendo
a nação em diversos momentos, tendo como missão mor: garantir a integridade territorial brasileira
a qualquer custo. Os feitos realizados pelos vultos navais servem de exemplos a serem seguidos
pelos alunos.
3- RECOMENDAÇÃO
4- CLASSIFICAÇÃO
5- SUBSTITUIÇÃO
CAPÍTULO 1
O mar sempre teve uma importância fundamental na história do Brasil. Do mar, de Portugal
veio Pedro Álvares Cabral, em 1500, para tomar posse do nosso País. Do mar vieram as invasões
francesas e holandesas e as incursões inglesas nos séculos XVI e XVII. O mar também foi o
principal meio em que se transportaram colonos e funcionários administrativos portugueses para o
Brasil durante o período colonial.
No período regencial, o mar novamente foi o caminho natural para o transporte de tropas
para as províncias insurgentes que ameaçavam se preparar para o império. Naquela ocasião, as
estradas que ligavam as principais cidades do Brasil eram muito rudimentares, daí a enorme
importância estratégica que o mar adquiriu mais uma vez.
Cada nação atribui determinada importância às comunicações marítimas segundo o seu grau
de dependência. Sua importância econômica e militar determinará o esforço a ser realizado para a
manutenção dessas rotas abertas e livres de ataque do inimigo. Para o país a proteção dessas
comunicações têm sido fundamental.
Hoje em dia o mar assume uma importância cada vez maior para o Brasil. Nosso comércio é
transportado quase exclusivamente por ele. Do mar extraímos o petróleo, tão importante para o
desenvolvimento do País, e os peixes que servem de alimento aos brasileiros e proporcionam
melhores condições de vida aos nossos pescadores.
Enfim, o mar é fundamental para a sobrevivência do País. Devemos cada vez mais
desenvolver nosso Poder Marítimo para nos projetarmos no cenário internacional. Surge o
segundo conceito de nossa discussão: o que vem a ser o Poder Marítimo de uma nação?
Poder Marítimo é a capacidade que resulta da integração dos recursos que dispõe o Brasil
para a utilização do mar e também das águas interiores, quer como instrumento de ação política e
militar, quer como fator de desenvolvimento econômico e social, visando a conquistar e a manter os
objetivos nacionais.
Os elementos, que constituem o nosso Poder Marítimo, são componentes das expressões
do poder da Nação, relacionados com a capacidade de utilização do mar e hidrovias interiores, são
eles: Marinha Mercante; infraestrutura hidroviária; indústria naval; indústria bélica; indústria de
pesca; organizações e os meios de pesquisas; organizações e meios de exploração; o pessoal que
desempenha atividades relacionadas com o mar e hidrovias interiores e o poder militar. Mas que
poder militar é esse? É o que veremos agora com o nosso terceiro conceito.
Poder Nava é o componente militar do Poder Marítimo, capaz de atuar no mar e nas águas
interiores (rios, lagoas) na conquista e manutenção dos objetivos estabelecidos pela Nação. O Poder
Naval compreende os meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais, as bases e posições de apoio,
suas estruturas de comando e controle, logística e administração, bem como as forças e os meios de
apoio não constitutivos da Marinha do Brasil, quando vinculados ao cumprimento da missão da
Marinha e submetidos a algum tipo de orientação, comando ou controle de autoridade naval.
Podemos, assim, observar que um Poder Naval, para ser eficaz, necessita ser capaz de atuar
em grandes áreas, por um período de tempo ponderável e nelas adotar atitudes tanto defensivas
quanto ofensivas, com aproveitamento de suas características de mobilidade, permanência,
versatilidade e flexibilidade. Vejamos o que significa cada uma dessas características. A mobilidade
representa a capacidade de deslocar-se prontamente e a grandes distâncias, mantendo elevado nível
de prontidão em condições de emprego. Assim, quando uma força naval se desloca rapidamente
para uma área conflagrada a característica por ela utilizada é a mobilidade. A permanência indica a
possibilidade de operar continuamente por longos períodos em áreas distantes e de grandes
dimensões com independência.
CAPÍTULO 2
A 22 de janeiro de 1808, a Nau Príncipe Real, onde o Príncipe Regente D. João encontrava-
se embarcado, chegou à Bahia. No dia 28, D. João proclamava a independência econômica do
Brasil com a publicação da famosa carta régia que abriu ao comércio estrangeiro os portos do país;
e a 7 de março de 1808 D. João, à testa de uma força naval composta por três naus, um bergantim e
um transporte, entrou na Baía de Guanabara. A bordo também vinham os integrantes da Brigada
Real da Marinha encarregados da artilharia e da defesa dos navios.
Com o retorno de D. João VI para Portugal, permaneceu no Brasil seu filho D. Pedro, que
passou a sofrer pressão vinda da Corte de Portugal para que regressasse a Lisboa. Como
consequência, temos o Dia do Fico (09/01/1822) e, posteriormente, após novas pressões, D. Pedro
proclama a nossa Independência.
Até pela proximidade geográfica, estas se mantiveram fiéis às decisões emanadas do Paço
mesmo após a partida de D. João VI. As capitais das províncias ao Norte do País mantiveram sua
ligação com a metrópole, pois as peculiaridades da navegação a vela e a falta de estradas as punham
mais próximas desta do que do Rio de Janeiro.
Mormente o expressivo número de patriotas no interior destas províncias, nas capitais e nas
poucas principais cidades, a elite de comerciantes era majoritariamente portuguesa e adepta da
restauração colonial realizada pelo movimento liberal português. Durante a “queda-de-braço”
empreendida entre as Cortes e D. Pedro, foram reforçadas as guarnições militares das províncias do
Norte e Nordeste para manter a vinculação com Lisboa. Os principais focos de resistência à
Independência eram Pará; Maranhão; Piauí e Cisplatina, porém, a resistência mais forte estava
justamente em Salvador, Bahia, onde essa guarnição era mais numerosa.
Em Salvador havia uma tropa comandada pelo General Madeira de Melo e uma Esquadra
sob o comando do Almirante Félix de Campos. No sul, a recém-incorporada Província Cisplatina
viu as guarnições militares que lá ainda estavam dividirem-se perante a causa da Independência,
enquanto o comandante das tropas de ocupação, General Carlos Frederico Lecor, colocou-se ao lado
dos brasileiros, seu subcomandante, D. Álvaro da Costa de Souza Macedo, e a maior parte das
tropas defenderam o pacto com Lisboa.
2.3 A FORMAÇÃO DA ESQUADRA BRASILEIRA
do resto da população.
Essa insatisfação tomou uma proporção tão significativa a ponto de estourar no Rio de
Janeiro um levante conhecida como “Noite das Garrafadas”, que tinha como objetivo retirar D.
Pedro I do poder, porém antes disso, D. Pedro I tomou a decisão de abdicar do trono.
Pressionado pela população, em 7 de abril de 1831, D. Pedro I abdicou do trono em favor
de seu filho, D. Pedro de Alcântara, que tinha apenas cinco anos de idade. Como o herdeiro não
tinha idade para assumir o trono instalou-se no Brasil um governo regencial. O Poder Executivo
seria composto por três membros, uma regência trina, conforme determinava a Carta
Constitucional. Posteriormente, a regência seria constituída de uma só pessoa, a regência una.
No período regencial, o conturbado ambiente político da Corte se refletiu nas províncias do
Império em movimentos armados que explodiram por todos os principais centros regionais, desde
1831 até os anos de consolidação do reinado de D. Pedro II. A Marinha da Independência e da
Guerra Cisplatina, constituída por elevado número de navios de grande porte, foi sendo
transformada em uma Marinha de unidades menores, próprias para enfrentar as conflagrações nas
províncias e ajustadas às limitações orçamentárias.
As revoltas que estouraram no Brasil no período Regencial foram: CABANAGEM,
BALAIADA, SABINADA E FARROUPILHA. Estudaremos cada uma delas destacando em
especial a participação da Marinha em cada conflito.
2.4.1 Cabanagem
A Guerra dos Farrapos, rebelião no sul do Império que durou dez anos, de 1835 a 1845,
atingiu uma região de fronteira já conturbada por conflitos externos. A Marinha novamente atuaria
em cooperação com o Exército no transporte e abastecimento das tropas e apoiando ações em terra
com o fogo dos canhões embarcados.
Porém, na Guerra dos Farrapos os navios de guerra estiveram envolvidos em pequenos
combates navais com os farroupilhas. Os combates não ocorreram em mar aberto, mas em águas
restritas, como as Lagoas dos Patos e Mirim. O primeiro combate naval da Guerra dos Farrapos
opôs o Iate Oceano, da Marinha Imperial, e o Cúter Minuano, dos revoltosos, na Lagoa Mirim,
quando o navio rebelde foi posto a pique.
A pequena Força Naval que os farroupilhas mantinham na Lagoa dos Patos foi
completamente vencida em agosto de 1839, quando o Chefe-de-Divisão John Pascoe Grenfell,
comandante das Forças Navais no Rio Grande, apresou dois lanchões rebeldes em Camaquã. A
rebelião rio-grandense estendeu-se para Santa Catarina, onde os farroupilhas formaram uma
pequena Força Naval com navios mercantes apresados e lanchões remanescentes das operações na
Lagoa dos Patos e Mirim, que foi vencida pela Marinha em um combate no porto de Laguna. Foi
neste conflito regional que pela primeira vez a Marinha brasileira empregou um navio movido
a vapor em operações de guerra.
2.4.3 Sabinada
2.4.4 Balaiada
A Balaiada, agitação que tomou conta das Províncias do Maranhão e do Piauí, entre 1838 e
1841, reuniu a população pobre e os escravos contra as autoridades constituídas da própria
província. Em agosto de 1839, seguiu para o Maranhão o Capitão-Tenente Joaquim Marques
Lisboa, futuro Marquês de Tamandaré, nomeado comandante da Força Naval em operação contra os
insurretos.
A partir de 1840 e até o final da Balaiada, o Capitão-Tenente Joaquim Marques Lisboa
atuaria em cooperação com o então Coronel Luís Alves de Lima e Silva, o futuro Duque de Caxias,
que comandava a Divisão Pacificadora do Norte, reunida para debelar a revolta. A união dos futuros
patronos das forças singulares de mar e terra no combate à Balaiada simboliza uma situação
recorrente em todos os conflitos internos durante a Regência e o Segundo Império: a atuação
conjunta da Marinha e do Exército na manutenção da ordem constituída e da unidade do Império.
O Período Regencial foi marcado por disputas de partidos políticos em busca de projeção e
abandono para as províncias, culminando com sucessivas revoltas de caráter separatista, o que
representou um sério perigo à integridade territorial brasileira, destaca-se nesse momento a atuação
da Esquadra brasileira no combate aos movimentos separatistas.
Para muitas pessoas essa situação só mudaria com o retorno de um imperador brasileiro ao
poder a partir de então, alguns políticos brasileiros ligados ao partido liberal “arquitetaram” e
colocaram em prática o Golpe da Maioridade, em junho de 1840. Com o golpe, o príncipe regente
com 14 anos de idade assumiu o poder com o título de D. Pedro II. O seu governo foi de 49 anos,
CAPÍTULO 3
A livre navegação nos rios e os limites entre o Brasil e o norte do Paraguai eram motivos de
discordância entre os dois países. Não se chegou a um acordo satisfatório até a conclusão da Guerra
da Tríplice Aliança. Para os brasileiros, era muito importante acessar, sem empecilhos, a Província
de Mato Grosso, navegando pelo Rio Paraguai. Sabendo disto, os paraguaios mantinham a questão
dos limites, que reivindicavam associada à da livre navegação. O litígio existia principalmente em
relação a um território situado à margem esquerda do Rio Paraguai, entre os Rios Aspa e Branco,
ocupado por brasileiros.
Apesar dessas questões, o entendimento entre o Brasil e o Paraguai era cordial, excetuando-
se algumas crises que não chegaram a ter maiores consequências. Interessava principalmente ao
Império que o Paraguai se mantivesse fora da Confederação Argentina, que muita dificuldade lhe
vinha causando, com sua permanente instabilidade política.
Com a morte de Carlos López, ascendeu ao governo do Paraguai seu filho, Francisco Solano
López, que ampliou a política externa do País, inclusive estabelecendo laços de amizade com o
General Justo José de Urquiza, que liderava a Província argentina de Entre Rios, e com o Partido
Blanco uruguaio. Essas alianças, sem dúvida, favoreciam o acesso do Paraguai ao mar.
Com a invasão do Uruguai por tropas brasileiras, na intervenção realizada em 1864, contra o
governo do Presidente uruguaio Manuel Aguirre, do Partido Blanco, Solano López considerou que
seu próprio país fora agredido e declarou guerra ao Brasil. Aliás, ele havia enviado um ultimato ao
Brasil, que fora ignorado. Como foi negada pelos portenhos, permissão para que seu exército
atravessasse território argentino para atacar o Rio Grande do Sul, invadiu a Província de Corrientes,
envolvendo a Argentina no conflito.
O Paraguai estava se mobilizando para uma possível guerra desde o início de 1864. López se
julgava mais forte – o que provavelmente era verdadeiro, no final de 1864 e início de 1865– e
acreditava que teria o apoio dos blancos uruguaios e do argentino Urquiza. Tal não ocorreu. Ele
superestimou o poderio econômico e militar do Paraguai e subestimou o potencial do Poder Militar
brasileiro e a disposição para a luta do Brasil.
Foram vários os atos de hostilidades que indiciavam a eclosão da guerra, porém como causa
principal podemos destacar: as pretensões de Solano Lopes em aumentar o tamanho do Paraguai, o
que para isso teria que conquistar terras da região da Bacia do Prata, além da primordial saída para
o Oceano Atlântico.
O início da guerra pode ser marcado pelos seguintes atos:
margens.
Era uma época de frequentes inovações tecnológicas no hemisfério norte e a Guerra Civil
Americana trouxera muitas novidades para a guerra naval e, especificamente, para o combate nos
rios. Sua influência, logo depois dessa primeira fase de navios de madeira, na Guerra da Tríplice
Aliança fez-se sentir, principalmente, com o aparecimento dos navios protegidos por couraça de
ferro, projetados para a guerra fluvial, e a mina naval.
Todos os navios da Esquadra paraguaia, exceto um, eram navios de madeira, mistos, a vela e
a vapor, com propulsão por rodas de pás. Embora todos eles fossem adequados para navegar nos
rios, somente o Taquary era um verdadeiro navio de guerra; os outros, apesar de convertidos, não
foram projetados para tal.
Os paraguaios desenvolveram a chata com canhão como arma de guerra. Era um barco de
fundo chato, sem propulsão, com canhão de seis polegadas de calibre, que era rebocado até o local
de utilização, onde ficava fundeado. Transportava apenas a guarnição do canhão e sua borda ficava
próximo da água, deixando à vista um reduzidíssimo alvo. Via-se somente a boca do canhão acima
da superfície da água.
3.4 A BATALHA NAVAL DO RIACHUELO
Em 11 de junho de 1865, a Armada brasileira infligiu uma terrível derrota ao Paraguai, sob o
comando do Almirante Barroso. Se vencessem, os paraguaios iriam apoderar-se dos nossos navios e
incorporá-los a sua esquadra. Apesar de terem apoio dos canhões de suas forças que operavam na
margem esquerda do Rio Paraná, perderam a batalha. O Almirante Barroso destruiu a força naval
paraguaia.
Cabe aqui destacar que a participação da Esquadra brasileira foi fundamental para a vitória
em Riachuelo para garantir a integridade territorial brasileira, colocando por terra a pretensão de
Solano Lopes em acessar a saída para o Atlântico. E a atuação do Almirante Barroso foi decisiva, a
bordo da Fragata Amazonas.
Repetindo aqui as próprias palavras do Chefe-de-Divisão Barroso, na parte que transmitiu ao
Visconde de Tamandaré, assim se deu a batalha (grafia de época):
– “....Subi, minha resolução foi de acabar de uma vez, com tôda a esquadra paraguaya, que eu
teria conseguido se os quatro vapôres que estavam mais acima não tivessem fugido. Pus a prôa
sôbre o primeiro, que o escangalhei, ficando inutilisado completamente, de agoa aberta, indo
pouco depois ao fundo. Segui a mesma manobra contra o segundo, que era o Marques de Olinda,
que inutilisei, e depois o terceiro, que era o Salto, que ficou pela mesma fórma. Os quatro restantes
vendo a manobra que eu praticava e que eu estava disposto a fazer-lhes o mesmo, trataramde fugir
rio acima. Em seguimento ao terceiro vapor destruído, aproei auma chata que com o choque e um
tiro foi a pique.
Exmº Sr. Almirante, todas estas manobras eram feitas pela Amazonas, debaixo do mais vivo
fogo, quer dos navios e chatas, como das baterias de terra e mosquetaria de mais de mil
espingardas. A minha tenção era destruir por esta forma toda a Esquadra Paraguaya, do que
andar para baixo e para cima, que necessariamente mais cedo ou mais tarde havíamos de
encalhar, por ser naquella localidade o canal mui estreito.
Concluída esta faina, seriam 4 horas da tarde, tratei de tomar as chatas, que ao approximar-me
d’ellas eram abandonadas, saltando todos ao rio, e nadando para terra, que estava a curta
distância.
O quarto vapor paraguayo Paraguary, de que ainda não fallei, recebeu tal rombo no costado e
caldeiras, quando desceram, que foi encalharem uma ilha em frente, e toda a gente saltou para
ella, fugindo e abandonando o navio”.
Antes do pôr-do-sol de 11 de junho, a vitória era brasileira. Foi uma batalha naval, em alguns
aspectos, decisiva. A Esquadra paraguaia foi praticamente aniquilada, e não teria mais participação
relevante no conflito. Estava garantido o bloqueio que impediria que o Paraguai recebesse
armamentos e, até mesmo, os navios encouraçados encomendados no exterior. Comprometeu,
também, a situação das tropas invasoras e, pouco tempo depois, a guerra passou para o território
paraguaio.
Barroso, sem dúvida, foi o responsável pelo bom êxito de sua força naval em Riachuelo. O
futuro Barão de Teffé declarou que o vira, do Araguari, em plena batalha, destemido, expondo-se
sobre a roda da Amazonas, com a barba branca, que deixara crescer, ao vento e sentira por ele um
grande respeito e admiração.
A cidade de Corrientes continuava ocupada pelo inimigo e a Força Naval brasileira, que
mostrara sua presença, fundeada próxima a ela, precisou iniciar, alguns dias após o 11 de junho, a
descida do rio, que estava baixando.
Tudo levava à ilusão de que a Tríplice Aliança venceria a guerra em pouco tempo, mas tal não
ocorreu. O que parecia fácil estagnou. O Paraguai era um país mobilizado para a guerra que, aliás,
foi ele que iniciou, achando que tinha vantagens.
Humaitá ainda era uma fortaleza inexpugnável enquanto não estivessem disponíveis os novos
meios navais que estavam em obtenção pelo Brasil: os navios encouraçados.
Para avançar ao longo do Rio Paraguai, era necessário vencer diversas passagens fortificadas,
destacando-se, inicialmente, Curuzu, Curupaiti e Humaitá. Navios oceânicos de calado inapropriado
para navegar em rios, de casco de madeira, sem couraça, como os da Força Naval brasileira que
combatera em Riachuelo, não teriam bom êxito. Era evidente que o Brasil necessitava de navios
encouraçados para o prosseguimento das ações de guerra. Os obstáculos e fortificações de Humaitá
Em 2 de setembro, o navio encouraçado Rio de Janeiro foi atingido por duas minas
flutuantes e afundou com perda de vidas humanas. Curuzu foi conquistada pelo Barão de Porto
Alegre, apoiado pelo fogo naval, em 3 de setembro.
Essa Divisão era formada por seis navios: os Encouraçados Barroso, Tamandaré e Bahia e os
Monitores Rio Grande, Pará e Alagoas. Eles acometeram a passagem formando três pares
compostos, cada um, por um encouraçado e um Monitor amarrado ao seu contrabordo.
Estava, no entanto, vencida Humaitá, que aos poucos seria desguarnecida pelos paraguaios.
Solano López decidiu que era necessário retirar-se com seu exército para uma nova posição
defensiva, mais ao norte.
Como não havia mais obstáculos até Assunção, ela foi ocupada pelos aliados e a Força
Naval fundeou em frente à cidade, em janeiro de 1869. Em fevereiro, o Chefe-de-Esquadra Elisário
Antônio dos Santos assumiu o comando da Força Naval. Ficaram no Paraguai os navios de menor
calado, mais úteis para atuar nos afluentes.
Uma Força Naval subiu o Rio Paraguai até território brasileiro, em Mato Grosso. Houve um
último combate no Rio Manduvirá. Seguiu-se a Campanha da Cordilheira, em que a Marinha não
mais confrontou o inimigo. Em 1870, o Paraguai estava derrotado e seu povo dizimado. Solano
Lopes fugiu para Cerro Corá, onde não se rendeu, sendo atingido fatalmente por um tiro.
CAPÍTULO 4
Alexandrino Faria de Alencar. Não demorou que este conseguisse do Congresso a reforma do
Programa de 1904. A alteração mais marcante trazida pelo novo programado Almirante Alexandrino
foi a adição de três novos encouraçados do tipo dreadnought de 20 mil toneladas, cuja aprovação
resultou no Decreto nº 1.567, de 24 de novembro de 1906.
Nesse programa, foi cancelado o projeto de um novo arsenal. Em seu lugar, optou-se por
modernizar as instalações da Ilha das Cobras, porém, admitia-se a construção de bases secundárias
em Belém e em Natal, e um porto militar de pequeno porte em Santa Catarina.
Como consequência direta do Programa Alexandrino, a Esquadra de 1910, assim chamada
por haver chegado ao Brasil nesse ano a maior parte de seus componentes, representou um
verdadeiro revigoramento militar e tecnológico da Marinha brasileira. Dessa forma, o Brasil passou
a possuir uma frota de alto-mar ofensiva, podendo levar a outros rincões o Pavilhão Nacional e,
principalmente, apoiar a ação diplomática do governo brasileiro em qualquer local que se fizesse
necessário.
A incorporação de navios como os Encouraçados Minas Gerais e São Paulo, pertencentes à
classe dos dreadnoughts mais poderosos do mundo, encheu de orgulho e confiança os brasileiros.
Além dessas embarcações, também chegaram os Cruzadores Bahia e Rio Grande do Sul e os
Contratorpedeiros Amazonas, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe,
Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso.
Posteriormente ao ano de 1910, o Contratorpedeiro Maranhão, os Submarinos F1, F3, F5 e
Humaitá, o Tender Ceará e outros navios auxiliares complementaram os efetivos navais da
Marinha.
O terceiro encouraçado previsto pelo Programa Alexandrino era o Rio de Janeiro, lançado
ao mar em 22 de janeiro de 1913. A demora em sua construção se deveu à necessidade de se
introduzir novas modificações que o tornassem ainda mais poderoso. Este navio não chegou a ser
incorporado à Armada brasileira. Foi adquirido pela Marinha turca e depois pela Marinha inglesa,
tendo participado da Batalha da Jutlândia.
A Esquadra brasileira passou a ser organizada, essencialmente, em divisões de encouraçados
e cruzadores, e flotilhas de contratorpedeiros e de submarinos. Porém, com o início da Primeira
Guerra Mundial (1914-1918), o Ministro da Marinha Alexandrino de Alencar determinou que as
principais unidades operativas de superfície fossem reorganizadas em três divisões a fim de
patrulhar as águas costeiras dentro de cada área de responsabilidade, sendo criadas as Divisões
Navais do Sul (São Francisco do Sul), Centro (Rio de Janeiro) e Norte (Belém).
Voltando às questões políticas na República, destacamos duas revoltas que marcaram esse
período: as revoltas da Armada e a revolta da Chibata.
4.2.1 As revoltas da armada
No ano de 1914, as relações entre as principais nações europeias estavam tensas. Nos
últimos 60 anos havia ocorrido a Segunda Revolução Industrial e várias potências econômicas
surgiram ameaçando a supremacia da Grã-Bretanha, com destaque para os Estados Unidos, Itália,
Rússia, Alemanha e Japão. Isto significava que todos esses países tinham como produzir, mas
precisavam de matérias-primas e de mercados para vender sua produção.
Se na primeira Revolução Industrial o grande fato impulsionador foi a invenção da máquina
a vapor, na segunda a eletricidade foi o mecanismo que revolucionou os meios de produção. Outro
grande fator de crescimento econômico foi o aumento da disponibilidade de ferro e aço. A
mecanização da indústria se elevou, proporcionando o consequente aumento do número de
máquinas e motores menores, que viriam dotar os bens de consumo duráveis, os maiores símbolos
da sociedade moderna.
Naquele ano de 1914, vigorava a Paz Armada, uma situação em que todas as nações
procuravam se armar para inibir o adversário de atacá-las. Duas grandes alianças político-militares
predominavam: a Tríplice Aliança, formada pelo Império Austro-Húngaro, Itália e Alemanha, e a
Tríplice Entente, formada pela França, Inglaterra e Rússia. Pequenas frentes de luta surgiam nas
áreas em disputa. Todos queriam se apossar de territórios.
Um terrorista sérvio conseguiu assassinar o Arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do
trono austríaco, em um atentado em Sarajevo, na Bósnia. Esta morte imediatamente provocou a
guerra entre a Áustria e a Sérvia; a Rússia, fiadora da Sérvia, iniciou um confronto com a Áustria,
norte-americana. Mantínhamos até esse ponto laços comerciais profundos com esse país e claras
simpatias com os aliados.
Nossa Marinha de Guerra era centrada na chamada Esquadra de 1910, com navios
relativamente novos construídos na Inglaterra sob o Plano de Construção Naval do Almirante
Alexandrino Faria de Alencar, Ministro da Marinha, como anteriormente mencionado.
Eram ao todo dois encouraçados tipo dreadnought, o Minas Gerais e o São Paulo, dois
cruzadores tipo scouts, o Rio Grande do Sul e o Bahia, que viria a ser perdido tragicamente na
Segunda Guerra Mundial, e dez contratorpedeiros de pequenas dimensões. Esses meios eram todos
movidos a vapor, queimando carvão.
Desde o início da participação brasileira no conflito, o governo nacional decidiu-se pelo
envio de uma divisão naval para operar em águas europeias, o que representaria um grande esforço
para a Marinha.
Outra contribuição significativa foi a designação de 13 oficiais aviadores, sendo 12 da
Marinha e um do Exército para se aperfeiçoarem como pilotos de caça da RAF no teatro europeu.
Depois de árduo adestramento em que dois pilotos se acidentaram, sendo um fatal, ele foram
considerados qualificados para operações de combate, tendo sido empregados no 16o Grupo da
RAF, com sede em Plymouth, em missões de patrulhamento no Canal da Mancha.
No principal porto do país, o do Rio de Janeiro, centro econômico e político mais
importante, instituiu-se uma linha de minas submarinas cobrindo 600 metros entre as Fortalezas da
Laje e Santa Cruz. Duas ilhas oceânicas preocupavam as autoridades navais devido a possibilidade
de serem utilizadas como pontos de refúgio de navios inimigos.
As de Trindade e Fernando de Noronha. A primeira foi ocupada militarmente em maio de
1916 com um grupo de cerca de 50 militares. Uma estação radiotelegráfica mantinha as
comunicações com o continente e frequentemente Trindade era visitada por navios de guerra para o
seu reabastecimento.
Quanto a Fernando de Noronha, lá existia um presídio do Estado de Pernambuco. A
Marinha, então, passou a assumir a defesa dessa ilha, destacando um grupo de militares para
guarnecê-la. Não houve nenhuma tentativa de ocupação por parte dos alemães.
4.3.2 A divisão naval em operações de guerra
O Presidente da República, Wenceslau Braz decidiu enviar uma divisão naval, a D.N.O.G
(Divisão Naval em Operações de Guerra) para operar sob as ordens da Marinha britânica, na
ocasião a maior e mais poderosa do mundo. Logicamente, os navios escolhidos deveriam ser da
Esquadra adquirida oito anos antes na própria Inglaterra, pois eram os mais modernos que o Brasil
possuía.
No entanto, devido aos avanços tecnológicos provocados pela própria guerra, esses navios
se tornaram obsoletos rapidamente. Em que pese tal fato, a escolha da alta administração naval
recaiu nos dois cruzadores (Rio Grande do Sul e Bahia), em quatro contratorpedeiros (Piauí, Rio
Grande do Norte, Paraíba e Santa Catarina), um rebocador (Laurindo Pitta) e um cruzador-
auxiliar (Belmonte), ao todo oito navios.
O Comandante da D.N.O.G era o Almirante Pedro Max Fernando de Frontin. A principal
tarefa a ser cumprida por essa divisão seria patrulhar uma área marítima contra os submarinos
alemães, compreendida entre Dakar no Senegal e Gibraltar, na entrada do Mediterrâneo, com
subordinação ao Almirantado inglês.
A preparação dos navios ainda no Brasil requereu muitos recursos de toda a ordem. Entre os
pontos a serem corrigidos estava a deficiência de abastecimento, principalmente a escassez de
combustível, o carvão. Dava-se preferência a um tipo de carvão proveniente da Inglaterra, o tipo
cardiff ou dos Estados Unidos da América. O carvão nacional, por possuir grande quantidade de
enxofre, era contra-indicado e esse ponto nevrálgico preocupou os chefes navais durante toda a
comissão da DNOG.
Depois de três meses de adestramento contínuo com as tripulações, os navios suspenderam
do Rio de Janeiro em grupos pequenos para se juntarem na Ilha de Fernando de Noronha.
Inicialmente, os contratorpedeiros deixaram a Guanabara no dia 7 de maio de 1918, seguidos no dia
11 pelos dois cruzadores.
Em 6 de julho, suspendeu do Rio de Janeiro o Cruzador Auxiliar Belmonte e, dois dias
depois, o Rebocador Laurindo Pitta. Esses navios ficaram responsáveis de transportar o carvão
necessário para a DNOG, daí sua grande importância logística.
No dia 1º de agosto a Divisão unida suspendeu de Fernando de Noronha com destino a
Dakar, passando por Freetown. O propósito dessa primeira derrota até Freetown era destruir os
submarinos inimigos que se encontravam na rota da DNOG. É interessante mencionar que o próprio
submarino, naquela oportunidade, não possuía capacidade de permanecer mergulhado durante longo
período de tempo, o que era uma grande limitação.
Normalmente, os ataques contra mercantes eram realizados utilizando-se os canhões
Alemanha derrotada.
Em 9 de junho de 1919, depois de parar Recife por breves dias, os navios da DNOG
entravam na Baía de Guanabara, porto sede da Divisão Naval. Acabara assim, a participação da
Marinha na Primeira Guerra Mundial.
Por outro lado, também dispostos a destruírem a ordem colonial vigente, Japão e Itália
adotaram, na década de 1930, uma política expansionista contra a qual a Liga das Nações mostrou-
se impotente. Cobiçando as matérias-primas e os vastos mercados da Ásia, o Japão reiniciou sua
investida imperialista em 1931, conquistando a Manchúria, região rica em minérios que pertencia à
OSTENSIVO - 4 - 10 - ORIGINAL
China.
Em outubro de 1935, a Itália de Mussolini invadiu a Etiópia. Em 1936, a Alemanha nazista
começou a mostrar suas intensões ocupando a Renânia (região situada entre a França e a
Alemanha),indo juntar-se à Itália fascista e intervir na Guerra Civil Espanhola a favor do General
Franco. Neste ano de 1936, Itália, Alemanha e Japão assinaram um acordo para combater o
comunismo internacional (Pacto Anti-Comintern), formalizando o Eixo Roma-Berlim-Tóquio.
Em agosto de 1939, a Alemanha e a União Soviética firmaram entre si um Pacto de Não
Agressão, que estabelecia, secretamente, a partilha do território polonês entre as duas nações. Hitler
se sentiu à vontade para agir, invadindo a Polônia e dando início à Segunda Guerra Mundial, que se
alastrou por toda a Europa.
Os primeiros ataques à nossa Marinha Mercante ocorreram quando o Brasil ainda se
mantinha neutro no conflito europeu. Em 22 de março de 1941, no Mar Mediterrâneo, o Navio
Mercante (NM) Taubaté foi metralhado pela Força Aérea alemã, tendo sido avariado apesar da
pintura em seu costado da Bandeira Brasileira. Com a entrada dos Estados Unidos da América
naquele conflito, os submarinos alemães passaram a operar no Atlântico ocidental, ameaçando os
navios de bandeiras neutras que tentassem adentrar portos norte-americanos.
A primeira perda brasileira foi o NM Cabedelo, que deixou o porto de Filadélfia, nos
Estados Unidos, com carga de carvão, em 14 de fevereiro de 1942. Naquele momento ainda não
existia o sistema de comboios nas Antilhas. O navio desapareceu rapidamente sem dar sinais,
podendo ter sido torpedeado por um submarino alemão ou italiano. Ele foi considerado perdido por
ação do inimigo, uma vez que o tempo reinante era bom e claro.
Em 28 de janeiro de 1942, o Brasil rompeu relações diplomáticas com os países que
compunham o Eixo, A colaboração militar entre o Brasil e os Estados Unidos, que desde meados de
1941 já era notória, intensificou-se com a assinatura de um acordo político-militar em 23 de maio
de 1942.
Neste período deslocava-se para o saliente nordestino brasileiro a Força-Tarefa 3 da Marinha
norte-americana, tendo governo Vargas colocado os portos de Recife, Salvador e, posteriormente,
Natal à disposição das forças norte-americanas.
4.4.1 A lei de empréstimo e arrendamento e modernizações de nossos meios
A Lei de Empréstimo e Arrendamento – Lend Lease – com os Estados Unidos permitia, sem
operações financeiras imediatas, o fornecimento dos materiais necessários ao esforço de guerra dos
países aliados. Ela foi assinada a 11 de março de 1941.
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Em acordo firmado a 1o de outubro de 1941, o Brasil obteve, nos termos dessa lei, um
crédito de 200 milhões de dólares, o qual, por ordem do presidente da República, coube ao Exército
100 milhões e à Marinha e à Força Aérea 50 milhões cada. Da cota destinada à Marinha, um total de
2 milhões de dólares foi despendido com o armamento dos navios mercantes.
Essas aquisições pelo Lend Lease e os aperfeiçoamentos impetrados em nossa Força Naval
vieram aumentar em muito nossa capacidade de reagir de forma adequada aos novos desafios que se
afiguravam. Seria injusto não mencionar que o auxílio norte americano foi vital para que
pudéssemos nos contrapor aos submarinos alemães.
Além disso, algumas providências de caráter administrativo, de treinamento e modificações
materiais foram se tornando necessárias.
Como primeira medida de caráter orgânico, foram instalados os Comandos Navais, criados
pelo Decreto no 10.359, de 31 de agosto de 1942, com o propósito de prover uma defesa mais
eficaz da nossa fronteira marítima, orientando e controlando as operações em águas a ela
adjacentes, não só as relativas à navegação comercial, como às de guerra propriamente ditas e de
assuntos correlatos. A área de cada Comando abrangia determinado setor de nossas costas marítimas
e fluviais.
Foram instalados os seguintes Comandos:
Comando Naval do Norte, com sede em Belém, abrangendo os Estados do Acre, Amazonas, Pará,
Maranhão e Piauí.
Comando Naval do Nordeste, com sede em Recife, abrangendo os Estados do Ceará, Rio Grande
do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.
Comando Naval do Leste, com sede em Salvador, abrangendo os Estados de Sergipe, Bahia e
Espírito Santo.
Comando Naval do Centro, com sede no Rio de Janeiro, abrangendo os Estados do Rio de Janeiro
e São Paulo.
Comando Naval do Sul, com sede em Florianópolis, abrangendo os Estados do Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul.
Comando Naval do Mato Grosso, com sede em Ladário, abrangendo as bacias fluviais de Mato
Grosso e Alto Paraná.
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militar, os efeitos dessas incursões são reduzidos, sendo a ação, na maioria das vezes, executada
para desorganizar a vida da localidade e obter efeitos morais.
Com o advento do submarino, o perigo tornou-se maior, com a possibilidade de
torpedeamento de navios surtos nos portos. Por esses motivos, foi organizada a defesa ativa,
atuando em pontos focais da costa, com a finalidade de repelir qualquer ataque aéreo ou naval
inimigo, por meio de ações coordenadas da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica.
Adotaram-se medidas de defesa ativa nos portos do Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Natal, Vitória,
Ilhas Oceânicas, Santos e Rio Grande.
4.4.3 A missão da Marinha do Brasil na segunda guerra mundial
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CAPÍTULO 5
Sem o Poder Naval não haveria este Brasil que herdamos de nossos antepassados, o Poder
Naval português, por algum tempo o luso-espanhol, e, mais tarde, após a Independência, o
brasileiro, foram empregados com a violência necessária nos conflitos e nas guerras que ocorreram
no passado. Toda vez que alguém utilizou a força para impor seus próprios interesses encontrou a
oposição de um Poder Naval que defendeu com eficácia o território e os interesses que
possibilitaram a formação do Brasil.
Cabe observar que, em geral, o que qualquer nação mais deseja é a paz. Mesmo os países
que promoveram as guerras do passado queriam alcançar a paz. A paz, porém, da forma que
desejavam, impondo aos outros o que lhes convinha.
A guerra resulta de conflitos de interesses. Ela ocorre porque não há um árbitro supremo
para resolver completamente as questões entre os países. Existem organizações internacionais,
como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA),
por exemplo, que muito ajudam para evitar a violência e manter essas questões no campo da
diplomacia. Verifica-se, no entanto, que o poder delas é limitado, porque as nações são ciosas de sua
soberania. Cada país precisa se precaver, cuidando da defesa de seus interesses, para que os outros
nunca pensem em empregar meios violentos para resolver os conflitos.
No caso do Brasil, por exemplo, na paz que desejamos, a Amazônia é território nacional; o
comércio internacional deve ser livre, assim como o uso do transporte marítimo nas rotas de nosso
interesse; a maior parte do petróleo continua sendo extraída do fundo do mar, sem ingerências de
outros países; a enorme área compreendida pela Zona Econômica Exclusiva e pela Plataforma
Continental brasileira, chamada de Amazônia Azul, é controlada pelo País; não ocorrem exigências
anormais no pagamento de nossa dívida externa; entre outras coisas. A dissuasão é, portanto, uma
das principais formas de emprego permanente do Poder Militar em tempo de paz.
b) Promoção da paz = designa as ações diplomáticas posteriores ao início do conflito, para levar as
partes litigantes a suspender as hostilidades e a negociarem. As ações de promoção da paz baseiam-
se nos meios de solução pacífica de controvérsias previstos no capítulo VI da Carta das Nações
Unidas, os quais podem incluir, em casos extremos, o isolamento diplomático e a imposição de
sanções, adentrando então nas ações coercitivas previstas no capítulo VII da referida Carta.
c) Manutenção da paz = trata das atividades levadas a cabo no terreno, com o consentimento das
partes em conflito, por militares, policiais e civis, para implementar ou monitorar a execução de
arranjos relativos ao controle de conflitos (cessar-fogo, separação de forças etc.) e sua solução
(acordos de paz abrangentes ou parciais), em complemento aos esforços políticos realizados para
encontrar uma solução pacífica e duradoura para o conflito. A partir dos anos 1990, essas operações
passaram a ser MD34-M-02 15/66 utilizadas, mormente, em disputas de natureza interna,
caracterizadas, muitas vezes, por uma proliferação de atores ou pela falta de autoridade no local.
d) Imposição da paz = corresponde às ações adotadas ao abrigo do capítulo VII da Carta, incluindo
o uso de força armada para manter ou restaurar a paz e a segurança internacionais em situações nas
quais tenha sido identificada e reconhecida a existência de uma ameaça à paz, ruptura da paz ou ato
de agressão. Nesses casos, tem sido delegada às coalizões de países ou às organizações regionais e
sub-regionais a execução, mas não a condução política, do Mandato de intervenção.
5.3.1 PROANTAR
A Antártica tem um papel essencial nos sistemas naturais globais. É o principal regulador
térmico do Planeta, controla as circulações atmosféricas e oceânicas, influenciando o clima e as
condições de vida na Terra. Além disso, é detentora das maiores reservas de gelo (90%) e água doce
(70%) do Planeta e de recursos minerais e energéticos incalculáveis.
Ao longo das últimas décadas, importantes observações científicas, dentre as quais, as
relativas à redução da camada protetora de ozônio da atmosfera, à poluição atmosférica e à
desintegração parcial do gelo na periferia do continente, evidenciaram a sensibilidade da região
polar austral às mudanças climáticas globais.
A pesquisa científica da região austral, na qual o Brasil se engajou desde o final do século
XIX, é de indubitável importância para o entendimento do funcionamento do sistema Terra.
Esclarecer as complexas interações entre os processos naturais antárticos e globais é, pois, essencial
para a preservação da própria vida.
A condição do Brasil de país atlântico, situado a uma relativa proximidade da região
antártica (é o sétimo país mais próximo), e as óbvias ou prováveis influências dos fenômenos
naturais que lá ocorrem sobre o território nacional, já de início, justificam plenamente o histórico
interesse brasileiro sobre o continente austral.
Essas circunstâncias, além de motivações estratégicas, de ordem geopolítica e econômica,
foram fatores determinantes para que o País aderisse ao Tratado da Antártica, em 1975, e desse
início ao Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), em 1982.
A entrada do Brasil no chamado Sistema do Tratado da Antártica abriu à comunidade
científica nacional a oportunidade de participar em atividades que, juntamente com a pesquisa do
espaço e do fundo oceânico, constituem as últimas grandes fronteiras da ciência internacional.
No contexto acima delineado, o Programa Antártico Brasileiro estabelece como o Brasil
participará das explorações científicas deste continente, em vista à sua importância para a
humanidade e especialmente para o País.
Desde a primeira vez em que o Brasil foi à Antártica, no verão de 1982-83, até os dias de
hoje, o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) tem contribuído sobremaneira para o
desenvolvimento da ciência antártica.
O PROANTAR foi criado em janeiro de 1982 e, naquele mesmo ano, a Marinha do Brasil
(MB) adquiriu o navio polar dinamarquês "Thala Dan", apropriado para o trabalho nas regiões
polares, recebendo o nome de Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) "Barão de Teffé". O nome
da Base da Marinha na Antártica é Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF). O nome é
em homenagem ao Comandante da Marinha Luis Antônio de Carvalho Ferraz. Ele era
hidrógrafo e oceanógrafo que já havia por duas vezes visitado à Antártica.
Ministério da Defesa em julho de 2005, foi estruturado em dois decênios (2006-2015 e 2016-
2025), se coaduna com a Estratégia Nacional de Defesa e se destina a reposição e modernização dos
meios considerados prioritários para a capacidade operacional da Força.
5.3.3 O Programa de Construção do Submarino Nuclear (PROSUB)
O Brasil possui duas Amazônias. A primeira todo mundo conhece: 3,2 milhões de km² de
floresta e biodiversidade. A outra, apesar de ocupar toda a porção leste do país, ainda é quase
secreta. É a Amazônia Azul, como a Marinha convencionou chamar o território submerso na costa
brasileira. A área tem 4,4 milhões de km² de água salgada, e importância econômica incrível — dali
é retirado 90% de nosso petróleo e por ali passa 95% de nosso comércio exterior.
Escondidos sob as ondas, somente 5 submarinos patrulham essa imensidão é como patrulhar
as fronteiras da floresta amazônica e deixar o miolo desprotegido.Com a descoberta do pré-sal,
cuidar dessa área se faz ainda mais urgente.
Para isso, a Marinha traçou um plano de longuíssimo prazo: até 2047, o país terá 26
submarinos patrulhando sua costa. O primeiro passo foi no final de 2008, quando o governo
brasileiro firmou um convênio com a França para a transferência da tecnologia do submarino
Scorpène. O segundo foi em julho de 2011, com o início da fabricação das novas embarcações no
estaleiro de Itaguaí, no Rio de Janeiro.
A próxima geração de submarinos brasileiros deve chegar aos mares em 2017. Mais
importante que isso, no entanto, são as mudanças que os engenheiros brasileiros planejam fazer no
projeto francês. A ideia é realizar um transplante: sai o motor a diesel, entra um reator nuclear.
Começando agora, a Marinha espera concluir a construção do primeiro submarino movido a
propulsão nuclear em 2023. O nome do nosso submarino nuclear será SNB-Álvaro Alberto, em
homenagem ao Vice-Almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, um cientista brasileiro.
Com isso, o Brasil entraria para o seleto clube dos países que dominam a tecnologia China,
Estados Unidos, França, Inglaterra e Rússia. Para se ter uma noção da importância estratégica desse
veículo, esses 5 são justamente os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
CAPÍTULO 6
A galeria dos vultos notáveis da nossa Marinha de Guerra é extensa e brilhante. Desde os
primórdios do Brasil independente, quando se constituiu nos nossos mares verdes a Marinha
genuinamente brasileira, representada pela Esquadra da Independência esses vultos notáveis se vêm
alteando, pouco a pouco, aqui e ali, através das etapas históricas que temos atravessado.
Hoje, com a consagração do tempo e a sanção da posteridade, muitos nomes ilustres se
destacam e se afirmam como homens tutelares da nossa Marinha, faróis de longo alcance cuja
intensa luminosidade aclara a trajetória e orienta o rumo dos que ora cruzam os caminhos marítimos
a serviço do Brasil.
Destacaremos para nosso estudo os seguintes vultos navais: Alte Tamandaré; Lorde
Cochrane; Alte Barroso; Guarda-Marinha Greenhalgh; Imperial Marinheiro Marcílio Dias; Alte
Custódio de Melo; Alte Saldanha da Gama; Alte Soares Dutra; Alte Alexandrino; e Jerônimo de
Albuquerque Maranhão.
6.1 PATRONO DA MARINHA – ALTE. JOAQUIM MARQUES LISBOA MARQUÊS DE
TAMANDARÉ
Almirante Joaquim Marques Lisboa (1807–1898), natural do Rio Grande do Sul. Ingressou
na Marinha como voluntário da Academia Imperial, praticante de piloto, por ocasião da
consolidação da Independência (1823). Embarcado na fragata Niterói, fez parte do combate de 4 de
maio de 1823, contra a Esquadra portuguesa, e o célebre cruzeiro desse navio em perseguição aos
lusitanos que deixaram a Bahia no dia 2 de julho de 1823.
Oficial brilhante, extremamente dedicado à profissão, “sua fé-de-ofício é a própria História
da Marinha Brasileira”, como escreveu o historiador Garcez Palha. Tomou parte em todas as nossas
lutas internas, na Campanha Cisplatina (1825– 1828), na Campanha Oriental (1864–1865) e na
Guerra do Paraguai, no comando-em-chefe das Forças Navais do Brasil.
Foi Barão, em 1860; Visconde, em 1865; Conde, em 1887 e Mar quês de Tamandaré, em
1888. Símbolo de virtudes cívicas, o grande marinheiro Marquês de Tamandaré foi, por isso
mesmo, elevado às honras e à culminância de Patrono da Marinha Brasileira, pela Lei nº 461, de 29
de outubro de 1948. Durante toda sua existência, Tamandaré foi apenas, e exclusivamente,
marinheiro. Dedicou-se à Marinha e ao Brasil com todo amor e devoção. De voluntário da
Academia Imperial, classe de aspirante, que não tinha foro de nobreza – uma das exigências da
época – chegou às glórias do almirantado, sempre digno, sempre admirado. Desde logo,
pelo governo imperial, que lhe concedeu a Ordem Imperial do Cruzeiro e o título honorífico de
Barão do Amazonas.
6.4 GUARDA-MARINHA JOÃO GUILHERME GREENHALGH
Nasceu na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Marcílio Dias ingressou na
Marinha como grumete, com 17 anos de idade, tendo praça no Corpo de Imperiais Marinheiros no
dia 5 de agosto de 1855. Destacou-se no assalto à praça forte de Paissandu, durante a Campanha
Oriental (1864–1865) e sagrou-se herói na Batalha Naval do Riachuelo (11/6/1865), no início da
Guerra do Paraguai.
Chefe do rodízio raiado de ré da corveta Parnaíba, ao ser este navio abordado por três navios
paraguaios, travou, armado de sabre, luta corpo a corpo contra quatro inimigos, abatendo dois deles,
mas tombando, afinal, ferido de morte, para falecer no dia seguinte. Com as honras do cerimonial
marítimo, foi sepultado (13/6/1865) nas próprias águas do Rio Paraná. Foi condecorado com a
medalha de Paissandu, pela bravura com que participou na batalha do mesmo nome.
Sua passagem pela Marinha foi a de um marinheiro excelente, disciplinado, cumpridor dos
seus deveres. A carreira de Marcílio Dias foi encerrada com a graduação de Primeira Classe, a que
foi promovido no dia 20 de julho de 1864.
Nasceu no estado da Bahia em 1840. Tomou parte na Guerra do Paraguai, sendo um dos
sobreviventes do afundamento do encouraçado Rio de Janeiro, torpedeado pelos paraguaios em 2 de
setembro de 1866. Tomou parte ativa no bombardeio de Curupaiti, nas passagens de Humaitá,
Timbó e Tebicuari.
Comandou o cruzador Almirante Barroso em viagem de circunavegação nos anos de 1889 e
1890. Foi ministro da Marinha no governo do marechal Floriano Peixoto e contra este veio a
comandar a Revolta da Armada no período de 1893 a 1894. Foi um oficial de grande cultura e
inteligência, autor de trabalhos de grande utilidade para a Marinha. Lutando, forjou seu caráter
indômito e, na luta, conquistou a admiração e o respeito de seus compatriotas.
Homem de estudo, ao mesmo tempo em que homem de ação, tanto se achava bem no
passadiço do navio comandando a manobra, como dirigindo os movimentos de uma esquadra. Antes
de falecer, em 1902, Custódio de Melo ocupou vários cargos, entre os quais, em caráter interino, o
de ministro da Guerra e das Relações Exteriores, este último, por duas vezes.
6.7 ALMIRANTE LUIZ PHILIPPE DE SALDANHA DA GAMA
Nascido no Rio Pardo, Rio Grande do Sul, em 12 de outubro de 1848, Alexandrino Faria de
Alencar assentou praça de Aspirante a Guarda-Marinha em 28 de março de 1865. Logo encaminhou
requerimento ao Imperador D. Pedro II solicitando ser empregado na Esquadra em operações na
guerra contra o Paraguai. Porém, devido a sua pouca idade, foi reconduzido ao Rio de Janeiro para
continuar os estudos. Em 1868, foi promovido a Guarda-Marinha. Serviu na Divisão Naval de
Montevidéu, retornando à guerra. Durante a carreira, comandou navios como os Encouraçados
“Riachuelo” e “Aquidabã”. Foi nomeado Chefe do Estado-Maior da Armada.
Mas foi no Ministério da Marinha, que o Almirante Alexandrino deixou sua marca. Na
Secretaria de Estado e Negócios da Marinha, realizou várias obras ao longo de três administrações.
Na 1ª administração, de 15 de novembro de 1906 até 15 de novembro de 1910, executou grande
parte do Programa Naval de 1904, conhecido como Programa Alexandrino. Elaborou o plano de
Reaparelhamento Naval, a reforma das repartições de Marinha e a Organização do Ministério. Criou
o Almirantado. Melhorou o Ensino Profissional para Oficiais e Praças. Foi o grande Mentor da
encomenda dos “Dreadgnouts” e do material naval. Projetou novos Diques e o novo Arsenal de
Jerônimo de Albuquerque Maranhão (1548-1618) foi militar brasileiro. Conquistou São Luís
na luta contra os franceses. Foi nomeado capitão-mor do Maranhão e acrescentou Maranhão ao seu
nome. Participou da construção da cidade de Natal no Rio Grande, e do forte dos Reis Magos, para
a defesa da área.
Jerônimo de Albuquerque Maranhão (1548-1618) nasceu na vila de Olinda, em 1548. Filho
de Jerônimo de Albuquerque e da índia Maria do Espírito Santo. Estudou no colégio dos jesuítas e
logo se dedicou a carreira das armas. Com 20 anos participou de sua primeira expedição, que se
dirigiu à Paraíba.
Em 1594, os franceses estavam instalados no Maranhão, onde haviam fundado a cidade de
São Luís, nome dado em homenagem ao rei da França. Em 1613, Jerônimo de Albuquerque recebeu
a difícil tarefa de ocupar o Maranhão, partindo do Recife, com uma expedição por mar. Lá
chegando, fundou a fortificação de Nossa Senhora do Rosário, no local conhecido como Buraco das
tartarugas. Percebendo que não tinha forças suficientes para lutar com o grande número de
franceses, que ainda contavam com o apoio dos índios, resolveu buscar reforços.
Voltou a Pernambuco e em seguida, já com reforços, retornou para o Maranhão, se instalou
na Bahia de São Marcos, onde fundou o arraial de Santa Maria. O ataque aos franceses aconteceu
no dia 19 de novembro de 1614, onde não houve vencido nem vencedor. Os chefes militares
resolveram transferir para as cortes de Madri e de Paris, a decisão sobre quem teria direito sobre o
Maranhão. A Espanha determinou o envio de uma esquadra, que sob o comando de D. Alexandre de
Moura, iniciou o ataque, travando uma batalha em que os franceses foram derrotados, no dia 2 de
novembro de 1615.
Com a vitória dos hispano-portugueses, Jerônimo foi nomeado capitão-mor do Maranhão.
Durante dois anos exerceu o cargo e acrescentou Maranhão ao seu nome. Reconstruiu a cidade de
São Luís e intensificou o seu povoamento.
Jerônimo de Albuquerque Maranhão faleceu no Rio Grande do Norte, no ano de 1618.
CAPÍTULO 7
7- A AMAZÔNIA AZUL
O mar territorial compreende uma faixa de 12 milhas marítimas (1 milha marítima = 1.852
metros) de largura, medidas a partir das linhas de base do litoral continental e insular brasileiro. No
mar territorial, o Estado costeiro exerce soberania ou controle pleno sobre a massa líquida e o
espaço aéreo sobrejacente, assim como sobre o leito e o subsolo desse mar.
7.2.2 Zona Contígua
A zona contígua compreende uma faixa de 12 milhas marítimas medidas a partir do limite
exterior do mar territorial. Na zona contígua, o Brasil poderá tomar as medidas de fiscalização
necessárias para evitar as infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou
sanitários.
7.2.3 Zona Econômica Exclusiva (ZEE)
A zona econômica exclusiva é uma zona situada além do mar territorial e a este adjacente e
não se estenderá além de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a
largura do mar territorial. A convenção garante ao Estado costeiro direitos de soberania para fins de
exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos, das
águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo.
Na ZEE, o estado costeiro tem jurisdição para regulamentar a investigação científica
marinha e tem o direito exclusivo de construir e de autorizar e regulamentar a construção, a
operação e a utilização de ilhas artificiais; instalações e estruturas com finalidades econômicas ou
para fins de investigação científica. Qualquer investigação científica na ZEE brasileira por
instituições nacionais ou internacionais somente poderá ser realizada com o consentimento do
governo brasileiro.
7.2.4 Plataforma Continental (PC)
situar-se em região muito rica em recursos do mar. Sua ocupação permanente representa um
acréscimo de mais 450 mil km2 à ZEE brasileira. Com a soma desses dois acréscimos, a faixa
litorânea de 200 milhas marítimas passou a ter 3.539.919 km2. Fica demarcado, assim, um “Brasil
Maior”, com a avantajada superfície de 12.087.322,5 km2.
Como muito bem classificou o Comandante da Marinha, Almirante de squadra Roberto de
Guimarães Carvalho, incorporou-se ao território pátrio uma “Amazônia Azul”, assemelhando a área
marítima incorporada à “Amazônia Verde”, não por sua posição geográfica, mas pela semelhança de
dimensões e pelas riquezas existentes.
ANEXO A
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXO B
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1- Após estudos realizados em sala de aula e com o auxílio da apostila, responda no seu
caderno as questões abaixo:
a) Explique com suas palavras qual a importância do mar no período colonial brasileiro.
c) Conceitue Poder Marítimo. Cite os principais elementos que constituem esse poder.
3) A guerra do Paraguai
c) Por que o Brasil tinha interesse em manter uma política de cordialidade com o Paraguai?
4) A Marinha na República
c) Cite os autores dos Programas Navais de 1904 e 1906 e suas respectivas propostas e ações.
e) Cite os conflitos internos que marcaram a 1ª República, explicando cada uma delas de
maneira sucinta.
a) No período da 1ª Guerra (1914- 1918), quais foram os dois blocos de alianças que se
formaram? Para responder, observe atentamente o mapa da página 33.
d) Explique porque a neutralidade foi marca do Brasil nos três primeiros anos.
g) Qual o significado da sigla D.N.O.G.? Quem era o seu comandante? Qual a principal tarefa a
ser cumprida por essa Divisão?
a) Por que é importante para a Marinha do Brasil, manter o seu Poder Naval permanente mesmo
em tempos de paz?
b) Cite as principais ações da Marinha do Brasil em tempos de paz.
c) Discorra sobre a importância dos Programas Proantar e o PRM.
d) Explique a importância do submarino com propulsão nuclear para a história da Marinha do
Brasil.
e) Qual é a previsão para a conclusão da construção do nosso primeiro submarino com
propulsão nuclear? Como ele será chamado? Por que receberá esse nome?
f) Em períodos de paz, a tarefa da Marinha do Brasil é de grande relevância, com algumas
1. Camarote VIP
Em geral, o espaço para acomodar tripulantes e passageiros numa
nau era de apenas 50 cm2 por pessoa! Já o capitão do navio
normalmente tinha direito a um camarote individual, com 2,2 m2.
Oficiais e membros da alta nobreza não tinham esse privilégio,
embora pudessem contar com um espaço maior que os
apertadíssimos 50 cm2
2. Muvuca infernal
3. Banheiro perigoso
4. Saúde à deriva
6. Sexo forçado
7. Saber é poder
8. Dieta restrita
Questão 1 Questão 4
Nos primeiros anos da Primeira Guerra Letra A. Nos relatos sobre a participação do
Mundial, o Brasil adotou uma postura de Brasil na Primeira Guerra Mundial, o nome
neutralidade no apoio aos países do militar José Pessoa Cavalcanti de
envolvidos no confronto, porém essa Albuquerque figurou como o grande
neutralidade causou a fúria dos alemães. símbolo do país tupiniquim nesse conflito
Em abril de 1917, eles decretaram um mundial. A experiência com a guerra fez
ataque ao navio brasileiro Paraná nas com que Albuquerque contribuísse para o
proximidades do Canal da Mancha. Meses pedido dos primeiros carros blindados para
depois, o navio Encouraçado Macau foi o exército brasileiro. Destacou-se na sua
também atacado. Dessa forma, o governo participação o comando dos pelotões de
brasileiro pressionado pela população cavalaria francesa e uma pequena unidade
resolveu apoiar os países da Tríplice de tanques de guerra contra os alemães.
Entente (Estados Unidos, Inglaterra e
França) que lutavam contra as nações da
Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro
húngaro e Império Turco-Otomano.)
Questão 2
Ao entrar na Primeira Guerra Mundial, o
Brasil teve a incumbência de proteger o
Atlântico de possíveis ataques alemães.
Para isso, foram utilizados sete navios
brasileiros: dois cruzadores, quatro
contratorpedeiros e mais um navio auxiliar.
Além disso, o Brasil teve participação no
envio de suprimentos agrícolas, apoio
médico e matéria-prima para os envolvidos
no conflito. É importante salientar também
que nesse período a economia brasileira
passou por um leve processo de
Questão 3
Letra C. Por não ter uma grande estrutura
militar, o Brasil não teve um papel decisivo
Portugal foi a primeira nação a realizar a expansão No ano de 1492, o último reduto mouro - Granada - foi
marítima. Além da posição geográfica, de uma conquistado pelos cristãos. Neste mesmo ano,
situação de paz interna e da presença de uma forte Cristovão Colombo ofereceu seus serviços aos reis da
burguesia mercantil; o pioneirismo português é Espanha.
explicado pela sua centralização política que, como
vimos, era condição primordial para as Grandes
Navegações.
3. Qual era o contexto histórico das 1. Porque tinha uma localização privilegiada e fácil acesso para
Grandes Navegações? navegar;
De acordo com o prof. Dimas, esse momento é marcado por muitas
transformações importantes no campo econômico, intelectual, 2. Porque o país estava em paz, sem conflito interno ou externo – já a
cultural e na área religiosa. “Estamos na transição da Idade Média
para a Idade Moderna”, comenta ele. Espanha e a Inglaterra não contavam com a mesma sorte e
Contexto econômico: precisaram se preocupar com assuntos mais urgentes como a
As Grandes Navegações aconteceram exatamente no momento da
decadência do feudalismo como modo de produção e da ascensão
Guerra dos Cem Anos e a Guerra da Reconquista);
do sistema capitalista.
Contexto cultural: 3. Porque sua burguesia era muito forte e participativa no comércio
Em relação ao campo da cultura, nós temos uma verdadeira
revolução chamada Renascimento Cultural. marítimo;
Contexto religioso:
Nesse momento, a Igreja Católica está perdendo muitos adeptos 4. Porque Portugal não era formado de vários reinos, mas sim de uma
por conta da Reforma Protestante, com o Luteranismo,
Anglicanismo e Calvinismo em evidência. monarquia centralizada (um país independente);
Questão 2
As principais especiarias valorizadas no momento de Expansão a) a criação de capitanias hereditárias na costa oeste
Marítima são: cravo, açafrão. pimenta, gengibre, cardamomo, noz africana.
moscada, canela e ervas aromáticas (como alecrim, louro,
manjericão, entre outras). b) o desenvolvimento da pecuária nas savanas
africanas.
c) a intensiva prospecção de metais preciosos.
9. Quais foram as consequências
d) o desenvolvimento do tráfico negreiro transatlântico.
das Grandes Navegações?
Chegou a hora de entender quais foram as consequências disso
e) a montagem do sistema de engenhos de açúcar em
tudo. As Grandes Navegações geraram uma mudança do eixo Benin.
econômico europeu capitalista – da região do Mediterrâneo para o
Atlântico. Questão 3
Como comentamos brevemente durante o nosso resumo, outro
ponto importante foi o desenvolvimento do Mercantilismo, que
segundo Dimas será intensificado graças a colonização de novos (Fuvest) No processo de expansão mercantil europeu
territórios. dos séculos XV e XVI, Portugal teve importante papel,
O colonialismo também será uma das consequências das grandes chegando a exercer durante algum tempo a supremacia
expedições, em especial a da América. Foi nesse momento também
que aconteceu a introdução do trabalho escravo e tráfico negreiro
comercial na Europa. Todavia "em meio da aparente
(principalmente por parte de Portugal). prosperidade, a nação empobrecia. Podiam os
Não podemos deixar de pontuar a expansão do cristianismo no empreendimentos da coroa ser de vantagem para
mundo e o processo de europeização do mundo, com a forte alguns particulares (…)" (Azevedo, J. L. de, ÉPOCAS
influência dos costumes, seja em relação aos hábitos alimentares,
seja em relação às vestimentas.
DE PORTUGAL ECONÔMICO, Livraria Clássica
Editora, pág. 180).
Ao analisarmos o processo de expansão mercantil de
Portugal, concluímos que:
10. Preciso fazer exercícios sobre a) a falta de unidade política e territorial em Portugal
determinava a fragilidade econômica interna.
as Grandes Navegações para fixar a
matéria? b) a expansão do império acarretava crescentes
despesas para o Estado, queda da produtividade
Nossa resposta é sim! Apesar de ler o conteúdo e assistir às aulas agrícola, diminuição da mão de obra, falta de
ser muito bom para você compreender esse processo, você só vai
identificar o que não está mandando tão bem por meio dos
investimentos industriais, afetando a economia
exercícios. nacional.
c) a luta para expulsar os muçulmanos do reino
português, que durou até o final do século XV,
Questão 4
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B) Aponte dois fatores que contribuíram para o b) os altos custos das navegações empobreceram a
pioneirismo de Portugal e Espanha nas grandes burguesia mercantil dos países ibéricos.
navegações.
c) a centralização política fortaleceu-se com o
12) “Entre 1450 e 1620 a Europa testemunhou a onda descobrimento das novas terras.
mais carregada de energia intelectual e criativa [a
d) os europeus pretendiam absorver os princípios
cultura do renascimento] que jamais passara pelo
religiosos dos povos americanos.
continente. Foi igualmente um período em que se
deram mudanças tão extraordinárias – religiosas,
CALABAR, 1973.
Integram esse contexto histórico, entre outros, os (Albert Eckhout. Índia Tarairiu (tapuia), 1641.)
seguintes processos:
Identifique e analise dois elementos da imagem que
I. o domínio da Espanha sobre Portugal durante a expressem esse “olhar europeu” sobre o Brasil.
denominada “União Ibérica”.
a) apenas I.
b) apenas II.
8) c;
9) e;
1) b EXERCÍCIOS
2) – A expansão das fronteiras e o rompimento das 1 - Após a Proclamação da Independência do Brasil
linhas definidas pelo Tratado de Tordesilhas; em 1822, o Governo Imperial teve a necessidade
de criar rapidamente uma Esquadra Brasileira com
– A união das coroas ibéricas foi fundamental para as a intenção de efetivar a Independência e combater
invasões holandesas no Nordeste brasileiro em busca, as forças opositoras à autonomia política da nação.
do domínio das regiões produtoras de açúcar, em Além de a recém criada Marinha do Brasil ter sido
fundamental na guerra pela independência, que
função das guerras contra os e espanhóis;
outro fator de destaque pode ser atribuído à
Esquadra Imperial Brasileira?
– Incentivo às expedições em busca de ouro.
a) A transformação da colônia brasileira em uma
República.
REVISÃO.
irá se alojar: •
DAbM
Selecione uma das seguintes:
REFERENTE A SAUDAÇÃO COM
•
No camarote CANHÕES, ASSINALE A OPÇÃO
•
CORRETA:
No alojamento dos oficiais
•
Selecione uma das seguintes:
No camarim •
•
A MAIOR SALVA DE TIRO DE CANHÃO É
Na câmara do Comandante DE 28 TIROS
•
• •
Câmara 1
•
Praça d’armas OS INTERVALOS DOS QUARTOS
• SÃO MARCADAS POR BATIDAS DE
Alojamentos dos oficiais
SINO DE BORDO, AO FIM DE CADA
•
Paiol de material bélico MEIA HORA. QUANTAS BATIDAS
SERÃO DADAS NA 5ª MEIA HORA DO
No topo do mastro dos navios da
QUARTO?
Marinha do Brasil, existe uma flâmula
Selecione uma das seguintes:
com 21 estrelas, o que ela significa
•
Selecione uma das seguintes: DUAS BATIDAS DUPLAS E UMA SINGELA
• •
Que o senhor Comandante está à bordo TRÊS BATIDAS DUPLAS
• •
Que o navio está em final de comissão no DUAS BATIDAS DUPLAS
exterior
•
• TRÊS BATIDAS DUPLAS E UMA SINGELA
Que há um oficial à bordo de Marinha
Estrangeira •
UMA BATIDA DUPLA E UMA SINGELA
•
• •
Encostar o navio a um cais OS COSTUMES DE USO DE MEDALHAS
VEM DOS TEMPOS GLACIAIS
•
Desencostar do cais onde esteve atracado •
OS CAVALEIROS USAVAM O ESCUDO NA
• MÃO DIREITA
Recolher o peso ou amarra do fundo
•
Voltar ao ponto de partida
Na cerimônia de incorporação de um
•
Prender o navio ao fundo navio de guerra, faz parte a mostra de
armamento. Defina seu significado:
Selecione uma das seguintes:
•
EM UM NAVIO DE GUERRA, QUAL A
Balanço dos projeteis do paiol
SUA PRINCIPAL FAINA? •
Teste de tiro real do canhão de popa
Selecione uma das seguintes:
•
•
Constitui em uma inspeção no navio a saber
SOCORRO EXTERNO
se está tudo em ordem
•
•
INCÊNDIO
Formar os artilheiros em seus postos de
• combate para exercício real
RECOLHIMENTO DE NÁUFRAGO
•
• Teste de tiro real do canhão de proa
HOMEM AO MAR
•
POSTO DE COMBATE
REFERENTE A REFEIÇÕES DE
BORDO, A QUEM COMPETE
REFERENTE A CONDECORAÇÕES E
PRESIDIR AS REFEIÇÕES SO/SG:
MEDALHAS, ASSINALE A OPÇÃO
Selecione uma das seguintes:
CORRETA:
•
Selecione uma das seguintes: OFICIAL DE SERVIÇO
• •
AS CONDECORAÇÕES SÃO USADAS DO CONTA MESTRE DE SERVIÇO
LADO DIREITO DO PEITO
•
• OFICIAL MAIS ANTIGO
OS CAVALEIROS USAVAM OS ESCUDOS
•
PARA PROTEGE A CABEÇA MESTRE DO NAVIO
• E.Abdicrático. consideração.
A História da Navegação A Expansão Marítima Europeia e o Invasões Estrangeiras ao Formação da Marinha Atuação da Marinha nos GUERRA DA TRÍPLICE A MARINHA NA O Emprego Permanente do
Descobrimento do Brasil Brasil Imperial Brasileira Conflitos da Regência ALIANÇA REPÚBLICA Poder Naval
Introdução
Grandes Navegações Guerra de Corso A Vinda da Família Real Conflitos Internos Contexto Histórico Reaparelhamento Naval de 1904 O Poder Naval na guerra e na paz
Objetivos
Objetivos Objetivos Objetivos Objetivos Objetivos Objetivos Tipos de persuasão naval:
Descrever o desenvolvimento da relação
das sociedades da antiguidade com o mar
Descrever o emprego do poder marítimo Descrever o surgimento da estratégia naval Descrever os antecedentes históricos do Reconhecer a influência da Marinha nos Identificar os motivos que causaram a Identificar as características dos programas Dissuasão: evitar uma ação pelo receio
no desenvolvimento de Portugal conhecida como “Guerra de Corso” processo de independência do Brasil conflitos internos Guerra da Tríplice de reaparelhamento naval de 1904 das consequências. É um estado mental
Identificar os tipos básicos de navios da provocado pela existência de uma
antiguidade ameaça credível de uma retaliação
Identificar as consequências da guerra de
Expansão Marítima de Portugal Motivo Revoltas Introdução Programa Naval inaceitável
corso para o Brasil colonial
Os Navios de Madeira Por que Portugal estava em vantagem para Napoleão declarou o Bloqueio Continental , Cabanagem A Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) foi O Deputado Dr. Laurindo Pitta apresentou Ex: Guerra da Lagosta
liderar as navegações oceânicas no século O que é um Corsário? que proibia o comércio das nações o maior conflito militar na América do Sul, à Câmara, em julho de 1904, um projeto
Galés: eram embarcações movidas XV? europeias com a Inglaterra unindo Brasil, Argentina e Uruguai contra o que continha o programa naval do
Guerra dos Farrapos ou Revolução
principalmente por remos, algumas com Paraguai Almirante Júlio de Noronha, sendo o Coerção: Empregar ofensivamente o poder
Corsários eram particulares que recebiam Farroupilha
muitos remadores, embora pudessem projeto finalmente aprovado, quase que naval, e através do confronto, persuadir o
Estabilidade política autorização de um país em conflito (Carta de Por que a família Real fugiu para o Brasil?
também ter velas. Solano López assume o governo do por unanimidade, ele se transformou no inimigo
Marca ou Patente de Corso), para operar sob Sabinada Decreto no 1.296, de 14 de novembro de
sua bandeira em ataques ao comércio Paraguai, com um política de ampliação da
União de interesses entre a realeza e a O descumprimento por Portugal levou 1904.
Navio: uma embarcação grande, marítimo e às colônias do adversário política externa do País Ex: Guerra da Tríplice Aliança
burguesia mercantil. Napoleão a invadir esse país. Em
construída há mais de dois mil anos. Balaiada
consequência, a Corte portuguesa fugiu
Empregava-se a madeira, pois ela foi o O envolvimento brasileiro na política interna Foi aprovada a aquisição de três
para o Brasil (1807) que, depois, foi elevado
primeiro material que se mostrou mais Motivação uruguaia (1864), em apoio a Venâncio Flores encouraçados, três
A expansão marítima portuguesa a Reino Unido com Portugal e Algarve Revolta Praieira
adequado para a construção naval. (Partido Colorado), levou López a declarar cruzadores-encouraçados, 18 torpedeiras e
caracterizou-se por duas vertentes: (1815), passos importantes para nossa
guerra ao Brasil e invadir o Mato Grosso três submarinos e outras modernizações
Os demais reinos da Europa, independência Em todas estas revoltas, a Marinha não
A primeira, de aspecto imediatista, principalmente França e Inglaterra, não
Os Navios Portugueses enfrentou nenhum grande inimigo no mar.
realizada ao norte do continente africano, aceitaram a divisão dos mares e terras López enviou 10.000 soldados ao Uruguai,
Embora na Guerra dos Farrapos os rebeldes Conclusões
visava à obtenção de riquezas acumuladas descobertas entre Portugal e Espanha, mas como não obteve permissão para
Conclusões tenham formado uma pequena flotilha de
Caravelas: velas latinas, próprias para naquelas regiões através de prática de causando uma série de conflitos. cruzar o território argentino, também
embarcações armadas, que foi facilmente
navegar com qualquer vento, e por pilhagens. invadiu esse país O programa de reaparelhamento naval de
A família Real portuguesa se viu obrigada vencida
isso, adequadas às explorações. Franceses, ingleses e holandeses 1906 trouxe meios modernos para a
a fugir para o Brasil, devido a iminente Marinha, mas estes não puderam ser
Na segunda , o objetivo colocava-se mais a começaram a atacar o tráfego mercante e
invasão do exército de Napoleão efetivamente aproveitados devido à falta
Galeão: navio de guerra maior e com mais longo prazo, já que se buscava conquistar as colônias ibéricas, até conseguirem Conclusões Marinha do Brasil no início da guerra
recursos suficientes para estabelecer suas de capacidade tecnológica e industrial do
canhões, para combater turcos no Oriente, pontos estratégicos das rotas comerciais com
próprias colônias país
corsários e piratas. Foi a origem do navio o Oriente, criando ali entrepostos (feitorias) A Marinha se fez presente basicamente Os navios brasileiros eram adequados para
de guerra. controlados pelos comerciantes lusos. Política externa de D. João no rápido transporte de tropas do operar no mar e não nos rios do teatro de
Exército e apoio logístico na maior parte operações, devido ao seu calado. A
Conclusões
Objetivos dos conflitos internos possibilidade de encalhar era um perigo Primeira Guerra Mundial
Navios de Guerra O longo processo de desenvolvimento da sempre presente.
navegação oceânica e reconhecimento do As disputas políticas dos modernos Estados
Conhecer os acontecimentos da Objetivos
litoral africano culminou com a chegada de europeus passaram a depender dos
Por que surgiram os navios de guerra? Os navios possuíam casco de madeira,
Vasco da Gama à Índia (1498), após recursos obtidos pela expansão colonial
incorporação da Província Cisplatina e a Conflitos Externos
ocupação da Guiana Francesa sendo muito vulneráveis à artilharia de
circunavegar a África. Descrever as causas e consequências da
Para proteger os navios mercantes de terra, posicionada nas margens. Essas
participação da Marinha
ataques piratas. Eram mais estreitos e de O poder marítimo tornou-se a base para o Objetivos características obrigaram o Brasil a obter,
Colombo adotou estratégia diferente e, desenvolvimento econômico dos Estados Ocupação da Guiana Francesa rapidamente, navios encouraçados com
fundo chato, visando oferecer pouca
navegando para oeste, chegou à América pequeno calado. Identificar a renovação da Marinha
resistência à água, daí serem chamados de Descrever a importância da Marinha na
(1492) iniciada durante o governo Vargas
“navios compridos”. A propulsão principal Estados com menor poder naval precisaram Os limites entre o Brasil e a Guiana Guerra Cisplatina
dos navios de guerra era o remo, utilizar estratégias indiretas para obtenção Francesa voltaram a ser questionados.
inicialmente manejados pelos próprios de recursos econômicos, como o Corso Frente a esse desgaste, D. João realiza o Conclusões
Conclusões Guerra Cisplatina Por que entramos na guerra?
guerreiros, depois por escravos, e eles não primeiro ato consistente de política externa.
fundeavam, tendo que ser puxados para Por meio militar, contando com forças A postura diplomática de Solano López
terra. O desenvolvimento do poder marítimo navais e terrestres anglo-luso-brasileira, A Argentina buscava a incentivar causou uma guerra de grandes O abuso de bandeiras neutras por parte dos
depende de vários fatores, principalmente Invasões Francesa ocupa a Guiana Francesa por oito anos. independência da Cisplatina (Uruguai) e proporções, que exigira grandes esforços ingleses levou a Alemanha a declarar, em
políticos, culturais e econômicos incorpora-lo em seguida, o que ameaça da Marinha da Brasil 1917, a campanha submarina irrestrita na
Conclusões a segurança do Brasil zona de guerra ao redor das ilhas britânicas.
Objetivos Ocupação da Banda Oriental O afundamento de navios mercantes
O investimento na tecnologia aplicada ao
brasileiros por submarinos alemães levou o
Necessidades específicas de emprego poder marítimo traz benefícios à sociedade A Marinha realizou um bloqueio naval na Atuação da Marinha na Guerra
Descrever as motivações que levaram a Outro movimento importante de D. João na Brasil a declarar guerra contra os impérios
levaram ao desenvolvimento de diferentes como um todo foz do Rio da Prata
França a invadir a colônia de Portugal política externa foi a ocupação da Banda centrais em 1917
tipos de navios na antiguidade
Oriental. Em 31 de julho de 1821, em Objetivos
assembleia formada por deputados A batalha de Monte Santiago eliminou o
Descrever a expulsão dos franceses do Como foi a participação da Marinha?
Descobrimento do Brasil representantes de todas as localidades poder combatente argentino, restando-lhe
território brasileiro Descrever a importância da participação da
Desenvolvimento da Navegação orientais, foi aprovada por unanimidade a o corso
Marinha do Brasil na Guerra da Tríplice
Oceânica incorporação da Banda Oriental à Coroa
Aliança
Com o envio de uma a força-tarefa, a
Objetivos França Antártica (Rio de Janeiro, portuguesa, fazendo parte do domínio do Os altos custos da guerra para ambos os Divisão Naval em Operações de Guerra
1555-1567) Brasil com o nome de Província Cisplatina países, somados à intermediação inglesa, (DNOG), para realizar patrulha
Objetivos Descrever o reconhecimento da costa (atual Uruguai) . levaram ao reconhecimento da Anti-Submarina próximo ao litoral da
Bloqueio Naval
brasileira independência do Uruguai região norte da África, compreendida
Uma expedição com cerca de cem homens,
Identificar os desenvolvimentos entre Dakar no Senegal, e Gibralta, na
distribuídos em dois navios, comandada por Conclusões A missão da nossa Marinha seria, mais uma
tecnológicos necessários para as grandes entrada do Mediterrâneo.
Nicolas Durand de Villegagnon, dirigiu-se à vez, o bloqueio naval e o apoio logístico às
navegações Tratado de Tordesilhas Guerra contra Oribe e Rosas
baía de Guanabara no Rio de Janeiro, forças de terra. Posteriormente, quando o
visando a estabelecer um núcleo de D. João ao chegar ao Brasil, ampliou a
território paraguaio fosse invadido, seria Conclusões
Para defender seus interesses, enquanto colonização política externa brasileira O Brasil apoiou o argentino Urquiza contra
Desenvolvimento Tecnológico muito importante o apoio de fogo contra as
aumentava seu conhecimento náutico, o argentino Rosas, aliado do uruguaio fortalezas do rio Paraguai O afundamento de navios brasileiros por
Portugal negociou um tratado com a Oribe, pois estes dois pretendiam anexar o
Quais foram os desenvolvimentos Espanha, em 1494 França Equinocial (Maranhão, submarinos alemães levou o Brasil a
tecnológicos que somados as questões 1611-1615) Independência do Brasil Uruguai às Províncias Unidas
declarar guerra contra os impérios centrais
Batalha Naval do Riachuelo (11/06/1865)
politicas, puderam fazer com que em 1917
Portugal pudesse liderar as navegações Chegada de Pedro Álvares Cabral O fato mais marcante da Marinha brasileira
Representou a segunda tentativa dos Objetivos A inversão da iniciativa na Guerra da
oceânicas a partir do final do século XV? foi a Passagem de Tonelero, onde esta
franceses de se fixarem no Brasil, quando Tríplice Aliança Após a IGM, a Marinha iniciou longo
transportou o Exército a uma posição
Na segunda expedição portuguesa para as foram expulsos definitivamente do relacionamento com a marinha americana, o
Descrever o emprego do poder naval no estratégica passando por uma fortificação
Bússola - rumo “Índias”, ao afastar-se demais da África para território. processo de independência do Brasil que muito contribuiu para o
fortemente guarnecida A batalha valia controle dos rios, principais
fugir das correntes e ventos contrários, desenvolvimento
Cabral “descobre” o Brasil (1500) artérias do teatro de operações de guerra,
Astrolábio - latitude Como os franceses foram expulsos do garantindo seu uso pelos aliados e
Retorno de D. João
Brasil colônia? Conclusões negando-o aos paraguaios (bloqueio naval)
Imprensa - cartas náuticas
Conclusões Segunda Guerra Mundial
D.João embarcou para Lisboa, mas deixou
A expulsão dos franceses do Maranhão foi A defesa da livre navegação na bacia do rio Como foi decidida a batalha?
seu filho, D.Pedro de Alcântara, como
Portugal encontra-se diante de um obtida com a contribuição de uma força Paraná levou o Brasil a intervir na política
Vela Latina - navegar contra o vento regente em seu lugar. Apesar de liberal, o interna das repúblicas do Uruguai, Paraguai Objetivos
novo mundo a ser explorado naval comandada pelo brasileiro Jerônimo
novo governo português adotou uma Almirante Barroso investiu com a proa da
economicamente de Albuquerque e Argentina
política reacionária para o Brasil, fragata Amazonas (não possuía esporão) Descrever as causas e consequências da
Pólvora - proteção. pretendendo revertê-lo à situação de sobre os navios inimigos (tática do participação da MB na IIGM
Conclusões colônia abalroamento)
Projeção de Mercator - meridianos e paralelos Primeiras Expedições
A reação violenta das Cortes portuguesas Motivos do Brasil entrar na guerra
A discordância da França com o Tratado de A vitória acabou definitivamente com a
Tordesilhas culminou nas invasões levou D.Pedro a proclamar a Independência capacidade combativa da esquadra
Obejtivos
paraguaia Submarinos alemães afundaram 5 navios
em nossa área pois assumimos um
Descrever os principais motivos e Uma Força naval comandada por Nascimento da Marinha do Brasil posicionamento francamente pós
resultados das primeiras um brasileiro realiza tem um feito
Passagem de Humaitá americano
expedições de grande importância na história
do Brasil A Marinha do Brasil nasceu com a
Independência e seu grande artífice foi José O forçamento das estreitas passagens Como os EUA contribuiu para desenvolvimento
A Expedição de 1501/1502 Bonifácio fortificadas dependia do uso de navios de nossa Marinha, pois o Brasil não detinha
encouraçados, preferencialmente monitores todos os meios necessários?
A primeira expedição oficial portuguesa Invasões Holandesas Havia poucos navios e muita falta de
chegou ao Brasil com o objetivo de explorar pessoal, pois a profissão era proibida aos A passagem de Humaitá levou ao Através da Lei de Empréstimos e
a recém descoberta costa brasileira. Estava brasileiros e questionava-se a lealdade dos abandono da fortaleza, praticamente
Objetivos Arrendamento os EUA forneceram navios
comandada por Gonçalo Coelho que estava portugueses que decidiram permanecer no decidindo a guerra contra-torpedeiros e navios patrulha para
acompanhado pelo navegador Américo Brasil.
Descrever as motivações que levaram a nossa tarefa de patrulhar a costa. Como
Vespúcio. Nessa expedição, também seriam também a vinda de militares americanos
nomeados os acidentes geográficos e Holanda a invadir a colônia de Portugal
Como que recurso a Esquadra Brasileira foi Conclusão para nos adestrar das novas táticas
elaborado um mapa do litoral brasileiro. aparelhada? anti-submarina
Descrever a expulsão dos holandeses
A batalha naval do Riachuelo foi o ponto
do território brasileiro
A Expedição de 1502/1503 Alguns navios foram reparados e outros de inflexão da guerra da Tríplice Aliança O Brasil era importante para os EUA devido a:
comprados com subscrição pública,
arrecadação proveniente da população,
Resultado de arrendamento de exploração Bahia (1624-1625) A participação da Marinha do Brasil foi - Sua posição geográfica (saliente
uma espécie de "vaquinha" fundamental para o resultado final da
das terras por judeus convertidos ao nordestino);
cristianismo, que em contra-partida tinha guerra
Para controlar a produção e comercialização
que enviar todo ano seis navios e descobrir do açúcar era necessário ocupar e se apoderar - Como fonte de matérias-primas vitais
300 léguas avante da costa, como também Operações Navais
de partes do território colonial brasileiro onde para o esforço de guerra.
construir fortalezas. ele era produzido. Desse modo, os
As capitais das províncias ao norte do País
Conclusões da Guerra da Tríplice
holandeses iniciaram sua primeira invasão do
Brasil em 1624 mantiveram sua ligação com Portugal Aliança
A Expedição de 1503/1504 Participação da Marinha:
Atacaram a cidade de Salvador, na época o Exemplos que confirmam que a participação Nunca houve tamanho desenvolvimento
Uma nova expedição exploradora foi da Esquadra foi imprescindível à integração relativo em nossa Marinha (quinta maior Patrulha Anti-Submarina e escolta de
centro administrativo da colônia. Mas, um
organizada em 1503, sob o comando de nacional ao reforçar o poder do governo marinha em número de navios em 1870); comboios na costa do Brasil até Antilhas
ano após terem chegado, foram expulsos,
Gonçalo Coelho. Navegando em direção nacional após a consolidação da
sem grandes dificuldades
ao Sul, chegaram até o Rio de Janeiro. Independência:
Depois de alguns meses, carregou seus Nunca ficou tão evidente a necessidade de Força Naval do Nordeste
navios de madeira pau-brasil e regressou sempre ser mantida uma razoável força
a Lisboa. Pernambuco (1630-1654) Campanha Cisplatina (Uruguai) naval atualizada e pronta, em benefício da
Com o auxílio dos EUA, o Brasil criou uma
segurança do Estado.
segunda base para a esquadra, com a
Neste período, os holandeses dominaram Campanha da Bahia finalidade de patrulhar os Oceano Atlântico
As Expedições Guarda-Costas uma enorme parte do território nordestino As maiores dificuldades para criarmos uma e escoltar navios mercantes
indústria naval moderna no Brasil foram:
Tentando coibir a extradição de pau-brasil Após muitos conflitos, o governador Nassau
pelos franceses, a Coroa Portuguesa deixou seu cargo. Este fato facilitou a ação Confederação do Equador Conclusões
- A falta de mão de obra especializada,
organizou as expedições guarda-costas dos portugueses, que tiveram a chance de engenheiros e operários que pudessem ser
para patrulhamento da costa reagir em batalhas como a do Monte das Uma revolta na Província de convocados; e O afundamento de navios brasileiros pelos
Tabocas e a de Guararapes, expulsando-os Pernambuco colocou em perigo a alemães foi em represália à adoção pelo
após muitos confrontos integridade territorial do Imperio Brasil de uma postura francamente
A Expedição Colonizadora de Martim - A inexistência de uma indústria nacional
Afonso de Souza moderna que pudesse ser mobilizada e pró-americana
A revolta se espalhou por quase todo o convertida para utilização militar.
Conclusões Nordeste O auxílio norte-americano foi fundamental
Em 1531, foi enviada ao Brasil a expedição
com o objetivo de ocupar e explorar a terra, para adquirimos a capacidade de controlar
As invasões holandesas deixou algumas As forças rebeldes foram derrotadas com a áreas marítimas
pois o comércio com o Oriente declinava, e
as invasões ao território brasileiro eram marcas que perduram até hoje, como a atuação conjunta da Marinha e do Exército
muito frequentes cidade de Recife O recebimento de meios modernos e a
assimilação de novas táticas levaram a uma
Ações da Marinha do Brasil mudança de mentalidade na Marinha
Conclusões
Chefia e Liderança Aspectos Fundamentais da Seleção de Estilos de Fatores de Liderança Níveis de Liderança
Liderança Liderança
Chefia O Líder Liderança Direta
Aspecto Filosófico Quanto ao grau de centralização
Comando ou direção, é entendido pelo do poder Os bons líderes eficientes são também Ocorre em organizações onde os
conjunto de ações e decisões tomadas bons e cumpridores das orientações de subordinados estão acostumados a ver
A Axiologia, também conhecida como a
pelo mais antigo, com autoridade para tal, seus superiores, passando esse exemplo a seus chefes frequentemente. É mais
teoria dos valores, é considerada a parte
na sua esfera de competência, a fim de
mais nobre da Filosofia.
Liderança Autocrática ou seus subordinados. presente nos escalões inferiores,
conduzir de forma integrada o setor que Autoritária quando o contato pessoal é constante.
lhe é confiado.
A tarefa de doutrinamento visa transmitir a Os Liderados
sua correta hierarquização, priorizando a O líder baseia a sua atuação numa disciplina Liderança Organizacional
Liderança honra, a dignidade, a honestidade, a rígida, impondo obediência e mantendo-se
lealdade e o amor à pátria em relação aos afastado de relacionamentos menos formais O conhecimento dos liderados é fator
valores materiais, como o dinheiro, o poder com os seus subordinados, controla o grupo essencial para o exercício da liderança e A influência dos líderes organizacionais é
Processo que consiste em influenciar e a satisfação pessoal. por meio de inspeções de verificação do depende do entendimento claro da basicamente indireta: eles expedem suas
pessoas no sentido de que ajam, cumprimento de normas e padrões de natureza humana, das suas necessidades, políticas e diretivas e incentivam seus
voluntariamente, em prol do eficiência, exercendo pressão contínua. emoções e motivações. liderados por meio de seu staff e
cumprimento da missão comandantes subordinados. Os
Aspecto Psicológico resultados de suas ações são
Liderança Participativa ou A Situação frequentemente menos visíveis e mais
A Psicologia é uma ciência que demorado
Democrática
fornece firme embasamento teórico e
Não existem normas nem fórmulas que
prático para que o líder possa
mostrem com exatidão o que deve ser
influenciar pessoas. O líder abre mão de parte da autoridade Liderança Estratégica
feito.
formal em prol de uma esperada participação
dos subordinados e aproveitamento de suas
Líderes estratégicos exercem sua liderança
Aspecto Sociológico ideias.
A comunicação no âmbito dos níveis mais elevados da
instituição. Os líderes estratégicos
trabalham para deixar, hoje, a instituição
Liderança Delegativa O líder deve ser claro e “escolher”
pronta para o amanhã, ou seja, para
cuidadosamente as palavras, de tal forma
enfrentar os desafios do futuro.
que signifiquem a mesma coisa para ele e
Esse estilo é indicado para assuntos de
para seus subordinados.
natureza técnica, onde o líder atribui a
assessores a tomada de decisões
especializadas, deixando-os agir por si só.
Liderança Transformacional
(Situacional)
Liderança Transacional
Uso do Sinal Indicador de Colocação Pronominal Concordância Nominal Concordância Verbal Pontuação Regência Verbal Regência Nominal Uso do Hífen Acentuação Gráfica Formação de Palavras Relações de Sentido na Relações de Sentido na
Crase Construção do Texto Construção do Período
Próclise Há cerca de/ A cerca de/ Acerca de Haver Vírgula Verbo Transitivo Direto (VTD) Chamamos de regência nominal o nome da Usa-se hífen: Não se acentua ditongo aberto crescente: Derivação
relação existente entre um nome éu, éi, ói
Não se utiliza crase antes de: (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os Denotação Adição
Palavra de sentido negativo (não, nada, Há cerca de: desde aproximadamente Sentido de “existir”: permanece singular, Enumeração de mais de dois elementos: São complementados por objeto direto termos regidos por esse nome. Essa relação Vogal + Vogal (iguais) Derivação Prefixal: acrescenta-se um prefixo
Ex: assembleia, ideia, azaleia, cefaleia
nunca, ninguém) impessoal, mesmo em locuções verbais. (OD). Pergunta-se “algo ou alguém”. é sempre intermediada por uma preposição. à palavra primitiva e, nem, mas também
Pronomes oblíquos (mim, ti, nós, vós, Sentido literal, real
ele, eles...) Ex: Fui no mercado para comprar leite, Abaixo estão alguns verbos que tem
Ex: Não vou há cerca de 5 anos. Ex: Anti-inflamatória
Ex: Não me convidaram para a festa Ex: Haverá mudanças. margarina e ovos. Ex: O turista comprava recordações -> importância para este concurso, e seus Acentua-se somente ditongo Ex: ler -> reler
Quem compra, compra "algo", logo, OD. significados aberto de palavras oxítonas e Oposição
Ex: Dirigiu a palavra a ela. Conotação
A cerca de: perto de Palavras iniciadas com “h” monossílabas.
Conjunção subordinativa. Ex: Deve haver muitas pessoas na reunião. Para isolar o vocativo Ex: capaz -> incapaz mas, porém, entretanto, todavia, contudo,
Aspirar: sugar
Sentido figurado. no entanto
Pronomes indefinidos (alguém, Ex: Brasília fica a cerca de 200km. Verbo Transitivo Indireto (VTI) Aspirar a: almejar Ex: Super-homem Ex: lençóis, ilhéu, pastéis.
ninguém, todos, nada...) Ex: Quando te encontrei. Ex: Mariana, traga seus documentos aqui. Derivação Sufixal: acrescenta-se um
Fazer/ Ir Assistir: acompanhar, amparar sufixo à palavra primitiva, que pode
Acerca de: sobre
São complementados por objeto indireto
Consoante + Consoante (iguais) Paroxítona: Acentua-se as terminadas em Polissemia Alternância
Ex: Obedecia a todos (OI). Pergunta-se “preposição+algo ou Assistir a: ver, observar sofrer alteração de significado ou
Advérbio (melhor, demais, ali, muito, Para isolar o aposto explicativo (utilizar i, is, us, um, uns, l, n, r, x, os, ã, ãs, ão, ãos.
Sentido fenômeno da natureza ou tempo preposição+alguém”. Assistir em: morar, habitar mudança de classe gramatical
sempre) duas virgulas) ou, ora...ora, seja...seja
Ex: Estávamos conversando acerca da decorrido: permanece singular, impessoal. Ex: Inter-regional Algo que tem mais de um significado.
Pronomes demonstrativos (este, esta, viagem. Ex: táxi, lápis, vírus, álbum, fórum,
Ex: Em você, eu confio sempre. -> Quem Preferir: verbo + OD + a + OI Ex: papel -> papelaria
esse, essa...) Ex: Assim se resolveram os problemas. Ex: Salvador, a primeira capital do Brasil, é automóvel, elétron, cadáver, tórax, fórceps,
Ex: Ontem fez 12 dias. confia, confiam "em alguém", logo, OI. Ex: Prefiro praia a piscina. Ex: vela (de barco)/ vela (de cera) / vela (do Conclusão
linda! Sub + Palavra com “r” ímã, ímãs, órfão, órfãos.
verbo velar)
Ex: Não foi a esta festa. Ex: riso -> risonho
Pronome indefinido (tudo, nada, alguém, Onde/ Aonde Ex: Em Joinville faz verões quentes.
Implicar: acarretar, ocasionar logo, portanto, pois (depois do verbo), por
ninguém) Para marcar a supressão do verbo em Implicar em: envolver-se "em" algo Ex: Sub-regional Paroxítona: Acentua-se quando tem
Verbo Intransitivo (VI) Ex: atual -> atualizar
conseguinte, então
Pronomes de Tratamento (você, senhor, Onde: deve ser empregado somente para
uma oração Implicar com: implicância "com" alguém ditongo oral, crescente ou decrescente. Ambiguidade
Vossa Alteza...) Ex: Tudo se acaba na vida. lugares físicos. Prefixo –além, -bem, -ex, -pós, -recém,
Dar/ Bater / Soar Ex: Eu fiz faculdade de administração; ele, Não é complementado nem por OD, nem
Lembrar: quando não é pronominal -sem, -vice, -mal+ vogal ou “h” Ex: água, pônei, mágoa, jóquei. O que pode ter mais de um significado ou
Explicação
por OI. Não é nem OD, nem OI. Derivação Prefixal e Sufixal:
de economia. ( ele fez -> verbo suprimido) Ex: Tudo aqui lembra você. sentido
Ex: Preciso informar a Vossa Senhoria. Ex: O bairro onde moro. acrescenta-se, de forma não simultânea,
Pronome relativo (onde, cuja, qual, que) que, porque, pois (antes do verbo)
Concordância com o sujeito. Ex: Mal-humorado, bem-intencionado, - Acentua-se 3ª pessoa do plural dos sufixo e prefixo
Ex: Chegamos no voo das onze horas. -> Lembrar de: quando é pronominal
Orações subordinadas adjetivas: são Quem chega, chega em algum lugar. A mal-intencionado. verbos “ter” e “vir” e dos seus Ex: O rapaz pediu um prato ao garçom ->
Artigo indefinido (uma, um, uns, umas) Ex: Não encontrei o caminho que me Aonde: ideia de movimento (DICA: Ex: Ele se lembrou de algo / Eu me
Ex: O relógio soou a meia noite. ligadas por pronomes relativos (que, frase não completa nem com OD, nem com compostos. Ex: feliz -> infelizmente não se sabe se o rapaz pediu um prato de Causa
indicaram. substitua por “para onde”). lembrei de pegar o cachorro no pet.
quem, quando, cujo, a qual). OI. louça ou um prato de comida
Ex: Dirigiu-se a uma cidade. Não se usa hífen
Ex: Os relógios soaram a meia noite. Aludir a: fazer referência a Ex: ele tem/ eles têm Ex: leal -> deslealmente porque, pois, como, pois que, uma vez que,
Palavras interrogativas, exclamativas e Ex: A cidade aonde ele vai. Restritiva: sem vírgula, restringe. visto que, porquanto
optativas (desejo).
Verbo Ex: Os jogadores de futebol que são Vogal + Vogal (diferentes) Ex: ele vem/ eles vêm
Concordância com o numeral. Morar "em"
iniciantes, não recebem salário -> somente Composição Concessão
Ex: Quem te disse? Emergir/ Imergir os iniciantes não recebem salário.
Ex: Ele estava disposto a colaborar Ex: Autoescola Ex: ele contém/ eles contêm
Referir "a"
Ex: Deu uma hora no relógio.
Por Justaposição: junta-se duas palavras ou embora, conquanto, se, caso, dado que
Ex: Quanto me custa dizer a verdade! Emergir: elevar algo Explicativa: com vírgula, se refere ao todo.
2ª palavra com “s” ou “r” dobra-se a Não se acentua os hiatos “oo” e “ee” radicais, sem alteração fonética
Utiliza-se crase antes de: Ex: Deram sete horas no relógio.
consoante “s” ou “r”
Ex: Deus te proteja. Ex: O Brasil precisa emergir da crise Ex: Os jogadores de futebol, que são Finalidade
econômica. iniciantes, não recebem salário -> todos os Ex: passatempo, girassol, quinta-feira,
Ex: creem, leem, voo, enjoo
Palavras femininas + Verbo transitivo jogadores de futebol são iniciantes e não Ex: Ultrassom, antirrugas couve-flor.
indireto para que, afim de que
recebem salário.
Ênclise Imergir: afundar algo Não se acentua palavras homógrafas
Por Aglutinação: junta-se dois ou mais
Ex: Ela nunca está atenta à aula. Tempo
Exceções vocábulos ou radicais, ocorre supressão
Verbo no início da frase Ex: O monge imergiu em sono profundo. Ex: pera (substantivo)/ pera (preposição de um ou mais dos elementos
fonaéticos. quanto, quando, depois que, sempre que,
Expressões adverbiais (tempo, modo, Substantivos compostos até que
lugar) e locuções prepositivas Ex: Sabe-se da verdade. Ex: para (verbo)/ para (preposição)
Alerta Ex: embora (em boa hora)
Ex: Bem-te-vi, couve-flor, guarda-chuva.
Ex: Hoje à noite, terá festa. Ex: pelo (substantivo)/ pelo (verbo) Comparação
Após vírgula
Palavra que não existe plural Ex: planalto (plano alto)
Ex: Às vezes chegamos mais cedo ao clube. Espécies botânicas mais que, menos que, bem, como, assim
Ex: Naquela situação, soube-se da verdade. Exceção: pode/pôde e por/pôr
Ex: hidrelétrico (hidro elétrico) como
Ex: Estão todos alerta.
Ex: Ele terminou a prova às pressas. Ex: Erva-doce, pimenta-de-cheiro
Verbo no imperativo afirmativo Conformação
A fim/ Afim Exceções
Indicação exata de hora Ex: Alunos, apresentem-se ao diretor! conforme, segundo, como
A fim: finalidade Ex: Água-de-colônia, água-de-coco,
Ex: Chegaremos às 22h. Verbo no gerúndio cor-de-rosa
Proporção
Ex: Estudou, a fim de passar no concurso.
"Terra", se for especficado Ex: O diretor apareceu avisando-lhe sobre o
a medida que, ao passo que
início das avaliações.
Afim: semelhante, parecido
Ex: Fomos à sua terra natal.
Caso o gerúndio venha precedido pela
preposição “EM”, ocorrerá próclise! Ex: Possuem comportamentos afins.
Ex: Faz tempo que não o vejo Ex: Eles treinaram bastante.
Só
Meio/ Meia
Menos/ Menas
Legislação Militar-Naval
Hierarquia Militar e Cargos e Funções Valor Militar Ética Militar Compromisso, Comando e Violação das Obrigações e Das Contravenções ou
Disciplina Militares Subordinação Deveres Militares Transgressões Disciplinares
Quais são as manifestações essenciais do Quais são as manifestações essenciais da
valor militar? ética militar?
A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Cargo Militar Todo cidadão, após ingressar em uma das Forças A violação dos preceitos da ética militar As penas disciplinares de impedimento,
Armadas. A autoridade e a responsabilidade crescem com o Armadas mediante incorporação, matrícula ou será tão mais grave quanto mais elevado detenção ou prisão não podem ultrapassar
grau hierárquico. A disciplina e o respeito à hierarquia devem O patriotismo, traduzido pela vontade Amar a verdade e a responsabilidade como nomeação, prestará compromisso de honra, no for o grau hierárquico de quem a cometer. 30 (trinta) dias
ser mantidos em todas as circunstâncias da vida entre militares É um conjunto de atribuições, deveres e inabalável de cumprir o dever militar e pelo fundamento de dignidade pessoal; qual afirmará a sua aceitação consciente das
da ativa, da reserva remunerada e reformados. responsabilidades cometidos a um militar solene juramento de fidelidade à Pátria até obrigações e dos deveres militares e manifestará a O militar que, por sua atuação, se tornar
em serviço ativo. com o sacrifício da própria vida; Exercer, com autoridade, eficiência e sua firme disposição de bem cumpri-los. incompatível com o cargo, ou demonstrar
probidade, as funções que lhe couberem incapacidade no exercício de funções
Hierarquia
O civismo e o culto das tradições históricas; em decorrência do cargo; militares a ele inerentes, será afastado do
Função Militar Comando
cargo.
É a ordenação da autoridade, em níveis A fé na missão elevada das Forças Armadas; Respeitar a dignidade da pessoa humana;
É o exercício das obrigações inerentes ao É a soma de autoridade, deveres e
diferentes, dentro da estrutura das Forças responsabilidades de que o militar é Código Penal Militar: relaciona e classifica os
cargo militar
Armadas. A ordenação se faz por postos ou O espírito de corpo, orgulho do militar pela Cumprir e fazer cumprir as leis, os investido legalmente quando conduz crimes militares, em tempo de paz e em
graduações; dentro de um mesmo posto ou organização onde serve; regulamentos, as instruções e as ordens das homens ou dirige uma organização militar,
autoridades competentes:
tempo de guerra, e dispõe sobre a aplicação
é vinculado ao grau hierárquico e constitui
graduação se faz pela antiguidade no posto ou aos militares das penas correspondentes aos
O amor à profissão das armas e o entusiasmo uma prerrogativa impessoal.
na graduação. O respeito à hierarquia é Ser justo e imparcial no julgamento dos crimes por eles cometidos.
com que é exercida; e
consubstanciado no espírito de acatamento à atos e na apreciação do mérito dos
A subordinação não afeta, de modo algum,
sequência de autoridade. O aprimoramento técnico-profissional.
subordinados;
a dignidade pessoal do militar e decorre,
exclusivamente, da estrutura hierarquizada
Empregar todas as suas energias em das Forças Armadas.
Disciplina benefício do serviço;
Graduação
Ao militar da ativa é vedado comerciar ou tomar
É o grau hierárquico da praça, conferido parte na administração ou gerência de sociedade
pela autoridade militar competente ou dela ser sócio ou participar, exceto como
acionista ou quotista, em sociedade anônima ou
Praças Especiais por quotas de responsabilidade limitada.
Boa prova!