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Contratos Empresariais
Aula 1 (20.02) - Não fui
Revisão contratos em espécie
Introdução aos contratos empresariais
Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não
eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à
conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em
zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver
à sua disposição a coisa a ser negociada.
Configura-se, portanto, o contrato de agência quando uma pessoa assume, com autonomia, a
obrigação de promover habitualmente, por conta de outra, mediante remuneração, a realização
de certos negócios, em zona determinada. O contrato de distribuição somente se distingue do
de agência na medida em que nele a coisa a ser negociada estiver à disposição do agente.
Quando ocorre a situação prevista no parágrafo único, em que o proponente confere poderes
ao agente para que este o represente na conclusão dos contratos, configura-se o contrato de
representação comercial autônoma (regido pela lei nº 4.886/65), neste as partes
necessariamente serão empresárias.
Art. 721. Aplicam-se ao contrato de agência e distribuição, no que
couber, as regras concernentes ao mandato e à comissão e as
constantes de lei especial.
A expressão “no que couber” indica que se trata de uma aplicação subsidiária, preponderando
as normas específicas traçadas no novo diploma para os contratos de agência e distribuição. O
agente atua como promotor de negócios em favor de uma ou mais empresas, em
determinadas praças. Não é corretor, porque não efetua a conclusão dos negócios jurídicos.
Não é mandatário, nem procurador, tampouco empregado ou prestador de serviço no sentido
técnico. Fomenta o negócio do agenciado, mas não o representa, nem com ele possui vínculo
trabalhista. Efetua a coleta de propostas ou pedidos para transmití-los ao representado.
Características do contrato
Agente Agenciado
Representação Comercial é um contrato em que uma das partes se obriga a promover a
realização de negócios por conta de outra, agenciando pedidos para ela.
Mas por outro lado, grande parte da doutrina visualiza a diferença entre os institutos, tendo
como fator determinante a conclusão do negócio, ou não, por quem faz a intermediação, como
leciona Silvio de Salvo Venosa:
“O representante comercial é mais do que um agente porque seus
poderes são mais extensos. O agente prepara o negócio em favor do
agenciado; não o conclui necessariamente. O representante deve
conclui-lo.” (“Direito Civil: contratos em espécie”, vol. III, 13ª ed., São
Paulo, Atlas, 2012, p. 560).
Segundo Balmes, existe distinção entre agência e representação comercial, pois o primeiro
abrange mais situações (ex. agentes de atletas ou de artistas), é qualquer contrato firmado
com pessoa que exerça a intermediação com habitualidade. Além disso, a representação
comercial limita a atividade do agente à promoção de “negócios mercantis” (art. 1º da Lei
4.886/1965), ao passo que para o agente ou distribuidor a lei prevê que o distribuidor atue na
promoção de “certos negócios (art. 710 do CC).
A representação comercial tem regras próprias, inclusive porque é um diploma regido em lei
específica. Entre as particularidades, destaca-se a necessidade de registro próprio para o
representante comercial.
É importante salientar que não há no contrato de representação a compra e venda para
revenda. Trata-de "mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou
pedidos, para transmiti-los aos representados". O representante apenas encontra pessoas
interessadas nos produtos do representado e encaminha para este os pedidos, ou seja, não
tem poderes para concluir a negociação em nome do representado. Deste modo, cabe ao
representado aprovar ou não os pedidos de compra obtidos pelo representante. Diferentemente
da representação comercial, no mandato, o mandatário recebe poderes para negociar em nome
do mandante.
No contrato de representação comercial, é vedada a previsão da cláusula del credere. Ou seja,
não podem as partes avençar a hipótese de responsabilidade solidária envolvendo
representante e representado.
Aula 3 (13.03)
Contratos de distribuição (gênero)
1. Contrato de comissão
Esse contrato surgiu da impossibilidade de comerciantes praticarem pessoalmente suas
operações em outras praças, de modo que o comissário é longa manus do comitente num
determinado mercado.
Definição: Pelo contrato de comissão, um dos contraentes (comissário) obriga-se a realizar
negócios em favor do outro (comitente), segundo instruções deste, porém em nome próprio. O
comissário obriga-se, portanto, perante terceiros em seu próprio nome, figurando no contrato
como parte. Neste, em geral, não consta o nome do comitente, porque o comissário age em
nome próprio. Nada impede, contudo, que venha a constar, por conveniência de melhor
divulgação do produto e incrementação dos negócios.
Costuma-se chamar esse contrato de mandato sem representação, inclusive para
Humberto Theodoro Junior:
“É, pois, um contrato em que se estabelece um mandato, mas que com
este não se confunde porque, a despeito de haver cometimento de
encargo a terceiro para que pratique ato ou celebre contrato em benefício
do mandante, não agirá o comissário em nome do comitente, mas em
seu próprio nome. Diz-se correntemente que se trata de um mandato
sem representação, justamente porque não tem poderes o comissário de
obrigar a pessoa do comitente perante terceiros. Pode-se conceituá-lo,
pois, como uma modalidade excepcional de mandato que autoriza o
comissário a agir em se próprio nome e sob sua exclusiva
responsabilidade”.
Responsabilidade
Por tratar dos interesses do comitente, o comissário deve agir de acordo com suas ordens e
instruções, devendo agir com cuidado e diligência, tanto para evitar-lhe prejuízos como para, e
principalmente, proporcionar o lucro e/ou o objetivo para o qual foi contratado.
A exceção ocorreu quando há pactuação prévia de cláusula del credere, que torna o comissário
responsável solidário (perante o comitente) das obrigações contraídas pelas pessoas por ele
contratadas, o que garante dessa maneira a execução do contrato, no todo ou em parte. Como
se afigura maior risco assumido, normalmente o comissário faz jus, nesses casos, a um
acréscimo na remuneração (comissão).
2. Contrato de consignação /estimatório
Partes: Consignante (dono da coisa) e consignatário (recebe a posse da coisa para vender a
terceiro)
Objeto : bem móvel e infungível. Precisa ser móvel, pois os requisitos para alienação de
imóvel não permitem que alguém na posse possa vendê-lo.
Funcionamento:
Consignante - dono da coisa, a entrega para o consignatário e estabelece preço mínimo de
estima (mínimo que aceitará receber no final)
Consignatário - recebe a posse do bem e tenta vendê-la para terceiro por preço maior do que o
exigido pelo consignante. Se ao final do prazo ajustado não conseguir, tem duas alternativas
pagar um preço ajustado previamente ou restituir as coisas consignadas.
Com o contrato de consignação, o consignatário não vira dono do bem, por isso que tais bens
não poderão ser atingidos por seus credores. Se ao final do prazo, o consignatário resolver
pagar o preço e ficar com a coisa, aí ela vira sua e pode ser atingida (art. 536).
No entanto, o consignante que embora seja o dono, não pode dispor da coisa enquanto ela
estiver com o consignatário (art. 537).
Controvérsia doutrinária 2: Quanto o bem é vendido, ele passa diretamente do patrimônio do
consignante para o comprador? Doutrina majoritária entende que sim, o que significa que
quando a venda é concretizada, o bem não chega a passar para o patrimônio do consignatário.
Professora Vera Helena, entende que no momento da venda o bem ingressa no patrimônio do
consignatário e daí vai imediatamente para o patrimônio do comprador. A consequência dessa
controvérsia se dá na esfera tributária (ex: ICMS).
O consignante não pode exigir que o consignatário venda a coisa, pode apenas exigir a
devolução do bem ou o pagamento do preço.
Exemplo: jornal e bancas de jornais - A empresa faz o jornal, imprime e entrega para várias
bancas de jornal na cidade. O consignante (no caso, o Estadão) que vai determinar o preço. No
fim do dia, o consignatário (o jornaleiro) apura quantas edições ele vendeu e quantas ele não
vendeu. Para as edições vendidas, o consignatário pagará um preço estipulado previamente. Já
as que ele não vendeu, serão restituídas ao consignante, de modo que ele é quem assume a
totalidade do ônus de vendas frustradas. O consignatário vai auferir lucro da diferença de valor
entre o preço pago ao consignante e o preço de capa do material.
3. Contrato de concessão
A doutrina diverge sobre a possibilidade de utilização do contrato de concessão para setores
variados da economia. Doutrina que nega essa possibilidade afirma que o contrato de
concessão tem contornos que entram em conflito com os dispositivos constitucionais acerca
de livre iniciativa (art. 170,CF), em razão das cláusulas de exclusividade (em uma zona e de
contratar entre si). Portanto, a lei de concessão automobilística seria uma exceção à regra geral
e por isso deve ser interpretado restritivamente e não ser generalizado para outros setores.
Partes: O concedente vende o bem ao concessionário que em seguida revende o bem ao
consumidor final.
O concessionário usa a marca do concedente, mas age em nome próprio e por conta própria.
Essa característica é o que distingue tal contrato dos demais de colaboração como mandato,
comissão, agência, distribuição e corretagem.
Ônus da venda frustrada é da concessionária, pois ela adquire os bens para posterior revenda,
não havendo nenhum tipo de restituição .
Especifica o objeto, apontando que a lei trata da comercialização de veículos automotores, de
via terrestre. A lei também fixa área operacional e distâncias mínimas entre estabelecimentos
de concessionários da mesma rede, o que pode ser considerado uma derrogação de questões
concorrenciais.
Observação: para alguns doutrinadores o contrato de concessão corresponde ao contrato de
distribuição (espécie).
4. Contrato de franquia (lei nº 8.955/94)
O apogeu do mecanismo ocorreu no pós 2ª Guerra quando do retorno das tropas aos EUA e a
busca de recolocação no mercado por parte dos soldados americanos. A franquia teve papel de
colocação para quem não tinha experiência mercantil e que queria empreender.
Esse contrato parece um misto de fornecimento com trespasse de direitos intelectuais.
Entretanto, é mais do que um mero fornecimento. Franquia exige um treinamento,
acompanhamento, compartilhamento de know-how, fiscalização, suporte etc. Por isso, pode até
haver elementos de um contrato de fornecimento no contrato de franquia, é mais amplo.
A franquia pode ser montada para comercialização de produtos e serviços. Esse arranjo está
presente nos mais diversos setores como uma rede de lanchonete, um curso de línguas, um
hotel, por exemplo.
No Brasil esse contrato começou a ficar conhecido somente na segunda metade do século XX.
Em oposição ao contrato de concessão, na franquia pressupõe exclusividade ou
semi-exclusividade. Franqueador pode concorrer com o franqueado no território do franqueado;
É importante destacar que esse contrato não reflete uma relação trabalhista, embora na prática,
muitas vezes o franqueador é quase um “gerente” e o franqueado é quase um “empregado” do
franqueador. Entretanto, o legislador brasileiro rechaça a possibilidade de incidência trabalhista
sobre essa relação;
O controle do franqueador sobre o franqueado costuma ser rígido, pois em todo momento,
estamos negociando com o franqueado, mas a aparência é de negociar com o franqueador,
pois na loja tem lá o seu nome bem grande. Então o franqueador é rígido para manter um
padrão de qualidade e não comprometer a rede.
Aula 4 (20.03)
Discussão de jurisprudência
Resumo da Ação
New Service (distribuidora) ajuizou ação de indenização decorrente da ruptura unilateral e
imotivada do contrato de distribuição de bebidas por parte da AMBEV.
Narrou que mantinha contrato de revenda e distribuição de bebidas com a recorrente desde
1985; contudo, em 20 de março de 1995, referida relação contratual fora unilateralmente
rescindida por esta, sem apresentar qualquer justificativa para a não renovação do contrato,
cujo 2º período de prorrogação encerrar-se-ia em 20 de novembro de 1995.
Em virtude da ruptura contratual, sofreu vários prejuízos decorrentes da suspensão do
fornecimento das bebidas e do elevado investimento feito para atender às condições do
contrato.
A sentença julgou procedente em parte o pedido para condenar a ré, fabricante do produto, ao
pagamento de indenização correspondente ao valor das últimas compras realizadas pela
autora, revendedora e distribuidora, referente ao período anterior a doze meses da notificação.
- O poder de resilir é exercido mediante declaração de vontade da parte a quem o
contrato não mais interessa. Costuma-se designá-la pelo nome denúncia. O doutrinador
Orlando Gomes aponta que "em princípio, a denúncia não precisa ser justificada. Meio
lícito de pôr termo ao contrato por tempo indeterminado, sabem as partes que, em
qualquer momento, pode ser desfeito mediante simples declaração unilateral de vontade,
mas em certos contratos exige-se que obedeça à justa causa.”
- Código Civil suspende a eficácia da resilição unilateral nas hipóteses em que uma das
partes tenha efetuado investimentos consideráveis por acreditar na estabilidade da
relação contratual.
- No caso, a resolução do contrato de distribuição de bebidas de marca
nacionalmente conhecida, após anos de investimento da distribuidora, tornando
a fabricante, ora recorrente, beneficiária de todo o trabalho desenvolvido pela
recorrida, sem possibilidade desta reaver o valor despendido durante todos
esses anos para construção de seu mercado, gera a obrigação da recorrente de
indenizar os prejuízos daí decorrentes.
- Princípios aplicáveis:
- Princípio da b
oa-fé objetiva sempre esteve incorporado na teoria geral dos
contratos, estribado na eticidade e lealdade das partes contratantes
- A par deste, aplica-se outro princípio. Um que vigora há muito, ou seja, o princípio
"duty to mítigate the loss", ou mitigação do prejuízo pelo próprio credor, ou não
oneração do devedor a causar-lhe maior prejuíz
- Tendo em mente o princípio da boa fé objetiva e de mitigação do prejuízo:
Comentário do professor:
A linha decisória pela qual o des. Se guiou foi a boa fé objetiva, ele trata do assunto como se
fosse um “contrato de Tício e Caio” . Em nenhum momento levanta linha de raciocínio levando
em consideração se tratar de um contrato entre corporações com assimetria econômica.
Segundo o professor, a jurisprudência e os tribunais brasileiros ainda estão atrasados na
matéria de contratos empresariais. Temos um padrão de solução de conflitos baseado na
simetria entre as partes, usando normas de direito civil quando as partes são particulares e
normas de direito comercial quando temos duas empresas de igual porte. Temos também a
perspectiva da assimetria, materializada sobretudo em relações consumeristas. No entanto,
não temos um modelo que resolva conflitos empresariais quando as partes têm portes
distintos e portanto, verifica-se uma assimetria entre elas.
Aula 5 (27.03)
Contratos que visam ao fomento / financiamento da atividade mercantil
1. Factoring
Conceito: É um contrato em que um empresário (faturizado) transfere a uma instituição
financeira (faturizadora) as atribuições referentes à administração do seu crédito. O
instrumento pode envolver também a antecipação destes créditos ao empresário. Trata-se,
portanto, de uma técnica de gestão comercial, caracterizada exploração de atividade de
prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção
e riscos, administração de contas a pagar e a receber, e compras de direitos creditórios
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços. A faturização tem
muita utilidade para pequenas e médias empresas com dificuldade de capital de giro.
- Caso de pequenas e médias sociedades precisarem uma injeção de capital, pode ser
considerado um contrato de “financiamento” / fomento;
- Vantagem com relação ao empréstimo: nem sempre essas instituições financeiras têm
interesse em fazer contrato com essas empresas menores. Também poderia emitir
ações e/ou debêntures para se capitalizar. Mas também muitas vezes a empresa não
tem porte para tal.
- A questão da assessoria é um grande diferencial: quando o faturizador, a posteriori,
escolhe determinados recebíveis, no fim das contas, ele está mostrando ao faturizado
quais são os bons e quais são os maus pagadores;
Exemplo: uma pequena empresa desenvolve sua atividade, vendendo seus produtos e/ou
serviços. No entanto, na gestão dessa atividade acaba recebendo ao invés de dinheiro, cheques
e outros títulos de créditos que ela não consegue converter em dinheiro imediatamente. Para
transformar em dinheiro recorrer ao factoring, que além disso, auxilia a empresa na gestão de
seus recursos.
Tal operação de conversão de títulos de crédito em dinheiro em caixa, até poderia ser feita por
um banco comum, mas nesse caso, ele pega todos os título de crédito e caso haja não
pagamento em algum, o banco cobra da empresa que os desconto. No caso do factoring, a
faturizadora escolhe quais papéis ela vai assumir; e, no caso dos escolhidos, ele vai responder
ele próprio no caso de não pagamento;
- Não há possibilidade de ação regressiva do faturizador frente ao faturizado no caso de
não conseguir descontar o papel;
“É um contrato pelo qual uma pessoa jurídica ou física, pretendendo
utilizar determinado equipamento, comercial ou industrial, ou certo
imóvel, consegue que uma instituição financeira o adquira, arrendando-o
ao interessado por tempo determinado, possibilitando-se ao arrendatário,
findo tal prazo, optar entre a devolução do bem arrendado mediante um
preço residual, previamente fixado no contrato, isto é, o que fica após a
dedução das prestações até então pagas. Trata-se do financial leasing,
norte americano e do c reditbail dos franceses.”
Esse modelo surge nos EUA no contexto da Segunda Guerra Mundial quando havia necessidade
de grande produção de armamentos e produtos bélicos. As nações aliadas recebiam os
armamentos americanos na modelagem leasing, ou seja, ao final do conflito, aliados teriam que
escolher entre devolver o equipamento ou adquiri-los.
No Brasil, essa matéria é tratada nas leis 6.099/74 e 7.132/83, que se debruçam mais sobre
aspectos tributários.
O leasing costuma ser interessante para aquisição de equipamentos como veículos, máquina
aeronaves, plataformas de petróleo…..
Leasing financeiro
Essa é a forma mais comum de arrendamento mercantil, também chamada de leasing puro.
Neste formato, uma empresa de leasing (arrendadora) pactua com uma pessoa física ou
jurídica (arrendatário) a compra de um bem escolhido pelo último e transfere-lhe a posse por
um período pré-determinado mediante o pagamento de contraprestações. O valor destas
contraprestações serão suficientes para a recuperação do custo do bem e do retorno
investimento da arrendadora. Neste formato de contrato, todos os riscos e custos com o bem
correm por conta do arrendatário, ou seja, durante o contrato, qualquer despesa e prejuízo por
ventura existente ficam a cargo do cliente.
Os contratos de leasing financeiro devem obedecer ao prazo mínimo de 02 (dois) anos
quando tratar o arrendamento de bens com vida útil igual ou inferior a 05 (cinco) anos, por
exemplo um carro, e de 03 (três) anos para os demais arrendamentos, por exemplo, imóveis.
Para que não pairassem dúvidas, a lei 6.099, em seu artigo 12, §1º, tratou de definir o que se
entende por vida útil, vejamos:
§ 1º Entende-se por vida útil do bem o prazo durante o qual se possa
esperar a sua efetiva utilização econômica.
Ao final do contrato, o arrendatário poderá optar por três opções, devolver o bem, renovar o
arrendamento ou comprá-lo, quanto à opção de compra ao final do contrato, as partes
pactuarão livremente o referido valor. Há nesta opção de leasing a figura do Valor Residual
Garantido ou VRG.
.
Justamente não se trata de locação, pois ao final do contrato de prazo determinado,
necessariamente há essas três situações (renovar, restituir ou adquirir), que não ocorre no
contrato de locação.
Leasing operacional
Lease-back
O leasing de retorno, ou lease back, é aquele em que uma empresa aliena um bem,
móvel ou imóvel, a outra empresa. Posteriormente, está irá arrendar o bem à primeira.
Desta forma, esta, além de ampliar o seu capital de giro, possui o uso e gozo do bem e,
findo o contato, poderá readquiri-lo, mediante a compra pelo preço residual.
- A venda com reserva de domínio nada mais é uma venda com uma cláusula que
estabelece que vendedor tem a garantia da propriedade da coisa móvel vendida
a prazo até que seja efetuado o pagamento integral do preço, momento em que
será transferida a propriedade. Com isso, o comprador possui somente a posse
daquele bem, mantendo-se o domínio reservado ao vendedor até o pagamento
integral negociado.
Professor diz que essa modelagem é comum para concretizar um projeto complicado, que
exige tecnologia de ponta e muito investimento. A lógica é que nestes projetos, nem empresas
grandes conseguiriam dar conta sozinhas (professor cita o caso de uma barragem enorme no
meio da floresta amazônica, sem acesso via estrada).
Nestes casos montar uma sociedade seria um mecanismo muito rígido, pois envolve uma
aliança mais duradoura entre as empresas, que neste caso querem se manter separadas, pois
em outros negócios paralelos elas atuam isoladamente. Além disso, a opção pela sociedade é
uma saída agressiva, pois exige o take over de uma empresa pela outra.
Desse modo, a assinatura de um contrato pode ser uma saída interessante porque é uma
organização voltada para o atingimento de um objetivo pré determinado. O consórcio é mais
simples porque ele é simplesmente um contrato, não constitui personalidade jurídica própria e,
além disso, os consorciados somente se obrigam nos termos do contrato, sem presunção de
solidariedade. Inclusive, a falência de uma das consorciadas não comunica às outras, o
negócio continua sendo tocado.
Além disso, em razão da própria ausência de personalidade jurídica, a aquisição de bens,
contratação de serviços e de funcionários são feitas pelas concessionárias e posteriormente é
feito o rateio entre elas
Trata-se de um ajuste entre empresas que pode combinar recursos financeiros e técnica e que
pode vir a criar uma personalidade jurídica, se as empresas tiverem seus objetivos alinhados.
Entre as motivações que fazem parte do conceito de joint venture podemos citar a superação
de barreiras em um novo mercado a ser explorado, os benefícios no desenvolvimento e
aquisição de novas tecnologias, a expansão de atividades em comum e a competição mais
eficiente no mercado.
Um dos pontos mais sensíveis é o trespasse de tecnologia e por isso uma grande confiança é
necessária entre as partes. Inclusive é comum acrescentar cláusulas de confidencialidade/
sigilo da tecnologia e segredos industriais compartilhados.