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Contratos Empresariais  
 
Aula 1 (20.02) - Não fui  
Revisão contratos em espécie  
Introdução aos contratos empresariais  
 

Aula 2 (27.02) - Contratos de intermediação  


Nos  contratos  de  intermediação  o  intermediador aproxima os produtores aos interessados. Em 
geral  esses  contratos  têm  um  caráter  regional  a  fim  de  que  o  produtor possa atingir mercados 
sem  precisar  montar  uma  estrutura  própria  (e  consequentemente  agregar  custos).  Os 
intermediários são os agentes e os representantes comerciais.  

Contrato de agência e de distribuição (art. 710 a 721, CC) 

Art.  710.  Pelo  contrato  de  agência,  uma  pessoa  assume,  em  caráter  não 
eventual  e  sem  vínculos  de  dependência,  a  obrigação  de  promover,  à 
conta  de  outra,  mediante  retribuição, a realização de certos negócios, em 
zona  determinada,  caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver 
à sua disposição a coisa a ser negociada. 

Parágrafo  único.  O  proponente  pode conferir poderes ao agente para que 


este o represente na conclusão dos contratos. 

Configura-se,  portanto,  o  contrato  de  agência  quando  uma  pessoa  assume,  com  autonomia,  a 
obrigação  de  promover  habitualmente​,  por conta de outra, mediante remuneração, a ​realização 
de  certos  negócios,  em  zona  determinada​.  O  contrato  de  distribuição  somente se distingue do 
de agência na medida em que ​nele a coisa a ser negociada estiver à disposição do agente​.  

Quando  ocorre  a  situação  prevista  no  parágrafo  único,  em  que  o  proponente  confere  poderes 
ao  agente  para  que  este  o  represente  na  conclusão  dos  contratos,  configura-se  o  contrato  de 
representação  comercial  autônoma  (regido  pela  lei  nº  4.886/65),  neste  as  partes 
necessariamente serão empresárias.  

 
 

Art.  721.  Aplicam-se  ao  contrato  de  agência  e  distribuição,  no  que 
couber,  as  regras  concernentes  ao  mandato  e  à  comissão  e  as 
constantes de lei especial. 

A  expressão  “no  que  couber”  indica  que  se  trata  de  uma  ​aplicação  subsidiária​, preponderando 
as  normas  específicas  traçadas no novo diploma para os contratos de agência e distribuição. O 
agente  atua  como  promotor  de  negócios  em  favor  de  uma  ou  mais  empresas,  em 
determinadas  praças​.  Não  é  corretor,  porque  não  efetua  a  conclusão  dos  negócios  jurídicos. 
Não  é  mandatário,  nem  procurador,  tampouco  empregado  ou  prestador  de  serviço  no  sentido 
técnico.  ​Fomenta  o  negócio  do  agenciado,  mas  não  o  representa,  nem com ele possui vínculo 
trabalhista. Efetua a coleta de propostas ou pedidos para transmití-los ao representado.  

Características do contrato 

- Relação  de  ​independência  hierárquica  entre  representante  e  representado,  pois 


aquele  age  com  autonomia  na  organização  do  seu  negócio  e  na  promoção  dos 
negócios  do  últimos,  embora  deva  cumprir  programas  e  instruções  do 
preponente.  
- Prática  não  eventual  da  atividade  em  prol  do  representado.  A  atividade  do 
agente  não  se  limita  a  determinado  negócio,  mas  a  uma  atuação  habitual,  de 
modo que se estabeleça vínculo duradouro entre as partes. 
- Intermediação  e  promoção  de  negócios  de  interesse  do  representado​,  que  são 
realizados à conta deste.  
- Pagamento de uma remuneração ​ou retribuição dos serviços agenciados.  
- Delimitação  da  zona  onde  os  serviços  são  prestados  (agente  pratica  seus 
serviços dentro de um território) 

  Agente  Agenciado 

Direitos  1. Exclusividade territorial  1. Retenção do pagamento por resilição 


2. Receber remuneração  contratual do agente para garantia do 
3.  Indenização se o proponente, sem  ressarcimento que for devido 
justa  causa,  cessar  os  2. Exigir prestação de contas 
fornecimentos  ou  reduzi-los  3. Outorgar poderes ao agente para que 
tornando  a  manutenção  do  contrato  ele feche contratos  
antieconômica   

 
 

Obrigação  1. Seguir instruções do agenciado   1. Remunerar os serviço promovidos 


2. Não assumir, na mesma zona,  pelo agente  
negócios de outros proponentes   2. Não constituir mais de um agente na 
3. Prestar contas  mesma zona  
3. Indenizar o agente se cessar, sem 
justa causa, o atendimento das 
propostas.  
 
 
Contrato de representação comercial (Lei nº 4.886/65 a Lei nº 8.420/92) 
 

Representação  Comercial  é  um  contrato  em  que  uma  das  partes  se  obriga  a  promover  a 
realização de negócios por conta de outra, agenciando pedidos para ela.  

Ao  analisar  os  contratos  de  Agência,  Distribuição  e Representação Comercial, uma parcela dos 


autores  considera  mínimas  as  diferenças  entre  eles,  ou  que  estas  nem  mesmo  existem,  como 
sustenta Washington de Barros Monteiro.  

Mas  por  outro  lado,  grande  parte  da  doutrina  visualiza  a  diferença  entre  os  institutos,  tendo 
como  fator  determinante  a  conclusão  do  negócio,  ou  não, por quem faz a intermediação, como 
leciona Silvio de Salvo Venosa: 

“O  representante  comercial  é  mais  do  que  um  agente  porque  seus 
poderes  são  mais  extensos.  O  agente  prepara  o  negócio  em  favor  do 
agenciado;  não  o  conclui  necessariamente.  O  representante  deve 
conclui-lo.”  (“Direito  Civil:  contratos  em  espécie”,  vol.  III,  13ª  ed.,  São 
Paulo, Atlas, 2012, p. 560). 
 

Segundo  Balmes,  existe  distinção  entre  agência  e  representação  comercial,  pois  o  primeiro 
abrange  mais  situações  (ex.  agentes  de  atletas  ou  de  artistas),  é  qualquer  contrato  firmado 
com  pessoa  que  exerça  a  intermediação  com  habitualidade.  Além  disso,  a  representação 
comercial  limita  a  atividade  do  agente  à  promoção  de  “negócios  mercantis”  (art.  1º  da  Lei 
4.886/1965),  ao  passo  que  para  o  agente  ou  distribuidor  a  lei  prevê  que  o  distribuidor  atue  na 
promoção de “certos negócios (art. 710 do CC).  
 

 
 

A  representação comercial tem regras próprias, inclusive porque é um diploma regido em lei 
específica.  Entre  as  particularidades,  destaca-se  a  necessidade  de  registro  próprio  para  o 
representante comercial. 

É  importante  salientar  que  não  há  no  contrato  de  representação  a  ​compra  e  venda  para 
revenda.  Trata-de  ​"mediação  para  a  realização  de  negócios  mercantis,  agenciando propostas ou 
pedidos,  para  transmiti-los  aos  representados"​.  O  representante  ​apenas  encontra  pessoas 
interessadas  nos  produtos  do  representado  e  encaminha  para  este  os  pedidos,  ou  seja,  não 
tem  poderes  para  concluir  a  negociação  em  nome  do  representado​.  Deste  modo,  cabe  ao 
representado  aprovar  ou não os pedidos de compra obtidos pelo representante. Diferentemente 
da  representação  comercial, no mandato, o mandatário recebe poderes para negociar em nome 
do mandante. 

No  contrato  de  representação  comercial,  é  vedada  a  previsão  da  cláusula  del  credere.  Ou seja, 
não  podem  as  partes  avençar  a  hipótese  de  responsabilidade  solidária  envolvendo 
representante e representado. 
 
 
Aula 3 (13.03) 
 
Contratos de distribuição (gênero) 
 
1. Contrato de comissão  

Esse  contrato  surgiu  da  impossibilidade  de  comerciantes  praticarem  pessoalmente  suas 
operações  em  outras  praças,  de  modo  que  o  comissário  é  ​longa  manus  do  comitente  num 
determinado mercado. 

Definição:  ​Pelo  contrato  de  comissão,  um  dos  contraentes  (comissário)  obriga-se  a  realizar 
negócios  em  favor  do  outro  (comitente),  ​segundo  instruções ​deste, porém ​em nome próprio​. O 
comissário  obriga-se,  portanto,  perante  terceiros  em  seu  próprio  nome,  figurando  no  contrato 
como  parte.  Neste,  em  geral,  ​não  consta  o  nome  do  comitent​e,  porque  o  comissário  age  em 
nome  próprio.  Nada  impede,  contudo,  que  venha  a  constar,  por  conveniência  de  melhor 
divulgação do produto e incrementação dos negócios. 

 
 

Costuma-se  chamar  esse  contrato  de  ​mandato  sem  representação,  ​inclusive  para 
Humberto Theodoro Junior: 

“É,  pois,  um  contrato  em  que  ​se  estabelece  um  mandato,  mas  que  com 
este  não  se  confunde  ​porque,  a  despeito  de  haver  cometimento  de 
encargo  a terceiro para que pratique ato ou celebre contrato em benefício 
do  mandante,  ​não  agirá  o  comissário  em  nome  do  comitente,  mas  em 
seu  próprio  nome​.  Diz-se  correntemente  que  se  trata  de  um  ​mandato 
sem  representação​,  justamente porque não tem poderes o comissário de 
obrigar  a  pessoa  do  comitente  perante  terceiros.  Pode-se  conceituá-lo, 
pois,  como  uma  modalidade  excepcional  de  mandato  que  autoriza  o 
comissário  a  agir  em  se  próprio  nome  e  sob  sua  exclusiva 
responsabilidade”.  

Responsabilidade  

Por  tratar  dos  interesses  do  comitente,  o  comissário  deve  ​agir  de  acordo  com  suas  ordens  e 
instruções​,  devendo  agir  com  cuidado  e  diligência,  tanto  para  evitar-lhe  prejuízos  como  para, e 
principalmente, proporcionar o lucro e/ou o objetivo para o qual foi contratado.  

Se  apesar  de  toda  cautela  e  diligência  do  comissário  ocorrer um fortuito ou a frustração de um 


não pagamento, esse ​ônus ficará para o comitente​. 

A  exceção  ocorreu quando há pactuação prévia de ​cláusula del credere​, que torna o ​comissário 
responsável  solidário  (perante  o  comitente)  das  obrigações  contraídas  pelas  pessoas  por  ele 
contratadas,  o  que  garante  dessa  maneira  a  execução  do  contrato, no todo ou em parte. Como 
se  afigura  maior  risco  assumido,  normalmente  o  comissário  faz  jus,  nesses  casos,  a  um 
acréscimo na remuneração (comissão). 
 
2. Contrato de consignação /estimatório 
 

Art. 534 - Contrato estimatório ou de consignação  

Partes: Consignante (dono da coisa) e consignatário (recebe a posse da coisa para vender a 
terceiro) 

 
 

Objeto : bem móvel e infungível. Precisa ser móvel, pois os requisitos para alienação de 
imóvel não permitem que alguém na posse possa vendê-lo. 

Funcionamento:  

Consignante - dono da coisa, a entrega para o consignatário e estabelece preço mínimo de 
estima (mínimo que aceitará receber no final)  

Consignatário  -  recebe  a  ​posse  do  bem  ​e  tenta  vendê-la  para  terceiro por preço maior do que o 
exigido  pelo  consignante.  Se  ao  final  do  prazo  ajustado  não  conseguir,  tem  duas  alternativas 
pagar um preço ajustado previamente ou restituir as coisas consignadas.  

Com  o  contrato  de  consignação,  o  consignatário  não  vira  dono  do  bem,  por  isso  que  tais bens 
não  poderão  ser  atingidos  por  seus  credores.  Se  ao  final  do  prazo,  o  consignatário  resolver 
pagar o preço e ficar com a coisa, aí ela vira sua e pode ser atingida (art. 536). 

No  entanto,  o  consignante  que  embora  seja  o  dono,  não  pode  dispor  da  coisa  enquanto  ela 
estiver com o consignatário (art. 537).  

Controvérsia  doutrinária  1:  o  Stj e doutrina majoritária apontam que a ​natureza da obrigação do 


consignatário  é  alternativa,  pois  ao  final  do  prazo  ele  pode escolher restituir a coisa ou pagar o 
preço.  Mas  uma  parte  entende  que  se  trata  de  uma  obrigação  facultativa,  a  verdadeira 
obrigação  é  de  devolver  a  coisa,  mas  se  exonera  se  ao  invés  disso  preferir  pagar  o  preço 
estimado.  

Controvérsia  doutrinária  2:  Quanto  o  bem  é  vendido,  ele  passa  diretamente  do  patrimônio  do 
consignante  para  o  comprador?  Doutrina  majoritária  entende  que  sim,  o  que  significa  que 
quando  a  venda  é  concretizada,  o  bem  não  chega a passar para o patrimônio do consignatário. 
Professora  Vera  Helena,  entende  que  no  momento  da  venda  o  bem  ingressa  no  patrimônio  do 
consignatário  e  daí  vai  imediatamente para o patrimônio do comprador.  A consequência dessa 
controvérsia se dá na esfera tributária (ex: ICMS).  

O  consignante  não  pode  exigir  que  o  consignatário  venda  a  coisa,  pode  apenas  exigir  a 
devolução do bem ou o pagamento do preço.  

 
 

O  consignatário  é  obrigado  a  pagar  o  preço se a coisa perecer ainda se por caso fortuito ou 


força  maior  (art.  535,  CC).  Uma  ressalva  importante  é  se o consignatário já recebeu a coisa 
com vícios redibitórios (escondidos).  

Exemplo:  jornal  e  bancas  de  jornais  -  A  empresa  faz  o  jornal,  imprime  e  entrega  para  várias 
bancas  de  jornal  na  cidade.  O  consignante  (no  caso,  o Estadão) que vai determinar o preço. No 
fim  do  dia,  o  consignatário  (o  jornaleiro)  apura  quantas  edições  ele  vendeu  e  quantas  ele  não 
vendeu.  Para  as edições vendidas, o consignatário pagará um preço estipulado previamente. Já 
as  que  ele  não  vendeu,  serão  restituídas  ao  consignante,  de  modo  que  ele  é  quem  assume  a 
totalidade  do  ônus  de  vendas  frustradas.  O  consignatário  vai auferir lucro da diferença de valor 
entre o preço pago ao consignante e o preço de capa do material. 

 
3. Contrato de concessão  
 

Definição  segundo  Fábio  Ulhoa  coelho:  “Concessão  é  a  colaboração  empresarial  por 


intermediação  em  que  um  dos  empresários  contratantes  (concessionário)  se  obriga  a 
comercializar  os  produtos  do  outro  (concedente).  É  comum,  nesse  contrato,  que  o 
concessionário  preste  serviços  de  assistência  técnica  aos  consumidores  ou  adquirentes.  Em 
geral,  é  contrato  atípico.  A  concessão  para  a  comercialização  de  veículos  automotores 
terrestres, contudo, é típica e encontra-se regida pela chamada Lei Ferrari”. 

A  doutrina  diverge  sobre  a  possibilidade  de  utilização  do  contrato  de  concessão  para  setores 
variados  da  economia.  Doutrina  que  nega  essa  possibilidade  afirma  que  o  contrato  de 
concessão  tem  contornos  que  entram  em  conflito  com  os  dispositivos  constitucionais  acerca 
de  livre  iniciativa  (art.  170,CF),  em  razão  das  cláusulas  de  exclusividade  (em  uma  zona  e  de 
contratar  entre si). Portanto, a lei de concessão automobilística seria uma exceção à regra geral 
e por isso deve ser interpretado restritivamente e não ser generalizado para outros setores.  

Partes:  O  concedente  vende  o  bem  ao  concessionário  que  em  seguida  revende  o  bem  ao 
consumidor final.  

O  concessionário  usa  a  marca  do  concedente,  mas  age  em  nome  próprio  e  por  conta  própria. 
Essa  característica  é  o  que  distingue  tal  contrato  dos  demais  de  colaboração  como  mandato, 
comissão, agência, distribuição e corretagem.   

 
 

Objeto:  Comercialização  de  veículos  automotores,  implementos  e  componentes  fabricados 


ou  fornecidos  pelo  produtor   +  prestação de assistência técnica a esses produtos, inclusive 
quanto  ao  seu  atendimento  em  garantia  ou  revisão  +  uso  gratuito  da  marca  do  concedente  de 
veículos automotores. 

Ônus  da  venda  frustrada  é  da  concessionária,  pois  ela  adquire  os  bens  para  posterior revenda, 
não havendo nenhum tipo de restituição .  

Lei 6.729/1979 - Lei Ferrari 

Especifica  o  objeto,  apontando  que  a  lei  trata  da  comercialização  de  veículos  automotores,  de 
via  terrestre.  A  lei  também  fixa  área  operacional  e  ​distâncias mínimas entre estabelecimentos
de concessionários da mesma rede​,  o  que  pode  ser  considerado  uma  derrogação  de questões 
concorrenciais.  

Lei  8.132/1990  -  atualizou  a  lei  de  1979,  sendo  que  uma das grandes alterações foi retirar uma 


restrição  relacionada  ao  preço  final  para  o  consumidor,  disposto  no  art.  13:  “É  livre  o  preço  de 
venda  do  concessionário  ao  consumidor,  relativamente  aos  bens  e  serviços  objeto  da 
concessão dela decorrentes.” 

Observação:  ​para  alguns  doutrinadores  o  contrato  de  concessão  corresponde  ao  contrato  de 
distribuição (espécie). 

 
4. Contrato de franquia (lei nº 8.955/94) 
 

Por definição do artigo 2º da Lei 8.9555/94: 

“Franquia  empresarial  é  o  sistema  pelo  qual  um  franqueador  cede  ao 


franqueado  o  direito  de  uso de marca ou patente, associado ao direito de 
distribuição  exclusiva  ou  semi-exclusiva  de  produtos  ou  serviços  e, 
eventualmente,  também  ao  direito de uso de tecnologia de implantação e 
administração  de  negócio  ou  sistema  operacional  desenvolvidos  ou 
detidos  pelo  franqueador,  mediante  remuneração  direta  ou  indireta,  sem 
que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício.” 

 
 

Esse  contrato  foi  criado nos EUA no século XIX com a empresa Singer Sewing Machine, que 


criou  o  que  se  resolveu  denominar  de  Lojas  Singer,  convocando  alguns  comerciantes 
independentes  e  oferecendo-lhes  uma  série  de  franquias  para  que  eles,  utilizando  a  marca 
SINGER  passassem  a  comercializar  os  produtos  da  marca,  em  lojas  por  eles  próprios 
implantadas,  as  suas  próprias  expensas,  seguindo  um  padrão  único  de arquitetura interior e de 
utilização  da  marca,  e,  por  fim,  comprando,  com  seu  próprio  capital,  os  produtos  que  iriam 
revender mais tarde. 

O  apogeu  do  mecanismo  ocorreu  no  pós  2ª  Guerra  quando  do  retorno  das  tropas  aos  EUA  e a 
busca  de recolocação no mercado por parte dos soldados americanos. A franquia teve papel de 
colocação para quem não tinha experiência mercantil e que queria empreender.  

Esse  contrato  parece  um  misto  de  fornecimento  com  trespasse  de  direitos  intelectuais. 
Entretanto,  é  mais  do  que  um  mero  fornecimento.  Franquia  exige  um  treinamento, 
acompanhamento,  compartilhamento de know-how, fiscalização, suporte etc. Por isso, pode até 
haver elementos de um contrato de fornecimento no contrato de franquia, é mais amplo.  

LICENCIAMENTO  DE  DIREITOS  INTELECTUAIS.  Marcas,  sobretudo  com  patentes.  Esses 


contratos  de  franquia  têm  que  ser  registrados/averbados  no  INPI  para  traduzir  esse  trespasse 
de  direitos  intelectuais.  Vale  destacar  que  o  trade dress é um aspecto relevante neste contrato, 
pois envolve a maneira como a empresa aparenta no mercado.  

A  franquia  pode  ser  montada  para  comercialização  de  produtos  e  serviços.  Esse  arranjo  está 
presente  nos  mais  diversos  setores  como  uma  rede  de  lanchonete,  um  curso  de  línguas,  um 
hotel, por exemplo. 

No Brasil esse contrato começou a ficar conhecido somente na segunda metade do século XX. 

Em  oposição  ao  contrato  de  concessão,  na  franquia  pressupõe  exclusividade  ou 
semi-exclusividade. Franqueador pode concorrer com o franqueado no território do franqueado; 

É  importante destacar que esse contrato não reflete uma relação trabalhista, embora na prática, 
muitas  vezes  o  franqueador  é  quase  um  “gerente”  e  o  franqueado  é quase um “empregado” do 
franqueador.  Entretanto,  o  legislador brasileiro rechaça a possibilidade de incidência trabalhista 
sobre essa relação; 

 
 

O  controle  do  franqueador  sobre  o  franqueado  costuma  ser  rígido,  pois  em  todo momento, 
estamos  negociando  com  o  franqueado, mas a aparência é de negociar com o franqueador, 
pois  na  loja  tem  lá  o  seu  nome  bem  grande.  Então  o  franqueador  é  rígido  para  manter  um 
padrão de qualidade e não comprometer a rede.  

Um  último  ponto que merece ser destacado é que boa parte da doutrina aponta que no contrato 


de  franquia  há  pressuposto  de  transferência  de  tecnologia  /  conhecimento  /  know  how, 
inclusive  porque  o  art.  3°,  XIV,  da  Lei  da  Franquia,  menciona  especificamente  isso.  Mas,  de 
acordo  com  Balmes,  o  contrato  de  franquia  não  tem  como  característica  principal  a 
transferência  de  tecnologia  e  sim  a  produção  de  uma  mercadoria  e prestação de serviços para 
consumidores,  assim,  para  atender  esse  propósito,  tecnologias  são  transferidas (ex: fábrica da 
Coca Cola no Brasil).  

 
 
 
Aula 4 (20.03) 
 
Discussão de jurisprudência  
 

Apelação n° 991.06.044156-0. 16a Câmara Dir. Privado TJSP (31/08/2010) 

Ambev X New Service   

Resumo da Ação 

New  Service  (distribuidora)  ajuizou  ação  de  indenização  decorrente  da  ruptura  unilateral  e 
imotivada do contrato de distribuição de bebidas por parte da AMBEV.  

Narrou  que  mantinha  contrato  de  revenda  e  distribuição  de  bebidas  com  a  recorrente  desde 
1985;  contudo,  em  20  de  março  de  1995,  referida  relação  contratual  fora  unilateralmente 
rescindida  por  esta,  sem  apresentar  qualquer  justificativa  para  a  não  renovação  do  contrato, 
cujo 2º período de prorrogação encerrar-se-ia em 20 de novembro de 1995. 

 
 

Em  virtude  da  ruptura  contratual,  sofreu  vários  prejuízos  decorrentes  da  suspensão  do 
fornecimento  das  bebidas  e  do  elevado  investimento  feito  para  atender  às  condições  do 
contrato. 

A  sentença  julgou  procedente  em  parte  o  pedido  para  condenar  a  ré,  fabricante  do  produto, ao 
pagamento  de  indenização  correspondente  ao  valor  das  últimas  compras  realizadas  pela 
autora, revendedora e distribuidora, referente ao período anterior a doze meses da notificação. 

A  AMBEV  recorre  alegando  que  não  há ato ilícito a ser reparado, o acórdão nega provimento ao 


recurso, argumentando:  

- O  poder  de  resilir  é  exercido  mediante  declaração  de  vontade  da  parte  a  quem  o 
contrato  não  mais  interessa.  Costuma-se designá-la pelo nome denúncia. O doutrinador 
Orlando  Gomes  aponta  que  ​"em  princípio,  a  denúncia  não  precisa  ser  justificada.  Meio 
lícito  de  pôr  termo  ao  contrato  por  tempo  indeterminado,  sabem  as  partes  que,  em 
qualquer  momento,  pode  ser  desfeito  mediante  simples declaração unilateral de vontade, 
mas em certos contratos exige-se que obedeça à justa causa.” 
- Código  Civil  suspende  a  eficácia  da  resilição  unilateral  nas  hipóteses  em  que  uma  das 
partes  tenha  efetuado  investimentos  consideráveis  por  acreditar  na  estabilidade  da 
relação contratual. 
- No  caso,  a  resolução  do  contrato  de  distribuição  de  bebidas  de  marca 
nacionalmente  conhecida,  após  anos  de  investimento  da  distribuidora, tornando 
a  fabricante,  ora  recorrente,  beneficiária  de  todo  o  trabalho  desenvolvido  pela 
recorrida,  sem  possibilidade  desta  reaver  o  valor  despendido  durante  todos 
esses  anos  para  construção  de  seu  mercado,  gera  a  obrigação da recorrente de 
indenizar os prejuízos daí decorrentes. 
- Princípios aplicáveis:  
- Princípio  da  b
​ oa-fé  objetiva  ​sempre  esteve  incorporado  na  teoria  geral  dos 
contratos, estribado na eticidade e lealdade das partes contratantes 
- A par deste, aplica-se outro princípio. Um que vigora há muito, ou seja, o princípio 
"duty  to  mítigate  the  loss",  ou  mitigação  do  prejuízo  pelo  próprio  credor​,  ou não 
oneração do devedor a causar-lhe maior prejuíz 
- Tendo em mente o princípio da boa fé objetiva e de mitigação do prejuízo:  

 
 

- No  presente  contrato  fora  unilateralmente  e  injustificadamente  rescindido 


pela  recorrente  para  atender  à  conveniência  mecardológica  desta;  contudo, 
ao  assim  agir,  a  recorrente  locupletou-se,  indevidamente,  da  atividade  mercantil 
exercida  pela  recorrida  distribuidora,  na  medida  em  que  assumiu  toda  sua 
clientela  sem  realizar  qualquer  despesa  de  intermediação  para  tanto,  causando 
enorme prejuízo à distrib 
- Portanto  deve  ser  reconhecido  o  direito  à  indenização  uma  vez  que  a  recorrida 
despendeu  tempo,  labor  e,  é  certo,  dinheiro  para  solidificar  seu  negócio  de 
distribuição de bebidas fabricadas pela ré.  

Comentário do professor:  

A  linha  decisória  pela  qual  o  des.  Se  guiou  foi  a  boa  fé  objetiva,  ele  trata  do  assunto  como  se 
fosse  um  “contrato  de  Tício  e  Caio”  .  Em  nenhum  momento  levanta  linha de raciocínio levando 
em consideração se tratar de um contrato entre corporações com assimetria econômica.  

Segundo  o  professor,  a  jurisprudência  e  os  tribunais  brasileiros  ainda  estão  atrasados  na 
matéria  de  contratos  empresariais.  Temos  um  padrão  de  solução  de  conflitos  baseado  na 
simetria  entre  as  partes,  usando  normas  de  direito  civil  quando  as  partes  são  particulares  e 
normas  de  direito  comercial  quando  temos  duas  empresas  de  igual  porte.  Temos  também  a 
perspectiva  da  assimetria,  materializada  sobretudo  em  relações  consumeristas.  No  entanto, 
não  temos  um  modelo  que  resolva  conflitos  empresariais  quando  as  partes  têm  portes 
distintos e portanto, verifica-se uma assimetria entre elas.  
 
Aula 5 (27.03) 
 
Contratos que visam ao fomento / financiamento da atividade mercantil 
 
1. Factoring  
 

Conceito:  É  um  contrato  em  que  um  empresário  (faturizado)  transfere  a  uma  instituição 
financeira  (faturizadora)  as  ​atribuições  referentes  à  administração  do  seu  crédito​.  O 
instrumento  pode  envolver  também  a  antecipação  destes  créditos  ao  empresário.  Trata-se, 
portanto,  de  uma  ​técnica  de  gestão  comercial​,  caracterizada  exploração  de  atividade  de 
prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção 

 
 

e  riscos,  administração  de  contas  a  pagar  e  a  receber,  e  compras  de  direitos  creditórios 
resultantes  de  vendas  mercantis  a  prazo  ou  de  prestação  de  serviços.  A  faturização  tem 
muita utilidade para pequenas e médias empresas​ com dificuldade de capital de giro. 

- Caso  de  pequenas  e  médias  sociedades  precisarem  uma  injeção  de  capital,  pode  ser 
considerado um contrato de “financiamento” / fomento; 
- Vantagem  com  relação  ao  empréstimo:  nem  sempre  essas instituições financeiras têm 
interesse  em  fazer  contrato  com  essas  empresas  menores.  Também  poderia  emitir 
ações  e/ou  debêntures  para  se  capitalizar.  Mas  também  muitas  vezes  a  empresa  não 
tem porte para tal. 
- A  questão  da  assessoria  é  um  grande  diferencial:  quando  o  faturizador,  a  posteriori, 
escolhe  determinados  recebíveis,  no  fim  das  contas,  ele  está  mostrando  ao  faturizado 
quais são os bons e quais são os maus pagadores; 

Exemplo:  uma  pequena  empresa  desenvolve  sua  atividade,  vendendo  seus  produtos  e/ou 
serviços.  No  entanto,  na gestão dessa atividade acaba recebendo ao invés de dinheiro, cheques 
e  outros  títulos  de  créditos  que  ela  não  consegue  converter  em  dinheiro  imediatamente.  Para 
transformar  em  dinheiro  recorrer  ao  factoring,  que  além  disso,  auxilia  a  empresa  na  gestão  de 
seus recursos.  

Tal  operação  de  conversão  de  títulos  de  crédito  em  dinheiro  em  caixa, até poderia ser feita por 
um  banco  comum,  mas  nesse  caso,  ele  pega  todos  os  título  de  crédito  e  caso  haja  não 
pagamento  em  algum,  o  banco  cobra  da  empresa  que  os  desconto.  No  caso  do  factoring,  a 
faturizadora  escolhe  quais  papéis  ela  vai  assumir;  e,  no  caso  dos  escolhidos, ele vai responder 
ele próprio no caso de não pagamento; 

- Não  há  possibilidade  de  ação  regressiva  do  faturizador  frente  ao  faturizado  no caso de 
não conseguir descontar o papel; 

Um  aspecto  relevante  é a exclusividade - o faturizado não pode ter mais de um faturizador, mas 


o faturizador pode ter (e deve ter) mais de um fatorizado; 
 
2. Arrendamento mercantil (leasing) 

Maria Helena Diniz define o que é leasing financeiro da seguinte maneira: 

 
 

 
“É  um  contrato  pelo  qual  uma  pessoa  jurídica  ou  física,  pretendendo 
utilizar  ​determinado  equipamento​,  comercial  ou  industrial,  ou  certo 
imóvel,  consegue  que  uma  ​instituição  financeira  o  adquira,  arrendando-o 
ao  interessado  por  tempo  determinado, possibilitando-se ao arrendatário​, 
findo  tal  prazo,  optar  entre  a  devolução  do  bem  arrendado  mediante  um 
preço  residual,  previamente  fixado  no  contrato,  isto  é,  o  que  fica  após  a 
dedução  das  prestações  até  então  pagas.  Trata-se  do  ​financial  leasing​, 
norte americano e do c ​ reditbail​ dos franceses.” 
 

Esse modelo surge nos EUA no contexto da Segunda Guerra Mundial quando havia necessidade 
de  grande  produção  de  armamentos  e  produtos  bélicos.  As  nações  aliadas  recebiam  os 
armamentos  americanos na modelagem leasing, ou seja, ao final do conflito, aliados teriam que 
escolher entre devolver o equipamento ou adquiri-los.  

No  Brasil,  essa  matéria  é  tratada  nas  leis  6.099/74  e  7.132/83,  que  se  debruçam  mais  sobre 
aspectos tributários.  

O  leasing  costuma  ser  interessante  para  aquisição  de  equipamentos  como  veículos,  máquina 
aeronaves, plataformas de petróleo….. 

 
Leasing financeiro  

Essa  é  a  forma  mais  comum  de  arrendamento  mercantil,  também  chamada  de  leasing  puro. 
Neste  formato,  uma  empresa  de  leasing  (arrendadora)  pactua  com  uma  pessoa  física  ou 
jurídica  (arrendatário)  a  ​compra  de  um  bem  escolhido  pelo  último  e  transfere-lhe  a  posse  por 
um  período  pré-determinado  mediante  o  pagamento  de  contraprestações​.  O  valor  destas 
contraprestações  serão  suficientes  para  a  recuperação  do  custo  do  bem  e  do  retorno 
investimento  da  arrendadora.  Neste  formato  de  contrato,  ​todos  os  riscos  e  custos  com  o  bem 
correm  por  conta  do  arrendatário​,  ou  seja,  durante  o  contrato,  qualquer  despesa  e prejuízo por 
ventura existente ficam a cargo do cliente. 

 
 

Os  contratos  de  leasing  financeiro  devem  obedecer  ao  prazo  mínimo  de  02  (dois)  anos 
quando  tratar  o  arrendamento  de  bens  com  vida  útil  igual  ou  inferior  a  05  (cinco) anos, por 
exemplo um carro, e de 03 (três) anos para os demais arrendamentos, por exemplo, imóveis. 

Para  que  não  pairassem  dúvidas,  a  lei  6.099,  em  seu  artigo  12,  §1º,  tratou  de  definir  o  que  se 
entende por vida útil, vejamos: 

§  1º  Entende-se  por  vida  útil  do  bem  o  prazo  durante  o  qual  se  possa 
esperar a sua efetiva utilização econômica. 

Ao  final  do  contrato,  o  arrendatário  poderá  optar  por  ​três  opções,  devolver  o  bem,  renovar  o 
arrendamento  ou  comprá-lo,  quanto  à  opção  de  compra  ao  final  do  contrato,  as  partes 
pactuarão  livremente  o  referido  valor​.  Há  nesta  opção  de  leasing  a  figura  do  Valor  Residual 
Garantido ou VRG.  

- O  VRG  é  o  valor  garantido  ao  arrendador  durante  o  contrato,  é  a  importância  mínima, 


além  das  contraprestações,  que  o  arrendador  irá  receber  do  arrendatário.  Esse  valor 
pode  ser  pactuado  de  três  formas,  pode  ser pago adiantadamente, ser diluído em todas 
as  contraprestações  ou  quitado  ao  final  do  contrato.  Trata-se  de  uma  garantia 
financeiro do arrendador, uma espécie seguro 

Justamente  não  se  trata  de  locação,  pois  ao  final  do  contrato  de  prazo  determinado, 
necessariamente  há  essas  três  situações  (renovar,  restituir  ou  adquirir),  que  não  ocorre  no 
contrato de locação. 

 
Leasing operacional 

Nesta modalidade, o acordo é feito diretamente entre o Interessado no bem e seu


fabricante, ou seja, não há instituição financeira intermediando.

 
 

Ou seja, a empresa arrendadora é diretamente a fabricante ou fornecedora do bem,


e além de disponibilizar o uso do bem, ela também se responsabilizará pela
prestação de assistência ao arrendatário no período em que o arrendamento mercantil
estiver em vigor. Semelhante a este é o contrato de renting, em que os arrendatários
pactuam, por prazos curtos, visando apenas a locação do bem. 

HÁ POSSIBILIDADE DE RETRATAÇÃO? Sim, fabricante fornece assistência técnica.


Além disso, obsolescência, riscos, seguro e afins corre por conta do arrendante. É uma
situação mais favorável ao arrendatário. Aqui, arrendatário pode se arrepender, sem ter
que pagar parcelas restantes (desde que ele dê um aviso prévio).

Lease-back

O leasing de retorno, ou lease back, é aquele em que uma empresa aliena um bem,
móvel ou imóvel, a outra empresa. Posteriormente, está irá arrendar o bem à primeira.
Desta forma, esta, além de ampliar o seu capital de giro, possui o uso e gozo do bem e,
findo o contato, poderá readquiri-lo, mediante a compra pelo preço residual.

Segundo o professor, é semelhante a venda com reserva de domínio.

- A venda com reserva de domínio nada mais é uma venda com uma cláusula que
estabelece que vendedor tem a garantia da propriedade da coisa móvel vendida
a prazo até que seja efetuado o pagamento integral do preço, momento em que
será transferida a propriedade. Com isso, o comprador possui somente a posse
daquele bem, mantendo-se o domínio reservado ao vendedor até o pagamento
integral negociado.

Exemplo ​lease-back:​ um empresa é dona de uma plataforma de petróleo, mas está


com dificuldades financeiras e precisa de capital de giro. Então ela vende sua
plataforma de petróleo para outra empresa (ou uma instituição financeira) que

 
 

imediatamente, ao adquirir a plataforma, arrenda esse mesmo equipamento para o


proprietário antigo;

No lease-back, o intuito da empresa vendedora/ futura arrendatária (que aluga) é se


capitalizar. Ela tem ativo imobilizado que é usado em sua produção, ou seja, não
poderia simplesmente vendê-lo então faz o lease-back, mantendo-se na posse do bem,
recebendo o valor da venda e pagando alugueis.
 
 
Aula 6 (03.04) 
 
Consórcio empresarial (Lei das S.A. - Art. 278 e 279) 
 
Art.  278.  As  companhias  e  quaisquer  outras  sociedades,  sob  o  mesmo 
controle  ou  não,  podem  constituir  consórcio  para  executar  determinado 
empreendimento, observado o disposto neste Capítulo. 
§  1º  O  consórcio  não  tem  personalidade  jurídica  e  as  consorciadas 
somente  se  obrigam  nas  condições  previstas  no  respectivo  contrato, 
respondendo  cada  uma  por  suas  obrigações,  sem  presunção  de 
solidariedade. 
§  2º  A  falência  de  uma  consorciada  não  se  estende  às  demais, 
subsistindo  o  consórcio  com  as  outras  contratantes;  os  créditos  que 
porventura  tiver  a  falida  serão  apurados  e  pagos  na  forma  prevista  no 
contrato de consórcio. 
Art.  279.  O  consórcio  será  constituído  mediante  contrato  aprovado  pelo 
órgão  da  sociedade  competente  para  autorizar  a  alienação  de  bens  do 
ativo  não  circulante  [junta  comercial],  do  qual  constarão:  (Redação  dada 
pela Lei nº 11.941, de 2009) 
I – a designação do consórcio se houver; 
II – o empreendimento que constitua o objeto do consórcio; 
III – a duração, endereço e foro; 
IV  –  a  definição  das  obrigações  e  responsabilidade  de  cada  sociedade 
consorciada, e das prestações específicas; 
V – normas sobre recebimento de receitas e partilha de resultados; 

 
 

VI  –  normas  sobre  administração  do  consórcio,  contabilização, 


representação  das  sociedades consorciadas e taxa de administração, 
se houver; 
VII  –  forma  de  deliberação  sobre  assuntos  de  interesse  comum,  com  o 
número de votos que cabe a cada consorciado; 
VIII  –  contribuição  de  cada  consorciado  para  as  despesas  comuns,  se 
houver. 
Parágrafo  único.  O  contrato  de  consórcio  e  suas  alterações  serão 
arquivados  no  registro  do  comércio  do  lugar  da  sua  sede,  devendo  a 
certidão do arquivamento ser publicada. 

Neste  arranjo  duas ou mais empresas unem esforços para montar um grande empreendimento, 


por  exemplo  o  consórcio  Maracanã  uniu  diversas  empresas  tais  como  Odebrecht,  IMX  e  AEG. 
Ao  invés  de  atuarem  como  concorrentes (tal como as mesmas empresas muitas vezes atuam), 
elas  colaboram  entre  si  para  atingir  um  propósito  (em  geral  empreendimento  de  grande 
magnitude).  

Professor  diz  que  essa  modelagem  é  comum  para  concretizar  um  projeto  complicado,  que 
exige  tecnologia  de  ponta  e  muito  investimento.  A  lógica  é  que nestes projetos, nem empresas 
grandes  conseguiriam  dar  conta  sozinhas  (professor  cita  o  caso  de  uma  barragem  enorme  no 
meio da floresta amazônica, sem acesso via estrada).  

Nestes  casos  montar  uma  sociedade  seria  um  mecanismo  muito  rígido,  pois  envolve  uma 
aliança  mais  duradoura  entre  as  empresas,  que  neste  caso  querem  se  manter  separadas,  pois 
em  outros  negócios  paralelos  elas  atuam  isoladamente.  Além  disso,  a  opção  pela sociedade é 
uma saída agressiva, pois exige o​ take over​ de uma empresa pela outra.  

Desse  modo,  a  assinatura  de  um  contrato  pode  ser  uma  saída  interessante  porque  é  uma 
organização  voltada  para  o  atingimento  de  um  objetivo  pré  determinado.  O  consórcio  é  mais 
simples  porque  ele  é  simplesmente  um  contrato,  não  constitui  personalidade jurídica própria e, 
além  disso,  os  consorciados  somente  se  obrigam  nos  termos  do  contrato,  sem  presunção  de 

 
 

solidariedade.  Inclusive,  a  falência  de  uma  das  consorciadas  não  comunica  às  outras,  o 
negócio continua sendo tocado.  

Além  disso,  em  razão  da  própria  ausência  de  personalidade  jurídica,  a  aquisição  de  bens, 
contratação  de  serviços  e  de  funcionários  são  feitas  pelas  concessionárias e posteriormente é 
feito o rateio entre elas  

Curiosidade:  embora  o  consórcio  esteja  na  Lei  das S.As, ela não exige que as empresas 


membro sejam estruturadas na forma de S.A.   
 
 
Contrato de risco (“joint venture”) 
 

Trata-se  de  um  ajuste  entre  empresas  que  pode  combinar  recursos financeiros e técnica e que 
pode  vir  a  criar  uma  personalidade  jurídica,  se  as  empresas  tiverem  seus  objetivos  alinhados. 
Entre  as  motivações  que  fazem  parte  do  conceito  de  joint  venture  podemos  citar  a  superação 
de  barreiras  em  um  novo  mercado  a  ser  explorado,  os  benefícios  no  desenvolvimento  e 
aquisição  de  novas  tecnologias,  a  expansão  de  atividades  em  comum  e  a  competição  mais 
eficiente no mercado.  

Exemplos: Embraer-Boing, Sony-Ericsson, Lan e Tam (que já se fundiram) 

Nesta  modelagem  a  interação entre as empresas é profunda, elas podem interferir inclusive em 


aspectos diretivos e organizacionais da outra.  

Um  dos  pontos  mais  sensíveis  é  o  trespasse  de  tecnologia  e  por  isso  uma  grande confiança é 
necessária  entre  as  partes.  Inclusive  é  comum  acrescentar  cláusulas  de  confidencialidade/ 
sigilo da tecnologia e segredos industriais compartilhados.  

As  partes  em  geral  firmam  um  acordo de ajustes de intenções, que prevê os aportes de capital, 


os  objetivos,  o  arranjo  societário,  mecanismos  de  fiscalização,  vedação  de  trespasse  de 
tecnologia para terceiros, duração do ajuste etc.  
 
 
Contrato de transferência de tecnologia  
 
Ele não deu porque o tempo da aula acabou. 

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