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AULA 20

22.03.2012

Responsabilidade pelo serviço (o art. 12,§ 1º está contido inciso


II do artigo 14).
CDC – Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador
respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação
ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
utilização e riscos.
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se
espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.

CDC - Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de


culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode
esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.

O artigo 38 versa sobre a inversão do ônus da prova para serviços


de publicidade (inversão “ope legis” do ônus da prova).

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CDC - Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da
informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.

INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA (“OPE LEGIS” – ART. 12, §3°, II;


ART. 14, §3°, I E ART. 38)

CDC - Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador


respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação
ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
utilização e riscos.
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se
espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido
colocado no mercado.
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado
quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

CDC - Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode
esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.

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§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
verificação de culpa.

CDC – “Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação

publicitária cabe a quem as patrocina”.

O art. 38 traz um princípio importante da publicidade, o ônus de


provar a veracidade da publicidade é do fornecedor. Ex. A Fiat quando faz
uma propaganda dizendo que o Palio é o carro mais econômico do mercado.

RESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL LIBERAL

A responsabilidade do profissional liberal será apurada mediante a


verificação de culpa, conforme prevê o artigo 14, § 4º.
CDC - Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode
esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
verificação de culpa.

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É preciso distinguir se a obrigação é de meio ou de resultado, se
for de meio a responsabilidade é subjetiva.

Agora, se for de resultado, como, por exemplo, na cirurgia plástica


embelezadora a responsabilidade segundo parte da doutrina é objetiva. O STJ
encampou esta posição doutrinária.
Acontece que parte a outra parte da doutrina começou a criticar o
STJ, pois estava julgando ao contrário do disposto em lei.
Então, essa parte da doutrina começou a defender que apesar da
cirurgia plástica ser uma obrigação de resultado, continuava sendo subjetiva.
Mas deveria ser diferenciada:
- na obrigação de meio – seria a culpa provada (que é a culpa
tradicional)
- na obrigação de resultado – ao invés de ser objetiva a
responsabilidade, seria subjetiva, mas na modalidade culpa presumida. O
paciente não tem de comprovar a culpa do cirurgião, na prática quem tem
que provar que não agiu com culpa é o cirurgião, é uma inversão do ônus da
prova. O médico deve, portanto, provar que não agiu com culpa.
No STJ a 3ª e 4ª turmas mudaram o entendimento para fixar o
entendimento de que a culpa é subjetiva, na modalidade presumida.

TRATAMENTO ORTODÔNTICO – OBRIGAÇÃO DE RESULTADO

Decisão STJ: "Ortodontista tem obrigação de resultado com tratamento de paciente"

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27.11.2011 - Supremo Tribunal de Justiça:
"Ortodontista tem obrigação de resultado com tratamento de paciente"
A responsabilidade do ortodontista em tratamento de paciente que busca um fim estético-funcional é
obrigação de resultado, a qual, se descumprida, gera o dever de indenizar pelo mau serviço prestado. A decisão
é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Um profissional do Mato Grosso do Sul não conseguiu
reverter a condenação ao pagamento de cerca de R$ 20 mil como indenização pelo não cumprimento eficiente
de tratamento ortodôntico.

A ação foi ajuizada por uma paciente que alegou fracasso de procedimentos realizados para correção do
desalinhamento de sua arcada dentária e mordida cruzada. Na ação, a paciente pediu o ressarcimento de
valores com a alegação de que foi submetida a tratamento inadequado, além de indenização por dano moral. A
extração de dois dentes sadios teria lhe causado perda óssea.

Já o ortodontista não negou que o tratamento não havia conseguido bons resultados. Contudo, sustentou que
não poderia ser responsabilizado pela falta de cuidados da própria paciente, que, segundo ele, não comparecia
às consultas de manutenção, além de ter procurado outros profissionais sem necessidade.

O ortodontista argumentava, ainda, que os problemas decorrentes da extração dos dois dentes – necessária
para a colocação do aparelho – foram causados exclusivamente pela paciente, pois ela não teria seguido as
instruções que lhe foram passadas. Para ele, a obrigação dos ortodontistas seria “de meio” e não “de resultado”,
pois não depende somente desses profissionais a eficiência dos tratamentos ortodônticos.

Em primeira instância, o profissional foi condenado a pagar à paciente as seguintes quantias: R$ 800,00 como
indenização por danos materiais, relativa ao valor que ela pagou pelo aparelho ortodôntico; R$ 1.830,
referentes às mensalidades do tratamento dentário; R$ 9.450, valor necessário para custear os implantes,
próteses e tratamento reparador a que ela deverá submeter-se; R$ 8.750, como indenização por danos morais.

Obrigação de resultado

O relator do caso, ministro Luis Felipe Salomão, afirmou que, na maioria das vezes, as obrigações contratuais
dos profissionais liberais são consideradas como de meio, sendo suficiente atuar com diligência e técnica para
satisfazer o contrato; seu objeto é um resultado possível. Mas há hipóteses em que é necessário atingir
resultados que podem ser previstos para considerar cumprido o contrato, como é o caso das cirurgias plásticas
embelezadoras.

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Seguindo posição do relator, a Quarta Turma entendeu que a responsabilidade dos ortodontistas, a par de ser
contratual como a dos médicos, é uma obrigação de resultado, a qual, se descumprida, acarreta o dever de
indenizar pelo prejuízo eventualmente causado. Sendo assim, uma vez que a paciente demonstrou não ter sido
atingida a meta pactuada, há presunção de culpa do profissional, com a consequente inversão do ônus da
prova.

Os ministros consideraram que, por ser obrigação de resultado, cabe ao profissional provar que não agiu com
negligência, imprudência ou imperícia ou, ainda, que o insucesso do tratamento ocorreu por culpa exclusiva da
paciente.

O ministro Salomão destacou que, mesmo que se tratasse de obrigação de meio no caso em análise, o réu teria
"faltado com o dever de cuidado e de emprego da técnica adequada", impondo igualmente a sua
responsabilidade.

O tratamento tinha por objetivo a obtenção de oclusão ideal, tanto do ponto de vista estético como funcional. A
obrigação de resultado comporta indenização por dano material e moral sempre que o trabalho for deficiente,
ou quando acarretar processo demasiado doloroso e desnecessário ao paciente, por falta de aptidão ou
capacidade profissional. De acordo com o artigo 14, parágrafo 4º, do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e
artigo 186 do Código Civil, está presente a responsabilidade quando o profissional atua com dolo ou culpa.
A decisão da Quarta Turma, ao negar pretensão do ortodontista, foi unânime.
Coordenadoria de Editoria e Imprensa

Quanto à responsabilidade do advogado o STJ não tem


jurisprudência pacificada se pela aplicação ou não do CDC.

RESPONSABILIDADE DOS HOSPITAIS

Observe a dificuldade: O hospital responde objetivamente; o


médico responde subjetivamente; o advogado na prática excluía o médico, e

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alegava a responsabilidade objetiva do hospital, visando facilitar seu
trabalho.

Por sua vez, o hospital dizia que não podia indenizar objetivamente,
pois precisaria regredir provando a culpa do médico, o que era um
contrasenso.

Assim, o STJ fez a seguinte diferenciação:

- se o dano foi causado por ato do hospital – responsabilidade


objetiva. Ex. ministrar medicamento errado (erro da enfermeira), intoxicação
alimentar etc.

- se o dano foi causado pelo médico – a responsabilidade será


subjetiva.

- quando o hospital será responsabilizado juntamente com o


médico? Se o médico tiver vínculo com o hospital respondem ambos. Ex.
médico com alguma subordinação do hospital.

- Nas hipóteses que o médico possui vínculo com o hospital a


responsabilidade do hospital é objetiva pela culpa do médico (memorizar
esta expressão), sendo assim, o consumidor deverá comprovar a culpa do
médico para que o hospital responda objetivamente. Se o médico não possui
vínculo irá responder sozinho de forma subjetiva.

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Na prática tem de provar a culpa do médico, para que o hospital
responda objetivamente.

Entenda: o hospital não pode provar que não teve culpa, pois sua
responsabilidade é objetiva.

Entretanto, há casos em que o médico opera em vários hospitais, aí


não é considerado vínculo, pois ele aluga a sala de cirurgia, neste caso o
hospital não responde. O médico responde de maneira exclusiva, na
modalidade culposa, ou seja, responsabilidade subjetiva.

TRANSPORTE
STJ - Nas concessionárias de transporte teria uma diferença entre
usuário (responsabilidade objetiva) e não usuário (ex. pedestre –
responsabilidade mediante culpa, não era objetiva). Era um equivoco, pois o
pedestre no mínimo era um bystander. Em 2009 o STJ mudou de posição e
tornou a responsabilidade objetiva, em ambos os casos.

RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO: ART. 18 DO CDC.


Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem
solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo
a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a
indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as
variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:

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I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo
anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a
cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor.
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre
que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou
características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo
possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos,
mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II
e III do § 1° deste artigo.
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o
fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor.
§ 6° São impróprios ao uso e consumo:
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos,
fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas
regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.

PRODUTO VÍCIO DE QUALIDADE (ART. 18)


O artigo 18 não trabalhou o vício de quantidade.
Exemplo o consumidor compra a televisão e verifica que não está
funcionando normalmente. O art. 18 dá direito ao fornecedor (direito
potestativo) de consertar o produto no prazo de 30 dias. Se o fornecedor não
obedecer a esse prazo, o consumidor possui três alternativas:

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- exigir outro produto da mesma marca e modelo ou outro produto
auferindo a diferença do preço;
- poderá pedir o dinheiro de volta e pedir danos moral (se for o
caso);
- pedir o abatimento do preço (o que na prática não funciona).

O prazo de 30 dias poderá ser alterado com o consentimento do


consumidor para outro prazo, cujo mínimo não poderá ser inferior a 7 dias
nem superior a 180 dias.

Se for feito a alteração do prazo num contrato de adesão não pode.


Está cláusula dever ser feita em apartado, para se certificar a anuência do
consumidor.

O §3° traz três hipóteses que pode exigir imediatamente a troca do


produto
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1°
deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das
partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto,
diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.

PRODUTO: VÍCIO DE QUANTIDADE (ART. 19)


CDC - Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto
sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às
indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

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I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos
vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e o
instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.

Ocorrendo vício de quantidade poderá o consumidor desde já


exigir o complemento do produto, pegar outro produto, exigir o dinheiro de
volta ou o abatimento no preço. Aqui a opção é do consumidor.

Exceção da responsabilidade solidária: quando o vício de


quantidade for decorrente do problema na balança a responsabilidade será
direta, exclusiva do fornecedor imediato (comerciante, feirante etc).

SERVIÇO:

SERVIÇO: VÍCIO DE QUALIDADE (ART. 20)


CDC - Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as
indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à
sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.

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§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por
conta e risco do fornecedor.
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente
deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.

- qualidade (art. 20): o consumidor poderá exigir a reexecução do


serviço (este poderá ser feito por terceiro a mando do fornecedor, mas na
prática não funciona, não no primeiro momento), poderá pedir o dinheiro de
volta, o abatimento no serviço (aqui precisa do consentimento do
fornecedor).

- quantidade - não tem artigo específico (aplicaria o art. 19 de


forma analógica). Ex. o pintor fez uma excelente pintura em sua casa, mas
faltou algumas áreas.

Serviços Públicos: (ART. 22)


Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob
qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e,
quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas
neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma
prevista neste código.

Não são todos os serviços públicos que são protegidos pelo CDC,
mas somente aqueles em que há uma contra prestação, o consumidor
contrata uma quantidade.

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Quando você visualizar um serviço público que é pago
independente da quantidade utilizada, o uso não é abrangido pelo CDC. Ex.
serviço público de iluminação, saúde, etc.

Exemplos de serviços público que são abrangidos pelo CDC: (luz,


telefonia, água), ou seja, os serviços públicos remunerados por tarifa ou
preço público. Em relação à água recentemente o STJ pronunciava-se no
sentido de ser remunerada mediante taxa (que é tributo, paga usando ou
não). O STJ mudou sua jurisprudência dizendo que água é tarifa.

OBS: Serviço público essencial como energia elétrica poderá ser


suspenso na hipótese de inadimplência do consumidor? Sobre este tema o
STJ alterou o seu entendimento, com base na lei 8987/95 no sentido da
possibilidade de interrupção do serviço na hipótese de inadimplemento,
contudo é necessária a notificação prévia ao consumidor.

Em algumas situações o STJ não permite a interrupção, mesmo


diante do inadimplemento do consumidor, ocorre quando estiver
demonstrado nos autos, claramente, a miserabilidade por parte do
consumidor (não tem condições de nenhuma de realizar o pagamento, tem
problemas graves de saúde).São situações pontuais, baseando-se no princípio
da dignidade da pessoa humana.

OBS: E quando o inadimplemento é por parte das pessoas jurídicas


de Direito Público? O STJ interagiu a lei 8987/95 (que não faz qualquer

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ressalva) c/c a lei 7783/89 arts. 10 e 11 (lei da greve) – usando o chamado
diálogo das fontes - no sentido de que mediante o rol elencado de serviços
públicos essências dispostos na lei de greve, não poderá haver nesta situação
a paralisação total do serviço diante da do princípio da predominância do
interesse público.
Ex. hospital público sem energia elétrica, bombeiros sem água,
polícia, creches etc. São serviços essenciais para a sociedade. Portanto, os
serviços elencados nos artigos 10 e 11 precisam ser minimamente
preservados.

Súmula 356 do STJ dispõe que é legítima a cobrança da tarifa básica


pelo uso dos serviços de telefonia fixa. Ex. imagine que vc viaje e não utilize o
telefone, ainda assim o STJ permitiu a cobrança, por questões políticas. O STJ
disse que é cobrado para manter a modicidade das tarifas.

Súmula n.º356: "É legítima a cobrança de tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia fixa."
(Referências: RESP 911.802/RS, RESP 870.600/PB, RESP 994.144/RS, RESP 983.501/RS e RESP 872.584/RS)

Súmula 357: Revogada. – caso dos pulsos excedentes da telefonia que não eram discriminados na
conta. O sistema de pulsos foi alterado, hoje é cobrado por minutos.
“A pedido do assinante, que responderá pelos custos, é obrigatória, a partir de 1º de janeiro de
2006, a discriminação de pulsos excedentes e ligações de telefone fixo para celular”.

Súmula 407 STJ – alíquotas diferentes da água.


“É legítima a cobrança da tarifa de água, fixada de acordo com as categorias de usuários e as
faixas de consumo”.

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Súmula 412 do STJ dispõe que a ação de repetição do indébito de tarifas de água e gás sujeitam-
se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil. Qual é o prazo? Prazo geral de 10 anos.
“A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeitam-se ao prazo prescricional
estabelecido no Código Civil”.

DECADÊNCIA:

- 30 dias: produtos e serviços não - duráveis.


- 90 dias: produto ou serviço duráveis.

Paralisam/obstam a decadência: São prazos para se realizar a


reclamação. E qual o início do prazo? Para vício aparente e de fácil
constatação o início da contagem é no momento da entrega do produto ou
quando o serviço for entregue ao consumidor.

Se o vício é oculto (difícil constatação) o início do prazo será no


momento que o vício aparece, quando o consumidor tomar ciência do vício.

§ 2º do art. 26: paralisação do prazo de decadência.

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do
término da execução dos serviços.
§ 2° Obstam a decadência:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de
produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
II - (Vetado).

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III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

OBS: Não ocorre a paralisação quando a reclamação é feita aos


órgãos de defesa do consumidor (PROCON, por exemplo). O que pode ocorrer
é de o PROCON encaminhar a reclamação ao fornecedor (fazer uma
intermediação) aí sim o prazo será obstado.

Ficará paralisado até a resposta negativa (entre a reclamação e a


resposta o prazo estará paralisado);

No caso de resposta positiva, não precisa de prazo, pois a situação


estará resolvida.

Inquérito civil (quando o vício atinge vários consumidores), neste


caso até o encerramento do inquérito civil o prazo está paralisado;

Recurso repetitivo – STJ: O prazo para pedir ao banco que forneça


extrato para poder ajuizar ação é prescricional, não é decadencial. Prazo
decadencial é só para vício, não é para pedir extratos.

- Caso concreto: um produtor adquiriu sementes para a sua lavoura.


Plantou-as e verificou que as plantas não produziram a quantidade de
costume, houve grande perda da produção. Ajuizou ação, pergunta-se:

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Semente é um produto durável ou não durável? STJ é produto não durável,
logo a reclamação deveria ter sido feita em 30 dias.

Qual a natureza jurídica desta interrupção de prazo? Suspensão ou


interrupção? A doutrina diverge e o STJ ainda não pacificou a celeuma.

O legislador criou uma nomenclatura nova – obstar – pois na época


do CDC a hipótese de paralisar um prazo decadencial era impensável.

PRESCRIÇÃO: (ART. 27)


CDC - Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do
produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do
conhecimento do dano e de sua autoria.

Prazo: prescrição só tem um prazo que é de 05 anos.


Início: É preciso comprovar o dano e a autoria para começar a
correr o prazo de 05 anos. Ex. muitas vezes o consumidor sofre o dano, mas
não sabe quem causou o dano. Ex. consumidor toma vários remédios e tem
um câncer, às vezes demora anos para se saber que determinada medicação
causa câncer, doença cardíaca etc. Só a partir desta descoberta começa a
correr o prazo prescricional.

Em tese, ocorre a incidência do prazo prescricional quando há


acidente de consumo.

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Há casos que é possível ajuizar ação condenatória, mas não se trata
de acidente. Ex. Overbooking (venda de passagem aérea em quantidade
superior a capacidade da aeronave) – não viajou em virtude de
overbooking gera danos morais e pode ocorrer também danos materiais,
como por exemplo, deixar de fazer a prova oral de um concurso, no mínimo
ocorreu a perda de uma chance.

Qual é o prazo para ajuizar essa ação? STJ não é pacífico, em regra
aplica o art. 27, em outros casos aplica o CC.

Recentemente, um consumidor ajuizou ação por conta da


negativação indevida de seu nome em rol de cadastro restritivo. STJ disse
prazo 3 anos. Portanto, o artigo 27 CDC não é uma unanimidade

APÓLICE DE SEGURO

Súmula 101 do STJ.


“A ação de indenização do segurado em grupo contra a seguradora prescreve em um ano”.

Este posicionamento é pacifico no STJ. Consumidor faz apólice de


seguros de carros. Seguradora não quer pagar. Prazo prescricional de 01 ano.

ÁGUA E ESGOTO
Água e esgoto 10 anos para prescrição, não aplicam o artigo 27 CDC.

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USO DE CIGARROS
Indenização decorrente de uso de cigarros é de 05 anos, pois é fato
do produto, embora a jurisprudência não tem aceitado a responsabilização
das empresas.

A pouco, o STJ analisou um caso de uso de bebidas que causou


cirrose, o STJ não acolheu a tese.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (ART. 28


DO CDC)
Requisitos no CC: art. 50 CC

Trata da desconsideração da personalidade jurídica, segundo o qual


é necessário haver:
- confusão patrimonial;
- desvio de finalidade.
Lembrar que não pode ser de oficio.
No CC temos a Teoria Maior da Desconsideração.

Requisitos no CDC: art. 28 CDC


O § 5º dispõe que é suficiente a inadimplência do fornecedor para caracterizar a desconsideração,
chamada

Teoria Menor da Desconsideração.

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CDC - Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em
detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou
violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência,
estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
§ 1° (Vetado).
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são
subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações
decorrentes deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for,
de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.

coLLigadas – cuLLpa
conSOrciadas – SOlidariamente
Grupos societários e controladas – Subsidiária

Lei 9605/98, art. 4º:


Trata das sanções administrativas e penais pelos danos causados ao
meio ambiente.
Também adotou a Teoria Menor do Meio Ambiente.
“Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo
ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente”.

Lei 8884/94 (LEI DO CADE) foi alterada pela Lei 12529/2011


tem que demonstrar vários requisitos para autorizar a desconsideração da
personalidade jurídica, o que demonstra ter adotado a Teoria Maior da
desconsideração.

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É possível também ocorrer a desconsideração inversa da
personalidade jurídica (criação doutrinária), a qual atingirá os bens da
pessoa jurídica, já que há fraude, insolvência por parte dos sócios para se
eximir da obrigação. Ex. em caso de divórcio, quando o cônjuge transfere o
patrimônio do casal para a PJ, com o intuito de partilhar menos bens, por
ocasião do divórcio.

O STJ tem adotado a desconsideração inversa, porém devem ser


preenchidos alguns requisitos, não se restringe apenas à demonstração da
insolvência, deve ser demonstrada a fraude.

BANCO DE DADOS: (ART. 43)


CDC - Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações
existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre
as suas respectivas fontes.
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em
linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a
cinco anos.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser
comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá
exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos
eventuais destinatários das informações incorretas.
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao
crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão
fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou
dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.

Direitos:

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a) Acesso (caput, do art.43);

Quando um banco de dados nega o acesso ou retificação às


informações é possível ingressar com o Habeas Data art. 86 CDC, que foi
vetado? Qual é a solução? Com base no artigo 86 não é possível, pois foi
vetado. Contudo o §4°, do art. 43 não contempla um direito, mas diz que as
entidades de proteção ao crédito são de caráter público e isso preenche o
requisito da CF, art. 5° LXXII. Portanto, a ação a ser ajuizada é sim o HD, não
pode ser MS.

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações
existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como
sobre as suas respectivas fontes.

§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em


linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a
cinco anos.

§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser


comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.

§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá
exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos
eventuais destinatários das informações incorretas.

§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao


crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.

§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão


fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir
ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.

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b) Informação( § 2);

A informação deve ser prestada por escrito.

Súmula 359 STJ diz que a informação tem de ser prévia, para evitar
o dano. A falta da notificação gera dano moral, quem responde? A
responsabilidade pela informação é exclusiva dos arquivos de consumo SPC e
SERASA, responsabilidade pela notificação.

Se o consumidor já estiver negativado por qualquer outra empresa,


não cabe dano moral.
STJ SUM 359 “Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do
devedor antes de proceder à inscrição”.

Súmula 404 do STJ: refere- se à forma de notificação que diz que é


dispensável o AR, basta enviar a carta de comunicação. O Serasa,
normalmente junta a lista do correio em juízo.
STJ SUM 404 “É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor
sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros”.

c) Retificação (§ 3º);
Pode pedir a retificação de qualquer informação. O prazo de 5 dias
para retificar é o prazo que ele tem para informar outros bancos de dados ou
convênios para que esses retifiquem a informação também.

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O CDC não delimitou o prazo para a retificação, a doutrina diz para
usar analogicamente o prazo do HD 10 dias.

d) Exclusão (§§ 1º e 5º)

Prazo máximo de 5 anos e o § 5º refere-se à prescrição (se tiver


prescrita a pretensão não pode figurar em banco de dados). Verifica-se
o que ocorrer primeiro – 5 anos ou a prescrição.

Salvo leis especiais (cheques, duplicatas etc) os títulos de crédito


terão prazo de 3 anos para executar, então os consumidores começaram a
dizer que o prazo máximo para figurar em banco de dados seria de 3 anos. O
STJ disse que são cinco anos, pois após a ação executiva, pode haver
ação de locupletamento, ação monitória etc

Súmula 323 do STJ


STJ – 323 “A inscrição de inadimplente pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito por,
no máximo, cinco anos”.

Negativação indevida é um típico caso de dano moral in re ipsa.


Porém se o consumidor já estiver negativado não gera dano moral.

Vários juízes não concordam com a súmula 385 e concedem dano


moral, motivo pelo qual o STJ tem recebido várias reclamações.
Súmula 385 do STJ – “Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe
indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento”.

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Súmula 380 do STJ – “A simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a
caracterização da mora do autor”.

- O STJ exige o ajuizamento da ação;


- não pode alegar qualquer coisa, tem de fundamentar com
jurisprudência do STJ e STF;

Súmula 382 do STJ – “A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só,
não indica abusividade”.

Obs. a comissão de permanência pode ser cobrada, mas não pode


ser cumulada com juros moratórios, cm, etc.

JURISPRUDÊNCIA:

RECURSO ESPECIAL. AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO REVISIONAL. CONTRATO BANCÁRIO.


COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. CUMULAÇÃO COM OS DEMAIS ENCARGOS MORATÓRIOS.
IMPOSSIBILIDADE.

Data Julgamento: 18/11/2010


Data Publicação: 26/11/2010
Número Acordão: 2008/0012063-3
Número Recurso: 1.023.242
UF: RIO GRANDE DO SUL
Orgão Julgador: TERCEIRA TURMA
Relator: SIDNEI BENETI
Tipo Ação: STJ-AGRG-RESP

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RECURSO ESPECIAL. AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO REVISIONAL.
CONTRATO BANCÁRIO. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. CUMULAÇÃO COM OS
DEMAIS ENCARGOS MORATÓRIOS. IMPOSSIBILIDADE. É admitida a cobrança da
comissão de permanência no período da inadimplência nos contratos bancários, à
taxa de mercado, desde que (I) pactuada, (II) cobrada de forma exclusiva - ou seja,
não cumulada com outros encargos moratórios, remuneratórios ou correção
monetária - e (III) que não supere a soma dos seguintes encargos: taxa de juros
remuneratórios pactuada para a vigência do contrato; juros de mora; e multa
contratual. Agravo Regimental improvido. (STJ; AgRg-REsp 1.023.242; Proc.
2008/0012063-3; RS; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 18/11/2010;
DJE 26/11/2010)

Ementa
RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR. VÍCIO OCULTO. PRODUTO DURÁVEL.RECLAMAÇÃO.
TERMO INICIAL.1. Na origem, a ora recorrente ajuizou ação anulatória em face do PROCON/DF - Instituto de
Defesa do Consumidor do Distrito Federal,com o fim de anular a penalidade administrativa imposta em
razão de reclamação formulada por consumidor por vício de produto durável.2. O tribunal de origem
reformou a sentença, reconheceu a decadência do direito de o consumidor reclamar pelo vício e concluiu
que a aplicação de multa por parte do PROCON/DF se mostrava indevida.3. De fato, conforme
premissa de fato fixada pela corte de origem, o vício do produto era oculto. Nesse sentido, o dies a quo do
prazo decadencial de que trata o art. 26, §6º, do Código de Defesa do Consumidor é a data em ficar
evidenciado o aludido vício, ainda que haja uma garantia contratual, sem abandonar, contudo, o critério da
vida útil do bem durável, a fim de que o fornecedor não fique responsável por solucionar o vício
eternamente. A propósito, esta Corte já apontou nesse sentido.4. Recurso especial conhecido e provido.
(1123004 DF 2009/0026188-1, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento:
01/12/2011, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 09/12/2011).

Ementa
PROCESSUAL CIVIL. DISREGARD DOCTRINE - DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE
JURÍDICA DE FORMA INVERSA. DÍVIDA DO SÓCIO QUE AUTORIZA A PENHORA DE BENS DA PESSOA JURÍDICA.

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RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1.O FUNDAMENTO ÉTICO QUE INFORMA A
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DA EMPRESA DEVEDORA PARA ALCANÇAR OS BENS
PARTICULARES DO SÓCIO TAMBÉM AUTORIZA A DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DE
FORMA INVERSA PARA ALCANÇAR OS BENS DA PESSOA JURÍDICA POR DÍVIDA NÃO PAGA DO SEU
CONTROLADOR.2.PRECEDENTE DO EGRÉGIO STJ - RESP 948.117/MS, DA RELATORIA DA MINISTRA NANCY
ANDRIGHI.3.CABE AO JUIZ DA EXECUÇÃO, DIANTE DA CIRCUNSTÂNCIA CONCRETA QUE SE LHE APRESENTAR,
A VERIFICAÇÃO DA OCORRÊNCIA DAS HIPÓTESES AUTORIZADORAS DADESPERSONALIZAÇÃO (ART. 50, DO
CÓDIGO CIVIL).50CÓDIGO CIVIL4.RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO.5.SEM CUSTAS E SEM HONORÁRIOS. (314932720088070007 DF 0031493-
27.2008.807.0007, Relator: ASIEL HENRIQUE, Data de Julgamento: 22/03/2011, Segunda Turma Recursal dos
Juizados Especiais Cíveis e Criminais do DF, Data de
Publicação: 28/03/2011, DJ-e Pág. 458)

RECURSO REPETITIVO COMISSÃO DE PERMANÊNCIA

Data de publicação: 24/10/2008

A DECISÃO (fonte: www.stj.jus.br)

CONCLUÍDO JULGAMENTO DE RECURSO REPETITIVO SOBRE CONTRATOS BANCÁRIOS

Após duas horas de intenso debate, a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
encerrou a análise do recurso interposto pela União Brasileira de Bancos S/A (Unibanco) contra uma
consumidora gaúcha no qual se discutiram temas relativos a contratos bancários. O recurso especial em
julgamento foi levado à Seção seguindo a Lei n. 11.672/2008, a Lei dos Recursos Repetitivos, que entrou em
vigor em agosto deste ano.

O julgamento teve início no dia 8 deste mês e havia sido interrompido por pedido de vista do
ministro Luís Felipe Salomão. Nesta primeira parte do julgamento, a Segunda Seção decidiu que somente
seriam apreciados sob a ótica da nova Lei os temas que, no caso concreto, pudessem ser conhecidos pelo
Tribunal.

Antes de o ministro Luís Felipe Salomão manifestar seu posicionamento, a ministra Nancy
Andrighi, relatora do caso, inovou seu voto quando à questão do cabimento da comissão de permanência. Ela
entendeu que seria possível conhecer do recurso quanto a este ponto, uma vez que o dissídio jurisprudencial era
notório, mas negou provimento ao recurso do banco. No entanto, a maioria da Seção considerou que este ponto

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não deveria ser conhecido, pois não houve apontamento de norma legal violada, nem a comparação com
julgados de outros tribunais.

No caso em questão, a consumidora adquiriu uma motocicleta e financiou parte do valor em 36


parcelas de R$ 249. Ao perceber que não conseguiria arcar com as prestações, a consumidora entrou com uma
ação revisional do contrato de financiamento. A ação chegou ao STJ por iniciativa do banco, inconformado com
alguns pontos decididos pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

Confira o que foi decidido, ponto a ponto:

Juros remuneratórios - ficou mantida a jurisprudência atual do STJ, no sentido da não limitação
dos juros remuneratórios, a não ser em casos específicos, em que comprovada a abusividade, o que deve ficar a
juízo das instâncias ordinárias, que avaliam caso a caso. No caso concreto, a Seção deu provimento ao recurso
especial do banco, uma vez que os juros cobrados estavam abaixo da taxa média de mercado.

Descaracterização da mora do devedor e possibilidade de inscrição em cadastros de


inadimplentes - Os ministros acompanharam o voto da relatora, que segue o entendimento já pacificado da
Segunda Seção. Caso tenham sido exigidos encargos abusivos na contratação (os chamados encargos do
período da normalidade), a mora está descaracterizada. Por outro lado, o simples ajuizamento de ação
revisional ou a mera constatação de que foram exigidos encargos moratórios abusivos, não afastam a
caracterização da mora.

Quanto aos cadastros de inadimplentes, a inscrição do nome do devedor só está vedada se,
cumulativamente: a) houver interposição de ação revisional; b) as alegações do devedor se fundarem na
aparência do bom direito e na jurisprudência do STJ ou do STF; c) for depositada a parcela incontroversa do
débito.

Reconhecimento de ofício sem que tenha havido o pedido para o Tribunal - a ministra Nancy
Andrighi reconheceu a atuação "de ofício" dos tribunais locais em casos que, pelo Código de Defesa do
Consumidor (CDC), as cláusulas do contrato bancário forem consideradas abusivas. Foi acompanhada neste
ponto pelo ministro Luís Felipe Salomão. Os demais ministros também divergiram da relatora neste ponto.
Sustentaram que, em ações envolvendo contratos bancários, não podem juízes e tribunais conhecer a
abusividade de cláusulas sem que haja pedido expresso do consumidor.

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Capitalização de juros (juros sobre juros) - a Seção acompanhou o entendimento da relatora
neste ponto e não conheceu do recurso, uma vez que a capitalização dos juros não estava pactuada no
contrato.

Os temas relativos à capitalização dos juros e à comissão de permanência não puderam ser
abordados sob a ótica da Lei dos Recursos Repetitivos, uma vez que a Seção decidiu que somente seriam
apreciados os pontos que, no caso concreto, superassem o juízo de admissibilidade. Assim, outros processos que
contenham tais temas deverão ser discutidos em oportunidade futura.

NOTAS DA REDAÇÃO

Uma prova de que o novo instituto - recurso especial repetitivo -


está cumprindo o seu papel: maior celeridade ao Poder Judiciário.

No dia 23 de agosto noticiamos a decisão do STJ de aplicar ao caso -


revisão de contratos bancários - a Lei nº. 11.672, suspendendo os demais
feitos com teses idênticas, até a prolação de sua decisão final, objeto desse
nosso comentário.

De acordo com o entendimento firmado pelo Tribunal da Cidadania,


quando da aplicação da norma em comento, em agosto, como o objeto da
causa se relaciona com posições já pacificadas pela Corte, tornar-se-ia
possível a incidência da nova legislação.

Vários pontos de indiscutível importância foram analisados pelo


STJ, dentre os quais, a legalidade da cobrança da comissão de permanência, a
não limitação dos juros bancários ao teto de 12% aa., a possibilidade ou não
da capitalização de juros, e, por fim, a descaracterização da mora.

Comecemos pela comissão de permanência.

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De plano, uma indagação se impõe: o que seria comissão de
permanência? Trata-se de instituto bastante costumeiro no Direito Bancário,
cuja finalidade precípua é remunerar o período de inadimplência contratual.

Esse mecanismo foi inserido no ordenamento jurídico brasileiro


pela Resolução de nº. 1.129/86, do BACEN (Banco Central). De acordo com os
estudiosos do tema, a comissão de permanência nada mais é que um
instrumento de correção do saldo devido, cobrado do mútuo, após o
vencimento da obrigação, quando caracterizada a inadimplência do devedor.

Nessa linha, a norma supracitada facultou aos bancos e sociedades


de arrendamento mercantil a cobrança da comissão de permanência, de
forma que, quando pactuada, pode ser exigida até o pagamento da dívida.

Nesses termos, o artigo I da Resolução 1.129/86 determina que:

"O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do artigo 9º da Lei nº. 4.595/64, de 31/12/64, torna
público que o CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL, em sessão realizada nesta data, tendo em vista o disposto no
artigo 4º, inc. VI e XI, da referida Lei:

I - Facultar aos bancos comerciais, bancos de desenvolvimento, bancos de investimento, caixas


econômicas, cooperativas de crédito, sociedade de crédito, financiamento e investimento e sociedades de
arrendamento mercantil cobrar de seus devedores por dia de atraso no pagamento ou na liquidação de
seus débitos, além de juros de mora na forma da legislação em vigor, "comissão de permanência", que
será calculada às mesmas taxas pactuadas no contrato original ou à taxa de mercado do dia do
pagamento.

Da leitura desse enunciado é possível que surjam algumas dúvidas.


Seria cabível a cumulação de comissão de permanência, correção monetária e
juros remuneratórios?

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30
A Resolução fala da possibilidade de incidência da comissão de
permanência ao lado dos juros de mora. Sobre o tema, contamos com duas
súmulas do STJ

SÚMULA 30 STJ - A comissão de permanência e a correção monetária são inacumuláveis.

SÚMULA 296 STJ - Os juros remuneratórios, não cumuláveis com a comissão de permanência,
são devidos no período de inadimplência, à taxa média de mercado estipulada pelo Banco Central do Brasil,
limitada ao percentual contratado.

O Tribunal da Cidadania, nas súmulas em análise veda,


expressamente, a cumulação da comissão de permanência com a correção
monetária, e, com os juros remuneratórios, fazendo parecer que tal proibição
não alcança os juros de mora.

Vale lembrar que juros de mora (moratórios) e juros


remuneratórios não se confundem. Esses, visam a remunerar diretamente o
capital, compensando o seu titular pelo tempo em que o devedor dele faz uso.
Por tal motivo, são denominados de juros compensatórios. Em contrapartida,
os juros de mora são decorrência do não cumprimento da obrigação legal ou
contratual, de forma punir o devedor pelo seu inadimplemento.

Ainda que pese a Resolução do BACEN autorizar a cumulação da


comissão de permenência aos juros de mora, e, a súmula 296 do STJ falar
apenas em juros remuneratórios, entendemos que uma confusão deve ser
desfeita. A nosso ver, a coexistência dos institutos - comissão de permanência
e juros de mora - é impossível. Trata-se de entendimento firmado pelo
Ministro Carlos Alberto Direito, para quem a cobrança da comissão de

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31
permanência somente é cabívek desde que não cumulada aos juros
moratórios, haja vista que ambos buscam o mesmo objetivo: recompensar o
credor pela inadimplência do devedor, hipótese em que restaria configurado
"bis in idem".

Partindo dessa premissa, entende-se que uma vez caracterizada a


mora do devedor, estando pactuada a incidência da comissão de
permanência, impõe-se o afastamento da correção monetária e dos juros,
sejam eles remuneratórios (compensatórios), ou, de mora.

É o que determina o STJ, em reiteradas decisões:

É admitida a cobrança da comissão de permanência durante o período de inadimplemento


contratual, calculada pela taxa média de mercado apurada pelo BACEN, limitada à taxa do contrato, não
podendo ser cumulada com a correção monetária, com os juros remuneratórios e moratórios, nem com a
multa contratual. (AgRg no Ag 877081 / RS).

Apenas para concluir o raciocínio, a incidência da comissão de


permanência impõe a presença de alguns requisitos: a) estar pactuada, b)
não cumulação com a correção monetária, juros de mora e juros
remuneratórios.

Uma vez vencidas as considerações sobre a comissão de


permanência, cumpre-nos analisar a (im) possibilidade de limitação dos
juros cobrados pelos bancos e instituições financeiras. Um dos argumentos
apontados por aqueles que defendem a aplicação do teto de 12% aa. é a
sujeição dessas instituições ao CDC (Código de Defesa do Consumidor).

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32
No entanto, a jurisprudência pátria é pacífica: embora incidente o
diploma consumerista nos contratos bancários, não se aplica a limitação da
taxa de juros remuneratórios em 12% ao ano aos contratos bancários (EDcl
no Ag 737802).

Nesse sentido, entende-se que os juros bancários pactuados à taxa


superior a 12% ao ano não são considerados abusivos, salvo se comprovado
que discrepantes em relação à

Taxa de mercado.

É o que determina a súmula 596 do STF: "as disposições do Decreto 22626/1933 não se aplicam
às taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operações realizadas por instituições públicas ou
privadas, que integram o Sistema Financeiro Nacional".

O decreto a que se refere o enunciado é conhecido como Lei de


Usura que define como sendo ilegal a cobrança de juros acima de 12% ao ano
ou a cobrança exorbitante que ponha em perigo o patrimônio pessoal, a
estabilidade econômica e sobrevivência pessoal do tomador de empréstimo.
Conforme visto, a legislação não alcança as instituições financeiras.

Uma observação se impõe nesse momento: a taxa de juros


bancários não se subordina ao limite de 12 % aa., mas, tem como parâmetro
o limite a taxa média de mercado.

Na sequência, a possibilidade de capitalização de juros.

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33
Na análise do recurso em comento, o STJ firmou-se pela
impossibilidade da capitalização de juros, por um único motivo: por não estar
pactuada no contrato firmado entre as partes.

De acordo com o entendimento adotado pela Corte "a capitalização


mensal dos juros é possível quando pactuada nos contratos celebrados a
partir de 31.3.2000, data de publicação da MP 1.963-17, reeditada sob o n.
2.170-36/01 (AgRg no REsp 1052336 / MS)

Capitalização dos juros nada mais é que a configuração dos


chamados juros compostos, ou seja, "juros sobre juros", que se revelam como
aqueles calculados sobre o montante do capital principal (valor devido),
acrescido dos juros vencidos e não pagos.

O STF, na súmula 121 determina que "é vedada a capitalização de


juros, ainda que expressamente convencionada".

Vale lembrar que essa súmula data de 1963. A posição consagrada


pelo STJ tem como fundamento a MP 2170-36/2001.

Assim, desde que pactuada, é cabível a capitalização dos juros


remuneratórios, com periodicidade inferior a um ano, nos contratos
bancários celebrados a partir de 31 de março de 2000, data da publicação da
primitiva edição da atual MP nº. 2170-36/2001 (AgRg no REsp 899490 / DF).
Esse entendimento foi ratificado no recurso objeto do nosso estudo.

Por derradeiro, a hipótese de descaracterização da mora.

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34
Vejamos:

Trata-se de entendimento pacificado da Segunda Seção: a cobrança


de encargos indevidos importa na descaracterização da mora, na
medida em que dificulta o pagamento, causando a impontualidade
(EREsp 163.884/RS). Assim, desde que comprovada a abusividade das
cláusulas contratuais, impõe-se a descaracterização da mora, em
benefício do devedor.

Numa situação como essa, uma vez desmaterializada a mora, há de


se reconhecer o afastamento da cobrança da comissão de permanência
(quando pactuada), ou, incidência de correção monetária e juros.

Sem dúvida, uma matéria bastante complexa, tanto, que levou o STJ
a aplicar-lhe a Lei 11.672 - recurso especial repetitivo-, de forma a pacificar o
tratamento a ela conferido.

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