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Cuidando da Saúde

HIPERTENSÃO
alimentação, cuidados e tratamentos
O QUE É?
Saiba tudo
sobre essa
doença
silenciosa

SINTOMAS
Fique atento
e saiba como Grupo Único PDF PaD
se prevenir

ALIMENTAÇÃO
Substitua os
alimentos
e seja mais
saudável

TRATAMENTO
Como a mudança
de hábitos
influencia os bons
resultados

E mais: descubra se você é hiper tenso!


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VOCÊ SABE O QUE É
HIPERTENSÃO?
Mais conhecida como pressão alta, essa
doença é silenciosa e atinge cerca de 1
bilhão de pessoas no mundo

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A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é popularmente co-


nhecida como pressão alta e pode estar presente em pessoas
de todos os sexos, idades e raças, mas alguns fatores podem
auxiliar no desenvolvimento da doença, como parentes que
apresentaram quadros de hipertensão, idade acima de 65
anos, excesso de peso, obesidade, sedentarismo, fumo e con-
sumo excessivo de sal. Segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS), cerca de 1 bilhão de pessoas ao redor do mun-
do sofrem de pressão alta, dois terços deles estão em países
em desenvolvimento. Ainda de acordo com a OMS, a hi-
pertensão é uma das principais causas de morte prematura,

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matando aproximadamente 8 milhões de pessoas todos os
anos, e o problema cresce cada vez mais. A previsão é que
em 2025 cerca de 1,56 bilhões de adultos sofram de hiper-
tensão arterial.
Como a pressão alta é silenciosa, ou seja, na maioria dos casos
não apresenta sintomas, é muito importante medir a pressão
pelo menos uma vez ao ano. De acordo com o clínico geral
especialista em medicina do trabalho e promoção de saúde,
Renato Igino dos Santos, qualquer indivíduo pode apresentar
pressão arterial acima de 140x90mmHg e não ser hipertenso.
“Apenas a manutenção de níveis permanentemente elevados,
em múltiplas medições, em diferentes horários, posições e
condições, como repouso, sentado ou deitado, caracteriza a
hipertensão arterial”, define Santos.
Para o diagnóstico da hipertensão é necessário que os núme-
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ros elevados se repitam por, pelo menos, três exames conse-
cutivos. Isso porque, algumas elevações ocasionais da pressão
podem ocorrer com exercícios físicos, nervosismo, preocupa-
ções, drogas, alimentos, fumo, álcool e café.
A ausência de sintomas da hipertensão é um dos maiores pe-
rigos da doença. Geralmente não são observados sinais, mas
quando estes ocorrem, são comuns a outras patologias, tais
como dor de cabeça, tonturas, cansaço, enjoos, falta de ar
e sangramentos nasais.
Isto pode dificultar o
diagnóstico ou fazer
com que os pacientes
esqueçam de usar os
medicamentos neces-
sários para controlar a
pressão arterial.

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Os números da pressão arterial

O coração funciona como uma bomba, que envia sangue


para todos os órgãos do nosso corpo, para isso ele bate de 60
a 80 vezes por minuto e impulsiona de 5 a 6 litros de sangue
por minuto para todo o corpo. A pressão arterial é a força
com a qual o coração bombeia o sangue por meio dos vasos,
e é determinada pelo volume de sangue que sai do coração
e pela resistência que ele encontra para circular pelo corpo.
A pressão arterial pode ser modificada pela variação do vo-
lume ou viscosidade (espessura) do sangue, da frequência
cardíaca (batimentos cardíacos por minuto) e da elasticidade
dos vasos. De acordo com o cardiologista com prática orto-
molecular, Marcos Natividades, o estresse, o sedentarismo e
os maus hábitos alimentares contribuem para o aumento da
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pressão arterial.
O exame que mede
a pressão é simples e
deve ser feito em qual-
quer consulta médica,
independente da es-
pecialidade clínica.
Como a hipertensão é
uma doença assinto-
mática, quanto mais vezes o exame for feito, mais fácil será
para detectar qualquer anormalidade.
O método mais comum utilizado para medir a pressão arterial
é chamado de auscutatório, realizado por meio de um apare-
lho chamado esfigmomanômetro ou tensiômetro. Esse apare-
lho é enrolado ao redor do braço e o médico pressiona uma
bomba que enche o aparelho de ar. Segundo o dr. José Luiz

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Cassiolato, cardiologista do Hospital 9 de Julho, o paciente
deve estar sentado, em repouso por pelo menos 5 minutos.
“Algumas características de preparo e procedimento são de-
terminadas nas diretrizes da sociedade brasileira de cardiolo-
gia, como a não ingestão de bebidas alcoólicas ou fumo até
30 minutos antes e estar com a bexiga vazia”, enumera.
As medidas são efetuadas em mm de mercúrio (mmHg) e são
determinadas por dois valores: um máximo (pressão arterial
sistólica – PAS) e um mínimo (pressão arterial diastólica –
PAD), explica o cardiologista do Hospital 9 de Julho.
De acordo com a dra. Marly Uellendahl, cardiologista do La-
voisier Medicina Diagnóstica, a pressão considerada normal
para a maioria da população é 120x80 mmHg, ou seja 12x8,
como é popularmente apresentada. Níveis entre 120x80 e
140x90mmHg são considerados limítrofes e igual ou acima
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de 140x90mmHg são considerados elevados. “[Quando o pa-
ciente apresenta] valores limítrofes [os médicos] devem cha-
mar a atenção para as medidas gerais de redução do sal da
dieta, perda de peso, atividade física regular, melhor manu-
seio do estresse, redução do consumo do álcool e mudança
de estilo de vida”, afirma Uellendahl.
Veja a seguir um quadro fornecido pelo dr. Renato Igino dos
Santos que apresenta os números da pressão arterial.

Categoria PA diastólica (mmHg) PA sistólica (mmHg)

Pressão ótima < 80 <120

Pressão normal < 85 <130

Pressão limítrofe 85-89 130-139

Hipertensão estágio 1 90-99 140-159

Hipertensão estágio 2 100-109 160-179

Hipertensão estágio 3 110 180

Hipertensão sistólica isolada < 90 140

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Quais são as causas?

A hipertensão arterial é uma doença multifatorial, ou seja, ela


pode ter diversas causas. Entretanto, é possível dividi-la em
Hipertensão Primária e Secundária. A primeira ocorre quando
a causa é desconhecida. Nesses pacientes, ocorre aumento
da rigidez das paredes arteriais e a herança genética pode
contribuir para o aparecimento da doença. Renato Igino dos
Santos, clínico geral especialista em medicina do trabalho e
promoção de saúde, explica que na hipertensão secundária
existe uma causa conhecida que predomina sobre as demais.
Neste caso, existem diversas causas que podem impulsionar
a hipertensão arterial, como por exemplo, “hipertensão por
doenças nos rins, as nefropatias; hipertensão nas artérias dos
rins (isquemia renal) renovascular; hipertensão relacionada à
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gravidez, hipertensão medicamentosa, causada pelo uso ou
abuso de determinadas drogas como corticoides, anti-infla-
matórios, drogas de ação sobre o sistema simpático, cocaína,
adrenalina, epinefrina, descongestionantes nasais e antigri-
pais, antidepressivos, anestésicos e narcóticos; hipertensão
por endocrinopatias, envolvendo um ou mais sistemas; e re-
centemente a associação entre apneia do sono com hipóxia”,
especifica o clínico geral.

É possível evitar a hipertensão?

De acordo com o cardiologista Allan Cembranel, do Hospital


Alvorada de Brasília, algumas mudanças no estilo de vida,
como, praticar exercícios físicos regularmente, por exemplo,
ajudam no combate à hipertensão. Além disso, o diagnóstico
precoce e o tratamento adequado contínuo podem prevenir
complicações mais graves causadas pela pressão alta.

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A melhor forma de evi-
tar a doença é adquirir
hábitos alimentares sau-
dáveis desde a infân-
cia, controlar o peso e
não consumir bebidas
alcoólicas em excesso,
aconselha a dra. Marly
Uellendahl, cardiologis-
ta do Lavoisier Medicina
Diagnóstica.
Por outro lado, a hiper-
tensão arterial está di-
retamente relacionada
ao envelhecimento. De
Grupo Único PDF PaD acordo com o dr Rena-
to Igino dos Santos, é
comum que a pressão arterial aumente com a idade devido
às alterações vasculares que acompanham o envelhecimento.
Mas algumas medidas podem diminuir a incidência da doen-
ça. “Existem medidas de ordem preventiva que postergam o
surgimento da hipertensão arterial e, neste contexto deve ser
incentivado, como a alimentação saudável, consumo contro-
lado de sódio, não só o cloreto de sódio, consumo controlado
de álcool, aumento do consumo de alimentos ricos em po-
tássio, combate ao sedentarismo e ao tabagismo”, incentiva o
clínico geral.
Acompanhe nas páginas 17 e 24 as matérias Alimente-se con-
tra Hipertensão e Pratique Saúde, respectivamente que tratam
especificamente sobre os hábitos saudáveis que auxiliam na
prevenção e no tratamento da hipertensão.

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Consequências
Grupo Único PDF PaD
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a hiperten-
são é responsável por grande parte das mortes prematuras no
mundo. Isso acontece porque ela é fator de risco para diversas
doenças cardiovasculares.
O aumento contínuo da pressão arterial faz com que ocorram
danos às artérias. Elas tornam-se mais espessas e estreitas e
pode ocorrer formação de placas de gordura nas paredes in-
ternas das artérias, dificultando o fluxo sanguíneo. As artérias
perdem a elasticidade aos poucos e podem entupir ou romper.
“No Brasil, em 2003, 27,4% dos óbitos foram decorrentes de
doenças cardiovasculares. A principal causa de morte em to-
das as regiões do Brasil é a doença cerebrovascular, cujo prin-
cipal fator de risco é a hipertensão arterial”, afirma o dr. José
Luiz Cassiolato, cardiologista do Hospital 9 de Julho.
Ou seja, a hipertensão, se não diagnosticada e tratada, pode le-
var à morte. “O acidente vascular cerebral é uma das principais

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causas de morte entre a população brasileira. Devemos salientar
que a hipertensão arterial, quando associada a outras entidades,
como tabagismo, dislipidemias, diabetes, doença renal e obesi-
dade, aumenta o fator de risco cardiovascular e, portanto o risco
de mortalidade”, conclui Cassiolato.

Tratamentos

Existem dois tipos de tratamento básico da hipertensão ar-


terial: o não-medicamentoso e o medicamentoso, garante o
cardiologista José Luiz Cassiolato. Na maioria dos pacientes
inicia-se o tratamento com medidas não-farmacológicas, al-
terando alguns hábitos pouco saudáveis. “São mudanças do
estilo de vida: controle do peso, adquirir um padrão alimentar
com redução do consumo de sal e álcool e a realização de
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atividade física regular”, acrescenta.
A terapia ortomolecular também pode se uma aliada no tra-
tamento da hipertensão. O dr. Marcos Natividades, cardio-
logista com prática em terapia ortomolecular, garante que é
possível diminuir ou até suspender o uso de medicação quan-
do se inicia a terapia ortomolecular e a modulação hormonal
bioidêntica.
Entretanto, para iniciar qualquer tipo de tratamento, é neces-
sário ter o acompanhamento de um médico especialista para
que seja elaborado um plano de tratamento específico, que
considere as características e hábitos do paciente.

Modificações do estilo de vida


• Controle de peso – manter o peso corporal com IMC (índice
de massa corporal) entre 18,5 e 24,9 Kg/m²;
• Padrão alimentar – dieta rica em frutas e vegetais, de baixo
teor calórico e de gorduras saturadas e totais;

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• Reduzir a ingestão de sódio para não mais de 100 mmol/dia
= 2,4 g de sódio (4 colheres rasas de café de sal);
• Limitar o consumo de álcool a 30 g/dia de etanol para ho-
mens e 15 para mulheres;
• Prática regular de atividade física aeróbica (caminhada de
pelo menos 30 minutos, 3 a 5 vezes por semana).

Medicamentos
Existem diversos tipos de medicamentos que podem ser indi-
cados no tratamento da hipertensão arterial. Mas, de acordo
com o dr. Renato Igino dos Santos, quatro classes são classi-
ficadas como de primeira linha. “É importante destacar que
muitos pacientes precisam de mais de um medicamento para
controlar a pressão arterial. Algumas pessoas têm hipertensão
de difícil controle e, às vezes, precisam de até seis drogas
anti-hipertensivas”, garante o clínico geral.
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• Diuréticos tiazídicos
Ex: Hidroclorotiazida, Indapamida e Clortalidona
• Inibidores da ECA (IECA)
Antagonistas dos receptores da angiotensina 2 (ARA2)
Ex: Captopril, enalapril, ramipril, lisinopril, losartan, cande-
sartana, olmesartana
• Inibidores do canal de cálcio
Ex: Nifedipina e Amlodipina
• Beta-Bloqueadores
Ex: Propranolol, Atenolol, Carvedilol, metoprolol, bisoprolol

Para tratamento de casos de hipertensão arterial de difícil con-


trole existem alternativas como hidralazina, metildopa, clo-
nidina e minoxidil. São medicamentos mais potentes, porém
com maior incidência de efeitos colaterais.

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DESCUBRA SE VOCÊ FAZ
PARTE DESSE GRUPO
A hipertensão é uma doença silenciosa que
exige alerta constante, mas pessoas que estão
no grupo de risco devem ser mais cautelosas

Hipertensão é considerada a pressão arterial acima de


140x90 mmHg (milímetros de mercúrio). Entre as pessoas
que têm mais predisposição para manifestarem a doença es-
tão: idosos, negros, mulheres grávidas, mulheres na meno-
pausa, fumantes, obesos e pessoas sedentárias. “Os negros
pela própria genética possuem uma predisposição maior ao
desenvolvimento de hipertensão arterial. No caso dos idosos,
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é quase unânime que todos em algum momento se tornem
hipertensos, pelo envelhecimento dos vasos sanguíneos que
antes eram semelhantes a um elástico de borracha ou silico-
ne, com os anos vão perdendo essa elasticidade pelo enve-
lhecimento, tornando-se mais enrijecidos, semelhantes a um
cano de PVC, o que aumenta a pressão do sangue que pas-
sa por aí”, explica o cardiologista Rodrigo Bazzo, da Clínica
Medcor. Como a pressão arterial alta não costuma apresentar
sinais visíveis, a melhor forma de se proteger é prevenir. A
recomendação é que as pessoas que estão no grupo de riscos
façam consultas periódicas para verificar o nível
da pressão. Dessa forma evita-se o surgimento
de outras doenças decorrentes. “A hipertensão
arterial não diagnosticada ou não tratada pode
levar à consequências fatais. Infarto agudo do

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miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência renal e
diabetes, são as principais consequências da doença”, alerta
Allan Cembranel, cardiologista do Hospital Alvorada. Mes-
mo que apresente sintomas sutis, a doença pode ser perigosa.
“A hipertensão apresenta uma alta prevalência e baixas taxas
de controle, sendo considerada um dos principais fatores de
risco modificáveis e um dos mais importantes problemas de
saúde pública. Consiste em uma condição que se apresentará
em mais de 30% da população, os quais não poderão evitar
a hipertensão, cabendo portanto, controlá-la”, diz o cardio-
logista. Neste caso, trata-se da hipertensão arterial sistêmica,
que é o tipo crônico da doença. “Associa-se frequentemente
a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (co-
ração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e alterações meta-
bólicas, com consequente aumento do risco de eventos car-
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diovasculares fatais e não fatais”, assegura o cardiologista. Já
a hipertensão arterial sistêmica secundária pode ser curada e
evitada. “Sendo assim, as tentativas de se evitar a hipertensão
vão estar voltadas para os casos de hipertensão arterial sistê-
mica secundária”, acrescenta Allan Cembranel.
O ideal é que toda mudança nos hábitos alimentares e prá-
tica de exercícios físicos tenha o acompanhamento adequa-
do de um profissional especializado de saúde. “A prática de
exercícios físicos evita o sedentarismo, auxilia no combate
à hipertensão e diminui a pressão arterial da pessoa. Segun-
do a Escola Americana College Sports Medicine (ACSM), o
recomendável é praticar atividades físicas de 3 a 7 vezes na
semana, em um período mínimo de 20 minutos, mas tudo vai
depender da intensidade de exercícios para gerar algum resul-
tado. Além disso, é necessária uma combinação multifatorial
para conquistar e manter a qualidade de vida: alimentação,

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sono e exercícios”, avalia Saulo Batista, professor de educa-
ção física. A mudança no estilo de vida das pessoas que fa-
zem parte desse grupo é uma das melhores maneiras de evitar
complicações derivadas da doença. Outro fator importante
neste caso é alimentação. “O hipertenso deve evitar a inges-
tão excessiva de sal (Sódio - NaCl) nos alimentos. Tanto aque-
le sal que adicionamos na comida, como os alimentos que
contém muito sal ou sódio em sua composição ou preparo.
Lembrando que não são somente os alimentos salgados que
contém sal (sódio), os doces também”, esclarece Raquel Ma-
ranhão, nutricionista da Clínica Beslim Associado. Além da
alimentação adequada e prática de atividades físicas diárias,
as pessoas devem ficar atentas ao alto nível de estresse, que
pode se tornar um agravante da hipertensão. “Segundo pes-
quisadores, o estresse mental é capaz de desencadear infarto
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e/ou morte súbita, pois aumenta os valores da pressão arterial.
Mas certamente os fatores hereditários e psicossociais tam-
bém têm importante contribuição na hipertensão, uma vez
que as pessoas não reagem a uma situação da mesma ma-
neira e intensidade semelhante”, aponta a psicóloga Ismênia
Beatriz do Centro Médico Nova Lima. Esses cuidados devem
ser tomados por todas as pessoas que desejam ter uma vida
saudável e equilibrada, mas são fundamentais para quem está
no grupo de risco da hipertensão.

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Sintomas insidiosos nas mulheres

As mulheres costumam ir com mais frequência ao médico,


mas como os sintomas da hipertensão costumam ser menos
aparentes no sexo feminino, elas não percebem quando a do-
ença aparece. “Os sintomas nas mulheres são iguais aos dos
homens, porém se instalam de forma mais sutil e gradativa.
Uma única exceção é quando a mulher sofre da doença hi-
pertensiva específica da gravidez”, explica Cembranel. De
acordo com o cardiologista, a HAS na gestação é classificada
nas seguintes categorias principais: Pré-eclâmpsia, Eclâmpsia
- Pré-eclâmpsia superposta à hipertensão crônica, Hiperten-
são crônica e Hipertensão gestacional, nesses casos a doença
pode ser agravada. As mulheres precisam ficar atentas tam-
bém na menopausa, pois nessa fase da vida o risco de hi-
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pertensão aumenta. “Alguns autores sugerem que a elevação
da PA na perimenopausa decorra, pelo menos em parte, da
deficiência estrogênica. Ou seja, para alguns autores have-
ria “perda” da proteção (estrogênio) após a menopausa, au-
mentando a incidência de patologias, como a HAS”, aborda
Anderson Rodrigues, cardiologista do laboratório Sabin. Os
riscos, no entanto, podem ser minimizados com alguns cui-
dados, conforme explica Allan Cembranel. “Durante a me-
nopausa, com a queda das taxas hormonais nas mulheres,
há uma tendência de desenvolver hipertensão nesta fase da
vida feminina. Mas o diagnóstico precoce da menopausa, as
terapias de reposição hormonal e o controle mais rigoroso
da saúde física da mulher podem evitar o inicio da doença”.
De acordo com Cembranel, outro fator que tem aumentado
o índice de mulheres hipertensas é a mudança no estilo de
vida. “Nos últimos anos as mulheres estão adotando o estilo

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de vida dos homens. Passaram a fumar mais, ficaram menos
ativas, aumentaram o peso corpóreo. Isso tudo contribui para
o aparecimento da hipertensão arterial”, afirma.

Agravantes da doença

Diferentemente das mulheres, os homens costumam apresen-


tar certa resistência na hora de procurar um médico e isso
se torna um grande risco quando se trata de hipertensão. “O
sucesso do seu tratamento (controle dos níveis pressóricos e
redução do risco cardiovascular), depende diretamente da
precocidade: da detecção do problema, do tratamento e do
efetivo controle da HAS”, explica o cardiologistas Anderson
Rodrigues. Independente do paciente, os sintomas costumam
ser os mesmo, o que pode mudar é a intensidade. Em geral
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as pessoas apresentam os seguintes sintomas: palpitações, do-
res no peito, sensação de peso no pescoço, dores de cabeça,
náuseas, turvação visual, tonturas e desmaios. De acordo com
o cardiologista Allan Cembranel, a porcentagem de homens
atingidos pela hipertensão supera o número de mulheres por-
tadoras da doença. “No que tange a HAS, comparando-se o
sexo feminino e o masculino, no Brasil tem-se que a preva-
lência foi de 35,8% nos homens e de 30% em mulheres, se-
melhante à de outros países. Revisão sistemática quantitativa
de 2003 a 2008, de 44 estudos em 35 países, revelou uma
prevalência global de 37,8% em homens e de 32,1% em mu-
lheres”, explica.
Vale destacar ainda que no grupo de risco estão pessoas com
baixo poder aquisitivo, pois na maioria dos casos não con-
seguem manter uma alimentação equilibrada. “Porque não
tem uma preocupação e/ou informação sobre os riscos da

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alimentação inadequada, com muito sal, e tem acesso aos
alimentos mais baratos à base de farinhas (carboidratos) que
contribuem muito para o ganho de peso”, evidencia o cardio-
logista Rodrigo Bazzo. Dessa forma é de extrema importância
manter uma vida equilibrada para ficar fora do grupo de risco
da hipertensão quando a causa não for genética. “A principal
causa da hipertensão, após a genética familiar, pode-se dividir
entre a falta de atividade física regular e adequada e alimen-
tação inadequada com alta ingestão de sal e carboidratos”,
aponta Bazzo. Para os cardiologistas e demais profissionais da
área da saúde, a melhor forma de se prevenir contra hiperten-
são é adquirir hábitos saudáveis.

ALIMENTE-SE CONTRA
A HIPERTENSÃO
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O sal é o principal vilão para o aumento da


pressão arterial, saiba como substituir os ali-
mentos e optar pelas versões mais saudáveis

A relação entre a hiperten-


são e os hábitos alimen-
tares é evidente. Mesmo
sabendo que os fatores
genéticos correspondem
a maior porcentagem de
probabilidade de desen-
volver a hipertensão arte-
rial, prestar atenção à alimentação pode ser fundamental no trata-
mento ou na prevenção da doença.

16
Diversos estudos comprovam que, em casos de hipertensão
leve ou limítrofe, apenas algumas mudanças na alimentação
são suficientes para reverter o caso e retornar aos índices con-
siderados saudáveis. Além de controlar o consumo de sal, em
alguns casos pode ser indicado o controle do peso, pois a
eliminação de gordura e a diminuição da circunferência ab-
dominal também estão relacionadas à redução da pressão ar-
terial. De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
VI - DBH VI, elaboradas pelo Departamento de Hipertensão
Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia, os valores
saudáveis para a população giram em torno de um índice de
massa corporal (IMC) menor que 25 kg/m² (para calcular seu
IMC, basta dividir o seu peso em kg pelo valor da sua altura
ao quadrado) e a circunferência abdominal deve ser menor do
que 102 cm para os homens e menor do que 88 cm para as
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mulheres. Diversos estudos mostram que manter IMC abaixo
de 25 kg/m² previne em 40% o desenvolvimento de hiperten-
são arterial sistêmica (HAS) em mulheres.
Por isso, é importante que os pacientes estejam cientes do tra-
tamento e se esforcem para modificar os hábitos alimentares
que sejam prejudiciais à saúde. O sucesso do tratamento de-
pende muito da mudança comportamental e da adesão a um
plano alimentar saudável. Mesmo uma baixa perda do peso
corporal está associada a reduções na pressão arterial (PA) em
pessoas com sobrepeso.
Entretanto, a utilização de dietas radicais, como as ricas em
carboidratos ou em gorduras, não são indicadas, pois não são
possíveis de se manter por um longo período, o que resulta no
abandono do tratamento. Por isso, é imprescindível o acom-
panhamento médico para buscar uma alimentação adequada
ao seu estilo e ritmo de vida, que possa ser elaborada a partir
de seus gostos pessoais.

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Retire o sal da mesa

O consumo de sal em excesso é


um dos principais vilões da hi-
pertensão. Natália Colombo, nu-
tricionista da Clínica Funcional,
alerta que o sódio não está pre-
sente apenas no sal de cozinha,
por isso é importante lembrar que
além do sódio proveniente do
sal, também ingerimos outros ali-
mentos que contém este mineral.
Consumir alimentos muito condimentados gera uma série de
efeitos negativos no organismo, o principal deles é o aumento
do volume do sangue que circula em nosso corpo. “O sal
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puxa a água, ou seja, retém líquidos. Com isso o sangue fica
mais ‘viscoso’ e com maior dificuldade de passar pelos vasos
sanguíneos. Esse aumento crônico da pressão dentro dos va-
sos leva à hipertensão arterial”, ilustra a nutricionista.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, é recomen-
dado que a ingestão diária de sal não ultrapasse 5 a 6 g, o que
corresponde a uma colher de chá e a quantidade máxima de
sódio deve ser 2,4 mg, presente em 6 g de sal. Para calcular a
quantidade que você deve utilizar para temperar os alimentos
é importante lembrar que eles naturalmente possuem sódio,
por isso a medida de sal extra utilizado no preparo dos ali-
mentos deve ser menor do que o limite estabelecido pela
OMS. “Para bebês, o ideal é que não fosse adicionado sal nos
alimentos até os dois anos, pois a necessidade de sódio deles
já é suprida apenas pela quantidade existente nos alimentos
naturais”, informa Natália Colombo.

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Elaine Dias Mendonça Pavosqui, nutricionista especialista em
Nutrição Clinica e Metabolismo, explica que o sódio é um
aditivo para preservar o gosto e o frescor dos alimentos, por
isso os processados, enlatados e industrializados apresentam
uma grande quantidade dessa substância. Pavosqui alerta
que, além da pressão alta, o excesso de sódio pode gerar pro-
blemas ainda mais graves, como a sobrecarga renal, que pode
resultar em uma falência do órgão.
Para diminuir o consumo dessa substância tão prejudicial à
saúde, é necessário, em primeiro lugar, prestar atenção na
hora de preparar os alimentos, utilizar pequenas quantidades
de sal ou substituí-lo por outros temperos. No início parece
impossível reduzir o sal, pois o paladar acostuma com o sabor
e não sente mais quando a comida está salgada. Para come-
çar, uma boa dica é substituí-lo por temperos naturais, como
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limão, cebola, alho, salsa e cebolinha. Mas não desista logo,
pois os especialistas garantem que são necessários cerca de
30 dias para que as papilas gustativas aceitem a diminuição
de sal na comida. Para não sentir falta desse ingrediente, a
nutricionista Natália Colombo ensina como preparar alguns
temperos simples com ingredientes naturais que vão incre-
mentar o sabor da sua refeição sem utilizar o sal.

MOLHO HIPOSSÓDICO - BAIXO TEOR DE SAL


(para saladas, peixes, frangos)
Ingredientes
½ cebola média
1 dente de alho
1 colher de sopa de semente de mostarda
5 cravos-da-índia
1 colher de chá de pimenta-do-reino, de páprica doce e de

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noz-moscada
1 xícara de azeite de oliva extravirgem
200 ml de vinagre de vinho, maçã ou arroz.
Modo de Preparo
Passe no liquidificador todos os ingredientes com um pouco
de vinagre e bata até formar uma pasta. Coloque o restante do
vinagre, deixe descansar por 48 horas na refrigeração e coe.

SAL VERDE
(pode ser usado em qualquer receita)
Ingredientes
1 colher de sopa de alecrim desidratado
1 colher de sopa de manjericão desidratado
1 colher de sopa de orégano desidratado
1 colher de sopa de salsinha desidratada
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1 colher de sopa de gersal (mistura de gergelim integral tosta-
do e sal marinho, encontrada em lojas de produtos naturais)
Modo de Preparo
Bata tudo junto no liquidificador e guarde em um recipiente
seco.

Dica:
 Se quiser fazer porções maiores, é importante manter sempre a mes-
ma quantidade de cada ingrediente.

Alimentação saudável

Além do sal, existem outros alimentos que são importan-


tes quando o assunto é hipertensão. O alto teor de gordura
presente em alguns pratos também é nocivo à saúde e pode
contribuir com o aumento da pressão arterial. Por isso é im-
portante substituir alimentos industrializados pelos naturais,

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consumir frutas, verduras e beber bastante água. Estas são ati-
tudes que beneficiam a saúde de uma forma geral.
O esquema alimentar ideal para pacientes hipertensos, pes-
soas com histórico familiar da enfermidade e para aqueles
que desejam prevenir o problema, conta com os seguintes
itens: consumo de frutas, verduras, alimentos integrais, leite
desnatado e seus derivados, produtos com maior quantidade
de fibras, potássio, cálcio e magnésio. A proporção deve ser
de quatro a cinco porções de frutas, quatro a cinco porções de
vegetais e duas a três porções de laticínios (derivados de leite)
desnatados por dia, com menos de 25% de gordura.
Alguns alimentos também funcionam como uma proteção,
pois determinadas substâncias são benéficas ao organismo e
auxiliam no combate à doenças e a regular o funcionamento
do nosso corpo. A nutricionista Natália Colombo fornece uma
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lista com alguns desses alimentos aliados no combate ao au-
mento da pressão arterial:

• Linhaça, sementes de chia e peixes de água fria


(ex. sardinha e salmão)
Fontes de ácidos graxos insaturados e ômega-3, podem redu-
zir a pressão arterial.

• Proteína vegetal
Esses alimentos auxiliam na manutenção da pressão arterial.
As fontes de proteína vegetal são pobres em gordura, isentas de
colesterol e ricas em fibras, aumentando significativamente a
longevidade e qualidade de vida. Pode ser encontrada em fei-
jões, soja, quinua, lentilha, ervilha, grão-de-bico, entre outros.

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• Oleaginosas
Possuem arginina, que aumenta a produção de óxido nítrico,
uma substância que atua na dilatação dos vasos sanguíneos.
Promove diversos benefícios quando aliada a um plano ali-
mentar saudável. Alguns exemplos de oleaginosas são: casta-
nha-do-pará, pistache, nozes, entre outras.

• Frutas Vermelhas
Esses alimentos possuem flavonóides, substância que relaxa
os vasos sanguíneos, baixando a pressão. Morango, melancia,
cereja, framboesa, amora e outras muitas variedades.

• Alho e Cebola
Esses alimentos são compostos sulfurosos, que auxiliam na
dilatação dos vasos sanguíneos e ajudam a reduzir tanto a
pressão diastólica quanto a sistólica, conforme algumas evi-
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dências clínicas.

De uma forma geral, para uma alimentação saudável é im-


portante evitar alimentos industrializados, que são ricos em
aditivos, gordura saturada, sódio e pobres em nutrientes, pois
não oferecem nenhum benefício ao nosso organismo, indica
a nutricionista Natália Colombo. “Além disso, é importante
manter a ingestão adequada de frutas, verduras, legumes,
grãos integrais, água e carnes brancas”, enumera. A nutricio-
nista Elaine Pavosqui acrescenta que os principais vilões da
hipertensão são: o sal refinado em excesso, alimentos pro-
cessados, embutidos, enlatados, salgadinhos de pacote, sopas
industrializadas e macarrões instantâneos, temperos prontos,
sucos em pó industrializados e bebidas gaseificadas diet. “A
substituição correta para uma boa alimentação é evitar esses

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itens e introduzir alimentos mais naturais, sempre evitando
exageros. Consuma quantidades recomendadas pelos nutri-
cionistas”, afirma Pavosqui.
Para uma alimentação saudável e que auxilie na redução da
hipertensão, algumas mudanças e substituições devem ser le-
vadas em conta. Mas a nutricionista especialista em nutrição
clínica e metabólica pondera que nenhum tipo de alimento
deve ser proibido, mas ajustado ao preparo e ingestão para que
a dieta seja possível e atrativa para o dia a dia de cada um.

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PRATIQUE SAÚDE
A hipertensão está diretamente ligada à quali-
dade de vida, uma das formas de evitar a doen-
ça é adquirir hábitos saudáveis com alimenta-
ção adequada associada à prática de exercícios.

Alimentação adequada, con-


trole do estresse e prática de
exercícios são fatores essen-
ciais na vida de qualquer
pessoa que deseja manter a
saúde em dia. São exatamen-
Grupo Único PDF PaDte esses fatores os responsá-
veis pela qualidade de vida
de pessoas com hipertensão
ou que desejam evitar a do-
ença. O bom desempenho
do tratamento e da preven-
ção depende muitas vezes do esforço do paciente. Nem sem-
pre isso quer dizer passar por privações ou sacrifícios, mas
sim mudanças em alguns hábitos, começando pela alimenta-
ção. “Vários estudos já comprovam a influência de uma boa
alimentação para o tratamento da hipertensão. Tanto para o
tratamento quanto para a prevenção da doença, o paciente
deve evitar alimentos gordurosos, excesso de carboidratos
com alto índice glicêmico, alimentos industrializados que
contem alto teor de sódio e o próprio sal de cozinha”, alerta
a nutricionista Reila Satel, Pós-graduada em Nutrição Clínica.

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As pessoas costumam acreditar que o perigo está apenas no
sal em si, mas devem tomar cuidado com os alimentos que
contêm sódio embutido e que muitas vezes deixa de ser per-
cebido. “O principal vilão da alimentação quando o assunto é
a hipertensão é o alto consumo de sódio. O sódio é um mine-
ral que está presente naturalmente na composição de diversos
alimentos, mas também participa da composição de conser-
vantes, adoçantes, fermentos e realçadores de sabor. Alguns
alimentos ricos em sódio: embutidos (presunto, apresuntado),
refrigerantes (principalmente os diet), sucos industrializados
em pó, queijos salgados, alimentos defumados, sopas de pa-
cote, temperos prontos, enlatados em conserva e salgadinhos,
são alguns dos alimentos que devem ser monitorados com
certa restrição ou evitados”, explica Satel. Para evitar o con-
sumo excessivo de sódio, é recomendável que as pessoas fi-
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quem atentas na hora de comprar produtos que contenham
essa substância, como recomenda a nutricionista do SPA So-
rocaba Renata Fidelis. “O importante é estar atento aos ró-
tulos de alimentos, por exemplo, se um produto tem 200 mg
de sódio, significa que ele tem 0,5 g de sal. Lembrando que é
melhor escolher produtos abaixo de 200 mg, pois temos o sal
de adição nas refeições do dia”, diz. De acordo com Fidelis, a
recomendação nutricional para consumo diário de sal é de 5
g por dia para pessoas adultas, mas para a nutricionista o ideal
é ficar abaixo do recomendado, pois isso ajuda no controle da
pressão e na prevenção da hipertensão.
Para que a redução do sal na alimentação seja menos trau-
mática, a nutricionista Reila Satel recomenda usar temperos
naturais como: limão, alho, cebola, orégano, cominho, coen-
tro, manjericão, que podem compensar em termos a ausência
do sal. Isso não quer dizer que o sódio deva ser totalmente

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extinto da alimentação, mas que deve ser reduzido. “O sódio
e o cloro naturalmente contribuem com o equilíbrio da água
corporal, fazendo a sua retenção. Porém o sódio em excesso
contribui para elevar a pressão. Quando a pessoa ingere sal
em excesso seu organismo irá reter água. Essa retenção provo-
ca o aumento do volume de sangue e o coração precisa traba-
lhar mais para impulsioná-lo para todo o corpo e o resultado
é o aumento da pressão”, aponta Satel.
A alimentação adequada é fundamental na vida das pesso-
as com hipertensão, mas nem sempre o consumo errado dos
alimentos é responsável pelo surgimento da doença. “A ali-
mentação, nem sempre é fator desencadeante, já que a hi-
pertensão está relacionada ao estilo de vida, sedentarismo,
estresse, obesidade, idade, sexo, etc”, adverte a nutricionista
Renata Fidelis.
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A maneira como as pessoas enfrentam seus desafios diários
e situações estressantes também tem influência importante
na doença, ainda que o estresse não seja fator determinante.
“O estresse influencia negativamente na hipertensão. Libera
substâncias que aumentam a frequência cardíaca, o que po-
tencializa a pressão arterial e certamente colabora para piorar
a hipertensão”, conta o psicólogo Odair J. Comin, da Clínica
Delphos. A psicóloga Claudia Nogueira, do SPA Sorocaba,
explica que nem sempre o estresse é negativo, isso vai depen-
der da maneira que ele é encarado. “Ele nos auxilia no pre-
paro do organismo para defender-se e reagir, e isto é um bem
e uma necessidade para se viver, neste caso ele é positivo.
Agora, quando se torna excessivo e constante, o organismo
não consegue voltar para o seu estado de equilíbrio interno
para se recuperar, e então ele deixa de ser positivo e passa a
ser negativo”, afirma. Viver bem com hipertensão é sinônimo

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de vida saudável, em todos os sentidos, e esse estilo é con-
siderado ideal, seja para portadores de hipertensão ou não.
Nogueira dá algumas dicas para quem pretende ter uma vida
equilibrada:
• Aderir a uma dieta saudável e equilibrada é muito impor-
tante para repor as energias que o estresse consome do orga-
nismo;
• Relaxar é imprescindível, pois o relaxamento ajuda a eli-
minar o excesso de adrenalina produzida pelo processo do
estresse e restabelece o equilíbrio interno;
• Valorizar suas virtudes, expressar seus sentimentos e rece-
ber afeto, fazem muito bem;
• Sorrir é a melhor arma para se defender do estresse. É fácil,
rápido e grátis. Quando você sorri, seu corpo libera hormô-
nios que aumentam a sensação de bem estar e diminui o nível
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do cortisol, o hormônio clássico do estresse;
• Praticar atividade física é indicado por contribuir na libera-
ção de beta endorfina, substância que proporciona sensação
de bem-estar e tranquilidade.

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O excesso de trabalho, lutas para atingir metas e consequente-
mente a falta de tempo para o lazer no dia a dia além de pro-
vocar o estresse, muitas vezes acaba gerando o sedentarismo.
“[Este fator] agrava e dificulta o controle de inúmeras doenças
como a hipertensão”, lembra o educador físico Rodolpho Sú-
nica, que recomenda a prática de exercícios físicos no mínimo
cinco vezes por semana. “O indivíduo hipertenso deve reali-
zar exercícios aeróbios como: caminhada, bicicleta, hidrogi-
nástica, etc.Também deve realizar exercícios resistidos sempre
com acompanhamento de um Personal” indica o preparador.
A prática de atividades físicas é fundamental para o bom de-
sempenho no tratamento do hipertenso, mas ele deve ser feito
com o acompanhamento de um profissional especializado,
que irá indicar qual tipo de exercício é mais recomendado
para o paciente. “O tipo de atividade física ou esporte ade-
quado será determinado após avaliação com ortopedista es-
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pecializado em medicina esportiva, ou seja, após se traçar
o perfil esportivo do paciente respeitando suas limitações e
possíveis patologias ortopédicas”, recomenda o ortopedis-
ta Octacílio da Matta. Todo tratamento do hipertenso deve
ter sempre o acompanhamento de um profissional de saúde
especializado para garantir a eficácia e a segurança do pa-
ciente. “O tratamento indicado deve ser feito sempre por um
profissional qualificado e deve ser mesclado com alterações
na qualidade de vida do paciente, como a realização de uma
atividade física e mudança nos hábitos alimentares”, alerta
Allan Cembranel, cardiologista do Hospital Alvorada.
O equilíbrio emocional, nas atividades físicas e na maneira
de se alimentar pode ser o melhor remédio e prevenção. Con-
trole é a palavra-chave, como conta a nutricionista Claudia
Nogueira. “Nem sempre podemos evitar o estresse e nem há
cura para a hipertensão, mas os dois podem ser controlados.”

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