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DIFERENCIANDO PSICOLOGIA FORENSE DE PSICOLOGIA CRIMINAL

O termo Psicologia Forense designa a aplicação da Psicologia, seus quadros teóricos e


metodológicos, às questões judiciais. Isto é, a utilização de todas as linhas explicativas
existentes em Psicologia de modo a atingirmos a compreensão do binómio Lei-Sujeito.
O objeto da Psicologia Forense será, portanto, todas as circunstâncias que ligam o Sujeito e a
Lei(Viaux,2003).

Termos tais como “Psicologia Criminal”, “Psicologia Judiciária”, “Psicologia Legal”, coexistem
e devido a sua proximidade causam confusão sobre quando se deve utilizá-los.
A palavra “forense” tem a sua origem na palavra latina “fórum”, que designa o sítio da
geografia da cidade romana onde se situariam os tribunais. Sendo assim, a palavra “forense”
seria atribuída a aquilo que se relacionasse com o funcionamento dos tribunais. Esta designação,
quando falamos da sua utilização na Psicologia, tem sido adotada, sobretudo nos Estados
Unidos. A abrangência do termo “forense” permite que toda a atividade psicológica que
funcione numa interelação contínua com a Lei se possa incluir sob esta designação: psicólogos
que trabalhem em instituições de reinserção social, em estabelecimentos prisionais, instituições
de proteção e educação de menores em risco, instituições de apoio a vítimas, peritos judiciais.

Todos estes profissionais, apesar das especificidades que possuem o seu trabalho, partilham uma
mesma linguagem, melhor ainda, têm a tarefa de tradutores: da linguagem do Sujeito para a Lei,
e a linguagem da Lei para o Sujeito.
Contudo, a utilização deste termo não é unânime em todos os países, chegando mesmo a haver
discordância dentro do mesmo país. Por exemplo, em França não foi possível conseguir um
consenso entre os psicólogos que trabalham no meio judicial sobre a designação “Psicologia
Forense”, que os incluiria a todos. Deste modo foi decidido por aqueles que realizam perícias
para os tribunais atribuir a designação de “Psicologia Legal” à condição de perito, sendo, assim,
o equivalente psicológico da Medicina Legal (Viaux, 2003).

Já agora podemos especificar o campo de intervenção da Psicologia Criminal e da Psicologia


Judiciária. Por Psicologia Criminal entende-se o estudo daquilo que é crime, e só do crime,
utilizando a análise psicológica. Histórica

Desde cedo a Psicologia se interessou pela execução da Justiça, nomeadamente pelas variáveis
psicológicas que interferiam nesse processo. Seriam os estudos sobre a relação entre a memória
e a capacidade de testemunho que inauguraram a relação entre Psicologia e Justiça. Neste
campo destacam-se os estudos de experimentalistas tais como Cattell e Jastrow nos E.U.A., e
Stern e Binet na Europa. De fato, será na Europa que o desenvolvimento destes estudos se torna
mais visível devido à hegemonia alemã no campo da Psicologia.

Na virada do século XX era habitual a utilização de psicólogos como testemunhas perito. Albert
von Shranck-Notzing, primeiro psicólogo nesta condição, em 1896 tenta convencer um juiz que
a influência da cobertura realizada sobre o caso de assassinato que estava a ser julgado, estaria a
provocar falsas recordações nas testemunhas do caso, sendo que estas já não distinguiriam o que
sabiam daquilo que os jornais diziam (Bartol & Bartol, 1999).
Se na Europa a Psicologia foi rapidamente aceite, nos E.U.A.
A sua aceitação foi um pouco mais tardia. Será Hugo Munsterberg, discípulo de Wunt, que irá
salientar a importância dos contributos que a Psicologia poderá fornecer à administração da
Justiça, o que ele demonstra na sua obra “On the Witness Stand: Essays on Psychology and
Crime” (1925). Aliás, Munsterberg foi um dos grandes pilares do Funcionalismo americano.
Defendia que a Psicologia se poderia aplicar a qualquer área da experiência humana, desde a
Educação à Justiça, como da Saúde ao Trabalho. É por causa disto que muitas vezes é chamado
de “pai da Psicologia Aplicada”. Apesar de defender ideias inovadoras, Munsterberg, gera muita
desconfiança e polemica entre os seus pares, contudo, não deixa de suscitar o interesse nos
psicólogos por campos algo diferentes dos que eram considerados os da Psicologia,
nomeadamente da Justiça.

Desde que Munsterberg chama a atenção para a relação entre Psicologia e Justiça, a intervenção
dos psicólogos americanos nos procedimentos judiciais intensifica-se. Na década de 40, apesar
das dificuldades impostas pelos psiquiatras forenses, os psicólogos começam a ser aceitos como
peritos sobre o estado mental.

O desenvolvimento da Psicologia Forense culmina com o aparecimento de organizações de


profissionais consagradas a este ramo da Psicologia: 1977 na Grã-Bretanha, 1981 nos E.U.A.,
1984 na Espanha e 1992 na França. Em 1997 a European Federation of Professional
Psychologists Associations (EFPPA) elabora um documento que contém a lista de funções do
psicólogo forense (Viaux, 2003):

“1) Práticas diretamente utilizadas pelos tribunais:


exames psicológicos de autores de fatos delituosos ou criminais a pedido do Ministério Público,
do Juiz de Instrução ou do Tribunal
exames psicológicos de vítimas (consequências) a pedido do Ministério Público, do Juiz de
Instrução ou do Tribunal
avaliação de períodos de detenção (orientação penal, preparação à orientação profissional) e
pós-detenção
execução de perfis
avaliação da credibilidade de testemunho (adultos e crianças vítimas)
avaliação dos danos psicológicos e neuropsicológicos
exame das famílias em conflito (divórcio, regulação do poder paternal)
exame de menores ou adultos no quadro da proteção de menores em risco

2) As práticas indiretamente utilizadas pelos tribunais:


assistência às vítimas (intervenção no quadro da ajuda pluridisciplinar às vítimas, em urgência
ou no decorrer de processos)
aconselhamento ou perícia de mútuo acordo em situações de perícia que envolvam
indemnizações
realização de contra-perícias (a pedido de advogados)
avaliação das consequências da vitimização
tratamento dos delinquentes em serviços médicos e psiquiátricos das prisões e centros de
detenção
orientação de toxicodependentes nas prisões
intervenção em colaboração com as polícias, análises de benefícios.

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