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TECNOLOGIA MECÂNICA

RESUMO DE AULAS
ESCOLHA DE MATERIAIS
Uma questão de vital importância na construção mecânica é a escolha dos materiais.
Em determinados casos não se presta a este assunto a atenção merecida. Lembramos que
antes de decidir-se por um material qualquer, por mais simples que seja a peça a fabricar e por
pouca importância que se lhe conceda, deverá se escolher o material que reúna as
características mais apropriadas, não somente por sua resistência, mais também por sua
facilidade de usinagem e tratamento, e muito especialmente pelo fator econômico, que pode
influir notavelmente no custo de fabricação. Os elementos de máquinas devem ser projetados
de modo a serem eficientes, econômicos e terem boa apresentação, devem ser fácil de montar
e terem vida útil nem mais nem menos do que a necessária. Para se conhecer os diversos
materiais usados na construção de peças de máquinas, assim como para se notar as suas
diferentes características, faz-se necessário conhecer os diversos esforços mecânicos a que se
sujeitam, e o comportamento destes sob ação dos citados esforços.

ESFORÇOS MECÂNICOS
Esforço mecânico é toda ação que tende a modificar a forma do corpo. São eles.
a) TRAÇÃO: é o esforço originado pela ação de duas forças iguais e opostas,
coincidentes com o eixo da peça e dirigidas para fora. Este esforço produz geralmente um
alongamento na peça e a redução da seção reta transversal - estricção.
b) COMPRESSÃO: este esforço é originado quando a carga solicitante atua no eixo da
peça, e com a tendência de fazerem entrar duas seções vizinhas, uma na outra. Este esforço
produz geralmente uma diminuição do comprimento da peça e aumenta a seção reta
transversal ou a flexiona - flambagem.
c) CISALHAMENTO: é a ação devido a dois esforços de igual direção e em sentido
contrário, atuando na mesma seção da peça. Uma peça quando está solicitada por
cisalhamento tende a “cortar-se”.
d) FLEXÃO: é o esforço composto de tração e compressão, ou seja, resulta da ação de
uma força, que atua perpendicularmente ao eixo de uma peça e com tendência a curvá-la.
e) TORÇÃO: é o esforço composto de tração e cisalhamento, ou seja, é o esforço que
tende a torcer a peça.

TERMO CONVENCIONAL
TENSÃO DE RUPTURA: é a tensão com que a peça, submetida a um determinado
esforço, se rompe. Ex.: Tração

CARACTERÍSTICAS GERAIS
PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
1) Mecânicas; 2) Físicas; 3) Químicas.

1) Mecânicas:
Estas propriedades são inerentes às solicitações que o material poderá sofrer quando
trabalha.

a) RESISTÊNCIA é a propriedade que tem o material de suportar esforços que tendem


a deformá-lo. Ex.: Resistência à tração, à compressão, ao cisalhamento, etc.

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b) MALEABILIDADE é a maior ou menor facilidade do material se deformar, quando
submetido a uma ação mecânica que tenda a modificar sua forma.

c) TENACIDADE é a capacidade que tem o material de absorver grande quantidade


de energia antes de romper-se quando submetido a uma carga de tração, compressão, etc.

d) DUCTILIDADE é a propriedade que tem o material de sofrer apreciável


deformação permanente antes de romper-se, quando submetido a esforços de tração.

e) DUREZA é a resistência que oferece o material ao risco ou à penetração, por parte


de outros corpos.

f) RESILIÊNCIA é a resistência a choques, pancadas, vibrações, golpes, impactos, etc.

g) FRAGILIDADE é a propriedade pela qual o material não sofre deformação


permanente antes de romper-se.

h) ELASTICIDADE é a propriedade que tem o material de mudar de forma sob a ação


de uma carga externa e voltar a sua forma primitiva, depois que a carga deixa de atuar.

2) Físicas:
Estas propriedades são aquelas inerentes à constituição do material e não se alteram
nem por esforço e nem por reação química.

a) PESO ESPECÍFICO é a relação entre o peso em gramas, e o volume de 1 cm³ de


substância ou (material). Fórmula: d = P / V
onde: d = peso específico (g /cm³);
P = peso da substância (g);
V = volume da substância (cm³).

TABELA DOS PESOS ESPECÍFICOS DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM AS LIGAS


METÁLICAS

PONTO DE FUSÃO
MATERIAL SÍMBOLOS PESO ESP. (g / cm³)
(°C)
Alumínio Al 2,69 658,5
Antimônio Sb 6,69 630,5
Chumbo Pb 11,34 327,0
Cobalto Co 8,80
Cobre Cu 8,93 1.083,0
Cromo Cr 7,10 1.560,0
Estanho St 7,28
Ferro Fe 7,86 1.500,0
Magnésio Mg 1,79 650,0
Manganês Mn 7,30 1.245,0
Molibdênio Mo 10,20 2.600,0
Níquel Ni 8,85 1.452,0
Ouro Au 1.063,0
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PONTO DE FUSÃO
MATERIAL SÍMBOLOS PESO ESP. (g / cm³)
(°C)
Platina Pt 21,40 1.770,0
Prata Ag 10,50 960,5
Silício Si 2,34 1.414,0
Titânio Ti 4,50 1.800,0
Tungstênio W 19,20 3.357,0
Vanádio V 5,70 1.710,0
Zinco Zn 7,14 419,4

Exercícios a serem resolvidos:

• 1) Sabendo-se que uma barra de ferro tem as seguintes dimensões: comprimento(L)


igual a 20cm, largura(b) 10cm e altura (h) 5cm, determinar o peso da barra.

• 2) Determine o peso específico da barra cujo o peso é de 29,475g, e com as


seguintes dimensões: comprimento (L) 250mm, largura (b) 150mm e altura(h)
100mm.
• 3) O peso de uma barra é de 645,6g, suas dimensões são: comprimento(L) igual a
100mm, largura(b) 600mm e altura(h) 40mm. Pede-se determinar o peso específico
e dizer de que material é constituída a barra.

b) TEMPERATURA DE FUSÃO (FUSIBILIDADE) é a temperatura na qual o


material passa do estado sólido para o líquido. Esta temperatura é chamada de ponto de fusão
e normalmente e medida em graus celsius.

c) DILATAÇÃO TÉRMICA é a propriedade pela qual os corpos variam de volume


quando sofrem variação de temperatura, ocorrendo na mesma proporção.
Para calcular a dilatação linear (dilatação ocorrida apenas em uma dimensão do corpo) utiliza-
se a seguinte fórmula: ∆L = ∆T . Lο . α , onde:
∆L é a variação de comprimento (dilatação linear);
∆T é a variação de temperatura;
Lο é o comprimento inicial, e
α é o coeficiente de dilatação (vide tabela).

TABELA DE COEFICIENTES DE DILATAÇÃO TÉRMICA LINEAR ( α ) /°C

MATERIAL. COEFICIENTE MATERIAL COEFICIENTE MATERIAL COEFICIENTE

Aço 0,000012 Cromo 0,000008 Níquel 0,000013


Alumínio 0,000024 Estanho 0,000023 Ouro 0,000015
Bronze 0,000018 F° F° 0,000011 Prata 0,000019
Chumbo 0,000028 Latão 0,000019 Zinco 0,000029
Cobre 0,000017 Magnésio 0,000026

Exercícios a serem resolvidos:

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• 1) Qual a folga mínima que se deve deixar num alojamento de um eixo de aço de
comprimento inicial de 200mm e que poderá sofrer uma variação de temperatura de
3°C.

• 2) Determine o coeficiente de dilatação linear de uma barra de comprimento inicial


de 3.000 mm, e que apresentou uma variação de comprimento de 285 x 10 -3 , após
ser aquecida de 5°C.

d) CONDUTIBILIDADE ELÉTRICA é a propriedade que tem os metais de


conduzirem a corrente elétrica.

e) CONDUTIBILIDADE TÉRMICA é a propriedade que tem os metais de


conduzirem o calor.
Na condutibilidade térmica os metais se situam na mesma ordem se comparada com a
condutibilidade elétrica, por que os melhores condutores de corrente elétrica, são ao mesmo
tempo os melhores condutores de calor.

e) CAPACIDADE DE IMANTAÇÃO é a propriedade pela qual os metais se deixam


magnetizar ou serem atraídos por imãs (magnetos).
Os materiais metálicos que possuem maior capacidade de imantação são Ferro, Níquel
e Cobalto.

3) Químicas:
Propriedades químicas são as que se manifestam (no metal) impedindo sua
transformação em outra substância com diferentes propriedades.
A principal propriedade química dos metais é a resistência à corrosão.

a) RESISTÊNCIA À CORROSÃO é a propriedade que apresenta o metal de não se


deixar desgastar sob o efeito das condições atmosféricas (ar, umidade) e dos ambientes
alcalinos como ácidos, soluções salinas, etc.
A corrosão dos metais e suas ligas é um fenômeno que muito prejudica a economia.
Conforme a espécie do metal e a composição do ar ou da água, dá a produção de
óxidos, hidróxidos, carbonatos, etc., que corroem a superfície da peça em camadas sucessivas.

MATERIAIS

ESQUEMA GERAL

a) Materiais não metálicos

1) Não ferrosos


 Extra doce
 Doce
 Carbono Meio doce
b) Materiais metálicos   Meio duro
  Duro
 Aço (0 a 2%C)  Extra duro
2) Ferrosos   Níquel
 Liga Cromo
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 Manganês, etc.

 FerroGusa(1ª fusão)
Ferro Fundido (2 a 6,7%) Branco (2ª fusão)
Cinzento (2ª fusão)

CONSIDERAÇÕES GERAIS
As ligas ferro-carbono formam uma série ininterrupta em que o elemento carbono
varia gradativamente de 0 a 6,7%. Além deste limite deixam de ter interesse prático. Essa
série é dividida em duas partes: a dos aços e a dos ferros fundidos.

1) AÇOS (conceito genérico) são todas as ligas de ferro e carbono, mais outras
substâncias (podem ser, também, impurezas normais), onde o carbono varia de 0 a 2%. Esta
liga é elaborada no estado de fusão.
As substâncias podem ser Mn, Si, P, S, Co, W, V, Cr, etc.

2) CARACTERÍSTICAS. A importância do aço provém de vários fatores, dentre os


quais, podemos citar.

1) Cor acinzentada; 6) Dúctil;


2) Peso específico 7,8 g/cm³; 7) Tenaz;
3) Apresenta boa resiliência; 8) Temperatura de fusão entre 1.350 e 1.550 °C;
4) Apresenta boa resistência; 9) Temperabilidade, etc.
5) Apresenta boa elasticidade;

Além dessas, podemos citar a diversidade de circunstâncias e Tratamentos mecânicos


(processos tecnológicos) a que ele poderá ser submetido, senão vejamos: O aço pode ser
laminado, forjado, trefilado, soldado, dobrado, curvado, etc.

3) INFLUÊNCIA DO CARBONO: A porcentagem de carbono influi em importantes


características do aço.
Quando aumenta a quantidade de carbono resulta:
a) Aumento da dureza e da resistência à tração;
b) Diminui a resiliência e maleabilidade.

4) FASES SUMÁRIAS DE OBTENÇÃO: O Aço é um produto resultante de:

a) Do refino do gusa bruto num forno conversor Bressemer;


b) Do refino do gusa bruto com sucata de aço ou de ferro fundido em fornos como o
Siemens-Martin, Elétrico, etc.;
c) Refusão de sucata de aço em qualquer tipo de forno, menos do tipo conversor.

5) EMPREGO: Com o aço fazem-se barras, chapas, eixos, trilhos, parafusos,


numerosas peças de máquinas, engrenagens, rolamentos, vergalhões, ferramentas, fios, tubos,
armas, etc. Além de um sem número de peças fundidas.

6) CLASSIFICAÇÃO: Os aços podem ser classificados em:

a) Aços ao Carbono (comum, ordinário, sem liga, binário);


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b) Aço liga (especial, ternário ou complexo).

AÇO AO CARBONO
a) Conceito
É a liga de ferro mais carbono, mais outras substâncias (impurezas normais).

b) Influência dos elementos


Ferro : Elemento predominante.
Carbono: Determinante das qualidades.
Impurezas: Normais: Fósforo(P) e Enxofre(s). Não podem ser totalmente
eliminadas e trazem inconvenientes para o aço. Manganês(Mn) e
Silício(Si) Estes e alguns outros são adicionados por apresentarem
vantagens como a de atenuar os efeitos dos dois primeiros.
Outros elementos não são eliminados porque simplesmente não influem.
Tolerâncias: P, até 0,10 % para aços ao carbono e até 0,04 % para aços liga; S,
até 0,05 % para aços ao carbono e até 0,025 % para aços liga; Mn,
de 0,25 a 0,90 % para os aços ao carbono; Com 1,00 % torna o aço
de corte fácil;

c) Subdivisão
Podemos subdividir os aços ao carbono em:
Ver quadro abaixo

d) Características
Sabemos que o aço ao carbono pode ser sujeito a uma grande variabilidade de
circunstâncias e tratamentos mecânicos (processos tecnológicos), daí podemos tirar algumas
características:
Ver quadro abaixo
e) Emprego
Sabemos do grande emprego dos aços ao Carbono, como também dos recursos usados
para distinguí-los entre si, dentre os recursos citaremos o reconhecimento do aço ao carbono
através do esmeril e lembramos que, também, pode ser reconhecido vagamente por meio de
imãs, limas, martelo, etc.
Ver quadro abaixo

AÇO LIGA OU ESPECIAL


a) Conceito
São aqueles que possuem além de carbono, ferro e impurezas normais, outros
elementos (metais ou metalóides) que lhes foram adicionados, intencionalmente, com o fim
de comunicar-lhes certas propriedades que os produtos comuns não possuem.

Estes aços são geralmente designados pelo nome do elemento de liga que contém: aço
Níquel, aço Cromo-Níquel, aço Cromo-Níquel-Molibdênio, etc.

b) Propriedades de alguns elementos que constituem os aços ligas.


Níquel Foi dos primeiros metais utilizados com sucesso para dar determinadas
qualidades aos aços. Aumenta a resistência e tenacidade, eleva o limite de elasticidade, dá boa
ductilidade e boa resistência à corrosão.

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Cromo Dá ao aço alta resistência, dureza, elevado limite de elasticidade e boa
resistência à corrosão.

Manganês Depois do carbono, o manganês é talvez o elemento mais importante do


aço. O manganês quando adicionado em quantidade conveniente, aumenta a resistência do
aço ao desgaste e aos choques.

Tungstênio É geralmente adicionado aos aços juntamente com outros elementos.


Aumenta a resistência ao calor, aumenta a dureza, a resistência à ruptura e o limite de
elasticidade. Temos em geral faixa de 2 a 18 % W. Entra na fabricação dos aços rápidos.

Molibdênio Sua ação nos aços é semelhante à do tungstênio. Emprega-se, em geral,


adicionado ao cromo, produzindo os aços cromo-molibdênio, de grande resistência a esforços
repetidos. Dá aos aços facilidade de usinagem e uma granulação fina.

Vanádio Melhora a resistência à tração, sem perda da ductilidade e eleva os limites de


elasticidade e de fadiga. Emprega-se, em geral, junto ao cromo. Dá aos aços excelente
homogeneidade, pois, é isento de bolhas de gás. É excelente desoxidante. Entra em quase
todas as ligas que compõe os aços rápidos. Se encontra nos aços ligas no teor superior a 0,15
%.
Silício Aumenta a elasticidade e a resistência dos aços. Isola ou suprime o
magnetismo. É empregado geralmente em ligas com o manganês, molibdênio, cromo, etc.

Cobalto Influi favoravelmente nas propriedades magnéticas dos aços. Associado ao


tungstênio, aumenta a resistência ao calor. É utilizado também com o Cr, Mo, V, W, etc.

FERRO FUNDIDO

1) Conceito
Ferro fundido é uma liga de ferro mais carbono mais impurezas normais, onde o
elemento carbono C varia desde 2 até 6,7%. É elaborado no estado de fusão.

2) Características
a) Cor acinzentada ou branca;
b) Peso específico de 7,1 a 7,8 g / cm³;
c) Ponto de fusão entre 1.100 e 1.350 °C;
d) Não pode ser laminado, trefilado, dobrado, curvado, etc;
e) Resistente ao desgaste;
f) Muito duro;
g) Resistente à corrosão.

3) Obtenção
É um produto obtido através da refusão do gusa (ferro fundido tal como sai do alto
forno) juntamente com sucatas de ferro fundido e de aço. Esta refusão é feita mais
freqüentemente em um forno denominado Cubilô. Quando, porém, a sucata é muito miúda
(cavaco) ou quando se precisa controlar com mais rigor a composição e a temperatura,
recorre-se a fornos a óleo, a carvão ou elétricos.

4) Presença do carbono
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O carbono pode existir nos ferro fundido sob duas formas diferentes:
a) Carbono combinado (Fe3C), o que proporciona a formação do ferro fundido branco.
b) Carbono no estado livre (grafita), o que proporciona a formação do ferro fundido
cinzento.

5) Classificação
Os ferros fundidos teem uma classificação vasta, a ser obedecida de acordo com o
emprego da peça, e de outro fatores, inclusive o econômico. Todavia, no que tange ao nosso
objetivo, estas informações são suficientes.

TABELA DE DEMONSTRAÇÃO
PERCENTUAL
AÇO
DE CARACTERÍSTICAS EMPREGO RECONHECIMENTO
CARBONO
CARBONO
1. 0 a 0,15 % C É maleável, solda-se Fios, Apresenta um
Extra doce facilmente, pode ser parafusos, desprendimento de
trefilado, forjado, tubos, etc. fagulhas, apenas em
curvado, dobrado, etc. forma de traços
luminosos.
2. 0,15 a 0,30 % C É maleável, soldável, Barras Apresenta começo de
Doce pode ser laminado, perfiladas, formação de
etc. laminadas, estrelinhas, os traços
alavancas, luminosos continuam
peças grandes.
levemente
solicitadas,
etc.
3. 0,30 a 0,40 % C Pouco maleável, Peças Apresenta mais
Meio doce difícil de soldar-se, especiais de estrelinhas que o
apresenta boa motores e anterior, e traços vão
resistência, etc. máquinas. diminuindo de
comprimento.
4. 0,40 a 0,60 % C Não se solda, tem Molas, Apresenta aumento de
Meio duro elevada resistência, trilhos, estrelinhas, e rabiscos
grande dureza, etc. ferramentas menores ainda.
de corte, etc.
5. 0,60 a 0,70 % C Não se solda, tem Molas, Apresenta grande
Duro elevada dureza, correntes, quantidade de
elevada resistência, virabrequins, estrelinhas.
pouca resiliência, etc. discos para
embreagens,
etc.
6. 0,70 a 1,50 % C Elevada dureza e Molas, cabos, Apresenta a formação
Extra duro resistência, pouco guindastes, de muitas estrelinhas
maleável, etc. etc. com rabiscos
pequenos.

AJUSTAGEM E FERRAMENTAS MANUAIS


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Costumamos dividir as ferramentas manuais em cinco grupos, para melhor estudá-las.

•Ferramentas manuais de corte.


•Ferramentas manuais de traçar.
•Ferramentas manuais auxiliares.
•Ferramentas manuais de medição.
•Ferramentas manuais chaves.

Ferramentas manuais de corte são aquelas que, pelo uso manual, apartam uma parte
de material da outra. E este corte pode arrancar ou não pedacinhos de material chamados de
aparas ou cavacos. As ferramentas são as seguintes:
Com apara - serra, machos, cossinetes, alargadores tarraxa e limas, dentre outras.
Sem apara - alicate de corte, bedame, talhadeira, tesoura e vazador, dentre outras.

Ferramentas manuais de corte com apara:


Serra: feita geralmente de aço rápido ou aço ao carbono com dentes temperados, serve
para cortar os materiais por meio de um movimento alternado retilíneo, manual.
As serras se classificam quanto ao número de dentes por polegada linear, e quanto
maior for a dureza de material a serrar, maior será também o número de dentes da serra e
vice-versa. Aplica-se serra com muitos dentes por polegada para cortar materiais finos.
Macho: ferramenta de aço rápido ou aço carbono, temperado, tem o formato de um
parafuso com vários canais longitudinais para permitir a saída das aparas no ato do corte, e
sua ponta é cônica para facilitar a entrada no furo que vai ser rosqueado. Utiliza-se o Macho
para abrir roscas internas. Os machos são em número de três, e chamamos o conjunto de terno
de macho. Na abertura de roscas iniciamos com o macho número um que é o mais cônico, em
seguida passamos para o número dois que é o intermediário e para o acabamento o número
três que praticamente não tem conicidade na ponta.
Cossinete: ferramenta de aço rápido ou aço ao carbono temperado, tem o formato de
uma porca redonda com vários canais para dar saída às aparas. Serve para abrir roscas
externas e tem uma pequena regulagem para o acabamento da rosca.
Alargadores: ferramenta de aço rápido ou aço ao carbono temperado, providos de
vários fios de corte ao longo de seu corpo. Estes fios podem ser retos ou helicoidais e o corpo
do alargador pode ser cilíndrico ou cônico. Serve para alargar furos de um diâmetro para
outro, ligeiramente superior.
Tarraxa: ferramentas destinadas a abrir roscas externas. É composta de um cossinete e
um aparelho (que veremos mais adiante) chamado desandador, ou formado de vários pedaços
ajustáveis e reguláveis conforme o diâmetro da rosca que se queira fazer. Montados em um
aparelho provido de dois cabos para facilitar o seu movimento giratório, normal para abrir a
rosca. Chama-se tarraxa ao conjunto, e somente aos (pedacinhos) fios de corte, chama-se
cossinete.
Limas: ferramentas de aço carbono, temperada. Em seu corpo existe uma infinidade de
dentinhos aguçados que chamamos de picado. As limas se classificam quanto ao picado:
bastarda (picado grosso), bastardinha (picado intermediário) e murça (picado fino). Quanto à
disposição do picado: picado simples ou picado cruzado e quanto à forma geométrica (seção
transversal): retangular, quadrada (limatão), triangular, redonda (limatão), meia-cana e lima
faca. As limas servem para arrancar material de uma superfície por meio de um movimento
retilíneo alternado a ela transmitida manualmente.

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Ferramentas manuais de corte sem apara:
Alicate de corte: ferramenta manual, especialmente preparada para cortar fios ou
arames, existindo em variados modelos, conforme a aplicação: dividem-se em alicate de corte
diagonal e de corte frontal.
Bedame e Talhadeira: ferramenta de aço forjado, temperado, usado para o
cinzelamento de peças. A ação cortante do bedame e da talhadeira deve-se a ação da cunha
formada por suas pontas. Os ângulos da ponta destas ferramentas variam de 35° a 70°,
conforme o material a ser cortado e o ângulo formado pelo eixo da ferramenta com a
superfície a cinzelar, dá maior ou menor profundidade de corte. O bedame é usado para abrir
canais ou cinzelar superfícies grandes, por ser mais estreito que a talhadeira ou ainda como
operação preparatória para a talhadeira.
Tesoura: ferramenta de aço forjado com a finalidade de cortar chapas com espessuras
variadas de acordo com o porte da tesoura, tesourão ou guilhotina.
Vazador: ferramenta de aço forjado, temperado, usado para fazer furos em chapas
finas e maleáveis, couros, fibras, papelão etc. , de acordo com o trabalho.

Ferramentas manuais de traçar são instrumentos utilizados para traçar ou marcar as


peças antes de serem submetidas a certos trabalhos de usinagens. Consideramos aqui somente
as ferramentas que fazem efetivamente o traçado. Os instrumentos de traçado são: régua ou
escala de aço, compasso, esquadro, esquadro falso (suta), transferidor de ângulo graminho e
riscador.
Régua ou escala: instrumento utilizado para traçar linhas retas em metais, e é
construída em vários tamanhos, e seu material é de aço, geralmente inoxidável, e, pode ser ou
não graduada.
Compasso: instrumento utilizado para traçar circunferências, quando do tipo ponta
seca; determinar e traçar centros de circunferências e peças cilíndricas ou traçar retas
paralelas, a partir de uma aresta de referência, quando do tipo pé e ponta, externo ou interno;
transferir medidas de peças de pouca precisão, quando tipo de pé. Estes instrumentos devem
ser construídos de aço, temperados, com pontas substituíveis e parafuso de chamada para
ajustagem da abertura das pernas na medida desejada.
Esquadro: instrumento utilizado para traçar linhas retas, geralmente, perpendiculares e
por esta razão possui um ângulo de 90° entre suas arestas. Construído de aço, às vezes
inoxidável, apresenta fios retificados para permitirem precisão no traçado. Existem vários
tipos de esquadros, como o esquadro reto, esquadro de centrar e esquadro combinado que
substitui os dois.
Transferidor de ângulo: instrumentos especialmente construídos para transferir
ângulos, e são ajustáveis de acordo com o ângulo a transferir. Alguns desses instrumentos
possuem uma escala graduada de grau em grau, para facilitarem o trabalho do ajustador.
Fabricam-se também, transferidores mais preciosos chamados goniômetros e são equipados
com vernier com sensibilidade de 5 minutos, para permitir maior precisão na transferência ou
medida de ângulos.
Graminho e riscador: os graminhos são usados para traçar peças onde os traços são
retos e paralelos, possuem um parafuso de ajuste (parafuso de chamada) e uma escala
graduada, com sensibilidade de 0,05 mm (os mais modernos) e variam muito de tamanho de
acordo com a aplicação. Os riscadores são fabricados de aço temperado, com pontas finas
com ângulo de aproximadamente 10° e podem ser retas ou curvas, senão mistas,
possibilitando maior variedade de utilização.

Ferramentas manuais auxiliares são instrumentos que por suas características


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físicas não efetuam diretamente o trabalho, mas, juntamente com outras ferramentas quer seja
de corte quer seja de traçar proporcionam a execução do trabalho manual de ajustagem.
Os instrumentos de medidas podem ser incluídos como auxiliares na ajustagem, pois
sem eles, poderemos executar o trabalho mas, não teremos, em termo de dimensões, a
precisão requerida para a ajustagem. Algumas das ferramentas manuais auxiliares podem ao
mesmo tempo pertencer a duas categorias, como por exemplo, um punção pode ser ferramenta
de traçar e auxiliar.
As ferramentas auxiliares são: alicate, arco de serra, martelo, contra-molde,
desandador, contra-estampo, escantilhão, verificador de rosca, verificador de raio, gabarito,
macete, estampo, molde, morsa de mão, punção, régua de controle, tenaz, desempeno, morsa
de bancada, calibradores, torquímetro, etc.
Alicate: os alicates tratados aqui, são diferentes dos já tratados anteriormente, os de
corte, portanto, incluem-se nesta categoria os universais, os de pressão, os alicates para
presilhas e os especiais. Somente a prática dará um conceito ou uma definição real destes
instrumentos.
Arco de serra: Instrumento utilizado para prender a lâmina de serra e esticá-la para
permitir a serragem sem o risco de quebrar a lâmina. Geralmente é regulável para poder
receber os diferentes tamanhos de lâminas conforme sua aplicação. A lâmina pode ser
montada em quatro posições, para permitir a serragem de peças interessantes, para isso basta
girá-la em relação ao seu eixo longitudinal.
Martelo e Macete (porrete): os martelos são fabricados de aço fundido com a cabeça
(parte que bate) constituída de aço, para não se amassar, seus tamanhos são variados e
especificados pelo peso em grama. Os macetes são feitos de madeira conforme a aplicação.
Existe ainda martelo de borracha e de piraline transparente para trabalho de precisão.
Molde, contra-molde, estampo, contra-estampo: são ferramentas para dar forma a
determinadas peças, ou seja para estampar ou modelar, geralmente, rebites e chapas, para dar-
lhes formatos só conseguidos com o auxílio de uma destas ferramentas.
Desandador: instrumento usado para imprimir aos machos e aos cossinetes o
movimento de rotação para permitir aos mesmos desempenhar suas funções ou seja abrir a
rosca como já foi explicado quando me referir a estes. Os desandadores variam de formato,
pois diferem conforme a ferramenta, macho ou cossinete. Os desandadores para macho
podem ser fixos (com bitolas já definidas) e ajustáveis segundo a espiga do macho. Os
desandadores para cossinete variam de acordo com o diâmetro externo deste e tem um ou três
parafusos para ajustar o diâmetro da rosca. Todos os modelos de desandador são providos de
dois cabos recartilhados, geralmente, para facilitar o seu emprego.
Escantilhão, Verificador de roscas, Verificador de raios, Gabaritos: todos estes
instrumentos servem para conferir o trabalho de ajustagem, os escantilhões são utilizados na
verificação de ângulos, pois já o trazem definido. Verificador de roscas, o próprio nome já o
define, é variável com o sistema de rosca. Verificador de raios, serve para conferir as peças
côncavas e convexas e são fabricados dentro de uma faixa de medida ,como por exemplo,
verificador de raio de 15 a 25 mm variando de 0,5 mm de uma medida para a outra. Os
gabaritos são fabricados à medida que se precisa dele e têm formato e dimensões bastante
variadas. Existem ainda outros tipos de calibradores, como os de rosca, de eixos ou furos
do tipo passa-não-passa, cujas medidas vêm no sistema de tolerância internacional.
Morsa de mão: instrumento também chamado de grampo, é utilizado para prender
peças finas, ou seja para fazê-las ficarem unidas possibilitando ao ajustador a execução do
seu trabalho.
Punção: ferramentas auxiliar cujo comprimento quase sempre não ultrapassa a 120
mm e possui corpo cilíndrico ou prismático com uma ponta, numa das extremidades,
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possuindo um ângulo variável com a aplicação do punção, como por exemplo, o punção de
marcar tem o ângulo da ponta de 60° aproximadamente e a do punção de centrar tem um
ângulo de 90 a 120° para deixar uma calota cônica que permita a centragem da broca por
ocasião da furação da peça. Outros tipos de punção com ponta cilíndrica e comprida são
utilizados para tirar ou sacar pinos de alguns organismos de maquinas como por exemplo, de
polias ou volantes. Tais punções são chamados de toca-pino ou saca-pino
Régua de controle: estas réguas são fabricadas de aço especial, retificadas com o fio de
contato também retificado e são utilizadas para a verificação de superfícies planas, e para o
seu manuseio, exige-se um certo cuidado devido à precisão da régua.
Tenaz: ferramenta que tem o formato de um alicate grande, que se utiliza para
manusear peças quentes da forja.
Desempeno: barra de ferro fundido, robusta, plana, às vezes retificada para garantir
sua planicidade. É utilizado para o traçado de peças sobre sua superfície plana.
Morsa de bancada: aparelho construído de uma base, dois mordentes e um fuso (em
termos gerais), utilizado para prender peças a serem trabalhadas (a peça fica presa entre os
mordentes), e é montado sobre uma bancada de madeira, daí provém o seu nome.
Torquímetro: aparelho destinado a medir o torque dado em parafusos de certos
organismos de máquinas, como por exemplo, em tampões de motores de combustão interna; é
composto de um cabo, uma haste onde fica um ponteiro que desliza sobre uma escala e uma
espiga que se acopla a chave de dimensão da cabeça do parafuso.
Quando falamos sobre ferramentas manuais de modo geral, deparamo-nos com um
campo bastante vasto que exige um trabalho minucioso para a preparação de algo que venha
servir para orientação dos nossos alunos. Juntamos pois, dados de vários autores de
publicações técnicas e experiências adquiridas nos trabalhos cotidianos dentro de uma oficina,
na preparação de órgãos de maquinas ou de ferramentas, experiências estas, não só na
maneira de trabalhar mas no tocante ao formato das ferramentas, aplicação das mesmas e na
vivência com diversos sistemas de medidas observando as tolerâncias do sistema
internacional de medidas, mesmo assim lhes apresentamos um roteiro, suscito, sobre as
principais ferramentas manuais utilizadas em oficinas, criticando por não dar as informações
mais técnicas acerca destas ferramentas, mas salientamos que estas informações podem ser
encontradas em manuais especializados sobre o assunto.
O interesse e a capacidade de pesquisa de cada um deve ser a poderosa arma a ser
utilizada para a expansão de conhecimentos sobre a matéria, a partir deste trabalho.

ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS

Engrenagens, polias etc, podem ser fixadas a eixos e árvores por montagem forçada,
por um ou mais tipos de chavetas, por conexões estriadas ou caneluradas, ou, ocasionalmente,
por algum meio especial idealizado.

1. Chavêtas.

A maioria das chavetas é plana ou quadrada.


As chavetas planas têm seção retangular, com a menor dimensão localizada na direção
radial.

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Figura 1 – Aplicação de Chaveta Plana

2. Lingüetas.
Uma lingüeta permite ao cubo mover-se ao longo da árvore, porém impede a rotação
isolada do mesmo. É usada, por exemplo, para permitir mover uma engrenagem para o seu
engrenamento com a peça correspondente ou seu desengrenamento ou para ligar e desligar
uma embreagem de dentes. A lingüeta pode ser fixa na árvore ou no cubo.

Figuras 2 – Aplicação de Lingüeta

3. Árvores Estriadas.
Torção reversível ou aplicada repetidamente podem danificar as ligações descritas
anteriormente. As árvores estriadas proporcionam uma montagem mais resistente. Uma
árvore estriada é, na realidade, uma árvore de chavetas múltiplas, com as chavetas nela
incorporadas.

Figura 3 – Árvore Estriada

4. Acoplamentos
Acoplamentos permanentes ligando árvores colineares são de dois tipos: rígidos e
flexíveis (ou elásticos). Um exemplo de acoplamento rígido é o acoplamento por flanges. É o
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método clássico de conectar árvores e é bem adequado à transmissão de potência elevada em
baixa velocidade.

Figura 4 – Acoplamento por Flanges

Porém, acoplamento por flange pode induzir tensões que acarretem falha por fadiga
devidoà dificuldade prática de colocar e manter duas árvores em alinhamento exato. Pequenos
desalinhamentos podem provocar o surgimento de grandes pressões sobre mancais,
provocando superaquecimento. Tais problemas podem ser eliminados ou aliviados quando um
acoplamento flexível é usado. Tais acoplamentos permitem pequenas angularidades e
deslocamentos das árvores e possuem também a capacidade de absorver alguns choques que
possam aparecer na árvore.
As conexões flexíveis consistem de dois cubos, um em cada árvore, projetados de
modo que ambos se liguem com um elemento intermediário, flexível ou flutuante, ou ambas
as coisas.
As árvores devem ser cuidadosamente alinhadas e um programa de manutenção deve
ser estabelecido para mantê-las dentro do alinhamento inicial. Os acoplamentos flexíveis dão
sempre melhores resultados quando o desalinhamento é casual, tal como os decorrentes do
assentamento de pisos ou fundações, desgaste de mancais, variações de temperatura ou uma
deflexão anormalmente grande na conexão devido a uma correia apertada demais, por
exemplo. Algumas conexões podem tolerar maior desalinhamento que outras, sem
conseqüência, mas, em qualquer caso, um bom alinhamento será benéfico.
Os catálogos dos fabricantes contêm instruções para a escolha do tamanho adequado
do acoplamento, e o fabricante deve ser consultado para situações incomuns.

Figura 5 – Acoplamento Elástico de Pinos


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Figura 6 – Acoplamento Elástico de Garras

Figura 7 – Acoplamento Elástico de Fita de Aço

Figura 8 –
Acoplamento de
Dentes Arqueados

Figura 9 – Acoplamento por


Balata

5. Polias e Correias
Acoplamentos diretos, flexíveis ou não, transmitem energia mecânica do eixo motor

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para o eixo da carga conservando uma relação de velocidade de 1:1. Quando é necessária uma
relação de velocidade diferente, pode-se lançar mão de alguns métodos de transmissão, dentre
os quais figura a aplicação de polias e correias.

Figura 10 – Transmissão
com Sentido Direto de
Rotação

5.1 Polias
Polia é toda roda presa a um eixo cujo aro tem uma forma especial para receber
correias ou cabos, de maneira a permitir a transmissão de movimento.
Os tipos de polias são determinados pela forma da superfície na qual a correia se
assenta. Elas podem ser basicamente planas e trapezoidais. As polias planas podem apresentar
dois formatos na sua superfície de contato. Essa superfície pode ser plana (conservam melhor
a correia) ou abaulada (guiam melhor a correia).
Ainda existem as polias para cabo de aço, para correntes, polias (ou rodas) de atrito,
polias para correias redondas e para correias dentadas.
Os materiais que se empregam para a construção das polias são ferro fundido, aços,
ligas leves e materiais sintéticos.

5.2 Correias
Correia plana é uma correia que se mantém plana sobre a polia e cuja seção transversal
é retangular e consideravelmente mais larga do que espessa. Tal correia, que é um dos
elementos mais antigos usados para transmitir potência de uma árvore para outra, é preferível
em muitas transmissões, onde as seguintes características são vantajosas: baixo custo inicial,
flexível (conseqüentemente, absorvente de choques e vibrações), adequadas para grandes
distancias entre os centros das polias, de grande duração (se for considerado no projeto), de
funcionamento silencioso e deslizante quando ocorrer sobrecarga (dentro de uma certa
intensidade).
Já as correias trapezoidais ou em V possuem lados inclinados que se encaixam nas
ranhuras das polias. As forças que atuam sobre um elemento de uma correia trapezoidal são
semelhantes às que atuam sobre um elemento de uma correia plana. Porém, a força normal,
perpendicular aos flancos, é maior e, conseqüentemente, a força de atrito tangencial é maior
do que seria obtida com uma correia plana com a mesma tração inicial.

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Figura 11 – Correia
Trapezoidal

Outra correia utilizada é a correia dentada, para casos em que não se pode ter nenhum
deslizamento, como no comando de válvulas do automóvel ou em aplicações de robótica.

Figura 12 – Correia
Dentada

Os materiais empregados na confecção das correias são couro, materiais fibrosos e


sintéticos (à base de algodão, pelo de camelo, viscose, perlon e nylon) e material combinado
(couro e sintéticos).

5.3 Relação de Transmissão


A figura 10 mostra uma aplicação de transmissão com sentido direto de rotação
(correia reta e polias têm o mesmo sentido de rotação). As duas figuras seguintes apresentam
transmissões com sentido inverso de rotação (correia cruzada e sentido de rotação inverso das
polias) e transmissão entre eixos não paralelos.

Figura 13 - – Transmissão com Sentido Inverso de Rotação

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Figura 14 – Transmissão Entre Eixos Não Paralelos

Quando o movimento de rotação é transmitido de uma polia a outra, a velocidade


angular sofre uma modificação que é caracterizada pela relação de transmissão, que se
representa pela letra “ i “.
Na transmissão por correia, se não houver deslizamento, a velocidade tangencial é a
mesma para ambas as polias. Tomando n1 e n 2 como as velocidades angulares das polias e
d 1 e d 2 como os seus respectivos diâmetros, tem-se a relação de transmissão i.

v1 = 2π .r1 n1 v 2 = 2π .r2 n 2

d1 n1
π .d1 n1 = π .d 2 n2 = =i
d 2 n2

5.4 Dispositivos de Tração Automáticos


As transmissões projetadas de maneira adequada operam indefinidamente com uma
pequena manutenção, desde que a tensão na correia seja mantida corretamente.
Polias tensoras, além de aumentar a tensão da correia sobre as polias, ainda aumenta
grandemente o arco de contato nas polias. Pesos ajustáveis ou molas pode ser usada a fim de
proporcionar a tensão desejada.
Outra idéia é montar o motor de modo que possa deslizar. Usam-se molas para puxa-
lo, esticando a correia. As molas podem ser dispostas de modo a produzir e manter a tração
desejada.

Figura 15 – Dispositivos de Tração de Correias

6. Correntes

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Este tipo de transmissão ocorre por meio do acoplamento dos elos da corrente com os
dentes da engrenagem. A junção desses elementos gera uma pequena oscilação durante o
movimento.

Figura 16 – Transmissão por Corrente

7. Engrenagens
7.1 Engrenagens de Dentes Retos

Engrenagens de dentes retos são rodas dentadas, cujos dentes são retos e paralelos ao
eixo. São usadas para transmitir potência entre árvores paralelas quando estas árvores não
estão muito afastadas e quando se deseja uma transmissão com velocidade constante.

Figura 17 – Árvores com


Sentidos Inversos de
Rotação

Figura 18 - Árvores com


Mesmos Sentidos de
Rotação

7.2 Engrenagens Helicoidais


São engrenagens que se destinam, originalmente, à transmissão de movimento entre
eixos que não se interceptam, porém formam um ângulo entre si.
Os dentes de uma engrenagem helicoidal são hélices cilíndricas e, assim, uma
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extremidade do dente é adiantada circunferencialmente em relação à outra. Como resultado, a
extremidade avançada entra em contato primeiro, daí resultando que o dente recebe a carga
gradualmente.

Figura 19 – Engrenagem
Helicoidal

A maior resistência e o engrenamento suave das engrenagens helicoidais a habilitam a


operarem em redutores para serviço pesado de transmissão entre árvores paralelas. Os dentes
helicoidais são sujeitos a muito menos choques que os dentes de engrenagens retas, por causa
da gradual transferência de carga de dente para dente, e podem, em conseqüência, funcionar
em velocidades periféricas muito mais elevadas. A gradual transferência da carga conduz a
um funcionamento silencioso. As engrenagens de dentes retos de grande precisão funcionarão
tão silenciosamente quanto às engrenagens helicoidais de qualidade comercial, porém
eliminar o ruído por meio da precisão é dispendioso.
Um par de engrenagens helicoidais ou de dentes retos usinados deve transmitir, no
mínimo, 98 % da potência em velocidades comuns, se as engrenagens e os mancais de apoio
estiverem bem lubrificados. As perdas na partida, quando os mancais são mancais de
deslizamento, podem ser altas, da ordem de 35 % da carga, sendo assim recomendável dar
partida em engrenagens em condições de pouca carga. Valores mais baixos de rendimento
devem ocorrer em altas velocidades.

7.3 Engrenagens em Espinha de Peixe


Tais engrenagens são engrenagens helicoidais duplas. O empuxo axial é absorvido na
própria engrenagem, eliminando assim a necessidade de se contrabalançar este empuxo nos
mancais. Para que cada parte receba metade da carga, as engrenagens em espinha de peixe
devem ser montadas com precisão e uma das árvores deve ser montada de modo que flutue no
sentido axial.

7.4 Engrenagens Cônicas


As engrenagens cônicas são usadas para ligar árvores não-paralelas, concorrentes ou
não. O ângulo entre árvores é mais comumente de 90°.

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Figura 20 –
Engrenagens Cônicas

7.5 Roscas de Transmissão


As engrenagens de rosca sem-fim são usadas para transmitir potência entre árvores
que não se interceptam e que, quase sempre, estão em ângulo reto. Razões de velocidades
relativamente altas podem ser obtidas satisfatoriamente num espaço mínimo, se bem que,
normalmente, com sacrifício do rendimento, comparando com outros tipos de engrenagens. A
rosca sem-fim desliza em contato com os dentes da engrenagem, ação esta que resulta em
funcionamento silencioso se o projeto e confecção forem adequados. O maior deslizamento,
algumas vezes origina problema de aquecimento, sendo verdade que uma caixa de
engrenagem poderá superaquecer sob condições extremas de carga.

Figura 21 –
Engrenagens de
Rosca Sem-fim

As roscas também podem ser utilizadas para transformar movimento de rotação em


movimento linear e vice-versa. Os fusos de esferas, por exemplo, são elementos de
transmissão de alta eficiência.

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Figura 22 – Rosca de
Esferas Recirculantes

A utilização de roscas múltiplas, as quais possuem duas ou mais entradas, possibilita a


obtenção de maiores avanços axiais a cada volta completa do parafuso.

Figura 23 – Roscas
Múltiplas

7.6 Cremalheira
Cremalheira é uma barra provida de dentes, destinados a engrenar uma roda dentada.
Com esse sistema, pode-se transformar movimento de rotação em movimento retilíneo e vice-
versa.

Figura 24 - Cremalheira

7.7 Relação de Transmissão


Em todo par de engrenagens que trabalha corretamente pode-se determinar duas
circunferências tangentes cujas velocidades tangenciais sejam iguais. Para que as duas rodas
dentadas se engrenem é necessário que os passos ( distância entre dois dentes consecutivos
medidos sobre o círculo primitivo – p ) de ambas sejam iguais.
Sendo z1 e z 2 o número de dentes de cada roda, sabe-se que o produto do passo de
uma engrenagem pelo seu número de dentes é igual ao círculo primitivo desenvolvido ou seja
:
π .d1 = z1 p1 π .d 2 = z 2 p

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π .d1 π .d 2 d 1 z1
= p= ⇒ =
z1 z2 d 2 z2

d1 z1 n1
Logo = = =i
d 2 z 2 n2

A relação de transmissão de um par de engrenagens geralmente não se leva além de


1/6 a 1/8 quando o movimento é manual ou quando o movimento mecânico é lento, nem além
de 1/4 a 1/5 para velocidades maiores. Sendo necessária relações de transmissão maiores,
deve-se recorrer a dois ou mais pares de engrenagens.

8. Elementos de Apoio
De um modo geral, os elementos de apoio consistem de acessórios auxiliares para o
funcionamento de máquinas.

8.1 Mancais
O mancal pode ser definido como um suporte ou guia em que se apóia um eixo.
No ponto de contato entre a superfície do eixo e a superfície do mancal ocorre atrito.
Dependendo da solicitação de esforços, os mancais podem ser de deslizamento ou de
rolamento.

8.1.1 Mancais de Deslizamento


Um mancal de deslizamento é constituído de duas partes principais: o munhão, que é a
parte interna, cilíndrica, usualmente com movimento de rotação ou oscilação, e o mancal
propriamente dito ou superfície de apoio, que pode ser estacionário, como os mancais de uma
árvore, ou pode ser móvel, como no caso de um sistema biela-manivela.
Em muitas aplicações, onde o movimento é pequeno e a carga é leve a lubrificação
pode não ser tão importante, a ponto de fazer com que esta lubrificação fique a cargo do
operador da máquina com uma determinada periodicidade. Entretanto, quando a carga ou a
velocidade, ou ambas, são elevadas, como acontece comumente nas máquinas modernas, a
lubrificação, seja por óleo, por ar ou por outro fluido, deve ter uma atenção especial. Fatores
como carga, velocidade, folgas, comprimento e diâmetro do mancal, e qualidade de superfície
definem o sistema de lubrificação a ser utilizado.

Figura 25 – Mancal
Deslizante

Considerando uma lubrificação por óleo não pressurizado como exemplo, pode-se
observar que no início do movimento, há contato de metal com metal. Se a carga é muito

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grande ou velocidade muito baixa, o munhão poderá não bombear bastante lubrificante para
assegurar a separação das superfícies. Partidas e paradas repetidas podem produzir rápido
desgaste do mancal pois o filme de óleo se mantém demasiadamente fino. Por esta razão, uma
máquina com superfícies deslizantes deve ser projetada para partir sem carga ou com carga
leve.
Objetivando aumentar a vida útil do mancal, instala-se comumente uma bucha entre o
mancal e o munhão.

Figura 26 - Mancal

As buchas são elementos de máquinas de forma cilíndrica ou cônica que são instaladas
na superfície interna de mancais como elementos guia ou de fricção. Podem ser fabricadas em
metal antifricção ( bronze e ligas de metais leves ) ou em materiais plásticos. Normalmente, a
bucha deve ser fabricada com material menos duro que o material do eixo.
As buchas podem ser classificadas quanto ao tipo de solicitação. Podem ser de fricção
radial para esforços radiais, de fricção axial para esforços axiais e cônicas para esforços nos
dois sentidos.
Os mancais de deslizamento podem ser usados em equipamentos de pequena carga e
média rotação ( liquidificador, espremedor de frutas, ventiladores etc ), de carga média e
baixa rotação, com grandes cargas e baixa rotação ( com sistema de pressurização de
lubrificante ), e pequenas e médias cargas com alta rotação (com pressurização de
lubrificante).

8.1.2 Mancais de Rolamentos


Em situações onde técnica e/ou economicamente o uso de mancais deslizantes é
inviável, utiliza-se mancais de rolamentos.
Rolamentos são elementos de máquinas geralmente construídos de dois anéis
concêntricos, o externo fixado no mancal e o interno fixado diretamente ao eixo, entre os
quais são colocados elementos rolantes como esferas, roletes e agulhas.
Rolamentos que usam como corpos rolantes as esferas (rolamentos de esferas)
suportam cargas radiais e pequenas cargas axiais e são apropriados para rotações mais
elevadas. Os de corpos rolantes em forma de cilindros (rolamentos de rolos), suportam
cargas radiais maiores e devem ser usados em velocidades menores. Os de rolos cônicos
suportam cargas radiais além de axiais em um sentido. Já aqueles cujos corpos rolantes são de
pequeno diâmetro e grande comprimento (rolamentos de agulhas), são recomendados para
mecanismos oscilantes, onde a carga não é constante e o espaço radial é limitado. Os
rolamentos autocompensados compensam desalinhamentos decorrentes de deflexões do
eixo ou da base e de erros de montagem. São recomendados para cargas radiais e para
moderadas cargas axiais em ambos os sentidos.
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Figura 27 -
Rolamento

Provavelmente a vantagem mais importante dos mancais de rolamentos é a de que o


atrito na partida não é superior ao de operação, em contraste com o atrito inicial de metal com
metal que se observa nos mancais de deslizamento. Isto significa que o coeficiente de atrito
varia pouco com a carga e a velocidade, exceto nos casos extremos. Esta propriedade torna os
mancais de rolamentos particularmente indicados para elementos de máquinas que devam
sofrer paradas e partidas freqüentemente e que partem sob carga. Uma outra característica de
diversos tipos de mancais de rolamentos é a de que eles são capazes de suportar esforços
radiais e axiais. Os mancais de rolamentos requerem pouco lubrificante e pequena
manutenção, ocupam um espaço axial menor que os mancais lisos, mas um maior espaço
radial e são mais ruidosos e mais caros que os mancais lisos.

Figura 28 – Rolamentos de esferas, cilindros e agulhas

Com idênticas condições de operação, testes de fadiga realizados em rolamentos


comercialmente idênticos mostram uma variação de vida significativa. Em conseqüência, não
existe um caminho seguro para predizer a vida de um determinado mancal e deve-se recorrer
a distribuições estatísticas e expressar-se em termos de percentagens e probabilidades.
O coeficiente de atrito é praticamente independente da carga, para pequenas
variações, e da velocidade, em condições corretas de operação. Entretanto, cresce
acentuadamente para pequenas cargas. Seguem alguns valores ilustrativos de coeficiente de
atrito para um mancal carregado:

Rolamento Coeficiente de atrito - µ


Autocompensados de esferas 0.0010
Rolos cilíndricos 0.0011
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Data de emissão: 29/09/2003
TECNOLOGIA MECÂNICA
Rolamento Coeficiente de atrito - µ
Axiais de esferas 0.0013
Rolos cônicos 0.0018
Agulhas 0.0045

Estes coeficientes são maiores nos rolamentos novos e também quando é usado
lubrificante em excesso.
Comparando estes coeficientes com os utilizados nos cálculos para lubrificação com
atrito fluido, nos mancais de deslizamento, observa-se que os mancais de rolamentos não têm,
necessariamente menores perdas devido a atrito do que os mancais de deslizamento, exceto na
partida.

8.1.3 Mancais de Escora


As árvores verticais e aquelas em que estão montados parafusos sem-fim, engrenagens
cônicas, engrenagens helicoidais etc, estão sujeitas a forças axiais. Estas forças são suportadas
por mancais de escora. O mais simples dos mancais de escora é mostrado na figura seguinte,
usado para suportar árvores verticais. Podem ser empregados rolamentos axiais.

Figura 29 – Mancal de
Escora

Motoredutores

Motoredutor de Rosca Sem-fim Motoredutor de Engrenagens Helicoidais

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Motoredutor de Engrenagens Cônicas Motoredutor de Eixos Paralelos

FORÇA
FAIXA DE FAIXA DE REDUÇÃO
MOTOREDUTOR RADIAL
POTÊNCIA (KW) CONJUGADO (NM) (DE ATÉ)
(N)
de Engrenagens 0.15 – 45 240 – 5000 6765 53200
Helicoidais (0.25 rpm)
de Eixos 0.15 – 45 660 – 6000 13805 45000
Paralelos (0.12 rpm)
de Engrenagens 0.1 – 45 450 – 10000 12685 68500
Cônicas (0.13 rpm)
de Rosca Sem- 0.15 – 5.5 490 – 950 14212 10000
fim (0.12 rpm)

* Potência indicada para aplicação com motores ligados à rede elétrica com 60 Hz.
** Dados obtidos de catálogo 8/88 da SEW do Brasil

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