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CEI-DPU

RETA FINAL 2017


ESPELHO DE CORREÇÃO DA 10ª RODADA

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RETA FINAL 2017
ESPELHO DE CORREÇÃO DA 10ª RODADA

DURAÇÃO

18/04/2017 A 17/07/2017

MATERIAL ÚNICO
Questões totalmente inéditas

ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone

150 QUESTÕES OBJETIVAS


Por rodada

2 QUESTÕES DISSERTATIVAS
Por rodada

1 PEÇA JUDICIAL
Por rodada

IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-DPU
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. RETA FINAL
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela 2017
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.

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PROFESSORES

Caio Paiva. Coordenador do CEI-DPU e professor de Direito Penal e Criminologia, Direito


Penal Militar, Direito Processual Penal, Direito Processual Penal Militar, Direitos
Humanos e Princípios Institucionais da Defensoria Pública
Defensor Público Federal. Chefe da Defensoria Pública da União em Campinas/SP. Especialista em
Ciências Criminais. Autor dos livros Audiência de Custódia e o Processo Penal Brasileiro e Prática
Penal para Defensoria Pública, e coautor do livro Jurisprudência Internacional de Direitos Humanos.

E-mail: profcei.caiopaiva@gmail.com

Thimotie Aragon Heemann. Professor de Direito Eleitoral, Direito Internacional e


Direito Ambiental
Aprovado no concurso para Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Paraná (primeiro
lugar até a prova de títulos). Advogado. Especialista em Processo Penal Internacional. Coautor do livro
Jurisprudência Internacional de Direitos Humanos.

E-mail: profcei.thiotieheemann@gmail.com

Maria Helena Rocha. Professora de Direito Administrativo, Direito do Trabalho,


Direito Processual do Trabalho, Direito Tributário
Advogada da União. Foi Defensora Pública do Estado de Pernambuco. Aprovada nos concursos da
DPU, DPE/RN e AGU. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho.

E-mail: profcei.mariahelena@gmail.com

Edilson Santana. Professor de Direito Processual Civil e Direito Constitucional


Defensor Público Federal. Especialista em Direito Processual. Foi Defensor Público do Estado do
Maranhão. Coautor do livro Dicionário de Ministério Público e autor dos livros A Eficácia Horizontal
dos Direitos Fundamentais: sua vinculação às relações particulares e Defensoria Pública e a Tutela
Coletiva de Direitos.

E-mail: profcei.edilsonsantana@gmail.com

Fernanda Prugner. Professora de Direito Civil, Direito Empresarial e Direito do Con-


sumidor
Advogada. Aprovada nos concursos da Defensoria Pública do Estado da Bahia e Defensoria Pública
do Estado do Espírito Santo.

E-mail: profcei.fernandaprugner@gmail.com

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Rafael Vasconcelos Porto. Professor de Direito Previdenciário e da Assistência Social


Juiz Federal Titular em Poços de Caldas – MG (aprovado no XIII Concurso para o TRF-1) Foi Defensor
Público Federal (2010-2011). Bacharel em Direito pela UFMG e mestrando em Direito Previdenciário
pela PUC-SP. Aprovado também para os cargos de Procurador Federal (AGU) e Advogado da Caixa
Econômica Federal.

E-mail: profcei.rafaelporto@gmail.com

Daniel Chiaretti. Professor de Filosofia do Direito, Noções de Ciência Política e No-


ções de Sociologia Jurídica
Defensor Público Federal. Bacharel em Direito e Filosofia pela USP. Mestre em Ética e Filosofia Política
pela USP. Defensor Regional dos Direitos Humanos em São Paulo.

E-mail: profcei.danielchiaretti@gmail.com

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QUESTÕES DISSERTATIVAS

PROFESSORA: FERNANDA PRUGNER


E-mail: profcei.fernandaprugner@gmail.com

DIREITO CIVIL

QUESTÃO 1. Paulo, casado, repositor de estoque, com salário de R$ 1.500,00 mensais,


pretendendo adquirir um automóvel no valor de R$ 30.000,00 e dispondo de poucas economias,
realizou junto à Caixa Econômica Federal no dia 31/07/2004, contrato de financiamento com
garantia de alienação fiduciária, no valor de R$27.000,00 com pagamento em 60 parcelas. Após
a compra do veículo e o pagamento de 50 parcelas, Paulo não conseguiu mais cumprir com
o pactuado, diante de dificuldades financeiras enfrentadas. Verificado o inadimplemento das
prestações, a Caixa Econômica Federal ingressou, em data 15/03/2009, com ação de busca e
apreensão do veículo, requerendo que lhe seja entregue o bem, sendo deferida a liminar em
30/03/2009. Trafegando pela cidade com o automóvel, Paulo foi parado em uma blitz policial,
tendo sido efetivada a ordem judicial em 17/07/2017, resultando na apreensão de seu único
patrimônio. Deferida a assistência institucional, na qualidade de Defensor Público Federal,
apresente, de maneira pontual, as teses defensivas para a situação problema apresentada.

MODELO DE RESPOSTA

1 O contrato firmado entre Paulo e a CEF é regido pelo DL 911/69, configurando-se


2 automaticamente a mora quando vencido o prazo para pagamento. Entretanto, o deferimento
3 da busca e apreensão tem como pressuposto a comprovação da mora por meio de notificação
4 extrajudicial do devedor fiduciante, o que não se verificou (art. 2º, §2º, DL 911/69; S.72/STJ).
5 Em que pese divergências jurisprudenciais e, embora não se trate de demanda pela satisfação
6 do crédito, é defensável a prescrição quinquenal intercorrente da ação de busca e apreensão
7 (art. 206, § 5º, I/CC), diante da inércia da CEF em requer a conversão em ação executiva (art.
8 4º, DL 911/69). No caso, possível a purgação da mora, eis que pago mais de 40% do valor
9 financiado (S. 284/STJ), com contrato firmado antes da vigência da Lei 10.931/04. Apesar de
10 não aceito pelo STJ, o adimplemento substancial deve ser arguido, em homenagem à função
11 social do contrato e à boa-fé objetiva.

COMENTÁRIO

Possíveis teses defensivas para a situação problema apresentada:

* Ausência de comprovação da mora: No caso apresentado, o contrato de financiamento com

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garantia de alienação fiduciária firmado entre Paulo e a Caixa Econômica Federal é regido pelo
Decreto-Lei nº 911/69. Nos contratos de alienação fiduciária em garantia regidos pelo Decreto-
Lei nº 911/1969, a mora se configura automaticamente quando vencido o prazo para pagamento,
todavia, o deferimento da busca e apreensão tem como pressuposto a comprovação desse
fato por meio de notificação extrajudicial do devedor fiduciante. Nesse sentindo, importante o
teor da Súmula 72 do Superior Tribunal de Justiça: “A comprovação da mora é imprescindível
à busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente”, requisito não vislumbrado na situação
problema exposta.

Ainda de acordo com o STJ, para a comprovação da mora é imprescindível que a notificação
extrajudicial seja encaminhada ao endereço do devedor, ainda que dispensável a notificação
pessoal. Vejam o que dispõe o artigo 2º, § 2º, do Decreto-Lei 911/1969: “A mora decorrerá do
simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por carta registrada
com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso
seja a do próprio destinatário. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)”.

* Prescrição: Em que pese forte divergência jurisprudencial acerca do tema, em uma prova
de Defensoria, é perfeitamente possível sustentar a prescrição quinquenal intercorrente da ação
de busca e apreensão do bem objeto de alienação fiduciária, fruto da inércia da credora. Embora
não se trate de demanda pela satisfação do crédito, a busca e apreensão da alienação fiduciária
pressupõe dívida inadimplida. Logo, se a pretensão de cobrança da dívida está prescrita, com
respaldo no artigo 206, § 5º, I, do Código Civil, diante da inércia da CEF em requer a conversão
do pedido de busca e apreensão em ação executiva (artigo 4º, do Decreto-Lei 911/69), forçoso
concluir pela prescrição da própria ação de busca e apreensão, a fim de que não se perpetue
situação de insegurança jurídica e eternização da pretensa constrição patrimonial. Nesse ponto,
oportuno salientar, existência de julgados de Tribunais locais reconhecendo o prazo prescricional
decenal para a hipótese, previsto no artigo 205 do Código Civil. Apesar disso e, diante da ausência
de posicionamento consolidado pelos Tribunais Superiores, perfeitamente plausível arguir a
prescrição quinquenal no caso em ótica, posição mais favorável ao assistido.

* Possibilidade de purgação da mora. Contrato firmado antes de agosto de 2004: O ponto


chave da questão reside na possibilidade de purgação da mora pelo devedor, vez que o contrato
firmado entre Paulo e a CEF é anterior ao mês de agosto de 2004, data da Lei 10.931/2004,
modificadora do artigo 3º, do Decreto-Lei 911/69, o qual, atualmente, não mais permite purgar
a mora.

De acordo com o artigo 401, I, do Código Civil, o devedor purga a mora quando oferece ao
credor as prestações vencidas, mais o valor dos prejuízos comprovadamente sofridos. Em outras
palavras, nos contratos anteriores a vigência da Lei 10.931/2004 é permitida a purgação da mora
pelo devedor quando já pago 40% do valor financiado (Súmula 284 do STJ), sendo exatamente
esse o caso apresentado na questão. Importante ressaltar, o entendimento sumular apresentado é

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válido apenas para os contratos firmados antes da vigência da Lei 10.931/04.

Por sua vez, nos contratos posteriores a vigência da Lei 10.931/2004 não é mais permitido ao
devedor purgar a mora, tendo o Superior Tribunal de Justiça, em sede de recurso repetitivo, fixado
a seguinte tese: “Nos contratos firmados na vigência da Lei n. 10.931/2004, compete ao devedor,
no prazo de 5 (cinco) dias após a execução da liminar na ação de busca e apreensão, pagar
a integralidade da dívida - entendida esta como os valores apresentados e comprovados
pelo credor na inicial -, sob pena de consolidação da propriedade do bem móvel objeto
de alienação fiduciária” (REsp 1418593/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 14/05/2014, DJe 27/05/2014).

Art. 3o O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que comprovada a mora, na
forma estabelecida pelo § 2o do art. 2o, ou o inadimplemento, requerer contra o devedor
ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida
liminarmente, podendo ser apreciada em plantão judiciário. (Redação dada pela Lei nº
13.043, de 2014)

§ 1o  Cinco dias após executada a liminar mencionada no  caput, consolidar-se-ão a
propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário,
cabendo às repartições competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de
registro de propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do ônus
da propriedade fiduciária. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004)

§ 2o No prazo do § 1o, o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da dívida


pendente, segundo os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial,
hipótese na qual o bem lhe será restituído livre do ônus. (Redação dada pela Lei
10.931, de 2004)

* Adimplemento substancial. Por fim, em posicionamento crítico, a teoria do adimplemento


substancial pode ser ventilada como uma das teses defensivas, desde que apresentada a recente
decisão do Superior Tribunal de Justiça (REsp 1.622.555-MG) acerca da impossibilidade de sua
aplicação nos casos de alienação fiduciária em garantia, regidos pelo Decreto-Lei 911/69, estudada
na segunda rodada desse curso de reta final.

* Observações Finais: 1) Na prova que irão enfrentar é fornecido pouco espaço para elaboração
da resposta, sendo imprescindível uma abordagem pontual dos temas tratados. 2) Na maioria das
provas discursivas é vedada consulta ao teor das súmulas. Nesse caso, mais importante do que a
indicação do número do enunciado, imprescindível o conhecimento de seu conteúdo, com menção
“conforme entendimento sumulado do STJ”, por exemplo. Se souber o número da súmula, perfeito!
3) Quando apresentada tese contrária ao entendimento dos Tribunais Superiores, imprescindível
menção ao entendimento jurisprudencial atual e seu contraponto, demonstrando, dessa maneira,
o conhecimento da jurisprudência e o posicionamento crítico.

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Chegamos ao final desse curso de reta final e desejo a todos uma excelente prova!

Perseverança e foco nesses últimos dias!

Grande abraço.

MELHORES RESPOSTAS

ELISA ARAÚJO ANTUNES

MARIA ANGÉLICA OLIVEIRA

SIMONE MARQUES JANSEN

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PROFESSOR: EDILSON SANTANA


E-mail: profcei.edilsonsantana@gmail.com

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

QUESTÃO 2. Considere as seguintes situações hipotéticas:

A) A Defensoria Pública da União ajuizou Ação Civil Pública em face da União, do


Estado e do Município do Rio de Janeiro, tendo em vista a suspensão de atendimento
em leitos de UTI neonatais. Antes de deferir o pedido liminar visando a retomada
imediata da prestação de serviço, o magistrado abriu prazo para manifestação dos
réus. Em suas considerações, a União alegou que houvera efetivado o repasse das
verbas necessárias à manutenção do atendimento via Sistema Único de Saúde, sendo
que não houve efetiva aplicação do montante pelos demais entes fazendários. Diante
disto, requereu sua exclusão do polo passivo da demanda e sua inclusão no polo ativo.

B) Em razão da suspensão de atendimento em leitos de UTI neonatais no Rio de Janeiro,


Maria, por meio da Defensoria Pública da União, ingressou com ação cível individual,
em face da União, do Estado e Município do Rio de Janeiro, visando conseguir a
internação de seu filho, recém-nascido naquela cidade, que em razão de complicações
no parto, necessitava ser internado em unidade de terapia intensiva. Ao elaborar a
petição inicial, o defensor público federal requereu, além da internação e da tutela
de urgência, a condenação de todos os entes em verbas sucumbenciais em favor do
fundo de aparelhamento da Defensoria Pública da União.

Com base em tais narrativas, responda:

- Com relação a item “A”, é viável o pedido realizado pela União?

- Com relação ao item “B”, é viável o pedido feito pelo defensor público federal, no
sentido de que seja a União condenada ao pagamento de verbas sucumbenciais em
favor da DPU?

MODELO DE RESPOSTA

1 No primeiro caso, é possível o deslocamento de pessoa jurídica de direito público do polo


2 passivo para o ativo na Ação Civil Pública, quando presente o interesse público, com base
3 no artigo 6º, § 3º, da Lei 4.717/65, aplicável à ACP em razão do microssistema de processo
4 coletivo. Há, inclusive, precedente do Superior Tribunal de Justiça neste sentido.

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5 Na segunda situação, a jurisprudência dos tribunais superiores vem entendendo,


6 majoritariamente, somente ser possível a fixação de honorários para a Defensoria Pública da
7 União em face do Estado e Município. Contudo, é preciso considerar a autonomia do órgão
8 e que a súmula 421 do STJ reflete entendimento jurisprudencial anterior ao advento da Lei
9 Complementar nº 132/09, havendo, ademais, recente decisão do STF condenando a União ao
10 pagamento, em favor da DPU.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: 16.1 Procedimento comum. 20 Processo Coletivo.

Nada obstante a legitimidade ativa para a ação popular seja exclusiva do cidadão, conforme
artigo 5º, LXXIII, da Constituição Federal e artigo 1º da Lei 4.717/65, que regula a ação popular,
disposição constante no artigo 6º, § 3º, desta lei autoriza que as pessoas jurídicas de direito público
ou privado, incialmente demandas na ação, possam optar por migrar para o polo ativo, passando
a atuar em litisconsórcio com cidadão.

Nos termos do dispositivo, a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja
objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor,
desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou
dirigente.

Como se verifica, a excepcional mudança de polo deve ser útil ao interesse público. Pode ocorrer,
inclusive, de a pessoa jurídica, inicialmente ré, passar a atuar sozinha no polo ativo, quando,
após sua migração, o cidadão desistir da ação e nenhum outro cidadão ou o Ministério Público
assumirem a posição, promovendo o prosseguimento da ação (Art. 9º da lei 4.717/65).

A razão do dispositivo é simples. Visando a ação proteger o patrimônio público, a pessoa jurídica
demandada pode, em tese, ser diretamente lesada pela prática ilegal apontada na inicial, o que
motivaria seu interesse por compor o polo ativo da ação.

Pela mesma razão, e considerando o microssistema de processo coletivo, há, também, possibilidade
de a pessoa jurídica demandada migrar para o polo ativo na ação civil pública, sendo possível,
por exemplo, que réu passe a atuar ao lado da Defensoria Pública numa ação por ela ajuizada.
Havendo interesse público, será possível o deslocamento. A jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça, inclusive, “é no sentido de que o deslocamento de pessoa jurídica de Direito Público
do polo passivo para o ativo na Ação Civil Pública é possível quando presente o interesse público,
a juízo do representante legal ou do dirigente, nos moldes do art. 6º, § 3º, da Lei 4.717/1965,
combinado com o art. 17, § 3º, da Lei de Improbidade Administrativa” (STJ. REsp 1391263 / SP.
Rel. Min. Herman Bejamin. Segunda Turma. j. 06/05/2014. DJe 07/11/2016). No mesmo sentido:
AgRg no REsp 1012960 / PR. Segunda Turma. DJe 04/11/2009.

Observação adicional: Com relação à ação de improbidade administrativa, a Lei 8.429/92, em

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seu artigo 17, § 3º, autoriza a aplicação, no que couber, do disposto no § 3º, do art. 6º, da Lei no
4.717, sendo, portanto, aplicável a regra concernente à possibilidade de deslocamento da pessoa
jurídica para o polo ativo. Válido observar que a ação de improbidade é ajuizada, em geral, em face
unicamente dos agentes públicos. Mesmo nesses casos, ainda que não se trate propriamente de
alteração da posição processual, a pessoa jurídica interessada pode requerer seu ingresso no polo
ativo, ao lado do Ministério Público, com vistas a resguardar o interesse público. Segundo Daniel
Amorim Assumpção Neves, nesses casos, apesar de corrente doutrinária considerar obrigatória
a informação acerca da existência do processo à pessoa jurídica interessada, o Superior Tribunal
de Justiça já consolidou o entendimento contrário, afirmando ser facultativa essa informação”, a
exemplo do que se decidiu no Resp 886.524/SP (rel. Min. João Otávio Noronha, DJe 13.11.2007).

Jurisprudência selecionada: * “O deslocamento de pessoa jurídica de Direito Público do pólo


passivo para o ativo na Ação Popular é possível, desde que útil ao interesse público, a juízo do
representante legal ou do dirigente, nos moldes do art. 6º, § 3º, da Lei 4.717/1965.” (STJ. REsp
945238. Rel. Min. Herman Benjamin. DJe 20/04/2009)”.

Com relação aos honorários, importa pontuar que a Defensoria Pública é órgão autônomo, conforme
restou estabelecido no artigo 134 da Constituição Federal. Assim é que, nada obstante não seja um
Poder (Legislativo, Executivo e Judiciário), a Defensora Pública passou a ser dotada de autonomia
funcional, administrativa e, para tanto, de orçamento próprio, podendo, inclusive, encaminhar sua
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, por força
de disposição constitucional.

Válido é recordar que, cronologicamente, a autonomia foi conferida, pelo texto constitucional,
primeiramente para às Defensorias Públicas estaduais, por meio da EC 45/2004. A distorção foi
corrigida pelas Emendas 69 e 74, que explicitaram no texto constitucional que a autonomia se
estende à Defensoria do Distrito Federal e à Defensoria Pública da União.

A não inclusão da instituição na estrutura dos três poderes estatais visa acima de tudo a lhes
conferir a autonomia necessária para que possa desempenhar de modo adequado o seu papel.

Aliás, o Supremo Tribunal Federal vem reafirmando a autonomia da Defensoria Pública, a exemplo do
que decidiu nos seguintes precedentes: ADI nº 3965/MG, Tribunal Pleno, Relator a Ministra Cármen
Lúcia, DJ de 30/3/12; ADI nº 4056/MA, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ
de 1/8/12; ADI nº 3569/PE, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 11/5/07;
MS 33193 MC / DF. Decisão de 30/10/2014.

Assim, embora organicamente a Defensoria Pública esteja ligada ao Poder Executivo, é deste
corpo órgão autônomo, dotado de vida própria e elevado grau de independência (funcional e
administrativa). É diante deste cenário, portanto, que deve ser analisada, hodiernamente, a questão
concernente ao recebimento de verbas sucumbenciais em decorrência de condenação da Fazenda
Pública, em favor da Defensoria.

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Dispõe o enunciado 421 da súmula da jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça


que “os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a
pessoa jurídica de direito público à qual pertença”.

A redação da súmula revela desatualização. É que, conforme observamos, nada obstante


organicamente a Defensoria Pública se insira no corpo do Poder Executivo, é deste (corpo) órgão
autônomo.

Nesse contexto, importa, inicialmente, observar que as verbas sucumbenciais, que encontram
fundamento no art. 4º, XXI, da Lei Complementar 80/94, fazem parte do reforço orçamentário
necessário à saúde financeira da Defensoria Pública, função essencial à Justiça. Citado dispositivo
é taxativo ao dispor que as verbas sucumbências são devidas por quaisquer entes públicos,
conforme se observa de sua redação, conferida pela Lei Complementar n. 132/09. Assim, com
o advento desta lei, os honorários de sucumbência são devidos à Defensoria Pública, e não à
pessoa jurídica de direito público a qual ela pertence (União, Distrito Federal e Estados). Apesar
de não ostentar personalidade jurídica, a Defensoria ocupa posição de credora na relação jurídica.
Neste sentido, anota Frederico Rodrigues Viana de Lima (Defensoria Pública. 3. ed. Salvador:
JusPodivm, 2014. p. 441).

Interessante notar que o enunciado nº 421 da súmula do STJ reflete entendimento jurisprudencial
anterior ao advento da Lei Complementar nº 132/09, que entrou em vigor em 7 de outubro de 2009,
visto que, apesar de ter sido editada e publicada em 2010, o fundamento sumular é baseado em
precedentes anteriores à novel legislação.

Diante da edição do enunciado diversas decisões judiciais passaram a adotar o entendimento


sumulado, o que ocorre até o presente, sem atentar, todavia, para a alteração no cenário normativo
que se concretizou com a Lei Complementar 132 e com a emendas constitucionais 74 de 2013
(que consolidou a autonomia institucional) e 80 de 2014.

Demais disso, embora o STJ tenha se utilizado do art. 381 do Código Civil - que trata do instituto
da confusão – para fundamentar a edição da súmula nº 421, tal fundamento também não encontra
sustentação, pois (a) a Lei Complementar nº 132/09 é norma específica, devendo prevalecer sobre
aquele codex, de caráter geral. Além do mais, referido código é voltado à regulação de relações
jurídicas de ordem eminentemente privada; (b) não há que se falar em confusão para órgão dotado
de autonomia, o qual possui, inclusive, orçamento próprio. A credora das verbas sucumbenciais
não é a Fazenda Pública, mas sim a própria Defensoria, órgão autônomo e responsável por gerir os
fundos mencionados no artigo 4º, XXI, da LC 80/94, destinados, exclusivamente, ao aparelhamento
do órgão e à capacitação profissional de seus membros e servidores. É sempre de bom alvitre
destacar que o defensor público não recebe, nem mesmo percentualmente, qualquer valor a título
de condenação em verbas sucumbenciais, equívoco bastante comum no meio forense.

Tendo o surgimento do enunciado nº 421 da súmula do STJ ocorrido com base em precedentes

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judiciais anteriores à entrada em vigor da Lei Complementar nº 132/09 e em cenário normativo


completamente diverso do hoje existente, em face do novo perfil constitucional da Defensoria
Pública, mostra-se necessário, em face do novo contexto fático-jurídico surgido, assim, revisar o
tema, através do denominado overruling dos precedentes, técnica através da qual um precedente
perde a sua força vinculante e é substituído (overruled) por outro. Ou seja, trata-se da superação
do precedente por entendê-lo equivocado ou ultrapassado. Assim, verifica-se a necessidade de
revisão do entendimento jurisprudencial acerca do cabimento dos honorários sucumbenciais em
favor da Defensoria Pública, mesmo quando devidos pelo mesmo ente público ao qual pertencente
organicamente o órgão, considerando que o arcabouço jurídico no qual se baseava restou alterado.

Neste sentido, a decisão tomada na Ação Rescisória 1937/DF (Supremo Tribunal Federal, Plenário,
30.6.2017 – portanto, deste ano) condenou a União ao pagamento de honorários em favor da
Defensoria Pública da União, posição que deve ser adotada na prova.

Quesito exigido Pontuação


- Questões estruturais: organização do texto; respeito às margens; uso correto
1,0
do vernáculo.
- Possibilidade de deslocamento de pessoa jurídica de direito público do
polo passivo para o ativo na Ação Civil Pública, quando presente o interesse
2,0
público, com base no artigo 6º, §3º, da Lei 4.717/65, aplicável à ACP em razão
do microssistema de processo coletivo.
Necessidade de superação da súmula 421 do STJ, por se tratar de entendimento
jurisprudencial anterior ao advento da Lei Complementar nº 132/09 e desconsiderar
a autonomia da Defensoria Pública. 2,0
Recente decisão do STF condenando a União ao pagamento de honorários em
favor da DPU.
Total: 5,00

Observação: notem que não constou no espelho a necessidade de mencionar a existência de


precedente jurisprudencial com relação à possibilidade de deslocamento de pessoa jurídica de
direito público do polo passivo para o ativo na Ação Civil Pública. A omissão é proposital, para
demonstrar que pode ocorrer de no espelho não constar tudo o que poderia ser exigido na resposta.
Como saber o que constará no espelho? Não há como prever. Sendo assim, na sua resposta,
procure inserir tudo o que seja possível constar no espelho. Além disso, tente buscar o espírito
do examinador, através do enunciado. O que o enunciado está efetivamente me questionando?
Procure pensar assim. É um grande desafio se desincumbir disso em 10 linhas? Certamente! Mas,
temos que trabalhar com as regras do jogo. Assim virá a aprovação!

ALUNO: mirlonfernando pág. 14


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ESPELHO DE CORREÇÃO DA 10ª RODADA

MELHORES RESPOSTAS

RAFAELA PIQUIÁ SOARES

1 a) Sim. Através do microssistema da tutela coletiva composto pela Lei da Ação Civil Pública,
2 Código de Defesa do Consumidor, Lei da Ação Popular e outras é possível concluir pela
3 viabilidade de migração da União do polo passivo para o polo ativo da demanda, conforme
4 autoriza o §3º do artigo 6º da Lei 4.717/1965 – Lei da Ação Popular, desde que se afigure útil ao
5 interesse público; b) Sim. Em que pese a literalidade da Súmula nº 421 do Superior Tribunal de
6 Justiça não reconheça os honorários advocatícios quando a Defensoria Pública atuar contra
7 pessoa jurídica à qual pertença, o novo cenário normativo desenhado a partir das Emendas
8 Constitucionais nº 74/2013 e 80/2014, permite sustentar a superação daquele enunciado face
9 a sua incompatibilidade com a autonomia institucional assegurada pela Constituição Federal
10 de 1988.

LORENA CHIROL

Observação do professor: a súmula 421 ainda está em vigor. Assim, tecnicamente, ainda não foi
superada. Desta forma, deve-se atentar bem para a forma como as frases serão formuladas na
resposta, com a finalidade de não permitir interpretações dúbias, em prejuízo da pontuação.

PALOMA MORAIS
1 Sim. O deslocamento da pessoa jurídica de direito público do polo passivo para o ativo na ACP
2 é possível quando presente o interesse público, a juízo do seu representante. A migração entre
3 os polos está prevista no art. 6º §3º da Lei 4717/1965 e no §3º do art. 17 da Lei 8429/1929.
4 Doutrina e jurisprudência entendem que tais dispositivos se aplicam também à Lei 7347/1985,
5 haja vista que os três diplomas (Lei da Ação Popular, Lei da Improbidade Administrativa e
6 Lei da ACP) compõem um microssistema de defesa do patrimônio público através da tutela
7 coletiva, impondo-se, assim, uma interpretação sistemática. b) Sim. Recentemente o STF

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8 condenou a União ao pagamento de honorários à DPU, nos moldes do art.85 do CPC e art. 4º,
9 XXI da LC 80/94 com redação da LC 132/09. Ressalte-se que inexiste confusão patrimonial a
10 obstar o deferimento das verbas de sucumbência em favor da DPU tendo em vista a autonomia
11 administrativa, funcional e orçamentária da instituição face ao governo federal (EC 74/2013).

LINE CARDOZO

MARIA ANGÉLICA AZEVEDO DE OLIVEIRA

Observação do professor: deve-se ter absoluto cuidado com as margens. NÃO ULTRAPASSAR,
NEM DEIXAR ESPAÇOS EM BRANCO AO FINAL DE CADA LINHA, por mínimos que sejam (salvo,
obviamente, no caso de linha que anteceder novo parágrafo).

AURORA LAUREANO

1 Quanto ao item “A”, o pedido de transferência da União para o polo ativo se justifica pela
2 ausência de contestação e pelo fato de ter havido o efetivo repasse das verbas federais
3 necessárias à manutenção do atendimento do SUS que, diante da ausência de efetiva

ALUNO: mirlonfernando pág. 16


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ESPELHO DE CORREÇÃO DA 10ª RODADA

4 aplicação pelos demais entes, configura hipótese útil ao interesse público, nos termos do art.
5 6º, §3º da Lei de Ação Popular, cuja incidência na ação civil pública é admitida em razão do
6 microssistema processual das ações coletivas já reconhecido pelo STJ no RESP 1106515/
7 MG. Quanto ao item “B”, é possível o pedido de condenação da União ao pagamento das
8 verbas sucumbenciais em favor da DPU nos termos do art. 4º, XXI da LC 80/94 com redação
9 dada pela LC 132/09, que inclui dentre as funções institucionais o recebimento de verbas
10 devidas por quaisquer entes públicos, bem como pela autonomia institucional conferida a
11 partir da EC 73/13, dispositivos posteriores à edição da Súmula 521 STJ cujo conteúdo pode
12 restar superado.

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PEÇA JUDICIAL

PROFESSOR: THIMOTIE HEEMANN


E-mail: profcei.thimotieheemann@gmail.com

DIREITOS CONSTITUCIONAL

Em janeiro de 2017, o Senhor Thiago Paiva foi diagnosticado com câncer no pulmão.
Passados 6 meses do diagnóstico, o câncer do Sr. Thiago Paiva está em estado de metástase.
Segundo os médicos do hospital, “não há mais nada o que fazer”. Ocorre que neste mesmo
período, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul desenvolveu um medicamento
experimental chamado “CÂNCERLESS – a pílula do câncer” e utilizou a referida pílula em
pacientes terminais. Dos 10 pacientes que foram utilizados como “cobaias” da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, situada em Porto Alegre, 9 faleceram em decorrência da
doença. No entanto, um dos pacientes submetido ao tratamento experimental pela UFRGS
apareceu milagrosamente curado. Assim, após assistir uma reportagem sobre o case, a
filha do Sr. Thiago Paiva, Sra. Fernanda Helena Paiva procurou a DPU de Porto Alegre no
intuito de obter tal medicamento experimental para o seu pai. A DPU ingressou com a ação,
mas o juiz federal da 1ª Vara Federal de Porto Alegre negou a liminar, sob o argumento de
que o objeto da ação se trata de um mero fármaco experimental e que o Poder Judiciário
não pode endossar “aventuras jurídicas” (trecho da sentença proferida pelo juiz). Ainda na
mesma sentença, o magistrado de primeira instância ainda exarou em sua sentença que
o medicamento experimental estaria “fora da lista do SUS” e que a ação deveria ter sido
interposta “contra o Município de Porto Alegre”. A decisão foi exarada e publicada no dia
31 de julho de 2017. O colega que ajuizou a ação entrou de férias, e os autos com o pedido
de liminar não concedido pelo juízo vieram para a DPU. Elabore a peça/recurso processual
datando a peça para o último dia do prazo.

MODELO DE RESPOSTA

Em razão da excelência da resposta da aluna Rafaela Piquiá, utilizei o esqueleto da resposta


da referida aluna, acrescentando os pontos do gabarito que constavam no espelho de resposta.
Vamos lá:

1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DA


2 QUARTA REGIÃO

3 AGRAVANTE: THIAGO PAIVA

4 AGRAVADO: UNIÃO

ALUNO: mirlonfernando pág. 18


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5 THIAGO PAIVA, já qualificado nos autos em epígrafe, vem, por intermédio da


6 DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO, com endereço eletrônico___, através de seu órgão de
7 execução que a esta subscreve, cuja procuração é dispensada por força do artigo 4º, inciso
8 XI, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 1.015, inciso I, do Código
9 de Processo Civil, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO em face da decisão proferida às fls.
10 ___ que denegou o pedido de liminar.

11 O agravo de instrumento foi instruído com as cópias obrigatórias do art. 1017 do CPC.

12 O juízo de origem foi comunicado da interposição do presente recurso para que possa
13 exercer juízo de retratação (art. 1018, §2º e 3º CPC).

14 Atuam no processo como advogado da parte agravada _____, endereço _____e


15 endereço eletrônico.

16 Deixa de comprovar o recolhimento do preparo por ser pessoa beneficiária da


17 gratuidade de justiça, conforme estabelece o § 1º do artigo 1.017 do CPC.

18 Por fim, requer sejam observadas as prerrogativas processuais da Defensoria Pública,


19 sobretudo a intimação pessoa com remessa dos autos e o prazo em dobro, nos termos do art.
20 44, I, da LC 80/94.

21 Nestes termos. Pede deferimento.

22 Porto Alegre, 11 de setembro de 2017.

23 Defensor Público Federal

24 EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA QUARTA REGIÃO

25 COLENDA CÂMARA/TURMA

26 NOBRE RELATOR

27 1. SÍNTESE PROCESSUAL

28 O Apelante está acometido de neoplasia maligna (câncer) já em estado de metástase.


29 A Universidade Federal do Rio Grande do Sul desenvolveu um fármaco experimental chamado
30 “câncerlles – a pílula do câncer”. Após o uso do medicamento um paciente teve melhora
31 milagrosa, razão que motivou a filha do recorrente a pleitear o fornecimento da substância
32 medicamentosa em benefício de seu pai, ora apelante. O juízo de piso indeferiu o pedido
33 liminar, inconformado interpôs o presente agravo de instrumento.

34 2. DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE

35 Conforme dispõe o Código de Processo Civil, cabe agravo de instrumento em face


36 das decisões interlocutórias que versarem sobre tutelas provisórias (art. 1015, inciso I). Assim,

ALUNO: mirlonfernando pág. 19


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37 tendo o juízo de indeferido o pedido liminar formulado pelo agravante correto é o cabimento do
38 agravo de instrumento.

39 Além disso, é tempestivo o recurso interposto. Isso porque a decisão foi proferida no dia
40 31/07/2017 com remessa dos autos para a Defensoria Pública da União na mesma data.
41 A contagem do prazo iniciou no dia seguinte 01/08/2017 e o prazo final ocorrerá no dia
42 11/09/2017.

43 3. DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

44 O Código de Processo Civil autoriza o relator a antecipar os efeitos da pretensão recursal


45 sempre que evidenciada a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado
46 útil do processo (art. 1019, I, c/c 300, CPC). O tema do fornecimento de medicamento sem
47 registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária aguarda pronunciamento no Supremo
48 Tribunal em processo com repercussão geral reconhecida, o que garante a plausibilidade
49 jurídica. Ademais, a espera por um provimento final poderá ser ineficaz à vista da urgência e
50 avançado estágio da doença.

51 4. DO MÉRITO

52 A) DA COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DA CAUSA

53 Compete à Agência Nacional de Vigilância Sanitária a fiscalização, o controle e o


54 registro de medicamentos no Brasil. Tratando-se de medicamento experimental que demanda
55 estudos e testes em seres humanos para comprovar a eficácia da substância no tratamento
56 da enfermidade, bem como os seus possíveis efeitos colaterais, não há falar em legitimidade
57 passiva do município de Porto Alegre.

58 B) DO DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE E O FORNECIMENTO DE


59 MEDICAMENTOS

60 A Constituição da República Federativa do Brasil assegura, no caput do artigo 6º, o


61 direito à saúde. Mais adiante, no art. 196, dispõe que a saúde é direito de todos e dever do
62 Estado, através do Sistema Único de Saúde, garantido mediante políticas sociais e econômicas
63 que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário
64 às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Trata-se, pois, de direito
65 fundamental que compõe o mínimo existencial para uma vida digna, sendo o fornecimento de
66 medicamentos um consectário lógico desse direito, conforme se infere do art. 6º, I, d e art. 19-
67 M, I, da Lei 8.080/90.

68 C) MEDICAMENTO QUE NÃO INTEGRA A LISTA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.


69 FORNECIMENTO PELO PODER PÚBLICO. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.

70 O fato do medicamento não figurar na lista do SUS, por si só, não obsta a que seja

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71 fornecido pelo Poder Público, ainda mais quando o tratamento terapêutico convencional
72 mostrou-se ineficaz ou insuficiente no combate à enfermidade, sendo razoável que o agravante
73 busque todos as formas para se manter saudável e prolongar sua vida ou, ao menos, amenizar
74 seu sofrimento, como expressão do seu direito à saúde (art. 6º e 196 da CF) e à dignidade
75 humana (art. 1º, III, CF).

76 Tendo sido desenganado pela medicina de evidência não há como prosperar o


77 argumento do juízo de piso no sentido de se tratar de “aventura jurídica”, mas de direito
78 fundamental à vida e à liberdade de escolher terapia alternativa, ainda que experimental,
79 como última esperança para o tratamento de sua enfermidade.

80 D) MEDICAMENTO EXPERIMENTAL. DISPENSA DO REGISTRO NA ANVISA.


81 POSSIBILIDADE. TEORIA DO RIGHT TO TRY (DIREITO DE TENTAR)

82 Ademais, o Ministro Luis Roberto Barroso, no RE 657718/MG, ressalvou a necessidade


83 do registro na ANVISA para medicamento experimental nos programas de uso expandido,
84 uso compassivo e fornecimento de medicamento pós estudo, conforme regulamentado pela
85 ANVISA na RDC nº 38/2013. O programa de uso expandido tem autorização para disponibilizar
86 medicamento novo e promissor, ainda sem registro ou não disponível comercialmente,
87 destinado a um grupo de pacientes portadores de doenças graves debilitantes e que ameacem
88 a vida, sem alternativa terapêutica satisfatória com produtos registrados.

89 Como se não bastasse, a teoria do right to try (“direito de tentar”), oriunda do direito
90 norte-americano, respalda o pedido do agravante. Tal teoria consiste, em breve síntese, na
91 garantia de que o paciente possa tentar a cura de uma doença por meio de tratamentos
92 médicos experimentais, ainda que não exista prova da eficácia do medicamento e de registros
93 nos órgãos reguladores. O right to try visa garantir ao indivíduo a manutenção do direito à
94 vida, corolário do princípio mater do ordenamento jurídico brasileiro, qual seja, a dignidade
95 da pessoa humana. É importante observar que no julgamento da ADI da Pílula do Câncer,
96 diversos Ministros do Supremo Tribunal Federal reconheceram a possibilidade de se invocar
97 o right to try no direito brasileiro.

98 5. DOS PEDIDOS

99 Ante o exposto, requer seja conhecido o recurso para: I - conceder a antecipação da


100 pretensão recursal, determinando o fornecimento da substância medicamentosa ainda não
101 registrada na Anvisa pelo tempo necessário, nos termos do art. 1019, I, CPC; II – intimar
102 o agravado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias (art. 1019, II, CPC); III – a
103 intimação do Ministério Público Federal para que se manifeste no prazo de 15 dias (art. 1019,
104 III, CPC); IV – No mérito, o provimento do recurso para condenador o agravado a fornecer pelo
105 tempo necessário o medicamento experimental, bem como, em conjunto com os detentores
106 da patente, realizar os estudos e testes clínicos indispensáveis para seu registro; V – requer

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107 a observância das prerrogativas processuais da Defensoria Pública, sobretudo a intimação


108 pessoal com remessa dos autos e o prazo em dobro (art. 44, I, LC 80/94 e art. 186 do CPC).

109 Nestes termos.

110 Pede deferimento.

111 Porto Alegre, 11 de setembro de 2017.

112 Defensor Público Federal.

COMENTÁRIO

Questões estruturais: organização do texto; respeito às margens; uso correto do vernáculo (até
3,0 pontos);
Medida cabível: Agravo de instrumento contra a União (no intuito de reformar a decisão de
primeira instância) (até 1,0 ponto);
Aspectos formais: endereçamento, legitimidade passiva e ativa, síntese fática (até 1,0 ponto);
Fundamentos jurídicos: a) Preliminarmente; Há solidariedade entre os entes federativos nas
questões envolvendo o direito à saúde, em que pese não exista a necessidade de formar um
litisconsórcio passivo necessário, podendo o autor escolher contra qual ente federativo quer
litigar (contra um individualmente, contra dois ou contra todos). b) mérito; b.1) fundamentar a
reforma da decisão liminar com base na teoria do right to try. A teoria do right to try (“direito de
tentar”) consiste na garantia de que o paciente possa tentar a cura de uma doença por meio de
tratamentos médicos experimentais, ainda que não exista prova da eficácia do medicamento e de
registros nos órgãos reguladores. O right to try visa garantir ao indivíduo a manutenção do direito
à vida, corolário do princípio mater do ordenamento jurídico brasileiro, qual seja, a dignidade
da pessoa humana. Antes da suspensão da lei que autorizava o uso da fosfoetanolamina pelo
STF, muitos juízes autorizaram a distribuição e uso da “pílula do câncer” com base no “direito de
tentar”. Para maior aprofundamento no tema, recomendamos a leitura da notícia “Justiça manda
USP fornecer ‘cápsula contra o câncer’ a mulher de 41 anos”, que pode ser encontrada neste
link: http://www.conjur.com.br/2016-jan-30/usp-fornecer-capsula-cancer-mulher-41-anos.
Recomendamos também a leitura da reportagem “Direito de tentar: paciente consegue acesso
à pílula do câncer da USP”, que pode ser encontrada neste link: http://www.migalhas.com.br/
Quentes/17,MI232838,71043-Direito+de+tentar+paciente+consegue+acesso+a+pilula+do+c
ancer+da+USP. Portanto, não se trata de uma “aventura jurídica”, conforme o enunciado da
questão, mas a busca pela manutenção do direito à vida. b.2) fundamentar a revogação da
medida liminar com base no mínimo existencial: O fato do medicamento estar fora da lista do
SUS é um argumento um tanto temerário por parte da União, afinal, trata-se de medicamento

ALUNO: mirlonfernando pág. 22


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experimental e o paciente está entre a vida e a morte. Assim, não é possível dar guarida a tal
argumento, uma vez que o direito à saúde é uma obrigação imposta pela Constituição Federal ao
Poder Público (art. 196, caput, e artigo 6º, caput, ambos da Constituição Federal de 1988). Nessa
linha de raciocínio, é importante lembrar que o STF refuta a utilização de argumentos retóricos
como “medicamento fora da lista” “reserva do possível” etc, em casos envolvendo a subsistência
do mínimo existencial do paciente (STF, ARE 639337 AgR dentre outros). Até 10,0 pontos
Pedido liminar: reforma imediata da decisão liminar proferida pelo juízo de 1º grau. Demonstração
da urgência envolvendo o caso. Até 2,0 pontos
Pedidos: prerrogativas da DPU, recurso datado para o último dia do prazo, intimação da União
para oferecer contestação; intimação do MPF (há idoso em situação de risco, sendo necessária
a intimação do MPF, nos termos do STJ, AgRg no AREsp 755993/SC). Até 3,0 pontos
NOTA FINAL:
Pontuação máxima: 20,0 pontos

MELHORES RESPOSTAS

AURORA LAUREANO
1 EXMO. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª
2 REGIÃO

3 THIAGO PAIVA, já qualificado nos autos do processo XXX, vem, por meio da DEFENSORIA
4 PÚBLICA DA UNIÃO, não conformado com a decisão interlocutória prolatada pelo Juízo da
5 1ª Vara Federal de Porto Alegre que indeferiu liminar em obrigação de fazer, interpor, com
6 base no art. 1015, I, NCPC, interpor o presente AGRAVO DE INSTRUMENTO pelos fatos e
7 fundamentos expostos nas razões que se seguem.

8 1) DA TEMPESTIVIDADE

9 Considerando que a decisão impugnada foi exarada e publicada em 31 de julho de 2017, o


10 presente agravo de instrumento é tempestivo em razão de sua interposição nos 30 dias úteis
11 seguintes e o prazo em dobro conferido à DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO, conforme os
12 arts. 1003, §5º, NCPC e 186, NCPC.

13 2) DA DISPENSA DO PREPARO

14 O agravante, na qualidade de assistido patrocinado pela DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO,


15 instituição essencial ao Estado Democrático de Direito para a garantia do acesso à justiça aos
16 necessitados, nos termos do art. 134, CF, faz jus à gratuidade de justiça conforme os arts. 99,
17 caput e §7º e 185, NCPC, razão pela qual requer a dispensa do respectivo preparo.

18 Termos em que, respeitosamente,

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19 Pede deferimento.

20 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL

21 Porto Alegre, 31 de agosto de 2017.

22 RAZÕES DO RECURSO

23 EGRÉGIO TRIBUNAL,

24 COLENDA CÂMARA

25 Em que pese a decisão interlocutória exarada no Juízo de 1º grau que indeferiu a liminar em
26 obrigação de fazer, a situação de urgência do agravante em razão de seu estado de saúde
27 justifica a reforma da referida decisão, conforme se restará demonstrado a seguir.

28 Processo nº XXX

29 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

30 Agravante: THIAGO PAIVA

31 Agravado: Juízo da 1ª Vara Federal de Porto Alegre

32 1) DOS FATOS

33 O agravante possui câncer no pulmão e seu estado de metástase descoberto em apenas


34 6 meses do primeiro diagnóstico realizado em 6 de janeiro de 2017 exige um tratamento
35 adequado que, nos termos da ação originária, somente poderá ser efetivado com o medicamento
36 experimental CÂNCERLESS, conforme requerido liminarmente ao Juízo de 1ª instância. No
37 entanto, considerando a negativa do fornecimento do medicamento e a manutenção do quadro
38 clínico do agravante, a reforma da referida decisão é medida que se mostra adequada.

39 2) DO DIREITO E RAZÕES PARA A REFORMA

40 Em que pese a decisão impugnada se referir à necessidade de ajuizamento da inicial somente


41 perante o Município de Porto Alegre, é possível se extrair da previsão constitucional presente
42 no art. 198 sobre a rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde, que é
43 clara a legitimidade passiva de quaisquer dos entes federativos, na qualidade de litisconsortes
44 facultativos, em decorrência da responsabilidade solidária quanto à garantia do direito à
45 saúde, especificamente para o fornecimento de medicamentos imprescindíveis à saúde da
46 população, entendimento que está de acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores.

47 Na esteira da internacionalização dos direitos humanos, o direito à saúde é direito fundamental


48 positivado no arts. 6º, caput e 196, CF a ser garantido pelo Estado de forma universal e
49 igualitária, reforçando a obrigação convencional de garantir o exercício de tal direito a todos
50 que se encontram sobre o seu território, conforme previsão expressa no art. 1.1 da Convenção

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51 Americana de Direitos Humanos, efetivado por medidas de prevenção e tratamento das


52 doenças endêmicas, nos termos do art. 10.2 do Protocolo de San Salvador dispõe em seu art.
53 10.2 e no art. 12.2 do Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, bem
54 como indissociável do direito à vida, conforme o art. 3º da Declaração Universal dos Direitos
55 do Homem. Neste sentido, a negativa da liminar requerida vai de encontro não apenas aos
56 tratados internacionais, como também à Constituição, razão pela qual resta-se evidente o
57 caráter inconvencional e inconstitucional da referida omissão estatal.

58 Em que pese a incerteza científica do medicamento experimental demonstrada na decisão


59 impugnada, bem como a alegação de ausência de previsão na lista do SUS, ainda assim o
60 agravante tem direito ao tratamento adequado. Nos termos do voto proferido pelo Ministro Edson
61 Fachin na ADI 5501 MC/DF analisada pelo STF, é cabível o fornecimento de medicamento
62 experimental para pacientes em estado terminal pela prevalência do direito mínimo à qualidade
63 de vida sobre o requisito da segurança. Desta forma, embora o medicamento CÂNCERLESS
64 não possua certeza científica, a incidência do critério da ponderação, com base no princípio
65 da proporcionalidade, resulta na prevalência do direito à saúde sobre o interesse público.

66 Ressalta-se, ainda, a presença dos requisitos da verossimilhança das alegações e do receio


67 de dano irreparável diante do agravamento de quadro clínico do agravante de forma a justificar
68 o deferimento da tutela antecipada com fundamento no art. 300, NCPC.

69 3) DOS PEDIDOS

70 Diante do exposto, requer-se:

71 a) A concessão da gratuidade de justiça para o agravante, na qualidade de assistido da


72 Defensoria Pública da União;

73 b) A citação dos réus, na pessoa de seus representantes legais, para contestação, termos do
74 art. 1021, §2º, NCPC

75 c) a procedência do presente recurso para concessão da tutela antecipada condenando os


76 réus à distribuição imediata do medicamento CÂNCERLESS, sob pena de imposição de multa
77 diária em razão do descumprimento;

78 d) caso o presente recurso seja recebido, que seja concedido efeito suspensivo ativo, nos
79 termos do art. 1019, I, NCPC;

80 e) a condenação dos réus ao pagamento das custas despesas e custas processuais, incluindo
81 honorários de sucumbência devidos à Defensoria Pública da União;

82 Porto Alegre, 31 de agosto de 2017.

83 DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL

ALUNO: mirlonfernando pág. 25


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ESPELHO DE CORREÇÃO DA 10ª RODADA

RAFAELA PIQUIÁ

1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DA


2 QUARTA REGIÃO

3 PAJ nº:

4 AGRAVANTE: THIAGO PAIVA

5 AGRAVADO: UNIÃO

6 THIAGO PAIVA, já qualificado nos autos em epígrafe, vem, por intermédio da DEFENSORIA
7 PÚBLICA DA UNIÃO, com endereço eletrônico___, através de seu órgão de execução que a
8 esta subscreve, cuja procuração é dispensada por força do artigo 4º, inciso XI, respeitosamente,
9 perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 1015, inciso I, do Código de Processo Civil,
10 interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO em face da decisão proferida às fls. ___ que denegou
11 o pedido de liminar.

12 O agravo de instrumento foi instruído com as cópias obrigatórias do art. 1017 do CPC.

13 O juízo de origem foi comunicado da interposição do presente recurso para que possa exercer
14 juízo de retratação (art. 1018, §2º e 3º CPC).

15 Atuam no processo como advogado da parte agravada _____, endereço _____e endereço
16 eletrônico.

17 Deixa de comprovar o recolhimento do preparo por ser pessoa beneficiária da gratuidade de


18 justiça, conforme estabelece o §1º do artigo 1017 do CPC.

19 Por fim, requer sejam observadas as prerrogativas processuais da Defensoria Pública,


20 sobretudo a intimação pessoa com remessa dos autos e o prazo em dobro, nos termos do art.
21 44, I, da LC 80/94.

22 Nestes termos. Pede deferimento.

23 Porto Alegre, 11 de setembro de 2017.

24 Defensor Público Federal

25 EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA QUARTA REGIÃO

26 COLENDA CÂMARA/TURMA

27 NOBRE RELATOR

28 1. SÍNTESE PROCESSUAL

29 O Apelante está acometido de neoplasia maligna (câncer) já em estado de metástase. A

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30 Universidade Federal do Rio Grande do Sul desenvolveu um fármaco experimental chamado


31 “câncerlles – a pílula do câncer”. Após o uso do medicamento um paciente teve melhora
32 milagrosa, razão que motivou a filha do recorrente a pleitear o fornecimento da substância
33 medicamentosa em benefício de seu pai, ora apelante. O juízo de piso indeferiu o pedido
34 liminar, inconformado interpôs o presente agravo de instrumento.

35 2. DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE

36 Conforme dispõe o Código de Processo Civil, cabe agravo de instrumento em face das
37 decisões interlocutórias que versarem sobre tutelar provisórias (art. 1015, inciso I). Assim,
38 tendo o juízo de indeferido o pedido liminar formulado pelo agravante correto é o cabimento
39 do agravo de instrumento.

40 Além disso, é tempestivo o recurso interposto. Isso porque a decisão foi proferida no dia
41 31/07/2017 com remessa dos autos para a Defensoria Pública da União na mesma data.
42 A contagem do prazo iniciou no dia seguinte 01/08/2017 e o prazo final ocorrerá no dia
43 11/09/2017.

44 3. DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

45 O Código de Processo Civil autoriza o relator a antecipar os efeitos da pretensão recursal


46 sempre que evidenciada a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado
47 útil do processo (art. 1019, I, c/c 300, CPC). O tema do fornecimento de medicamento sem
48 registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária aguarda pronunciamento no Supremo
49 Tribunal em processo com repercussão geral reconhecida, o que garante a plausibilidade
50 jurídica. Ademais, a espera por um provimento final poderá ser ineficaz à vista da urgência e
51 avançado estágio da doença.

52 4. DO MÉRITO

53 A) DA COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DA CAUSA

54 Compete à Agência Nacional de Vigilância Sanitária a fiscalização, o controle e o registro de


55 medicamentos no Brasil. Tratando-se de medicamento experimental que demanda estudos
56 e testes em seres humanos para comprovar a eficácia da substância no tratamento da
57 enfermidade, bem como os seus possíveis efeitos colaterais, não há falar em legitimidade
58 passiva do município de Porto Alegre.

59 B) DO DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE E O FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS

60 A Constituição da República Federativa do Brasil assegura, no caput do artigo 6º, o direito à


61 saúde. Mais adiante, no art. 196, dispõe que a saúde é direito de todos e dever do Estado,
62 através do Sistema Único de Saúde, garantido mediante políticas sociais e econômicas que
63 visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário

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64 às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Trata-se, pois, de direito
65 fundamental que compõe o mínimo existencial para uma vida digna, sendo o fornecimento
66 de medicamentos um consectário lógico desse direito, conforme se infere do art. 6º, I, d e art.
67 19-M, I, da Lei 8.080/90.

68 C) MEDICAMENTO QUE NÃO INTEGRA A LISTA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.


69 FORNECIMENTO PELO PODER PÚBLICO. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.

70 O fato do medicamento não figurar na lista do SUS, por si só, não obsta a que seja fornecido
71 pelo Poder Público, ainda mais quando o tratamento terapêutico convencional mostrou-se
72 ineficaz ou insuficiente no combate à enfermidade, sendo razoável que o agravante busque
73 todos as formas para se manter saudável e prolongar sua vida ou, ao menos, amenizar seu
74 sofrimento, como expressão do seu direito à saúde (art. 6º e 196 da CF) e à dignidade humana
75 (art. 1º, III, CF).

76 Tendo sido desenganado pela medicina de evidência não há como prosperar o argumento do
77 juízo de piso no sentido de se tratar de “aventura jurídica”, mas de direito fundamental à vida
78 e à liberdade de escolher terapia alternativa, ainda que experimental, como última esperança
79 para o tratamento de sua enfermidade.

80 D) MEDICAMENTO EXPERIMENTAL. DISPENSA DO REGISTRO NA ANVISA.


81 POSSIBILIDADE

82 Ademais, o Ministro Luis Roberto Barroso, no RE 657718/MG, ressalvou a necessidade


83 do registro na ANVISA para medicamento experimental nos programas de uso expandido,
84 uso compassivo e fornecimento de medicamento pós estudo, conforme regulamentado pela
85 ANVISA na RDC nº 38/2013. O programa de uso expandido tem autorização para disponibilizar
86 medicamento novo e promissor, ainda sem registro ou não disponível comercialmente,
87 destinado a um grupo de pacientes portadores de doenças graves debilitantes e que ameacem
88 a vida, sem alternativa terapêutica satisfatória com produtos registrados.

89 5. DOS PEDIDOS

90 Ante o exposto, requer seja conhecido o recurso para: I - conceder a antecipação da pretensão
91 recursal, determinando o fornecimento da substância medicamentosa ainda não registrada
92 na Anvisa pelo tempo necessário, nos termos do art. 1019, I, CPC; II – intimar o agravado
93 para apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias (art. 1019, II, CPC); III – a intimação do
94 Ministério Público Federal para que se manifeste no prazo de 15 dias (art. 1019, III, CPC);
95 IV – No mérito, o provimento do recurso para condenador o agravado a fornecer pelo tempo
96 necessário o medicamento experimental, bem como, em conjunto com os detentores da
97 patente, realizar os estudos e testes clínicos indispensáveis para seu registro; V – requer
98 a observância das prerrogativas processuais da Defensoria Pública, sobretudo a intimação

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99 pessoal com remessa dos autos e o prazo em dobro (art. 44, I, LC 80/94 e art. 186 do CPC).

100 Nestes termos.

101 Pede deferimento.

102 Porto Alegre, 11 de setembro de 2017.

103 Defensor Público Federal.

SIMONE MARQUES JANSEN


1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO
2 EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO.

3 Processo originário nº... Origem: 1ª Vara Federal de Porto Alegre - Seção Judiciária do Rio
4 Grande do Sul

5 Agravantes: THIAGO PAIVA

6 Agravados: UNIÃO E UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

7 THIAGO PAIVA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da identidade nº..., inscrito
8 no CPF\MF nº..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliado a ..., vem, por intermédio da
9 DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO, perante Vossas Excelências, com fundamento no artigo
10 1015, I, CPC, interpor o presente AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE TUTELA
11 DE EVIDÊNCIA RECURSAL contra Respeitável Decisão de fls...., proferida nos autos do
12 Ação Cível nº..., em trâmite na 1ª Vara Federal de Porto Alegre, que indeferiu o pedido de
13 liminar requerido, consistente na concessão de medicamento que poderá prolongar a vida do
14 Agravante, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

15 DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA: Inicialmente informa que não houve preparo uma vez que
16 o Agravante é hipossuficiente e teve o benefício da Gratuidade de Justiça deferido em 1ª
17 Instância. Requer, portanto, a manutenção do benefício também em sede recursal, tendo
18 em vista a impossibilidade de arcar com custas processuais e honorários advocatícios sem
19 prejuízo do sustento próprio e de sua família.

20 DA ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO: Informa o Agravante, em cumprimento


21 ao disposto nos arts. 1016, IV e 1017, I, parte final, ambos do CPC, que se encontra assistido
22 pela DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO, que o representa judicialmente, com poderes para
23 o foro em geral (cláusula ad judicia), independentemente de mandato, nos termos do art.
24 44, inciso XI, da Lei Complementar nº 80/94, com endereço para a realização de intimação
25 pessoal informado.

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26 DA TEMPESTIVIDADE: O presente recurso é tempestivo, visto que a DPU dispõe da


27 prerrogativa de prazo em dobro, de acordo com o art. 44, I, da LC nº 80/94, sendo o termo inicial
28 em 01/08/2017 (intimação em 31/07/2017) e o termo final o dia 11/09/2017, considerando-se
29 que o art. 1003, §5º, CPC prevê o prazo de 15 (quinze) dias úteis para recorrer, 30 dias,
30 portanto, para a DPU.

31 DO CABIMENTO DO RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO Da urgência do provimento


32 judicial tendo em vista a possibilidade de lesão grave ou de difícil reparação: De acordo com o
33 rol taxativo do artigo 1015 do CPC, caberá AGRAVO DE INSTRUMENTO contra as decisões
34 29 interlocutórias que versaram sobre tutelas provisórias. É o presente caso.

35 Trata-se de medida judicial cujo objeto é a tutela do direito à saúde do Agravante, portador
36 de CÂNCER NO PULMÃO agressivo, e que busca, por meio deste recurso, a reforma da
37 decisão interlocutória que indeferiu o pedido de concessão do medicamento CANCERLESS
38 sob fundamento de que “...se trata de um mero fármaco experimental e que o Poder Judiciário
39 não pode endossar “aventuras jurídicas”(...)o medicamento experimental estaria “fora da lista
40 do SUS” e que a ação deveria ter sido interposta “contra o Município de Porto Alegre”...”
41 Sim, Excelência, este medicamento é experimental, como reforça o Eminente Magistrado,
42 no entanto, data venia, não se trata de uma aventura jurídica, mas do legítimo DIREITO DE
43 TENTAR ao qual faz jus o Agravante, no legítimo exercício de direitos fundamentais à vida, à
44 saúde e à dignidade humana.

45 Portanto, há necessidade do conhecimento do presente recurso como forma de se tutelar


46 os direitos fundamentais, representada na concessão da antecipação da tutela recursal de
47 evidência com o deferimento imediato da concessão do medicamento pleiteado.

48 BREVE RELATO DOS FATOS:

49 Em janeiro de 2017, o Agravante foi diagnosticado com câncer no pulmão e, passados 6


50 meses do diagnóstico, o câncer entrou em metástase e sem esperanças de cura, uma vez
51 que até mesmo seus médicos disseram que não havia mais o que fazer. Ocorre que neste
52 mesmo período, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul desenvolveu um medicamento
53 experimental chamado “CÂNCERLESS – a pílula do câncer” e utilizou a referida pílula em
54 pacientes terminais. Dos 10 pacientes que foram utilizados como “cobaias” da Universidade
55 Federal do Rio Grande do Sul, situada em Porto Alegre, 9 faleceram em decorrência da doença.
56 No entanto, um dos pacientes submetido ao tratamento experimental pela UFRGS apareceu
57 milagrosamente curado. Era o choque de esperança que o Agravante precisava para manter-
58 se na luta contra doença tão agressiva. Procurada pela filha do Agravante, esta Defensoria
59 Pública da União ajuizou Ação Cível.

60 DA ILEGITIMIDADE DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE: O Município de Porto Alegre, data


61 venia, não deve figurar no polo passivo da presente demanda, conforme determinou o juízo

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62 a quo, uma vez que não possui nenhum vínculo com a Universidade FEDERAL do RS, ora
63 Agravada e fabricante do medicamento pleiteado.

64 DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA DE EVIDÊNCIA RECURSAL: Diante do relevante fundamento


65 da demanda e do justificado receio de ineficácia do provimento final, caracterizados no presente
66 caso, pela gravidade da patologia, pelo não fornecimento do medicamento e por ser a única
67 solução encontrada para manter a qualidade de vida do Agravante, uma vez configurados
68 os requisitos dos artigos 294 e 311, 59 IV do CPC, requer que Vossa Excelência se digne
69 a deferir a tutela antecipada de evidência aqui buscada, a fim de se obrigar as Agravadas –
70 UFRS e UNIÃO – a colocar à disposição do Agravante, por prazo 61 indeterminado, cápsulas
71 mensais do medicamento pleiteado – CANCERLESS -, em quantidade suficiente para garantir
72 o seu tratamento.

73 DO DIREITO DE TENTAR, DO DIREITO À VIDA DIGNA, DO DIREITO À SAÚDE: Foi com


74 grande alegria que o Agravante e sua família receberam a notícia de que ele e outros pacientes
75 acometidos de tão maligna doença poderiam prolongar suas vidas ou mesmo tentar obter
76 melhor qualidade de vida nos dias que lhes restam. No caso do Agravante, cujos médicos
77 já informaram que não há mais o que fazer, a possibilidade de uso do CANCERLESS trará
78 de volta esperanças de cura, não somente sobrevivência digna. Não cabe, portanto, ao
79 Magistrado a quo a “sentença de morte” ou o até mesmo “extrema unção” do Agravante, uma
80 vez que lhe proíbe o acesso a medicamento – ainda que experimental - que já representou
81 cura ou prolongamento da vida de muitos pacientes, conforme documentos anexados à Inicial
82 e ao presente Agravo. A simples leitura da Constituição Federal com base na dignidade da
83 pessoa humana e no direito à vida obriga o Estado (em todos os seus níveis) a garantir
84 o fornecimento do medicamento, podendo-se impor a ele o dever de promover garantias
85 fundamentais de diversas formas. Neste caso, enquadra-se também a UFRS. Outrossim,
86 deve-se considerar, inclusive, o que doutrina e jurisprudência vem falando a respeito das
87 disposições do próprio corpo e do respeito à autonomia da vontade como fundamento para o
88 fornecimento da CANCERLESS. Como se verificou, o uso do medicamento CANCERLESS
89 prolongou ou curou os pacientes, nunca agravou a doença. Aqueles pacientes, que apesar do
90 uso do fármaco, não sobreviveram, padeceram diante dessa terrível doença que exige ação
91 rápida e início de tratamento imediato.

92 DOS PEDIDOS: Diante do exposto, requer o Agravante: 1. A concessão da antecipação dos


93 efeitos da tutela de evidência recursal, com fundamento nos arts. 311, IV c/c 1019, I, CPC, inaudita
94 altera pars, para autorizar o fornecimento do medicamento CANCERLESS ao Agravante,
95 conforme relatado; 2. A intimação das Agravadas para que apresentem contrarrazões no
96 prazo legal; 3. Ao final, seja dado provimento ao presente recurso, reformando-se a r. decisão
97 recorrida, em confirmação da decisão de antecipação dos efeitos da tutela de evidência
98 recursal, para autorizar o fornecimento do medicamento CANCERLESS ao Agravante.

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99 DOCUMENTOS QUE INSTRUEM O AI (ART. 1017, CPC): Cópias obrigatórias e documentos


100 pertinentes

101 Termos em que Pede Deferimento.

102 Porto Alegre, 11 de setembro de 2017

103 Defensor Público Federal

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