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Índice:
Pág.
Optimização do consumo de combustível …………………………………………………………………………. 3
Verificação diária do veículo e sua importância ………………………………………………………………… 24
Forças aplicadas aos veículos em movimento……………………………………………………………………. 26
Utilização das relações da caixa de velocidades em função da carga do veículo e do
perfil da estrada …………………………………………………………………………………………………………………. 32
Efeito Estufa
O efeito de estufa consiste no aprisionamento dos raios infra-vermelhos emitidos pelo Sol
(raios de calor) na atmosfera terrestre, criando, por exemplo, um efeito semelhante ao que
ocorre quando estamos dentro de uma tenda de campismo ao sol. O efeito de estufa é natural
(ou tem sido) e é o que permite a vida na terra tal como a conhecemos. O problema começa
com a emissão para a atmosfera de excessiva quantidade de determinado tipo de gases que se
acumulam e reforçam o efeito de estufa natural. A temperatura média vai subindo
gradualmente até que um dia, se nada for feito, a vida na Terra ficará irremediavelmente
comprometida.
Torna-se imperativo utilizar o veículo de forma mais eficiente e racional para que se possa
reduzir o consumo de combustível, passando pela adopção de comportamentos e atitudes do
condutor assim como pelo seu tipo de condução.
Utilização do veículo
A evolução tecnológica do veículo, quer do motor quer dos sistemas de segurança do veiculo,
levam o condutor a adoptar um novo estilo de condução, aproveitando todas as vantagens que
estas tecnologias permitem. A este novo estilo de condução foi convencionado chamar de
“Condução Eficiente” ou “Eco-driving”.
Independentemente da disponibilidade das tecnologias, será sempre o condutor, com o seu
comportamento, a definir a influência sobre o consumo de combustível através do tipo de
condução adoptada.
No inicio de marcha;
Na utilização do acelerador;
Na utilização adequada da caixa de velocidades;
Na previsão e antecipação face a situações de tráfego.
Em termos gerais, a condução eficiente de um veículo passa pela adopção de uma série de
técnicas que, aliadas a uma adequada atitude do condutor, dão lugar a um novo estilo de
condução que permite aumentar a redução de consumo de combustível e a respectiva
diminuição da emissão de gases poluentes, para além da melhoria dos níveis de segurança da
circulação rodoviária.
O Motor
Principais poluentes:
NOx (Óxidos de Azoto): causam ardência nos olhos, nariz e mucosas. Também
provocam bronquites, enfisemas, insuficiência respiratória e até mutações genéticas.
Transformáveis por catálise em N2 (nitrogénio), que representa 75% do ar que
respiramos da atmosfera;
HC (Hidrocarbonetos): causam irritação nas vias respiratórias, anemias, leucemias e
cancro do pulmão. Transformáveis por catálise, os HC transformam-se em vapor de
água e gases inofensivos;
CO (Monóxido de Carbono): causa asfixia sistémica, pneumonias e danos cerebrais.
Depois da catálise, transforma-se em gás carbónico (CO2 - gás exalado ao
respirarmos).
PM (particulate matter, isto é partículas sólidas) – produzidas essencialmente nos
motores Diesel, que não são mais do que fuligem contaminada com variadíssimas
substâncias químicas, provocam asma, cancro do pulmão, problemas cardiovasculares e
morte prematura. Apesar de tão perigosas são facilmente aprisionáveis nos filtros de
partículas;
Compostos de chumbo - em vias de desaparecimento devido ao uso da gasolina sem
chumbo (pelo menos nos países desenvolvidos);
Óxidos de enxofre – em vias de desaparecimento devido à forte redução do teor de
enxofre no gasóleo (pelo menos nos países desenvolvidos).
Por outro lado, os óxidos de azoto, óxido nítrico (NO), o óxido nitroso (N2O) e dióxido de
nitrogénio (NO2), contribuem, ao nível do ambiente, para a eutrofização (uma concentração
excessiva de nutrientes nos lagos e rios, que favorece o desenvolvimento de vida vegetal e
empobrece o meio aquático em termos de oxigénio), diminuição da concentração de ozono na
estratosfera, contribuindo para a destruição da camada do ozono, o efeito de estufa e as
chuvas ácidas. Quando expostos à luz solar em tempo quente, os hidrocarbonetos e óxidos de
azoto são capazes de se combinar, ainda, para dar origem ao chamado ozono troposférico,
responsável por danos na vegetação e por doenças do foro respiratório nos seres humanos,
especialmente nas crianças.
Todos os condutores têm presente que o consumo de um veículo depende, para além da
correcta utilização em face dos factores inerentes ao contexto rodoviário, da respectiva
potência do motor. Quando o motor atinge uma temperatura ideal, a potência deste irá
depender de dois factores:
Estes serão factores impostos pelo condutor, o qual, ao ajustar a posição do pedal do
acelerador e seleccionar a velocidade e a mudança na respectiva caixa de velocidades irá
definir o “consumo real”, em litros de combustível, por cada 100 km percorridos, possibilitando
que, ao circular a uma determinada velocidade, existam duas ou três possíveis combinações
de caixa de velocidades e posição do pedal do acelerador.
Em termos de aproveitamento de energia final podemos considerar que esta rondará apenas o
valor aproximado de 15% do total da energia produzida pelo motor, considerando que o
veículo circula a uma velocidade constante.
Em termos de utilidade para uma determinada função um motor é caracterizado por duas
grandezas: binário e potência. Estas duas grandezas estão relacionadas entre elas pela
velocidade de rotação do motor.
Devido ao aumento de pressão decorrente da combustão, gera-se uma força que dá origem ao
deslocamento do êmbolo. Essa força é transmitida através da biela até à cambota do motor,
A potência pode traduzir-se pela capacidade de aceleração, capacidade de vencer declives com
maior velocidade ou transporte de cargas mais pesadas, sendo uma forma de medir as
performances máximas de um veículo.
Para caracterizar completamente o motor é ainda necessário introduzir a variável rotação, uma
vez que o binário varia ao longo da gama de rotações do motor e a potência resulta do binário
e da rotação.
A carga do motor a cada instante é determinada pela relação entre o binário gerado e o binário
máximo disponível na rotação em que está a operar.
Tal como o binário e a potência, o consumo de combustível não é igual ao longo de toda a
gama de rotações do motor. O consumo específico traduz a eficiência da operação do motor,
pelo que quanto mais eficiente for o funcionamento do motor, menor será o consumo
específico, ou seja será menor a quantidade de combustível necessária para obter a mesma
energia mecânica pretendida.
Assim, alguns veículos encontram-se já equipados com conta-rotações com esquemas de
cores, indicando qual a faixa ideal de rotação do motor.
Este facto traduz-se numa maior eficiência do motor, significando que para a mesma potência
se verifica um menor consumo de combustível.
A Transmissão
Esquema completo do conjunto motor-propulsor de um veículo pesado: motor, caixa de velocidades, veio de transmissão e diferencial
[Volvo]
Existem vários tipos de transmissões, das quais duas são comuns em veículos pesados:
Manual;
Automática.
Ambos os tipos de transmissão usam uma caixa de velocidade que, consoante a mudança
seleccionada, vai ter uma determinada relação de transmissão entre o veio de entrada da
caixa de velocidades (que está ligado ao motor) e o veio de saída (que está ligado ao
diferencial e, após este, às rodas). O modo como essa mudança é seleccionada determina a
diferença entre os dois tipos de transmissão.
Transmissão manual:
Através da transmissão manual o condutor tem o controlo total sobre a gestão da caixa, isto é,
tem liberdade de seleccionar a mudança usada a cada instante.
Transmissão automática:
veículo, o binário transferido seja muito reduzido e seja possível parar o veículo com a
aplicação dos travões.
Conversor de binário:
Em termos práticos podemos resumir que a passagem da energia produzida no motor para as
rodas, é efectuada através da caixa de velocidades e do diferencial.
A embraiagem:
Estes dois elementos são compostos por engrenagens, que têm lubrificante, consumindo uma
pequena parte da energia que transmitem, não obstante, da sua correcta utilização, resultar
uma redução e optimização do combustível.
Diferencial:
Diferencial em corte
Órgãos de Segurança
Os sistemas de travagem;
A direcção
Os pneus e a suspensão,
O sistema de iluminação;
A carroçaria.
Travões
Tal como foi referido anteriormente, o princípio do sistema de travagem consiste em dissipar a
energia cinética do veículo, transformando-a em calor, traduzindo-se numa redução de
velocidade ou paragem do veículo. Neste processo são, geralmente, utilizadas duas
configurações distintas: travões de disco ou tambores.
Travões de disco
Os travões de disco, cuja designação é algo redutora, já que o disco é apenas um dos vários
componentes deste sistema de travagem, são essencialmente constituídos por três elementos:
maxilas, elementos de fricção (pastilhas de travão) e discos.
Travões de tambor
Os travões de tambor actuam sobre o mesmo princípio dos discos de travão, contudo a sua
construção faz com que sejam mais simples, baratos e robustos, embora de uma forma geral
tenham menos capacidade de dissipação de calor e portanto menor resistência à fadiga.
Os sistemas de travagem hidráulico utilizam óleo como fluido transmissor da pressão exercida
no pedal de travão, fazendo-a chegar aos êmbolos que actuam sobre as pastilhas ou calços.
Direcção
Suspensão
Pneus
Para além de permitirem a absorção dos choques resultantes das irregularidades do piso,
através da sua deformação, os pneus dão ao veiculo a aderência necessária para a sua
tracção, permitindo que o veículo acelere, reduzindo a tendência para a derrapagem nas
curvas e permitindo paragens rápidas quando os travões são actuados. Sendo os pneus os
elementos que asseguram a ligação do veículo ao pavimento, do seu bom estado depende em
larga medida a segurança dos veículo. Um pneu com uma pressão insuficiente provocará um
aumento considerável no consumo de combustível.
Iluminação
Carroçaria
Estas componentes são tanto mais importantes quando contribuem para o aumento da
segurança dos veículos modernos, como é o caso dos sistemas de anti-bloqueio das rodas ou
de controlo de tracção.
A componente electrónica é cada vez mais importante nos veículos modernos. Actualmente os
veículos, quer sejam ligeiros ou pesados, possuem vários sensores destinados a múltiplas
Esquema onde se incluem algumas ECU’s: ABS, ASR e EDC, ligadas através da linha CAN [MAN]
Para além de gerir informação relacionada com a dinâmica do veículo, a linha CAN é também
responsável pela gestão de elementos de conforto (ar condicionado), sistemas de
comunicação, navegação, áudio e toda a vertente de diagnóstico dos componentes do veículo.
Alguns dos principais elementos de segurança dos veículos modernos só são possíveis devido à
electrónica que os controla, tais como:
ABS
Controlo de tracção
Controlo de estabilidade
Catalizadores;
SCR - Redução Catalítica Selectiva;
EGR – Recirculação dos Gases de Escape
Filtros de Partículas
OBD – Diagnóstico a Bordo ou Embarcado
Catalizadores
Um catalisador é algo que acelera uma reacção química sem se gastar nela. Os catalisadores
para veículos convertem os gases mais nocivos noutros elementos que são melhor assimilados
pelo meio ambiente, como o dióxido de carbono, o hidrogénio e a água. O catalisador situa-se
na panela de escape. Como necessita de temperaturas entre 400 e 700º para funcionar, deve
ficar o mais perto possível do motor. É fabricado em cerâmica, com canais em forma de favo
de abelha, distribuídos com uma densidade de 60 a 80 células por cm2. Contém metais
nobres, como platina, paládio e ródio, que têm missões diferenciadas durante a catálise.
Com o sistema SCR, a injecção é optimizada sem ter em conta a variação de gases
contaminantes. A emissão de partículas sólidas é reduzida.
Depósito
Unidade doseadora de AdBlue
(*) - AdBlue – solução aquosa de ureia (32,5%) em água desmineralizada. Transparente, não
tóxica e de manuseamento seguro, deve ter-se em conta que é corrosiva para alguns metais
pelo que deve ser transportada e armazenada em vasilhame adequado.
Apesar do consumo de ADBLUE ser relativamente baixo (4 litros por cada 100 litros de
gasóleo), não há dúvida que é um gasto a acrescentar à exploração do veículo, tendo em
conta que a utilização da tecnologia SCR e por inerência o ADBLUE, pressupõe uma redução do
consumo do veículo na ordem dos 4 a 6%.
Este método arrefece os gases antes de os introduzir de novo no colector de admissão, já que
a produção de NOx se dá a altas temperaturas (> 1300º C). O fluxo de gases que regressa é
desviado pela válvula EGR que funciona através de vácuo, ar comprimido ou electricamente,
comandada através do processador que gere o motor, recebendo informação dos diversos
sensores. Deixa passar um fluxo de gases de escape mais ou menos maior, conforme a
prestação do motor. Este método para reduzir os NOx produz uma maior quantidade de
partículas sólidas pelo que é sempre combinado com um filtro de partículas. Vantagens: não
há necessidade de aditivos nem custos relacionados. Inconvenientes: ponto de equilíbrio entre
ar, combustível e gases de difícil afinação; nível de partículas sólidas, elevado; consumo de
combustível mais elevado; manutenção mais apertada; o motor é influenciado.
O EGR não utiliza ADBLUE. É o sistema mais utilizado nos motores pequenos: em automóveis
ligeiros. Reutiliza uma e outra vez os gases de escape, forçando-os a completar a sua
combustão, até reduzir ao mínimo as suas componentes que poluem. Utiliza-se um catalisador
e um filtro de partículas, incrementando a redução do consumo de combustível entre 1 a
1,5%.
Desvantagens:
Filtros de Partículas
TAMPÃO
TAMPÃO
GASES DE ESCAPE
PROVENIENTES DO
MOTOR
FULIGEM
DEPOSITADA
PAREDES
FILTRANTES
Em adição aos requerimentos Euro 4 e Euro 5, os veículos têm também de cumprir a Directiva
2005/78/EC sobre diagnóstico a bordo (OBD - durabilidade do sistema e cumprimento em
uso). Os testes efectuados ciclicamente pelo OBD verificam também o VIN do veículo e as
respectivas versões de software para garantir que não há lugar a viciação do sistema. Se os
limites forem ultrapassados, além da limitação do binário, as medições ficam registadas e
podem ser consultadas via conector OBD pelas autoridades que podem aplicar coimas severas.
Conector OBD
Todas estas fases incluem testes funcionais bem como cumprem os requisitos de durabilidade
e cumprimento em uso.
OBD I +
OBD II
Durabilidade
A regulamentação do OBD obriga a que os sistemas funcionem integralmente durante 200 000
km ou 6 anos para veículos de peso bruto inferior a 16 t e 500 000 km ou 7 anos para
veículos de peso bruto superior a 16 t;
Esquematicamente:
Inspecção visual - recorrendo uma simples inspecção, evitam-se, por vezes, grandes despesas.
O primeiro passo é ligar o motor, porque enquanto se faz a inspecção, o motor vai aquecendo
sem mudanças bruscas de regime e os diversos sistemas ficam preparados para um arranque
suave e sem esforço.
Um simples passeio à volta do camião com os olhos e ouvidos atentos, permite-nos perceber
se há fugas de ar (o som do ar a escapar associado à demora no enchimento dos tanques),
manchas no chão que revelem fugas de água, combustível ou lubrificante, manchas em
determinados componentes (por exemplo, cubos de roda), a pressão dos pneumáticos, falhas
nas luzes, ou até sinais de vandalismo.
Devem verificar-se sempre os engates de reboque ou quintas rodas, bem como as ligações
eléctricas (chicotes de luzes e ABS).
Nos veículos mais modernos a tradicional operação de verificação do nível de óleo está
facilitada pelos meios electrónicos mas é aconselhável comparar a indicação da vareta
electrónica com a mecânica (quando esta existe) pelo menos uma vez, para certificação da
existência de coerência entre os dois indicadores.
Pneumáticos – para um motorista experiente é fácil perceber se um pneumático não está com a
pressão correcta apenas pela visualização, mas com o veículo sem carga (e até mesmo
carregado), podem não ser perceptíveis as diferenças de pressão num rodado duplo mesmo
para um olho experiente. O maço ou martelo e umas pancadas resolvem a dúvida com
facilidade, sendo, ainda assim, preferível a medição da pressão. Existem aparelhos simples
disponíveis para o efeito.
Retrovisores – apesar de serem já comuns a quase todos os veículos pesados (e até aos
ligeiros), há muitos veículos que não possuem desembaciamento nos retrovisores. Também é
uma função que pode avariar e um simples trapo amarrado à haste, quando batido pela
deslocação de ar produzida pelo veículo em andamento proporciona um nível de limpeza
razoável.
Limpa-vidros – também, em caso de avaria, pode ser necessário conduzir o veículo, mais não
seja até à oficina mais próxima. Apesar de contraproducente, não havendo alternativa, há um
truque antigo que pode reduzir o problema: esfregar uma batata cortada no pára-brisas faz
com que a água da chuva escorra sem formar gotas permitindo assim uma visão melhorada.
Também uma escolha incorrecta do tipo de óleo a utilizar na lubrificação do motor, poderá
aumentar o consumo de combustível em cerca de 3%.
Quanto ao estado funcional dos filtros do óleo, ar e gasóleo, implica repercussões no consumo
de combustível:
Filtro de óleo: o seu mau estado, além de aumentar o risco de graves avarias no motor,
pode aumentar o consumo até 0.5%.
Filtro de ar: o seu mau estado, normalmente por excesso de sujidade, provoca maiores
perdas na admissão, podendo aumentar o consumo cerca de 1,5%.
Velocidade
normalmente quilómetros por hora (km/h). Para converter km/h em m/s basta dividir por 3,6;
de modo inverso para converter m/s em Km/h, basta multiplicar por 3,6. O rácio 3,6 obtém-se
dividindo 3600 s (1 h) por 1000 m (1 km).
A velocidade média - é a razão entre a distância percorrida e o intervalo de tempo levado para
percorrer essa distância.
Atrito – o atrito não é mais do que a resistência ao movimento provocada pelas rugosidades
dos corpos que se tocam. Num veículo parado, desengatado e destravado, a força a aplicar
para vencer o atrito (e a inércia) é mínima porque as áreas de contacto se resumem aos
rolamentos de esferas ou roletos. Se travarmos o veículo verificamos que a força a aplicar terá
de ser extraordinariamente maior já que teria de ser arrastado.
A força de atrito é obtida tendo em conta a massa do veículo (peso), a área das superfícies em
contacto (pneus/solo) e ainda a rugosidade dessas superfícies (coeficiente de atrito).
Como é facilmente perceptível, o atrito apesar de ser prejudicial em certas aplicações, pode
também ser usado a nosso favor (travões, por exemplo).
Força centrífuga – Quando giramos um balde com água, ainda que na vertical, a água não cai
porque a força centrífuga “empurra-a” para fora. Se o balde furasse, a água seguiria uma
trajectória rectilínea perpendicular ao raio (braço + asa do balde).
Quanto maior for o rácio da distribuição do peso da parte traseira para a dianteira do
automóvel maior é o risco do veículo entrar em subviragem crítica.
Sobreviragem – é um fenómeno que pode ocorrer quando um automóvel descreve uma curva.
Diz-se que um veículo sobrevira quando a traseira do veículo se move para a parte de fora da
curva, as rodas traseiras do veículo excedem os limites da sua tracção lateral durante a curva
antes das rodas dianteiras o fazerem, ou seja, o ângulo de escorregamento das rodas de trás
excede o ângulo das rodas da frente.
A tracção mecânica;
A aerodinâmica;
O sistema de suspensão;
O controlo do condutor.
Automóveis com tracção traseira estão mais sujeitos a sobrevirar, em particular, quando
aceleram numa curva apertada; este facto ocorre porque os pneus traseiros ficam sujeitos ao
torque do motor e tendem a seguir em frente e não ao longo da curva como os pneus da
frente, movendo a traseira do carro para a parte de fora da curva (ligeiramente) e o veículo
sobrevirá; ou acentuadamente e o veículo sobrevira radicalmente.
Ângulo de escorregamento numa roda, num determinado momento, é o ângulo entre a direcção
em que a roda aponta e a direcção real em que a roda se desloca.
Este ângulo é consequência de um efeito real pouco perceptível e não depende da inclinação
do plano em que o veículo se desloca nem tem qualquer relação com escorregamentos ou
derrapagens intencionais ou acidentais das rodas (que também fazem, de facto, com que as
rodas viagem segundo uma trajectória com direcção diferente da direcção em que elas
apontam).
A potência fornecida à roda, em cada instante, é a força necessária para vencer a respectiva
resistência ao avanço.
A força total de resistência ao avanço do veículo é composta pela soma de quatro resistências:
A de rodadura;
A de inclinação;
A de aceleração;
A aerodinâmica.
A resistência por aceleração dependo do peso do veículo e da aceleração a que este está
sujeito. Para se ultrapassar será necessário vencer uma força proporcional à massa do veículo
pela velocidade a que está sujeito.
Quanto maior for a massa ou a aceleração que se pretende, maior terá que ser a força de
tracção na roda. Quando o veículo não está acelerado, esta força é negativa e converte-se em
impulsora em detrimento da resistência.
Resistência Aerodinâmica
A resistência aerodinâmica é aquela que é criada pela resistência do ar quando o veículo passa
através dele. Como já referimos, são três os factores que afectam a resistência do veículo à
deslocação de ar:
Tamanho e a forma do Veículo - quanto maior for o tamanho do veículo, maior será a
superfície de embate do ar e, por conseguinte, maior será a força necessária para
avançar. Em termos de forma do veículo, na concepção e construção deste, tem
especial importância o coeficiente aerodinâmico o qual possibilitará uma redução do
esforço do motor e proporcionará a necessária estabilidade.
Conhecendo estas duas medidas poderemos calcular a energia necessária para vencer a
resistência do ar, a qualquer velocidade, no sentido do avanço do veículo. O coeficiente
aerodinâmico está também relacionado com a carroçaria do veículo. Por exemplo, as formas
suaves dos pára-choques, dos retrovisores e dos faróis podem melhorar a aerodinâmica.
Também devemos considerar um efeito importante que é produzido quando o veículo avança,
ou seja, o efeito de turbulência gerado na retaguarda do veículo. Quando o veículo avança cria
à retaguarda um vazio que tende a ser preenchido por ar, o qual poderá provocar turbulência
e aumento da resistência.
Existem alguns componentes que ajudam a alterar e optimizar a aerodinâmica do veículo,
proporcionando formas mais suaves e diminuindo as arestas, caso dos deflectores, os quais
podem reduzir o consumo entre 6 a 10%, para uma velocidade de referência de 90 km/h.
Sempre que utilizados, devem ser colocados para que a parte superior destes fique acima da
parte superior da carga.
O inicio de marcha deve ser efectuado com uma relação na caixa de velocidades de acordo
com as características da via e em função da carga do veiculo, recorrendo o menos possível ao
uso da embraiagem.
Deve-se iniciar a marcha do veículo utilizando uma relação na caixa de velocidades de acordo
com cada situação sem utilizar a caixa de velocidades desnecessariamente.
6 m
100
Para vencer um troço cujo declive desce – tomemos como exemplo o IP4, o condutor tem de
lançar mão aos recursos que o veículo possui e tem de ser tanto mais “habilidoso” quanto
menos recursos o veículo possui.
Numa descida, o tempo necessário para engrenar a mudança não faz perder
velocidade; na prática, quanto mais tempo mantivermos o pedal da
embraiagem no “fundo”, maior será a velocidade do veículo. Este aumento
de velocidade está directamente relacionado com o peso do veículo e
respectiva carga, ou seja, quanto mais peso maior a velocidade.
No caso de necessitarmos de reduzir a velocidade, o condutor deve engrenar a mudança de
“força” eficazmente e o mais rapidamente possível, minimizando o tempo em que o veículo se
encontra desembraiado; em caso algum devemos “saltar mudanças”.
Em termos práticos e a título de exemplo, descer o IP4 com carga máxima e com o auxílio de
um retardador hidráulico, é tarefa fácil; efectuar o mesmo percurso sem esse (ou outro)
auxiliar precioso, é arriscadíssimo. Ou se “amarra” o motor logo no início do declive ou então
as probabilidades de sucesso e de segurança encontram-se extraordinariamente
comprometidas. Muitos recordam o que se passava há duas décadas nas descidas do IP4 e
IP5; muitas dezenas de camiões sucumbiram à fadiga do sistema de travagem, o qual
terminava em despiste, ou à subida inexorável da temperatura dos travões que terminava
quase invariavelmente em incêndio.
Para fazer face a este problema os construtores desenvolveram dispositivos que, sem recorrer
à fricção, produzem uma desaceleração que, dependendo do sistema, pode ter uma excelente
eficácia no controlo da velocidade de descida do veículo.
Nesta categoria de dispositivos podemos incluir vários tipos, sempre baseados em sistemas de
não fricção:
Travão de escape;
Travão ao motor;
Retardador eléctrico;
Retardador hidráulico.
Travão ao motor – ou travão “às cabeças”, (Jake Brake) funciona aproveitando a contra-força
produzida pela compressão e libertando-a quando atinge o seu máximo para impedir que
funcione depois em sentido contrário (efeito mola). Produz um ruído característico e apesar do
seu princípio já ser conhecido há muito, os modernos meios de controlo apoiados na
electrónica e informática revitalizaram e disseminaram a sua utilização. Tem uma eficácia
bastante boa mas é barulhento e depende da rotação do motor que tem de ser elevada.
Parafuso de ajuste do
balancim
Entrada de óleo
Êmbolo secundário
Válvula de controlo
Esfera da válvula
Díodo Cruzeta de
escape Balancim
(escape)
Vareta (injecção)
Bateria
Válvulas de escape
O seu funcionamento consiste na interacção entre duas meias conchas com alhetas, em banho
de óleo, onde o movimento da caixa de velocidades é transmitido a uma delas enquanto a
outra permanece estática.
O movimento produzido no óleo pela turbina móvel é abrandado pela turbina fixa produzindo o
efeito de travagem.
1e2 Carcaça 1
8 9 3 2 5 4 7
3 Estator
4 Rotor
5 Encaixe estriado
6 Cárter
7 Bujão de enchimento
8 Saída para
permutador de calor
9 Ventilação
Tem algumas desvantagens: usa os sistemas de refrigeração do motor ou caixa, tem uma
eficácia limitada a baixa velocidade e custos de aquisição e manutenção bastante elevados. A
sua montagem a posteriori, é complicada.
Deixar circular o veículo pela sua própria inércia, sem carregar no acelerador;
Sempre que existe dificuldade no controlo da velocidade e o veículo tende a ficar muito
acelerado, realizar pequenas correcções com o travão de pé;
Sempre que o perfil da via não for inclinado, geralmente plano, as mudanças na caixa de
velocidades devem fazer-se sempre que o conta-rotações se encontre no início da zona verde.
Sempre que não se possa manter a velocidade e o regime de rotações diminui muito,
reduz-se de mudança até se atingir um regime de rotações adequado;
Em caso de velocidade demasiado reduzida, poder-se-ia utilizar o motor na zona de
potência máxima; no entanto, este procedimento aumentaria em muito o consumo de
combustível.
Sempre que se finaliza uma subida na qual fomos obrigados a engrenar mudanças e se inicia
uma descida, adoptam-se os procedimentos adequados para a circulação com velocidade mais
adequada nas vias com inclinação.
As Curvas
A velocidade;
A carga.
Em termos de traçado da via, o condutor terá que ponderar antecipadamente acerca das
características do veículo e respectivas forças intervenientes na deslocação do veículo em
curva. A velocidade adoptada será preponderante na execução da manobra.
A abordagem a uma curva deverá ser efectuada de forma progressiva, seguindo os mesmos
procedimentos relativos a qualquer desaceleração:
Carga do Veículo
A sinalização existente;
A largura da via;
O estado do piso;
O desenvolvimento da curva (visibilidade, obstáculos, etc.)
Traçado da Curva
Comportamento do Veículo
Ao descrever uma curva, o condutor deverá ter em conta as características do veículo, para
que se possa obter o máximo de rendimento e de segurança. Não basta pressionar o travão,
para o veículo se imobilizar instantaneamente; é também necessário transformar a energia
cinética em calor e isso requer tempo. Como verificamos anteriormente, segundo a sua
Conceito de balanço
O balanço será tanto maior quanto maior for a força lateral e a distância entre o centro de
gravidade e o eixo do balanço.
Assim, um veículo mais alto irá inclinar-se mais que um menos alto, porque o seu centro de
gravidade estará mais longe do respectivo eixo de balanço. Quanto à força lateral, esta
dependerá do raio da curva e da velocidade do veículo.
A Circulação Urbana
A escolha atempada da via permitirá a realização da manobra com segurança, uma diminuição
do risco e subsequente redução da utilização do sistema de travagem e uma redução no
consumo de combustível.
A reintegração:
Uma correcta integração numa fila de trânsito permitirá uma elevada redução no consumo.
Pistas Especiais
Imobilização do Veículo
A circulação dentro das localidades proporciona uma regular imobilização dos veículos.
Também sabemos que quando um veículo se encontra imobilizado, com o motor a trabalhar
(ao ralenti), o consumo do veículo poderá variar entre 1 a 1,5 litros/hora.
Podendo parecer um consumo não muito elevado, se considerar-mos um número total e
continuo de imobilizações, iremos obter um valor de consumo considerável.
Como pudemos verificar, uma condução em contexto urbano condiciona de uma forma elevada
o consumo de combustível dos veículos e promove um desgaste acrescido do material, em
especial dos sistemas de travagem, para além do aumento das emissões de gases para a
atmosfera. O comportamento do condutor será preponderante na optimização do combustível
e da fluidez do tráfego em geral.
Condução Em Auto-Estrada
Sendo uma via destinada a tráfego rápido sem cruzamentos de nível e separação de correntes
de tráfego, existe a sensação ilusória de segurança que, na maioria dos casos, leva a uma
diminuição da atenção por parte dos condutores, aumentando consideravelmente o risco de
acidente.
É também proibido:
Entrada na Auto-estrada:
Quanto à utilização das faixas de rodagem das auto-estradas ou vias equiparadas, o condutor
é obrigado a respeitar determinadas regras:
Prioridade:
de obstáculos, ou seja, a velocidade dos veículos pode condicionar a percepção para um nível
apenas imediato, quando nestas situações de transito rápido, o condutor deve poder identificar
níveis suplementares de trânsito, podendo desta forma agir em função da situação de primeiro
nível, não descurando o contexto global e contínuo de acção suplementar (níveis
suplementares). A percepção poderá limitar ou potenciar a capacidade do condutor em termos
de previsão e antecipação, interferindo, enquanto procedimento, em termos de gestão de
velocidade (utilização de mudanças adequadas), consumo de combustível e eventual
segurança da carga.
Saída da auto-estrada:
Conceito a considerar:
Tara - é o peso do veículo em ordem de marcha, sem passageiros nem carga, com o líquido de
arrefecimento, lubrificantes, 90% do total de capacidade do depósito de combustível, 100% de
outros fluidos integrantes dos sistemas do veículo, excepto águas residuais, ferramentas e
roda de reserva (quando obrigatória) e o condutor (75kg), devendo ainda ser considerado, no
caso do guia (75kg), se estiver previsto, um lugar específico para o mesmo.
Peso Bruto – a soma do conjunto da tara e da carga que o veículo pode transportar.
19 t
26 t
32 t
38 t
40 t
Cinco ou mais eixos transportando dois contentores ISO de 20 ft, ou um contentor ISO de 40 ft: 44 t.
29 t
37 t
40 t
Um eixo: 10 toneladas;
10 t
18 t
24t
Com excepção dos reboques agrícolas, o peso bruto do reboque não pode ser superior a uma
vez e meia o peso bruto do veículo tractor.
Conjunto de Eixos – quando nos referimos a um conjunto de eixos, os eixos formam parte de
um “bogie”; quando nos referimos a dois eixos, este grupo denomina-se de tandem (tandem
triaxial no caso de três eixos). Convencionalmente, considera-se que um só eixo é um grupo
de um eixo.
Peso Bruto por eixo - é o peso resultante da distribuição do peso bruto por um eixo ou grupo
de eixos.
Peso Bruto Rebocável - é a capacidade máxima de carga rebocável dos veículos a motor e
tractores agrícolas.
Suspensão Pneumática – considera-se suspensão pneumática se pelo menos 75% do efeito
mola se deva a um dispositivo pneumático.
Carga útil
C A B
Carga útil
A B
Conhecendo o peso máximo fixado para um tipo concreto de veículo (ou conjunto), o cálculo
da carga útil é feito subtraindo ao referido peso máximo (peso bruto) a tara, isto é, o peso do
veículo (ou conjunto) em vazio.
Entende-se por carga útil de um veículo, a diferença entre o peso do veículo em ordem de
marcha e prestação do serviço e a carga máxima autorizada para a sua circulação na via pública.
Área (ou superfície) – pode-se definir como quantidade de espaço bidimensional contido num
polígono. A unidade de representação mais comum, é o m2, seus múltiplos ou submúltiplos.
Área do quadrado – A = l x l
Área do rectângulo – A = l x l
Área do triângulo – A = b x h
2
Área do círculo – A = ∏ x r2
Volume – quantidade de espaço contido num sólido (corpo). A unidade de representação mais
comum, é o m3, seus múltiplos ou submúltiplos.
Volume do cubo – V = l x l x h
Volume do paralelepípedo – V = l x l x h
Volume do prisma triangular – V = (b x h)/2 x h
Volume do cilindro – V = ∏ x r2 x h
Apesar da enorme diversidade de veículos de mercadorias, quer a área quer o volume são
calculados de forma simples, assumindo a forma do paralelepípedo. A não ser em casos
absolutamente excepcionais, as curvas ligeiras e reentrâncias são desprezíveis.
Um veículo pode utilizar a carga para a qual se encontra legalmente autorizado nunca podendo
exceder o peso permitido, embora se possa estimar o espaço necessário para o seu transporte
(Volume útil).
Para calcular o volume útil, ou seja, o espaço de que se dispõe para o acondicionamento e
transporte da carga, deve-se multiplicar as dimensões da caixa (comprimento, altura e
largura).
A medição deverá ser efectuada pela zona interior do veículo, excluindo a espessura das
estruturas envolventes.
A título de exemplo, se tivermos uma caixa fechada com as medidas internas de 10 metros de
comprimento, 2 metros de altura e 2 metros de largura, o volume útil será: 10x2x2=40 m3
Temos, então, um volume útil de 40 m3
A carga deve ser repartida pela caixa de forma uniforme, para garantir estabilidade,
considerando o peso máximo permitido por eixo. Se a carga estiver distribuída de forma a que
o peso seja equivalente por cada eixo, para além da estabilidade, existe uma força equilibrada
sobre os pneumáticos e uma subsequente diminuição no consumo de combustível,
REPARTIÇÃO DA CARGA
Como já foi referido, tanto ou mais importante do que o excesso de carga total, é o excesso
por eixo, que, apesar de muitas vezes passar despercebido, pode comprometer
irremediavelmente um sistema de travagem ou transformar-se na origem de um acidente.
Podemos ter noção dos pesos máximos admitidos por eixo através das imagens que se
seguem:
Frente: 7,5 t;
Não motor: 10 t;
Motor: 12 t.
12 t 10 t
No eixo duplo motor e não motor, os pesos brutos máximos relacionam-se com a
correspondente distância entre eixos (d) da seguinte forma:
Se d for inferior a 1 m: 12 t;
Se d for de 1 m a 1,29 m: 17 t;
Se d for de 1,3 m a 1,79 m: 19 t;
Se d for igual ou superior a 1,8 m: 20 t.
<1m=12 t
De1m a 1,29=17t
De 1,3m a 1,79m=19t
>=1,8m=20t
No eixo triplo motor e não motor, os pesos brutos máximos relacionam-se com a
correspondente distância entre os dois eixos extremos (D) da seguinte forma:
<2,6m=21t
>=2,6m=24t
O peso bruto rebocável dos automóveis, quando em circulação, deve ser o menor dos
seguintes valores:
O do peso bruto rebocável máximo tecnicamente admissível, estabelecido com base na
construção e no desempenho do veículo e ou na resistência do dispositivo mecânico de
engate;
Metade da tara do automóvel, não podendo exceder 750 kg nos veículos destinados a
atrelar reboques sem travão de serviço;
O valor do peso bruto do automóvel, nos veículos com peso bruto inferior ou igual a
3500 kg destinados a atrelar reboques equipados com travões de serviço;
Uma vez e meia o peso bruto do automóvel, não podendo exceder 3500 kg, nos
veículos «fora de estrada»;
3500 kg nos veículos com peso bruto superior a 3500 kg destinados a atrelar reboques
equipados com travões de serviço de inércia;
Uma vez e meia o peso bruto do automóvel, nos veículos com um peso bruto superior a
3500 kg destinados a atrelar reboques com sistema de travagem contínua.
O peso bruto rebocável dos tractores deve ser o menor dos seguintes valores:
Nos conjuntos formados por um veículo a motor e um reboque ou semi-reboque, o peso bruto
máximo do reboque ou do semi-reboque pode ser um dos seguintes valores:
O peso bruto no eixo ou eixos motores de um veículo ou conjunto de veículos não pode
ser inferior a 25%do peso bruto do veículo ou conjunto de veículos;
O peso bruto que incide sobre o eixo da frente não pode ser inferior a 20% ou 15% do
peso bruto total, conforme se trate, respectivamente, de veículos de um ou mais eixos
à retaguarda.
Uma má repartição da carga, para além de poder vir a criar instabilidade na circulação do
veículo, poderá promover o desgaste de sistemas de segurança. Por exemplo, demasiado peso
sobre o eixo da direcção pode fazer com que esta fique muito pesada podendo também
danificar o eixo e as rodas directrizes. Por outro lado, se os eixos da frente não têm peso
suficiente, poderão ficar tão leves que se torna perigoso rodar a direcção e manter o controlo
do veículo em termos de dirigibilidade.
Quanto em relação à falta de peso nos eixos de tracção, esta poderá provocar uma tracção
deficiente e, por conseguinte, fazer com que as rodas girem em falso.
Falta de direcção, uma vez que a sobrecarga traseira tem um efeito de “alavanca”
provocando um desgaste prematuro dos pneumáticos por deslizamento;
Em termos de pneumáticos, estes terão uma duração variável, a qual, para além do fabrico e
respectiva qualidade, estará de acordo com o do uso e condições de utilização.
Considerando que existe uma sobrecarga no eixo dianteiro, as consequências poderão ser:
Outras consequências derivadas têm incidência nos custos de exploração que estão
relacionados com o desgaste prematuro dos órgãos que sofrem a acção da sobrecarga.
O
2t K2 t 2t 2t
Peso bruto - 19 t
Tara - 11 t
Carga útil - 8 t
Carga máxima no eixo da frente - 7 t
Carga máxima no eixo de trás - 12 t
7 12
t t
2t
KO 2t
Peso bruto - 19 t
Tara - 11 t
Carga útil - 8 t
Carga máxima no eixo da frente - 7 t
Carga máxima no eixo de trás - 12 t
8,5 t 6,5 t
3t
KO3t 3t 3t
Peso bruto - 19 t
Tara - 11 t
Carga útil - 8 t
Carga máxima no eixo da frente -
7t
Carga máxima no eixo de trás -
12 t
8,5 t 14,5 t
Noção do centro de gravidade - A distribuição da carga, como já vimos, varia de veículo para
veículo – a distribuição da carga num semi-reboque é diferente da que é feita num rígido – e
afecta directamente um grande número de características que são responsáveis pela
manobrabilidade, pela tracção, pela aceleração e consequentemente, pela vida dos
componentes.
Na física, o centro de gravidade de um corpo é o ponto onde pode ser considerada a aplicação da
força de gravidade de todo o corpo. Se a linha imaginária vertical que passa pelo centro de
gravidade “cai” fora da base, então o corpo fica em equilíbrio instável e tomba (não estando
escorado, claro). Para melhor entendermos o conceito, podemos recorrer ao paradigma mais
mediático desta aplicação, a conhecida torre de Pisa:
Distribuição longitudinal – em primeiro lugar, devemos ter uma ideia (ainda que não totalmente
precisa) de onde se situa o centro de gravidade. Na maioria dos veículos de passageiros este
está localizado um pouco à frente do rodado traseiro, se considerarmos um rígido de dois ou
três eixos. Aliás, a legislação que regula esta matéria, diz-nos:
“Nos automóveis pesados, a linha vertical que passa pelo centro de gravidade resultante da
caixa, carga e passageiros deve estar situada à frente do eixo da retaguarda e a uma distância
deste não inferior a 5% da distância entre eixos.” - Decreto-Lei nº 203/2007, publicado em Diário da
República em Maio de 2007.
10 10
kg kg
1 9 8 7 6 5 4 3 2 1
100
kg
10
kg
1 9 8 7 6 5 4 3 2 1
2t 2t 2t 0,5 2t
2t
t
2t 2t
TÉCNICAS DE CONDUÇÃO DEFENSIVA
Noções de Eco-driving
Efectuar a partilha dos veículos sempre que possível, com colegas ou familiares nas
deslocações de e para o trabalho;
Planear antecipadamente os percursos e escolher percursos descongestionados;
A implementação de técnicas eficientes de condução (do tipo Eco - Driving), poderá conduzir a
significativas reduções do consumo de energia acima dos 10%. Pelo simples facto do condutor
se deslocar a 100 km/h em vez de 110 km/h, poderá obter significativas reduções no consumo
de combustível. Nesta situação, o condutor chegará ao seu destino um pouco mais tarde mas
chegará em maior segurança.
No tráfego urbano, cerca de 50% da energia é consumida, quer no ralenti, quer com
acelerações desnecessárias.
Uma condução defensiva, para além da capacidade de previsão e antecipação, prevê uma
gestão consciente da velocidade do veículo.
Noções básicas:
Distância de segurança
É a distância mínima que dois veículos devem manter entre si, para que, em caso de travagem
brusca, não colidam. Apesar de ser comummente referida como sendo igual à distância de
reacção mais a distância de travagem, parece-nos razoável ou até mesmo imperativo, que
deva ser superior:
Tempo de reacção – é o tempo que medeia entre o momento em que o condutor se apercebe do
perigo e o momento em que o condutor pisa o pedal do travão. Geralmente varia entre 0,2 e 2
s, pois depende das características do condutor, tais como a idade e a experiência e das
condições físicas e psicológicas. Considera-se, para um condutor normal, um tempo de reacção
médio de 0,7 s.
Distância de reacção – é a distância percorrida pelo veículo durante o tempo de reacção. Para
cálculo, considera-se distância de reacção = velocidade x 0,7 s.
Tempo de travagem – é o intervalo de tempo que decorre desde que se inicia a travagem até à
imobilização do veículo.
Distância de travagem - é a distância percorrida pelo veículo, desde o momento em que o
condutor pisa o pedal do travão, até ao momento em que o veículo se imobiliza.
Reacção Travagem
Podemos concluir que são necessárias três operações para levar a efeito uma travagem:
VELOCIDADE/DISTÂNCIA DE PARAGEM
Velocidade adequada:
O condutor deve regular a velocidade do veículo de forma a poder parar o veículo no espaço
livre e visível à sua frente e a executar, com segurança, as manobras que se afigurem como
necessárias, devendo também atender:
À intensidade do trânsito;
Às características do veículo e respectivo estado de conservação;
Às condições ambientais e meteorológicas;
Às características da via e respectivo estado de conservação;
À carga transportada.
Procedimentos e técnicas
Em termos práticos, uma condução eficiente passará pelas seguintes regras de utilização dos
componentes do veículo:
Para além das regras e conselhos anteriormente referidos, poderão existir situações específicas
de intervenção do condutor, situações que se prendem com a existência de situações de
tráfego exigente.
Nestes casos, o condutor deverá adoptar um procedimento específico que, por norma, passará
pela aceleração máxima do veículo, engrenando as mudanças muito próximo da potência
máxima.
Com o conhecimento e aplicabilidade das técnicas abordadas, consideramos que o condutor irá
contribuir para uma mudança na atitude perante a actividade de condução, os restantes
utentes da via e até na melhor utilização do veículo que conduz, promovendo um estilo de
condução menos agressivo, tendo por base a antecipação e a previsão, com uma inevitável e
preciosa redução da sinistralidade rodoviária.
Inspecção de um semi-reboque
ACONDICIONAMENTO DE CARGAS
É apresentada, em seguida, uma breve lista de regras básicas que são sempre válidas neste
domínio, independentemente da carga transportada, e que devem ser recordadas ou
observadas durante uma operação de transporte.
É necessário ter presente que se uma carga não for acondicionada de forma adequada,
constituirá um perigo para as pessoas envolvidas nas operações de transporte e para terceiros.
A carga mal acondicionada pode tombar do veículo, provocar congestionamento de tráfego e a
morte ou lesões a terceiros.
A carga mal acondicionada pode provocar a morte ou lesões aos ocupantes do veículo aquando
de uma travagem de emergência ou de uma colisão.
A mudança de direcção de um veículo pode ser afectada pela forma como a carga se encontra
distribuída e/ou acondicionada, dificultando o controlo do veículo.
Algumas das seguintes dez regras são essencialmente dirigidas ao condutor, na medida em
que este transporta fisicamente a carga até ao seu destino e, deste modo, se encontra
directamente exposto aos riscos que envolvem a operação de transporte:
O princípio físico básico subjacente às forças exercidas pela carga no seu ambiente consiste na
ideia de que um objecto em movimento, se não forem exercidas forças, continuará a deslocar-
se numa linha recta à mesma velocidade.
A velocidade de um objecto pode ser representada por uma seta: o comprimento da seta é
proporcional à velocidade do objecto; a direcção da seta indica a linha recta que o objecto
seguiria se não fossem exercidas quaisquer forças.
Alterar a velocidade do objecto, isto é, alterar o comprimento e/ou a direcção da seta que o
representa gerará forças.
Por outras palavras, a única situação em que uma carga não exerce qualquer força no seu
ambiente (excepto pelo seu peso, evidentemente) é aquela em que a condução é efectuada
numa linha recta a uma velocidade constante.
Quanto mais esta situação for alterada (por exemplo, travagem de emergência, forte
aceleração, viragem difícil num cruzamento, mudança rápida de faixa, etc.), mais fortes serão
as forças que a carga exerce no seu ambiente. No caso do transporte rodoviário, estas forças
são principalmente horizontais. Nestas situações, o atrito raramente é suficiente para evitar o
deslizamento de uma carga mal acondicionada. Seria incorrecto assumir que o peso da carga
será suficiente para a manter em posição. Durante uma travagem de emergência, por
exemplo, a força exercida pela carga em direcção à parte dianteira do veículo pode ser muito
elevada e praticamente igual ao peso da mesma.
Deste modo, durante uma travagem de emergência, uma carga com 1 tonelada “empurrará”
na direcção da parte da frente do veículo com uma força aproximada de 1000 daN (isto é, 1
tonelada em linguagem corrente; ver a secção seguinte para mais explicações sobre massa e
peso) No entanto, podem ser encontradas forças maiores se o veículo, por exemplo, for
A recomendação geral consiste em: acondicionar sempre a carga de forma adequada e conduzir
suavemente, isto é, qualquer desvio a uma situação de linha recta/velocidade constante deve ser
efectuado lentamente. Se esta recomendação for seguida, as forças exercidas pela carga manter-
se-ão baixas e não devem ocorrer problemas.
Centro de gravidade
Quanto mais elevado for o centro de gravidade de uma carga, mais esta tenderá a voltar-se
quando sujeita a forças horizontais. Se o centro de gravidade de uma carga se situar
verticalmente fora do centro relativo da projecção no solo (“footprint”) da carga, esta tenderá
a voltar-se sobre a direcção em que o centro de gravidade está mais próximo dos limites dessa
projecção. Para uma carga muito pesada, a posição do centro de gravidade pode ser
importante para um posicionamento e acondicionamento correctos dessa carga no veículo, de
modo a garantir a sua adequada distribuição.
Quanto mais elevado for o centro de gravidade do conjunto veículo/carga considerado como
um todo, maior será a probabilidade de o conjunto capotar.
Deslizamento
O atrito não pode ser a única força responsável por evitar o deslizamento da carga mal
acondicionada.
Quando o veículo está em circulação, os movimentos verticais provocados pelas pancadas e
vibrações da estrada reduzirão a força de retenção provocada pelo atrito. O atrito pode mesmo
ser reduzido a zero se a carga abandonar momentaneamente a plataforma do camião.
Os dispositivos de amarração superior ou outros sistemas de retenção, além do atrito,
contribuem para o acondicionamento adequado da carga. As forças de atrito dependem das
características mútuas das superfícies em contacto da carga e da plataforma do camião.
Inclinação e Queda
Mesmo que a carga esteja impedida de deslizar através de dispositivos de travamento, podem
ser necessários sistemas de retenção adicionais para evitar inclinações.
O risco de inclinação depende da altura do centro de gravidade e das dimensões da secção de
carga.
Rigidez da carga
A rigidez da carga tem uma grande influência nos sistemas que devem ser seleccionados para
o seu acondicionamento. Se for transportada numa plataforma plana, a carga deve ser tão
rígida quanto possível. Se a carga não for considerada suficientemente rígida (sacas ou sacos
grandes, por exemplo) para aplicar de forma adequada dispositivos de amarração, a rigidez
pode ser melhorada através da utilização de material de enchimento, cartões, divisórias de
carga e protectores de extremidades.
A quantidade de material necessária para o travamento/suporte da carga depende da rigidez
das mercadorias.
Distribuição da carga
Quando é colocada uma carga num veículo, as dimensões, eixos e pesos brutos máximos
autorizados não devem ser excedidos.
As cargas mínimas por eixo devem ser igualmente consideradas para garantir estabilidade,
viragem e travagem adequadas.
As dificuldades com a distribuição da carga no veículo ocorrem se este for parcialmente
carregado ou descarregado durante o percurso. O efeito no peso bruto, nas cargas por eixo
individuais, no acondicionamento e na estabilidade da carga não deve ser negligenciado.
Embora a remoção de parte da carga reduza o peso bruto do veículo, a alteração na
distribuição do peso pode sobrecarregar os eixos individuais (conhecido como o efeito de
diminuição da carga). O centro de gravidade da carga e do conjunto veículo/carga será
A UTC deve estar protegida contra queda. Se uma UTC autónoma num chassis for
carregada/ descarregada através de uma empilhadora de garfo, a UTC deve ser apoiada
(através da colocação de apoios nas extremidades, por exemplo);
No interior da UTC, a carga deve ser acondicionada de modo a que não possa deslizar
nem voltar-se;
Não carregar cargas pesadas sobre cargas leves. Sempre que possível, o centro de
gravidade do contentor carregado deve estar abaixo do ponto médio da sua altura;
O painel de protecção da cabina dos camiões e reboques com um peso bruto superior a 3,5
toneladas deve, no mínimo, ser concebido em conformidade com a norma EN12642 ou
equivalente se for utilizado para acondicionamento da carga. Este requisito de segurança
obriga a que o painel de protecção da cabina seja capaz de suportar uma força equivalente a
40% do peso máximo da carga, mas não superior a 5.000 daN, direccionada para a frente e
uniformemente distribuída ao longo do painel, sem deformação residual excessiva.
Painéis laterais
Os painéis laterais dos camiões e reboques com um peso bruto superior a 3,5 toneladas
devem, no mínimo, ser concebidos em conformidade com a norma EN12642 ou equivalente se
forem utilizados para acondicionamento da carga. Este requisito de segurança obriga a que o
painel lateral seja capaz de suportar uma força equivalente a 30% do peso máximo da carga,
direccionada lateralmente e distribuída uniformemente ao longo do painel, sem deformação
residual excessiva. Se a carga for imobilizada contra o painel lateral, a capacidade deste deve
ser tida em consideração ao calcular o número de dispositivos de amarração.
Este requisito é igualmente aplicável aos modelos com cobertura rígida/não rígida com painéis
laterais.
O painel traseiro deve, no mínimo, ser concebido em conformidade com a norma EN12642 ou
equivalente se for utilizado para acondicionamento da carga. Este requisito de segurança
obriga a que o painel traseiro seja capaz de suportar uma força equivalente a 25% do peso
máximo da carga, mas não superior a 3,100 daN, direccionada para trás e uniformemente
distribuída ao longo do painel, sem deformação residual excessiva.
Os taipais laterais das carroçarias tipo caixa devem, de preferência, ser concebidos em
conformidade com a norma EN12642. Este requisito de segurança obriga a que o taipal lateral
seja capaz de suportar uma força uniformemente distribuída equivalente a 30% do peso
máximo da carga sem deformação residual excessiva. Se a carga for imobilizada contra o
taipal lateral, a capacidade deste deve ser tida em consideração ao calcular o número de
dispositivos de amarração.
Reboque com abertura lateral (reboques com cobertura rígida/não rígida ou reboque de lona)
Os taipais laterais dos reboques com cobertura rígida/não rígida ou reboque de lona podem,
até certo ponto, ser utilizados para acondicionamento de carga. Os taipais laterais destas
carroçarias devem ser capazes de suportar uma força horizontal interna equivalente a 30% do
peso máximo da carga.
Requisitos de resistência dos taipais laterais dos tipos de reboques com cobertura rígida/não rígida ou
reboques de lona
Requisitos de resistência dos taipais laterais dos veículos com cortinas laterais
Escoras
Pontos de amarração
Os pontos de amarração nos transportes de carga devem ser colocados em pares, opostos uns
aos outros, ao longo das paredes laterais, com um espaçamento longitudinal de 0,7 a 1,2 m e
a um máximo de 0,25 metros do bordo exterior. É preferível utilizar barras com pontos de
amarração consecutivos. Cada ponto de amarração deve, em conformidade com a norma
EN12640, suportar, pelo menos, as seguintes forças de amarração:
Olhal de amarração
Taipais traseiros
Taipais laterais
Os taipais laterais devem suportar uma carga interna (força) equivalente a 30% do peso
máximo da carga, distribuída uniformemente ao longo de toda a parede.
SISTEMAS DE RETENÇÃO
Travamento;
Bloqueio;
Amarração directa;
Amarração de topo e
Combinações destes sistemas
Em conjunto com o atrito.
Travamento ou Bloqueio
secção de carga for inferior à altura de uma EURO palete, então a folga do painel lateral pode
ser preenchida com material de enchimento adequado, por exemplo, pranchas de madeira.
Travessas de travamento
Se existir uma diferença de altura entre várias camadas, é possível utilizar um sistema de
travamento em altura ou de travamento com painel, para travar a base da camada mais
elevada da carga contra a camada mais baixa.
Ao utilizar um tipo de material de suporte como, por exemplo, paletes de carga, a secção de
carga é elevada de modo a formar uma elevação e a camada mais elevada da carga fica
imobilizada longitudinalmente na base.
Travamento em altura
possível criar uma estrutura de travamento, de modo a proporcionar uma grande ou pequena
superfície de travamento.
O travamento cruzado sob a forma de estruturas é utilizado para imobilizar lateralmente várias
camadas (conhecido como travamento entre camadas).
O travamento lateral em altura pode ser igualmente conseguido se os volumes possuírem
alturas diferentes ou se forem colocados painéis entre as várias camadas.
O travamento das várias camadas pode ser conseguido através de esteiras, tal como
demonstrado na figura:
Se os calços em madeira forem cravados no piso, é necessário verificar se a sua força não
ficou reduzida.
Os calços de travamento (aproximadamente 45°) são utilizados como blocos para evitar o
deslocamento de colunas de mercadorias com forma cilíndrica e devem ser, por sua vez,
imobilizados contra dispositivos de travamento adequados do porta-cargas. Os cilindros devem
ser igualmente amarrados na plataforma com uma cantoneira e é necessária amarração de
topo nos rolos da retaguarda.
Calço de apoio - Os dois calços mais longos devem ser mantidos em posição através de um
travamento cruzado regulável, por exemplo, cavilhas ou correntes. O travamento cruzado deve
ser efectuado de modo a conseguir um espaço mínimo de 20 mm entre o cilindro e a
plataforma, a fim de garantir que o calço de apoio não se desloca lateralmente.
No mínimo, R/3 (terço do raio do cilindro) se não existir amarração de topo ou;
No máximo, 200 mm em conjunto com amarração de topo.
Mercadorias com forma cilíndrica num calço de apoio (o ângulo de aproximadamente 37° deriva do
triângulo rectangular egípcio, cujos lados estão na proporção de 3, 4 e 5)
AMARRAÇÃO
A amarração consiste num dispositivo de retenção, por exemplo, cintas, correntes ou cabos de
aço que amarram a carga ou mantêm a carga em contacto com a plataforma ou qualquer
outro dispositivo de travamento. As amarrações devem ser feitas de modo a ficarem
exclusivamente em contacto com a carga a fixar e/ou com os pontos de fixação. Não devem
ser efectuadas por cima de elementos flexíveis, portas laterais, etc.
Amarração de topo
A amarração de topo consiste num sistema de fixação em que as amarrações são posicionadas
por cima da parte superior das mercadorias a fim de evitar o deslizamento ou a inclinação da
carga. Se não existir qualquer tipo de travamento lateral na parte inferior, a amarração de
topo pode ser utilizada, por exemplo, para pressionar a carga contra a plataforma.
Contrariamente ao travamento, a amarração de topo força a carga contra a plataforma de
carga.
Mesmo que o atrito evite o deslizamento da carga, as vibrações e os choques durante o
transporte podem provocar o seu deslocamento. Esta situação torna a amarração de topo
necessária mesmo quando o atrito é elevado.
Amarração de topo
Amarração de topo
Amarração em laço
A amarração em laço é uma forma de amarração da carga com linga a um dos lados da
carroçaria do veículo, a fim de evitar o deslizamento da carga para o lado oposto. De modo a
conseguir uma amarração com dupla acção, os laços de amarração devem ser utilizados aos
pares, o que também evita a queda da carga. São necessários dois pares de laços de
amarração para evitar a torção longitudinal da carga.
A capacidade do laço de amarração para suportar a tracção necessária depende da resistência
dos pontos de amarração, entre outros aspectos.
Amarração em laço
A amarração com lançantes pode ser utilizada para prevenir a inclinação e/ou o deslizamento
para a frente e para trás.
A utilização da amarração com lançantes combinada com o travamento na base para a frente
ou para trás é um sistema de retenção que consiste numa linga (amarra) ao longo do canto da
camada da carga e duas amarras diagonais, a fim de evitar o deslizamento e a inclinação da
camada de carga.
A amarração com lançantes pode consistir também numa única linga redonda, colocada ao
longo da aresta da camada da carga e amarrada com uma amarração diagonal em cada lado.
O ângulo da superfície da carga é medido na direcção longitudinal e recomenda-se que o
ângulo não seja superior a 45°.
Uma amarração diagonal com cinta de canto deve ser calculada tendo em conta o ângulo, o
atrito e a capacidade de amarração (CA) indicada no rótulo das amarras, em conformidade
com a norma EN12195.
Dois pares opostos de amarras diagonais com cintas de canto podem ser igualmente utilizados
como alternativa a uma amarração envolvente.
Amarração envolvente
A amarração envolvente vertical é utilizada para prender vários artigos a fim de estabilizar a
secção de carga e aumentar a pressão vertical entre as camadas. Deste modo, o risco de
deslizamento interno é reduzido.
As cintas plásticas ou metálicas são geralmente utilizadas na amarração envolvente.
Amarração directa
Equipamento de amarração
A escolha dos melhores sistemas de acondicionamento de uma carga num veículo dependerá
do tipo e da composição da carga a transportar. Os operadores devem equipar o veículo com
equipamento de fixação adequado para os tipos de carga que geralmente transportam. Se for
transportada carga geral, devem estar disponíveis vários tipos de equipamento de fixação.
- As cintas são utilizadas frequentemente para amarração de topo (de atrito), mas também
podem ser utilizadas para amarração directa (especialmente quando são utilizadas amarrações
de grandes dimensões).
- No caso de mercadorias com arestas pontiagudas e de mercadorias pesadas, tais como
maquinaria, aço, betão, equipamento militar, etc., podem ser utilizadas correntes de
amarração. As correntes devem, normalmente, ser utilizadas para amarração directa.
- Os cabos de aço são adequados para cargas como a malha de aço utilizada para reforçar
betão e alguns tipos de cargas de madeira, por exemplo toros redondos empilhados
longitudinalmente.
Deve ser prestada especial atenção a cabos e cintas para garantir que não existem defeitos
visíveis como, por exemplo, o desgaste dos fios. Estes dispositivos devem ser igualmente
inspeccionados para garantir que não sofreram cortes ou danos resultantes de utilização
incorrecta.
Sistemas de cintas
Os sistemas de cintas são adequados para o acondicionamento de vários tipos de cargas. São
normalmente constituídos por uma cinta com acessórios terminais e possuem um dispositivo
de tensionamento incorporado.
As cintas simples não são abrangidas por nenhuma norma, sendo importante verificar se
possuem características idênticas às cintas normalizadas.
Roquete
Antes da utilização, é necessário verificar se as partes metálicas do arnês não estão corroídas
ou danificadas, se a cinta não está cortada ou puída e se todas as costuras estão em boas
condições. Se forem encontrados danos, o fabricante ou os fornecedores devem ser avisados.
A resistência de uma corrente é determinada por duas propriedades: a espessura dos elos e a
qualidade do metal utilizado.
As correntes utilizadas devem ser compatíveis com os requisitos da carga transportada. Se
necessário, devem ser utilizadas embalagens rígidas ou secções oblíquas nos cantos ou arestas
pontiagudas, o que evita danos para as correntes e também para o raio em torno do qual se
processa a inclinação, aumentando, deste modo, a resistência efectiva.
Nunca devem ser utilizadas correntes de amarração com nós ou ligadas com uma cavilha ou
parafusos. As correntes de amarração e as arestas das cargas devem ser protegidas contra
abrasão e danos, utilizando capas protectoras e/ou protectores de canto. As correntes de
amarração que apresentem sinais de danos devem ser substituídas ou devolvidas ao fabricante
para reparação.
Seguem-se alguns sinais de danos que requerem a substituição dos componentes defeituosos:
- As reparações apenas devem ser efectuadas pelo fabricante ou pelos seus agentes. Após a
reparação, o fabricante deve garantir que o desempenho original das correntes de amarração
foi restaurado.
- Os elos de ligação das correntes devem ser inspeccionados antes de cada utilização.
- As correntes apenas devem ser utilizadas em conjunto com tensionadores e esticadores
adequados com uma carga útil compatível com a da corrente.
Os cabos de aço são adequados para a amarração da carga quando são utilizados de modo
idêntico às correntes. Nunca devem ser utilizados cabos isolados para amarração, uma vez que
não é possível avaliar facilmente o seu bom funcionamento e qualquer falha implicará a falha
total da retenção.
A resistência dos cabos diminui se forem dobrados sobre as arestas, em função do diâmetro de
dobragem.
Para que um cabo mantenha toda a sua resistência mecânica, o diâmetro da dobragem deve
ser, no mínimo, 6 vezes superior ao diâmetro do cabo. Como regra prática, para um diâmetro
de dobragem pequeno, a resistência é reduzida em 10% para cada unidade abaixo de 6 (por
exemplo, se o diâmetro de dobragem for igual ao quádruplo do diâmetro do cabo, a resistência
do cabo é reduzida em 20%; assim, a resistência residual representa 80% do valor nominal).
Em qualquer caso, deve considerar-se que os cabos colocados sobre arestas pontiagudas
mantêm apenas 25% da sua resistência normal.
Além disso, os olhais dos cabos devem estar apertados com, no mínimo, 4 ganchos. Com
menos ganchos, a resistência diminui proporcionalmente. O lado aberto do olhal deve ficar
sempre oposto aos parafusos. Como regra prática, o cabo deve estar apertado em metade do
seu diâmetro.
Os fios e os cabos de aço, bem como todos os componentes de ligação, devem ser examinados
regularmente por uma pessoa qualificada. Alguns exemplos de sinais de danos:
Os cabos de aço com cordões partidos não devem ser utilizados. Os cabos de aço devem ser
utilizados apenas a temperaturas compreendidas entre -40°C e +100°C. Sob temperaturas
inferiores a 0°C, eliminar eventuais formações de gelo no cabo de travagem e de tracção dos
elementos de tensionamento (guinchos, guindastes). Devem ser tomadas precauções para que
os cabos de aço não sejam danificados por possíveis arestas pontiagudas da carga.
Esticadores
Esticador com cabo curto para evitar sobrecargas superiores a 50 daN de força
manual (a tensão atingida não deve exceder 50% da CA).L - open – L - aberto
As redes em corda ou em cordão fino podem ser utilizadas para fixar cargas a paletes ou
directamente ao veículo como um sistema primário de retenção.
As redes mais leves podem ser utilizadas para cobrir veículos abertos e pequenos contentores
quando o tipo de carga não requer um toldo. Devem ser adoptadas medidas para assegurar
que as partes metálicas das redes não são corroídas ou danificadas, que as cintas não estão
cortadas e que todas as costuras estão em boas condições.
As redes em corda ou cordão fino devem ser inspeccionadas para detecção de cortes ou outros
danos nas fibras.
Se necessário, devem ser efectuadas reparações por uma pessoa competente antes da
utilização da rede. O tamanho da malha da rede deve ser inferior ao da mais pequena parte da
carga.
Pode ser utilizado um toldo com dispositivos de amarração em vez de uma rede.
Para protecção dos utentes da via por risco de eventual derrame da carga;
Para protecção da carga de más condições climatéricas ou outras adversas;
Uma lona que não esteja bem presa pode soltar-se ou mesmo rasgar-se, destapar a carga e
obstruir a visão do condutor ou dos condutores dos outros veículos que circulem na via.
Os toldos são principalmente utilizados para protecção de cargas pouco pesadas, volumosas e
que soltem grãos ou poeiras, impedindo a perda de mercadoria com a deslocação de ar.
Apesar da existência de veículos que dispõem de colocação mecânica de toldos, outros mais
antigos não possuem este dispositivo pelo será necessário adoptar algumas medidas:
Utilização de escada móvel adequada que permita alcançar a parte superior do veículo;
deverá possuir uma zona com pés anti-derrapantes e ter a possibilidade de afixação ao
veículo;
Utilização de um gancho que, a partir do solo, possibilite a amarração dos tensores;
Utilização de equipamento de protecção individual adequado (luvas).
Cordas
- As cordas de poliamida (nylon) não são adequadas, uma vez que tendem a esticar com o
peso. As cordas de sisal ou de manila também não são adequadas, uma vez que a sua
resistência diminui por saturação de água.
- As cordas devem ser feitas com 3 fios e devem ter um diâmetro nominal mínimo de 10 mm.
- As extremidades das cordas devem ser entrançadas ou tratadas de qualquer outra forma
para evitar o desgaste.
- As cordas devem ser seleccionadas tendo em conta a força máxima que será aplicada em
cada amarração. O fabricante deve indicar, num rótulo ou numa manga, a carga máxima
autorizada para estas cordas. Nós e voltas apertadas diminuem a resistência de uma corda.
- As cordas molhadas devem secar naturalmente.
Cintas de aço
Nunca devem ser utilizadas cintas de aço para acondicionar cargas em plataformas de carga
abertas.
Os taipais laterais podem ter calhas longitudinais com pontos de ancoragem, sendo cada ponto
geralmente concebido para suportar uma carga de 2 toneladas na direcção longitudinal.
As amarrações e os dispositivos com terminações adequadas podem ser fixados rapidamente e
proporcionar um travamento eficaz. Este é um método extremamente eficaz para efectuar o
travamento posterior das embalagens restantes após uma descarga parcial, mas é necessário
evitar a concentração de peso junto aos pontos de fixação.
Travamento
Os contentores, tais como contentores ISO, caixas móveis, etc., com uma massa superior a
5,5 toneladas, apenas devem ser transportados em veículos equipados com fechos rotativos.
Desde que os fechos rotativos estejam totalmente engatados e travados na posição correcta, o
contentor está acondicionado adequadamente e não serão necessárias retenções adicionais.
Os fechos rotativos devem ser mantidos em boas condições de funcionamento e devem ser
utilizados, no mínimo, quatro por cada contentor transportado.
Na maioria dos casos, os fechos rotativos são instalados nos veículos durante o fabrico mas, se
forem montados numa fase posterior, devem ser efectuadas modificações no chassis ou na
estrutura, em conformidade com as recomendações do fabricante do veículo. Os fechos
rotativos devem ser inspeccionados com regularidade no que respeita a desgaste, danos e
defeitos de funcionamento. Deve ser prestada especial atenção aos dispositivos de bloqueio
destinados a impedir o movimento das alavancas durante a viagem.
Fechos rotativos
Equipamento de Apoio
Materiais de atrito
Divisórias de carga
Esteiras de madeira
As secções de carga com muitas filas e camadas como, por exemplo, madeira serrada,
precisam frequentemente de ser estabilizadas por meio de contraventamento transversal. As
esteiras de madeira de secção transversal quadrada não são adequadas, uma vez que tendem
a rodar em funcionamento.
A relação largura/altura da secção transversal deve ser, no mínimo, 2:1.
As embalagens pequenas podem ser acondicionadas de modo simples e eficaz nas paletes de
carga através de película extensível. As películas extensíveis são fáceis de aplicar e a rigidez
de forma pretendida para toda a palete é conseguida através da utilização de um número
adequado de “voltas”.
Com película retráctil, é colocada uma cobertura de plástico sobre a carga da palete enrolada,
que é depois aquecida para provocar o encolhimento do plástico e, assim, tornar a carga mais
rígida.
A palete pode ser considerada como uma unidade de carga estável se for capaz de suportar
um ângulo de inclinação mínimo de 26° sem deformações significativas.
O enrolamento de película retráctil e película extensível não é geralmente adequado para
cargas de paletes pesadas ou cargas com cantos pontiagudos, que podem danificar a película.
As cintas de aço ou de plástico são adequadas para fixar mercadorias pesadas e rígidas, tais
como produtos de ferro e de aço, numa palete. Requerem tensionadores especiais e não
podem ser reapertadas.
Podem ser utilizadas cintas de aço descartáveis (adequadas para uma utilização, devido ao seu
único funcionamento) para acondicionar cargas em paletes.
As paletes e a carga devem ser igualmente fixadas ao veículo, por travamento ou por
amarração.
Estas cintas de utilização única não são adequadas para a fixação directa das cargas no
veículo, uma vez que podem criar-se tensões internas na fixação ao veículo e nos vedantes
durante a viagem, tornando a remoção das cintas de aço numa operação perigosa. As cintas
de aço de utilização única que tiverem sido cortadas e permaneçam no chão representam um
perigo cortante.
Quando são utilizadas cintas de amarração para fixar cargas ligadas com cintas de aço, é
necessário confirmar com particular cuidado que as cintas de aço não podem cortar as cintas
de amarração.
Em veículos de carga abertos, a utilização de cintas de aço é causa frequente de lesões, uma
vez que as pontas soltas das cintas podem exceder os lados do veículo durante o transporte.
Vigas de bordadura
As vigas de bordadura de apoio são concebidas para serem estruturalmente rígidas (reforçadas
contra dobragem) e possuem um perfil perpendicular. São utilizadas para distribuir as forças
das amarrações de topo para as secções da carga e podem ser feitas de madeira, alumínio ou
material idêntico com resistência suficiente.
Os protectores anti desgaste para cintas de fibra sintética são aplicados entre a carga e as
cintas de amarração quando existe risco das cintas ficarem danificadas. Estes protectores
podem ser feitos de materiais diferentes, por exemplo, poliéster e poliuretano, e funcionam
como apoios para hastes ou grampos.
As vigas de bordadura proporcionam a mesma protecção ou uma protecção mais eficaz, mas
possuem uma estrutura rígida e, por esse motivo, distribuem a força das amarrações. Para
esse efeito, é essencial que os protectores de extremidades tenham propriedades de atrito
reduzidas na face de amarração, de modo a que as cintas possam deslizar facilmente e
distribuir a força de amarração. Por outro lado, por vezes é aconselhável utilizar protectores de
extremidades com muito atrito para reduzir o risco de inclinação.
Protectores de extremidades
Separadores de protecção
Se a carga puder ser danificada por arestas pontiagudas, é necessário utilizar um material de
protecção.
Separadores de protecção
Anilhas dentadas
As anilhas dentadas de dupla face são adequadas para manter juntas várias camadas de uma
carga. O travamento das várias camadas pode ser conseguido através de anilhas dentadas, em
vez de esteiras. Estão disponíveis anilhas dentadas de diferentes tamanhos. Estas anilhas
apenas devem ser utilizadas com materiais macios (madeira, etc.) e devem penetrar
completamente no material. Uma vez que as anilhas dentadas não são visíveis quando são
cobertas pela carga, a sua função não é controlável. É necessário ter igualmente em atenção
que as anilhas dentadas podem danificar a superfície da plataforma e a carga. É preferível
utilizar materiais de atrito em vez de anilhas dentadas.
As anilhas dentadas nunca devem ser utilizadas em conjunto com substâncias perigosas.
Rolos rígidos, tambores ou cargas cilíndricas, com formas rígidas, podem ser estivados com o
diâmetro na horizontal ou na vertical. A posição com o diâmetro na horizontal é geralmente
utilizada se for necessário proteger e preservar a superfície da capa e a forma cilíndrica (por
exemplo, rolos de papel). Os rolos ou volumes cilíndricos com o diâmetro na posição horizontal
devem, preferencialmente, ser colocados com os respectivos eixos ao longo do veículo, de
modo a que a tendência de rolamento, geralmente evitada com a colocação de calços de
travamento ou calços de apoio, seja direccionada para a frente ou para trás.
O acondicionamento de volumes cilíndricos deve ser efectuado de modo a que a carga possa
ser descarregada de forma segura e controlada. A utilização de calços pontiagudos permite
obter condições de carga e descarga seguras e controladas.
Rolos de papel
Exemplo de rolos de papel dispostos em duas camadas e duas filas, com a camada superior
incompleta, estivados numa plataforma plana equipada com painéis laterais:
Tambores
Exemplo de tambores de grandes dimensões dispostos em duas camadas e quatro filas longitudinais. A
camada superior não está completa e a carga está estivada num contentor ou num veículo de tipo caixa.
Caixas
As caixas, tais como outras mercadorias, devem ser carregadas de modo a evitar que se
desloquem em qualquer direcção. Sempre que possível, devem estar interligadas e ser
carregadas a uma altura uniforme em cada linha ao longo do veículo (secção de carga). Para
calcular a quantidade de carga a acondicionar a fim de evitar o deslizamento e a queda, devem
ser tidos em conta o tamanho e o peso de cada secção. Se a altura da carga exceder a altura
dos painéis laterais e não forem utilizadas vigas de bordadura, deve existir, no mínimo, um
dispositivo de amarração por cada secção.
Sacas e sacos
As sacas não têm normalmente uma forma rígida e devem, por isso, ser amparadas. Este facto
é particularmente verdadeiro nos casos em que o painel de protecção da cabina e os painéis
laterais e traseiros não possam ser utilizados para travamento. É possível utilizar materiais de
enchimento, painéis, divisórias de carga e protectores de extremidades para obter um efeito
de travamento.
Fardos em duas camadas e, no máximo, três filas, com a última camada INCOMPLETA, estivados numa
plataforma de carga aberta equipada com taipais laterais
Euro palete
A palete mais comum utilizada no transporte de mercadorias é a EURO palete (ISO 445-1984).
É feita essencialmente em madeira, sendo as dimensões normalizadas 800 x 1200 x 150 mm.
Euro palete
Quando são carregadas numa palete caixas de carga com tamanho igual ou inferior à mesma,
a palete constitui um porta-cargas idêntico a uma plataforma de carga sem painéis laterais.
Devem ser adoptadas medidas para evitar que a carga oscile ou tombe da palete,
nomeadamente através de dispositivos de amarração idênticos aos descritos supra. O atrito
entre as superfícies da carga e da palete é, por conseguinte, importante para o cálculo do
acondicionamento da carga. Devem igualmente ser tidos em conta o peso da carga e a relação
altura/largura da palete carregada.
As paletes com armação metálica são frequentemente utilizadas para transporte de géneros
alimentícios. O acondicionamento das paletes com rodas com recurso a dispositivos de
travamento é particularmente eficaz; no entanto, podem ser utilizados sistemas alternativos.
A considerar:
Se a carga não for estivada contra o painel de protecção da cabina, é necessário utilizar
um travamento à frente com material de enchimento ou um travamento na base;
Em alguns casos, é necessário utilizar um travamento com material de enchimento ou
uma travessa de travamento;
Os painéis devem ser colocados na plataforma numa ou mais secções de carga e
centrados ao longo da linha central;
O espaço entre as secções de carga deve ser preenchido com material de enchimento
adequado;
Devem ser colocados protectores antidesgaste entre as cintas e a carga;
Se a carga não ocupar o espaço até às escoras laterais, este deve ser preenchido com
material de enchimento adequado;
Se a secção posterior não estiver travada na direcção frontal, serão necessários
dispositivos de amarração adicionais.
Não se recomenda o transporte de chapas planas em plataformas de carga sem escoras ou painéis
laterais.
Secções longas
Postes inteiros
Vigas
As vigas e os perfis devem ser normalmente estivados em calços de apoio e fixados com
dispositivos de amarração com cintas de fibra sintética em laço. O exemplo seguinte mostra
vigas ou perfis numa plataforma plana sem escoras laterais. A fixação longitudinal não foi
considerada no exemplo.
A considerar:
Se a carga não for estivada contra o painel de protecção da cabina, é necessário utilizar
um travamento com material de enchimento ou uma travessa de travamento;
Em alguns casos, é necessário utilizar o travamento na retaguarda com material de
enchimento ou com uma travessa de travamento;
As amarrações em laço são colocadas à volta da carga;
Os cilindros são colocados em calços de apoio.
Bobinas
Deste modo, é necessário fixar toda a unidade ao veículo. Fixar só a palete não é suficiente.
As bobinas pesadas de chapa metálica são normalmente estivadas em calços de apoio e com
dispositivos de amarração com cintas de fibra sintética em laço.
São apresentados, abaixo, exemplos de bobinas de chapa pesadas numa plataforma plana sem
painéis laterais. Para cargas deste tipo, com elevada densidade, é particularmente importante
ter em atenção a distribuição da carga.
As bobinas com diâmetro vertical são normalmente carregadas em veículos com plataforma e
constituem uma das cargas mais difíceis de acondicionar. A figura abaixo mostra um sistema
de retenção adequado que emprega um dispositivo cruciforme que pode ser utilizado com
correntes ou cintas para acondicionar bobinas de grandes dimensões com diâmetro vertical. A
bobina é colocada no centro do veículo e o dispositivo cruciforme é colocado no cimo da bobina
com os encaixes localizados no interior do diâmetro.
Bobinas em duas camadas, estivadas numa plataforma de contentor com taipais traseiros.
Unidade de grande porte com amarração em laço e travamento numa plataforma sem painéis laterais
A grande secção de carga acima apenas pode ser colocada directamente numa plataforma
plana se uma das superfícies de contacto for em madeira ou num material com propriedades
de atrito equivalentes.
Se existir qualquer possibilidade de contacto entre partes metálicas, deve ser colocada uma
divisória de carga entre a carga e a plataforma para aumentar o atrito.
Cargas suspensas
As cargas suspensas, por exemplo, carcaças, devem ser adequadamente acondicionadas a fim
de evitar as oscilações ou qualquer tipo de deslocamento inaceitável no interior do veículo. Se
este deslocamento ocorrer, o centro de gravidade da carga e do veículo deslocar-se-á,
afectando a dinâmica de condução do veículo, o que a torna instável ao ponto de se tornar
incontrolável e provocar um acidente, por exemplo, o capotamento do veículo.
Os veículos utilizados no transporte de carcaças animais devem estar equipados com calhas e
ganchos deslizantes. As calhas devem estar equipadas com charneiras fixas de ‘calço’, com
intervalos de 1 a 1,5 m, para impedir a ondulação ou o deslizamento das carcaças devido ao
movimento do veículo ou a uma travagem. Ao carregar o veículo, as carcaças devem ser
distribuídas uniformemente em todas as calhas e os calços devem estar aplicados. Se houver
lugar a descarga parcial, a carga restante deve ser redistribuída uniformemente e os ‘calços’
devem ser aplicados novamente.
O chão do veículo deve estar sempre livre de qualquer risco de deslizamento, tal como sangue
ou outra substância escorregadia.
Com cargas líquidas ou cargas com um comportamento idêntico ao dos líquidos (por exemplo,
grão ou farinha, muitas vezes transportados em tanques), é provável que ocorram os
problemas de movimento aplicáveis às cargas suspensas. Se os tanques, ou outras unidades
de transportes similares, estiverem parcialmente cheios, a carga mover-se-á se o veículo
acelerar, desacelerar ou mudar de direcção. Este facto altera o Centro de Gravidade (CdG) da
carga e de todo o veículo e/ou inicia um processo de oscilação (ou seja, uma mudança
contínua do CdG) da carga. O comportamento dinâmico do veículo é afectado e pode tornar-se
instável ao ponto de ficar incontrolável e causar um acidente como, por exemplo, o
capotamento do veículo.
Sempre que necessário, devem ser adoptadas medidas adicionais para evitar os movimentos
das cargas em tanques parcialmente cheios como, por exemplo, a utilização de tanques
equipados com divisórias.
Carga geral
Distribuição do peso:
Resistência da embalagem:
A carga com embalagem pouco resistente é geralmente leve. Por este motivo, as cargas com
embalagens mais frágeis podem ser normalmente colocadas nas camadas superiores sem criar
problemas de distribuição de peso. Se tal não for possível, a carga deve ser separada em
diferentes secções de carga.
Travamento:
Material de Enchimento:
Os espaços vazios que possam resultar das diferenças de tamanho e de forma das unidades de
carga devem ser preenchidos a fim de proporcionar sustentação e estabilidade suficientes à
carga.
Paletização:
Cargas de madeira
Madeira de serração
Toros
Cada toro ou peça de madeira saliente devem ser travados por, no mínimo, dois suportes
verticais (escoras) que devem ter a resistência suficiente ou estar dotados de correntes de
topo para impedir que a carga se espalhe.
Os toros empilhados transversalmente ao longo de um veículo de caixa aberta não podem ser
acondicionados adequadamente através de sistemas de retenção convencionais. A passagem
transversal de cintas ou correntes a partir da frente do veículo ao longo do topo dos toros até
à traseira não constitui um sistema de retenção de carga aceitável.
Troncos inteiros
Painéis em betão, vidro ou madeira, etc., podem ser estivados numa plataforma plana,
utilizando cavaletes tipo A. Os cavaletes devem, por sua vez, ser fixados na plataforma de
carga.
Um veículo com lagartas ou rodas deve ser amarrado na posição correcta no veículo de
transporte, com o travão de estacionamento accionado. Todos os sistemas móveis tais como
gruas, suportes, plataformas telescópicas e cabinas, etc., devem ser deixados na posição de
transporte recomendada pelo fabricante e ser fixados de modo a impedir o movimento em
relação ao corpo principal da máquina.
Depois de a máquina estar estivada e com o motor parado, a pressão do sistema hidráulico
deve ser aliviada, movendo todos os manípulos de controlo ao longo das respectivas posições.
Esta operação deve ser efectuada, no mínimo, duas vezes.
As máquinas com rodas e as máquinas ligeiras com lagartas devem ser fixadas, de modo a
que o efeito de solavanco causado pelos ressaltos no solo transmitido pelo veículo de
transporte e amplificado pelos pneus ou unidades de suspensão da máquina seja minimizado.
Ao decidir o número de pontos de ancoragem a utilizar ao aplicar um sistema de retenção,
devem ser considerados os factores seguintes:
A máquina carregada deve ser inspeccionada depois de o veículo ter percorrido um pequena
distância, de modo a verificar se não ocorreu qualquer deslocamento da carga e se os
dispositivos de retenção estão solidamente fixados. Devem ser efectuadas inspecções
periódicas durante o percurso.
Veículo com rodas, amarrado transversalmente ao reboque da máquina a partir dos pontos de fixação
assinalados com ‘x’.
Veículos
Os veículos e reboques apenas devem ser transportados em veículos adequados para o efeito.
Estes veículos devem possuir pontos de amarração adequados em termos de número, posição
Se for transportado mais do que um reboque ‘às cavalitas’, cada reboque deve ser amarrado
ao reboque no qual fica apoiado e, em seguida, todos os reboques devem ser amarrados ao
veículo de transporte.
Estes veículos devem preferencialmente ser fixados através de uma combinação de sistemas
de amarração e de travamento.
Se um veículo for transportado numa plataforma horizontal ou com uma inclinação máxima de
10° (ou seja, 1/6) na direcção da frente, devem ser utilizados calços. Devem ser colocados
dois calços à frente das rodas dianteiras e dois atrás de qualquer par de rodas.
Se o veículo for transportado e não for possível colocar os calços à frente das rodas dianteiras,
estes devem ser posicionados à frente das duas rodas traseiras, que também devem ser
amarradas.
Se o veículo for transportado numa plataforma com um ângulo superior a 10° na direcção da
frente do veículo de transporte, devem ser colocados dois calços à frente do par de rodas mais
avançado e dois atrás do último par de rodas.
Se o veículo for transportado e não for possível posicionar calços à frente das rodas mais
avançadas, os calços podem, em alternativa, ser posicionados à frente das rodas traseiras.
Se o veículo for transportado numa plataforma com um ângulo superior a 10° na direcção da
retaguarda, devem ser utilizados calços. Os calços devem ser posicionados à frente das rodas
mais avançadas do veículo transportado. As amarrações devem ser aplicadas nas rodas que
foram calçadas.
Sempre que possível, as amarrações devem estar posicionadas de modo a que o veículo seja
puxado directamente na direcção do piso da plataforma (a amarração deve estar tão perto
quanto possível para formar um ângulo recto com o piso do veículo transportador).
Em alternativa à aplicação da amarração na roda, é possível fixar as amarrações aos eixos. Se
a amarração puder ser posicionada de modo a não deslizar ao longo do eixo e tiver resistência
suficiente, é aceitável a utilização de uma amarração por eixo.
A superfície da plataforma de carga dos veículos de transporte deve ter uma resistência
elevada para ajudar a impedir o deslizamento do veículo transportado.
Para ser considerada uma plataforma de carga envolvida lateralmente e por cima, o espaço da
carga deve ser limitado pela estrutura ou equipamento idêntico concebidos de modo a que o
veículo não possa razoavelmente abandonar o espaço em qualquer direcção.
AVISO: Os pés de fixação, as gruas, os taipais traseiros, etc., devem ser estivados e travados
em conformidade com as instruções do fabricante antes do veículo circular.
AVISO: Os veículos não devem nunca ser conduzidos, por muito curta que seja a distância,
com equipamentos distendidos ou numa posição não travada.
Os equipamentos soltos, tais como cintas, cabos, coberturas, etc., devem igualmente ser
transportados de modo a não constituírem perigo para os outros utentes das vias. Uma boa
prática consiste em possuir um compartimento separado onde possam ser armazenados em
segurança estes elementos quando não estão a ser utilizados. No entanto, se forem mantidos
na cabina do condutor, devem ser estivados de modo a que não possam interferir com
qualquer dos controlos do condutor.
Bibliografia:
“Técnica Automóvel”, Nova Edição – António Alves Costa, Edições Alves Costa
In www.imtt.pt
Formação Profissional
2011