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ELEMENTOS BÁSICOS DO ACONSELHAMENTO BÍBLICO

DIAGRAMA DO DESENVOLVIMENTO DO ACONSELHAMENTO,


DESENVOLVIDO POR LARRY CRABB
Larry Crabb parte do princípio que o ser humano tem estas necessidades básicas
Materiais/físicas = Seguranças básicas de sobrevivência
Relacionais = Pertencer e Aceitação
Emocionais = Segurança, Valorização e Significado (meu e da vida)
Espirituais = de onde vim, para onde vou, perdão, vida com Deus, etc.
Duas Causas básicas dos problemas: “O meu povo cometeu dois males: eles me
abandonaram, a mim, a fonte de água viva; e cavaram as suas próprias cisternas, cisternas
rachadas que não retêm água. ” (Jeremias 2.13)
Fontes para suprir as necessidades
 Primária: Deus e Sua Palavra = dependência segura, vida com paz e sabedoria para lidar
com as limitações da vida e a vida eterna
 Secundária: em si, pessoas e circunstâncias/natureza = dependências inseguras e
limitadas, que geram frustrações, ressentimentos, medos e ansiedade, e a morte eterna

NOSSO PAPEL
Primeira etapa Sétima etapa
SENTIMENTOS
Identificar sentimentos  Ajudar a identificar Sentimentos produzidos e
problemáticos Encorajar a viver  controlados pelo Espírito:
2 Tm 1.7; Gal 5.22
 
COMPORTAMENTO Sexta etapa
Segunda etapa
Entender, planejar e executar as
Identificar comportamento  Ajudar e identificar e mudanças que levam a um
problemático exteriorizar comportamento bíblico:
que é a causa dos
Abandono de velhos hábitos,
sentimentos problemáticos Acompanhar, apoiar ,exortar  Execução das mudanças.
 
Terceira etapa PENSAMENTOS Quinta etapa
Identificar pensamentos e Assegurar o compromisso
motivações problemáticos que  Ajudar a identificar de ter uma vida conforme os
levaram a um comportamento ensinamentos da Bíblia.
inadequado, problemático Encorajar a se  Orar e comprometer-se
e até pecaminoso comprometer com a verdade Mudar os alvos

 Quarta etapa: ARREPENDIMENTO 


Ensinar
 Ensinar
Conceitos e princípios da Palavra Arrependimento Como Deus supre nossas
de Deus sobre pensamentos, necessidades básicas:
sentimentos e comportamento Levar a pessoa
à oração de arrependimento, Pertencer, aceitação, perdão,
humano valorização, segurança,
com confissão e renúncia dos
pecados já reconhecidos eternidade
2. A TERAPIA COGNITIVA - TEORIA DO ABC DE ALBERT ELLIS

A terapia cognitiva é uma abordagem estruturada, orientada para o presente,


diretiva, ativa e breve, direcionada para resolver os problemas atuais e modificar os
pensamentos e comportamentos disfuncionais.

Uma das técnicas iniciais da terapia cognitiva consiste em identificar, testar a


realidade e corrigir as conceituações distorcidas e crenças disfuncionais, substituindo-as
por outras crenças e ideias que possibilitem ao indivíduo experimentar novos
comportamentos e emoções menos prejudiciais a ele mesmo e, como consequência, aos
outros.
Segundo Albert Ellis, psicólogo americano que desenvolveu a Psicoterapia Racional-
Emotiva, o que importa não são os fatos, mas como nós pensamos e sentimos diante
deles. Assim é que um mesmo fato pode provocar sentimentos diferentes em pessoas
diferentes, dependendo das circunstâncias de vida de cada uma. Também o mesmo fato
pode produzir sentimentos diferentes na pessoa, em diferentes momentos de sua vida.
Talvez seja essa uma das mudanças fundamentais que as pessoas buscam alcançar
através da relação de ajuda: Sentirem-se de modo diferente diante de uma situação que
não vai mudar. Quando não é possível mudar as coisas externas, e se essas coisas
provocam sentimentos de incômodo e desconforto, nada nos resta senão lidar com os
sentimentos, que são mutáveis.
Ellis procura explicar a fonte dos sentimentos através do que chama de “princípio do
ABC”: Diante de A — um acontecimento qualquer — a pessoa sofre consequências C em
dois níveis: sentimentos e ações.

A  C
Acontecimento Consequências
(Sentimentos e ações)

No dia-a-dia, as pessoas explicam o que sentem e o que fazem usando A como


causa de C, da seguinte maneira: “Estou com muita raiva (sentimento) e vou largar meu
emprego (ação), porque meu patrão me chamou a atenção (acontecimento)”. Portanto, A
causa C.
Segundo Ellis, no entanto, se um mesmo acontecimento leva a consequências tão
diferentes em pessoas diferentes, não pode ser A a causa de C. Há, portanto, um elemento
faltando nessa relação A  C. E esse elemento seria a verdadeira causa dos sentimentos e
ações das pessoas:

C
A  B C
C
Acontecimento “Belief” Consequência
(crença)

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B, do inglês “belief” (crença), refere-se às ideias, pensamentos ou crenças presentes
nas pessoas. E como se estas construíssem, ao longo de sua vida, um arquivo onde
acumulassem ideias a respeito de tudo. Esse arquivo varia de pessoa para pessoa e é
formado basicamente através das experiências individuais de cada um, diretas (aquilo que
a pessoa viveu na própria pele) e indiretas (o que viu e ouviu de pessoas importantes em
sua vida).
O casamento, por exemplo, pode ser um evento muito bom e desejável para uma
pessoa (que viu o casamento satisfatório dos pais) e muito indesejável para a outra que
sempre ouviu a mãe dizendo que o casamento estragou sua vida).
Assim, seriam as ideias que as pessoas têm das coisas, e não as próprias coisas, que
as levariam a experimentarem sentimentos diversos. Estes seriam determinados pela
interpretação pessoal que cada indivíduo tem a respeito do mundo em que vive.
Ainda segundo Ellis, as ideias a respeito das coisas podem ser de dois tipos:
racionais e irracionais. As primeiras seriam interpretações lógicas a respeito dos eventos e
poderiam levar a sentimentos moderados de frustração, tristeza, etc. As segundas seriam
interpretações irracionais a respeito dos eventos, levando a fortes consequências
emocionais, frequentemente desagradáveis e desgastantes para quem as experimenta.
Entre as ideias irracionais, algumas são encontradas com maior frequência entre as
pessoas, causando-lhes ansiedade, culpa, autocensura, etc.:
1. Necessitamos ser amados por todas as pessoas.
2. Devemos ser bem-sucedidos em tudo que fazemos.
3. É terrível que as coisas não sejam exatamente como gostaríamos que fossem.

O objetivo da terapia racional-emotiva é identificar, questionar e eliminar essas e


outras ideias irracionais que impedem as pessoas de viverem uma vida satisfatória e feliz.
Essa tarefa só é possível na medida em que os sentimentos são também identificados e
expressos pela própria pessoa ou com a ajuda de alguém capaz de percebê-los.

Albert Ellis – fundador da TREC (Terapia Racional Emotiva Comportamental) afirma


que a perturbação psicológica depende da tendência dos seres humanos de fazerem
avaliações absolutistas dos acontecimentos em suas vidas. Essas avaliações, que têm a
forma de “tenho quês”, de “deverias”, de “devos” e “tenho-a-obrigação-de” dogmáticos,
são os aspectos centrais de uma filosofia de religiosidade dogmática que Ellis afirma ser o
aspecto central da perturbação emocional e comportamental humana. Há um termo,
infelizmente intraduzível, que aparece frequentemente em seus escritos: “must-urbation“
(“tenho quês”). Eles geram um conjunto de conclusões irracionais como as seguintes:

a) “Terrivelização” (awfulizing): caracterizado por


“Seria terrível se...“, “Seria a pior coisa que poderia acontecer’, “Seria o fim do mundo’...
Isso acontece quando um acontecimento é avaliado como mais do que 100% ruim.
Resposta cristã: Ainda que...
...“eu ande pelo vale da sombra...” (Salmo 23.4)
...“a figueira não floresça...” (Hab 3.17)
...“venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos
amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados 1 Pd 3.14

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b) “Não agüento mais” (I-can’t-stand-it-itis): ver um acontecimento como
insuportável, como em afirmações do tipo:
‘É insuportável... Não vou ter forças para... ’ ‘Vou morrer se eu for rejeitado’...
Diz respeito a uma pessoa acreditar que não possa conseguir experimentar
felicidade alguma se um acontecimento que não devesse ocorrer, ocorra de fato.
Resposta cristã:
“Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e
qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em
todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de
abundância como de escassez; tudo posso NAQUELE que me fortalece.” Fp 4.11-13

c) Exigências: usar “deveria’s” ou “tenho que’s” p.ex.:


‘Eu não devia ter feito aquilo’,
‘Eu não posso falhar’,
‘Preciso ser amado’,
‘Eu tenho que tomar uma bebida’.
Resposta cristã:
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior
destes é o amor. ” 1 Cor 13. 13

“Pois, se o nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso
coração e conhece todas as coisas. ” 1 João 3:20
“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo
produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. ” 1 Jo 4:18

d) “Rotulação de pessoas”: rotular ou avaliar a si mesmo ou às outras pessoas,


como, p.ex.:
‘Sou um estúpido
Desesperado
Inútil / sem valor’.
Resposta cristã: Creio no que Deus disse sobre mim e os outros:

Eu sou filho de Deus


Eu sou amigo de Jesus Cristo
Eu sou uma boa obra de Deus
Eu sou o templo de Deus tri uno
Eu sou uma maravilhosa preciosidade
Estou convencido de que aquele que começou boa obra em mim vai completá-la até
o dia de Cristo Jesus ...

Ellis defendia também que todos os seres humanos são basicamente hedonistas,
uma vez que têm uma forte tendência biológica a ficarem vivos e a buscar um grau razoável
de felicidade. Hedonismo é uma escolha, mais do que uma necessidade absoluta, e, assim,
parece provável que seja uma predisposição inata fazer essa escolha fundamental.
“Doutrina que considera que o prazer individual e imediato é o único bem possível,
princípio e fim da vida moral” Aurélio

Elementos do aconselhamento bíblico de caminhada - 4


No entanto, uma pessoa pode escolher entre satisfações imediatas e de longo
prazo. Se uma pessoa escolher conscientemente ter satisfações imediatas e aceitar as
implicações dessa decisão, é uma prerrogativa sua, e isso não é necessariamente irracional.

Mas se, entretanto, uma pessoa escolher ter gratificações imediatas, em vez de
satisfações futuras, mas, depois, exigir tê-las também no futuro e se rebela quando isso não
acontece, este não é um comportamento racional.

Da mesma forma, se uma pessoa escolhe ter satisfações futuras, mas não consegue
se impor, a disciplina necessária para isso, também não é racional.

P.ex. Uma pessoa poderia ter um desejo de experimentar heroína. Poderia fazê-lo
sabendo que estaria correndo riscos de morrer de overdose ou de se tornar dependente;
mas poderia também preferir não a experimentar, tendo em vista a possibilidade de
problemas de saúde, com a família, emprego, com traficantes ou com a polícia.

As escolhas feitas dessa forma poderiam ser escolhas racionais, mas escolher
experimentar e depois se lamentar da sua dependência seria uma escolha baseada numa
crença irracional.

H a b i l id a d e s p e s s o a is e in t e rp e s s o a i s
(Extraído do livro: “Construindo a relação de Ajuda” Clara Feldmann)

Carl Rogers fez de 1962 a 1967 um estudo para saber “o que torna as terapias
realmente efetivas? ” Ao final da pesquisa os aconselhados foram divididos em dois
grupos: aqueles que tinham “melhorado” e aqueles que tinham “piorado”
significativamente em relação ao início do processo psicoterápico.
Restava saber quais eram os elementos comuns ao grupo de aconselhados cujos
resultados foram considerados positivos. Surpreendentemente esses elementos não
estavam ligados à abordagem teórica ou às técnicas usadas pelos terapeutas e sim
determinadas pelas atitudes assumidas pelo terapeuta durante o processo psicoterápico.

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Conselheiro: atende  responde  personaliza  orienta
      
Aconselhado: envolve-se  explora  compreende  age

A abordagem mais sistemática às habilidades interpessoais foi desenvolvida por


Robert A. Carkhuff e Bernard G. Berenson através de seu “modelo de ajuda”. Seguimos
somente parte deste modelo, pois não concordamos com os valores humanistas deste
modelo (parte do estudo está baseada no livro: ”Construindo a relação de Ajuda” de Clara
Feldman de Miranda e Márcio Lúcio de Miranda).
1.
Empatia:
Capacidade de se colocar no lugar do outro, de modo a sentir o que se sentiria caso se
estivesse em seu lugar.
2.
Aceitação incondicional ou respeito:
Capacidade de acolher o outro integralmente, sem que lhe sejam colocadas quaisquer
condições e sem julgá-lo pelo que sente, pensa, fala ou faz.
3.
Congruência:
Capacidade de ser real, de se mostrar ao outro de maneira autêntica e genuína,
expressando, através de palavras e atos, seus verdadeiros sentimentos.
4.
Confrontação:
Capacidade de perceber e comunicar ao outro certas discrepâncias ou incoerências
em seu comportamento — distância entre o que ele fala e faz, entre o que ele fala e o
que é na realidade, entre o que ele fala e mostra.
5.
Imediaticidade:
Capacidade de trabalhar a própria relação terapeuta-aconselhado, abordando os
sentimentos imediatos que um experimenta pelo outro durante o processo.

Concreticidade:
Capacidade de decodificar a experiência do outro em elementos específicos, objetivos
e concretos, para que ele mesmo possa compreender melhor sua experiência, às
vezes confusas.

Determinou-se também a importância de dois outros aspectos ligados a essas dimensões:


 O grau ou nível em que elas eram apresentadas pelo terapeuta, demonstrando-se
que quanto mais alto era esse nível, maior o crescimento por parte do aconselhado;
 O momento em que eram introduzidas na relação terapêutica: As três primeiras
(empatia, aceitação e congruência) caracterizando uma fase inicial do processo, e as
outras três aparecendo em fases mais avançadas.

Essas dimensões foram consideradas responsivas ou iniciativas. Responsivas,


quando o terapeuta respondia ao aconselhado no mesmo nível em que este estava se
colocando. E iniciativas, quando o terapeuta se tornava mais diretivo, permitindo-se
acrescentar sua própria experiência às respostas que formulava ao aconselh ado.

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Buscando as mudanças no aconselhado

Da mesma forma que determinaram as dimensões presentes nos terapeutas


efetivos, tentaram definir os efeitos que isso provoca no aconselhado:

1. Mudança nos construtos pessoais: Transformação das crenças e valores que orientam o
relacionamento do aconselhado consigo mesmo e com o mundo à sua volta, no sentido de
uma maior flexibilidade desses valores, inicialmente rígidos.
2. Proximidade da experiência: Habilidade do aconselhado de desenvolver o
autoconhecimento através de um contato cada vez mais próximo com sua própria
experiência.
3. Entrega ao relacionamento: Confiança do aconselhado em relação ao terapeuta, de
modo a se abrir livremente com ele no decorrer do processo.
4. Mudança na expressão dos problemas: Movimento do aconselhado quanto ao
conteúdo de suas verbalizações, no sentido de expressar, cada vez mais, conteúdo interno
(referente a sua própria pessoa) e menos conteúdo externo.

Em resumo, seria exatamente a somatória dessas mudanças por parte do


aconselhado que o levaria a um crescimento emocional, através da aquisição de
habilidades com as quais pudesse lidar melhor com seus problemas. Enfim, transportando
as novas aprendizagens da sala de atendimento para seu mundo, o aconselhado poderia
chegar a seu objetivo final: uma vida mais plena e mais satisfatória.

Transformando as dimensões em comportamentos

Uma vez identificadas as dimensões do terapeuta e seus efeitos sobre as pessoas,


ocorreu uma compreensão maior do processo e uma maior organização no estudo das
psicoterapias. Desenvolvendo seu “modelo de ajuda”, Robert A. Carkhuff buscou
incessantemente uma operacionalização, cada vez maior, das habilidades interpessoais.
Estas incluíam também os chamados leigos, uma vez que essas dimensões não eram
privilégio ou exclusividade dos profissionais de ajuda. Não só eram encontradas em
qualquer segmento da população, como havia também a enorme necessidade de serem
aprendidas pelas pessoas significativas (pais, professores, patrões, profissionais de saúde,
religiosos, etc.), aquelas pessoas que normalmente exercem influência marcante na vida
dos outros, assim como dos próprios profissionais da área da saúde mental (psiquiatras,
psicólogos, orientadores, conselheiros).
O todo esse grupo de pessoas significativas chamou-se de conselheiros; e ao grupo
de pessoas que, de uma forma ou de outra, sofrem sua influência, de aconselhados.
A partir da operacionalização das dimensões o terapeuta e dos efeitos por elas
provocados nos aconselhados, desenvolveu-se o modelo de ajuda, que inclui os
comportamentos do aconselhado durante seu processo de mudança, e as habilidades do
conselheiro que possibilitam essa mudança — habilidades essas observáveis, mensuráveis
e, acima de tudo, transmissíveis ou treináveis.

Esses foram os quatro principais grupos de habilidades interpessoais do conselheiro:


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1. Atender:
Comunicar, de maneiras não-verbais, disponibilidade e interesse pelo aconselhado.
2.Responder:
Comunicar, corporal e verbalmente, compreensão pelo aconselhado.
3.Personalizar:
Mostrar ao aconselhado sua parcela de responsabilidade no problema que está vivendo.
4.Orientar:
Avaliar com o aconselhado, as alternativas de ação possíveis e facilitar a escolha de uma
delas.

A mesma classificação das dimensões em responsivas e iniciativas foi mantida para


as habilidades. Assim é que as duas primeiras (atender e responder) são consideradas
habilidades responsivas, enquanto as duas últimas (personalizar e orientar) são
consideradas iniciativas. À medida que o conselheiro atende, responde, personaliza e
orienta, o aconselhado começa também a se comportar de modo a promover sua própria
mudança. Essas são as fases pelas quais ele passa durante o processo de ajuda:

1. Envolver-se:
Capacidade de se entregar ao processo de ajuda, iniciando a expressão corporal e verbal
de seus problemas.
2. Explorar:
Capacidade de avaliar a situação real em que se encontra no momento do processo de
ajuda — seus problemas, déficits, insatisfações - e de definir, com clareza, onde está.
3. Compreender:
Estabelecer ligações de causa e efeito entre os vários elementos presentes em sua vida
— como se estivesse juntando as peças de um quebra-cabeça — de modo a definir sua
meta: aonde quer chegar.
4. Agir:
Movimentar-se do ponto onde está para onde quer chegar, escolhendo, para isso, o
melhor caminho ou programa de ação — como chegar lá.

As inter-relações entre as habilidades do conselheiro e os comportamentos do


aconselhado podem ser representadas da seguinte maneira:

Conselheiro: atende  responde  personaliza  orienta


      
Aconselhado: envolve-se  explora  compreende  age

Cada habilidade do conselheiro corresponde a um comportamento do aconselhado.


Tanto essas habilidades quanto os comportamentos obedecem a uma certa sequência, de
tal modo que uns se tornam pré-requisitos para os outros. Por exemplo:
 para o conselheiro, não é possível personalizar sem antes atender e responder;
 para o aconselhado, não é possível agir de maneira efetiva sem antes compreender
sua própria experiência.

Observando-se melhor as diversas fases do processo de ajuda, fica mais fácil compreender,
por exemplo, por que os “conselhos” (orientar) nem sempre funcionam. Isso ocorre porque
estes foram oferecidos sem a necessária base de compreensão por parte das pessoas.

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Material baseado no Dr. Wayne Mack

INTRODUÇÃO

Estão aqui apresentados oito elementos que ajudarão o conselheiro a avaliar e aprimorar
seu trabalho de aconselhamento, pois contribuirão para.
1. Desenvolver sua habilidade como conselheiro
2. Avaliar o aconselhamento à luz do padrão bíblico
3. Identificar as fraquezas
4. Traçar planos concretos para tornar as fraquezas em pontos fortes.

1. ENVOLVIMENTO

A qualidade da presença do conselheiro tem sido reconhecida como crucial no


aconselhamento efetivo.
O conselheiro está presente através do que diz e faz, mas nem sempre o que ele faz
corresponde ao que diz. Assim, é de suma importância que ele se conscientize da
mensagem não verbal que transmite, pois é desta forma que demonstra se tem interesse
ou no peio aconselhado.
Uma pesquisa revelou que nosso êxito no aconselhamento está relacionado a
capacidade de mostrar interesse genuíno. Assim, a consistência do que dizemos e a
expressão subjacente demonstra valorização ou não de um indivíduo, na seguinte
proporção.
7 % expressão verbal — a que dizemos
38 % expresso vocal — qualidade da voz
55 % expressão facial — expressões não verbais
Desta forma é necessário que o conselheiro verifique se está havendo coerência
entra a sua mensagem não-verbal e a verbal.

ASPECTOS PRÁTICOS: COMO ESTABELECER ENVOLVIMENTO.

1. Sendo caloroso e agradável ao receber o aconselhado - Pv 15.30


2. Orando com o aconselhado, por ele e pelo encontro – Pv 15.8; 3.5-6; Tg 1.5; e lendo as
Escrituras.
3. Demonstrando interesse real através da comunicação no verbal, aquela que transcende
palavras ditas ou escritas.
a. O interesse real é transmitido através do contato visual
 Natural e Constante
b. O interesse real é comunicado pela postura física.
 O corpo deve estar ligeiramente inclinado para a frente.
 A maneira como sentamos comunica respeito ou desrespeito.
c. O interesse real e transmitido pelo tom e velocidade da voz.
 Alto - baixo
 Suave - áspero
 Rápido - vagaroso
 Caloroso - indiferente (frio)

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4. Sendo autêntico, lembre-se de que a transparência é um dos fatores mais
importantes - Pv 20.6
5. Sendo brando e gentil - 2 Tm 2.2 Fp 4.5
6. Sendo compassivo e paciente - inimigo de contendas - Pv 20.3
7. Sendo sensível às necessidades imediatas do aconselhado.
8. Ouvindo cuidadosa e ativamente, positiva e entusiasticamente - Pv 15.28 e 18.13.
9. Sendo simpático - Rm 12.15
10. Não levando a pessoa a se sentir “Eu sou burro mesmo”
11. Não se deixando enganar pelo aconselhado – Pv 26.4-5 Jo 2.24-25
12. Dando esperança - 1 Ts 1.3; 1 Co 10.33
13. Chamando a um compromisso de trabalhar seriamente no problema.
14. Explicando a abordagem bíblica a ser usada.

II. ENGAJAMENTO

Refere—se à habilidade do conselheiro obter um compromisso sólido por parte do


aconselhado para tratarem juntos o problema.

A. Como conseguir engajamento.


A. Mostrando a sua necessidade e seriedade.
“Você quer apenas um “band-aid” ou esta disposto a receber cirurgia radical? ”
B. Quebrando a resistência do aconselhado.
“Eu não posso ” – “Eu não consigo”
C. Tornando o compromisso definido e específico.
“Quero que você se comprometa a vir cinco vezes pelo menos e que faça
as tarefas que eu der.” Sabendo que vai acabar, a pessoa se esforçará.
Mais de 50 minutos de conversa é improdutivo.

III. ENCORAJAMENTO

Refere-se à habilidade de produzir esperança no aconselhado de modo que decida


ser o que Deus quer que ele seja. Motivar o indivíduo a buscar sabedoria como o alvo
dominante da sua vida.

A. Importância do entusiasmo na vida em geral - combatendo a idéia de que


“Não há mais saída para mim”.
O coração alegre é bom remédio - Pv 17.22; 12.25; 35.13+15; 18.14; 15.4.
Palavras agradáveis - efeitos psicossomáticos ou cardiossomáticos — Pv 16.24.

B. Esperança é uma expectativa confiante no futuro fundamentada em Deus e seu


propósito soberano - Hb 6.19; Rm 4.18.
Esperança é uma visão entusiasta da realidade sabendo que Deus está no controle das
circunstancias e que o amanhã lhe pertence - 2 Co 5.1-10.

Elementos do aconselhamento bíblico de caminhada - 10


C. Como encorajar
1. Estabelecendo um bom envolvimento no qual você transmitirá o seu entusiasmo
à outra pessoa. Para que isto aconteça é preciso você mesmo seja um homem ou
mulher de esperança, e que mostre isto na sua atitude para com o aconselhado -
Rm 15.4, 13.
2. Usando as motivações bíblicas - promessas. Pv 1.8-9+33; 2.5-9, 11.20; 3.2+4+6+10;
Sl 23; Fp 4.6-7; Hb 13.6; 1 Co 30.33.
3. Falando a verdade em amor ao chamar o pecado de pecado - Ef 4.15.
4. Mantendo o controle da sessão à medida que você ouve atentamente o
aconselhado, zelando para que o seu objetivo seja alcançado - Pv 18.1; 20.5.
Cuidado com as manipulações do aconselhado: lagrimas, resistência ao ensino.
5. Modelando com sua própria experiência o ensino aplicável à situação do
aconselhado.
6. Usando de provérbios, máximas, alegorias que provoquem o pensamento,
importunem e motivem — 2 Sm 12.1
Ex. “Deus não se cansa de novos começos.”
7. Corrigindo o pensamento errado do aconselhado com as Escrituras. Cuidado
para no usar o texto fora do contexto.
8. Mostrando ao aconselhado que é preciso assumir a responsabilidade se quer de
fato resolver o problema. No permita que ele culpe os pais, ambiente, sociedade,
etc. Gn 3.12—14.
É importante empatizar com ele em sua dor, especialmente se houve injustiça
contra ele, sem no entanto compactuar em sua autocomiseração.
9. Utilizando a capacidade, os recursos, o potencial do aconselhado para resolver seu
problema.
10. Dando crédito ao que o aconselhado está dizendo. Recusando menos prezar a
seriedade de suas palavras. “De fato o problema é sério, talvez seja mais sério do
que você pensa que é.“
11. Exaltando o poder de Deus na solução do problema — Sl 107.17-20.
12. Utilizando termos bíblicos ao invés de linguagem técnica psicológica que só os
especialistas entendem.
Ex. Medo em lugar de paranóia.
Ansiedade em lugar de neurose
É bom isolar o sintoma e identificá-lo biblicamente. Se a pessoa sofre de
Esquizofrenia, o que ela tem sentido, feito e dito?
Alucinações - O que significa? Vozes? Pensamentos irracionais, impuros?
13. Ajudando o aconselhado a reconhecer que ele aprendeu a ser como é através dos
hábitos adquiridos em sua vida. Mostre-lhe que os hábitos podem ser mudados.
“Eu nasci assim” - ‘‘Eu aprendi a ser assim”
Veja a instrução a respeito em Ef. 4.17—32.
Despojando (Desabituação)
Renovando
Revestindo (Re-abituação)
Associação (exemplo), companheirismo (apoio) e discipulado (ensino e cobrança)
podem ser usados como um dos meios para adquirir novos hábitos.
Elementos do aconselhamento bíblico de caminhada - 11
14. Confrontando o aconselhado em sua linguagem derrotista.
Ac “Eu não posso” .— “Eu não consigo”-
Co “Você não pode, ou você não quer?” -
O aconselhado quer escapar as suas responsabilidades.
15. Estabelecendo projetos específicos, concretos e criativos que o manterão
ocupado na resolução do problema antes do próximo encontro.
16. Conscientizando o aconselhado do progresso alcançado desde o começo do
tratamento.
17. Ajudando o aconselhado a buscar a sabedoria como o alvo dominante da sua vida -
Pv 4.7; 8.34 — e o temor do Senhor.
18. Estimulando o aconselhado a planejar “caminhos retos para os pés”
e a não se desviar deles — Pv 4.26,27.

IV. EXPLORAÇÃO

Diz respeito à habilidade do conselheiro coletar (cavar, minar, escavar, examinar,


esquadrinhar, sondar) informações (dados) sobre a vida do aconselhado de sorte que seja
capaz de diagnosticar a natureza real do problema.

A. Relevância
1. Diagnosticar o problema para dar o remédio certo. Vida ou morte. Pv 18.21
2. O prudente atento para os seus passos — Pv 14.8+15.

B. Como explorar e obter lnformações?


1. usando a folha de informações pessoais (FIP).
2. Tomando notas na folha de anotações.
3. Ouvindo atenta e ativamente as palavras expressões não verbais do aconselhado.
 Ao ouvir as palavras pergunte a si mesmo: “O que ele está querendo dizer?”
 Atente para as experiências (perdeu o emprego), fatos.
Atente para o comportamento (o que fez ou não fez).
Atente para os sentimentos (associados ao comportamento ou aos fatos).
 Ao ouvir o comportamento no verbal, observe e interprete o que
o aconselhado está dizendo através da expressão facial.
o Movimento do corpo
o Tom de voz
o Respostas fisiológicas do sistema nervoso autônomo (tics, suor, lábios
secos, mão úmida, tremores, bochecha vermelha, voz trêmula).

D. O comportamento não verbal.


 Confirma ou repete o que esta sendo dito - Ex. olhos brilhando quando você fala
algo, lágrimas, tensão facial.
 Nega ou confunde - Ex. sorriso de ira
 Farta ccc ou enfatiza
Ex. coloca as mios na cabeça — “Oh não, eu nunca poderia fazer isto!”
 Controla ou regula o que está acontecendo - Ex. franzir a testa quando alguém faz
algo

Elementos do aconselhamento bíblico de caminhada - 12


Como interpretar o comportamento não verbal?
No se prenda a um único detalhe, mas junte os dados para interpretá-los em conjunto.

4. Utilizando estimulantes verbais e mio verbais.


a. Verbais “Hum - Hum”
‘‘Certo! ’’
“Entendo! ”
“E então”
“Fale mais a respeito...”
“Continue”
“Sei”
b. Não verbais - silêncio acompanhado de expressões faciais de empatia,
interesse, respeito, sorriso, balançar a cabeça, etc.
5. Fazendo perguntas corretamente.

a. Abrangência

O homem total, através de exploração intensiva e extensiva.

Amigos

Família

Igreja

Lazer
Família
Devocional

etc.

Extensiva Intensiva/núcleo

1) Exploração extensiva - todas as áreas da vida.

2) Exploração intensiva – concentrando-se numa área ou ponto específico.

b. Tipos de perguntas

1. Perguntas abertas — são aquelas que buscam mais do que uma palavra (sim
ou não) como resposta. Estas devem ser usadas freqüentemente.
Exemplos:
- Como posso ajudá-lo?
- O que você mais aprecia em sua esposa?
- Quem? (fechada)
- Quando? (fechada)
- Para que?
- Fico imaginando se você não se sentiria tão importante para Deus ocupando
uma função que não lhe trouxesse o reconhecimento que esta traz.
- Eu me pergunto se você está realmente engajado em resolver seu problema.
- Você poderia fazer uma avaliação do seu desempenho como líder do grupo?
Elementos do aconselhamento bíblico de caminhada - 13
2) Perguntas fechadas - devem ser usadas esporadicamente, quando o conselheiro
precisa esclarecer um assunto através de um dado específico ou para confirmar.
Exemplos - Estou certo que .... você concorda com ... sim / não
- Quantos comprimidos você tomou?
- Quando foi a última vez que você teve o problema?
- Você quer de fato fazer a vontade de Deus?
- Quem?

c. Fatores que prejudicam a obtenção de dados através das perguntas e que devem ser
evitados. Ao fazer perguntas EVITE.

1) A impressão de que o aconselhado está sendo interrogado (tribunal).


2) Fazer uma série de perguntas de uma vez. Faça apenas uma pergunta, sumarizando
o seu conteúdo antes de fazê-la.
3) Perguntas insinuantes que farão o aconselhado pensar que você está do lado de
alguém contra ele. Mostre que você está do lado de Deus.
4) Perguntas irrelevante que apenas servirão para satisfazer a sua curiosidade.
5) O uso de “Por que?”
Use “Por que?” na hora certa, depois que tiver dados suficientes para definir uma
situação.

D. Refletindo as palavras do aconselhado


Refletir de nodo que venha a expandir e tornar claro o que esta dizendo.

1. Há três maneiras de refletir as palavras do aconselhado.

a. Papagaeando — ecoando as palavras, substituindo o eu por você.


“Eu tenho um problema sério na minha vida”
“Você tem um problema sério na sua vida”

b. Parafraseando — interpretando as palavras do aconselhado


“Eu tenho um problema sério na minha vida”
“Você está encontrando dificuldade em lidar com uma área da sua vida”

c. Sumarizando — Interpretando e expandindo as palavras do aconselhado. –


“Eu tenho um problema sério na minha vida”
“Você está dizendo que tem encontrado dificuldade em lidar com alguma
área da sua vida, que é algo muito importante para você, e isto o tem levado a
procurar ajuda de modo que o problema possa ser ‘tratado”
“O que estou ouvindo você dizer é
“Estou percebendo que você..."
“Aparentemente você

Elementos do aconselhamento bíblico de caminhada - 14


Ao refletir as palavras do aconselhado.

 Você mostra que entende o que ele diz, e ele o corrige se estiver errado,
 Você mostra que o está ouvindo.
 Você ajuda o aconselhado a organizar e cristalizar sua perspectiva do problema.
 Você estimula a exploração de temas relevantes ao aconselhado. Você obtém
informações dc um aconselhado que pode estar nervoso, de maneira não
ameaçadora.
 Você evita que o aconselhado tente escapar por una tangente e controle a
sessão.

D. Refletindo acuradamente os sentimentos do aconselhado,

“Minha esposa fica pegando no meu pé o tempo todo dizendo — Por que você não
disciplina os seus filhos, por que você, por que ...?
“Se a minha esposa agisse assim comigo provavelmente eu ficaria bem irado com ela. ”

Ao refletir os sentimentos do aconselhado.

1. Você facilita a obtenção de informações.

2. Você ajuda o aconselhado a conscientizar-se de seus próprios sentimentos e a expressá-


los biblicamente dirigidos.

3. Você demonstra que entende o aconselhado.

E. Usando tarefas práticas que fornecerão informações relevantes sobre cada área da
vida do aconselhado.
1. Listas
2. Cartões com anotações
3. Diários
4. Exames médicos
5. Outras

F. Consultando pessoas que possam dar informações com o consentimento do


aconselhado. 1. Família
2. Amigos
3. Pastor
4. Médico
5. Colegas de trabalho

Elementos do aconselhamento bíblico de caminhada - 15


V. ENTENDIMENTO

Refere—se à habilidade do conselheiro interpretar para si e para o aconselhado a natureza


do problema.

A interpretação deve ser.

A. Bíblica
O conselheiro deve ser capaz de ver o problema do ponto de vista de Deus e não de um
sistema psicológico (Freudiano, Rogeriano, etc.). Da mesma forma, o aconselhado precisa
interpretar o problema a partir da perspectiva bíblica. O conselheiro deve tomar cuidado
com preconceitos culturais ou de treinamento para que não determinem as suas
conclusões acerca do problema.

B. Dinâmica
O conselheiro deve retratar para o aconselhado uma perspectiva bíblica do problema.

C. Acurada
A interpretação deve ser baseada nos dados oferecidos pelo aconselhado à luz do ensino
escriturístico.

D. Clara
Um problema é claro quando é visto em termos das experiências, comportamento e
sentimentos do aconselhado e de como estes se relacionam ao problema.
Um problema pode ter vários níveis.
1. Físico
2. Emocional
3. Conceitual — o que o aconselhado pensa sobre o problema
4. Objetivo — os fatos
5. Habitual — quando o problema do aconselhado é um hábito

E. Útil
Em que maneira a percepção do problema aponta algum tipo de ação que leve a mudanças
no comportamento. Como tal interpretação ajudaria o aconselhado a tratar do problema
na prática? Em outras palavras, a interpretação ajudou a classificar a situação problemática
e trouxe sugestões práticas de tratamento?
Ajudou o aconselhado a descobrir coisas importantes a respeito de si mesmo e as
implicações daquilo que está fazendo?
Um pesquisador disse que o aconselhado não irá entender seus problemas até que
aja. Por exemplo, pessoas que têm dificuldades de relacionamento com outros evitam
contato mais profundo com as pessoas. Ao terem uma tarefa de envolveren-se mais
profundamente com outros poderão identificar suas inadequações sociais e trabalhar no
problema a partir do procedimento lógico.

Elementos do aconselhamento bíblico de caminhada - 16


IV. ENSINO

Refere—se habilidade de instruir o aconselhado.


“Aconselhamento e a instrução habilidosa do conselheiro ao aconselhado.
“O ensino do sábio é fonte de vida para que se evitam os laços da morte. ” Pv 13.1
Toda a Escritura é útil para o ensino. Este deve ser.

A. Bíblico
O aconselhado precisa aprender o padrão de Deus para a sua vida; Is 55.8.

B. Relevante
Deve ir ao encontro das necessidades do aconselhado.

C. Atraente
O conselheiro deve mostrar entusiasmo.

D. Prático
Deve apontar maneiras de ser colocado em prática.

E. Específico
Deve atingir uma determinada área de cada vez.

F. Criativo
O conselheiro deve utilizar diferentes procedimentos didáticos, tais como. Dramatização,
audiovisuais, lousa, etc.

G. Acurado
O conselheiro deve basear sua instrução na exegese cuidadosa de textos bíblicos. “Texto
fora de contexto é pretexto”.

H. Organizado
Se for necessário, o conselheiro deve usar esboços ou breves artigos sobre o assunto a ser
tratado. Por exemplo. Divorcio.

I. Abrangente
É preciso que o conselheiro transmita todo o conselho de Deus ao homem como um todo.
(Abranger todos os aspectos da vida do aconselhado).
J. Persuasivo
A força maior atrás da persuasão é uma vida sábia — Pv 16.21,23
“O que você é troveja to alto que não posso ouvir o que você diz.”

K. Adequado
O conselheiro precisa tomar cuidado para no presumir que o aconselha d sabe coisas que
não sabe, bem como frear o impulso de dar uma palestra sobre o assunto do problema.

Elementos do aconselhamento bíblico de caminhada - 17


VII. EXERCÍCIO (Tarefas práticas)

Refere-se à aplicação (ou implementação) da instrução bíblica no viver diário do


aconselhado.

A. Relevância
◊ Deus tem uma resposta para o meu problema.
◊ Há princípios absolutos que funcionam na prática.
◊ A sabedoria consiste em fazer, não apenas conhecer - Mt 7.24—27.
Exemplo em Provérbios. • “Agora pois faze isto filho meu” (6.3)
• “Todos os teus caminhos sejam retos” (4.26)

B. Benefícios de boas tarefas práticas


1. Estabelece um padrão para a ação e mudança.
2. Aclara expectações. (J. Adams — MCC, p.261)
3. Elimina a necessidade do conselheiro profissional.
4. Ajuda a obter informações.
5. Mantém MOMENTUM entre as sessões de aconselhamento.
6. Abrevia o tempo do aconselhamento (o período).
7. Força o conselheiro e o aconselhado a serem específicos e concretos.
8. Serve de medida para avaliar o entendimento e o progresso do aconselhado. (J. Adams
— MCC, p.284)
9. Falha nas tarefas práticas apresenta uma oportunidade para a obtenção de informações
para avaliação e exortação.
10. Diminui a dependência que o aconselhado tem do conselheiro.
11. Oferece um excelente ponto de partida para cada sessão.
12. Constrói confiança no aconselhado à medida que descobre a solução de Deus para os
seus problemas.
13. Promove transformação bíblica e permanente, pois força o aconselhado a implementar
e praticar a Palavra de Deus.
14. Torna-se um manual de solução de problemas que pode ser usado no futuro.
15. Fornece material com o qual o aconselhado pode ajudar outras pessoas.

C. Natureza de boas tarefas práticas

1. São bíblicas - estão de acordo com as Escrituras — 2 Tm 3.15-16.


2. São específicas - esteja certo de que o aconselhado entende as tarefas. O quê?
Como? Quando fazer as tarefas?
3. São executáveis - pergunte-se “Como fazer isto?” Mt 28.19; Jo 4.16; Lc 3.7—14; Mc
10.17—22.
4. São flexíveis
a. O que você dá?
Alguns aconselhados tem dificuldade para ler. Dá-lhes uma fita para ouvir.
b. Como dar?
Tapes, leituras...
c. Quando dar?
Cuidado para não dar demais, nem de menos.
5. São verificáveis - supervisione, cobre — Lc 10.1—20.

Elementos do aconselhamento bíblico de caminhada - 18


D. Tipos de tarefas práticas

1. Listas
2. Estudos bíblicos
3, Atividades
4. Diários
5. Fichas de material de leitura
6. Planejamentos e avaliações
7. Tarefas de verificação (check ups), registros

E. Sugestões para o conselheiro

1. Estabeleça uma agenda.


2. Identifique o que tem de ser despojado e revestido de modo concreto.
3. Desenvolva uma estratégia para o aconselhado vencer as tentações.
4. Exercite sua criatividade ao máximo nas tarefas práticas.
5. Trace projetos que sejam controlados pelo padrão bíblico.
6. Utilize projetos apropriados à pessoa e ao problema.
7. Passe projetos durante a sessão (ajuda a não esquecer no final).
8. Condicione a continuação do tratamento ao cumprimento das tarefas práticas.
9. Verifique cuidadosamente, branda e pacientemente por que o aconselhado falhou em
cumprir as tarefas.
a. Motivação
b. Foram além da capacidade do aconselhado
c. Não foram concretas
d. Não estava na hora de tratar daquele assunto
e. O aconselhado não está levando o aconselhamento a serio.
f. O aconselhado não concorda com a sua abordagem.

VIII. ENCAMINHAMENTO

Refere-se à habilidade do conselheiro terminar o aconselhamento.


Sinais que indicam o tempo de terminar o aconselhamento.
A. O aconselhado já sabe andar sozinho no caminho da sabedoria - Pv 4.11.
B. O aconselhado foi transformado.
C. O aconselhado tem a sabedoria como o alvo dominante da sua vida - Rm 8.29.
D. Todas as áreas foram tratadas — Tg 1.4; 1 Ts 5.24.

EXISTE FIM PARA O PROCESSO DE ACONSELHAEMNTO?

Sim, para a relação de ajuda formal, em que conselheiro e aconselhado se encontraram


regularmente durante um certo tempo com a finalidade de caminharem juntos.

Nessa relação, o momento de parar chega quando o aconselhado se transforma em


conselheiro. É quando ele é capaz de fazer, consigo e com os outros, o que o conselheiro
fez por ele todo esse tempo. Ele já sabe acolher-se, atender-se, observar-se, escutar-se e
assim por diante. Ele é capaz de identificar seus próprios sentimentos e as razões pelas
quais os experimenta. Ele já sabe qual é sua parcela de responsabilidade em cada situação
Elementos do aconselhamento bíblico de caminhada - 19
e age para mudar, sempre, para melhor. Apresenta a relação de ajuda estabelecida consigo
mesmo e com os outros. Ele será a pessoa essencialmente humana que Powell define como
aquela capaz de manter o equilíbrio entre sua “interioridade” e a sua “exterioridade”:

Interioridade - na medida em que vive em níveis profundos de auto aceitação;


Exterioridade - na medida em que sintoniza com o outro em alto grau de empatia.

Ela será a pessoa plena: que sabe, ao mesmo tempo, escutar os caminhos do coração e
decidir, a cada momento, se deve ou não segui-los conforme a Bíblia. Ele será a pessoa
madura que se permite sentir tudo que é seu e, ao mesmo tempo, discriminar quais
sentimentos devem ser transformados em ação e quais devem ser transformados em
sentimentos bíblicos. Acima de tudo, ele será a pessoa inteira, capaz de reformular, a cada
dia, sua própria direção, sendo seu próprio conselheiro e o conselheiro daqueles que os
rodeiam.

Afinal, há uma coisa que todos podem fazer sem limitações: crescer, sempre crescer –
orientados por Deus, Jesus Cristo e pelo Espírito Santo tendo a Bíblia como bússola.

“O momento de se iniciar uma vida autêntica e de abandonar a traição e a alienação


está sempre presente.
Não importa o quão arraigada está uma pessoa no mundo da outra, o quanto ela
racionaliza, analisa e intelectualiza.
Não importa o quanto está submersa nos padrões, valores e objetivos do sistema,
ela ainda pode, no momento seguinte, decidir alterar todo o curso de sua vida.
Ela ainda pode tornar-se aquilo que realmente é, criando sentidos e valores e
desenvolvendo potencialidades coerentes com seu próprio eu.
Ninguém pode lhe roubar isso. E, a ninguém em particular, pode-se predizer o que o
indivíduo fará.
Independentemente de seu passado, em qualquer situação, a pessoa pode escolher
ativar as verdadeiras direções do seu eu.
É verdade, para todo indivíduo, que ele pode, a qualquer momento, escolher tornar-
se ele mesmo, que é a única maneira de se viver uma vida autêntica. ”
Clark Moustakas

A vida só pode ser entendida olhando-se para trás.


Mas só pode ser vivida olhando-se para frente.
Søren Kierkegaard

Elementos do aconselhamento bíblico de caminhada - 20


SE NÃO QUISER ADOECER...

.... Tome decisão.


A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula
problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é
preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas
indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

.... Busque soluções.


Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a
lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor ó acender o fósforo que lamentar a
escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que
pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.

.... Não viva de aparências.


Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem,
quer mostrar-se perfeito, bonzinho, etc.… está acumulando toneladas de peso... uma
estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e
fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a
dor.
.... Aceite-se.
A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós
mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são
invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito,
aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.

.... Confie.
Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames, vínculos
profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A
desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

.... Não viva sempre triste.


O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa
alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. O bom humor nos salva das mãos do
doutor. Alegria é saúde e terapia. Dr. Drauzio Varela

* * ** * ** * ** * ** * ** * * * * ** * ** * ** * ** * ** * ** * ** * ** * ** * ** * ** * *

Enganar-se a respeito da natureza do amor é a mais espantosa das perdas.


É uma perda eterna, para a qual não existe compensação nem no tempo nem na
eternidade: a privação mais horrorosa, que não é possível recuperar nem nesta vida... nem
na futura!
Ame profunda e apaixonadamente.
Você pode sair ferido, mas essa é a única maneira de viver a vida completamente.
Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente.
Não ousar é perder-se.

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