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UNIVERSIDADE GREGÓRIO SEMEDO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E NOVAS TECNOLOGIAS

CURSO DE ENGENHARIA INFORMÁTICA

TRABALHO DE TÉCNICA DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO

TEMA:
FORMAS DE TRATAMENTO DA LINGUA
PORTUGUESA E O SEU USO NO CONTEXTO
ANGOLANO

Angola-Luanda
Indice
Introdução....................................................................................................................................3

Formas de Tratamento.................................................................................................................4

Função..........................................................................................................................................5

Aplicação......................................................................................................................................6

O uso das formas de tratamento..................................................................................................6

Formas de Tratamento e Endereçamento....................................................................................7

Autoridades Universitária.........................................................................................................7

Autoridades Judiciárias............................................................................................................8

Autoridades Militares...............................................................................................................8

Autoridades Eclesiásticas.........................................................................................................9

Autoridades Civis......................................................................................................................9

Concordância com os pronomes de tratamento........................................................................10

Concordância de gênero.........................................................................................................10

Concordância de pessoa.........................................................................................................10

Abreviatura das formas de tratamento......................................................................................11

Vantagens do uso das formas de tratamento.............................................................................11

Desvantagens do uso das formas de tratamento.......................................................................11

Uma introspeção do contexto actual das formas de tratamento em Angola.............................11

Conclusão...................................................................................................................................13

Referências.................................................................................................................................14

2
Introdução
As formas de tratamento sempre foram usadas pelos povos desde os tempos
remotos como demostração de reverência diante de superiores e elementos de diferentes
classes sociais, o que não deixa de fora os povos Angola que sempre tiveram na sua
comunicação certas formas de tratamento empregues. Porém foi com a sistematização
que começamos a ver como e quando empregar esse e/ou aquele termo, mas o facto é
que as formas de tratamento não vieram da gramática pelo contrário a gramática foi e é
um meio de sistematiza-la e/ou organiza-la.

Angola foi colonializada pelos portugueses como sabemos, e isso deixou marcas
profundas não só na estrutura física do país, mas também na língua e nos modos como
essa “nova” língua deveria ser falada. Todavia, mesmo depois da era da colonialização
Angola é hoje fortemente influenciada pelo Brasil com a sua “língua” e modo de falar,
embora seja português, isso tem levado a vários erros ou inclinações no nosso falar
diário. Por esta razão, nesse trabalho além de fazermos uma contextualização das
formas de tratamento em Angola vamos primeiramente apresentar os conceitos que nos
permitirá abordar sobre o mesmo no contexto angolano onde notaremos que as formas
de tratamento também têm influência da cultura e que por este motivo podem surgir
novos elementos na gramática.

Formas de Tratamento

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Uma pessoa pode dirigir-se a seu interlocutor de diversas maneiras segundo a
imagem que faz da relação social ou afectiva que os liga no momento em que acontece a
interacção: você, tu, vós, o senhor/a senhora; prezado cliente, caro colega,
companheiro, doutor, senhor, gente, galera. Estas expressões são formas de
tratamento. (Azeredo, 2008:264)

Acrescenta, ainda, que com essas formas um enunciador geralmente fornece a


primeira pista do registo de linguagem no qual pretende situar-se. (Ibid.) Na norma-
padrão europeia, a forma de tratamento seleccionada deve ser a mesma com o mesmo
interlocutor. Neste sentido, é considerado desvio o tratamento do mesmo interlocutor
ora por tu ora por você, empregando indiferentemente as formas pronominais. Por outro
lado, o emprego de – tu – implica, por motivos de concordância, algumas alterações
frásicas diferentes (te, ti, teu, contigo) das que se aplicariam se o pronome usado fosse -
o senhor, você, ele/a (lhe, o/s, a/s, se, si, seu, consigo). Compare-se, a título de
exemplo, a gramaticalidade das frase (160a) e (161a) com a agramaticalidade das frases
(160b) e (161b):
(160) a. [tu] não tens de te preocupar com o que os teus inimigos te dizem;
b. *[tu] não tem de se preocupar com o que os seus inimigos lhe dizem.
(161) a. você não tem de se preocupar com o que os seus amigos lhe dizem;
b. *você não tens de te preocupar com o que os teus amigos te dizem.

A partir da frase (161a), podemos também observar que o pronome você concorda
com formas verbais na terceira pessoa, o que possibilita a sua substituição por o senhor,
ele/a, sua excelência, como se demonstra nas frases (162 a, b, c).
(162) a. o senhor não tem de se preocupar com o que os seus amigos lhe dizem;
b. ele/a não tem de se preocupar com o que os seus amigos lhe dizem;
c. sua excelência não tem de se preocupar com o que os seus amigos lhe dizem.

As formas de tratamento se constituem nos modos pelos quais nos dirigimos às


autoridades, quer por meio de correspondência oficial, quer de forma verbal em atos
solenes.
Inúmeras são as situações em que devemos nos expor ou apresentar os nossos
saberes, perante os outros.

O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga tradição na


Língua Portuguesa.

Exemplos abaixo na tabela.

Publicidade usado para Tratamento Vocativo

ALMIRANTE EXCELÊNCIA Exmo. Sr. Almirante

BRIGADEIRO EXCELÊNCIA Exmo. Sr. Brigadeiro

CÔNSUL Senhoria Ilmo. Sr. Cônsul

CORONEL Senhoria Ilmo. Sr. Coronel

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DEPUTADO Excelência Exmo. Sr. Deputado

EMBAIXADOR Excelência Exmo. Sr. Embaixador

GENERAL Excelência Exmo. Sr. General

GOVERNADOR Excelência Exmo. Sr. Governador

JUIZ Excelência (Meritíssimo Exmo. Sr. Doutor


Juiz)

MAJOR Senhoria Ilmo. Sr. Major

MARECHAL Excelência Exmo. Sr. Marechal

MINISTRO Excelência Exmo. Sr.Ministro

PREFEITO Excelência Exmo. Sr.Prefeito

PRESIDENTE DA REPÚBLICA Excelência Exmo. Sr.Presidente

REITOR DE UNIVERSIDADE MAGNIFICÊNCIA Exmo. Sr.


(Magnífico Reitor)

Função
Quando duas ou mais pessoas conversam, uma pode dirigir-se à outra empregando
um nome ou um pronome, que cumprirão a função de apelar ou chamar a atenção do
interlocutor.

O tratamento é um sistema de significação que contempla diversas modalidades


de dirigir-se a uma pessoa.

Trata-se de um código social que, quando se transgride, pode causar prejuízo no


relacionamento entre os interlocutores.

Por formas de tratamento designamos tanto os termos que se referem ao par


falante/ouvinte, como os vocativos usados para chamar a atenção do destinatário.
As formas de tratamento abrangem tanto os chamados pronomes pessoais de
tratamento quanto as formas nominais, isto é, o uso de nomes próprios, títulos, apelidos
e outras formas nominais que identifiquem a pessoa referida.
A linguagem é um veículo para a interação com outras pessoas, por isso é
utilizada diariamente e, muitas vezes, as pessoas não reconhecem o quanto ela é
importante. Como não se pode desvincular a linguagem da sociedade, é preciso
conhecer o conjunto de normas que regulam o comportamento adequado dos membros
de um meio social. Por isso cada sociedade estabelece regras que regulam esses
comportamentos.

5
As formas de tratamento fazem parte dessas regras sociais que sancionam
determinados comportamentos como adequados ou inadequados.
Quando duas ou mais pessoas conversam, uma pode dirigir-se à outra empregando
um nome ou um pronome, que cumprirão a função de apelar ou chamar a atenção do
interlocutor. O tratamento é, pois, um sistema de significação que contempla diversas
modalidades de dirigir-se a uma pessoa.

Com efeito, as formas de tratamento abrangem tanto os chamados pronomes


pessoais de tratamento quanto as formas nominais, isto é, uso de nomes próprios,
títulos, apelidos e outras formas nominais que identifiquem a pessoa referida.

Aplicação
Normalmente, as sociedades estão divididas hierarquicamente, por isso o
tratamento que recebe um membro da sociedade depende do papel que desempenha e de
suas características: idade, sexo, posição familiar, hierarquia profissional, grau de
intimidade, etc. Sendo assim, cada qual deve tratar o outro de acordo com as posições
relativas que ambos ocupam na escala social. É considerado descortês o fato de uma
pessoa se dirigir a um superior hierárquico com excessiva familiaridade. Caso esse fato
ocorra, o superior poderá imaginar que o interlocutor deseja algum favor ou que,
habitualmente, transgride as normas sociais. Da mesma forma, é inadequado dirigir-se a
um amigo íntimo de maneira formal. Se de fato ocorrer, pode ser um claro sinal de
desejo de distanciamento da relação amistosa ou de artificialidade no comportamento
social.

Estabelecemos quatro níveis para essas formas de tratamento, a saber:


1. Formas pronominalizadas, isto é, palavras e expressões que equivalem a
verdadeiros pronomes de tratamento, como as formas você, o senhor, a senhora.
2. Formas nominais, constituídas por nomes próprios, nomes de parentesco, nomes
de funções (como professor, doutor, etc.).
3. Formas vocativas, isto é, palavras desligadas da estrutura argumental do
enunciado e usadas para designar ou chamar a pessoa com quem se fala.
Normalmente, essas são acompanhadas por pronomes pessoais explícitos ou
implícitos.
4. Outras formas referenciais, isto é, palavras usadas como referência à pessoa de
quem se fala.

O uso das formas de tratamento


É a expressão linguística da estrutura que vigora em um determinado meio social.
O emprego dos tratamentos não depende propriamente do sistema linguístico, mas da
forma como a sociedade está organizada. Sabemos que a sociedade está sujeita a
mudanças.

No nosso pais houve profundas mudanças na sociedade, especialmente em relação


à liberação dos costumes. É evidente que os tratamentos acompanharam essas mudanças

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e reflectem os costumes mais liberais que vêm caracterizando a sociedade Angolana nos
últimos tempos.

Formas de Tratamento e Endereçamento


Umas das características do estilo da correspondência oficial e empresarial é a
polidez, entendida como o ajustamento da expressão às normas de educação ou
cortesia.

A polidez se manifesta no emprego de fórmulas de cortesia (“Tenho a honra de


encaminhar” e não, simplesmente, “Encaminho…”; “Tomo a liberdade de sugerir…”
em vez de, simplesmente, “Sugiro…”); no cuidado de evitar frases agressivas ou
ásperas (até uma carta de cobrança pode ter seu tom amenizado, fazendo-se menção, por
exemplo, a um possível esquecimento…); no emprego adequado das formas de
tratamento, dispensando sempre atenção respeitosa a superiores, colegas e subalternos.

No que diz respeito à utilização das formas de tratamento e endereçamento, deve-


se considerar não apenas a área de atuação da autoridade (universitária, judiciária,
religiosa, etc.), mas também a posição hierárquica do cargo que ocupa.

Vejamos o quadro a seguir, que agrupa as autoridades Universitárias, Judiciárias,


Militares, Eclesiásticas, Monárquicas e Civis; apresenta os cargos e as respectivas
formas de tratamento (por extenso, abreviatura singular e plural); Indica o vocativo
correspondente e a forma de endereçamento.

Autoridades Universitária
Cargo ou Função Por Extenso Abreviatura Abreviatura Vocativo Endereçamento
Singular Plural
Reitores Vossa V. Mag.ª ou V. Mag.asou V. Magnífic Ao Magnífico
Magnificênci V. Maga. V. Magas. ou o Reitor Reitor ou Ao
a ou Vossa Exa. ou V. V.Ex.as ou ou Excelentíssimo
Excelência Ex.ª V.Exas. Excelentí Senhor Reitor
ssimo Nome Cargo
Senhor Endereço
Reitor

Vice-Reitores Vossa V.Ex.ª, ou V.Ex.as ou V. Excelentí Ao


Excelência V.Exa. Exas. ssimo Excelentíssimo
Senhor Senhor Vice-
Vice- Reitor Nome
Reitor Cargo Endereço
Assessores Pró- Vossa V.S.ª ou V.Sa. V.S.as ou Senhor + Ao Senhor
Reitores Diretores Senhoria V.Sas. cargo Nome Cargo
Coord. de Endereço
Departamento

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Autoridades Judiciárias

Abreviatura Abreviatura
Cargo ou Função Por Extenso Vocativo Endereçamento
Singular Plural
Auditores Curadores
Defensores Públicos
Desembargadores
Excelentíssi Ao Excelentíssimo
Membros de V.Ex.ª ou V.V.Ex.as ou V.
Vossa Excelência mo SenhorSenhor Nome
Tribunais Presidentes Exa. Exas.
+ cargo Cargo Endereço
de Tribunais
Procuradores
Promotores
Meritíssimo
Ao Meritíssimo
Senhor Juiz
Meritíssimo JuizM.Juiz ou Senhor Juiz ou Ao
ou
Juízes de Direito ou VossaV.Ex.ª, V.V.Ex.as Excelentíssimo
Excelentíssi
Excelência Exas. Senhor Juiz Nome
mo Senhor
Cargo Endereço
Juiz

Autoridades Militares

Cargo ou Abreviatura Abreviatura


Por Extenso Vocativo Endereçamento
Função Singular Plural

Oficiais
Ao Excelentíssimo
Generais Vossa V.Ex.ª ou V.V.Ex.as, ou V.Excelentíssimo
Senhor Nome
(até Excelência Exa. Exas. Senhor
Cargo Endereço
Coronéis)

Outras Vossa V.S.as ou V. Ao Senhor Nome


V.S.ª ou V. Sa. Senhor + patente
Patentes Senhoria Sas. Cargo Endereço

Autoridades Eclesiásticas

Cargo ou Abreviatura Abreviatura


Por Extenso Vocativo Endereçamento
Função Singular Plural
A Sua Excelência
V.Ex.ª Rev.maV.Ex.as
Vossa Excelência Excelentíssimo Reverendíssima
Arcebispos ou V. Exa.Rev.mas ou V.
Reverendíssima Reverendíssimo Nome Cargo
Revma. Exas. Revmas.
Endereço
Bispos Vossa ExcelênciaV.Ex.ª Rev.maV.Ex.as Excelentíssimo A Sua Excelência
Reverendíssima ou V. Exa.Rev.mas ou V.Reverendíssimo Reverendíssima
Revma. Exas. Revmas. Nome Cargo

8
Endereço
V.Em.as, V.
Vossa EminênciaV.Em.ª, V. Eminentíssimo A Sua Eminência
Emas. ou
ou VossaEma. ou V.Em.ª Reverendíssimo Reverendíssima
Cardeais V.Emas
Eminência Rev.ma, V. ou EminentíssimoNome Cargo
Rev.mas ou V.
Reverendíssima Ema. Revma. Senhor Cardeal Endereço
Emas. Revmas.
Ao
Vossa V. Rev.ma ouV. Rev.mas V.Reverendíssimo Reverendíssimo
Cônegos
Reverendíssima V. Revma. Revmas. Cônego Cônego Nome
Cargo Endereço
Ao
Vossa V. Rev.ma ouV. Rev.mas ouReverendíssimo Reverendíssimo
Frades
Reverendíssima V. Revma. V. Revmas. Frade Frade Nome Cargo
Endereço

Autoridades Civis

Abreviatura Abreviatura
Cargo ou Função Por Extenso Vocativo Endereçamento
Singular Plural
Chefe da Casa Civil
e da Casa Militar
Cônsules
Deputados
Embaixadores
Governadores
Excelentíssi Ao Excelentíssimo
Ministros de Estado Vossa V.Ex.ª ou V.V.Ex.as ou V.
mo Senhor +Senhor Nome Cargo
Prefeitos Excelência Exa. Exas.
Cargo Endereço
Presidentes da
República
Secretários de
Estado Senadores
Vice-Presidentes de
Repúblicas
Demais autoridades
não contempladas V.S.as ou V.Senhor +Ao Senhor Nome
Vossa Senhoria V.S.ª ou V. Sa.
com tratamento Sas. Cargo Cargo Endereço
específico

Concordância com os pronomes de tratamento:


Concordância de gênero

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Vossa Senhoria está sendo convidado (homem) a assistir ao III Seminário da
FALE.
Vossa Excelência será informada (mulher) a respeito das conclusões do III
Seminário da FALE.

Concordância de pessoa
Embora tenham a palavra “Vossa” na expressão, as formas de tratamento exigem
verbos e pronomes referentes a elas na terceira pessoa:
Vossa Excelência solicitou…
Vossa Senhoria informou…
Temos a satisfação de convidar Vossa Senhoria e sua equipe para… Na
oportunidade, teremos a honra de ouvi-los…
A pessoa do emissor
O emissor da mensagem, referindo-se a si mesmo, poderá utilizar a primeira
pessoa do singular ou a primeira do plural (plural de modéstia).

Não pode, no entanto, misturar as duas opções ao longo do texto:


Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência…
Temos a honra de comunicar a Vossa Excelência…
Cabe-me ainda esclarecer aVossa Excelência…
Cabe-nos ainda esclarecer a Vossa Excelência…
Emprego de Vossa (Excelência, Senhoria, etc.) Sua (Excelência, Senhoria,
etc.)
Vossa (Excelência, Senhoria, etc.), é tratamento direto – usa-se para dirigir-se
a pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a correspondência (equivale a
você): Na expectativa do atendimento do que acaba de ser solicitado, apresento a Vossa
Senhoria nossas atenciosas saudações.
Sua (Excelência, Senhoria, etc.): em relação à pessoa de quem se fala
(equivale a ele fala): Na abertura do Seminário, Sua Excelência o Senhor Reitor da
UGS falou sobre o Plano Estratégico.

Abreviatura das formas de tratamento


A forma por extenso demonstra maior respeito, maior deferência, sendo de rigor
em correspondência dirigida ao Presidente da República. Fique claro, no entanto, que
qualquer forma de tratamento pode ser escrita por extenso, independentemente do cargo
ocupado pelo destinatário.

Vantagens do uso das formas de tratamento


1. A pessoa que usa correctamente as formas de tratamento demostra ser cortez.
2. Essa pessoa cria ou mantém para si uma face positiva
3. Essa pessoa facilita a comunicação com o alocutor pelo facto de trata-lo como se
deve.
4. A pessoa pode alcancar o seu objetivo com a comunicação de forma normal e
simplificada.

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Desvantagens do uso das formas de tratamento
Diferente das vantagens, o não uso ou o uso inadequado das formas de tratamento
gera certas desvantagens tais como algumas mencionadas abaixo:

1. A pessoa que usa não as formas de tratamento demostra ser descortez.


2. Essa pessoa cria ou mantém para si uma face negativa.
3. Essa pessoa complica ou impossibilita a comunicação com o alocutor pelo facto
de trata-lo sem cortesia.
4. Dificuldade por parte do interlocutor em alcancar o seu objetivo com a
comunicação.

Uma introspeção do contexto actual das formas de


tratamento em Angola
Até antes das linhas que se seguem, procuramos apresentar o que é de comum no
que toca as formas de tratamento da lingua portuguesa sendo que, nosso objectivo é
descrever os conceitos para que haja um fundamento do tema em desenvolvimento que
agora prentendemos trazer Angola de modo particular, a maneira como se usam as
formas de tratamento da lingua portuguesa.

O domínio colonial de Angola desencadeou um processo de aculturação que


implicou a destruição em larga escala das estruturas económicas e sociais dos povos
colonizados (Cabral, 2005: 45-46) e, juntamente, a imposição da língua portuguesa
sobre as línguas autóctones (nativos), que, no entanto, subsistiram nas regiões mais
interiores do território, afastadas dos grandes centros urbanos, onde o português se
impôs como língua oficial no território colonizado, não chegando, porém, a todos os
estratos da população e ficando, quase até à actualidade, praticamente confinado,
primeiro ao litoral e, depois, aos grandes centros urbanos.

Passados quase quarenta anos sobre a Independência de Angola, a real situação do


português neste país e a dimensão exacta dos efeitos do prolongado contacto linguístico,
não com uma, mas com várias línguas, em simultâneo, continuam a ser pouco
conhecidas, em grande parte devido à falta de estudos sistemáticos. Efectivamente, se,
de uma maneira geral, a situação do português em África é mal conhecida, no caso de
Angola, a ausência de trabalhos de índole descritiva sobre o português aí falado é ainda
mais sensível.

Pode parecer que foi apenas a colonialização ou a falta de trabalhos descritivos


que prejudica ou prejudicou os angolanos, mas existem outros factores politicos o que
outros autores sustentam dos quais não sustentaremos nesse trabalho por não ser o foco,
porém a influênçia do Brazil pela televisão por exemplo também acaba deixando os
angolanos meio que perdidos por causa do modo como esse povo usa a lingua.

No nosso corpus, foi possível observar muitos casos em que, contrariamente à


norma-padrão, o pronome – você – co-ocorre, no mesmo enunciado, com
formas verbais e com formas de pronomes pessoais e possessivos da segunda
pessoa do singular. É o que apresentamos nos seguintes enunciados, extensos para se

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observar a falta de coesão das formas verbais e dos possessivos em diferentes orações.
Note-se que estes enunciados foram proferidos maioritariamente por pessoas cultas.

Ei-los:

(163) a. *você tem motivos suficientes para votar na Organização partidária no dia
trinta e um de Agosto deste mês // vote no número # / porque é de facto a voz da
liberdade // […] estou a contar consigo / porque a Organização merece o teu voto //
[TPA1, Campanhas Eleitorais, 28.08.2012]

(164) a. *você que é da Organização política […] não pode perder tempo com
palhaçadas / com discussões que não têm nexo // você deve ser um exemplo / você deve
votar na bandeira // todo e qualquer militar sabe-o perfeitamente // o que se jura é a
bandeira // então não é o nome da pessoa que deve te atrapalhar // [TPA1, Campanhas
Eleitorais, 25.08.2012]

Como se pode verificar, no enunciado (163a) o falante trata explicitamente o


destinatário por – você, pronome que concorda com formas da terceira pessoa, e assim
segue na maior parte do seu enunciado (tem, vote, consigo), chegando, porém, a
empregar o possessivo da segunda pessoa – teu.

No enunciado (164a), o falante começa por tratar o destinatário por – você.


Enfatiza o pronome mais duas vezes e faz concordar as formas verbais com o referido
pronome. Já no final, chega, contudo, a empregar o clítico – te, que, além de não poder
concordar com – você – se encontra numa posição diferente daquela em que devia
aparecer na norma europeia.

Conclusão
A boa saúde da cortesia e a comunição para com diferentes tipos de pesoas sociais
e entidades ainda têm uma vasta dependência das boas formas de tratamentos, o que tem
sido sutilmente eliminada por conta da aculturação e a modernização predominante nas
regiões em que o desenvolvimento é acompanhado pela diversificação de culturas e
raças de maneira direita ou indireitamente.

No caso de Angola, pelo tempo que tem de independênçia e de paz da guerra civil,
ainda é notório um fraco progresso na aplicação das formas de tratamento da lingua
portuguesa, situção que demostra-se perduaradoura através da aculturação e certas
influências que velam mais para o desencorajamento na sua aplicação quando dever-se-
ia envestir num estudo profundo da lingua portuguesa a fim de se resgatar as formas e a
cortesia de taratamento que auxiliam na demostração de uma personalidade classica e
culta da pessoa que a usa.

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Referências
Gramatica Moderna de Lingua Portuguesa 2ª Edição-Escolar Editora

Fonte: secretary.com.br/seeplu.galeon.com/www.pucrs.br

Tratamento morfossintáctico de expressões e estruturas frásicas do português em angola

Tese apresentada à Universidade de Évora para obtenção do Grau de Doutor em


Linguística
Especialidade: Linguística Portuguesa
Paulino Soma Adriano
DIVERGÊNCIAS EM RELAÇÃO À NORMA EUROPEIA

www.wikipedia.com

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