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Art. 1º, Lei 7347/85. Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação
popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:
l - ao meio-ambiente;
ll - ao consumidor;
III - a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
V - por infração da ordem econômica;
VI - à ordem urbanística.
VII - à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
VIII - ao patrimônio público e social. (Incluído pela Lei nº 13.004, de 2014)
§ Ú. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam
tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço -
FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser
individualmente determinados.
Art. 21, Lei 7347/85. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos,
coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que
instituiu o Código de Defesa do Consumidor (Individual Homogêneo).
Art. 4, Lei 7347/85. Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta Lei,
objetivando, inclusive, evitar dano ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao
consumidor, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, à ordem
urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico.
Art. 12, Lei 7347/85. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem
justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.
Art. 300, CPC. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos
que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.
DA COMPETÊNCIA
O Art. 2º, Lei da Ação Civil Pública (Lei 7.347/85) estabelece a regra geral de
competência para as ações que versem sobre interesses difusos e coletivos: “As ações
previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá
competência funcional para processar e julgar a causa”.
c/c O Art. 93, CDC trata da competência para as ações fundadas em interesses
individuais homogêneos, dispondo que: “Ressalvada a competência da Justiça Federal, é
competente para a causa a justiça local:
Caso o dano não tenha ainda ocorrido, a ação terá caráter preventivo, e a
competência será a do local em que há maior potencialidade de o evento danoso
acontecer. Estabelecido que a competência é a do local do dano, é preciso examinar se a
demanda correrá perante a Justiça Estadual ou Federal. Aplicam-se as regras do Art.
109, CRFB. Serão da Justiça Federal as causas que tiverem a participação ou
intervenção da União, ou suas entidades autárquicas, suas fundações públicas ou
empresas públicas.
Há casos em que o dano não atinge uma comarca determinada, mas estende-se
por várias, por toda uma região, por muitos Estados ou por todo o território nacional. O
Art. 93, II, CDC estabelece que, se o dano for de âmbito nacional ou regional, será
competente o foro da capital do Estado ou do Distrito Federal. Esse dispositivo versa
sobre os interesses individuais homogêneos relacionados às relações de consumo. Mas
deve ser aplicado, por analogia, também aos difusos e coletivos, seja qual for o tema
com que se relacionem.
a) se o dano for de âmbito local, a competência será do lugar da sua ocorrência ou onde
poderá ocorrer, sendo absoluta, no caso dos interesses difusos e coletivos, e relativa, no
dos individuais homogêneos;
e) se não houver Justiça Federal na Comarca do local do dano, ou onde a ação civil deva
ser proposta, a competência será da Vara Federal da seção judiciária em que o dano
ocorreu, isto é, a Vara Federal que tenha competência para julgar os casos relacionados
àquela região. O Art. 109, § 3º, CRFB, só atribuiu competência supletiva à Justiça
Estadual na falta da Federal, quando houver lei que o determine, o que não era o caso.
Se não houver Vara Federal no local do dano, a demanda será ajuizada em Vara Federal
da região correspondente.
Art. 16, Lei da Ação Civil Pública: “A sentença civil fará coisa julgada erga
omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for
julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova”.
Restringiu-se a eficácia da sentença aos limites da competência territorial do
julgador. Se um juiz estadual prolatar sentença em ação civil pública, a sua eficácia não
poderá ultrapassar os limites do Estado em que ele exerce a sua função. Isso não se
harmoniza com o sistema de tutela de interesses coletivos lato sensu, e revela um
completo desconhecimento dos mecanismos de tutela coletiva. Embora a competência
do juiz estadual esteja limitada ao Estado em que ele judique, a coisa julgada
poderá estender-se para todos os titulares do interesse violado, estejam ou não
domiciliados naquela unidade da Federação.
Quando a ação versar sobre interesse difuso e coletivo, será impossível limitar a
eficácia da coisa julgada, porque eles são indivisíveis, e a decisão não pode valer para
os habitantes de um Estado e não de outro.
Mas há casos especiais que merecem ser analisados. No Art. 101, I, CDC há
regra
específica para as ações de responsabilidade civil do fornecedor de produtos ou
serviços, que devem ser ajuizadas no foro de domicílio do autor. Embora pareça referir-
se exclusivamente às ações individuais, não há razão para não aplicá-la também às
coletivas.
As ações que versam sobre interesses regulados pelo Estatuto do Idoso serão
ajuizadas no local em que ele tiver domicílio, salvo competência da Justiça Federal ou
dos Tribunais Superiores.
MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA
OBJETO
Art. 3º, Lei 7347/85. A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro
ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.
Tanto que a coisa julgada se estende erga omnes ou ultra partes, não se limitando
apenas aos participantes da ação, coisa que só poderia ocorrer no campo da legitimidade
extraordinária.
Contudo, não nos parece que seja caso de criar, por isso, uma terceira
possibilidade.
a) o Ministério Público;
b) a Defensoria Pública;
c) a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Ferderal;
d) as autarquias, empresas públicas, fundações públicas e sociedades de economia
mista;
e) as associações civis constituídas há mais de um ano e que incluam, entre suas
finalidades institucionais, a proteção ao interesse coletivo objeto da demanda.
O CD, Art. 82, III, ainda atribui legitimidade para “as entidades e órgãos da
administração pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica,
especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este
Código”.
A legitimidade entre os diversos entes é concorrente e disjuntiva.
Concorrente, porque cada um deles pode propor a ação; e disjuntiva, porque não
há necessidade de que eles venham juntos a juízo. Cada um pode fazê-lo
individualmente.
Nada impede que mais de um legitimado proponha ação, em litisconsórcio ativo.
Porém, ele será sempre facultativo, e não necessário.
Mas qualquer das vítimas pode ajuizar ação individual, para postular o seu direito
(nunca a coletiva, buscando o ressarcimento de todas).
Art. 5, Lei 5347/85, Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
V - a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio
público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre
concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará
obrigatoriamente como fiscal da lei.
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos
termos deste artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação
legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa.
§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja
manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela
relevância do bem jurídico a ser protegido.
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da
União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida
esta lei.
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados
compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações,
que terá eficácia de título executivo extrajudicial.