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PROVA ORAL DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO

(Art.º 39.º, n.º 1, alínea a) e n.º 2; do Regulamento Nacional de Estágio)


A- ÁREA TEMÁTICA TEMA
Penas de substituição: existência ou inexistência de
hierarquia legal?
DIREITO/PROCESSO:
X PENAL

B- IDENTIFICAÇÃO DO CASO CONCRETO – Art.º 39.º al. a) do RNE:

X Rel. intervenção n.º 14 Proc. n.º 5316/10.5TALRS

A arguida vinha acusada em coautoria material, na forma consumada de um crime de furto p. e p. pelo
artigo 203º, nº 1 do Código Penal. Foi agendada a audiência de discussão e julgamento em Processo
Comum (Tribunal Singular).
No caso concreto, cumpre saber se o tribunal tendo ao seu dispor mais do que uma espécie de pena de
substituição, previstas no Código Penal, o julgador estará obrigado por uma hierarquia legal a aplicar uma
certa pena substitutiva em detrimento da aplicação de uma outra.

C - POSIÇÕES JURISDICIONALMENTE CONTROVERSAS:


1ª) Jurisprudência que considera, não haver nos normativos legais nada que permita hierarquizar as
penas de substituição. Esta posição, assenta na ideia de que é à prognose do julgador que, face ao caso
concreto, caberá escolher, entre as diversas penas substitutivas previstas no Código Penal, aquela que
considere mais adequada e ajustada à satisfação das finalidades preventivas da punição, não existindo
assim um principio de “hierarquia legal das penas de substituição”. Neste sentido: Acórdão TRP de 10-11-
2010, proc. 171/10.8GHVNG.P1 - in www.dgsi.pt; Acórdão TRP de 06-06-2007, proc. 0710053 - in
www.dgsi.pt;
2ª) Jurisprudência que considera que existe uma hierarquia legal, tendo em conta a natureza e os
pressupostos de cada uma das diferentes penas substitutivas, devendo-se seguir a seguinte ordem de
apreciação na substituição da pena de prisão: 1 – multa (art. 43º C.P); 2 – suspensão da pena (art. 50º CP);
3 – PTFC (art. 58º CP); 4- regime de permanência na habitação (art. 44º CP); 5 – prisão por dias livres (art.
45º CP); 6 – regime de semidetenção (art. 46º CP). Neste sentido: Acórdão TRP de 01-03-2011, proc.
839/10.9GAALQ.L1-5 – in www.dgsi.pt; Acórdão TRP de 20-04-2009, proc. 0817395 - in www.dgsi.pt;
Acórdão TRP de 23-04-2008, proc. 0810055 - in www.dgsi.pt.

D - POSIÇÃO DEFENDIDA PELO CANDIDATO:


O candidato partilha da primeira posição (1ª), pois considera que tendo o julgador ao seu dispor mais do
que uma espécie de pena de substituição (v.g., multa, prestação a favor da comunidade, suspensão da
execução da prisão), são considerações de prevenção especial de socialização que devem decidir qual das
espécies de penas de substituição abstratamente aplicáveis deve ser a eleita. Neste sentido, pode afirmar-
se que não existe em abstrato, pelo menos sob a forma rígida e em via de princípio, uma “hierarquia legal
das penas de substituição”. Só em concreto ela se dá, isto é, em função das exigências de prevenção
especial de socialização que na hipótese se façam sentir e da forma mais adequada de as satisfazer.
E - APRESENTAÇÃO DA QUESTÃO JURIDICA SUBJACENTE AO CASO CONCRETO:
No caso concreto, a arguida não se encontrava no exercício de qualquer atividade profissional, tratando-
se de uma situação ocasional, tinha antecedentes criminais e já lhe tinha sido aplicada pena por outro crime
de idêntica natureza, encontrando-se social e familiarmente inserida.
Com efeito, o candidato é da opinião de que apesar de a arguida já ter sido condenada por outros crimes
de idêntica natureza, o tribunal decidiu por uma pena substitutiva não detentiva, tendo analisado a pena
substitutiva enquanto pena autónoma e somente deve negar a aplicação de uma pena substitutiva quando
a execução da prisão se revele, do ponto de vista da prevenção especial de socialização, necessária ou, em
todo o caso, provavelmente mais conveniente do que aquelas penas; coisa que só raramente acontecerá se
não se perder de vista o já tantas vezes referido carácter criminógeneo da prisão, em especial da de curta
duração. Na sua decisão o tribunal, tendo optado por uma pena substitutiva, teve ainda em conta as
considerações de prevenção especial de socialização que devem decidir qual das espécies de penas de
substituição abstratamente aplicáveis deve ser a eleita, não considerando que exista, pelo menos sob a
forma rígida e em via de principio, uma “hierarquia legal das penas de substituição”. Somente no caso
concreta e tendo por base a função das exigências de prevenção especial de socialização que na hipótese
se faça sentir e de forma mais adequada de as satisfazer.

F - OUTRAS PUBLICAÇÕES SUSCETIVEIS DE CONSULTA NO ÂMBITO DA TEMÁTICA


ABORDADA:
Vítor de Sá Pereira/ Alexandre Lafayette – Código Penal, Anotado e Comentado, Quid Iuris, 2014;
Odete Maria Oliveira – Jornadas de Direito Criminal – Revisão do Código Penal, Alterações ao Sistema
Sancionatório e Parte Especial, Vol. II, Lisboa, junho de 1998, «Penas de substituição»;
Jorge de Figueiredo Dias – Direito Penal Português, As Consequências Jurídicas do Crime, Parte Geral II,
Coimbra Editora, 2009, 2ª Reimpressão;
Maria Fernanda Palma – “As alterações reformadoras da Parte geral do Código Penal na revisão de 1995:
Desmantelamento, reforço e paralisia da sociedade punitiva”, nas Jornadas sobre a revisão do Código
Penal, AAFDL, Lisboa, 1998;
Germano Marques da Silva - Curso de Processo Penal, III, Verbo, 2ª edição;
Adelino Robalo Cordeiro – A Determinação da Pena, nas Jornadas de Direito Criminal, Revisão do Código
Penal, Alterações ao Sistema Sancionatório e Parte Especial, Vol. II, Lisboa, 1998;

Lisboa, ___ /____ /______ Assinatura do(a) Requerente

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