CURSO: FILOSOFIA CADEIRA: HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA ACADÊMICO: JOÃO GUALBERTO DA C. R. JÚNIOR
HI S TÓ RI A D A F IL OS O FI A AN T IG A Atividade 03 Q U E S TÃO 0 1
Após estudar a unidade 3 da apostila da profa. Zoraida,
diferencie os argumentos de Protágoras e Górgias e em seguida compare os ensinamentos sofísticos com o de Sócrates. Protágoras ensinou o ascetismo e o relativismo com estas palavras “Assim como as coisas me parecem, assim elas o são para mim; assim como elas te parecem, assim elas os são para ti pois tu és homem e também o sou”. Há outra frase sua célebre “O homem é a medida de todas as coisas: das que existem, porque são; e das que não existem, porque não são”. Esta doutrina de Protágoras não exibe, contudo, o relativismo universal antropológico, mas o relativismo individualista. A maior importância de Protágoras PIRAC foiU por R U ter C Asido – Po I primeiro que desenvolveu a doutrina de Heráclito que havia concebido não JU L HO D E 20 11 somente o contínuo fluxo das coisas, e que nós conhecemos algo estável como princípio deste fluxo contínuo, que é o HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA ATIVIDADE 03
fogo. Protágoras, de outra forma, ensinou que existe somente algo
indeterminado que não se pode conhecer, e estabeleceu a impossibilidade de todo conhecimento exato, coisa que Heráclito não havia feito.
Primeiramente professou a doutrina eleática mas depois assumiu o
ascetismo que levou até o extremo em três teses: 1º que nada existe, 2º que ainda que existisse, não poderia ser conhecido e 3º que ainda que existisse e pudesse ser conhecido não poderia ser comunicado aos demais. Górgias, com essas três negações foi muito além de um vulgar ascetismo proclamando um desconcertante niilismo. Zeller vê nas teses de Górgias somente uma tentativa de levar até o absurdo as possibilidades contidas no eleatismo. Seu sentido seria o seguinte: são tantas as antinomias que se seguem à admissão do ser que o mais lógico é dizer que nada existe.
Os sofistas se compunham de grupos de mestres que viajavam de cidade em
cidade realizando aparições públicas (discursos, etc) para atrair estudantes, de quem cobravam taxas para oferecer-lhes educação. O foco central de seus ensinamentos concentrava-se no logos ou discurso, com foco em estratégias de argumentação. Os mestres sofistas alegavam que podiam “melhorar” seus discípulos, ou, em outras palavras, que a “virtude” seria passível de ser ensinada. Uma das mais famosas doutrinas sofistas é a teoria do contra- argumento. Eles ensinavam que todo e qualquer argumento poderia ser contraposto por outro argumento, e que a efetividade de um dado argumento residiria na verossimilhança (aparência de verdadeiro, mas não necessariamente verdadeiro) perante uma dada platéia.
Sócrates ensinava que o conhecimento levava à razão e ao discernimento
entre o certo e o errado. Mas o verdadeiro conhecimento era se conectar com o deus interno , existente em cada ser humano. Com essa conexão a noção de certo e errado brotaria, como uma convicção vinda das profundezas do ser. A essa convicção chamava de razão. Essa seria a única verdade, pela qual ele entregou a própria vida.
Enquanto os ensinamentos sofísticos trabalhavam a argumentação, o poder
da palavra, a retórica, os ensinamentos socratianos levavam ao estudo da razão, à formas concretas de estudar o que rodeava-se, tendo por objetivo primordial as caracterizações, as descobertas, partindo do físico ao metafísico e vice-versa. HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA ATIVIDADE 03
Q U E S TÃ O 0 2
A implicância política da teoria das idéias platônicas pode ser
melhor entendida a partir da crítica socrático-platônica aos sofistas e a noção de verdade e conhecimento que esses pensadores defendiam, principalmente Górgias e Protágoras. Comente essa afirmação. (pergunta elaborada pelo prof. Renato). A irrupção da crítica socrático-platônica e o embate filosófico com os sofistas representaram um marco na história da filosofia. A partir das teses de Protágoras e Górgias tornou-se possível a formação do modelo socratiano, ponto este que acabou por culminar definitivamente com a mudança de postura e ângulo filosóficos, passando de uma filosofia ainda um tanto naturalista para uma filosofia antropológica, focada no homem e em seus aspectos essenciais e naturais. Através desses embates, conseguiu-se até mesmo abrir novas possibilidades à filosofia, ampliando a cadeia e estruturação dos conhecimentos te então adquiridos.