Sie sind auf Seite 1von 9

Deus é provável e você provavelmente é um idiota.

Para quem diz precisar de provas para crer, sem dúvida, a posição mais razoável quanto à Deus é o
agnosticismo. Embora haja uma contradição intrínseca nessa forma de colocar as coisas, é compreensível
e explícito a razoabilidade desta posição.

Em primeiro lugar defendo a razoabilidade do agnosticismo pelo simples motivo de que ao falar de coisas
improváveis o mais lógico é negar com linguagem provável seja lá quem diga ter a prova positiva ou negativa.
Colocando em outras palavras, o agnóstico, apegado à sua lógica, está na posição mais confortável posto
que seja o ateu, seja o deísta ou seja o teísta, todos em algum momento precisam partir de um ponto a outro
e afirmar sem terem um caminho lógico para percorrer, e se incorrerem na tentativa disto, acabam
inevitavelmente caindo em alguma linguagem falaciosa, como, por exemplo, non sequitur. Deus não cabe à
lógica, negá-lo ou afirma-lo é um salto lógico, a chamada crença, seja negativa ou positiva, todavia, ainda
crédula, de uma conclusão baseada em no máximo pequenas evidências que apontem uma direção. Em
termos lógicos ser agnóstico é o mais coerente.

Todavia, e aqui vem o segundo lugar da minha fala, o agnóstico, embora seja o mais coerente, comete seu,
talvez, único erro de coerência ao afirmar a frase que iniciei o texto. Posto que acaba cometendo o mesmo
erro lógico do ateu ao falar do ilógico – que pode ser Deus, pode ser o Mundo Espiritual, ou qualquer
metafísica não evidente. Ora, posto que Deus é improvável (e não! Esta afirmação não contraria o título,
quem manja um pouco de semântica já percebeu porque não), é absurdo falar dele, ou de suas evidências,
ou dos motivos racionais para aceita-lo, em termos do que pode ser provado. Quando o agnóstico diz que
que precisa de provas para crer, ele também comete um segundo equívoco de linguagem, facilmente
compreensível pela intenção, mas dúbia e pífia pela afirmação literal: Crer não está no mesmo cômputo do
que é provado. O que é provado é constatável e não crível, aliás, perpassa e passa disso, é o
preconcebidamente crido. A crença necessita da ausência total de provas ou de no máximo a presença de
pequenas provas, o que chamamos de indícios.

É ao falar de indícios que quero antes de começar o texto de verdade dizer porque Deus é improvável, mas
provável. E porque você que está lendo pode ser um idiota. Em termos de indícios quanto a Deus não vejo
posições prováveis, no sentido de poderem ser provadas algum dia, porém, entendo que a hipótese de Deus
é mais provável, ou pra ser exato, a única hipótese provável, em termos de probabilidade. Afinal, a única
hipótese que pareia com a de Deus é a de que não há Deus.

Fico um pouco triste e muito entediado ao falar disso. A tristeza não vem ao caso, o tédio vem. Porque se
quando critico meus colegas cristãos não o faço como se aninhasse minha torcida organizada eu também
não tenho motivos para não ser franco com ateus. Ser ateu hoje é ser da moda. E cá entre nós, há uma
posição – não sei se a mais comum – dos ateus que é simplesmente idiota. E que qualquer crença, de
qualquer religião, somente por ser crente em seja lá o que for já é mais RESPEITÁVEL que esta posição
ateísta. Eu me refiro ao ateu que crê que não crê.

Ora, eu digo que creio em Deus. Isso pode ser negado de três maneiras:

1. Eu não creio que você crê em Deus.


2. Eu não creio que há Deus.
3. Eu creio que não há Deus.

Na primeira posição sou chamado de mentiroso. Bom... Me achar mentiroso não faz ninguém ser idiota. Crer
que não há Deus também é uma posição coerente, posto que o mundo extrafísico não nos cabe, os indícios
sobre o que há além podem não ser suficientes para alguém enquanto é para outra pessoa. O ateu que crê
que não há um Deus, é um ateu coerente. Ele sabe que é crente em algum sentido, pois, não pode conceber
a realidade como é, todavia deixa bem claro, o porquê a insuficiência de indícios justifica sua descrença. A
segunda negativa, porém, é pura idiotice. Porque se coloca numa posição de que não é crença, enquanto
até pra um chimpanzé é. Pra ser ateu é necessário ter alguma crença, algum salto no escuro, uma conclusão
não-lógica, assim como é necessário para um crente em qualquer coisa, até no Deus Macarrão. Isso ocorre
porque nenhum de nós jamais conceberemos o que há além do além. E crer que não crer é só um jeito com
palavras bonitas de dizer que não sabe do que tá falando – definição número 1 de ser idiota.

Mas, calma! Calma porque não é só ateu que pode ser idiota. O exercício apologético do cristão ou de
qualquer crente pra mim também é uma dança no campo da idiotice. Isso é constatável por duas vias. Isso
porque concordo com o que Caio Fábio diz:

Deus não existe. Ele é Ele mesmo pra além de toda essência e existência. Portanto,
argüir acerca da existência de Deus é o mesmo que negá-Lo.

Deus não existe. Ele é. Eu existo. Pois existir não é algo que seja pertinente ao que É.
Existir é o que se deriva do que sendo, É de si e por si mesmo.
Deus não existe. O que existe tem começo. Deus nunca começou. Deus nunca surgiu.
Nunca houve algo dentro do que Deus tenha aparecido.
Deus não existe. Se Deus existisse, Ele não seria Deus, mas apenas um ser na
existência.
Se Deus existisse, Ele teria que ter aparecido dentro de algo, de alguma coisa, e,
portanto, essa coisa dentro da qual Deus teria surgido, seria a Coisa-Deus de deus.
Existem apenas as coisas que antes não existiam. Existir surge da não existência.
Deus, porém, nunca existiu, pois Ele é.
Sim, dizer que Deus existe no sentido de que Ele é alguém a ser afirmado como
existente, é a própria negação de Deus. Pois, se alguém diz que Deus existe, por tal
afirmação, afirma Deus, e, por tal razão, o nega; posto que Deus não tem que ser
afirmado, mas apenas crido.
Deus É, e, portanto, não existe. Existe o Cosmos. Existem as galáxias. Existem todos
os entes energéticos. Existem anjos. Existem animais e toda sorte de vida e anima
vivente. Existem vegetais, peixes, e organismos de toda sorte. Existem as partículas
atômicas e as subatômicas. Existe o homem. Etc. Mas Deus não existe. Posto que se
Deus existisse dentro da Existência, Ele seria parte dela, e não o Seu Criador.
Um Criador que existisse em Algo, seria apenas um engenheiro Universal e um
mestre de obras cósmico. Nada, além disso. Com muito poder. Porém, nada além de
um Zeus Maior.
Assim, quando se diz que Deus está morto, não se diz blasfêmia quando se o diz com
a consciência acima expressa por mim; pois, nesse caso, quem morreu não foi Deus,
mas o “Deus existente” criado pelos homens. Tal Deus morreu como conceito.
Entretanto, tal Deus nunca morreu De Fato, pois, como fato, nunca existiu — exceto
na mente de seus criadores.
Assim, o exercício teológico, seja ele qual for, quando tenta estudar Deus e explicar
Deus, tratando-o como existente, o nega; posto que diz que Deus existe, fazendo Dele
um algo, um ente, uma criatura de nada e nem ninguém, mas que também veio a
existir dentro de Algo que pré-existia a Ele, e, portanto, trata-se de Algo - Deus sobre
o tal Deus que existe.
A Escritura não oferece argumentos acerca da existência de Deus. Jesus tampouco
tentou qualquer coisa do gênero. Tanto Jesus quanto a Escritura apenas afirmam a fé
em Deus, e tal afirmação é do homem e para o homem — não para Deus —; pois se
fosse para Deus, o homem seria o Deus de Deus, posto a existência de Deus
dependeria da afirmação e do reconhecimento humano. Tal Deus nem é e nem existe;
exceto na mente de seus criadores.
Deus não existe. O que existe pertence ao mundo das coisas que existem OU não
existem. Deus, porém, não pertence a nada, e, em relação a Ele, nada é relação.
Defender a existência de Deus é ridículo. Sim, tal defesa apenas põe Deus entre os
objetos de estudo. Por isto, dizer: “Deus existe e eu provo” — é não só estupidez e
burrice; mas é, sem que se o queira, parte da profissão de fé que nega Deus; pois se
tal Deus existe, e alguém prova isto, aquele que apresenta a prova, faz a si mesmo
alguém de quem Deus depende pra existir... e ou ser.
O que “existe”, pertence à categoria das que coisas que são porque estão. Deus,
porém, não está; posto que Ele É.

Quais são, então, as duas vias pelas quais podemos constatar a idiotice da apologética. Ora, sabendo disso
tudo é muito simples entender que o apologeta ou não conhece o Deus que tenta provar, por isso não
percebe a inutilidade do que está fazendo, ou ele O conhece e quer fazer algo que sabe que é impossível.
Não é idiota tentar quebrar uma montanha rochosa com um punho? Não é idiota tentar guardar um cavalo
numa bolsa de costas?

O maior problema da Epistemologia: A Verdade

Para asseverar o que eu disse na introdução quero relembrar nossa limitação em entender a realidade. Ou
seja, sequer o que lidamos todos os dias, as coisas que estão ao nosso redor, podemos as apreender,
imagine o Criador destas!

Acho que o Trilema de Munchausen ilustra bem muitas dessas limitações que temos. Principalmente este
trilema (bem parecido com o de Epicuro) que questiona a nossa capacidade de lidar com a verdade, um
problema epistemológico.

Segundo o Trilema de Munchausen temos apenas três posições ao afirmar algo com status de verdade:

1. Toda afirmação que fazemos está baseada em outra. Contudo, em que está baseada esta
proposição? De forma que se perguntássemos o porquê do porquê voltaríamos a uma regressão
infinita sem saber exatamente de onde veio o status de verdade do que estamos afirmando.
2. Toda afirmação que fazemos está baseada em outra. Por isso é necessário em algum momento
apelarmos para o bom-senso de uma afirmação, mas quem o definiu? É necessário assumirmos uma
posição de autoridade? Mas, quem deu essa autoridade? É necessário ser ex cátedra. E
inevitavelmente caímos em Petição do Princípio ou um Argumento de Autoridade.
3. Toda afirmação que fazemos está baseada em outra. Sendo assim algumas vezes usaremos
conclusões antigas para reafirmar novas conclusões e eventualmente a nossa conclusão será parte
da premissa que precisamos. E caímos então na argumentação circular.

Conhecer o trilema de Munchausen foi simplesmente abismal pra mim. Questione-o! Veja se seus discursos
nunca não vão cair em uma das três opções!? Saber que NUNCA lido com a verdade de forma justa, se não
apenas de forma deduzida ou lascada. E isso é verdade para ateus ou cristãos, para agnósticos ou crentes,
não importa. É necessário parar com a pachorra de achar que nossos raciocínios podem sequer arranhar a
porcaria da realidade, porque não farão. Para ver mais sobre o trilema clique aqui:

https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/2177-7055.2009v30n58p47

Mas, também quero citar mais três problemas, só pra enfatizar o grau de estupefamento da nossa idiotice
natural, condição da condição humana em relação a verdade. Outro problema bem comum da
Epistemologia e da Filosofia da Percepção é o Problema da Transparência da Experiência formulado pelo
filósofo Moore.

P1. [Premissa do Conteúdo] Se um sujeito S tem uma sensação v, v é uma sensação de x.


P2. [Premissa da Transparência] Ao ter v, S tem APENAS conhecimento direto de y.
Conclusão Epistemológica: S é diretamente consciente de y.

Este argumento existe para de maneira formal deixar claro nossa incapacidade de lidar com o que
Berkeley chamou de “Mundo Externo”, E isto porque é aceito como premissa que haja alguma
transparência e não uma ilusão deste mundo externo a nós.

Se x e y são iguais isso não explica porque todos não pensam iguais. De forma que a verdade se esvai e
escorrega entre as diferenças, onde nem com status de verdade é preciso aprender a lidar com essa
relatividade inevitável das relações humanas e da relação ao ser humano.

(Moore, G. E. The Refutation of Idealism. Mind, Nova Série. 1903, p 433-53)

Bertrand Russerl em os Problemas da Filosofia também destrói o Idealismo de Descartes e Berkeley (dois
cristãos kkk). Mas, não quero citá-lo em relação a isso. Quero citá-lo em relação a outro problema que ele
nos lembra da nossa relação com o conhecimento, que é a limitação do nosso conhecimento em relação
aos Universais.

O que são os Universais? As coisas mais óbvias que existem. Como cores simples: branco e preto. Como
direções: Esquerda e Direita. Como formas: Semelhança, Similitude, Similaridade, Maior que, Menor quer,
Menos que.... Você pode achar que independente da ilusão estas noções ainda são reais. Posto que se
podemos apreender algo da verdade, os universais com certeza são isto. Isto está certo, todavia bem mais
limitado do que pensamos. Principalmente quando trazemos a abstração do conhecimento para a
discussão.

Sabemos a priori que duas coisas e duas outras coisas juntas somam quatro coisas, mas não
sabemos a priori que se Brown e Jones são dois, e Robinson e Smith são dois, então Brown, Jones,
Robinson e Smith, são quatro. A razão disso é que esta proposição não pode ser entendida a menos
que saibamos que existem pessoas como Brown, Jones, Robinson e Smith, e só podemos saber isso por
meio da experiência. Consequentemente, embora nossa proposição geral seja a priori, todas as suas
aplicações a coisas particulares reais implicam a experiência e contém, portanto, um elemento empírico.

De forma que enquanto estamos falando de coisas simples os universais ainda servem, mesmo que eu
nunca tenha os experimentado. Por exemplo, nunca vi bananas vermelhas, mas sei que duas bananas
vermelhas mais duas bananas vermelhas serão quatro bananas. O mesmo não é verdade com entidades
mais complexas que dariam um sentido maior ao que estar com, ao que é ser par, ao que ser grupo de
quatro. De forma que eu estaria limitado à experiência para (re)classificar (mesmo que me baseando em
conceitos universais) os tais.

Por último ainda posso apresentar o problema da linguagem utilizando minha área de estudo –
Psicanálise. Simplesmente não falamos a mesma coisa. Mesmo que alguém conhecesse a realidade e
pudesse descrevê-la (duas impossibilidades) seria igualmente impossível para alguém entender da
mesma forma. O Inconsciente que domina o Consciente se estrutura como linguagem, como diz Lacan, e
isso quer dizer que nossa visão da realidade é totalmente limitada à formas de identificação, projeção e
defesa, de forma que enfatizamos a realidade em determinadas coisas, ignoramos em outras e somos
incapazes de aceitar outras. O que sentimos, principalmente em relação a nós mesmos, não sentimos de
fato. E quando enunciamos nos esbarramos com dois problemas, o daquilo que é excessivamente
nomeado e então faz a verdade esvair-se no meio da linguagem e o daquilo que é insuficiente nomeado,
em que a verdade ainda nem chegou.

EU DUVIDO QUE SUA POSIÇÃO POLÌTICA seja estritamente lógica. Você é o que é porque alguém ou
uma situação fora agradável com o tema. O tema por si fez você projetar e identificar, se não seriam por
definição irrelevantes pra você. E se as emoções que lhe causou não tivessem sido significativas (mesmo
que dolorosas) isto também não faria sentido. E além disso: O simples fato de você estar limitado a não
entender o que representantes do seu próprio pensamento diz já denuncia o fato que o texto todo está
falando.
ENTÃO SE EM RELAÇÃO A TODAS ESSAS ÁREAS DA VIDA SOMOS TÃO LIMITADOS (E HÁ MAIS
UM BILHÃO DE ARGUMENTOS PARA MOSTRAR ISSO) POR QUE PODERÍAMOS FALAR SOBRE
DEUS COM PROPRIEDADE?! KKKKKKK

Apologética e Militância Ateísta são idiotices equivalentes

Sobre os ateus e seus militantes:

Falando em termos de ateísmo concordo maximamente com as ilações do Andres Torres Queiruga
no livro Creio em Deus Pai. Eu respeito ateus de profundo coração e nutro ATÈ MAIS CARINHO por eles
e suas posições conscientes do que pela maioria dos crentes. Aqui narrarei rapidamente os motivos disso.
Mas, desde já quero separar os ateus, no geral, dos militantes, os quais me resumirei a um parágrafo de
explicação psicanalítica.

1. O ateísmo está unido, é fruto ou parte, de uma grande crise da cultura ocidental. O
desvanecimento e descrença em tantos valores da cultura que foram dogmaticamente
estabelecidos trouxe entre si a descrença em Deus. Sua morte em termos nietzscheanos. Por
isto Queiruga já diz que a reação ateísta é culpa da igreja. Quem mente por tanto tempo, quem
engana por tanto tempo, sem medir consequências, em busca de mais poder, poderia esperar
outra coisa? Porém, aqui há algo que liga os ateus sensíveis aos verdadeiros cristãos: ambos
são inimigos da cristandade, da enganação global por via de valores, da dissolvição dos direitos
básicos em nome de uma figura de poder. Por isto ambos os grupos podem e até devem se
unir pela livre expressão e livre agência de toda humanidade. Engana-se quem pensa em Cristo
como cristão, como proselitista, sendo Ele que mais negou pedidos de discípulo do que os
aceitou. O maior dos mestres que mais mandou gente voltar pra casa do que pediu para segui-
lo.
2. Em termos ateístas ainda é preciso entender que as primeiras reações do Iluminismo foram
comparáveis a primeira revolta adolescente em direção a uma nova perspectiva. Nisto Queiruga
compara os ateus do séc XIX aos movimentos satanistas de séculos anteriores. Ambos
moveram apenas como Anti-Igreja e não propriamente Anti-Evangelho ou Pró-Atéismo/Pró-
Satanismo. Este ponto por outro lado demanda mais para os cristãos, que hoje precisam
encontrar uma nova linguagem. Para cristãos lendo o texto até aqui sugiro o livro “Do anátema
ao Diálogo” do teólogo Garaudy.
3. E numa terceira perspectiva é preciso compreender termos como coloca P. Lubac dizendo que
há quem é ateu implícito e explícito assim como há quem é cristão implícito e explícito. Não
quero perder tempo definindo isto, o que faço questão de lembrar é somente que é idiotice
restringir grupos de maneiras dual, dada a complexidade. E havendo necessidade de tais
distinções em algum momento aqui eu o farei. Também podemos lembrar nessas configurações
de Karl Rahner que fala do “cristianismo anônimo” que muitos ateus justos têm e sequer
sabem, porém ainda que o homem não saiba que é filho de Deus, se seu Pai o reconhece,
parte do Reino este é.

“Se nós, cristãos, conseguirmos demonstrar, com toda nossa teoria e nossa prática, que Deus é a
negação máxima de todas as negações do homem, então se abrirá um terreno estritamente comum
onde podemos nos encontrar com a busca mais profunda dos não crentes. Isto é, da defesa do
homem e das suas possibilidades, nisto que juntos podemos chamar de Fracasso da Modernidade”
(QUEIRUGA, A. T. Creio em Deus Pai, p.40, Paulus)

Sobre os militantes como começar dizendo qualquer coisa ao mesmo tempo que seguro minha
vontade de ofender? Por que há algo além disso que estes merecem? Ateus militantes são
criaturas que perceberam a falta de sentido inerente à realidade e ao mundo moderno, e como
reação a isso colocaram seu objeto de falta (aquilo que colocamos como razão da nossa vida) em
negar as esperanças dos outros. É desumano. É tolo. E idiota, porque por mais que eu leia e
consuma ateísmo de internet muito pouco me parece filosoficamente e logicamente válido. Os
considero como crentes chatos, gente que também não dou muito ouvido. Eu até compreendo seus
motivos. Provavelmente foram abusados pela religião e hoje querem libertar os incautos das
amarras da enganação o que é até belo. Todavia do jeito que é feito pela militância é simplesmente
idiota. Hoje ateus se reúnem como em culto. Hoje em dia ateus tem grupo de aconselhamento. Se
reúnem juntos para fazer terapia contra traumas religiosos. Se os ateus do séc XIX foram
adolescentes que só alcançaram a maturidade no século passado, na época dos millenius eles
conseguiram ficar pior que adolescentes, voltaram no tempo, hoje são tipicamente crianças,
necessitados de cuidados e atenção, precisam agir de forma coletiva porque perderam todo espírito
de originalidade que por si só já questionaria as égides das religiões, estando carentes deste afeto
em grupo, copiando assim o que tanto lutam – o espírito do “unidos somos mais forte contra estes
que dizem que falamos mentiras” KKKKKKKKK. E como qualquer outra militância se utiliza das
redes para achar que possui alguma força. É ridículo de tão trágico. Eu disse que respeito ateus, e
os respeito, até mesmo esses militantes, o que me privo ao falar com estes é a doçura na
esperança que amadureçam.

Eu poderia falar ainda dos ídolos dos ateus. Penso que são uma mescla dessa idiotice que falei
acima, mas com ainda alguma genialidade adorável. Dos quatro cavaleiros já li todos menos
Hitchens, ainda que tenha visto seus debates com Craig. Sem dúvida Hawking foi um gênio que
mudou não só á física, mas muito na filosofia moderna da ciência. Dawkins é um gênio na sua
biologia social que muito me influencia, seus livros Gene Egoísta e Deus: Um delírio foram
incrivelmente proveitosos pra mim. (Inclusive o livro que citei do Queiruga é feito em forma de
diálogo com este último)

Todavia ainda há reação adolescente neles. Como as declarações do Hawking sobre a gravidade
ter originado o universo sendo que a física moderna entende isso como simples absurdo, posto que
não há gravidade sem espaço. E como Dawkings que em suas palestras-stand-up já induziu
milhares de ateus teens a humilharem em público todos os cristãos que conhecem. (Estou com
preguiça de procurar fontes pra isso, use o Google. Embora que kkkkk se alguém com esse texto
inteiro decidir ataca-lo exatamente aqui não estará dando atestado de analfabetismo funcional?)

Sobre a Apologética cristã:

Se me achou duro ou rígido com ateus, se acalme porque agora vou falar do meu time. E nossa!!! Quanta
tolice é fazer apologética. Os motivos? Já perpassaram todo texto. Quero agora apenas fazer rápidas
análises do que me parece útil nos argumentos modernos pró-Deus e o que acho execrável.

Então, temos vários, não? Axiológico, ontológico, cosmológico, Kalam, teleológico, design inteligente,
Cristo...

O Cobain aqui mesmo sendo bastante esperto confundiu dois destes argumentos em sua refutação a
Aquino. E na verdade é bem comum que sejam confundidos porque na sua maioria são simplesmente mal
apresentados pelos cristãos teens. O problema para mim não é nem este, porque não ligo se crianças
brincam de briga, o problema é que em termos sérios, estes argumentos não servem pra converter
ninguém, pois, qualquer experiência religiosa é sumariamente empírica, coisa que nunca nasceria pelo
logicismo.

Eu pensei em fazer blogs sobre cada um dos argumentos, mas que coisa chata seria! Kkkk, então já que
este texto está quilométrico porque não fazê-lo do tamanho de um ano-luz? Nem ferrando vou editar isso
tudo.

P1. Deus é a maior coisa, da qual nenhuma outra maior pode ser pensada. (Isto é a definição de Deus, os
ateus já erram aqui em achar que isto é partidário para algum Deus, mas já já comento isto).
P2. A existência na realidade é maior do que apenas no mundo ideal.
P3. Se uma coisa pode ser idealizada então ela está no mundo ideal. (modus ponens)
P4. Uma coisa que nada maior pode ser imaginada pode existir apenas no mundo ideal (reductio)
P5. É maior que esta coisa esteja na realidade do que apenas na compreensão.

Conclusão 1. Há uma coisa da qual nada maior pode ser concebido. (Instanciação)
Conclusão 2. Uma coisa da qual nada maior pode ser concebida não pode existir apenas na
compreensão. (Reductio P2 – Conclusão 2)
Conclusão 3. Há um Deus. (definição)

O erro deste argumento é achar que podemos definir algo de forma pura. O erro dos que refutam este
argumento, na maioria das vezes, é sequer entender isto.

Em primeiro lugar, este argumento não é circular porque ele começa fazendo uma definição. Isso quer
dizer que a suposição inicial não é a mesma que a conclusão como se ele propôs-se concluir o que
preceptou. Isso é óbvio pra quem sabe a definição de definição. Este argumento cai no trilema de
Munchhausen no argumento de autoridade exatamente porque concebe algo que não está no campo
lógico, e que sinceramente me parece torna-lo irrefutável, mas também não-reafirmável. Isto porque
Anselmo se baseia em algo que se chama “Suposição Ontológica”, ou seja, dos argumentos pró-Deus,
este é o único que parte da realidade de Deus em termos hipotéticos para concluir algo, enquanto todos os
outros partem de algo para concluir que há um Deus. (Nisto o Cobain se confundiu ao dizer que Aquino fez
um argumento circular quando só Anselmo poderia ser acusado disso, e ainda erroneamente seria esta
acusação pela explicação que já dei).

Em segundo lugar a dificuldade de refutação deste argumento reside na própria Suposição Ontológica.
Como diria Champlim: “Para um ateu provar que o argumento ontológico não pode ser verdadeiro” (veja
que aqui se fala em modalidade probabilística, é algo que PODE SER, não é que é) “mostrem ser falsas
tanto a proposição do racionalismo (com seus conhecimentos “à priori”) quanto o misticismo (com sua
ideia de comunicação divina),. Assim, pois para alguém refutar Anselmo precisaria antes grande feito de
refutar Platão.”

Isto porque este argumento só pode ser PROVADO como impossível/ilógico se for possível também
provar que não há nenhum Deus que comunique a verdade da sua realidade antes mesmo do debate. E
então voltamos ao ponto zero, se não podemos provar ou desprovar Deus, o próprio argumento que aceita
esta hipótese como pressuposição também está na casa do irrefutável.

Respostas como a de Gaunilo são simplesmente idiotas, até para o argumento de Aquino – o qual trato já
já. Gaunilo disse que esse argumento poderia servir para provar, então, a existência de uma ilha perfeita,
já que posso concebe uma ilha perfeita em ideia. Problema 1. Gaunilo não crê em ilha perfeita que poderia
ter-lhe revelado isto. Problema 2. A ilha perfeita não existe por definição. Problema 3. A implicação deste
argumento só nos coloca o fato que por definição o início está antes do meio, ou que aquilo que dá origem
já existe antes da origem, é um argumento pleonástico, redundante, argumento DE DEFINIÇÃO, por isto
todas as tentativas de resposta recriando outras coisas ideias não são nada mais que abstrações de uma
mente incapaz de entender o que é uma definição. Não dá pra definir uma ilha perfeita como factualmente
existente porque a ilha perfeita pressupõe a imperfeita. Enquanto Deus, o Perfeito, apenas pressuporia
TUDO O MAIS. E “TUDO O MAIS” já existe. É impossível tentar refutar o argumento dessa forma. A única
coisa que pode ser dita é que a definição por si só não pode ser pura, o que nos faz voltar aos problemas
postos pelos argumentos epistemológicos. Estão acompanhando né?

Se o racionalismo, a intuição e o misticismo podem ser meios viáveis de conhecimento então este
argumento não está na casa daquilo que pode ser provado como erro, que pode ser refutado. Não se trata
apenas de uma ideia perfeita, estamos manuseando uma suposição ontológica. A ilha perfeita é criada
pela imaginação, a partir de uma contradição, posto que toda ilha é imperfeita, não é algo necessário por
definição como Deus. É algo contingente. Se uma realidade maior pode se comunicar com este não seria
por uma ilha perfeita que ela se revelaria.

Isto prova que o argumento é a verdade? Não. Mas, o deixa na casa do irrefutável. O argumento
ontológico, mesmo assim, mesmo com toda sua grandiosidade ainda é apenas uma lasca do argumento
axiológico – ou seja, da natureza – de Deus. E aqui temos mais problemas. Porque o argumento
axiológico a partir de mais suposições ontológicas tenta não só provar a realidade de Deus, mas de
descrever sua natureza a partir da própria lógica! Que promessa, não é? Kkk

Em resumo Deus já é pressuposto como a Origem e a Verdade de Tudo, como ficou claro no argumento
do Anselmo, mas vai além, podemos a partir da imperfeição do Tudo definir como é a perfeição da
Origem. Este argumento se baseia em antigos textos alquímicos, não por isso deixa de ser inconsistente,
porém, não tanto quanto o ontológico, posto que tenta descrever coisas grandiosas demais.

Se pela imperfeição do Universo podemos definir coisas como temporalidade (início e fim), transitoriedade,
destrutibilidade, contingência, amoralidade, acaso; então, a origem, por definição, destas coisas deve ter
em si, ao menos em potencial, a energia necessária para se sobrepor a tudo isto. Ainda não é possível
pressupor um Deus cristão, porém, se por definição o que existe precisa de um início, e a ideia de Deus é
por definição real é coincide em ser este início, logo aquilo que deu origem à temporalidade,
transitoriedade e destrutibilidade precisa em termos potenciais ser maior que isto, sendo assim precisa ser
atemporal, precisa ser eterno, precisa ser onipotente. Se o que existe é contingente o que seria maior, ao
menos em termos potenciais, senão o que é necessário? Se o que existe é amoral, e moral é aquilo que
reconhece e execra o moral, Deus, então, este início precisa ter valores pessoais. E que por fim dá um
propósito a este Universo, posto que ele só transmite acaso e falta de sentido. Este é o argumento
axiológico por completo em resumo. E não preciso dizer porque ele é tão problemático, não é? Ele
simplesmente está limitado a nós enquanto consciência. E são exatamente as limitações da consciência
que nos impõe a interrogação de sermos capazes de lascar a verdade tão superior do universo apenas
com estes raciocínios. Quem define o amoral como inferior ao moral? Se não há nenhuma inteligência no
universo acaso e propósito seriam diferentes? Do ponto de vista universal existe destrutibilidade se tudo
que morre tem sua energia reaproveitada?!

As cinco vias de Aquino se resumem a 5 formas de uma mesma ideia. Se há algo hoje diferente ou menor,
é possível retroceder de causa em causa até chegar num início para não se perder no infinito. Então, se
algo se move hoje é porque foi movido por algo que já fora movido por outro algo, até concluirmos que há
um motor imóvel, por definição. Ateus sabem o que é argumento de definição? Kkkkkk

Não sei entre Anselmo e Aquino quem poderia ter mais propriedade para uma mentalidade secular, visto
que Anselmo se baseia em suposições ontológicas para afirmar Deus, o que é irrefutável, mas não se
baseia em nenhum fato, por outro lado, Aquino se baseia em fatos observáveis, todas suas cinco vias
falam de fenômenos reais. Todavia, o ateu tem razão em dizer que do ponto de vista apenas lógico um ser
necessariamente real, algo que também está na Escolástica, em per si um absurdo.

A maioria dos outros argumentos acho mais fraco que estes dois, por exemplo o teleológico em uma das
suas versões se chama de Argumento do Relojoeiro, e limita tanto o Universo a um organicismo que se
torna impossível fazê-lo dialogar com a ciência. A complexidade do universo é uma incógnita, mas é
apenas hipotetizável dizer que isto é porque há um projetor. Inclusive acho uma dupla limitação, posto que
a natureza mais intrínseca do Universo parece inclusive contrariar o princípio da causalidade com os
fenômenos acausais e acasuais, o que podemos chamar de Sincronidade. Sendo assim, não é porque há
uma complexidade que a simplicidade de dizer “Alguém quis assim” seja uma boa forma de ver as coisas.

A Aposta de Pascal não é nada mais que uma barganha tola que nem vale a pena comentar. O argumento
Kalam é uma versão do argumento cosmológico que, porém, acaba limitando Deus como ser contido
numa teia maior de possibilidades. O Argumento de Cristo, embora seja o alicerce da minha vida, é
totalmente independente da lógica, sendo preciso ser aceito por fé, por saltos lógicos.

E, talvez, a exceção seja o argumento do Design Inteligente, que me parece ser o mais promissor
logicamente falando, apesar de estar alicerçado sobre raciocínios lacunares da ciência. Seja como for os
argumentos pró-Deus nada podem fazer senão convencer alguém a mudarem de filosofia, contrariando o
que Paulo falou acerca do Santo Espírito, que 1. Ele é quem converte o homem. E 2. Nunca por palavras
de persuasão humana, mas pelo toque da verdade pura no coração do homem que não resiste.
Deus é improvável, porque nenhum destes argumentos podem evidenciá-lo. Todavia, Ele ainda é o mais
provável porque Ele é a melhor explicação para todos estes mistérios e raciocínios. O que me converteu
não foi nada disso. E por isto não é com isso que quero que você se converta. Eu tive experiências
inexplicáveis do ponto de vista da lógica, e mesmo hoje, como psicanalista, continuo precisando fazer
minha razão se dobrar perante estas vozes superiores e indizíveis das realidades superiores. Há Deus.
Mas, Ele não é pequeno para caber no argumento que te fará crer Nele. Todavia, Ele não é tão grande a
ponto de ser impossível de ser conhecido por você. Este é o Deus do Evangelho.

Das könnte Ihnen auch gefallen