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Versão reduzida

Os capítulos assinalados a azul, no índice, são disponibilizados


integralmente neste documento

IQF

1
ÍÍN
NDDIIC
CEE
PPáágg..

IInnttrroodduuççããoo ....................................................................................................................................................................................................................................................
Objectivos do Guia Metodológico ......................................................................................
A que necessidades procura dar resposta ............................................................................
Públicos-alvo ......................................................................................................................
Como está organizado o Guia.............................................................................................
Opções metodológicas seguidas .........................................................................................
Apropriação e exploração do Guia de Concepação – Notas Breves ...................................

A
Apprreesseennttaaççããoo ddoo M
Mooddeelloo ddee C
Coonncceeppççããoo A
ADDO
ORRA
A ......................................................................................................................
As fases e os processos do modelo ADORA ......................................................................
Os diferentes enfoques do modelo de concepção ADORA ................................................

A
Auuttoo--ddiiaaggnnóóssttiiccoo aa eeffeeccttuuaarr ppeellaa eennttiiddaaddee qquuee iinntteerrvvéém
m nnaa ffoorrm
maaççããoo ..........................
Auto-diagnóstico a efectuar pela entidade que intervém na formação...............................
Cenários de Melhoria ..........................................................................................................

DDeesseennvvoollvviim
meennttoo ddoo M Mooddeelloo ddee C Coonncceeppççããoo A AD DO OR RA A –– ffaasseess,, pprroocceessssooss ee iinnssttrruum meennttooss
ddee ccoonncceeppççããoo ..............................................................................................................................................................................................................................................

Fase I – Analisar os Contextos de Partida ......................................................................


Processo 1 – Analisar competências referenciadas a contextos de desempenho ..
Instrumentos de apoio ao processo..........................................................

Processo 2 – Construir objectivos de aprendizagem válidos (adequados a públicos


e contextos bem determinados) ..................................................................................

Instrumentos de apoio ao processo ........................................................


Fase II – Desenhar a Proposta Formativa .......................................................................
Processo 1 – Agregar objectivos de aprendizagem por domínios do saber e formas
de organizar a formação ........................................................................................
Instrumentos de apoio ao processo .........................................................
Processo 2 – Desenhar itinerários de aprendizagem, modularizáveis (ajustados a
públicos e a contextos bem determinados) ........................................
Instrumentos de apoio ao processo .........................................................
Fase III – Organizar as Sequências Pedagógicas ............................................................
Processo 1 – Estabelecer sequências de conteúdos e respectivos saberes a

2
adquirir/desenvolver ..............................................................................................
Instrumentos de apoio ao processo .........................................................
Processo 2 –Seleccionar estratégias de aprendizagem adequadas aos formandos e
aos contextos..........................................................................................................
Instrumentos de apoio ao processo .........................................................
Fase IV – Realizar Recursos Técnico-pedagógicos e Preparar Equipamentos de
Apoio........................................................................................................................................
Processo 1 – Conceber, validar e produzir recursos técnico-pedagógicos ...........
Instrumentos de apoio ao processo .........................................................
Processo 2 – Estruturar, validar e produzir guiões pedagógicos (apoio ao formador)
Instrumentos de apoio ao processo .........................................................
Processo 3 – Produzir e validar ajudas ao trabalho adequadas aos públicos e
contextos de trabalho...............................................................................................
Instrumentos de apoio ao processo .........................................................
Fase V – Avaliar a Estratégia Pedagógica........................................................................
Processo 1 – Definir a estratégia avaliativa .........................................................
Instrumentos de apoio ao processo ........................................................

C
Coonnttrroollaarr aa aapplliiccaaççããoo ddaass vváárriiaass ffaasseess ddoo m
mooddeelloo ddee ccoonncceeppççããoo A
ADDO
ORRA
A ............................................

R
Reeffeerrêênncciiaass B
Biibblliiooggrrááffiiccaass ....................................................................................................................................................................................................

3
4
IIN
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ÇÃÃO
O

A proposta de trabalho apresentada neste Guia Metodológico é, fundamentalmente, uma ajuda à melhoria e
reforço da qualidade das práticas de concepção e desenho de soluções e itinerários formativos pelas entidades
formadoras e profissionais de formação. O utilizador será, pois, convidado, ao longo do presente guia, a
realizar uma reflexão crítica acerca das respectivas práticas formativas, com vista à identificação de eventuais
aspectos a melhorar e /ou reforçar.

Em termos práticos , as equipas de concepção, envolvidas na procura de soluções formativas ajustadas às


necessidades das organizações e das pessoas, são permanentemente desafiadas, pelas propostas metodológicas
e instrumentos propostos no presente guia, a responder ou equacionar propostas de acção e de solução a um
conjunto de questões, que se perfilam como algumas das interrogações fundamentais que são colocadas a
quem tem como missão contribuir activamente para o desenvolvimento sustentado do conhecimento, da
autonomia, da responsabilidade, da competitividade e da empregabilidade dos cidadãos activos do nosso país,
a saber:

- Sempre que se pensa formação, presume-se uma solução para resolução de algo: então torna-se
fundamental precisar com clareza qual é exactamente o problema ou desafio?
- Ao iniciar a procura ou a concepção de uma proposta formativa, torna-se crítico clarificar: qual é
exactamente o valor acrescentado que essa proposta deve incluir? Somos capazes de indicar, de
forma precisa, o que é que os clientes directos e indirectos ganham com essa proposta?
- É possível identificar, com rigor, quais os resultados que serão alcançados pelas pessoas, pelas
equipas e pelas organizações envolvidas ou beneficiárias da proposta formativa que se pretende
implementar?
- São claros e conhecidos os investimentos necessários à concepção e implementação da
proposta formativa? Sabemos quem irá pagar? As pessoas ou organizações já se comprometeram
com esses investimentos?
- Os momentos críticos de concepção e implementação da proposta formativa (que remetem
para decisões críticas) são alvo de reflexão e legitimação pela gestão e/ou cliente dos produtos e
acções em realização?

Uma equipa de concepção que não consegue responder, antecipadamente, a este conjunto de questões correrá
sempre o risco da proposta pedagógica a construir carecer de efectiva implicação por parte da gestão e/ou
cliente dos produtos a realizar. O resultado poderá ser obviamente a compreensiva retic ência destes últimos
em querer “embarcar” em barcos com navegação “à vista”.

No guia que agora se divulga são apresentadas várias propostas metodológicas, que, destaque-se, não
invalidam quaisquer outras já existentes e testadas pelos operadores de formação. O IQF visa incentivar, desta
forma, a partilha de experiências no domínio da concepção da formação. Neste sentido, competirá sempre aos
vários operadores de formação efectuarem as respectivas opções no sentido da selecção e/ou construção da
melhor metodologia de concepção.

Destaque-se ainda que, existem recursos informáticos, tecnicamente designados por “ferramentas–autor”,
consideradas verdadeiras ajudas interactivas ao trabalho de concepção, que quando exploradas de forma
adequada podem constituir-se como excelentes auxiliares à reflexão crítica e consequente tomada de decisão
sobre a arquitectura dos cursos ou outras respostas formativas.

O
Obbjjeeccttiivvooss ddoo gguuiiaa

O presente guia tem como principais objectivos:

5
1. Reforçar as competências de concepção da formação, residentes nas organizações e detidas pelos
profissionais que intervêm na formação, tendo em vista a melhoria contínua da qualidade das respectivas
intervenções;

2. Promover a reflexão em torno das práticas de concepção já existentes, incentivando-se a partilha de


experiências e soluções entre organizações e profissionais interessados no reforço das suas competências de
concepção de soluções formativas, fornecendo sugestões metodológicas concretas que podem contribuir para
a melhoria dessas mesmas práticas;

3. Disponibilizar um conjunto de metodologias e instrumentos de apoio às práticas de concepção de soluções


e produtos potenciadores de aprendizagem das entidades e profissionais que intervêm na formação, tendo em
vista uma maior profissionalização e especialização dos operadores e fornecedores (oferta) no domínio da
concepção da formação profissional em Portugal;
4. Incentivar a focalização das energias e atenções das entidades e profissionais para o “momentum” crítico da
formação, em termos de qualidade: o antes da formação, com vista à adequação do durante e eficácia do
depois da formação;

5. Apoiar as entidades acreditadas ou em fase de acreditação, no domínio da concepção da formação, na


demonstração das respectivas capacidades para intervir neste domínio, em particular na apresentação das
respectivas metodologias, processos/actividades de concepção, bem como respectivos instrumentos e
estratégias de acompanhamento e validação;

6. Apoiar as entidades no esforço de estruturação de práticas e actividades de concepção da formação.

A
A qquuee nneecceessssiiddaaddeess pprrooccuurraa ddaarr rreessppoossttaa

A escassa oferta de guias e suportes de apoio focalizados na disseminação de metodologias e instrumentos


utilizadas no domínio da formação tem dificultado a introdução sistemática de melhorias ao nível das práticas
formativas observadas.

Neste sentido, este guia visa dar um contributo válido ao nível da elevação da qualidade das práticas de
concepção da formação já existentes.

PPúúbblliiccooss-- aallvvoo

Este guia tem como destinatários finais entidades e/ou indivíduos que intervêm na formação profissional, com
particular destaque para responsáveis pelo desenvolvimento de acções dirigidas a activos empregados.
As propostas metodológicas apresentadas neste guia poderão todavia apoiar as entidades / indivíduos na
construção de soluções formativas dirigidas a outros públicos, mediante a introdução no modelo de concepção
proposto de ajustamentos que visem dar resposta a necessidades específicas dos diferentes públicos-alvo.

O
Oppççõõeess m
meettooddoollóóggiiccaass sseegguuiiddaass

A elaboração do presente guia obedeceu a um conjunto de opções metodológicas que decorreram do tipo de
necessidade manifestada pelo público ao qual este guia é destinado.

1. A lógica que marcou o desenvolvimento de todo este primeiro trabalho: fases/processos/instrumentos,


visa remeter o utilizador para uma perspectiva mais dinâmica e pragmática do domínio da concepção.

2. O desafio aqui colocado traduz-se na realização, por parte do utilizador deste guia, de uma reflexão
“minimamente orientada” que seja facilitadora do respectivo posicionamento numa lógica de
“processo”, ou seja, “reflexão passo a passo”, por forma a dar resposta a três questões centrais: (1)
conheço bem o meu ponto de partida? (2) terei integrado, na proposta pedagógica, todos os elementos

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necessários à máxima eficácia da intervenção formativa? (3) disponho dos instrumentos adequados
para o controlo da eficácia do processo de concepção?

3. Um nota de destaque recai sobre as questões orientadoras associados a cada um dos processos que
integram as diversas fases do modelo de concepção proposto (modelo ADORA). Estas questões
surgem numa lógica sequencial por forma a facilitar o processo de reflexão do utilizador final. As
mesmas visam ainda estabelecer um diálogo permanente com os destinatários deste guia. Estas
questões são, contudo, apresentadas sem prejuízo de outras consideradas igualmente importantes.

4. A proposta de auto-diagnóstico traduz-se numa das peças mais importantes do presente guia. De
facto, os seus resultados poderão nortear, de forma significativa, a maior ou menor apropriação deste
guia por parte dos seus destinatários finais, bem como a preparação de intervenções no terreno junto
das entidades e ou indivíduos que desejem partilhar as respectivas práticas no domínio da concepção
da formação.

5. Perante a diversidade de práticas de concepção, assim como formas distintas de mobilização dos
diferentes actores para as mesmas, optou-se por não se atribuir quaisquer responsabilidades aos
diferentes actores no que toca a “quem faz o quê” em determinado projecto de formação. Tal
posicionamento dependerá sempre da forma como as entidades se estruturam, assim como o perfil de
cada elemento que implicam nos respectivos projectos formativos. Devem ser, pois, as entidades a
definir qual o papel dos diferentes actores no âmbito de determinado projecto de formação.

C
Coom
moo eessttáá oorrggaanniizzaaddoo oo G
Guuiiaa

O presente guia encontra-se estruturado em cinco blocos principais:

A Introdução
Neste bloco apresentam-se os objectivos deste Guia Metodológico, explicitam-se as necessidades a que
procura dar resposta, caracteriza-se de forma breve o seu público-alvo, discutem-se as opções metodológicas
seguidas, refere-se a sua organização e sugerem-se mecanismos de apropriação e exploração da metodologia
de concepção proposta.

A apresentação do modelo de concepção ADORA


Neste bloco do guia são apresentadas, de forma sumária, as várias fases e processos do modelo de concepção
proposto, com destaque para os dois enfoques distintos do modelo (perspectiva sistémica e sistemática), assim
como para os outputs finais de cada um dos processos de concepção a desenvolver.

O Auto – diagnóstico a efectuar pela entidade


O convite ao utilizador para a realização de um auto-diagnóstico, relativamente às suas próprias práticas de
concepção, surge neste bloco do guia.

O exercício proposto visa ajudar o utilizador a identificar eventuais aspectos a melhorar ou a consolidar,
aconselhando-o, no final do diagnóstico, a uma reflexão sobre as melhoria s a implementar nas suas práticas,
através da sinalização das fases de concepção do modelo ADORA, para onde são recomendados
investimentos e devem ser canalizados esforços de aperfeiçoamento das soluções e produtos formativos.

O desenvolvimento do modelo de concepção ADORA


Neste bloco são desenvolvidas as fases de concepção, demonstram-se os principais processos a cumprir em
cada fase e operacionalizam-se os instrumentos necessários à realização de cada processo.

- Fase I do modelo ADORA – Analisar os Contextos de Partida


Nesta fase o utilizador poderá encontrar propostas metodológicas e instrumentos de apoio à sinalização de
actividades e respectivas competências, estas últimas a desenvolver/adquirir pela via da formação. É nesta parte

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do guia que se destaca a importância de uma rigorosa caracterização do ponto de partida de um projecto de
formação.

- Fase II do modelo ADORA – Desenhar a Proposta Formativa


Nesta fase o utilizador é confrontado com duas questões centrais: “Como agregar objectivos de aprendizagem
por domínios do saber e formas de organizar a formação?” e “Como desenhar itinerários específicos de
aprendizagem modularizáveis?

- Fase III do modelo ADORA – Organizar as Sequências Pedagógicas


Nesta fase o utilizador é convidado a realizar uma reflexão focalizada na (1) delimitação e organização de
conteúdos e sequências de aprendizagem, e na (2) identificação de estratégias pedagógicas que facilitem o
desenvolvimento das aprendizagens.

- Fase IV do modelo ADORA – Realizar Recursos Técnico-Pedagógicos e Preparar


Equipamentos de Apoio
Esta fase remete o utilizador para as seguintes reflexões: a estruturação e produção de guiões pedagógicos, a
preparação e a selecção de recursos técnico-pedagógicos e a construção de ajudas ao trabalho. Destaca-se neste
capítulo o conjunto de suportes/instrumentos que visam apoiar a figura do facilitador da formação (formador,
monitor, tutor...), bem como um melhor desempenho dos participantes na formação.

- Fase V do Modelo ADORA – Avaliar a Estratégia Pedagógica


A fase V e última do modelo de concepção proposto focaliza o utilizador nas estratégias avaliativas a
implementar no âmbito da proposta formativa pré -concebida.

O controlo da aplicação das várias fases do modelo de concepção ADORA


Trata-se da última parte do guia e visa sensibilizar as entidades/indivíduos, que realizam formação, para a
importância da implementação de procedimentos de controlo e acompanhamento das respectivas práticas de
concepção da formação.

C
Coom
moo ppooddee sseerreexxpplloorraaddoo –– N
Noottaass B
Brreevveess

O presente guia poderá ser apropriado, de formas distintas, pelo respectivo utilizador, consoante as
necessidades de informação em causa, bem como, respectivo grau de domínio de práticas de concepção.
Neste sentido, o utilizador terá ao seu dispor vários materiais que poderá utilizar/explorar na exacta medida
das suas necessidades. O despiste do tipo de necessidade a colmatar será realizado a partir dos resultados do
auto-diagnóstico que visa remeter o utilizador para uma parte específica do guia. Este guia pode, assim, ser
apropriado na sua forma integral ou apenas numa das suas partes, consoante o tipo de informação desejada.

O utilizador deste guia poderá encontrar ainda um conjunto de “navegadores” que visam ajudar a identificar a
natureza do conteúdo a explorar/ apropriar:

Remete o utilizador para uma reflexão sobre conceitos, definições,


Biblioteca
esclarecimentos adicionais que ajudam a enquadrar as metodologias
propostas.

Oficina Visa introduzir o utilizador no desenvolvimento/ execução de propostas


metodológicas concretas.
metodológica

Exemplo prático Remete o utilizador para exemplos concretos que visam ilustrar eventuais
resultados a produzir com a aplicação das propostas metodológicas
sugeridas.

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Instrumentos de Destaca os instrumentos a utilizar no âmbito dos diferentes processos do
modelo ADORA.
apoio

Tendo em conta que a estrutura do presente Guia de Concepção de Cursos e Materiais Pedagógicos, é
constituída por módulos interdependentes, mas de exploração autónoma, recomenda-se assim que:

• os profissionais envolvidos em actividades de concepção se apropriem dos processos sugeridos e


adaptem/explorem os instrumentos aí propostos, tendo em vista o desenho, a produção e a
implementação de soluções formativas mais eficazes, logo mais úteis aos clientes e beneficiários;

• os utilizadores realizem uma análise crítica das melhorias introduzidas e partilhem essas práticas com
outros profissionais e equipas de concepção envolvidos em processos semelhantes;

Enquadram-se ainda, no âmbito desta iniciativa, actividades, tais como, a realização de jornadas técnicas no
âmbito da Rede de CRC, a realização de uma Mostra de práticas de concepção e a criação de uma
comunidade de partilha de conhecimento com um espaço on-line para discussão e partilha de práticas e
materiais de concepção.

A base de partida do conjunto de actividades propostas será o presente guia, que deverá ser re-equacionado e,
eventualmente reconstruído a partir dos contributos recolhidos aquando da realização das actividades no
terreno. Neste sentido, o Instituto para a Qualidade na Formação (IQF) apoiará e dinamizará iniciativas que
favoreçam a partilha de práticas e a recolha de sugestões e recomendações para a implementação de melhorias
em futuras edições do presente Guia Metodológico.

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Modelo A D O R A

Contexto Social

ANALISAR DESENHAR

Contexto AVALIAR Contexto


Cultural Humano

REALIZAR ORGANIZAR

Contexto Organizacional

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1. As fases e os processos do modelo de concepção “ADORA”

O presente guia visa apoiar o desenvolvimento das tarefas e operações conducentes a uma adequada
operacionalização da concepção de cursos e materiais pedagógicos, beneficiando de uma designação simples
e fácil de reter, estabelecida a partir do acrónimo das diversas fases do próprio ciclo da concepção da
formação – ADORA.

Este modelo é, antes de mais, um conjunto estruturado de fases, processos e instrumentos de apoio à
concepção de programas, cursos e soluções pedagógicas, podendo ser explorado e utilizado de diferentes
formas – isto é, em função das necessidades e disponibilidades - pelas entidades e profissionais que intervêm
na formação.

Tendo em conta o designado “ciclo da formação”, que integra, como referimos, vários domínios de
intervenção, neste guia propomo-nos abordar, de forma aprofundada, uma metodologia e conjunto de
ferramentas que possibilitem a construção de uma proposta pedagógica específica.

Figura nº 1

Diagnóstico

Avaliação Planeamento Modelo A D O R A

Contexto Social
Ciclo da
formação
ANALISAR DESENHAR

Execução Concepção Contexto AVALIAR Contexto


Cultural Humano

REALIZAR ORGANIZAR

Organização
Contexto Organizacional

No guia que se apresenta o domínio da concepção será desenvolvido nas respectivas fases e estas
decompostas em processos. Os restantes domínios serão apenas referidos na medida em que disponibilizem
inputs de forte interesse para o domínio da concepção, pelo que o seu desenvolvimento (em termos de fases,
processos e instrumentos) serão abordados em guias específicos.

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A proposta efectuada às entidades e profissionais que intervêm na concepção da formação é a seguinte: num
primeiro momento, sugere-se que o Domínio “Concepção da Formação” seja declinado em cinco fases
distintas, integradas e complementares.

FASE I
ANALISAR OS CONTEXTOS DE PARTIDA
Visa sinalizar competências a desenvolver e construir para a definição de objectivos de
aprendizagem, com base no pressuposto de que os objectivos consistem na tradução
pedagógica das competências pré-identificadas.

FASE II
DESENHAR A PROPOSTA FORMATIVA
Visa delinear itinerários de aprendizagem referenciados a contextos e públicos-alvo,
focalizando a equipa de concepção na agregação dos objectivos de aprendizagem e na
construção do próprio itinerário a desenvolver.

FASE III
ORGANIZAR AS SEQUÊNCIAS PEDAGÓGICAS
Partindo da definição de objectivos, agregados em módulos a desenvolver, visa contribuir
para a sinalização e sequenciação de conteúdos a incorporar nas soluções formativas, assim
como identificar as melhores estratégias pedagógicas a aplicar.

FASE IV
REALIZAR RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS E PREPARAR
EQUIPAMENTOS DE APOIO

Visa apoiar a equipa de concepção na construção/ identificação de recursos técnico


pedagógicos e suportes de apoio a utilizar, quer pela equipa de facilitadores (formadores,
monitores, tutores...), quer pelos participantes na formação.

FASE V
AVALIAR A ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA
Visa apoiar o utilizador na construção da estratégia avaliativa mais adequada às características
da proposta pedagógica previamente concebida.

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Cada fase do modelo ADORA surge decomposta em processos sendo a realização das respectivas actividades
suportadas, sempre que possível, em instrumentos de apoio à decisão e à sistematização do trabalho de
concepção, de forma a serem produzidas evidências (ver resultados dos vários processos) que documentem e
comprovem a coerência, a fundamentação e a robustez dos passos metodológicos desenvolvid os para a
criação de uma proposta formativa.

As actividades a desenvolver em cada uma das fases do ciclo de concepção ADORA serão abordadas na
perspectiva de quem se responsabiliza pela concepção de um projecto de formação. Aqui a equipa de
concepção assume um papel central, uma vez que assume desde logo a responsabilidade da preparação de
uma proposta formativa o mais ajustada possível às necessidades dos respectivos públicos-alvo.

Aquando da implementação do modelo ADORA a equipa de concepção será levada a realizar um conjunto de
produtos considerados aqui como eventuais evidências de um processo de concepção da formação. Das
evidências a produzir neste âmbito, destacam-se as seguintes:

Modelo de Concepção da Formação ADORA


FASES PROCESSOS Resultados dos processos
(outputs)

Fase I- Analisar os Processo 1 – Analisar * Caracterização dos contextos de partida;


contextos de partida competências referenciadas a * Identificação de competências críticas (a desenvolver
contextos de desempenho através da formação);
* Identificação de requisitos de desempenho associados
a competências críticas;
* Sinalização de competências a desenvolver por outras
vias que não a formação;
* Identificação do perfil de entrada do participante na
formação.

Processo 2 – Construir * Identificação e descrição de objectivos gerais e


objectivos de aprendizagem específicos da formação, com clarificação de:
válidos - comportamentos esperados;
(adequados a públicos e - condições para concretização do objectivos;
- critérios de êxito associados a cada um dos
contextos bem determinados) objectivos;

Fase II – Desenhar a Processo 1 – Agregar * Identificação do tipo de saber associado a cada


proposta formativa objectivos de aprendizagem objectivo de aprendizagem;
por domínios do saber e * Formas de organizar a formação a desenvolver na
formas de organizar a proposta pedagógica;
* Matriz com objectivos agregados por domínios do
formação saber e formas de organizar a formação.

Processo 2 – Desenhar * Revisão das condições de partida;


itinerários de aprendizagem * Propostas de sequências de objectivos e respectiva
modularizáveis e ajustados a integração em módulos de formação;
públicos e contextos * Definição do itinerário pedagógico a desenvolver
(sequenciação modular) e respectivos momentos de
determinados avaliação;

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FASES PROCESSOS Resultados dos processos
(outputs)

Fase III – Organizar Processo 1 – Definir * Estruturação modular com definição de


as sequências sequências de conteúdos e sequências de conteúdos a desenvolver;
pedagógicas respectivos saberes a adquirir * Matriz com identificação do tipo de conteúdo a
/ desenvolver integrar em cada um dos módulos;

Processo 2 – Seleccionar * Identificação de métodos pedagógicos a aplicar na


estratégias de aprendizagem formação (por módulo formativo);
adequadas aos públicos e aos * Definição de estratégias de aprendizagem por
contextos módulo de formação;

Fase IV – Realizar Processo 1 – Conceber, * Identificar os recursos técnico pedagógicos e


recursos técnico- validar e produzir recursos suportes de apoio a utilizar/explorar em cada
pedagógicos e técnico-pedagógicos módulo formativo (construção de matriz)
* Orientações críticas para exploração de recursos
preparar
técnico-pedagógicos e suportes de apoio (se
equipamentos de necessário);
apoio * Disponibilização de uma ficha técnica para
caracterização de cada RTP a utilizar na formação;

Processo 2 – Estruturar, * Definição da estrutura do guião pedagógico


validar e produzir guiões dirigido ao formador;
pedagógicos (apoio ao * Definição do conteúdo a desenvolver em cada
formador) elemento do guião pedagógico;
* Apresentação de planos de sessão (ou estruturas
de apoio a construção de planos de sessão), a aplicar
os módulos formativos;
* Eventuais orientações metodológicas para
exploração de planos de sessão;

Processo 3 – Produzir ajudas * Orientações específicas para a construção de


ao trabalho adequadas aos ajudas ao trabalho;
públicos e contextos de
trabalho específicos

Fase V – Avaliar a Processo 1 – Definir a * Estratégia avaliativa a aplicar à proposta


estratégia pedagógica estratégia avaliativa pedagógica;

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2. Os diferentes enfoques do modelo de concepção ADORA

Este modelo propõe-se ser uma ajuda a uma reflexão, duplamente sistémica e sistemática, da qual possam
resultar propostas formativas com valor acrescentado. Será de extrema utilidade a exploração permanente das
visões sistémica e sistemática pela entidade envolv ida na construção de uma proposta formativa:

Ø Enfoque Sistémico: isto é, a proposta formativa deve integrar de forma dinâmica respostas às
principais necessidades dos públicos, compatibilizando-as com as condicionantes dos contextos de
trabalho e de aprendizagem e com as exigências normativas dos sistemas de reconhecimento,
validação e certificação.

A presença sustentada da dimensão sistémica numa proposta formativa garante a sua fidelidade a
objectivos estratégicos e, por isso, ganha eficácia enquanto serviço ou produto com valor acrescentado
para os seus beneficiários e clientes.

( 1) O Modelo ADORA – visão dinâmica e integrada (olhar sistémico)

Modelo A D O R A

Contexto Social

ANALISAR DESENHAR

Contexto Contexto
AVALIAR
Cultural Humano

REALIZAR ORGANIZAR

Contexto Organizacional

A integração do modelo proposto num contexto mais vasto, remete a equipa de concepção para as eventuais
variáveis de contexto que podem condicionar a maior ou menor apropriação de sugestões metodológicas que
apontem para a realização de actividades específicas, consideradas centrais numa abordagem de natureza
formativa.

Ø Enfoque Sistemático, isto é, a proposta formativa apresenta-se tecnicamente bem fundamentada, o


que garante coerência e robustez internas; os cursos desenhados segundo esta perspectiva ganham
eficiência, pois resultam de um trabalho de análise e discussão profundos, ancorado em abordagens
técnico-metodológicas e não em abordagens assentes apenas no bom senso de quem se
responsabiliza pelos processos de concepção.

Defendem-se abordagens que se preocupem, acima de tudo, com o valor acrescentado para os respectivos
utilizadores, ou seja, que correspondam a necessidades de competências sinalizadas de forma sustentada. Uma
proposta formativa deve, pois, revela r intencionalidade, adequação e possuir uma finalidade visível para as
pessoas que dela se vão apropriar;

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Um olhar sistemático posiciona, assim, a equipa de concepção nas dinâmicas e exigências específicas dos
processos de concepção, que visa ser, sobretudo, um suporte de apoio à reflexão a efectuar pelas equipas
responsáveis pela elaboração de uma proposta de formação.

(2) O Modelo ADORA – visão da cadeia dos processos e instrumental (olhar sistemático):

Guia de Concepção de Cursos e Materiais Pedagógicos

FASE I FASE II FASE III FASE IV FASE V

ANALISAR OS DESENHAR A ORGANIZAR AS REALIZAR AVALIAR A


CONTEXTOS DE PROPOSTA SEQUÊNCIAS RECURSOS TÉCNICO- ESTRATÉGIA
PARTIDA FORMATIVA PEDAGÓGICAS PEDAGÓGICOS E PEDAGÓGICA
PREPARAR
EQUIPAMENTOS DE
APOIO

Analisar competências Agregar objectivos de Estabelecer sequências de Conceber, validar e Definir a estratégia
referenciadas a aprendizagem por conteúdos e respectivos produzir recursos avaliativa
contextos de domínios do saber e saberes a técnico-pedagógicos
desempenho formas de organizar a adquirir/desenvolver (formatação
formação pedagógica)

+
Construir objectivos de Desenhar itinerários de Seleccionar estratégias de Estruturar, validar e
aprendizagem válidos aprendizagem, aprendizagem adequadas produzir guiões
(adequados a públicos e modularizáveis e aos formandos e aos pedagógicos (apoio ao
a contextos bem ajustados a públicos e contextos formador)
determinados) contextos determinados

Produzir e validar
ajudas ao trabalho
adequadas aos públicos
e contextos de trabalho

O modelo de concepção da formação ADORA deve, assim, ser encarado como um instrumento de apoio à
análise e reflexão críticas das propostas formativas desenhadas e implementadas pelas entidades e
profissionais da educação e formação, constituindo-se também como metodologia de apoio à tomada de
decisões e selecção de opções de natureza pedagógica.

Não se pretende, pois, que as entidades ignorem as suas práticas formativas e, muito menos, que abandonem
as estratégias e metodologias de concepção de cursos e materiais pedagógicos – caso as utilizem e pratiquem -
e as substituam pelas propostas contidas neste guia: o desafio consiste em introduzir melhorias e
aperfeiçoamentos, reforçando o valor das soluções actuais com as conclusões resultantes das reflexões e
propostas , induzidas pelos processos e instrumentos agora propostos.

Dar sentido e intencionalidade às estratégias de aprendizagem e aos programas de desenvolvimento


sustentado de competências dos activos portugueses, através da construção de propostas formativas com
identidade, geradoras de valor acrescentado, que respeitem e respondam às aspirações das pessoas e às
expectativas das organizações é o trabalho essencial dos conceptores de programas e cursos de formação: a
metodologia ADORA terá cumprido os seus objectivos se contribuir para a concretização destas tarefas
fundamentais ao nível da concepção dos processos formativos.

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A
Auuttoo--ddiiaaggnnóóssttiiccoo aa eeffeeccttuuaarr ppeellaa eennttiiddaaddee qquuee iinntteerrvvéém
m nnaa ffoorrm
maaççããoo

A montante da apropriação da metodologia de concepção proposta (modelo ADORA), propõe-se que seja
realizada uma análise crítica, a efectuar pelo utilizador do guia, com vista à identificação e caracterização
(muito embora de uma forma bastante sintética) das respectivas práticas de concepção .

Como principais objectivos deste auto-diagnóstico, destacam-se os seguintes:

- Identificar as actividades nas quais a entidade mais investe;


- Identificar fragilidades e aspectos a melhorar;
- Ajudar a entidade/indivíduo a posicionar-se, de acordo com as fragilidades identificadas, numa das fases ou
processos específicos apresentados no âmbito do modelo ADORA.
- Ajudar a entidade/indivíduo a decidir se deve apropriar-se de toda a metodologia proposta ou apenas de uma
das suas partes (ex: um ou mais processos directamente associados aos aspectos que pretende melhorar);
- Estimular a entidade à elaboração de planos de melhoria, no caso de serem identificados eventuais aspectos
a melhorar.

Checklist de auto-diagnóstico das práticas de concepção de soluções e cursos de formação profissional

Observação: Este auto-diagnóstico deverá ser reportado aos cursos e acções que a entidade /indivíduo
concebeu (ou participou na concepção) nos últimos 2 anos.

Grelha 1:

Nunca ou Realizo Realizo Observações /


raramente (considero) (considero) Recomendações
Processos e actividades de concepção realizo por vezes habitualmente
(Indexados a Competências) (considero) (x) ou quase (por ex:
(x) sempre alterar/desenvolver/
(x) introduzir...)

1. Conhece as características e exigências dos


contextos de origem dos candidatos à
formação?

2. Sinaliza as competências a desenvolver


através da formação?

3. Identifica o valor crítico das competências


propostas para desenvolvimento/aquisição
através da formação?
4. Identifica os requisitos de desempenho 1
exigidos pela mobilização/aplicação das
competências pré-sinalizadas?
5. Sinaliza a natureza das competências a
desenvolver (distingue tipos de saber: saber
saber, saber fazer e saber ser/estar)?
6. Associa os objectivos de aprendizagem a
competências pré-identificadas?

1
Regras, procedimentos, quadros reguladores, tecnologias utilizadas...

18
7. Na definição dos objectivos de
aprendizagem identifica claramente os
comportamentos (acções concretas) a observar?
8 Na definição dos objectivos de aprendizagem
identifica as condições que favorecem a
realização dos comportamentos pretendidos?
9. Na definição dos objectivos de
aprendizagem identifica os critério(s) de êxito 2
a alcançar?
10. Selecciona a(s) forma(s) de organizar a
formação (ambiente presencial, formação no
posto de trabalho, e-learning...) em função de
critérios previamente definidos (ex: públicos-
alvo, natureza das competências...)?
11. Realiza a agregação e sequenciação de
objectivos de aprendizagem em função de
critérios previamente definidos (ex: natureza
dos saberes; etapas de execução de
determinadas actividades/tarefas...)?
12.Estrutura e sequência módulos de formação
de acordo com critérios pré-estabelecidos (ex:
elaboração de um projecto; etapas de execução
de determinada função...)?
13. Considera na construção dos itinerários
pedagógic os as especificidades dos contextos e
a natureza dos objectivos de aprendizagem em
presença?
14. Define as cargas horárias com base em
critérios pré-estabelecidos?(3 )
15. Sequencia conteúdos formativos em função
de critérios pré-definidos?
16. Tem em conta, aquando da construção dos
conteúdos, eventuais orientações/prioridades
associadas aos desafios do sector de actividade
e/ou da organização em particular?
17. Considera na elaboração dos conteúdos de
formação os requisitos, standards... que
permitem posteriormente conferir uma
certificação/qualificação específica?
18. Selecciona os métodos pedagógicos a
aplicar (expositivo, demonstrativo...) em
função das especificidades dos públicos alvo da
formação e da natureza dos objectivos em
presença?
19. Selecciona os recursos técnico-pedagógicos
(manuais, filmes...) em função dos objectivos
de aprendizagem e características dos públicos
destinatários?
20. Selecciona os equipamentos de apoio
(quadro didax, flipchart...) em função dos
objectivos de aprendizagem e características

2
Nível de realização que permite saber se a acção (comportamento) observada é aceitável ou não.
3
Tal como teremos oportunidade de verificar, a definição das cargas horárias pode ocorrer em momentos distintos, quando
considerado o clico da concepção da formação.

19
dos públicos alvo da formação?
21. Define critérios para aferir e controlar a
qualidade dos recursos pedagógicos a utilizar?
22. Elabora guias de apoio ao formador?
23. Desenvolve as intervenções formativas
com base em planos de sessão?
24. Elabora guias de exploração de recursos
pedagógicos?
25. Elabora um plano geral da proposta
formativa?
26. Elabora um manual de apoio ao
participante na formação?
27. Concebe ajudas ao trabalho dirigidas aos
participantes da formação?
28. Define com clareza quais os objectivos da
avaliação a implementar?
29. Define, a montante da formação, a
respectiva estratégia de avaliação?
30. Implementa um sistema de controlo e
monitorização do processo de concepção da
formação?4

4
As referências às práticas de controlo e acompanhamento do ciclo de concepção são apresentadas na última parte do presente guia.

20
Aplicada a primeira grelha deste exercício de diagnóstico, sugere-se que o utilizador identifique a(s) fase(s)
e/ou processo(s) que apresenta(m) maior(es) fragilidade(s), colocando, para esse efeito, um círculo em torno
do número das questões relativamente às quais pretende introduzir melhorias. Após a identificação da(s)
fase(s) ou processo(s) que merecem uma maior atenção, o utilizador poderá inteirar-se do conteúdo das
mesmas nas versões mais desenvolvidas do presente Guia.

Grelha 2:
QUESTÕES PROCESSOS FASES
Processo 1 – Analisar Fase I- Analisar os contextos de partida
1– 2– 3– 4 competências referenciadas a
contextos de desempenho

Processo 2 – Construir
5-6 -7 - 8-9 objectivos de aprendizagem
válidos (adequados a públicos
e a contextos bem
determinados)

Processo 1 – Agregar Fase II – Desenhar a proposta formativa


10-11 objectivos de aprendizagem
por domínios do saber e
formas de organizar a
formação

Processo 2 – Desenhar
12 – 13-14 itinerários de aprendizagem
modularizáveis e ajustados a
públicos e contextos
determinados
Processo 1 – Estabelecer Fase III – Organizar as sequências pedagógicas
sequências de conteúdos e
15 – 16-17 respectivos saberes a adquirir
/ desenvolver
18 Processo 2 – Seleccionar
estratégias de aprendizagem
adequadas aos públicos e aos
contextos
Processo 1 – Conceber, Fase IV – Realizar recursos técnico-pedagógicos e
validar e produzir recursos preparar equipamentos de apoio
19 – 20 - 21 técnico-pedagógicos

22 – 23 – 24 – 25 – 26 Processo 2 – Estruturar,
validar e produzir guiões
pedagógicos (apoio ao
formador)
Processo 3 – Produzir ajudas
27 ao trabalho adequadas aos
públicos e contextos de
trabalho específicos

21
Processo 1 – Definir a Fase V – Avaliar a estratégia pedagógica
30 estratégia avaliativa

C
Ceennáárriiooss ddee m
meellhhoorriiaa

Após a elaboração do diagnóstico sugerido, o utilizador reúne neste momento informações que lhe permite
identificar qual(ais) o(s) processo(s) e ou fase(s) do modelo ADORA, onde considera importante introduzir
acções de melhoria, de forma a valorizar as suas soluções e produtos de formação e, por outro lado, está na
posse de elementos críticos que podem servir como recomendações para a melhoria sustentada das práticas de
concepção da entidade ou do profissional.

Obviamente que este diagnóstico e consequente sinalização de fases e processos de concepção a melhorar terá
um impacto mais significativo e duradoiro se for assumido e realizado pela equipa com responsabilidades no
desenho das propostas formativas utilizadas pela organização.

A partir dos resultados do auto-diagnóstico o utilizador ou a equipa poderão realizar uma reflexão estratégica
mais global, visando a identificação das fases de concepção onde as soluções e produtos formativos da
organização revelam maiores fragilidades, e, em consequência, delinearem acções de melhoria focalizadas nas
fases consideradas como alvos prioritários.

Neste sentido, sistematizam-se três cenários possíveis em que entidades ou equipas de concepção (e mesmo o
profissional de formação com responsabilidades de concepção) se podem posicionar:

Cenário de melhoria A – Foco Estratégico – as acções de melhoria das práticas de concepção passam pela
focalização nas fases estratégicas da concepção da formação: a ANÁLISE e o DESENHO;

Investimentos nas fases I e II:

Modelo A D O R A
Foco estratégico

Contexto Social

ANALISAR DESENHAR
Contexto Contexto
Cultural Humano

AVALIAR

REALIZAR ORGANIZAR

Contexto Organizacional

22
Forte investimento nas Fases I e II

As entidades e profissionais olham para a concepção da formação como uma oportunidade para desenharem soluções
formativas com valor estratégico para os seus beneficiários e clientes.

A percepção da cultura e dos valores dos contextos de trabalho e características dos públicos beneficiários e clientes das
soluções e produtos formativos constituem preocupações centrais de um modelo de concepção com fortes investimentos
nas fases I e II, respectivamente “Analisar os contextos de partida” e “Desenhar a proposta formativa”.

É de primordial importância a valorização dos contextos cultural, social, humano e organizacional na busca e
construção de uma proposta formativa, pois ela só será válida se funcionar e responder nesses contextos.

Fraco investimento nas Fases I e II

As entidades com fraco investimento ao nível destas duas fases confrontam-se com maiores dificuldades aquando da
aferição de eventuais impactos decorrentes das intervenções realizadas.

O fraco desenvolvimento metodológico ao nível das práticas de construção modular e organização de conteúdos,
subordinados a objectivos de aprendizagem ancorados em competências concretas, pode ter como consequência o
recurso a soluções formativas de baixo impacte nas competências dos indivíduos que participam na formação.

De facto, sendo a formatação pedagógica tendencialmente standardizada, aquelas dificilmente tiram partido das
reflexões produzidas pelos vários actores implicados, normalmente, na construção de uma proposta pedagógica
ancorada em contextos específicos de aprendizagem.

Cenário de melhoria B – Foco Operacional – as acções de melhoria das práticas de concepção passam pela
focalização nas fases operacionais da concepção da formação: a ORGANIZAÇÃO e a REALIZAÇÃO;

Investimentos nas fases III e IV:

23
Modelo A D O R A
Foco operacional
Contexto Social

ANALISAR DESENHAR

AVALIAR

Contexto Contexto
Cultural Humano

REALIZAR ORGANIZAR

Contexto Organizacional

Forte investimento nas Fases III e IV

As entidades e profissionais olham para a concepção da formação como uma oportunidade para realizarem
evidências e produtos que funcionem, isto é, programas e cursos com impacte e valor operacional. Este tipo
de entidade investe sobretudo na produção de recursos de apoio aos vários intervenientes na acção
formativa, apostando ainda na selecção e organização de conteúdos.

Fraco investimento nas Fases III e IV

Um fraco investimento nestas duas fases pode significar que a entidade não recorre a actores com clara
experiência de terreno quando considerados os domínios em que intervém. Pode ainda significar fracos
investimentos na preparação dos agentes que intervêm na formação, dada a escassez, por exemplo, de
orientações claras relativamente aos objectivos e resultados a alcançar com a realização da acção de
formação.

Cenário de melhoria C – Foco na Reflexão Crítica – as acções de melhoria das práticas de concepção
passam pela focalização nas fases de reflexão crítica da concepção da formação: a AVALIAÇÃO e a
ANÁLISE;

Investimentos nas fases I e V:

24
Modelo A D O R A
Foco reflexão crítica

Contexto Social

DESENHAR
ANALISAR

Contexto Contexto
Cultural Humano
AVALIAR

REALIZAR ORGANIZAR

Contexto Organizacional

Forte investimento nas Fases I e V

As entidades e profissionais olham para a concepção da formação como uma oportunidade para realizarem
uma reflexão crítica sobre a qualidade e a eficácia dos programas e dos cursos.

Uma focalização nos contextos de partida e nos diferentes momentos avaliativos remetem o utilizador para
uma melhoria permanente das suas práticas, uma vez centrados nos processos de feedback ou de retorno
implementados junto dos respectivos beneficiários.

Fraco investimento nas Fases I e V

Um fraco investimento na caracterização dos contextos de partida e na avaliação da formação resulta, na


maior parte das vezes, numa formação centrada no fornecedor de formação e não nas expectativas e
necessidades concretas dos respectivos utilizadores. As entidades que investem pouco nestas duas fases
deparam-se com maiores dificuldades em verificar em que medida a proposta pedagógica desenvolvida deu
uma resposta eficaz às necessidades dos respectivos clientes.

Aqui a ausência ou incipiente caracterização clara do ponto de partida, assim como não apuramento de
resultados, após a aplicação da proposta formativa, tende a dificultar os processos de feedback permanente,
momentos importantes na identificação de eventuais aspectos a melhorar.

Após a apreciação dos resultados do auto-diagnóstico proposto, sugere-se que o utilizador “invista” em maior
ou menor medida nas diferentes fases do modelo de concepção, de acordo com os planos de acção que deseje
vir a implementar.

25
A partir das questões assinaladas na página (??), consideradas como alvos de melhoria e levando ainda em
consideração os cenários de melhoria anteriormente apresentados, podemos estabelecer um plano de acção
para a introdução de melhorias nas práticas de concepção:

Plano de melhoria
Processos e actividades Acções a implementar Responsável Recursos Datas de
de concepção que se necessários execução
pretende m melhorar
1.
2.
3.
4.
5.

26
Modelo A D O R A

Contexto Social

ANALISAR DESENHAR

Contexto AVALIAR Contexto


Cultural Humano

REALIZAR ORGANIZAR

Contexto Organizacional

27
Modelo A D O R A

Contexto Social

ANALISAR DESENHAR

Contexto AVALIAR Contexto


Cultural Humano

REALIZAR ORGANIZAR

Contexto Organizacional

28
FASE I
ANALISAR OS CONTEXTOS DE PARTIDA
Objectivo

No final desta fase a equipa de concepção deverá ser capaz de:

(1) Caracterizar os contextos de partida da formação, identificando as competências críticas a desenvolver


pela via da formação, utilizando os métodos e instrumentos de análise propostos, de forma a garantir uma
legitimação inequívoca por parte do cliente;

(2) Construir objectivos de aprendizagem ajustados às especificidades dos contextos e características dos
públicos alvo da formação, respeitando os métodos de definição propostos, tendo em vista a obtenção de
objectivos de aprendizagem válidos;

Processos Questões orientadoras Instrumentos propostos


da FASE I para a
FASE I
Processo 1
Analisar - Diagnóstico de necessidades de competências. Que - Fluxograma do processo
competências e perspectivas?
saberes referenciados - Matriz de análise para:
a contextos de - Como alinhar a estratégia formativa com a estratégia da estimar o valor crítico das
organização? competências, objectivar
desempenho
standards, normas,
- Que competências mobilizar na execução das procedimentos, protocolos e
actividades pré-identificadas? guidelines, identificar a
natureza da competência a
- Como estimar o valor crítico e os requisitos de mobilizar
desempenho associados a cada competência sinalizada?

Processos Questões orientadoras Instrumentos propostos


da FASE I para a FASE I
Processo 2
Construir objectivos - Qual a relação entre competências a desenvolver e a - Fluxograma do processo
de aprendizagem construção de objectivos de aprendizagem?
válidos (adequados a - Grelha de verificação da
públicos e a - Porque definir objectivos de aprendizagem? qualidade dos objectivos de
aprendizagem
contextos bem
- Quais os erros mais frequentes na definição de
determinados) objectivos de aprendizagem?

- Que níveis de objectivos de aprendizagem podem ser


considerados?

- Em que consiste a construção de um objectivo de


aprendizagem?

29
Modelo A D O R A

Contexto Social

ANALISAR DESENHAR

Contexto
Contexto AVALIAR Humano
Cultural

REALIZAR ORGANIZAR

Contexto Organizacional

30
FASE II
DESENHAR A PROPOSTA FORMATIVA
Objectivo

No final desta fase a equipa de concepção deverá ser capaz de:

(1) identificar as formas mais comuns de agregação e sequenciação de objectivos de aprendizagem, de


acordo com as metodologias propostas e tendo em vista o estabelecimento de itinerários de aprendizagem
ajustados ;

(2) decidir sobre as formas de organizar a formação mais adequadas face à natureza dos objectivos em
presença, respeitando as exigências dos objectivos e as especificidades das populações-alvo e as
condicionantes dos contextos de aprendizagem;

(3) identificar os vários factores a considerar na construção de uma estratégia pedagógica, de acordo com as
recomendações metodológicas sugeridas, de forma a obter-se uma proposta formativa com qualidade
pedagógica;

(4) construir uma estratégia pedagógica na qual se possa identificar:


- a proposta de agregação de objectivos;
- o tipo de módulo a desenvolver;
- os momentos de avaliação diagnóstica e sumativa (caso considerados);
- a sequência ao nível do desenvolvimento das várias formas de organizar a formação (caso se
identifique mais que uma).

Processos da FASE Questões de apoio a reflexão Instrumentos propostos


II para a FASE II
Processo 1
Agregar objectivos - Qual a natureza dos objectivos de aprendizagem em - Fluxograma do processo
de aprendizagem por questão?
domínios do saber e - Matriz de apoio à estruturação
- Que formas de organizar a formação podem ser de itinerários formativos
formas de organizar a
utilizadas?
formação
- Que aspectos determinam, regra geral, a opção por esta
ou aquela forma de organizar a formação?

- Que formas de organizar a formação considerar na


proposta formativa?

Processo 2
Desenhar itinerários - Como construir módulos de formação? - Fluxograma do processo
de aprendizagem,
modularizáveis e - Que lógicas possíveis na agregação e sequenciação de
ajustados a públicos e objectivos de aprendizagem?
contextos
determinados

31
Modelo A D O R A

Contexto Social

ANALISAR DESENHAR

Contexto
Contexto AVALIAR Humano
Cultural

REALIZAR ORGANIZAR

Contexto Organizacional

32
FASE III
ORGANIZAR AS SEQUÊNCIAS PEDAGÓGICAS
Objectivo

De acordo com as exigências presentes nos objectivos de aprendizagem, as características da população-alvo


e a natureza dos contextos de aprendizagem, no final desta fase, a equipa de concepção deverá ser capaz de:

(1) sinalizar o tipo de conteúdos a integrar em cada módulo formativo,


(2) estabelecer sequências de conteúdos a desenvolver dentro de cada um dos módulos
(3) seleccionar os métodos e suportes pedagógicos mais adequados às exigências dos conteúdos formativos;
(4) definir estratégias pedagógicas a desenvolver no âmbito de cada um dos módulos;

de forma a obter-se uma proposta formativa com qualidade pedagógica e reconhecida como útil pelo Cliente.

Processos da FASE Questões orientadoras Instrumentos propostos


III para a FASE III
Processo 1
Estabelecer - Que conteúdos seleccionar para a formação? - Fluxograma do processo
sequências de
- Como sequenciar os conteúdos a desenvolver nos - Matriz para a indicação de
conteúdos e
módulos e sessões de formação? conteúdos e temas associados
respectivos saberes a aos objectivos de aprendizagem
adquirir/desenvolver

Processo 2
Seleccionar estratégias - Que métodos e técnicas pedagógicos podem ser - Fluxograma do processo
de aprendizagem utilizados?
adequadas aos - Matriz de apoio à tomada de
- Que factores determinam, regra geral, a escolha dos decisão quanto a estratégias e
formandos e aos métodos pedagógicos? métodos adequados à população-
contextos alvo, à natureza dos objectivos e
às especificidades dos contextos
de aprendizagem

33
Modelo A D O R A

Contexto Social

ANALISAR DESENHAR

Contexto
Contexto AVALIAR Humano
Cultural

REALIZAR ORGANIZAR

Contexto Organizacional

34
FASE IV
REALIZAR RECURSOS TÉCNICO-PEDAGÓGICOS E PREPARAR
EQUIPAMENTOS DE APOIO

Objectivo

No final desta fase a equipa de concepção deverá ser capaz de realizar, produzir e/ou seleccionar os recursos
técnico-pedagógicos, outros suportes de apoio e (eventuais) ajudas ao trabalho, adequados aos objectivos de
aprendizagem e características da população-alvo, enquanto evidências tangíveis e materiais que irão
proporcionar:

(1) aos beneficiários (formandos/participantes/aprendentes), os manuais, as ajudas que irão reforçar a


aquisição/consolidação de competências e saberes em contextos de aprendizagem e a sua transferência para
contextos reais de trabalho e/ou de vida (...)
(2) aos formadores, os recursos e meios (guiões, etc.) de facilitação, animação e condução eficaz das sessões de
aprendizagem (...)
(3) aos coordenadores e gestores, os suportes de apoio à monitorização da qualidade e verificação da eficácia
das soluções formativas (...)

Processos da FASE Questões orientadoras Instrumentos propostos para a FASE IV


IV

Processo 1 - O que são recursos técnico- - Fluxograma do processo;


Conceber, validar e pedagógicos e suportes de apoio?
produzir recursos - Ficha técnica dos recursos técnico-
técnico-pedagógicos - Que factores deveremos ter em pedagógicos;
conta na escolha dos recursos
técnico-pedagógicos e suportes de - Checklist de suporte à construção de produtos
apoio? scriptovisuais (ex: manual do formando);

- Que equipamentos de apoio - Esquema com metodologia para validação de


podemos utilizar? RTP;

- Porque devemos recorrer aos


vários equipamentos de apoio?

- Que tipo de recursos técnico-


pedagógicos posso utilizar?

- Como validar a qualidade dos


recursos técnico-pedagógicos?

- Que modos de apropriação e


exploração pedagógica de recursos
técnico-pedagógicos?

Processo 2 - O que se entende por guiões - Fluxograma do processo;


Estruturar, validar e pedagógicos e para que servem? - Checklist de apoio à estruturação e
produzir guiões planificação de sessões de aprendizagem;
pedagógicos (apoio ao - Que guiões pedagógicos? - Checklist de suporte à construção de um
formador) plano geral da proposta formativa

35
- O que é um plano geral da - Checklist de apoio à elaboração de guias de
proposta formativa? apoio ao formador;
- Plano de sessão: versão simplificada;
- O que é um guia do formador? - Plano de sessão: versão desenvolvida;

- O que é um plano de sessão?

- Como planificar uma sessão de


aprendizagem?

Processo 3 – Produzir - O que são as ajudas ao trabalho? - Fluxograma do processo;


ajudas ao trabalho
adequadas aos - Quais os contextos de aplicação - Bateria de itens de apoio à construção de
públicos e a contextos das ajudas ao trabalho? checklists;
de trabalho
específicos - Que tipo de ajudas? - Checklist de apoio a construção de ajudas ao
trabalho;
- Que obstáculos à aplicação das
ajudas ao trabalho?

36
Modelo A D O R A

Contexto Social

ANALISAR DESENHAR

Contexto
Contexto AVALIAR Humano
Cultural

REALIZAR ORGANIZAR

Contexto Organizacional

37
FASE V
AVALIAR A ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA
Objectivo

No final desta fase a equipa de concepção deverá ser capaz de:

(1) elaborar uma estratégia de avaliação a aplicar à proposta formativa proposta, de forma a aferir os
resultados da formação após a implementação da proposta formativa.
(2) efectuar a meta-análise do processo de avaliação implementado, com vista à introdução de eventauis
melhorias no processo avaliativo.

Processos da FASE V Questões orientadoras Instrumentos propostos para a


FASE V
Processo 1 - O que se entende por estratégia avaliativa?
Definir a estratégia - Fluxograma do processo
avaliativa - Qual o papel de quem concebe a estratégia
avaliativa? - Instrumento de apoio a planificação
do processo avaliativo.
- Em que momentos deve ser concebida a
estratégia avaliativa? - Instrumento que visa efectuar a
meta-análise do processo avaliativo.
- Como construir uma estratégia avaliativa?

- Objectivos pretendidos;
- Objecto de avaliação;
- Momentos de avaliação;
- Dimensões a avaliar;
- Fontes de informação;
- Quadro referencial de partida;
- Técnicas a aplicar;
- Beneficiários do processo;

38
Controlar a aplicação das várias fases do Modelo de
concepção ADORA

39
1. Qual a utilidade de práticas de auto-avaliação?

Biblioteca
Algumas notas sobre implementação de procedimentos de controlo interno de
intervenções formativas realizadas....

Nesta parte do guia destacam-se as actividades que conduzem à construção de normas/standards/procedimentos


de actuação a cumprir por todos os implicados no processo de formação, com vista à garantia de qualidade das
respectivas intervenções.

Os mecanismos de controlo e garantia de qualidade, aqui considerados, prendem-se apenas com as actividades
de concepção, uma vez que as restantes actividades de controlo e garantia de qualidade, associadas a cada uma
das restantes fases do ciclo da formação, serão oportunamente desenvolvidas no âmbito de outros Guias
Metodológicos, alguns deles já em fase de elaboração.

A implementação de procedimentos de auto-avaliação permite à entidade, responsável pela concepção da


formação, controlar a eficácia das respectivas intervenções. Associados a estes procedimentos de controlo
surgem os designados standards ou normas, construídos com base em princípios de qualidade defendidos e
promovidos pelas entidades que realizam formação.

As normas ou padrões de qualidade a utilizar, como quadro referencial de procedimentos auto-avaliativos são,
regra geral, utilizados para:

Ø Estimular a discussão acerca das actividades em curso (o que se está a fazer?)


Ø Determinar os eventuais indicadores de qualidade (fazemos o que era suposto estarmos a fazer?)
Ø Identificar práticas de sucesso (comparando com outras práticas externas, como estamos?)
Ø Reduzir eventuais dúvidas (relativamente a: O que deve fazer? porque deve fazer? quem deve fazer?
quando deve fazer? como deve fazer?)
Ø Promover eventuais acções correctivas / alterações estratégias (que plano de acção face a desvios?)

Um outro aspecto a destacar no que toca a procedimentos auto-avaliativos traduz-se na necessária procura de
evidências susceptíveis de demonstrar o não-cumprimento de determinadas normas ou standards de qualidade
pré-estabelecidos, evidências essas que se podem traduzir em acções concretas de melhoria, produtos realizados,
resultados alcançados (quando conhecidos), entre outros.

O resultado deste esforço será a construção de uma “bateria de indicadores de qualidade” a monitorar por parte
da entidade que realiza a formação, que lhe permitirá efectuar, de forma sistemática, o alinhamento das
intervenções face ao quadro desejado de intervenções, anteriormente estabelecido

40
2. Como acompanhar/validar as várias fases do modelo de concepção proposto (ADORA)?

As propostas para acompanhamento/validação das várias fases do domínio da concepção da formação são
apresentadas no final dos processos de cada uma das fases do modelo.

Os critérios de avaliação utilizados foram os seguintes:

Modelo de Concepção da Formação ADORA


FASES PROCESSOS Critérios de avaliação

Fase I- Analisar os Processo 1 – Analisar * Grau de conhecimento dos contextos que determinam os
déficits de competências;
contextos de competências referenciadas * Rigor na sinalização das competências a
partida a contextos de desempenho adquirir/desenvolver pela via da formação;
* Rigor na identificação dos requisitos de desempenho
associados à mobilização das competências sinalizadas;
* Comparação da mais valia da formação face a demais
alternativas que visem o desenvolvimento de competências
específicas;
* Rigor na determinação do nível de entrada dos formandos
na formação;

Processo 2 – Construir * Rigor na definição dos comportamentos a


desenvolver/adquirir pela formação;
objectivos de * Rigor na definição das condições para cumprimento de
aprendizagem válidos objectivos pré-definidos;
(adequadas a públicos e a * Rigor na identificação de critérios de êxito para
contextos bem verificação de cumprimento de objectivos;
determinados)

Fase II – Desenhar Processo 1 – Agregar * Grau de conhecimento relativamente à natureza das


competências (tipo de saberes) a desenvolver/ adquirir pela
a proposta objectivos de via da formação;
formativa aprendizagem por * Adequação das escolhas relativamente às formas de
domínios do saber e formas organizar a formação;
de organizar a formação

Processo 2 – Desenhar * Adequação dos critérios de agregação e sequenciação de


objectivos de aprendizagem;
itinerários de * Adequação dos critérios de estruturação e sequenciação
aprendizagem de módulos de formação;
modularizáveis e ajustados
a públicos e contextos
determinados

Fase III – Processo 1 – Definir * Adequação dos critérios de agregação e sequenciação de


conteúdos;
Organizar as sequências de conteúdos e * Suficiência das fontes que dão origem aos conteúdos de
Sequências respectivos saberes a formação;
pedagógicas adquirir / desenvolver * Adequação da definição das cargas horárias a aplicar a
cada módulo /sessão;

Processo 2 – Definir * Adequação da escolha dos métodos e das técnicas


pedagógicas aplicadas na proposta formativa proposta;
41
estratégias de * Adequação das estratégia pedagógicas face às
aprendizagem adequadas características dos destinatários da formação;
* Adequação das estratégias face às características das
aos públicos e aos formas de organizar a formação utilizadas;
contextos

Fase IV – Realizar Processo 1 – Conceber,


recursos técnico- validar e produzir recursos * Qualidade dos recursos técnico-pedagógicos;
* Adequação das opções sobre equipamentos/materiais de
pedagógicos e técnico-pedagógicos apoio a utilizar;
preparar suportes
de apoio
Processo 2 – Estruturar, * Qualidade do guia de apoio ao formador;
* Qualidade dos planos de sessão;
validar e produzir guiões * Qualidade do plano geral da proposta formativa;
pedagógicos (apoio à
equipa de
acompanhamento e
execução da formação)

Processo 3 – Produzir * Adequação das ajudas ao trabalho face às necessidades


dos respectivos destinatários;
ajudas ao trabalho * Qualidade das ajudas ao trabalho;
adequadas aos públicos e
contextos de trabalho
específ

Fase V – Avaliar a Processo 1 – Definir a * Adequação da estratégia avaliativa, face às características


do público alvo e contextos da formação;
estratégia estratégia avaliativa
pedagógica

42
Instrumentos de apoio ao processo

43
Controlar a aplicação das várias fases do modelo de concepção ADORA

Ter presente as várias


decisões tomadas durante a
realização do processo de
concepção
Construir e validar o referencial a
aplicar ao processo de concepção da
formação.

Validar e
consensualizar o
Validado o
NÃO referencial junto de
referencial ?
todos aqueles que o
vão ter que aplicar

SIM

Aplicar mecanismos de controle


da qualidade dos resultados das
várias fases do modelo ADORA
Rever aspectos menos
positivos e reflectir
acerca das respectivas
Resultados causas. Aplicar
NÃO eventuais planos de
positivos?
melhoria/ acções
correctivas.

SIM

Elaborar e disseminar manuais de


boas práticas

Regulação do processo de
concepção concluída

44
FASE I - Analisar os contextos de partida
Critérios de análise a verificar/validar Manter Melhorar Observações / recomendações
intervenção intervenção
(x) (x)
Rigor na sinalização das competências a
adquirir/desenvolver pela via da formação;

Rigor na identificação dos requisitos de


desempenho associados à mobilização das
competências sinalizadas;

Grau de conhecimento dos contextos que


ajudam a determinar os déficits de
competências;

Rigor na definição dos comportamentos a


desenvolver/adquirir pela formação;

Rigor na definição das condições para


cumprimento de objectivos pré-definidos;

Rigor na identificação de critérios de êxito para


verificação de cumprimento de objectivos;

FASE II- Desenhar a proposta formativa


Critérios de análise a verificar/validar Manter Melhorar Observações / recomendações
intervenção intervenção
(x) (x)
Grau de conhecimento relativamente à natureza
das competências (tipo de saberes) a
desenvolver/ adquirir pela via da formação;

Adequação das escolhas relativamente às


formas de organizar a formação;

Adequação dos critérios de agregação e


sequenciação de objectivos de aprendizagem;

Adequação dos critérios de estruturação e


sequenciação de módulos de formação;

FASE III - Organizar o percurso pedagógico


Critérios de análise a verificar/validar Manter Melhorar Observações / recomendações
intervenção intervenção
(x) (x)
Adequação dos critérios de agregação e
sequenciação de conteúdos;

Suficiência das fontes que dão origem aos


conteúdos de formação;

Adequação da definição das cargas horárias a


aplicar a cada módulo /sessão;

Adequação da escolha dos métodos e das


técnicas pedagógicas aplicadas na proposta
formativa;

45
Adequação das estratégia pedagógicas face às
características dos destinatários da formação;

Adequação das estratégias face às


características das formas de organizar a
formação;

FASE IV – Realizar recursos técnico-pedagógicos e preparar suportes de apoio


Critérios de análise a verificar/validar Manter Melhorar Observações / recomendações
intervenção intervenção
(x) (x)
Qualidade dos recursos técnico-pedagógicos;

Adequação das opções sobre suportes de apoio


a utilizar;

Qualidade do guia de apoio ao formador;

Qualidade dos planos de sessão;

Qualidade do plano geral da proposta


formativa;

Qualidade dos guiões de exploração;

Adequação das ajudas ao trabalho face às


necessidades dos respectivos destinatários;

Qualidade das ajudas ao trabalho;

FASE V - Avaliar a estratégia pedagógica


Critérios de análise a verificar/validar Manter Melhorar Observações / recomendações
intervenção intervenção
(x) (x)
Eficácia da estratégia avaliativa;

46
Referências bibliográficas

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