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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
LOUIS KAHN
Uma análise da Biblioteca de Exeter
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Agradecimentos
Aos professores que me acompanharam durante a graduação, e em especial à Prof.ª Dr.ª Ana Gabriela Godinho
Lima e ao Prof e Dr Lucas Fehr, pelo apoio e pela compreensão no desenvolvimento deste trabalho.
Aos meus pais (Moung W. Chang e Kyung S. C. Lee), irmão (Winston J. Y. Chang) e namorado (Victor K. Y. Sato),
pelo carinho, amor e por sempre terem ficado ao meu lado, acreditando e investindo em mim; e por não medirem
esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida e concretizasse mais uma conquista em minha vida.
Aos meus amigos (em especial à Érika Santana) e colegas da faculdade, pelos bons momentos que passamos
juntos, pelo incentivo e pelo apoio constantes.
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SUMÁRIO
1. Introdução...................................................................................................................................................................01
2. Tabela cronológica...................................................................................................................................................... 03
3. Louis Isadore Kahn
3.1 Biografia.........................................................................................................................................................04
3.2 Principais obras..............................................................................................................................................09
4. Biblioteca de Exeter
4.1 Estudo de caso.............................................................................................................................................. 41
5. Bom Retiro
5.1 Localização.................................................................................................................................................... 65
5.2 Histórico......................................................................................................................................................... 67
5.3 Infra estrutura................................................................................................................................................ 72
5.4 Uso do solo.................................................................................................................................................... 75
6. Projeto – Biblioteca Pública Temática – Imigrantes do Bom Retiro
6.1 Terreno.......................................................................................................................................................... 76
6.2 Processo....................................................................................................................................................... 79
6.3 Projeto.......................................................................................................................................................... 83
7. Considerações finais................................................................................................................................................. 94
8. Referências Bibliográficas......................................................................................................................................... 96
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1.INTRODUÇÃO
Foi decidido estudar a vida e as obras de Louis Isadore Kahn (1901-1974), pois Kahn é considerado um dos
arquitetos mais importantes do século XX. O seu trabalho representou uma passagem do modernismo internacional
para o estilo monumental e expressivo (VITRUVIUS, 2010, acesso em 20 de Maio de 2014). É um arquiteto que
adotou muito as influências arquitetônicas das antigas ruínas, na viagem que fez à Europa em 1928 (MONTANER,
2013, página 62), e criou um caráter pessoal, onde a composição é feita por volumetrias e formas geométricas
primárias, estruturas pesadas, materiais aparentes e técnicas estruturais seculares. (COLIN, 2011, acesso em 15 de
Maio de 2014).
Na concepção arquitetônica de Kahn, a idéia e a forma são essenciais; os primeiros desenhos - os croquis - são
indispensáveis para os seus estudos. Ele busca a compreensão dos processos de criação para se chegar às
essências dos tipos arquitetônicos, de cada ambiente e de cada elemento. Depois de definido a idéia e a forma, Kahn
busca a composição, a ordem concreta para se resolver o restante do edifício, como por exemplo, a articulação das
plantas, a forma das aberturas, estruturação dos espaços... O espaço e a luz também definem o seu trabalho. Kahn
é conhecido pela forma com que trabalha a luz natural em seus projetos.
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Louis I. Kahn declara explicitamente que é necessário recuperar a idéia de centro e de hierarquia nas formas
arquitetônicas. Portanto, as leis da geometria são a primeira e a última justificação de todo o projeto, desde a idéia
inicial até a composição final. (MONTANER, 2013, pág 65)
Para Kahn, a arquitetura é a formação bem pensada dos espaços. Não é simplesmente a forma que os clientes
desejam, não consiste em colocar os usos em áreas dimensionadas. Para ele, é a criação de espaços que recordam
uma sensação de uso. Espaços que se desenvolvem em uma boa harmonia para o uso ao qual a edificação vai prestar.
E Kahn faz uma pergunta para si mesmo: “O que o edifício quer ser?” (MONTANER, 2013, pág 63)
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2. TABELA CRONOLÓGICA
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3. LOUIS ISADORE KAHN
3.1 BIOGRAFIA
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_Biografia
Louis Isadore Kahn, nasceu em 1901, na ilha de Oesel, Estônia. Em 1905, com quatro anos, mudou-se para a
Filadélfia (Estados Unidos) com a sua família, onde cresceu e se naturalizou americano em 1914.
De 1920 a 1924, estudou na Escola de Belas Artes na Universidade de Pensilvânia, Filadélfia. Durante esse período,
trabalhou no escritório de Hoffman e Henon, como desenhista; e também no estúdio de John Molitor, que chegou a
ser chefe de projetos.
Em 1924, concluiu seus estudos e durante 20 anos, ajudou outros colegas em diversas obras (principalmente de
caráter residencial).
Em 1928, durante um ano, visitou e desenhou as cidades medievais italianas e os templos da Magna Grécia.
(Imagens 2 e 3)
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_Biografia
Desenhos em pastel de Louis Kahn dos Em 1929-1930, trabalhou com Paul P. Cret e em 1930-1932 com Zantzinger, Boire
capitéis do templo de KarnaK-Egito, que
pertencem a seu caderno de viagem e Medary. Em 1937, abriu seu próprio escritório na Filadélfia; nos anos 40, formou
pela Itália e Egito em 1951.
parceria com George Howe (um dos arquitetos precursores da arquitetura moderna
e do estilo internacional nos Estados Unidos). Um ano depois, se uniu com o
escritório Oscar Stonorow.
Entre 1950 e 1951, como bolsista na Academia Americana em Roma, estudou arquitetura
romana e, especialmente, as fábricas e as estruturas de tijolos dos grandes edificios:
basílicas, termas, panteões, coliseus, etc. (MONTANER, 2013, pág. 62)
Imagem 4: Croqui da Basílica de São
Marco
Aos quase 50 anos, quando começou sua própria carreira arquitetônica, Kahn
possuía uma maturidade e segurança em relação às suas idéias arquitetônicas
característicos. Em sua obra se apresenta o contato de certos episódios da
história, em especial a arquitetura tardorromana, os experimentos dos arquitetos
revolucionários franceses do século XVIII e as gravuras de Piranesi, a tradição
Beaux-Arts e o racionalismo francês (MONTANER, 2013, pág 63).
Imagem 5
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_Biografia
Kahn criou um interesse especial pela reinterpretação de situações que historicamente estão entre o ecletismo, o
maneirismo, o formalismo e a inovação tecnológica. (MONTANER, 2013, pág 63).
As obras de Kahn, são definidas por arranjos de formas geométricas puras, e a utilização expressiva dos materiais
em seu estado bruto. Seu estilo é monumental e monolítico, onde os grandes edifícios não escondem seu peso,
seus materiais ou a maneira de como foi construída.
Para Kahn, existem três estágios básicos no projeto arquitetônico (MONTANER, 2013, pág 63):
1. Inicial e que define a idéia (onde a própria forma expressa sua vontade concreta de existir)
2. Introdução da ordem (pesquisando os critérios da composição tradicional; onde cria uma ordem baseada no rigor
e nas leis da geometria)
3. E o desenho, decidindo e definindo as qualidades de cada espaço através dos detalhes, como a iluminação,
elementos construtivos, materiais e conforto interior.
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Depois de definir a idéia através das leis da geometria, Kahn busca uma ordem concreta para resolver todo o edifício,
tanto na articulação da planta, como na configuração dos volumes, na forma das aberturas, na estruturação dos
espaços, nas formas do edifício e a linguagem de cada elemento.
Os recursos utilizados por Kahn são: eixos principais e secundários de composição, uso da repetição das formas, da
justaposição, interseção , inscrição e outros jogos geométricos.
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_Galeria de Arte na Universidade de Yale
carreira.
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_Galeria de Arte na Universidade de Yale
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_Galeria de Arte na Universidade de Yale
O espaço interno do edifício, foi concebido sem divisões, como uma planta livre para aumentar a flexibilidade, com
um núcleo central que contêm as instalações, os elevadores e as escadas (Imagem 9). O teto é de concreto pré-
fabricado, formado por uma estrutura tetraédrica com uma armadura especial que expõe luminárias e dutos de ar
condicionado (Imagem 10). Kahn, impulsionado por tecnologia, usou esses painéis de concreto tetraédricos como
lajes que formam tanto o piso de uma sala como o telhado de outra, no piso térreo (Imagem 11)
Imagem 9: Núcleo central com as Imagem 10: Estrutura tetraédrica Imagem 11: Painéis de concreto
instalações – elevadores e escadas tetraédricos
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_Galeria de Arte na Universidade de Yale
Além do teto com nichos em formas piramidais (Imagem 12), Kahn propôs uma
escadaria em forma triangular. A escada foi inserida em um volume cilíndrico e se
eleva através de uma série de mudanças de direção, também triangulares
(Imagem 13).
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_Casa de Banho
Em 1954, Kahn projetou o Centro para a Comunidade Judaica, em Trenton (Nova Jérsia) que previa diferentes
instalações para a realização de distintas atividades sociais, um ginásio e uma casa de banhos, mas apenas a Casa
de Banho foi construída.
A Casa de Banho em Trenton (Trenton Bath House, Trenton, New Jersey, 1954-1959) é reconhecida pela sua
simplicidade, em forma de cruz grega, onde o arquiteto utiliza alvenaria portante, telhado de quatro águas, pátio interno
(sem telhado) e uma planta fechada com formas regulares (de 9,14 x 9,14 metros), absolutamente simétrica que
lembra as edificações renascentistas e clássicas (Imagens 15 e 16).
CASA DE BANHO EM TRENTON
Trenton, New Jersey -1954 - 1959
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_Casa de Banho
Enquanto as paredes de cada módulo ficam sob o telhado, as Imagem 17: Maquete da Casa de Banho
colunas em cada bloco, foram posicionadas além do
perímetro da cobertura para criar espaços de penetração de
luz indireta e ventilação natural.
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_Casa de Banho
Para Kahn, a ordem em um projeto arquitetônico é feita através de uma organização estrutural, que cria uma
ordenação ambiental e dos espaços; onde há uma relação com princípios de composição.
Imagem 21: Vista da Casa de Banho Imagem 22: Vista da Casa de Banho
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_Centro Médico Richards
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_Centro Médico Richards
O núcleo dos laboratórios médicos exigiam grandes dutos de ventilação e interiores flexíveis. Kahn distinguiu o que era
fixo e o que era variável, o servido e o de serviço, para projetar as torres das escadarias e das instalações e projetar os
laboratórios como células conectadas. As torres, de aparência medieval, contrastam com os espaços envidraçados da
modernidade (Imagem 25).
Na planta baixa, pode-se perceber uma sutil combinação entre o linear e o pontual (Imagem 28).
A geometria da planta-baixa e o uso das torres de instalações e escadarias como recursos monumentais
de escala intermediária entre as partes pequenas e grandes de um projeto sugerem que Kahn possa ter sido
influenciado pelo edifício Larking, de Wright (Imagem 27). (CURTIS , 2008, pág. 519)
Imagem 25: Centro Médico Richards Imagem 26 Imagem 27: Edifício Larkin. Buffalo, 1906.
Frank Lloyd Wright
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_Centro Médico Richards
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_Igreja Unitária
Kahn fez alguns estudos para se chegar à etapa final da Igreja. No primeiro
estudo, ele colocou um santuário quadrado no centro do projeto, que era
separado por divisórias e um corredor contínuo que circunda o hall central, que
serve para interconectar as salas de aula e o hall social, que forma a parede
IGREJA UNITÁRIA
externa do edifício.
. 23
_Igreja Unitária
Duas vistas da maquete da igreja em sua primeira etapa: Planta e maquete da igreja em sua segunda etapa:
Imagem 35: Maquete da primeira etapa Imagem 37: Planta da segunda etapa
Imagem 36: Maquete da primeira etapa Imagem 38: Maquete da segunda etapa
Fonte das Imagens 35 e 36: KAHN, pagina 21
Fonte da Imagem 37: Imagem: KAHN, pagina 15
Fonte da Imagem 38: Imagem: KAHN, pagina 22
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.
_Igreja Unitária
Imagem 40
25
_Igreja Unitária
A quinta etapa é a planta final para a igreja (Imagem 42). A forma continuou inalterada. As classes de aula e o hall social
ainda emolduram intimamente o hall central em todos os quatro lados. Somente o design é diferente. Foi adaptado e
ajustado às necessidades circunstanciais de uma congregação em particular.
O design final não corresponde ao primeiro design, apesar de a forma ter permanecido.
Imagem 42: Planta da quinta etapa Imagem 43: Corte da quinta etapa Imagem 44: Vista cortada isométrica
do hall central.
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_Igreja Unitária
As grandes torres de luz, são de vidro em ambas as paredes dos cantos internos, para jogar luz indireta de volta ao
espaço central. Já a parede externa é feita de tijolos.
Pequenas janelas quadradas perfuram os sólidos painéis em alguns pontos para criar luminosidade. (KAHN, 2010,
pág 23)
Imagem 45: As quatro Imagem 46: Entrada da Imagem 48: Igreja Unitária
elevações da Igreja Igreja Unitária
Unitária
Fonte da Imagem 45: KAHN, pagina 23
Fonte das Imagens 46, 47 e 48: http://www.archdaily.com/84267/ad-classics-first-unitarian-church-of-rochester-louis-kahn/ (04/03/2014)
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_Instituto Salk de Estudos Biológicos
A posição que o pátio central representa como espaço para o qual se voltam
os volumes construídos, e sua função de organização, o configuram como
eixo do projeto. A disposição dos dois edifícios em torno desse eixo, como
unidades iguais em cada lado, confere simetria e equilíbrio à implantação da
parte edificada (Imagem 51).
Imagem 50: Instituto Salk de Estudos
Biológicos
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_Instituto Salk de Estudos Biológicos
Imagem 51: Instituto Salk de Estudos Biológicos Imagem 53: Instituto Salk de Estudos Biológicos
Imagem 52: Instituto Salk de Estudos Biológicos Imagem 54: Detalhe da fachada dos laboratórios
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_Instituto Salk de Estudos Biológicos
As instalações técnicas se acomodam em vigas vierendeel, que atravessam o grande vão do laboratório, formando um
espaço único e sem interrupções. As paredes são de concreto aparente, com revestimento em madeira e no pavimento,
pedra Recinto, um calcáreo natural do México. (GIURGOLA, 1998, pág. 58)
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_Assembléia Nacional de Dacca
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_Assembléia Nacional de Dacca
Cada uma das partes deve ter sua forma própria, mas todas elas devem se integrar em um edifício único e ordenado.
Planta, volume e elementos de linguagem , tudo se resolve buscando a ordem da geometria, utilizando as formas
ligadas à perfeição do círculo. As únicas aberturas nessa obra, são as enormes janelas circulares, ou em forma de
quadrado e triângulo (Imagens 61 e 62).
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_Assembléia Nacional de Dacca
Imagem 64: Interior da Assembléia de Dacca Imagem 65: Interior da Assembléia de Dacca
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_Instituto Indiano de Administração
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_Instituto Indiano de Administração
Imagem 68: Planta geral do Instituto Indiano de Imagem 69: Planta dos
Administração dormitórios
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_Instituto Indiano de Administração
Nessa obra, nota-se a presença de figuras geométricas primárias. Essas figuras contemplam a luz natural e a
repetição dessas aberturas, confere um ritmo às fachadas dos prédios dos escritórios e das salas de aula e também
nas residências dos estudantes (Imagem 71).
O arquiteto criou uma profunda zona de transição entre os limites externos e os interiores de cada prédio, para permitir
pórticos sombreados e passarelas. (CURTIS, 2008, pág. 522)
Imagem 70: Pátio como se fosse um Imagem 71: Aberturas em formas Imagem 72: Aberturas em formas geométricas
anfiteatro geométricas, dando um ritmo à fachada
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_Instituto Indiano de Administração
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_Museu de Arte Kimbell
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_Museu de Arte Kimbell
O ritmo e o equilíbrio são características fortemente marcadas na obra do museu , por sua configuração por unidades
iguais que se repetem sistematicamente, além de reforçado pela simetria (Imagem 83).
Imagem 81: Croqui Louis Kahn Imagem 82: Museu de Arte Kimbell
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_Museu de Arte Kimbell
Fonte das Imagem 84: Imagens A+U Architecture and Urbanism, p. 137
Fonte da Imagem 85: http://www.greatbuildings.com/buildings/Kimbell_Museum.html (acessado em 12/05/2014)
Fonte da Imagem 86: A+U Architecture and Urbanism, p. 138
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_Centro de Artes Britânicas de Yale
Imagem 87: Cobertura com clarabóias Imagem 89: Centro de Artes Britânicas de Yale
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_Centro de Artes Britânicas de Yale
O teto de concreto possui vãos preenchidos em vidro, que permite a iluminação natural (Imagem 90).
A inserção da escada em um cilindro remete à escada feita na Galeria de Arte de Yale (Imagem 92).
Imagem 90: Teto com vãos em vidro Imagem 91: Luz refletida Imagem 92: Escada
pelo teto
Externamente, o prédio é visto como um bloco compacto de quatro pavimentos, onde pode-se notar a modularidade
através da fachada (pela distribuição dos pilares estruturais e pelos painéis de aço inoxidável) (Imagem 93).
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_Centro de Artes Britânicas de Yale
Imagem 94: Corte do Centro de Artes Britânicas de Yale Imagem 95: Plantas
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Kahn faleceu em 1974 por ataque cardíaco, em Nova York.
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4. BIBLIOTECA PHILLIPS EXETER
4.1 ESTUDO DE CASO
• http://soniaa.arq.prof.ufsc.br/arq1101/trabalhos_alun
os_041/Veridiana/pausec.pdf
• http://soniaa.arq.prof.ufsc.br/arq1101/20122/aniara_h
offmann/seminario03.pdf
• http://phillipexeter.blogspot.com.br/
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_Biblioteca Phillips Exeter
Louis Kahn foi contratado em 1965 para projetar a biblioteca para Phillips Exeter Academy. A Academia desejava uma
nova biblioteca fazia quinze anos, mas não satisfazia-se com os desenhos dos arquitetos contratados e da comissão. A
Academia queria uma construção, onde o exterior fosse de tijolo para que o edifício pudesse dialogar com os edifícios
da escola e com um interior ideal para o estudo.
A biblioteca Phillips Exeter é uma das obras mais representativas de Louis Kahn. O edifício foi planejado como um
ambiente fechado, onde o exterior não expressa imediatamente a parte interna da edificação. A simplicidade do exterior
do edifício não mostra as formas e a riqueza de detalhes que o edifício tem.
A biblioteca possui nove andares e foi projetada não só para guardar livros, mas também para ser um lugar de
pesquisa, leitura, estudos e descanso.
Na opinião de Kahn, uma biblioteca deve ser uma espécie de santuário para as idéias e os livros.
(GIURGOLA, 1998, pág 79)
Kahn acredita que os espaços de leitura devem estar perto dos livros, assim como a luz natural. Para ele, é essencial,
em uma biblioteca, pegar um livro na prateleira e caminhar alguns passos para a janela, para poder ver melhor.
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_Biblioteca Phillips Exeter
De acordo com a época do ano, estação e clima, a aparência dos espaços da biblioteca mudam, devido às incidências
de luz que são transmitidas diferentemente em cada ambiente.
A biblioteca de Exeter, é uma obra síntese de Kahn, pois ele usa as formas geométricas primárias, volumetria simples,
materiais aparentes e a luz natural.
Para Kahn, os interiores de suas obras, são para ser vividos, para penetrar neles, já que não estão expressados na
linguaguem monumental dos grandes volumes exteriores. (MONTANER, 2013, pág 68)
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_Biblioteca Phillips Exeter
IMPLANTAÇÃO
.
A biblioteca está situada na área central de uma quadra da Universidade de Exeter.
Os edifícios em seu entorno (da Academia) também são ortogonais.
Os cantos da biblioteca são chanfrados, o que harmoniza as chegadas dos caminhos feitos em direção ao edifício
suavizando a esquina.
Nas imagens à seguir, a parte hachurada em laranja é a Biblioteca de Exeter.
Imagem 98: Implantação geral Imagem 99: Vista aérea da Biblioteca de Imagem 100: Implantação com
Exeter pavimento térreo
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_Biblioteca Phillips Exeter
PLANTAS
.
A planta tem a forma geométrica básica de
um quadrado. Foi desenvolvida do interior
para o perímetro externo, o que acabou
criando uma caixa dentro da outra
(diferenciados pelos materiais usados), que
remete à idéia recorrente de Kahn, dos
espaços dentro dos espaços. A caixa
externa de tijolos aparentes e a interna,
Imagem 101: Planta do térreo Imagem 102: Planta do 1º pavimento
estrutural, de concreto armado.
49
_Biblioteca Phillips Exeter
PLANTAS
.
Nas extremidades do edifício ocorrem as atividades da biblioteca e a parte central é configurada por um átrio, que é a
característica mais notável (Imagem 105), com grandes aberturas circulares.
50
_Biblioteca Phillips Exeter
CORTES
.
No corte, nota-se a presença das formas
geométricas que é uma característica
muito presente nas obras de Kahn. Na
parte central do corte, há grandes
aberturas em formato de círculo (Imagens
108 e 109), onde têm uma dimensão
muito superior à dimensão humana, que
revela um sentido transcendente. Nas Imagem 108: Corte
Imagem 106: Corte
fachadas, as dimensões são de dimensão
humana.
A circulação vertical fica evidente à direita
do corte (Imagem 106).
51
_Biblioteca Phillips Exeter
ELEVAÇÕES
.
Nas elevações, pode-se notar um ritmo entre a
estrutura e as aberturas da biblioteca, tanto no
sentido horizontal como na vertical.
52
_Biblioteca Phillips Exeter
ESTRUTURA
.
A estrutura é basicamente representada por pórticos.
53
_Biblioteca Phillips Exeter
ESTRUTURA
.
As vigas principais estão representados pelas linhas pontilhadas (no centro, duas gigantes vigas cruzadas) e as paredes,
pelas linhas cheias (Imagem 116).
54
_Biblioteca Phillips Exeter
PLANTA / SECÇÃO
.
Através da planta e do corte, nota-se uma clara relação entre a extremidade do edifício e o átrio.
Na planta, um quadrado dentro de um quadrado (Imagem 118) e no corte, um círculo dentro de um quadrado
(Imagem 119). Os planos verticais que são vazados por círculos exibem as estantes com o acervo dos livros, que
aproxima da visão do usuário.
Imagem 118: Planta – quadrado Imagem 119: Corte – círculo dentro de Imagem 120: Seção
dentro de um quadrado um quadrado
55
_Biblioteca Phillips Exeter
Imagem 122
56
_Biblioteca Phillips Exeter
57
_Biblioteca Phillips Exeter
RELAÇÃO ESPACIAL
.
O vazio central completa o espaço, com a luz zenital que incide da cobertura, atravessando todo o bloco até aos pisos
inferiores, sendo complementada com a luz que entra pelos vãos das fachadas.
Imagem 126: Luz zenital que incide da Imagem 127: Maquete – relação espacial
cobertura
58
_Biblioteca Phillips Exeter
UNIDADE / CONJUNTO
.
O conjunto (agregação das unidades) é todo o contorno feito pelo edifício, e as unidades (partes do edifício) são
formadas pelos quadrados (as circulações verticais) e os retângulos (onde estão dispostas as prateleiras de livros).
59
_Biblioteca Phillips Exeter
ADIÇÃO / SUBTRAÇÃO
.
A forma básica da biblioteca, é um quadrado. As partes hachuradas são as subtrações do conjunto (que é onde se
encontra o átrio central e nos encontros dos cantos do quadrado).
60
_Biblioteca Phillips Exeter
ILUMINAÇÃO NATURAL
.
Louis Kahn utiliza muito a iluminação natural em suas obras (pois a luz tem um papel indispensável em suas obras) e
vários dos elementos da biblioteca são criados para direcionar a luz vinda de fora.
Para Louis, nenhum espaço, arquitetônicamente falando, é um espaço se não recebe a luz natural que ilumina o
destino do compartimento. (BRAGA, Thiago Henrique Castro, 2009, acesso em 15 de Maio de 2014)
A luz incide no hall central, de forma indireta, passando por vigas espessas (presentes no teto), criando efeitos de
gradação de cor e difusão de luz.
61
_Biblioteca Phillips Exeter
ILUMINAÇÃO NATURAL
.
A iluminação natural
influencia na percepção da
massa e do volume, e na
bilbioteca, a iluminação
natural reforça a estrutura
dando acabamento para a
forma e o espaço.
62
_Biblioteca Phillips Exeter
REPETITIVO / SINGULAR
.
Os quadrados hachurados representam o que é repetitivo, que seriam as quatro circulações verticais; e as linhas mais
fortes são os espaços singulares, que seriam o átrio (quadrado) e a escada de entrada (círculo).
63
_Biblioteca Phillips Exeter
HIERARQUIA
.
A hierarquia do edifício se dá da seguinte forma: da extremidade, para o átrio, em seguida pelas circulações verticais
e depois a parte que separa o espaço de leitura das prateleiras dos livros.
64
_Biblioteca Phillips Exeter
MASSA
.
O esquema abaixo indica a massa principal da obra, representada de forma retangular, pois a elevação do edifício não
possui nenhum tipo de saliência.
65
_Biblioteca Phillips Exeter
SIMETRIA / EQUILÍBRIO
.
A Simetria e o equilíbrio criam uma relação de estabilidade.
A simetria da biblioteca é por rotação, onde há rotação de componentes em torno de um centro comum. A biblioteca é
dividida em 4 partes iguais.
O equilíbrio é configurado por positivo (cheio) que são as partes hachuradas e o negativo (vazio) as partes em
branco.
66
_Biblioteca Phillips Exeter
PARTE
.
Trata-se de um quadrado, que é dividido em nove quadrados menores, como se fossem módulos, onde o do meio é
vazio.
Os quadrados que ficam nos cantos, também são subdivididas em noves partes iguais, onde há a subtração do canto
do quadrado menor e da área de circulação vertical.
67
_Biblioteca Phillips Exeter
MAQUETES
.
Imagem 143: Maquete Imagem 144: Núcleo envolvente Imagem 145: Envolvente muraria
68
5. BOM RETIRO
5.1 LOCALIZAÇÃO
O bairro do Bom Retiro está situado na região central de São Paulo, localizada entre os rios Tietê e Tamanduateí.
69
_Bom Retiro
POLÍTICO ADMINISTRATIVO
.
O Bom Retiro fica entre os distritos de:
• Santana (Norte);
• Pari (Leste);
• Brás (Sudeste);
• Sé e República (Sul);
• Santa Cecília e Barra Funda (Oeste).
70
_Bom Retiro
5.2 HISTÓRICO
.
No século 19, era chamada de “Chácara do Bom Retiro”, pois o bairro era formado por chácaras e sítios, que eram
usadas como retiros de final de semana pela população abastada da cidade. Com as primeiras olarias da cidade, o
caráter de lazer do bairro foi mudando, pois as olarias aproveitavam da presença de argila nas várzeas dos rios. A
olaria mais importante foi a Olaria Manfred de 1860.
71
_Histórico
72
_Histórico
Muitos destes imigrantes se instalavam no bairro do Bom Retiro, atraídos pela possibilidade de emprego e pelos
preços baixos dos terrenos recém loteados.
No século XIX, o processo de loteamento e urbanização da área foi intenso. A área central da cidade de São Paulo
começou a se modificar tanto estruturalmente, como social e economicamente.
No início do século XX, o bairro era basicamente operário, e abrigava sobretudo italianos, em casas simples ou
cortiços. Além de italianos, o bairro abrigava também portugueses, turcos, sírios e libaneses que exerciam atividades
comerciais na rua José Paulino.
Os judeus chegaram ao bairro a partir da década de 20, e em grande número no final dos anos 30, devido a Segunda
Guerra Mundial. Em uma década, a maioria dos moradores era de origem judaica. Os sul-coreanos, começaram a
chegar a partir dos anos 60, e passaram a comprar as principais lojas do bairro, sobretudo nos anos 80.
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_Histórico
74
_Histórico
As obras viárias no Bom Retiro permitiram que as terras antes alagáveis se convertessem em terreno edificáveis,
refletindo na expansão do bairro. Em 1930, o Bom Retiro era um bairro bem consolidado.
A densidade maior de construções dava-se ao seu interior, nas áreas mais próximas à Estação da Luz, ao Jardim da
Luz e à via férrea; os quarteirões das bordas eram os menos edificados. As terras das áreas de várzea não eram
ocupadas, pois o Rio Tietê com seu percurso serpenteante inundava essas áreas nas suas cheias. Com a drenagem
dos terrenos, possibilitou a retificação do Rio Tietê e a expansão do bairro na direção das várzeas.
Atualmente, o bairro do Bom Retiro é uma mistura de várias culturas. Andando pelo bairro, percebe-se os traços das
diferentes culturas que formam o bairro e consequentemente a história da cidade. Hoje, o Bom Retiro se tornou
sinônimo de imigrantes, indústria e comércio.
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_Bom Retiro
Transportes
O bairro (hachurado em amarelo na imagem ao
lado) possui uma grande oferta de transporte
público, atendido pela linha 1 (azul) do metrô de
São Paulo (estação Tiradentes e Armênia) e pelas
linhas 7, 10 e 11 da CPTM, além de vias
importantes para capital:
• Avenida Presidente Castelo Branco;
• Avenida Rudge;
• Avenida Marquês de São Vicente;
• Avenida Tiradentes;
• Avenida Cruzeiro do Sul;
Imagem 156: Mapa transporte público • Avenida do Estado;
• Avenida Santos Dumont.
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_Infra estrutura
Imagem 158: Colégio Santa Imagem 159: Pinacoteca Imagem 160: Museu de Arte Imagem 161: Equipamentos sociais
Inês Sacra e área de projeto hachurada em
vermelho
Fonte da Imagem 157: http://smdu.prefeitura.sp.gov.br/panorama/pdf/pag05.pdf (acessado em 12/05/2014)
Fonte da Imagem 158: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=284588 (acessado em 12/05/2014)
Fonte da Imagem 159:http://www.oquesefaz.com/2008/06/01/pinacoteca-do-estado/ (acessado em 12/05/2014)
Fonte da Imagem 160:http://chickenorpasta.virgula.uol.com.br/2014/caminhando-no-entorno-da-estacao-da-luz-seis-passeios/ (acessado
em 12/05/2014)
Fonte da Imagem 161: http://infocidade.prefeitura.sp.gov.br/mapas_subs/17_equipamentos_sociais_2010_6.pdf (acessado em 12/05/2014)
77
_Infra estrutura
O bairro também tem uma praça, a Praça Cel Fernando Prestes, que
tem a estação Tiradentes (linha 1 do metrô de São Paulo) e um posto
policial. Essa praça fica entre a Avenida Tiradentes e a Rua Afonso
Pena, que tem o instituto Dom Bosco.
78
_Bom Retiro
As construções do bairro são caracterizadas por sua horizontalidade, com usos comerciais e industriais, onde a maioria
possui o térreo comercial e os demais pavimentos habitacionais. O comércio e a indústria são ligados principalmente
aos setores de confecções e tecelagem.
79
6. PROJETO
6.1 TERRENO
Escolha do terreno
A área escolhida fica entre as ruas: Mamoré, Prates e
Rodolfo Miranda (marcada em vermelho na foto ao lado)
e apresenta uma área total de 5.952m², que é dominado
por grandes galpões industriais, onde anteriormente
tinham uma fundamental importância para o bairro e
desenvolvimento da região. Porém, após a mudança de
foco industrial para o comercial, tais galpões foram
esquecidos e abandonados e transformados, se
descaracterizando, ganhando novos usos como
estacionamentos e encontra-se em mal estado de
Imagem 165: Área de projeto
conservação.
80
_Terreno
81
_Terreno
Dentro desse contexto de análise morfológica, histórica e cultural do bairro, foi projetada a biblioteca temática dos
imigrantes do Bom Retiro, tendo como proposta um espaço de lembranças e recordações para àqueles que vieram
de outro país para o Brasil e um espaço de conhecimento de diferentes culturas, estimulando a participação em
relação ao patrimônio cultural do Bom Retiro, focando nas relações interculturais e dinâmicas locais.
82
_Bom Retiro
6.2 PROCESSO
.
O método de projeto usado foi estudar através de maquetes, volumes que criavam os conceitos para a biblioteca.
Primeiramente, foi feito uma maquete conceitual, com as seguintes idéias: transparência, solidez, usos inusitados,
circulação, continuidade, ponto de encontro, cobertura livre para passeio e percursos.
Maquete conceito:
83
_Processo
Com os conceitos já pensados, foram feitos vários estudos em maquete para ver o volume que iria ficar.
Estudos:
84
_Processo
Ao longo dos estudos, foi decidido projetar uma obra horizontal respeitando as características do bairro e criando uma
implantação permeável, que busca fazer a conexão entre as três ruas com passagens no meio do lote, valorizando a
percepção espacial e visual do lugar, criando grandes espaços livres, praças e áreas de permanência e convivência
voltada para práticas artísticas e culturais e o desenvolvimento de ações como: oficinas, exposições e apresentações.
O projeto é dividido em dois volumes ligados por uma passarela com praças elevadas, conectando as pessoas e
criando novas cotas públicas.
O volume da biblioteca possui acesso pelo nìvel da rua e é feita através de sobreposições de lajes escalonadas,
proporcionando espaços diversificados e grande liberdade para a ocupação dos espaços internos. O volume composto
pelo auditório, possui acesso pelo nível da rua, com um térreo comercial e o auditório.
A interligação entre esses dois volumes, se dá através de circulações verticais (elevadores e escadas) e uma
passarela.
A partir da escadaria/arquibancada cria-se um percurso contínuo, que se inicia no passeio público (no nível do
pedestre) até a cobertura da biblioteca. No final dessa escadaria, uma grande área é usada como foyer, cinema ao ar
livre e conecta a biblioteca ao longo de sua cobertura possibilitando aos cidadãos desfrutarem de várias situações
visuais. Tanto a biblioteca como o auditório, possui uma cobertura ajardinada, que proporciona conforto térmico ao
interior do espaço e umidade para o local.
85
_Processo
Com os volumes decididos, foi detalhado o programa de necessidades, que contêm: recepção, guarda-volume, área
livre, circulação (elevadores e escadas), serviço de atendimento, secretaria, administração, terminais de consulta,
copa, área de serviços, vestiários, sanitários, área de exposições temporárias e permanente, acervo geral de livros e
periódicos, área de leitura, sala de estudos em grupo, videoteca, gibiteca, cafeteria,sala de informática, restaurante,
área de empréstimo/devolução, auditório, foyer, área de apoio do auditório, livraria, bicicletário.
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_Bom Retiro
87
_Projeto
Implantação com pavimento térreo
.
88
_Projeto
1º Pavimento
.
Planta – 1º Pavimento
Sem escala
89
_Projeto
2º Pavimento
.
Planta – 2º Pavimento
Sem escala
90
_Projeto
3º Pavimento
.
Planta – 3º Pavimento
Sem escala
91
_Projeto
Cobertura
.
Planta – Cobertura
Sem escala
92
_Projeto
Cobertura geral
.
Planta – Cobertura
Sem escala
93
_Projeto
Cortes
.
Corte A-A
Sem escala
Corte B-B
Sem escala
94
_Projeto
Maquete final
.
95
_Projeto
Maquete explodida
.
96
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com os estudos feitos, através das principais obras de Louis I. Kahn, pode-se perceber que em todas as suas obras,
Kahn utilizou a ordem geométrica para começar a projetar suas idéias e soluções (onde o quadrado era a base de
seus desenhos) e procurava encontrar a essência dos edifícios - encontrar o seu aspecto mais puro. O desenho final
do projeto, estava na resposta da vontade do que o edifício queria ser, sustentado pela premissa de que os edifícios
possuem uma essência que determina sua solução, que a forma tem sempre um papel preponderante (MONTANER,
2013, pág 63). Kahn explorava a simplicidade e a clareza das formas; em suas obras, há a ausência de
ornamentações.
Além das formas geométricas, a luz também tem um importante papel em suas obras. Kahn acreditava que os
espaços eram valorizados pela luz e pelos materiais. A luz, é um elemento que potencializa suas obras, pois é a luz
que revela a edificação, o que ela quer ser, os seus espaços, as suas formas e seus significados. Os materiais
também são elementos que caracterizam o edifício. O material utilizado expressa como os edifícios interagem com o
entorno e com o lugar em que está situado.
A água, também é um elemento muito presente em suas obras, como por exemplo, o Instituto Salk de Estudos
Biológicos, a Assembléia Nacional de Dacca, o Museu de Arte Kimbell...
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_Considerações finais
Com a análise do processo de projeto da Biblioteca Phillips Exeter, de Louis I. Kahn, pode-se observar a
diferenciação de três espaços: o periférico, destinado ao espaço de leitura, banhado pela luz natural; o espaço
intermediário, onde estão dispostos as estantes dos livros e o núcleo do edifício (o átrio), que é ocupado pela
iluminação zenital de forma difusa, criada pela estrutura.
Pelo átrio, contempla-se os livros através dos enormes círculos abertos nas paredes. Espaço, esse, que simboliza a
função do edifício. A utilização de luz natural, criada por Kahn, constitui um fator determinante da qualidade ambiental
e vivencial de todo o espaço.
Além da luz natural, a expressividade no uso dos materiais também é um aspecto importante para Kahn. Pode-se
notar essa expressividade no espaço central, com o uso do concreto aparente e a madeira; e no uso de tijolos nas
fachadas com rigorosas proporções que se encaixam com os fechamentos de madeira dos gabinetes de leitura.
A expressividade dos materiais aparentes, no espaço central do concreto com a madeira, também são banhados por
essa luz indireta vinda da cobertura.
Conclui-se assim, que os planos conceituais e materiais da concepção arquitetônica estão intimamente inter-
relacionados e que a luz é o elemento que define os espaços.
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Lilian Borges. Poética em arquitetura. O arquiteto e as tendências: a obra de Louis Kahn no século
XX. http://prograu.ufpel.edu.br/uploads/biblioteca/dissertacao-lilian_almeida-prograuc_ensaiografico.pdf . Acesso em
05 de Abril de 2014.
ARCHITECTURE, The Power of. Louis Kahn. http://louiskahn.es/. Acesso em 03 de Abril de 2014.
CURTIS, William J. R., Arquitetura moderna desde 1900. Editora: ARTMED, 2008.
GIURGOLA, Romaldo, Louis I. Kahn - obras y proyectos. Editor: Gustavo Gili, 1998.
GUIRADO, Juan José. Louis Kahn, arquitecto. Biblioteca de la Phillips Exeter Academy.
http://esencialomenos.blogspot.com.br/2013/04/louis-kahn-arquitecto-biblioteca-de-la.html Acesso em 23 de Março de
2014.
KAHN, Louis I., Forma e Design. Editora: Martins Martins Fontes, 2010.
MONTANER, Josep Maria, Depois do movimento moderno . Arquitetura da segunda metade do século XX.
Editor: Gustavo Gili, 2013.
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_Referências Bibliográficas
PEREZ, Adelyn. Arch Daily, 09 de Junho de 2010. AD Classics: Exeter Library (Class of 1945 Library)/Louis
Kahn. http://www.archdaily.com/63683/ad-classics-exeter-library-class-of-1945-library-louis-kahn/. Acesso em 20 de
Abril de 2014.
SARAIVA, Alexandra Maria Barros ALves Chaves Silva Vidal. Uma aproximação às conexões brutalistas,
Hestnes Ferreira em continuidade com Louis Kahn.
http://www.docomomo.org.br/seminario%2010%20pdfs/OBR_75.pdf . Acesso em 19 de Abril de 2014.
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