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Cordel do 11 de setembro

Era onze de setembro;


Doi mil e um foi o ano,
E quem gosta de morrer
Faz por debaixo do pano
É a mão suprema da morte
Pra matar americano.

Foi sequestrando aviões


Quatro ou cinco na parada,
Voos lotados de gente
Tudo com hora marcada,
Com alvos pré-definidos
A sorte estava lançada.

E Nova York coitada


Sendo o centro fincanceiro,
World Trade Center escolhido,
Pra sentir a dor primeiro,
As torres gêmeas tombadas
Por aviões de passageiro.

Atividades:
1. Qual o gênero literário do cordel (lírico, narrativo ou dramático)?

2. Identifique na primeira estrofe do cordel:


a) quantidade de versos
b) localização das rimas – versos ........................
c) Quantas sílabas em média tem cada verso?

Produção de texto (Valor 1,0 ponto)


Elabore um cordel com 1 estrofe, sobre um fato que marcou sua vida ou outro que
você quiser contar. Precisa ter 6 linhas, rimas nos versos 2, 4 e 6 e cada verso ter
entre 7 a 9 sílabas.

Algumas sugestões:
a) Cordel da Copa de 2002 (ou título do time...)
b) Cordel da semana de prova
c) Cordel do primeiro beijo (ou dia dos namorados)
d) Cordel do Lobisomem (ou vampiro
CAUSOS E PERSONAGENS DO Três amigos no oitão
INTERIOR (Poema de Cordel) E foi aquele alvoroço
Autor: Abdias
Campos Mandou os cabra apear
E pela cozinha entrar
Se sentar e se servir
Foi numa briga em família Foi comida a vontade
Por causa de uma partilha Mesmo assim pela metade
De terra á beira de um rio Ele começou pedir:
Que Afrísio, o maioral Maria traz mais feijão!
Foi parar no tribunal De lá de dentro: “tem não!
E em volta do corrupio Uma carninha? Acabou!
Um arrozinho? Não tem
O juiz se atrapalhou Suspirou e disse: amém
E disse: você botou Eu comi feito um doutor!
No rio seu próprio teto?
E ele lhe respostou São histórias de valor
Eu vou dizer ao senhor: Desse almanaque folclórico
Pergunta de analfabeto Dia a dia de um povo
Que deixa o legado histórico
“Eu lhe meto na cadeia A natureza matuta.
Sujeito cabra da peia
Você está sob escolta” De um jeito categórico.
E de cabeça erguida Chico de Dedez, eufórico
Com uma voz espremida Recém-casado, pegou
Disse pro juiz: Mas solta Uma toalha limpinha
Tomou banho, se enxugou
Tem um outro no Sertão Ao invés de estendê-la
Que mesmo com precisão Num canto qualquer jogou.
Não dá o braço a torcer
Gosta é de contar vantagem A esposa perguntou
Modificando a imagem Com aquele jeitinho manso
Do que aparenta ter Por que num botou no sol?
Ele disse: Não alcanço!
Outro dia em sua casa Perguntas e respostas ditas
Com o fogo ainda em brasa Sem existência de ranço.
Após ter feito o almoço
Chegaram de supetão

Entendendo o poema

1- Quais são os causos que esse cordel apresenta?

Os causos contados são: 1- o do juiz /2-o do sertanejo que gosta de contar


vantagem / 3- o do recém-casado.

2- A partir da leitura é possível deduzir quais os temas, geralmente tratados no


cordel?

Em geral, o cordel trata de temas populares, do cotidiano. Também trata de temas


políticos e de assuntos de interesse geral.

3- É possível perceber que no cordel há uma musicalidade e um ritmo. Quais são as


características do texto que possibilitam esse ritmo e essa musicalidade?

As rimas e a forma de organizar os versos. No caso a métrica.


4- No texto lido, temos todos os elementos da narrativa. Em cada causo, podemos
identificar um narrador, um espaço, um tempo e as personagens. Selecione um dos
causos presentes no cordel e identifique:

a- Narrador/ Foco narrativo.


Todos têm foco narrativo na 3ª pessoa.

b- Personagens.
1-Juiz, Afrísio. / 2-Sertanejo, tem três amigos e Maria./ 3-Chico de Dedez e a
esposa.

c- Espaço.
Todos ocorrem em cidades do interior.

d- Tempo.
1- Alguns minutos. /2- tempo de um almoço. /3-Alguns minutos.

5- Identifique e transcreva a definição de causo dada, em forma de versos, pelo


autor do cordel.
A definição está na 7ª e 8ª estrofes do cordel: “São histórias de valor...De um jeito
categórico.”
CORDEL ADOLESCENTE, Ó XENTE!

SYLVIA ORTHOF

Cordel adolescente ó xente! Quem sabe da tal menina?


Sou mocinha nordestina, Um dia de azul e noite,
meu nome é Doralice, pernoite de cavalgada,
tenho treze anos de idade, na sombra, muito assustada,
conto e reconto o que disse, Bertulina viu o moço que,
pois me chamo Doralice, ao longe, galopava.
sou quem vende meu cordel
nas feiras lindas do longe Ai, xente!
onde a poesia esconde Um luar se balançava
nas sombras do meu chapéu! num cordel adolescente!
O vento corria tanto,
Eu falo tudo rimado espanto: não alcançava
no adoçado da palavra a ligeireza perfeita
do Nordeste feiticeiro, que o galope desenhava!
no meu jeito brasileiro,
aqui vim dizer e digo Era um cabra cangaceiro,
que escrevo muito livro curtido e sertanejo,
que penduro num cordel, tinha olhos de lonjuras,
todo fato acontecido eu verduras de olhar miragens,
coloco no papel! chapéu de couro,
facão de abrir caminhos, viagens!
Vim pra feira, noutro dia,
armei a minha poesia Tinha estrelas faiscantes
num cordel de horizonte. nos dentes do seu sorriso...
Quem passasse no defronte Ai... Me calo... quase falo!...
daquilo que eu vendia, Ó xente... que perco o siso!
parava e me escutava,
pois sou mocinha falante, Nos cascos do seu cavalo
declamava o que escrevia! tinha trovão e faísca,
tinha fogo, tinha brasa,
Contei de uma garota fósforo que queima
que me amava um cangaceiro, e risca o escuro e ilumina
era um tal cabra da peste a paixão em Bertulina!
uma valentão do Nordeste
que montava a ventania, O moço chegou chegando,
trazia susto e coragem sorriu sua belezura,
por cada canto que ia! saltou fora do cavalo
Virge Maria! (vontade ninguém segura),
roubou o beijo da boca
O nome da tal mocinha? de Bertulina, a donzela.
não digo... é um segredo, Depois de assaltar o beijo,
escrevo o que não devo, perguntou o nome dela.
invento, pois tenho medo — Eu me chamo Bertulina,
de contar que a tal menina moço, estou muito assustada,
era... toda fantasia! sou tão moça, inda menina
, nunca antes fui beijada...
Era moça que esconde
a tristeza na alegria, O senhor me assaltou,
morava no perto-longe não deu tempo pra mais nada...
daquilo que nunca digo, Eu não sei o que que eu faço,
o seu nome era antigo, minha boca está molhada
era... talvez... Bertulina... como o orvalho da flor...
Será que seu beijo, ó moço,
em mim pousou... namorou? coragem não revelada,
Será que o gesto louco um perfume de jasmim,
teve um pouco de amor? um não s’esqueça de mim...

– Não sei se é fato, ou fita, Quando numa noite quente


não sei se é fita, ou fato, a lua ficou inchada,
o fato é que você me fita, o cavaleiro voltou.
me fita mesmo, de fato! Bertulina espiava de
– respondeu o cangaceiro dentro de uma paixão.
em brincadeira e risada,
pulou sobre o seu cavalo O moço viu Bertulina
e partiu em galopada! e quis roubar outro beijo.
Foi aí que a mocinha
A lua tremeu nos olhos falou assim pro rapaz:
De Bertulina, em lágrimas... Antes de querer meu beijo,
por favor, moço,
A mocinha ficou louca me diga se o beijo é verdadeiro,
de gosto de amor partido ou se é ousadia,
no alto do céu da boca! assalto de cangaceiro! [...]
Nem sabia que o amor
podia ser cangaceiro, Eu me chamo Doralice
podia assanhar desejos Bertulina do sertão.
roubando o beijo primeiro! Comigo só tem poesia
se rimar no coração.
Porque o primeiro beijo
é coisa muito esperada: Aprendi uma verdade
tem que ser algo de manso, e verdade não se esquece:
remanso, lagoa d’água... tudo aquilo que se aceita...
pois é, a gente merece!
Tem que ter um certo tempo,

Sylvia Orthof. Cordel adolescente, ó xente! By herdeiros de Sylvia Orthof.


São Paulo, Quinteto Editorial, 1996.
Entendendo o texto:
01 – O cordel, uma narrativa em versos, é um tipo de texto elaborado para ser
declamado ou cantado.
a) O texto que você leu se inicia com uma apresentação. Quem se apresenta ao
leitor/ouvinte? Qual o seu nome e o que faz?
Doralice, vende cordel nas feiras.

b) Qual é a estratégia empregada pela cordelista para atrair a atenção das pessoas
para o seu cordel?
Falar tudo rimando.

c) Qual é o tema do cordel?


Adolescência.

02 – Na 4ª estrofe, a narradora começa a contar a história da garota que amava


um cangaceiro.
a) Que aspectos do cangaceiro são ressaltados nessa estrofe?
Um cabra da peste, valentão do Nordeste.

b) Que expressão tipicamente nordestina é usada para qualificar o cangaceiro?


Cabra da peste.

c) Transcreva a expressão da linguagem oral empregada pela narradora. Que


significado ela adquire no contexto?
Virge Maria! Ela serve para fazer um par de rimas e para mostrar que a narradora
estava impressionada com o cangaceiro.

03 – Ao referir-se à mocinha da história, na 5ª e 6ª estrofes, a narradora não a


identifica claramente. Por que ela utiliza esta estratégia?
Para despertar curiosidade no leitor e falar que a tal menina era pura fantasia.

04 – A primeira vez que Bertulina viu o cangaceiro, algo aconteceu.


a) Que imagem representa o despertar do amor em Bertulina?
Um dia de azul e noite.

b) Que verso expressa a emoção incontida desse momento?


“Um luar se balançava num cordel adolescente.”

c) Que efeito de sentido é decorrente dessa escolha?


Mostra que a história de Bertulina estava em um cordel tipicamente pendurado em
um varal, “balançando”.

05 – O cangaceiro é caracterizado na 9ª estrofe.


a) Que versos mostram o seu jeito de ser?
“Tinha olhos de lonjuras, verduras de olhar miragens, chapéu de couro, facão de
abrir caminhos, viagens!”

b) O que esse trecho revela sobre as características do cangaceiro?


Ele era um homem desbravador, que viajava muito.

06 – A 11ª estrofe narra o momento em que explode a paixão de Bertulina.


a) Que substantivos empregados nessa estrofe podem ser associados às sensações
vividas por Bertulina?
“Trovão”, “faísca”, “fogo”, “brasa”, “fósforo”.

b) Que sentido os substantivos empregados nessa estrofe atribuem ao momento


narrado e consequentemente ao sentimento de Betulina?
Uma “explosão”, ou uma “fogueira” de sentimentos em Bertulina.

07 – Na 13ª estrofe, Bertulina, após o beijo, afirma estar assustada.


a) Qual a preocupação dela em relação ao beijo?
Se o beijo foi por amor.

b) Na fala de Bertulina, o que as reticências podem revelar?


Pode significar que ela está assustada e ofegante com o beijo e pode representar
que ela pode estar sendo beijada novamente.

08 – Doralice e Bertulina são a mesma pessoa.


a) Que pistas, no texto, podem levá-lo a concluir isso?
Ela coloca características de si mesmo em Bertulina além de na 21ª estrofe revelar
seu nome completo: Doralice Bertulina do Sertão.

b) Com que objetivo a narradora pode ter usado essa estratégia na sua história.
Mostrar que se pode contar histórias de si mesmo trocando as personagens e
colocando uma inventada, não revelando que foi o autor, no caso, que vivenciou
essa experiência relatada.

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