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Psicologia da Educação
José Farinha
Professor Adjunto
Informação geral
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Introdução
"on n'enseigne pas ce que l'on sait, on enseigne ce que l'on est.
Il s'agit aussi de ce que l'on peut devenir."
Hannoun, G., Leon, H., Toraille, R.
- La formation des maitres", Editions ESF, Paris, 1974
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Esta disciplina de Psicologia da Educação assume-se como uma disciplina de Psicologia para a
sala de aula. Significa isto que procura apresentar aos alunos um conjunto conceitos
claramente utilizáveis em situações educativas concretas. É, por isso, uma psicologia
centrada na situação e no processo educativos mais do que em qualquer dos elementos que
intervêm nesse processo.
Os conteúdos programáticos são, assim, estruturados mais numa perspectiva de temas de
psicologia da educação do que nos termos de uma abordagem estruturada e compeleta da
Psicologia da Educação.
1 Contra esta concepção têm-se levantado muitos pedagogos que, de forma mais ou menos radical, acentuaram
o significado intrinseamente violento desta acção.
2 Em alguns casos a crítica cerrada de que foram alvo os modelos de cariz mais behavorista fez desaparecer as
matérias ligadas exclusivamente às leis da aprendizagem, passando esta problemática a ser abordada num
contexto de desenvolvimento.
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suas futuras práticas educativas tem vindo a pôr-se a questão da própria formação
psicológica dos professores, formação essa actuando essencialmente ao nível do
desenvolvimento da pessoa do próprio educador.
Esta nova concepção gera necessariamente um conjunto de implicações que não podem
deixar de ter consequências ao nível da formação inicial. Assim, considerando que a formação
psicológica se encontra, no curso de Professores do Ensino Básico 1º Ciclo dividida por duas
disciplinas, Psicologia do Desenvolvimento e Psicologia da Educação, propomos que, tendo
em conta a filosofia acima definida, a presente disciplina centre a sua atenção nos aspectos
mais concretos ligados à situação educativa, à relação educativa e questões relativas à criança
não imediatamente enquadráveis numa óptica de psicologia do desenvolvimento.
A elaboração da presente disciplina de Psicologia da Educação, especialmente dirigida a
futuros docentes do Ensino Básico - 1º Ciclo, parte, assim, de uma concepção da educação
como processo eminentemente psicossocial. Isto é, parte-se da noção de que ocerne do
processo educativo é aquilo que se passa entre o educador e o educando, ou seja, fenómenos de
comunicação, intencional e significativa, entre pessoas com experiências diversas.
PRESSUPOSTOS
O modo como se estrutura e desenvolve o tema desta disciplina deriva naturalmente de
alguns pressupostos conceptuais e pedagógicos que fazem parte do sistema do docente
responsável. Uma dessas crenças é a de que os processos específicos de educação ou de
formação contribuem apenas numa pequena parte para a definição dos futuros desempenhos
individuais, os quais resultam da conjugação de uma infinidade de interacções nos múltiplos
sistemas sociais em que cada indivíduo participou, participa ou participará, e que
consubstanciam a sua experiência.
Uma segunda crença é a de que a compreensão de uma situação pedagógica concreta -
condição para a definição de estratégias - exige, para além do conhecimento dos actores, do
conteúdo das interacções e do contexto institucional, a análise do próprio sistema
interaccional (o que se passa entre os actores), contextualizado na vasta rede de relações em
que cada actor é origem e destino de múltiplas comunicações.
Uma terceira crença é a de que os sistemas interaccionais do género do sistema
professor/aluno ou formador/formando, funcionam em laboração contínua, mesmo na
ausência de comunicação formal. Basta a co-presença física, e até a representação mental do
outro ausente, para que a recordação de interacções passadas e a antecipação de interacções
futuras provoquem alterações no mesmo sistema, em qualquer dos seus subsistemas, ou até
em sistemas paralelos.
Uma quarta crença deve ser mencionada, a qual é particularmente relevante quando se pensa
numa alternativa ao sistema tradicional educador/educando, concebido como uma estrutura
hierárquica em que há um agente responsável pela educação. É que a substituição deste
modelo por um sistema funcional, em que a educação/formação se centra no exercício
autónomo de capacidades próprias por parte do sujeito, só é possível na medida em que o
educador/formador alie, às suas destrezas cognitivas, uma proporcional maturidade
psicológica e social.
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Objectivos
GERAL
Ajudar a aumentar a qualidade e a eficácia do processo educativo através da utilização de
conceitos de cariz marcadamente psicológico.
ESPECÍFICOS
Em conformidade com os pressupostos anteriormente enunciados, assumem-se como
objectivos de formação prioritários as seguintes destrezas cognitivas e capacidades pessoais.
1. Conhecer os conceitos fundamentais para a compreensão dos processos de aprendizagem na
sala de aula.
2. Compreender os fenómenos de interacção humana em contextos educativos em toda a sua
extensão e complexidade, para além dos actos explícitos de comunicação intencional de
pensamentos ou afectos.
3. Ser capaz de gerir os processos interaccionais em que participe, designadamente nas
situações educativas, de modo a facilitar aos outros o exercício da sua autonomia e a
rentabilização dos próprios recursos.
4. Ser capaz de analisar a própria experiência comunicacional/relacional, questionando
sistematicamente as crenças pessoais e as representações sociais que impedem o acesso a
maturidade psicológica e social.
5. Desenvolver e aprofundar nos alunos capacidades de auto conhecimento que lhes
permitam darem-se conta, analisar e compreender os seus próprios comportamentos assim
como as respectivas implicações em termos dinâmica do processo educativo.
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Plano de desenvolvimento dos conteúdos
programáticos
NOTAS:
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AULA DATA TEMA LEITURAS
6. 30 OUT. A DIMENSÃO PESSOAL DO ENSINAR Pp. 359-388
• Professor como Pessoa
• Atitudes face ao ensino e aprendizagem
• Atitudes Face aos alunos
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Metodologia
ORGANIZAÇÃO
A disciplina constará de aulas teóricas e aulas práticas.
As aulas teóricas ocuparão uma das sessões de uma hora e serão dedicadas essencialmente á
apresentação dos conteúdos programáticos. Esclarece-se, contudo, que a exposição teórica
não esgota de forma alguma os temas de aprendizagem definidos para esta disciplina. Devem,
por isso, ser perspectivados como uma introdução, uma orientação, o fornecer dos
instrumentos conceptuais básicos para que cada aluno realize a sua aprendizagem pessoal
através da leitura e reflexão sobre os materiais bibliográficos propostos pelo docente.
As aulas práticas serão especialmente dedicadas ao debate, elaboração e reflexão sobre os
temas abordados nas aulas teóricas, assim como à apresentação dos temas preparados pelos
vários grupos.
AVALIAÇÃO
Neste contexto, e partindo de um princípio de avaliação global da actividade dos alunos, a
classificação de frequência terá dois componentes essenciais:, uma componente teórica e uma
componente teórico-prática
Avaliação teórica
Esta forma de avaliação resulta da produção teórica dos alunos e é realizada através de um
teste escrito.
Será realizado um teste no último dia de aulas do semestre, abrangendo toda a matéria
efectivamente leccionada e sumariada.
O teste escrito é constituído por 4 questões de entre as quais os alunos escolhem a duas. As
respostas serão elaboradas de forma desenvolvida adoptando necessariamente um tom
reflexivo.
Cada questão será cotada com um máximo de 20 valores sendo o resultado do teste (AT) a
média aritmética da classificação obtida em cada questão.
Avaliação teórico-prática
Trata-se de um trabalho individual de reflexão. Partindo da sua percepção sobre o âmbito e
natureza da problemática inerente à Psicologia da Educação, cada aluno desenvolverá um
tema à sua escolha, sendo aceite qualquer proposta que de alguma forma possa ser
enquadrável na temática geral da disciplina.
Os alunos poderão a qualquer momento conferir com o docente a adequação do tema
escolhido, assim como quaisquer outros aspectos relacionados com a realização do trabalho
que lhes possam suscitar dúvidas. Para além do apoio atrás referido, os alunos podem, se o
desejarem, submeter à apreciação do docente uma versão provisória do seu trabalho de forma
a, através do feedback fornecido, poderem melhorar eventuais aspectos menos conseguidos.
Esta possibilidade não está, contudo, disponível nas duas últimas semanas do semestre, sendo
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que qualquer trabalho entregue nesse período será considerado como representando a versão
definitiva.
Os trabalhos deverão ser apresentados dactilografados, em folhas brancas tamanho
padronizado A4, não podendo exceder 5 páginas de texto Os trabalhos poderão ser entregues
a qualquer momento durante o semestre, dependendo da conveniência do aluno. São,
contudo, estabelecidas as seguintes datas limite para a realização do trabalho:
• Escolha do tema de trabalho: ................................................26 de Outubro de 2006
• Entrega da versão final do trabalho: .....................................3 de Janeiro de 2006
Só muito excepcionalmente e por motivos fundamentados, serão aceites trabalhos cuja
realização não respeite estas datas.
Os trabalhos serão discutidos com o docente em sessões presenciais individuais a realizar na
última semana de aulas do semestre.
Os trabalhos serão classificados numa escala de 0 a 20 valores.
Critérios de Avaliação
Os trabalhos realizados pelos alunos, inclusive o teste escrito, serão avaliados tendo em conta
os seguintes critérios:
• correcção e qualidade da expressão oral e escrita ...................5 valores
• originalidade ao nível das ideias expostas ..............................5 valores
• organização e desenvolvimento da temática abordada...........5 valores
• capacidade de reflexão e elaboração conceptual.....................5 valores
O docente reconhece que a obediência a estes critérios de forma a produzir um discurso de
qualidade não é fácil podendo mesmo envolver algumas dificuldades para alguns alunos.
Assim, o docente estará sempre disponível para os apoiar nesta tarefa, conferindo ideias sobre
temas pertinentes, respondendo a questões pontuais, revendo textos, etc..
Avaliação de Frequência
A avaliação de frequência requer assim do aluno a realização do teste escrito e do trabalho de
reflexão individual.
A nota de frequência resulta da média ponderada das classificações obtidas nas várias
componentes, em que o teste terá um peso de 60% e o trabalho um peso de 40%.
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Bibliografia Geral
OBRA DE REFERÊNCIA FUNDAMENTAL:
SPRINTHALL, Norman A., SRINTHALL, Richard C. (1993) Psicologia Educacional –
Uma abordagem Desenvolvimentista, Lisboa, McGraw-Hill
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