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FUTEBOL DE MESA

HENRIQUE DA CUNHA LANGLOIS

REGRA BRASILEIRA TREINOS E TÁTICAS

PORTO ALEGRE

2018

V 1.11
2

REGRA BRASILEIRA TREINOS E TÁTICAS

Trabalho visando o aprimoramento tático e


técnico dos jogadores iniciantes de futebol de
mesa.
3

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos botonistas de todo


o país pela acolhida, ensinamentos e a
amizade cultivada durante esses anos
todos. Em particular, aos botonistas da
Zona Sul Futebol de mesa, Sandro
Ozório, Padilha, Obereci e Mário Bürgel
pelas discussões acerca do tema
proposto.
4

“Todos os homens têm, por


natureza, desejo de conhecer.”
Aristóteles
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RESUMO

O tema Regra Brasileira Treinos e Táticas é de relevância no meio


botonístico. Pouco se conversa sobre táticas e treinos, no máximo alguém
escuta uma dica aqui e outra ali.
Raros são os iniciantes no futebol de mesa, preocupação latente com a
extinção da nossa paixão.
A leitura proposta gira em função de dicas e macetes para iniciantes.
Ao decorrer da leitura é possível vislumbrar o aperfeiçoamento da técnica e da
tática utilizada em jogo.
O trabalho é ilustrado por fotos de posicionamento que ajudam o
botonista a ter uma melhor compreensão dos movimentos e jogadas a serem
executados.
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 8

1. PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS .................................................................... 9


1.1 Domínio de Bola ............................................................................................. 9
1.2 Cobertura ........................................................................................................ 10
1.3 Chute a Gol ..................................................................................................... 10
1.4 Cavada ........................................................................................................... 11
1.5 Posicionamento .............................................................................................. 11

2. TREINOS.......................................................................................................... 12
2.1 Treino de Domínio de Bola ............................................................................. 12
2.2 Treino de Cobertura ........................................................................................ 12
2.3 Treino de Chute a Gol .................................................................................... 14
2.4 Treino de Ponto de Chute a Gol...................................................................... 16
2.5 Treino de Cavada ........................................................................................... 16
2.6 Treino de Posicionamento .............................................................................. 18
2.7 Treino de Corte .............................................................................................. 19
2.8 Treino Geral .................................................................................................... 19

3. JOGO – IDENTIFICAÇÃO DAS FRAQUEZAS DOS ADVERSÁRIOS ........... 21


3.1 Os Dez Minutos Iniciais da Partida ................................................................. 21
3.2 Dificuldade em Domínio de Bola ................................................................... 21
3.3 Dificuldade em Cobertura .............................................................................. 21
3.4 Dificuldade em Cavada ................................................................................... 22
3.6 Dificuldade em Posicionamento ..................................................................... 22

4. BÔNUS ............................................................................................................. 22
4.1 Respire! .......................................................................................................... 22
4.2 Preparando o material de jogo ....................................................................... 23
4.3 Ficha ou Régua? Botão Alto ou Baixo?........................................................... 24
4.4 Não Entrar em Táticas de Guerrilha ............................................................... 24
4.5 Concentração em Pequenas Vantagens ........................................................ 25
4.6 Movimento Futuro ....................................................................................... 27
4.7 Chute a Gol Com o Cavador ........................................................................ 27
4.8 Desorganizar a Defesa do Adversário ............................................................ 27
4.9 Postura Corporal e Evite Jogar de Costas ..................................................... 27
4.10 Segurando o Resultado ................................................................................ 28
7

4.11 Quantos cavadores e quantos atacantes devo utilizar? ............................... 30


4.12 Pensar o Jogo............................................................... ............................... 31

5.TÁTICAS DE ATAQUE
5.1 Um cavador central e dois atacantes laterais ............................................... 31
5.2 Um botão de 25 graus central e dois atacantes laterais ............................... 33
5.3 Um cavador quase no bico da área e dois atacantes na mesma lateral....... 33
5.4 Dois atacantes de grau alto e um cavador ................................................... 34
5.5 1,2 na lateral ................................................................................................ 35
5.6 Botão de 18 graus ........................................................................................ 35
5.7 Concentração em estratégias de ataque ...................................................... 36
5.8 Desmanchando a zaga adversária com toques curtos.................................. 38
5.9 Ganhando um tempo para montar um ataque .............................................. 39
5.10 Ataque Graveto .......................................................................................... 40
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 43
SOBRE O AUTOR................................................................................................ 44
Links youtube ....................................................................................................... 45
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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como escopo o desenvolvimento de técnicas e


táticas botonísticas aplicadas à Regra Brasileira de um toque de futebol de
mesa modalidade livre/cavado.
Para tanto, o trabalho terá como base princípios e fundamentos. Estes,
bem definidos, depois de inculcados, os botonistas iniciantes serão capazes
executar treinos específicos e identificar dificuldades do adversário, assim
aprimorando o seu jogo.
O primeiro capítulo, como ponto de partida, discorre sobre os princípios
e fundamentos, classificação e formas.
O segundo capítulo aborda os tipos de treinamento, trazendo exemplos
práticos de situações de jogo.
O terceiro e derradeiro é um bônus, vem com dicas e macetes para
melhoramento do jogo.
É imprescindível que o botonista alvo deste trabalho conheça a regra
brasileira de 1 toque.
https://www.dropbox.com/s/39f6e9paj67alqs/regra_brasileira_de_futebo
l_de_mesa%202010.pdf?dl=0
Luiz Oliveira Pedde, antigo botonista gaúcho, gênio dedicado ao
botonismo, responsável pelo departamento de futebol de mesa do Sport Club
Internacional no início do atual milênio dizia sabiamente: “Aqui a pessoa chega
jogador de futebol de botão, sai como técnico de futebol de mesa”. Em analogia
ao futebol, todos sabem chutar uma bola, mas os mais técnicos se dão melhor.
No futebol de mesa é a mesma coisa, cobrir, passar chutar a gol todos sabem,
mas será que maximizam seu potencial?
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1 PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS

Princípios e fundamentos são as bases do jogo, movimentos de defesa


e ataque. São possibilidades que ocorrem durante o jogo, estão elas listadas
abaixo.

1.1 Domínio de Bola


Por definição o domínio de bola é medido pela habilidade que o
botonista, ao deslocar seu botão contra a bola do jogo, tem em colocar a
bolinha no local onde deseja.
Em um lançamento é de fundamental importância que a bola pare em
um local onde o adversário não consiga tirar, rebater ela de volta e, caso
consiga, tenha o adversário um grau elevado de dificuldade em sua jogada.
Assim, proporcionando uma pequena vantagem (ver capítulo bônus) ao jogador
executante do lançamento.
Em uma jogada de defesa, consiste em deslocar a bola para que o
jogador adversário perca o ângulo de chute. Como na figura abaixo.

Em uma jogada de ataque, consiste em deslocar a bola, em um toque,


para que ela fique em uma posição boa para chute e ruim para o adversário ou
até mesmo em uma posição de fraqueza do adversário (ver capítulo 3).
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1.2 Cobertura

É uma jogada que consiste em deslocar o botão de modo que este


fique entre a bola e o botão do adversário, assim evitando que este tenha êxito
em sua pretensão que é o chute a gol.

Chamamos de cobertura parcial aquela que o botão executante não


chega a impedir que o botão do adversário chegue à bola, sim que este seja
prejudicado no ângulo que gostaria de jogar.

1.3 Chute a Gol

O chute a gol é o ápice da partida, um dos momentos de maior


concentração do botonista (ver item Não Entrar em Táticas de Guerrilha 4.4)
tendo como objetivo maior o gol. Tranquilidade e mão firme são de suma
importância para obter êxito em um chute perfeito.
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1.4 Cavada

Fundamental na Regra Brasileira 1 toque modalidade Livre. Consiste


em arremessar a bola contra um botão do adversário provocando um
escanteio, lateral reposição ou gol a favor do arremessante. Gerando assim, a
oportunidade de fazer um lançamento e, normalmente ao cavar, o botão do
adversário sai de campo. Significa que uma pequena vantagem foi conseguida,
logo, além do lançamento oriundo do lateral ou escanteio, o adversário, em
primeiro momento, irá se defender com um botão a menos. Não tenha medo.
Quando for cavar, cave forte, claro se for com cavador (botão de zero grau de
inclinação que não sobe a bola).
A cavada no campo de ataque serve para manter a posse de bola e
bagunçar a defesa do adversário (ver item Desorganizar a Defesa do
adversário 4.9) e conquistar a pequena vantagem acima descrita.
A cavada na defesa serve para o botonista sair de uma situação difícil
para uma mais vantajosa. É bom sempre ter em mente o risco de um gol contra
ou ceder um lateral de dois lances.

1.5 Posicionamento

O posicionamento dos botões em campo é de vital importância para ter


um ataque eficiente e uma defesa sólida. Um dos padrões mais utilizados é o
de 7 botões no campo de defesa e 3 no campo de ataque. São padrões táticos
de jogo utilizado pela maioria dos botonistas em situação normal de jogo, no
caso 0x0, 1x1, 1x0 e 0x1. Há uma pequena variação no ataque como
demonstrados na figura abaixo.
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2. TREINOS

Dizem que a prática leva a perfeição. Logo, uma vez considerada a


premissa, devemos praticar.

2.1 Treino de Domínio de Bola

O treino de domínio de bola consiste em lançar várias vezes a bola em


um determinado local do campo pré-definido. É importante treinar bolas
paradas como tiro de meta, escanteio, lateral, lançamentos longos, médios e
curtos. Exemplos abaixo.

2.2 Treino de Cobertura

O treino de cobertura é excelente para o domínio da posição onde o


botão ficará. Há vários tipos de cobertura;
 Cobertura lateral é a mais complicada, visto que a área em que
o botão para é mínima comparada com as demais. Ele tem que
parar exatamente em um local determinado.
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 Cobertura frontal só vale a pena se não der para arremessar a


bola para o campo de ataque ou se o jogador estiver ganhando
a partida e quiser ganhar um tempo. Há casos em que este tipo
de cobertura é executada no campo de ataque como no
exemplo abaixo. Note que a área onde o botão tem que parar é
maior do que a área da cobertura lateral. Porém há risco de
fazer uma falta.

 Cobertura clássica proporciona um melhor preenchimento dos


espaços onde o botão atrapalha o adversário. É a mais segura.
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 Cobertura parcial é muito perigosa e só utilizada em extrema


necessidade, pois a chance de falhar é grande.

2.3 Treino de Chute a Gol

O chute a gol é o momento em que exige do botonista muita


concentração e precisão. É importante treinar este fundamento para que se
obtenha o maior êxito possível, visando que a cada chute efetuado seja um gol
anotado no placar.
Para chute a gol algumas variantes têm que serem consideradas,
vejamos;
Chute frontal com atacante - sempre mire no ângulo superior em um
dos lados. Chute alto para que se a bola não atinja o alvo, passe por cima do
goleiro.
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Chute lateral com atacante – chute com o atacante é sempre por cima.
Mire a zona pintada da foto abaixo. Esta zona não é o ângulo propriamente
dito, como no futebol. Sim, mire na rede, parte de dentro da goleira/baliza.

Chute com o cavador. Óbvio que o chute é nos cantos por este não
fazer subir a bola. Cuide com o rebote porque é perigoso a bola voltar para o
campo de defesa e o adversário terá chance de gol. Logo, chute fraco e mire
dentro do gol e não na abertura surgida entre o goleiro e a trave. Claro que a
bola vai passar por ali, acontece que seu cérebro está tão acostumado enviar
estímulos para os músculos a fim de mandar a bola com a força necessária
para que ela pare no local em que você determinou que se você chutar fraco o
tiver olhado para a abertura entre o goleiro e a trave, não raro ela parará perto
da linha demarcatória do gol, antes, em cima ou um pouco depois.
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2.4 Treino de Ponto de Chute a Gol

É fundamental que o botonista tenha um ponto de chute a gol, isto é,


que tenha um local da mesa onde ele está acostumado a chutar e fazer o gol
ou tenha mais probabilidade. Logo, já está acostumado com os treinos de dar
aquele tipo de chute com o botão atacante, exercendo a mesma força e tendo
a mesma precisão.

A maioria dos botonistas elege a linha da grande área para o seu ponto
de chute, então, em treinamentos ou jogos, a cada vez que fores agraciado
com uma bola parada de 2 toques, se possível, lance em seu ponto de chute e
conclua a gol. Jogada esta que já estará treinada e passa a ser seu ponto forte
de jogo.
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2.5 Treino de Cavada

Treinar cavadas é fundamental para o desenvolvimento do jogo,


porque ela proporciona sair de uma situação difícil e ir para uma mais
favorável.
Primeiro treine exaustivamente acertar a bola em outro botão. Comece
acertando um botão que esteja bem perto, após vá afastando o botão alvo.
Superado isto, comece a cavar como se estivesse fazendo uma tabela com o
botão alvo, observe onde a bola bate no botão alvo e onde ela sai de campo,
cave devagar para uma melhor observação. Após cave mais forte um pouco
até saber o seu ponto de cavada. Ponto de cavada é a habilidade de cavar
forte com precisão. Não adianta cavar fraco e não finalizar a jogada e também
cavar forte e errar a cavada, descubra o seu ponto de cavada.
Chute a gol de cavada - Depois de dominado o ponto de cavada, já é
possível prever onde a bola vai bater no botão alvo e para onde ela deve ir. Em
face do acima exposto, treine cavar em um botão visando que a bola rume ao
gol adversário. Chamam de gol a bater.

Há um tipo de cavada onde temos que prestar muito a atenção. A


cavada com botão atacante ou levantador. Consiste no arremesso da bola
contra um botão adversário sendo impulsionada por um botão com grau. Pelo
fato do botão ter grau e assim fazer a bolinha levantar, esta jogada é complexa,
porém vital. Como há uma variedade de alturas de botões, deixo como dica
primordial o botonista deve se basear pela altura do seu botão para fazer a
analogia com o do adversário.
O importante é saber qual a distância a bolinha pode ficar do botão
alvo para que tenha uma cavada segura com o seu levantador. Uma bolinha?
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Uma e meia? Um dedo seu? Seja como for, estando dentro do limite que você
já sabe, cave forte, muito forte. Fora do limite estabelecido fica muito
complicado de cavar, o chute já tem que ser bem mais fraco e as dificuldades
aumentam a cada milímetro de distância. Treine, saber cavar com um
levantador pode ser a diferença entre classificado e desclassificado.

2.6 Treino de Posicionamento

O treinamento de posicionamento visa simular o a disposição dos


botões em campo, assim analisando, em uma posição inicial (aquele momento
em que ambos os jogadores arrumam os times em campo). Depois de
arrumados ataque e defesa (nesta ordem), (vide foto abaixo), vislumbre o
melhor local para a bola ficar, um local vantajoso para o seu ataque e, por
óbvio, prejudicial para a defesa. Tente repetidas vezes lançar a bola no local
desejado.

Observe que o botão que bate o tiro de meta lançando a bola para o
ataque tem que ficar posicionado também. É importante que o botão cumpra
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uma função tática no local que ele parar. Seja marcando um adversário ou
guardando posição de defesa.

2.7 Treino de Corte

O treino de corte nos remete a uma situação de jogo muito aplicada. É


quando temos que rebater uma bola jogada em nosso campo de defesa e não
temos botões na frente de nossa goleira que consigam bater na bola. Surge a
situação de ter que rebater com os laterais. O ideal é rebater a bola e lançar
para o campo de ataque de uma maneira que possamos aproveitar a jogada.
Sempre ficando difícil para o adversário. Segue o exemplo abaixo.

2.8 Treino Geral

O treino geral consiste em praticar todos os fundamentos aqui


apresentados até o momento. Posicione os botões como na figura abaixo
Bata um tiro de meta lançando a bola para o jogador 1 e deslocando
seu chutador para uma posição onde ele marque o atacante adversário.
Dependendo do lançamento, cubra lateralmente com o botão 2 ou cave
com o botão 3.
Caso falhe a cobertura ou cavada, chute a gol com o botão 1.
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Tente lançar a bola em um local onde fique bom para o chute,


impossível cavar, ruim para a cobertura e, caso esta venha a ser feita, cave
com o botão 4.

Invente treinos que utilizem lançamentos, cavadas, coberturas e chutes


a gol. Mescle treinos, canso de ver outros botonistas treinando chutes a gol,
pegando a bola com a mão e colocando na frente do botão. Não custa nada
pegar outro botão, fazer um lançamento curto e chutar a gol. Pronto, já tem
dois treinos em andamento no mesmo tempo que um. Aprimore o seu treino e
não perca tempo.
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3. JOGO – IDENTIFICAÇÃO DAS FRAQUEZAS DOS ADVERSÁRIOS

Sempre é bom saber as dificuldades do adversário e provocar, durante


o jogo, o erro deste. Mais chances de êxito teremos com o adversário errando.
Muitas vezes escutamos o adversário dizer: “perdi porque errei a cobertura,
porque errei a cavada...”. Às vezes ele nem sabe que foi levado a errar.

3.1 Os Dez Minutos Iniciais da Partida

Durante o início da partida procure observar, no jogo do adversário, o


que ele deixa de fazer que seria o normal. É fácil. Se o óbvio seria cavar e ele
não cavou, se a dificuldade está em lançamentos de bola longa, em cobertura,
em posicionamento entre outros fundamentos já aqui desenvolvidos. Explore a
dificuldade do seu adversário, este pode ser o caminho para sua vitória.

3.2 Dificuldade em Domínio de Bola

Muitos botonistas não conseguem ter a precisão necessária para


lançar uma bola com esta estando longe o botão do adversário e estando
longe, a palmos de distância. Tente sempre lançar a bola longe do botão do
adversário. Provoque a situação.

3.3 Dificuldade em Cobertura

Identificada essa deficiência em cobertura, procure lançar a bola onde


a cobertura lateral seja necessária que o adversário a faça. Pois esta é a mais
difícil. Sobretudo se o botão do adversário estiver no centro da mesa. Nota-se
que por a mesa ser muito grande e caso o seu adversário seja de estatura
baixa, ele terá ainda mais dificuldade de fazer a cobertura.
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3.4 Dificuldade em Cavada

Se a deficiência identificada for a cavada, procure lançar a bola no local


onde seja difícil de cavar e não impossível. Force o erro do adversário. Não
deixe o seu botão muito perto da bola. Caso o adversário tenha dificuldade,
receio, medo de cavar na defesa, utilize os lados do campo para forçar o erro e
conseguir um lateral de dois toques a seu favor.

3.6 Dificuldade em Posicionamento

Tire vantagem de um adversário que não posicione bem os botões,


procure fazer jogadas de ataque onde o rival tenha menos botões.
Principalmente se fores beneficiado com uma falta técnica procure cavar na
falta técnica em uma área do campo em que o adversário tenha menos botões
tirando os botões dele de campo. Não esqueça que o seu botão que cavou
ficará, provavelmente, por lá e o dele sairá de campo.

4. BÔNUS

4.1 Respire!!

Antes de uma jogada de risco ou chute a gol, pare e respire. É de


conhecimento geral que os ensinamentos militares, nos quartéis brasileiros, se
tratando de tiro, solicitam ao militar que irá efetuar o disparo, que se posicione
de maneira confortável, inspire fundo, solte metade do ar, comece a esmagar o
gatilho contando mentalmente até 7, caso o tiro não saia, pare e inspire
novamente e repita o processo até o tiro sair. No futebol de mesa a situação é
análoga, fazer meia respiração ajuda a não tremer na hora H.
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4.2 Preparando o material de jogo

Já vi de tudo nessa minha vida se tratando de preparação de material


de jogo. Já vi passarem parafina em cima dos botões, cera de abelha, creme
para pontas duplas de cabelo, Jimo Silicone, cera de carnaúba entre outras mil
coisas.
Tudo depende da maneira como o botonista gosta que seu time ande.
Uns gostam que o botão ande muito e seja sensível ao toque, outros que o
botão seja mais trancado e deslize menos. O fato principal é tanto faz o que
você passe, o importante é que passe sempre a mesma coisa para poder
pegar o costume da força a ser exercida sob o botão, não fique trocando de
produto. Encontre um o mais rápido possível e faça um estoque.
Segue aqui alguns exemplos de preparação dos botões, inicialmente a
preparação que utilizo e depois alguma formas alternativas utilizadas por outros
botonistas.
Em um pano macio despejo um pouco de Peroba
Lustra Móveis com carnaúba (importante ser com carnaúba).
Após, passo embaixo e em cima do botão. Com outro pano
seco removo todo o produto como se os lustrasse. O
resultado é que meus botões deslizam muito sob qualquer
mesa, ficam brilhando como se fossem polidos. O ponto
negativo, como jogo com ficha e não régua, é quando coloco
a ficha muito na ponta do botão ele escapa, assim tenho que
ter atenção redobrada para que isto não ocorra.

Outra preparação é passar uma flanela seca embaixo do botão e


parafina em cima. Alguns passam Jimo Silicone embaixo e parafina em cima.
Para passar parafina é necessário pegar um pedaço dela e ir levemente
esfregando no botão. O resultado é que o botão não escapa da ficha. Porém o
aspecto não é muito bonito.
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4.3 Ficha ou Régua? Botão Alto ou Baixo?

Para o iniciante indico a régua, por ser mais firme e ter mais precisão.
Como sou antigo no jogo e no meu tempo só se utilizava ficha, uso um meio
termo. Régua para cavar e ficha para todas as outras jogadas. Uma dica
salutar é não trocar de equipamento. Seja régua ou ficha é bom se acostumar
com elas. Não fique trocando de fichas a todo o momento nem de réguas.
Utilize a mesma ficha sempre ou a mesma régua.
Há várias alturas utilizadas pelos botonistas, em sua maioria utilizam
botões entre 5 mm e 1 cm, Observo vantagens e desvantagens em suas
utilizações. São Elas:
Botões de 5 mm de altura
Vantagens: controle do botão na mesa, maior precisão por ter o centro
de gravidade mais baixo, mais segurança na cavada por ser bem mais difícil
abrir uma possível “boca” na hora, dificulta a cavada de botões com grau do
adversário.
Botões de 1 cm de altura
Vantagens: são mais pesados, portanto não saem do campo com um
simples choque do adversário e têm facilidade de levar o botão do adversário
para fora.
Por conseguinte o que é vantagem em um, é desvantagem de outro.
Como no exemplo da ficha/palheta e régua, defina o mais rápido
possível o seu tipo de time. Tamanho, altura e grau (no caso de atacantes).
Procure jogar sempre com o mesmo time e com os atacantes com o mesmo
grau. Se acostume ao time.

4.4 Não Entrar em Táticas de Guerrilha

Táticas de guerrilha chamamos os momentos que não eram para fazer


parte do jogo, que ferem o espírito esportivo. Infelizmente acontecem, alguns
botonistas fazem “sem querer” durante o jogo. É jogo sujo.
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Ficam se mexendo atrás da goleira/baliza querendo tirar o foco do


adversário. Ficam com a mão na mesa emitindo pequenas vibrações durante o
chute do adversário. Demoram em arrumar o goleiro e no momento do chute
pedem para arrumar novamente o goleiro. Falam durante a jogada do rival. Por
fim, fazem de tudo para tirar o foco do outro jogador.
Outro fato de guerrilha é discussão durante o jogo sobre algum lance,
só serve para ganhar tempo e desestabilizar o adversário. Lembre, sempre,
durante uma discussão é importante manter a calma, o respeito, os nervos e
que isso pode ser arma do adversário.
Ainda, para complementar, quando um jogador vai chutar em gol e o
botonista afoito toma a posição para chute, o guerrilheiro começa a arrumar o
goleiro bem devagar para que esse canse na posição e não consiga um chute
perfeito.
Evite o máximo fazer este tipo de coisas, seja sempre honesto. Os
botonistas mais experientes conhecem essas táticas. O universo de pessoas
que jogam botão é bem pequeno e você não vai querer ficar com uma má
fama.

4.5 Concentração em Pequenas Vantagens

Quando dois adversários de níveis similares se enfrentam, o jogo tende


a ser muito equilibrado e qualquer detalhe pode significar a vitória de um dos
lados. Ainda ouso a dizer que a concentração em pequenas vantagens deve
ser um hábito do botonista.
Um jogo tem 50 minutos construa pequenas vantagens que no final,
somando todas elas, será uma grande vantagem e isso pode ser a diferença de
vencer ou perder.
Exemplos de pequenas vantagens:
Cave sempre que puder e tire o botão do adversário de campo.
Momentaneamente você jogará com um botão a mais, além disso, terá a
facilidade, na reposição de bola, de pegar um botão que não está bem
colocado e lançar a bola onde desejar.
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Não facilite em nenhum momento do jogo, “para bom jogador não se


dá chance” J.Obereci.
Se é certo que o adversário vai recuar a bola para o goleiro na próxima
jogada, obstrua com o seu cavador o atacante dele ou coloque um cavador
para fazer um pivô em um zagueiro do adversário. Marque.
Jamais execute uma jogada sem propósito. Muitos dão um toquinho
para o lado sem propósito.
Uma jogada que rende frutos é bloquear o ponteiro do seu adversário
com o seu ponteiro, Além de anular a jogada de ataque do adversário deixando
que o ponteiro dele só jogue para trás, o seu ponteiro terá mais campo de jogo.
Além disso, diminuirá o ângulo de chute do adversário.

Conheço botonistas que não ingerem café e não cortam as unhas no


dia do jogo. Como estimulante acredito que o café deixe o botonista mais
afoito. Quanto ao corte das unhas, noto que a sensibilidade nas pontas dos
dedos fica diferente, portanto passo a seguir isto.
O jogo de botão em alto nível é muito parelho, os placares são
apertados e qualquer descuido pode selar uma derrota. Evite consumir bebidas
alcoólicas e jogar botão. Você vai jogar pior certamente.
27

4.6 Movimento Futuro

Movimento futuro é prever qual a jogada do adversário. É jogar a bola


para um local onde o adversário tenha que jogar com um botão que estava
marcando um botão seu. Assim, o seu botão ficará desmarcado e na sua vez
de jogar lance a bola para o seu jogador livre de marcação.

4.7 Chute a Gol Com o Cavador

Sabemos que o chute a gol com o cavador a bola sairá rasteira. Uma
bola no poste ou no goleiro irá tomar uma direção e algumas situações podem
ocorrer:
A- a bola sairá de campo gerando uma bola parada onde você continua
com a vantagem,
B- gerará um contrataque para o adversário e, se passar do meio
campo, este poderá chutar na sua goleira.
C- caso a bola ficar no seu campo de ataque o adversário joga
normalmente.
Importante, antes do chute, é avaliar o posicionamento dos seus
botões e do adversário. Caso ele tenha postado botões perto ou dentro da
grande área, não adianta chutar fraco porque ficará facilitado um recuo para o
goleiro gerando assim um tiro de meta. Portanto chute forte para que no caso
de errar o gol, a bola saia de campo.
Caso contrário da situação anteriormente descrita, chute fraco com o
cavador, a bola em caso de erro ao gol, ficará perto da goleira e dificultará a
defesa adversária, assim gerando a possibilidade de um novo chute a gol.

4.8 Desorganizar a Defesa do Adversário

Duas principais maneiras de desorganizar a defesa adversária. A


primeira é cavando forte e esparramando os botões da defesa. Geralmente,
consiste no ideal de acertar a bola no botão alvo e o este em outro botão do
28

adversário, desta forma ambos os botões rivais são deslocados e faz-se um


buraco na defesa. Como no exemplo abaixo.

Outra forma tradicional de desmanchar uma defesa é trocar bolas


através de lançamentos. No tiro de meta, lance a bola perto do meio campo em
seu campo de ataque forçando que a jogada do adversário seja com um
zagueiro que vem de longe. Provavelmente a devolução da bola será perto de
sua zaga. Rebata novamente para o campo de ataque. No final da terceira
jogada a zaga adversária estará pior postada que a sua. Assim sendo,
conquistarás mais uma pequena vantagem.

4.9 Postura Corporal e Evite Jogar de Costas

Muito importante é a postura corporal durante a partida. Por ser


considerado um jogo de longo tempo, 50 minutos, a postura corporal
economiza o botonista para a sequência de jogos. Não raro é ver botonistas
executando suas jogadas estando com um pé apenas no chão, todo
desequilibrado, por obvio há um prejuízo em obter uma jogada bem executada
além de minar o preparo físico. Outros movimentos que temos que eliminar são
chamados de sincinesias, tratam-se de movimentos involuntários. São eles
abrir a boca, colocar a cabeça para o lado, chutar, levantar a cabeça, isto
juntamente com o movimento de apertar a ficha/régua no botão. Claro que
29

estes movimentos podem atrapalhar a execução da jogada e não ajudam em


nada.
Desde o momento que iniciamos a carreira botonística, quando
aprendemos a jogar, fazemos basicamente o mesmo movimento. A sequência
botonista, botão e bola. Estamos acostumados com esta sequência. A chance
de errar um movimento jogando de costas, ou seja, botão, bola e botonista, é
muito maior. Pelas dimensões da mesa da regra brasileira 1 toque, às vezes se
faz necessário jogar de costas, treine este movimento. Para quem joga de ficha
é mais fácil jogar de costas do que quem joga de régua. Evite jogar de costas,
mas treine.

4.10 Segurando o Resultado

Uma boa tática para manter um resultado é o famoso “toca a bola no


fundo e volta um botão”. Significa lançar a bola perto da linha de fundo
adversária, atrás da linha de defesa, para que este tenha que recuar um botão
e, em no mínimo duas jogadas, tentar devolver a bola para seu campo de
defesa ou recuar para o goleiro.
Entre os movimentos que o adversário fará para jogar a bola para seu
campo, há três boas coisas para fazer. Uma é recuar um botão de ataque para
a defesa. A segunda, que pode ser alinhada com a primeira, é marcar um
botão atacante adversário de forma que este fique encoberto para um futuro
chute ao seu gol. A terceira e não menos eficiente, é cavar no botão que o
adversário moveu e depois repetir o processo. Caso erre a cavada, que seja
para a linha de fundo, logo teremos a arrumação dos times e o tempo segue
andando.
Outra maneira de retardar a partida, partindo do princípio que você
tenha um excelente domínio de bola, é tocar a bola na defesa. Técnica esta
que exige total concentração, pois um descuido pode ser fatal. Partindo do
princípio de uma bola morta (aquela que o adversário joga para seu campo e
não tem nenhum botão que chegue na bola que ofereça perigo), posicione um
botão para perto dela de maneira que este consiga lançar a bola para o campo
de ataque. A partir daí proteja a bola com outros botões, a cada jogada do
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adversário, interponha um botão entre o jogador do adversário e a bola,


sempre tendo a oportunidade de lançamento para o campo de ataque. Esta
situação, em fim de jogo, desestabiliza o adversário. Este posicionamento não
é ilegal, mas está no limite do bom senso. É considerado quase antijogo. Meu
conselho é que não faça por muito tempo e muitas vezes. Se fizer a jogada,
faça em silêncio e não provoque o adversário. Lembre, ele vai desestabilizar.

4.11 Quantos cavadores e quantos atacantes devo utilizar?

Este tema é muito controverso. Uns utilizam um esquema fixo com dois
botões no campo de ataque com caídas entre 11° e 13° juntamente com dois
botões com graus baixos (8°, 9° ou até menos) para tentar aproveitar um chute
de longe. Assim, utilizam quatro atacantes e 6 cavadores. Para melhor
entendimento, quando digo atacante me refiro a um botão que tenha o grau
diferente de zero e quando digo cavador me refiro ao botão com zero grau.
Há quem utilize por padrão três atacantes com 11°, se há muita
vantagem no primeiro tempo e caso não consiga fazer um gol, no intervalo
pode-se fazer uma substituição colocando mais um atacante. Também temos
que analisar as circunstâncias da partida, se estamos perdendo, se estamos
ganhando, se temos que segurar o resultado, se temos que fazer o resultado,
se o jogo é eliminatório...
Um esquema interessante é utilizar um cavador no ataque centralizado
perto da grande área onde servirá de pivô e dois atacantes nas pontas perto da
linha de meio campo. Já no campo de defesa, marcando na frente dos
ponteiros adversários, mais dois atacantes que, mais tarde serão utilizados
para o bloqueio dos ponteiros. Assim, somando tudo, você terá quatro linhas
diagonais apontando para a goleira/baliza do adversário. (seus dois ponteiros e
seus dois quase alas) Ainda, há outra vantagem, deixe um espaço nas costas
do ponteiro para lançar uma bola ali e, conforme a jogada do adversário,
posicione um ala de forma que dê para chutar a gol na próxima jogada. Os
outros cinco cavadores que sobraram, servem para fazer a marcação
defensiva.
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O importante é saber, como no futebol, que não é empilhando


atacantes que se ganha o jogo, sim descobrir o nosso sistema de jogo de
acordo com nossas facilidades e dificuldades. Dificuldades estas que devem,
através de treino e dedicação, serem minimizadas.

4.12 Pensar o Jogo


O importante no jogo, não só quando se está atacando, mas
defendendo também, é tentar antever a jogada do adversário. Algo como se faz
no jogo de xadrez. Assim sendo, o exercício de tentar imaginar as
possibilidades do adversário a cada jogada, facilita o trabalho de montar as
suas jogadas. Pratique sempre isso. Quando mais praticar, melhor. Com o
tempo essa prática fica automática e o jogo toma outra dimensão. Não seja
apenas um rebatedor de bolas tentando jogar na falha do adversário, ele pode
não falhar.
Quando estamos iniciando a prática do futebol de mesa, vibramos
apenas com o gol. Com o tempo e a prática, começamos a vibrar também com
cavadas, jogadas bem executadas, coberturas entre outros tantos
fundamentos.

5.TÁTICAS DE ATAQUE

Após a leitura de tudo que foi dito até agora, o leitor já sabe como se
defender. Atacar é outro problema a ser resolvido. Adiante seguem algumas
sugestões de táticas de ataque.

5.1 Um cavador central e dois atacantes laterais

Seguindo a disposição de ataque da foto abaixo, temos dois objetivos.


O primeiro é lançar a bola nas costas do cavador para que um dos atacantes
possa chutar a gol. O cavador serve como um pivô, assim ficando à frente da
zaga adversária fazendo uma cobertura para que a mesma não possa chegar
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na bola e desta forma a bola sobrar para um dos laterais chutar. Teoricamente
é lindo, mas a defesa pode ou cobrir, cavar ou lançar.

Caso haja cobertura. Cave com o seu cavador de maneira que o botão
adversário saia de campo e que você consiga o lateral. Após repita a jogada. O
objetivo é bagunçar a defesa adversária enquanto a sua defesa está bem
postada. Futuramente será uma boa vantagem.
Caso haja uma cavada por parte do adversário. Pelo menos a defesa
dele já ficou um pouco fora do lugar.
Caso haja um lançamento para o seu campo. Tente devolver a bola
para o mesmo lugar de onde ela veio, ou seja, para as costas do seu cavador.
Desta forma, a defesa adversária terá que jogar com outro botão defensor, ou
seja, o adversário já tem dois botões defensores desarrumados enquanto você
tem um desarrumado.
Outra opção com esta mesma formação é jogar a bola nas costas de
um dos laterais e, conforme for, tentar chegar como o terceiro botão atacante.
Seria o atacante que ficou marcando na defesa o lateral o lateral do adversário.
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5.2 Um botão de 25 graus central e dois atacantes laterais

Alguns botonistas jogam com um botão de 25°, este tipo de botão


apresenta várias vantagens. Uma delas é um chute com a bola perto do goleiro
adversário, com o alto grau de inclinação, este jogador consegue levantar a
bola ela estando bem perto do goleiro, assim encobrindo e fazendo o gol. Outra
vantagem é quando o adversário for cavar nele, a bola tende a subir e voltar
para o campo de jogo possibilitando um chute a gol. Ainda, outra vantagem é
em uma jogada fechada ele consegue fazer subir a bola fazendo-a passar por
cima do botão que fechava o lance. Outro lance curioso com este botão é na
cobrança de falta visto que ele chega na goleira/baliza antes da bola que ele
chutou, ou seja, ele derruba o goleiro adversário antes que a bola chegue nele.
Desta forma o adversário fica sem goleiro. Isso se for de um chute de média ou
longa distância.

As desvantagens são duas. A primeira é que tem um péssimo controle


de bola, em grande parte das vezes a bola corre e o domínio se esvai. Outra é
que ele se presta para jogar apenas perto da área adversária, assim sendo, é
quase inútil na defesa.

No confronto das vantagens e desvantagens de ter um botão de 25° no


time, é positivo ter o botão de 25°, pois o cuidado que o adversário deve ter
com este botão, pelo o perigo que ele representa, tem que ser enorme.

5.3 Um cavador quase no bico da área e dois atacantes na mesma lateral.

Sempre o cavador perto da área serve para fazer gols de tabela, cavar
laterais ou escanteios, desorganizar a defesa adversária e fazer parede para
um atacante chutar a gol.
No caso da parede, os objetivos são dois. Um, caso o defensor
adversário faça uma cobertura seja possível cavar e continuar com a posse de
bola. Dois, fazer o gol, claro.
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Vale registrar a variante de ter outro atacante defendendo pelo lado


oposto dos outros atacantes. Vá que sobre alguma bola para chutar do lado
oposto?

5.4 Dois atacantes de grau alto e um cavador

Dispostos em frente à área adversária, quase em linha. O cavador não


centralizado, sim mais posto para um lado do que para o outro. O cavador
centralizado em frente à goleira adversária não é um bom negócio. Porque tapa
o chute a gol de outro cavador, porque é difícil devido ao tamanho da mesa
jogar com ele. Então um pouco mais para o lado é melhor.

Quando o jogador busca esse ataque, ele procura jogar a bola perto do
cavador e em outro lance fechar a jogada um o botão de grau elevado (18° a
25°) para tentar um chute a gol. Eles ficam quase em linha e relativamente
próximos uns dos outros para que se possa fazer a jogada com mais perfeição
técnica.
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5.5 1,2 na Lateral


Um dois na lateral é uma das jogadas mais fáceis do futebol de mesa e
pouco executada por ser tão obvia. Porém mortal se bem executada. Consiste
em cobrar um arremesso lateral com um botão que tenha grau (atacante) para
outro botão do mesmo time que esteja perto (não esqueça que a bola tem que
andar 12 centímetros, o tamanho da distância de dois goleiros, por imposição
da regra) e, na próxima jogada, o botão que recebeu a bola arma para o que
arremessou o lateral o deixando em posição de chute. Como na foto abaixo.

5.6 Botão de 18 graus

Um botão com 18 graus tem quase a mesma função do botão com 25


graus descrito acima. Apresenta vantagens e desvantagens na comparação.
As vantagens são: Melhor domínio de bola, chute a gol bem mais preciso,
maior ângulo de chute útil, ou seja, permite chutar a bola em um ângulo maior
que o de 25 graus que apenas dá chutes retos ou quase retos. Quando se
chuta a gol com o botão de 18 graus não se utiliza muita força, fato que
proporciona uma melhor pontaria, já que para chutar em gol temos que fazer
pontaria e força na ficha/palheta ou régua e uma coisa atrapalha a outra.
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As vantagens do botão de 25 graus em face do botão de 18 graus:


Ultrapassa a bola e derruba o goleiro ou faz a cobertura em jogadas
específicas. Faz gol com a bola bem perto do goleiro.
Dependendo o tipo de jogo do seu adversário, opte por um botão de 25
graus ou 18 graus. Eles, preferentemente, servem para jogadores que fazem
jogadas curtas e não lançamentos. Jogadas tipo um 1,2 na lateral, jogadas
fechadas, nas costas de um cavador de seu time, perto da área adversária,
entre outras.

5.7 Concentração em estratégias de ataque

Um ataque organizado facilita a chance de chutar ao gol adversário.


Como organizar o ataque e maximizar as chances de se obter êxito na procura
do gol? Além das opções vistas nos itens anteriores, é de praxe ter, no ataque,
dois botões que joguem perto, bem perto, um do outro. Desta forma
dificultando que o adversário rebata a bola, provocando uma falta, dificultando
o máximo a aproximação do adversário na bola, obrigando o adversário a fazer
uma jogada difícil, de risco. Caso contrário, se o adversário não consiga tirar a
bola escondida entre dois botões, o chute a gol será inevitável.
Cuidado, não deixe esta distância entre os dois botões ser menor que
um goleiro, sob pena de falta técnica caso não “abra” a jogada na próxima vez.
A vantagem de deixar pouco mais que um goleiro de distância é que caso não
fique perfeito o lançamento para o meio dos dois botões, ainda tem tempo para
ajeitar um pouco mais.
Outro aspecto importante dessa jogada quase fechada, é que gera
uma preocupação no adversário em marcar esse lance. Assim sendo, de outra
sorte, a jogada puxa a marcação para si, então outras áreas estarão
descobertas.
O ideal é fazer esta referida jogada no decorrer do jogo, daí gera a
preocupação adversária, caso seja feita durante a arrumação dos botões
facilita a marcação adversária.
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Na imagem acima vemos a posição difícil que o time preto se encontra. O


objetivo do time vermelho é, num lançamento, colocar a bola entre dois botões
de ataque, assim provocando o erro do time preto e possibilitando o chute ao
gol. Às vezes nos deparamos com jogadores muito melhores que nós, onde
passamos nos defendendo o tempo todo e, com uma jogada deste tipo,
podemos vencer o jogo.

Destaco dois tipos de jogadores no futebol de mesa, duas principais


escolas. Os que jogam via lançamentos, como o nome já diz, vivem lançando
bolas em locais estratégicos procurando uma falha do adversário, seja ela de
cobertura ou um toque de bola errado. E os que gostam de procurar jogadas
fechadas. Esses colocam um conjunto de botões pertos uns dos outros e
passam o jogo tentando enfiar uma bola no meio desses botões, assim
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procuram uma falta ou um arremate a gol. Ainda, os que procuram as jogadas


fechadas, as fazem perto da linha lateral, fato que dificulta mais a defesa
porque esta pode ceder um lateral dois lances.

O que se procura é um misto entre as duas técnicas, lançamentos e


jogadas fechadas.

5.8 Desmanchando a zaga adversária com toques curtos

Após a arrumação dos times, cobrando o tiro de meta, de maneira curta,


com a bola ficando perto da linha divisória, do outro lado do campo, no seu
campo de ataque, essa jogada forçará seu adversário a jogar com um botão
que estará perto da grande área que defende. Assim sendo, é difícil que o
toque, lançamento, seja eficaz e tendendo que a bola fique perto de seu
defensor. No caso, o seu defensor, por estar mais perto da bola, terá condições
de lançar, curto novamente, para perto da linha divisória, assim sendo ele
continua defendendo e permanecendo bem colocado em sua defesa e o
adversário terá que tirar outro botão da defesa. Ainda, se o adversário vier a
cobrir com o primeiro botão que jogou, com o seu zero grau, cave. Após repita
a jogada forçando o adversário a sair com sua zaga.
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Nota-se que no desenrolar da sequencia de jogadas, o ponteiro do time


preto, time que iniciou cobrando o tiro de meta, ficou desmarcado e com mais
um toque, perto da linha da grande área adversária, resta desmanchada a
defesa adversária. Assim sendo, ocasiona uma boa chance de ataque para o
time preto.

5.9 Ganhando um tempo para montar um ataque

Muitos botonistas montam suas defesas na linha da grande área e em


seu prolongamento. A vantagem que o oponente pode tirar disso é ganhar um
tempo caso consiga lançar a bola entre dois botões que estão em linha. Ou
seja, restarão duas possibilidades para que a defesa se safe dessa situação. A
primeira é cobrir para após recuar para o goleiro. Caso a primeira ocorra, o
ataque pode desmarcar um botão ou reposicionar para um lugar melhor assim
o deixando em uma posição privilegiada e ganhando um tempo. Tempo este
não no sentido de amarrar o jogo, sim de ter uma jogada produtiva e o
adversário não, uma pequena vantagem já que o atacante ficará desmarcado.
A segunda opção da zaga é rebater a bola, de corte como chamam por aqui,
dar uma casquinha nela, para que ela vá para o outro lado do campo.
Vantagem do ataque novamente, porque essa bola não vem com a precisão
que deveria e é uma jogada difícil de ser executada com grande chance de dar
errado. Acompanhe o exemplo da imagem abaixo:
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Quanto a defesa em linha tente evitar, salvo melhor juízo, a defesa


escalonada é melhor, visto que surgem mais ângulos e um botão defensor
atrapalha menos o outro. Exemplo abaixo.

5.2 Ataque Graveto

O ataque graveto consiste numa jogada desesperada onde o adversário


não está acostumado a defender este esquema de ataque por ser um ataque
não padrão. É necessário partir de um tiro de meta, quatro botões são
posicionados no ataque, em linha, sendo dois cavadores (grau zero) e dois
levantadores (atacantes). Alguns objetivos são postos para que se tire
vantagem deste ataque. Os botões servem como pivôs para que se
interponham entre os defensores do adversário e a bola, assim permitindo o
chute dos laterais posicionados na defesa ou a aproximação de um dos dois
atacantes para realizar uma jogada fechada e na próxima jogada o chute a gol.

Cobra-se o tiro de meta nas costas de um cavador posicionado no


ataque. Dependendo da jogada do adversário, se ele conseguir cobrir o chute
do lateral, cava-se. Se não cobrir, chuta-se com o lateral. Se cobrir a passagem
do lateral e tiver espaço para o atacante entrar, tenta-se a jogada fechada com
o atacante próximo ao cavador.
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É necessário jogar com 4 levantadores e 6 cavadores. A parte negativa


do ataque graveto é que defenderá com 4 cavadores e 2 levantadores. É uma
jogada de risco para quem lançar mal o tiro de meta, a zaga fica vulnerável.

Exemplo de posicionamento abaixo:

Cobrança de tiro de meta. Lançar no cavador que fará o pivô esperando o


lateral (levantador) que marca o ponteiro adversário.

Depois de ser lançada a bola tem que ficar neste ponto.

Caso a cobertura seja mal feita, chute a gol com o lateral


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Caso a cobertura seja bem feita, cave com o ponteiro (cavador), tente o
chute “a bater” no adversário em que a bola vá para o gol.

Caso a cobertura seja parcial, desloque o meia (levantador) e tente fazer


uma jogada fechada para, posteriormente, chutar a gol.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do estudo realizado, para elaboração do presente pode-se


constatar que existem várias formas de jogar e treinar, que cada jogador tem
mais facilidade em um aspecto e, consequentemente, mais dificuldade em
outro.

O objetivo de um bom botonista, além de evoluir o seu jogo, é cultivar


amizades e se divertir entre amigos, sempre mantendo o foco na importância
do adversário, porque sem ele não sai jogo.

Ser um jogador de botão é fácil, ser um botonista é muito mais


complexo que isso.
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SOBRE O AUTOR

Meu nome é Henrique da Cunha Langlois, tenho 42 anos e jogo botão


desde os meus 11 anos de idade. Lá vão 30 anos desta que é uma das minhas
maiores paixões. Ao decorrer desse tempo acumulei amigos e desenvolvi meu
jogo em diversas regras, regra Unificada, Gaúcha, Dadinho, Paulista 12 toques
entre outras. Observei que entre elas há uma mesma emoção em jogar. Claro
que em cada uma há suas peculiaridades. Uma vez perguntado qual é melhor,
respondi de pronto, o importante é jogar botão.

O botão me ensinou muito na vida, me ensinou ângulos, vetores,


desenvolveu minha motricidade fina, combinações de tabelas, multiplicar,
Coreldraw, Excel, fazer sites, planilhas e gráficos entre várias outras coisas que
utilizo ao decorrer das minhas observações deste mundo.

Aprendi a respeitar e fazer amigos de diversas camadas e origens


sociais. Aprendi a ter respeito pelos adversários e por todos os que me cercam.
É uma turma muito heterogênea, tem de tudo, médicos, advogados vendedores
ambulantes, estudantes, aposentados, taxistas. O legal é ver que quando estão
na mesa jogando são todos iguais no sentido mais complexo de igualdade.

Sobre este trabalho que em primeira análise é o básico do futebol de


mesa, após começar a escrever reunindo pensamentos que tive e observando
jogos, também analisando táticas, concluí que meu jogo melhorou muito.
Trouxe-me uma nova dimensão para o meu jogo, algo que estava precisando
para ter mais motivações botonísticas.

Grato pela leitura e espero jogar com você

Abraços

hclanglois@hotmail.com
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Links youtube

Chute com botões de 18 graus https://youtu.be/GVukQDul7co

Treino de chute 11 graus com bandeira https://youtu.be/BXHSO8oQt0A

Vista do Goleiro https://youtu.be/cCrYVapJDCY

Caixa capacete para não deixar as bolinhas caírem no chão.


https://youtu.be/bkwQrJVPO8Y

Botões utilizados no livreto.


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