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Termodinâmica II

Sistemas de Potência a Gás (ciclos padrão-ar)


Introdução
Objetivos do capítulo: apresentar os ciclos motores
padrão-ar (Otto, Diesel e Brayton), analisar os
fatores determinantes do rendimento térmico e
identificar as melhorias possíveis.
Os ciclos motores padrão-ar explicam, do ponto de
vista termodinâmico, a operação de motores de
combustão interna (ICE e ICO) e de turbinas a gás
(estacionárias e aeronáuticas).
São sistemas de potência a gás pois o fluido, quando
da expansão, é uma mistura de gases de combustão.
Importância dos ciclos baseados em TGs
100%
Na figura ao lado é
80%
apresentado o perfil
da geração elétrica
Outros
no Mundo (dados
% geração elétrica

60% Nuclear
Outros gases reais até 2003),
40%
GN segundo a EIA-DOE
Petróleo
Carvão (dos EUA).
20% A geração elétrica com
ciclos baseados em
0% turbinas a gás tem
1980 1990 2000 2001 2002 2003 2010 2020 2025
cada vez mais
importância no
Mundo.
Ciclo Otto
Referência ao alemão Nikolaus August Otto (1832-1891). Otto e
seu sócio, Eugen Langen (1833-1895), construíram um motor
de combustão interna, em 1876, que funcionava com gás de
iluminação. O motor foi apresentado em uma exposição em
Paris, em 1878. Apesar do sucesso, Otto não conseguiu o
direito de construir e comercializar motores na França.
Em 1864 criou uma empresa, que mais tarde se dedicou à
construção de motores de combustão interna.
Os primeiros motores construídos por Otto eram motores 2T.
O primeiro motor 4T de Otto produzia 3 HP a 180 rpm, com e
eficiência de 14%. Tinha taxa de compressão 2,5:1. No
desenvolvimento de motores 4T, Otto trabalhou com Daimler
Maybach.
Na motor).
França, Por conta
o ciclo disso,
Otto a patentecomo
é conhecido de Otto foiBeau
ciclo anulada em 1886.
de Rochas
(referência a Alphonse Beau de Rochas – 1815-1893 – que
conseguiu uma patente em 1862 mas jamais construiu um
Ciclo Otto

Nomenclatura: diâmetro, curso, taxa de compressão, ponto morto


superior, ponto morto inferior, cilindrada (volume de
deslocamento), quatro tempos, cursos (de admissão,
compressão, de potência e de escape), pressão média efetiva.
Pressão média efetiva
Pressão média efetiva é a pressão constante, teórica, que se
atuasse no pistão durante o ciclo de potência produziria o
mesmo trabalho líquido produzido pelo ciclo.
Pressão média efetiva (pme) é a relação entre o trabalho líquido
de um ciclo e o volume deslocado (de deslocamento).
Se dois motores têm o mesmo volume de deslocamento (mesma
cilindrada), o de maior pme produz mais trabalho. Se os
motores operam à mesma rotação, o de maior pme produz
mais potência.
A pme está diretamente associada ao torque do motor.
Ciclo padrão-ar (ar-padrão) (ICE e ICO)
Em relação aos motores de combustão interna reais, várias hipóteses
simplificadoras são feitas para a análise dos ciclos.
Primeiro, considera-se que o fluído de trabalho é o ar (que se comporta
como gás perfeito) em qualquer etapa da operação do motor.
Segundo, é considerado um sistema fechado (modelo conjunto cilindro-
pistão).
Para respeitar as hipóteses acima, o processo de combustão é substituído por
um processo de transferência de energia por calor, de um reservatório de
alta temperatura para o ar.
O processo de rejeição de calor é substituído por um processo de rejeição de
calor a volume constante.
Considera-se que os calores específicos do ar (a pressão e a volume
constante) são constantes (para efeitos de cálculo, considera-se a
temperatura média ou a menor temperatura do ciclo).
Ciclo padrão Otto

O ciclo é constituído de quatro processos termodinâmicos. Os processos de


compressão e de expansão são imaginados adiabáticos e reversíveis
(portanto, isentrópicos), enquanto os processo de fornecimento e de
rejeição de calor são a volume constante.
O processo de fornecimento de calor substitui a combustão. A rejeição de
calor substitui os processos de exaustão e de admissão.
Ciclo padrão Otto
O modelo físico é o de um conjunto
cilindro-pistão.
Aplicando-se a primeira lei ao
sistema ao processo de
w compressão
= u – u = ctem-se
.(T – T )
que:
12 1 2 v 1 2
segundo as hipóteses de que o
fluído é ar, que este se comporta
como gás ideal, e que o calor
específico é constante.
Para os demais processos, tem-se:
Fornecimento de calor: q = u – u = c .(T – T )
Expansão: w = u – u = c 23.(T –3T ) 2 v 3 2
34 3 4 v 3 4
Rejeição de calor: q = u – u = c .(T – T )
41 1 4 v 1 4
Ciclo padrão Otto
O rendimento térmico do ciclo é
dado pela relação:
η = 1 – (q /q )
to 41 23
Substituindo as expressões
derivadas da Primeira Lei, tem-
se que:
η = 1 – [c .(T – T ) /c .(T – T )]
to v 4 1 v 3 2
e como o calor específico é
constante, resta:
η = 1 – [(T – T ) /(T – T )]
to 4 1 3 2

A equação é rescrita de forma que:


η = 1 – (T /T ).[(T /T - 1) /(T /T - 1)]
tO 1 2 4 1 3 2
Pode-se demonstrar que a expressão dentro dos colchetes é igual a 1.
Já a relação de temperaturas (T /T ) é igual a (v /v )[(k-1)/k]
1 2 2 1
Ciclo padrão Otto
Assim, o rendimento térmico
do ciclo Otto ideal é
função exclusiva da taxa
de compressão.
Para um motor real, o
rendimento é função da
taxa de compressão, do
rendimento volumétrico,
do rendimento mecânico,
da relação ar-combustível,
T (indiretamente) da carga,
η 1
=1 1= da rotação, etc.
tO (k −1) k
− T2
v
v
2
1
Exemplo 9.1

Considere um ciclo padrão-ar Otto que tem taxa de compressão


= 8. São
estado 1.dados
Tambémpressão,
é dadatemperatura e volume
a temperatura dodo
máxima cilindro
ar ao no
longo do ciclo. Pede-se: (a) pressão e temperatura no final de
cada processo; (b) o rendimento térmico do ciclo; (c) a
pressão média efetiva, em atm.
Exemplo 9.1

Hipóteses:
1. O ar, no conjunto cilindro-pistão, é o sistema fechado;
2. Os processos de compressão e expansão são adiabáticos;
3. Todos os processos são internamente reversíveis;
4.
O ar é modelado como gás ideal;
5.
Variações de energia cinética e potencial devem ser desprezadas;
Discussão do procedimento de solução:
O fluído de trabalho é gás ideal, e a equação de estado p.v = R.T pode ser
aplicada no cálculo das propriedades. Ademais, os processos de
compressão e de expansão são isentrópicos, e a taxa de compressão
pode ser associada à relação dos volumes relativos. O volume relativo
é função exclusiva da temperatura.
Exemplo 9.1
O estado termodinâmico 1 está determinado. Trabalhando com
a relação de volumes relativos é possível encontrar a
temperatura em 2 e, a partir daí, determinar a pressão.
Do estado 3 são conhecidos temperatura e volume. Portanto, a
pressão pode ser calculada. A temperatura em 4 é
determinada a partir do volume relativo.
Conhecidas todas as temperaturas, a energia interna do ar em
cada estado pode ser determinada.
A eficiência térmica do ciclo é calculada como 51%.
A pressão média efetiva é calculada como 8,03 atm.
Ciclo Diesel
Embora tenha nascido em Paris, Diesel era alemão de origem. Rudolf
Diesel (1858-1913) construiu o primeiro motor de ignição por
compressão em 1894. A patente foi obtida em 1892.
O primeiro motor (apenas um cilindro) utilizou carvão mineral
pulverizado como combustível, e não funcionou bem (na realidade,
funcionou apenas por alguns minutos). O motor tinha 3 metros de
altura!
O segundo motor construído, em 1897, já utilizava um combustível
líquido de especificação aproximadas ao óleo diesel atual. Diesel
tinha interesse em empregar óleos vegetais.
Os motores diesel tiveram emprego extremamente limitado, o que,
aparentemente, levou Diesel a ter sérios problemas econômicos.
Morreu em circunstâncias misteriosas em uma travessia do Canal da
Mancha.
Só em 1923 um motor diesel foi pela primeira vez usado em um
caminhão. Em automóveis só foi empregado pela primeira vez em
1936.
Ciclo padrão Diesel

O ciclo é formado por quatro processos termodinâmicos. Os processos de


compressão e de expansão são imaginados adiabáticos e reversíveis (portanto,
isentrópicos). O processo de fornecimento de calor é imaginado a pressão
constante e o de rejeição de calor a volume constante.
O processo de fornecimento de calor a pressão constante substitui a combustão.
A rejeição de calor substitui os processo de exaustão e de admissão.
Ciclo padrão Diesel
O modelo físico também é o de um
conjunto cilindro-pistão.
Aplicando-se a primeira lei ao
sistema durante o processo de
= u – u = ctem-se
w compressão .(T – T )
que:
12 1 2 v 1 2
segundo as hipótese de que o fluído
é ar, que se comporta como gás
ideal, e que o calor específico é
constante.
Para os demais processos, tem-se:
Fornecimento de calor: q = (u – u ) + p.(v - v ) = c .(T – T )
Expansão: w = u – u = c 23.(T – 3T ) 2 3 2 p 3 2

34 3 4 v 3 4
Rejeição de calor: q = u – u = c .(T – T )
41 1 4 v 1 4
Ciclo padrão Diesel

1 v k −1 rk −1
η
= v
2
r
c
. c −1
tD
k.
1

r v
c = v3
2

O rendimento do ciclo Diesel ideal é função da taxa de


compressão e do grau de expansão preliminar (ou razão de
corte, segundo alguns autores).
Ciclo padrão Diesel

1 v k −1 rk −1
η
= v
2
r
c
. c −1
tD
k.
1
v
rc = v3
2

Para uma dada taxa de compressão, quanto menor a razão de


corte maior o rendimento térmico. Razão de corte pequena,
na prática, requer combustão rápida.
Exemplo 9.2

Considere um ciclo padrão-ar Diesel que tem taxa de


compressão = 18. São dados pressão e temperatura no estado
1. A razão de corte é igual a 2. Pede-se: (a) pressão e
temperatura no final de cada processo; (b) o rendimento
térmico do ciclo; (c) a pressão média efetiva, em MPa.
Exemplo 9.2

Hipóteses:
1. O ar, no conjunto cilindro-pistão, é o sistema fechado;
2. Os processos de compressão e expansão são adiabáticos;
3. Todos os processos são internamente reversíveis;
4.
O ar é modelado como gás ideal;
5.
Variações de energia cinética e potencial devem ser desprezadas;
Discussão do procedimento de solução:
O fluído de trabalho é gás ideal, e a equação de estado p.v = R.T pode ser
aplicada no cálculo das propriedades. Ademais, os processos de
compressão e de expansão são isentrópicos, e a taxa de compressão
pode ser associada à relação dos volumes relativos. O volume relativo
é função exclusiva da temperatura.
Exemplo 9.2
Do estado termodinâmico 2 tem-se que v = 34,51, resultando
r2
em T2 = 898,3 K, p2 = 5,39 MPa.
O processo de fornecimento de calor ocorre a pressão constante
e a razão de corte é conhecida. Portanto, pode-se calcular
que T3 = 1796,6 K.
Trabalhando novamente com o volume relativo (atenção que a
relação volumétrica
compressão), tem-sena
queexpansão é diferente
v = 35,73, da K.
T = 887,7
r4
A eficiência térmica do ciclo é calculada como4 57,8%.

A pressão média efetiva do ciclo é 0,76 MPa.


Otto x Diesel
A comparação correta deve
ser feita entre ciclos que
operem entre as mesmas
temperaturas máxima e
mínima. Nessas condições,
a temperatura média de
fornecimento de calor do
ciclo Diesel é maior.
Então?
Caso fosse possível comparar ciclos que têm a mesma taxa de
compressão, o ciclo Otto teria a maior temperatura média de
fornecimento de calor. Então?
Por que não é correta a comparação segundo a mesma taxa de
compressão?
Otto x Diesel

Comparando motores para as mesmas finalidades (veículos


equivalentes), tem-se que os motores diesel são mais caros,
mas são mais eficientes. O uso de motores diesel é
justificável quando do uso mais intensivo do veículo (e.g.,
caminhões, ônibus, etc.)
Ciclo Dual

O Ciclo Dual é mais adequado para representar motores diesel


modernos, nos quais a injeção de combustível é feita por
bomba injetora.
O
processo de fornecimento de calor ocorre parte a volume
O constante, parte a pressão constante.
ciclo dual também é conhecido como ciclo Sabathé ou ciclo
Trinkler.
Exemplo 9.3

Um motor é modelado pelo ciclo padrão-ar dual, com taxa de


compressão 18. Pressão e temperatura do ar no início da
compressão são conhecidos. No processo de fornecimento de
energia por calor a volume constante a pressão do ar aumenta
50%. A razão de corte é 1,2:1. Determine: a) a eficiência
térmica, e b) a pressão média efetiva.
Exemplo 9.3

Hipóteses:
1. O ar, no conjunto cilindro-pistão, é o sistema fechado;
2. Os processos de compressão e expansão são adiabáticos;
3. Todos os processos são internamente reversíveis;
4.
O ar é modelado como gás ideal;
5.
Variações de energia cinética e potencial devem ser desprezadas;
Discussão do procedimento de solução:
O fluído de trabalho é gás ideal, e a equação de estado p.v = R.T pode ser
aplicada no cálculo das propriedades. Ademais, os processos de
compressão e de expansão são isentrópicos, e a taxa de compressão
pode ser associada à relação dos volumes relativos. O volume relativo
é função exclusiva da temperatura.
Exemplo 9.3
Nos processos de fornecimento de calor as temperaturas T e T
3
são calculadas como 1347,5 K e 1617 K, respectivamente. 4
A eficiência térmica é calculada como 63,5% (deve ser notado,
comparando resultados com o Exemplo 9.2, que para a
mesma taxa de compressão e embora a temperatura
máxima seja menor no caso ciclo dual, o rendimento
A térmico é maior em relação ao ciclo diesel).
eficiência térmica é calculada como 0,56 MPa (por outro
lado, a pressão média efetiva do ciclo dual e menor do que
a do ciclo diesel, o que significa que para motores de
mesma cilindrada, operando na mesma rotação, a potência
do motor que operasse no ciclo dual seria menor).
Turbinas a gás estacionárias

O que se chama de
turbina a gás é um
conjunto compressor
+ câmara de
combustão +
expansor (turbina)
Ciclo Brayton (Joule)
O ciclo de referência para o estudo das
turbinas a gás é o ciclo Brayton.
O ciclo ideal tem dois processos
adiabáticos reversíveis (compressão
e expansão), enquanto os processos
de fornecimento e rejeição de calor
são a pressão constante.
Ciclo Brayton (Joule)

Calculando as Transferências de Calor


Trabalho Principais.

A eficiência térmica do ciclo é


Ciclo Brayton (Joule)
Para os processos isentrópicos 1–2 e 3–4:

Quando um ciclo Brayton ideal é analisado com base em ar-padrão frio, os calores específicos
são considerados constantes. Obtemos então as seguintes equações
Ciclo Brayton (Joule)
O rendimento térmico do ciclo Brayton
ideal é função exclusiva da relação
deas
Para pressões.
turbinas a gás reais, existe uma
relação de
máximo pressões que
rendimento resulta
térmico.
Exemplo

Uma turbina a gás é modelada pelo ciclo Brayton padrão-ar. Ar


entra no compressor a 100 kPa, 300 K, com vazão
volumétrica
de 5 m3/s. A relação de compressão (relação de pressões) é 10 e
a temperatura máxima é 1400 K. Determine a eficiência térmica
e a potência líquida, em kW.
Exemplo

Hipóteses:
1. Cada componente é analisado como um VC operando em RP;
2. Os processos de compressão e expansão são isentrópicos;
3. Não existe perda de carga nos processos de escoamento;
4.
O ar é modelado como gás ideal;
5.
Variações de energia cinética e potencial devem ser desprezadas;
Discussão do procedimento de solução:
O estado termodinâmico 1 está determinado, por pressão e temperatura.
O processo de compressão é isentrópico e envolve um gás ideal. Então, a
relação de pressões pode ser associada à relação de pressões relativas.
Com isso, pode-se determinar a temperatura do ar no estado 2.
Exemplo

O processo de expansão também é isentrópico e envolve um gás ideal.


Então, a relação de pressões pode ser associada à relação de pressões
relativas. Com isso, pode-se determinar a temperatura do ar no estado 4.

Conhecidas pressão e temperatura no fim de cada processo, pode-se


encontrar o valor das entalpias específicas do ar. Em decorrência,
podem ser calculadas as transferências de trabalho e calor em cada
processo.
A eficiência térmica do ciclo padrão-ar Brayton é calculada em 45,7%.
A relação entre o trabalho de compressão e o trabalho de expansão é 39,6%.
A potência líquida produzida é 2.841 kW.
Ciclo Brayton (Joule)
Ainda para o ciclo ideal, o
trabalho líquido tem valor
máximo para uma dada relação
de pressões (também para as
turbinas reais).

Assim, o projeto de uma


250
turbina a gás é uma relação de
Trabalho líquido [kJ/kg ar]

200

150 ideal,K1000
compromisso entre o máximo
100
rendimento térmico e o
50

0
máximo trabalho líquido
0 10 20 30 40
Relação de pressões (máxima potência da turbina).
Ciclo Brayton real
As irreversibilidades no
ciclo Brayton gás estão
associadas às perdas de
carga no fornecimento e
na rejeição de calor, e à
irreversibilidades nos
Como o trabalho de compressão é
processos de compressão
significativo em relação
trabalho de expansão, ao de
deixar e de expansão.
considerar a eficiência do Dessas, as irreversibilidades
compressor implica erros na compressão e na
expressivos. expansão jamais podem
ser desconsideradas.
Ciclo Brayton real
As eficiências isentrópicas da turbina e do compressor
são dadas por
Exemplo
Uma turbina a gás é modelada
pelo ciclo Brayton. Ar entra
no compressor a 100 kPa,
300 K, com vazão
volumétrica de 5 m3/s. A
relação de compressão
(relação de pressões) é 10 e a
temperatura máxima é 1400
K. As eficiências isentrópicas
do compressor e do expansor
são 80%. Determine a
eficiência térmica e a
potência líquida, em kW.
Exemplo

Hipóteses:
1. Cada componente é analisado como um VC operando em RP;
2. Os processos de compressão e expansão são adiabáticos;
3. Não existe perda de carga nos processos de escoamento;
4.
O ar é modelado como gás ideal;
5.
Variações de energia cinética e potencial devem ser desprezadas;
Exemplo
A eficiência térmica do ciclo é calculada em 24,9%, contra
45,7% no caso do ciclo padrão-ar. A diferença, portanto, é
muito significativa.

A razão de trabalho reverso é calculada em 61,8%, contra


39,6% no caso do ciclo padrão-ar. A diferença, portanto, é
também muito significativa.

Finalmente, a potência líquida do ciclo é calculada em 1254


kW, quando havia sido calculada no ciclo padrão como é
2.841 kW (apenas 44% do valor anterior).
Ciclo Brayton regenerativo

O objetivo da regeneração é aumentar a temperatura média de fornecimento


de calor, aproveitando a energia dos gases de exaustão, que seria perdida na
atmosfera.
Ciclo Brayton regenerativo

Efetividade do regenerador dada na equação a seguir é a relação entre a


energia recuperada em relação à energia que poderia ser recuperada (na
figura acima, a efetividade seria 100% se Tx fosse igual a T4).
Ciclo Brayton regenerativo

Já havia sido discutido anteriormente que quanto maior a


diferença de temperaturas entre as duas correntes (quente e fria),
maiores as irreversibilidades. Para que a diferença de
temperaturas seja reduzida, é preciso aumentar a área de troca
Exemplo

Uma turbina a gás é modelada pelo ciclo Brayton padrão-ar. Ar


entra no compressor a 100 kPa, 300 K, com vazão
volumétrica de 5 m3/s. A relação de compressão (relação de
pressões) é 10 e a temperatura máxima é 1400 K. Determine
a eficiência térmica considerando que um regenerador com
efetividade 80% é incorporado ao ciclo.
Exemplo
O procedimento de resolução é exatamente o mesmo do
Exemplo 9.4, com a diferença que a relação entre as
variações de entalpias (hx – h2)/(h4 – h2) = 0,8.
Com o regenerador especificado, a eficiência térmica do ciclo
passa a 56,8%, quando era 45,7% sem o regenerador.
A figura abaixo mostra o efeito da efetividade do regenerador
sobre a eficiência do ciclo.
Ciclo Brayton regenerativo
0,80

0,70 simples,
0,60 ideal

Eficiência térmica
0,50 reg, 5
0,40
reg, 4
0,30
0,20

0,10
0,00
0 10 20 30 40
Relação de pressões

A regeneração no ciclo Brayton (mesmo no caso do ciclo


padrão-ar) tem resultados variáveis com a relação de
pressões. Inclusive, acima de uma dada relação de
pressões a eficiência térmica é inferior à do ciclo simples.
Por que?
TG com reaquecimento

Em turbinas estacionárias, a expansão estagiada com


reaquecimento visa o aumento do trabalho de expansão.

Apenas com tal medida, não há ganhos de eficiência do ciclo de


potência. Por que?
Em turbinas aeronáuticas o reaquecimento permite o aumento
do empuxo, mas com redução da eficiência propulsiva.
Compressão com inter-resfriamento

A compressão estagiada com resfriamento


intermediário visa a redução do
trabalho necessário para a elevação
da pressão do ar.
Apenas com tal medida, não há ganhos de
eficiência do ciclo de potência. Por
que?
Exemplo

Ar é comprimido em dois estágios, de 100 kPa, 300 K, até 1000


kPa. Há resfriamento
primeiro estágio (300 intermediário até 300
kPa). Cada estágio doK, na saída do
compressor é
isentrópico. Determine a temperatura na saída do segundo
estágio e o trabalho total por kg de ar.
Exemplo
Hipóteses:
1. Cada estágio do compressor é analisado como um VC operando em
RP;
2. Os processos de compressão são adiabáticos;
3.
Não existe perda de carga no resfriador;
4.
O ar é modelado como gás ideal;
5.
Variações de energia cinética e potencial devem ser desprezadas;
Discussão do procedimento de solução:
A temperatura do ar na saída do segundo estágio do compressor pode ser
calculada pelo procedimento anteriormente discutido: o processo é
isentrópico e a relação entre as pressão (1000/300) é igual à relação
entre as pressões relativas. Como o ar é gás ideal, as pressões relativas
dependem apenas das temperaturas. Assim, calcula-se a temperatura
T2. Assim, T2 = 422 K, e h2 = 423,8 kJ/kg.
Exemplo
Como os estágios de compressão são isentrópicos, o trabalho de
compressão é igual à soma das variações das entalpias do
ar em cada estágio:
w = (h – h ) + (h – h ) = 234,7 kJ/kg
compressão
Caso c
a compressão 1 de 100
2 kPa
d até 1000 kPa fosse isentrópica,

mas apenas em um estágio, o trabalho de compressão seria


igual a 279,7 kJ/kg (portanto, 19% maior).
Para a compressão em dois estágios, a pressão intermediária é
tal que a relação de pressões nos dois estágios é igual, ou
seja, a relação de pressões em cada estágio é (p2/p1)½.
Ciclo Brayton regenerativo + reaquecimento
+ resfriamento
• Com a regeneração pode haver
ganho da eficiência térmica.

• Com reaquecimento e
resfriamento intermediários
há ganhos do trabalho
líquido.

• A combinação dos três


recursos visa aumento da
eficiência térmica e do
trabalho líquido.

• O recurso é chamado de
“Carnotização“. Não é muito
usual porque há alternativas
melhores para ciclos
Ciclo Combinado

• Foram propostos conceitualmente nos


anos 1960, mas apenas nos anos 1970 é
que as primeiras unidades, de pequena
capacidade – a maioria na faixa de 15 a
20MW, foram construídas.

• Alta eficiência térmica baixo custo de


combustível. Eficiências líquidas até
55-57% (condições de referência), e
eficiências de até 60% anunciadas por
fabricantes de equipamentos.

• Tecnologia de referência para a geração


termelétrica.
TGs para jato propulsão

• O mesmo ciclo Brayton explica o funcionamento de turbinas a gás


aeronáuticas.

• Considera-se o ciclo padrão-ar. Parte da compressão isentrópica ocorre


no difusor.

• A expansão na turbina deve ser apenas para a produção da potência


necessária para acionar o compressor. A expansão entre os estados 4 e
5 ocorre em um bocal, para que seja criado um fluxo de gases de alta
TGs para jato propulsão

A força de empuxo que atua no corpo da turbina é igual à


variação da quantidade de movimento do ar (dos gases) na
igual
turbina. O fluxo mássico é considerado, por simplificação,
à entrada e à saída (i.e., o fluxo mássico de combustível é
desprezado).

Empuxo = m.(V – V ) + (p – p ).S [N]


e, se p = p e 0 e 0 e
e 0 [N]
Empuxo = m.(V – V0)
e
TGs para jato propulsão

Uma alternativa é a pós-queima, o que permite aumento do


empuxo. Entretanto, o recurso tem baixa eficiência.
Tal recurso é relativamente usual em turbinas aeronáuticas
empregadas na aviação militar, mas nesses casos o acionamento
da pós-queima é ocasional (e.g., decolagem em pistas curtas).
Outros conceitos de TGs aeronáuticas

• O esquema mostrado na figura (a) corresponde a um turbo-hélice. No caso, o


empuxo deriva – única ou majoritariamente – do funcionamento da hélice.

• O esquema mostrado na figura (b) corresponde a um turbofan, e é o conceito


mais usual na aviação.

• Já o esquema mostrado na figura (c) corresponde a um estatoreator, que é


empregado, por exemplo, em mísseis.
Exemplo

Uma turbina a gás aeronáutica é modelada pelo ciclo Brayton


padrão-ar. São dados a velocidade de entrada do ar, pressão e
temperatura.
São dados, também, a relação de pressões, a temperatura máxima do
ciclo e a pressão à saída do bocal.
Os processos no difusor, no compressor, na turbina e no expansor
são isentrópicos. Pede-se a velocidade de saída do ar do bocal.
Exemplo
Hipóteses:
1. Cada componente é analisado como um VC operando em RP;
2. Os processos de compressão e expansão são isentrópicos;
3. Não existe perda de carga no combustor;
4.
O ar é modelado como gás ideal;
5.
A energia cinética é desprezada, exceto na entrada do ar no difusor e
6.
na saída do bocal;
O trabalho produzido na expansão deve ser igual ao trabalho requerido
na compressão.
Discussão do procedimento de solução:
Os processos de compressão no difusor e no compressor são isentrópicos. A
aplicação da Primeira Lei ao difusor indica que a variação da energia
cinética está associada ao salto entálpico. Assim, calcula-se a entalpia
na saída do difusor. Conhecida a entalpia, encontra-se a temperatura e
a pressão relativa. Pode-se, então, calcular a pressão na entrada do
compressor.
Exemplo
Os processos que ocorrem no compressor, no combustor e na turbina
são analisados conforme procedimentos anteriormente apresentados.
Aspecto importante é que o trabalho de expansão na turbina deve ser
igual ao trabalho de compressão, no compressor. Assim:
(h2 – h1) = (h3 – h4)

Encontrada a entalpia h4, determina-se a temperatura e a


pressão relativa à saída da turbina.

A análise de Primeira Lei no bocal permite o cálculo da velocidade


do ar à sua saída. A velocidade à saída é igual à variação das
entalpias entre as seções 4 e 5; o salto entálpico é calculado da
determinação dos estados, em função das pressões relativas.
FIM DO CAPITULO 9
Entrega do resumo até o dia...

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