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ÁREA DO ALUNO AULA GRÁTIS

Michael Procopio em Concursos


Públicos
18/09/2018

Questões
Comentadas de
Direito Penal
Prova Delegado
da Polícia
Federal 2018
Saudações, pessoal.

Estas são as questões de Direito Penal da


Prova de Delegado da Polícia Federal de
2018, comentadas por mim. Espero que os
comentários possibilitem um estudo melhor
e que sirva para gabarito preliminar até a
divulgação do oficial. Não foram incluídas
aqui as questões de legislação penal
extravagante, por ser matéria dada por
outro professor.

Mas antes de conferir a correção, não deixe


de participar do Ranking Polícia
Federal para conferir seu desempenho na
prova. Clique na imagem abaixo para
cadastrar seu gabarito:

Vamos lá…

Em cada um dos itens a seguir, é


apresentada uma situação hipotética,
seguida de uma assertiva a ser julgada com
base na legislação de regência e na
jurisprudência dos tribunais superiores a
respeito de execução penal, lei penal no
tempo, concurso de crimes, crime
impossível e arrependimento posterior.

47 Sílvio, maior e capaz, entrou em uma


loja que vende aparelhos celulares, com o
propósito de furtar algum aparelho. A loja
possui sistema de vigilância eletrônica que
monitora as ações das pessoas, além de
diversos agentes de segurança. Sílvio
colocou um aparelho no bolso e, ao tentar
sair do local, um dos seguranças o deteve
e chamou a polícia. Nessa situação, está
configurado o crime impossível por
ineficácia absoluta do meio, uma vez que
não havia qualquer chance de Sílvio furtar
o objeto sem que fosse notado.

O item está incorreto. A ineficácia do meio é


apenas relativa, não se configurando o
crime impossível, nos termos do
entendimento do STJ:

Súmula 567 do STJ: Sistema de vigilância


realizado por monitoramento eletrônico ou
por existência de segurança no interior de
estabelecimento comercial, por si só, não
torna impossível a configuração do crime de
furto.

48 Cristiano, maior e capaz, roubou,


mediante emprego de arma de fogo, a
bicicleta de um adolescente, tendo-o
ameaçado gravemente. Perseguido,
Cristiano foi preso, confessou o crime e
voluntariamente restituiu a coisa roubada.
Nessa situação, a restituição do bem não
assegura a Cristiano e redução de um a
dois terços de pena, pois o crime foi
cometido com grave ameaça à pessoa.

O item está correto.

Um dos requisitos do arrependimento


posterior, causa de diminuição de pena
prevista no artigo 16 do Código Penal, é que
o crime não seja cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa:

CP, Art. 16 – Nos crimes cometidos sem


violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o
recebimento da denúncia ou da queixa, por
ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços.

Ademais, o STJ tem entendimento já fixado


sobre o tema:

“(…) 1. Não se aplica no crime de roubo o


arrependimento posterior, por ser
elementar desse delito a violência ou grave
ameaça à pessoa, a impedir a aplicação
desse instituto, nos termos do art. 16 do
Código Penal – CP. 2. Tendo o acórdão
recorrido reconhecido que não houve
voluntariedade na devolução da coisa
subtraída, qualquer conclusão em sentido
conclusão em sentido contrário demanda
o inevitável revolvimento das provas
carreadas aos autos, o que encontra
vedação no enunciado n. 7 da Súmula desta
Corte. Agravo regimental desprovido. (…)”
(STJ, AgRg no AREsp 1031910/AC, Rel. Min.
Joel Paciornik, Quinta Turma, DJe
26/05/2017).

48 Diogo, condenado a sete anos e seis


meses de reclusão pela prática de
determinado crime, deve iniciar o
cumprimento da pena no regime
semiaberto. Todavia, na cidade onde se
encontra, só há estabelecimento prisional
adequado para a execução da pena em
regime fechado. Nessa situação, o juiz
poderá determinar que Diogo inicie o
cumprimento de pena no regime fechado.

O item está incorreto.

A falta de vaga para cumprimento em


regime semiaberto não permite que o
indivíduo inicie o cumprimento de pena no
fechado, nos termos do entendimento do
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STF:

Súmula Vinculante 56: A falta de


estabelecimento penal adequado não
autoriza a manutenção do condenado em
regime prisional mais gravoso, devendo-se
observar, nessa hipótese, os parâmetros
fixados no RE 641.320/RS.

Os parâmetros, referidos na súmula


vinculante, são os fixados no acórdão a
seguir:

“Cumprimento de pena em regime fechado,


na hipótese de inexistir vaga em
estabelecimento adequado a seu regime.
Violação aos princípios da individualização
da pena (art. 5º, XLVI) e da legalidade (art.
5º, XXXIX). A falta de estabelecimento penal
adequado não autoriza a manutenção do
condenado em regime prisional mais
gravoso. 3. Os juízes da execução penal
poderão avaliar os estabelecimentos
destinados aos regimes semiaberto e
aberto, para qualificação como adequados
a tais regimes. São aceitáveis
estabelecimentos que não se qualifiquem
como “colônia agrícola, industrial” (regime
semiaberto) ou “casa de albergado ou
estabelecimento adequado” (regime aberto)
(art. 33, § 1º, b e c). No entanto, não deverá
haver alojamento conjunto de presos dos
regimes semiaberto e aberto com presos do
regime fechado. 4. Havendo déficit de
vagas, deverão ser determinados: (i) a saída
antecipada de sentenciado no regime com
falta de vagas; (ii) a liberdade
eletronicamente monitorada ao
sentenciado que sai antecipadamente ou é
posto em prisão domiciliar por falta de
vagas; (iii) o cumprimento de penas
restritivas de direito e/ou estudo ao
sentenciado que progride ao regime aberto.
Até que sejam estruturadas as medidas
alternativas propostas, poderá ser deferida
a prisão domiciliar ao sentenciado.” (STF, RE
641.320, rel. min. Gilmar Mendes, P, j. 11-5-
2016, DJE 159 de 1º-8-2016, Tema 423).

50 Manoel praticou conduta tipificada


como crime. Com a entrada em vigor de
nova lei, esse tipo penal foi formalmente
revogado, mas a conduta de Manoel foi
inserida em outro tipo penal. Nessa
situação, Manoel responderá pelo crime
praticado, pois não ocorreu a abolitio
criminis com a edição da nova lei.

O item está correto.

É exatamente o que prescreve o princípio


da continuidade normativo-típica. Caso haja
a revogação da norma que previa
determinado crime, mas a conduta continue
incriminada em outro dispositivo legal, não
há abolitio criminis. Foi o que aconteceu
com a revogação do tipo penal do atentado
violento ao pudor, que passou a ser
abrangido pelo estupro. Não houve extinção
da punibilidade dos condenados
anteriormente pelo crime revogado, já que a
conduta continuou sendo punível.

51 Elton, pretendendo matar dois colegas


de trabalho que exerciam suas atividades
em salas distintas da dele, inseriu
substância tóxica no sistema de ventilação
dessas salas, o que causou o óbito de
ambos em poucos minutos. Nessa
situação, Elton responderá por homicídio
doloso em concurso formal imperfeito.

O item está correto. Como houve uma única


conduta, consistente na inserção de
substância tóxica no sistema de ventilação,
e dois delitos (dois homicídios), configura-se
o concurso formal. Ademais, por haver
desígnios autônomos, já que Elton queria
matar ambos os colegas, o concurso formal
se classifica como impróprio, nos termos da
segunda parte do artigo 70 do Código
Penal:

Art. 70 – Quando o agente, mediante uma


só ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a
mais grave das penas cabíveis ou, se iguais,
somente uma delas, mas aumentada, em
qualquer caso, de um sexto até metade. As
penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é
dolosa e os crimes concorrentes resultam
de desígnios autônomos, consoante o
disposto no artigo anterior.

Em cada um dos itens a seguir, é


apresentada uma situação hipotética,
seguida de uma assertiva a ser julgada com
base na legislação de regência e na
jurisprudência dos tribunais superiores a
respeito de aplicação de pena, cominação
de penas, regime de penas, medidas de
segurança e livramento condicional.

52 Ronaldo, maior e capaz, e outras três


pessoas, também maiores e capazes,
furtaram um veículo que estava parado em
um estacionamento público. Depois de
terem sido retirado pertences do veículo, o
abandonaram perto do local do assalto. O
grupo foi preso. Constatou-se que Ronaldo
era réu primário, tinha bons antecedentes
e que agira por coação dos outros
elementos do grupo. Nessa situação, se a
coação foi resistível, se houver confissão
do crime e se as circunstâncias atenuantes
preponderam sobre as agravantes, a pena
de Ronaldo poderá ser reduzida abaixo do
mínimo legal.

O item está incorreto.

Tanto a coração resistível quanto a


confissão do crime são circunstâncias
agravantes, analisadas na segunda fase da
dosimetria:

CP, Art. 65 – São circunstâncias que sempre


atenuam a pena:

III – ter o agente:

1. c) cometido o crime sob coação a que


podia resistir, ou em cumprimento de
ordem de autoridade superior, ou sob a
influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto da vítima;
2. d) confessado espontaneamente,
perante a autoridade, a autoria do
crime;

Na segunda fase da dosimetria, o juiz não


pode ultrapassar os limites máximo e
mínimo da pena abstrata cominada ao tipo
penal. É este o entendimento do Superior
Tribunal de Justiça:

Súmula 231 do STJ: A incidência da


circunstância atenuante não pode conduzir
à redução da pena abaixo do mínimo legal.

53 Valter, maior e capaz, foi preso


preventivamente em uma das fases de
uma operação policial. Ele já era réu em
outras três infrações penais e estava
indiciado em mais dois outros IPs. Nessa
situação, as ações penais em curso podem
ser consideradas para eventual
agravamento da pena-base referente ao
crime que resultou na prisão preventiva de
Valter, mas os IPs não podem ser
considerados para essa mesma finalidade.

O item está incorreto.

Nem os IPs nem as ações penais em curso


podem ser consideradas para agravar a
pena base a título de maus antecedentes. É
a posição tanto do STF quanto do STJ,
sendo que este último já aprovou súmula
neste sentido:

Súmula 444 do STJ: “É vedada a utilização


de inquéritos policiais e ações penais em
curso para agravar a pena-base”.

54 Flávio, maior e capaz, condenado a pena


de doze anos pela prática de homicídio
doloso qualificado, iniciou o cumprimento
da pena em regime fechado. Durante a
execução da pena, ele apresentou
comportamento excelente e colaborativo,
por isso, após o período mínimo para a
progressão de regime, seu advogado
requereu ao juiz a passagem de Flávio para
o regime aberto. Nessa situação, o pedido
não poderá ser atendido: a progressão do
regime prisional de Flávio deverá ser para
o regime semiaberto.

O item está correto.

A progressão de regime ocorre do regime


fechado para o regime semiaberto, e deste
para o aberto. Não é possível saltar
diretamente do regime fechado para o
aberto, o que seria a progressão de regime
por salto ou per saltum. É o entendimento
consolidado do Superior Tribunal de Justiça:

Súmula 491 do STJ: “É inadmissível a


chamada progressão per saltum de regime
prisional”.

55 Bruna, de vinte e quatro anos de idade,


processada e julgada pela prática do crime
de latrocínio, foi absolvida ao final do
julgamento, por ter sido considerada
inimputável, apesar de sua periculosidade.
Nessa situação, mesmo tendo Bruna sido
absolvida, o juiz pode impor-lhe medida de
segurança.

O item está correto. Se Bruna for


considerada inimputável por estar
acometida de doença mental, que a
deixava, ao tempo do crime, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento, o juiz deve absolvê-la por
ausência de culpabilidade. Entretanto,
referida sentença é denominada absolutória
imprópria, pois deve ser imposta à ré uma
medida de segurança.

É o que prevê o artigo 386, parágrafo único,


do Código de Processo Penal:

“Parágrafo único – Na sentença absolutória,


o juiz:

(…)

III – aplicará medida de segurança, se


cabível.”

O artigo 97 do Código Penal, por sua vez,


prevê a imposição de medida de segurança
ao réu inimputável:

“Art. 97 – Se o agente for inimputável, o juiz


determinará sua internação (art. 26). Se,
todavia, o fato previsto como crime for
punível com detenção, poderá o juiz
submetê-lo a tratamento ambulatorial.”

56 Caio, condenado a nove anos de prisão,


cumpria a pena no regime fechado.
Passado um ano do cumprimento da pena,
ele cometeu falta grave. Nessa situação,
são interrompidas as contagens do prazo
tanto para a obtenção do livramento
condicional quanto para a progressão de
regime de cumprimento de pena, devendo
ambas ser reiniciadas a partir da data do
cometimento da falta grave.

O item está incorreto.

O cometimento de falta grave interrompe o


prazo para a progressão de regime, mas
não para a obtenção de livramento
condicional. Este entendimento já está
consolidado em enunciados de Súmula do
STJ:

Súmula 534 do STJ: A prática de falta grave


interrompe a contagem do prazo para a
progressão de regime de cumprimento de
pena, o qual se reinicia a partir do
cometimento dessa infração.

Súmula 441 do STJ: A falta grave não


interrompe o prazo para obtenção de
livramento condicional.

Em cada um dos itens seguintes, é


apresentada uma situação hipotética
seguida de uma assertiva a ser julgada com
base na legislação de regência e na
jurisprudência dos tribunais superiores a
respeito de exclusão de culpabilidade,
concurso de agentes, prescrição e crime
contra o patrimônio.

57 Júnior, maior e capaz, foi processado e


julgado pelo crime de estelionato. Tendo
verificado que Júnior tinha sido condenado
pelo mesmo crime havia dois anos, o juiz
aumentou a pena em um terço. Nessa
situação, o aumento da pena não influirá
no prazo da prescrição da pretensão
punitiva.

O item está incorreto.

Pode parecer correto, em virtude do teor da


Súmula 220 do STJ:

“A reincidência não influi no prazo da


prescrição da pretensão punitiva”.

Entretanto, o enunciado faz referência ao


aumento de um terço da prescrição,
previsto no artigo 110, caput, do Código
Penal:

Art. 110 – A prescrição depois de transitar


em julgado a sentença condenatória
regula-se pela pena aplicada e verifica-se
nos prazos fixados no artigo anterior, os
quais se aumentam de um terço, se o
condenado é reincidente.

Este aumento do artigo 110 só é aplicável ao


prazo prescricional da pretensão executória
(PPE).

Entretanto, o item trata de outra questão,


razão pela qual o reputo incorreto. A
prescrição da pretensão punitiva (PPP) é
calculada com base na pena final aplicada
pelo juiz, salvo no caso da PPP
propriamente dita, que é calculada com
base no máximo da pena prevista em
abstrato. Ou seja, o prazo da PPP é
computado com base na pena final aplicada
na sentença. Se a pena tiver agravante
(como a da reincidência), toda ela deve ser
considerada para o cálculo da prescrição.

Por isso, o item está incorreto, pois o


aumento de pena feito na dosimetria é
levado em conta para o cálculo da
prescrição. O que não se admite é a
incidência de aumento de um terço sobre o

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