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in 2015
https://archive.org/details/listadealgunsartOOslui
$(># whwíuss Slíisígwawto.
Depois que o Ill. mo Sr. Conego Luiz Duarte Villela da Silva nos
brindou generosamente com o artigo —Dos Archilectos Portuguezes =
que com gosto inserimos no antecedente numero do nosso Jornal, e que
sobremaneira tem agradado a todos os amantes das Bellas-A rtes , e a
todos os leitores que presào o credito e honra da Nação; veio por feliz
casualidade á nossa mào, pela de pessoa que muito se interessou sempre
e interessa por nossa boa reputação e fortuna, uma Lista de Artistas Por -
tugue%esi professores de differentes Artes colligida de vários escriplos
e documentos por um dos mais abalisados Litteratos que tem possuído
Portugal, curioso infatigável e exactissimo, que nos consentio a sua
publicação.
Esta Lista não é completa, como adverte o seu mesmo Author. Elle
sómente quiz pôr em lembrança os nomes dos Artistas, que no decurso
de suas leituras se lhe oíTerec èrão , e muitos dos qi aes não são geral-
mente conhecidos. Para os mais, aconselha elle a lição de Volkmar,
Taborda, Machado de Castro, e outros mais antigos Portuguezes, bem
como a dos muitos estrangeiros que tratárão deste assumpto.
Nós julgamos fazer algum serviço á Nação, aproveitando a liber-
dade que nos foi dada, e publicando essas mesmas noticias taes como
vem no manuscripto, confiando que isto excitará os Portuguezes doutos
a concorrer com as suas luzes, para que algum dia possamos ter um ca-
tálogo completo dos nossos Artistas, e uma Historia das Bellas-Artis em
Portugal.
Não querendo pois demorar a publicação deste precioso escripto,
prevenimos os nossos Assignantes de que suspendemos a continuação
do Vocabulário de Agricultura , em quanto não completarmos a Lista
dos Artistas acima referidos, a qual se poderá encadernar, quer em se-
parado, quer junta no fim do presente tomo do Recreio .
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COLLIGI DA
DE ESCR1PTOS E DOCUMENTOS
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LISBOA
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ADTBUTSlTaiA
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quando escrevia; e ommitto o grande numero delles, que vem mencionados nas
obras de Taborda , e de Cyrillo Volkmar , na Descripçâo analytica da Estatua
Equestre do douto Esculptor Joaquim Machado de Castro, e em outras obras suas,
Bellas-Artes em Portugal, deve ler estas obras, e outras que disso tratarão ;
não per-
derá de todo o tempo em ler estes meus breves apontamentos; e ainda com estes
%xá^xXtcU&.
zer por elRei D. Diniz, como cons- cou caplivo em poder dos bárba-
ta do letreiro entalhado em már- ros na batalha de 4 de Agosto de
more, que se lê no mesmo claustro, 1578.
defronte da porta do capitulo, e vem O Cardeal Rei , que mandava a
copiado na Monarck. Lusit. P. Ví. África D. Rodrigo de Menezes para
Liv. 19. Cap. 44. Foi lançada a pri- tratar do resgate do corpo de elRei,
meira pedra da obra no anno vul- escreveo-lhe em 6 de Setembro de
gar de 1310 (era de 1348.)
—
1578 as seguintes palavras Te- : =
35IOG© TEE2.EZ Engenheiro. reis cuidado e lembrança de man-
Esteve em Ailemanha , aonde ser- dardes saber de Filipe Tercio , que
vio por alguns annos ao imperador, c um engenheiro italiano que ia
,
III. P. IV. Cap. 44.) Tom. 4.° pag. 343 verso. xAhi diz
EUGENIO DOS SANTOS — Foi O que Francisco Pires fora mandado
architecto da moderna Lisboa. (
Vej. por elRei á índia para fazer a nor
Yolkmar.) va fortaleza de Moçambique mas
ÉVORA — Foi so-
;
que jáestava provido em 1448. Vem dada pelo grande D. João de Cas-
nomeado em vários documentos do tro depois da famosa victoria, com
archivo daquella casa desde 1448 que terminou o cerco daquella pra-
ate' 1473. (Vej. a minha Memória ça. Lançou-se a primeira pedra des-
histórica das obras da Batalha nas ta obra a 24 de Novembro de 1546.
Coilecções da Academ. R. das Scien- MESTRE HUET , HUGET , OU
cias de Lisboa.) OÜGUET —
De todos estes modos
FlXiXPjB TERCI0 — Engenheiro achamos escripto nos documentos
Italiano. Delineou o forte de cinco do mosteiro da Batalha o nome
baluartes, que defende a barra do deste architecto, um dos mais be-
Jornal das Famílias* 8
4 O Recreio
da ,
em leira allemãa minuscula, I ficações do reino, ern que foi em-
deste teôr pregado.
Fez a fortaleza de Cabeça Sêcca,
Era de 1420 annos don affon
e outras;- traçou o mosteiro novo
so martins abade deste moestei
de Santa Clara de Coimbra; o dor-
ro mandou faüer a obra desta
initorio novo e hospedarias do mos-
craastra por star maa , e foi
teiro das religiosas benedictinas de
feita per mâao de io/m garcia
Semide ; o dormitorio novo de Al-
de toledo , mestre e veedor das
cobaça; o das Inglezinhas de Lis-
obras delrey donfernando pa-
: boa o novo de Odivellas ; o bene-
;
ter noster.
dietino da Estrella ; o de Travan-
A identidade do nome, e do tempo, ca , e a igreja nova de Santo Tir-
rne faz crerque foi este mesw.o João so; e desenhou o mosteiro de Lis-
Garcia o que fez a obra da Colle- boa , etc. etc.
giada de Guimarães no proximo Por morte do P. M. Fr. Pedro
reinado de elRei D. João 1, segun- de Menezes, também benedictino r
do o letreiro gravado na parede do e Lente de Mathematica na Uni-
templo, e commemorado por Soa- versidade de Coimbra, occupou Tur-
res da Silva no Tom. 2. das Memó- riano aquelia cadeira por votos dos
rias deste monarca. estudantes, em renhida opposiçào-
TR. JOÃO TURRIÂNO —
Foi fi- com o Dr. Gaspar de-Mery, e a
—
Falleceo em
lho de Leonardo Turriano, homem leo por vários annos.
mui intelligente em obras de forti- Lisboa, e j^iz na capella mór da
ficação, e que nisso trabalhou neste templo de S. Bento cia Saude, aon-
reino, e de sua mulher D. Maria de tem sepultura, com este epitáfio :
tas Artes. —
Seguio os estudos da eseulptor, e pintor. Falleceo em
Congregação henedictina com lou- 1593, de 54 annos. Veio a Portu-
vor, e mereceo ser nomeado pas- gal,- chamado por D. Felipe II
—
Servio a este mo- Engenheiro mór do reino , pai de
narca 13 annos, e foi o que dei i- Fr. João Turriano, de quem ha
ou as capellas móres das Ses de pouco falámos.
Viseu e Leiria, alem das obras do Entre os mss. da Livraria do
mosteiro de Alcobaça , e das forti- Collegio de S. Bento de Coimbra
— — —
m
Jornal das Famílias. 5
das iihas dos Açores , e seus dese- mestre das obras da Batalha. (Vej.
nhos , obra deste architecto. a Memor. Histor. , e o que fica
MAN ©EL I>A MAYA —
Vej. a notado acima no art. João de Cas-
Collecçâo de Memor. dos Pintores, tilho.)
Esculptorcs, e tc. porVolkmar Ma- MIGUE X. LE BOUTEUX Foi U —
chado a pag. 194. dos Artistas, que em tempo de elliei
MARTIM VASQUEZ —Foi um D. João V vierão para Portugal,
dos mestres das obras do mosteiro e aqui restaurárão a prática e gos-
da Batalha , em cuja direcção suc- to das Bei las Artes. Nas Memórias
cedeo a mestre Huet, ou Ouget ,
de Malta , impressas naquelle tem-
ou Iluget, de que acima falámos. po, vem o Mappa da ilha gravado
Tinha sido oparelhador da obra de por este Artista, e na firma se lê:
pedraria em tempo do fundador el- — Michael le Bouteux , Hrchitectus
Rei D. João 1. Begis sculpsit. 1736.=
ElRei D. Duarte o nomeou Mes- MIGUEI. FERNANDES — Vivia
tre e Divisador das obras por carta nos princípios do século 18.°, e é
sua dada no anno de 1438. E el- obra sua a planta e risco da actual
Rei D. Affonso V o confirmou nes- igreja do mosteiro benedictino de
te cargo em Junho de 1439, como S. João Baptista de Pendorada , a
consta do Liv. 2. da sua Chancella- qual se mandou executar no capi-
ria. tulo geral do anno de 1725.
Em 1448 já era fallecido, como MIGUEI. DA ARRUDA — Foi
consta de um documento do mos- mestre das obras das fortalezas des-
teiro da Batalha desse anno, em tes reinos , onde vivia e servia no
que figura Brites Lopes , mulher que reinado de elRei D. João III.
foi de Martirn Vasquez, Mestre que Foi elle o que delineou a fortaleza
foi das obras do mosteiro de Santa nova que elRei mandava fazer em
Maria da Victoria. Moçambique, em tempo do i Ilustre
Segundo o juízo que fizemos do D. João de Castro, como consta
tempo em que se edificárão as dif- da carta de elRei para este gover-
ferentes peças daqueile grandioso nador, que possuímos original, es-
ediíicio, classificámos a Marlirri Vas- cripta a 8 de Março de 1546.
quez em ordem inferior á dos mes- Em 1549 foi mandado a África,
tres que lhe precederão. (Veja-se a quando elRei quiz que se fizesse o
nossa Memona Histor. das obras da forte do Seinal para defeza de Al-
Batalha, já citada, nas Collecções cacere. (Andrad. Chron. de elRei D.
da Ácadem. R. das Sciencias de João III. P. IV. Cap. 35 e seg.)
Lisboa.) NICOX.ÁO DE FRIAS Vej. Vol-
MATTHEUS FERNANDES l.° kmar a pag. 161.
Foi este architecto o que delineou Foium dos architectos que acom-
e executou no mosteiro da Batalha panhárão a elRei D. Sebastião na
a soberba obra da chamada Capel- infausta empreza de África, e diz a
la imperfeita. (Vej. a citada Me- Chron. de Fr. Bernardo da
mória histórica.) que na marcha do exercito de Ar„
,- , ,
6 O Recreio ,
a pewta.
poleão Bona parte, imperador que foi ria Palri~e os sete psatmos peni-
dos Francezes, feitos a penna em tenciaes. —
Foi feita esta curiosa obri-
1807, os quaes alli depositei sen- , nha em Outubro de 1816.
do-me para isso offerecidos pelo co- MANOEL BARATA — Copiai e-
ronel de milicias reformado Fran- mos aqui a noticia que deste Ar-
cisco Pereira Peixoto Ferraz Sar- tista nos dá o illustre Fiiologo Fran-
8 G Recreio ,
novidades, talvez ignoradas dos que ramente portug iez d nosso A i Ua >
a professão entre nós. ??— Ate aqui de, a quem imitava no caracter da
o douto critico Francisco Dias Go- letra, e nos ornamentos de cetras,
mes. aves, e flores, desenhadas a rasgos
Manoel Barata foi mestre de es- de penna.
crever de elRei D. Sebastião. Na Muitos annos depois, sendo eu
edição de Camões, feita em Paris já religioso, e o meu mestre faile-
em 1815, Tom. 3. pag. 414 se diz, cido, tive na minha mão um grosso
que fôra natural da Pampilhosa, e livro em folha, em que secontinhão
morador em Lisboa; que publicára muitos traslados feitosna mesma
a sua Arte de escrever pelos annos letra, letras debuxadas á penna,
de 1572; eque fôra o primeiro, que preceitos de bem escrever, princí-
na Europa publicára traslados aber- pios de Arithmetica, etc. etc. tudo
tos em chapa. escripto pelo mesmo professor, du-
MANOEL DE FARIA E SOUSA — rante o seu magistério. Possuia esta
Escriptor bem conhecido entre uós. obra um seu sobrinho. Faço gosto
Foi eminente na Arte de escrever , de recommendar aqui a memória
fazendo com perfeição toda a sorte deste excellente professor, e de pa-
de letra: copiava ápenna qualquer gar este tributo de gratidão ao en-
estampa tão destra, e subtilmente, sino que me deo.
que se podia duvidar , qual era a
de penna, qual a de chapa. Tam-
,
(&$cu[ytoxt$ t ^ntãiljdiífoxcB
TO O Recreio,
a
chitectura a conversação 4. pag. crevendo-se a fabrica do mosteiro e
35 etc.) seus claustros, se faz menção dosrc
,
obra que ellemesmo compôz e se 1667 com 63 annos de idade, por on-
imprimio em Lisboa na Imprensa de entendemos que nasceo em 1604.
Reg. em 1810 em 4.° Vej. a respeito delle Cyrillo Volk -
Tudo o que he obra d e Esculptu- mar Machado a pag. 251 , e Pal-
ra na Estatua, e seus ornamentos, lornino ahi citado.
pertence a Joaquim Machado de Ponz , na sua viagem de Ilespa-
Castro; e com grande ignorância, nha dá-nos noticia das seguintes
,
recerão os elogios das Pessoas Ueaes, Chrnn. do Carmo, tom. 1. pag. 580.
e de todos os que sabiào avaliar tão THOMAZIA IiVIZA ANGÉLICA
.
(?5rat»a^0re5.
S. offic. impresso em
da Inquis ,
6. num. 17., dizendo que fora a Se-
Lisboa, nos Estáos, por Manoel da vilha mandado pela Corte para re-
Sylva, anno de 1640 em folha vem gular as operações da fabrica da
hutna bella portada, aberta em me- moeda , pelos annos 1730 e segg.
tal com a subscripçâo Agostinho ANTONIO PEREIRA — Grava-
Suare % Floriano fez =
Nol.°tomo dor.Na obra Tyrocinium Theolo -
dos Sermões do P. Franc. do Ama- giae , impressa em
Lisboa na offic.
ral , impresso em Braga por Gon- Craesbeeckiana em
1668, vem no l.°
çalo de Basto, vem a portada e ti- vol. huma estampa com a subscri-
tulo aberto em chapa de metal com pção =£ Antonius Pereira excudc-
a subscripçâo= August. Suar Fio - = . bat.
=
r ian fecit. ANTONIO pinto — Gravador .
####
— -
14 O Recreio ,
—F
Portugal, e aqui se estabelecerão, scripção= Bernardo . Gayocomp.
e exercitárào as suas artes. Ha mui- Escu. Lisb. occid.
tas estampas do buril de Antonio BERNARDO DOS SANTOS —
Quillard em
diversas obras da Aca-
demia R. da Hist. e dos seus So-
Gravador. N a obra intitulada El =
Doctor eximio ^ y vener. P. Fran-
cios. Vej. as ultimas acções do Du- cisco Soares etc.
,
=
impressa no R.
que de Cadavql , impressas na offi- Coliegio das Artes, em Coimbra,
cina da Musica ern 1730. Firmava an. 1731, vem a estampa do retrato
as suas gravuras = Ant. Quillart do P. Soares, assás grosseira, com
— outras vezes
invenit et sculpsit. a subscripção =
Bernardo dos San-
= A. Quillard f. — tos a fez. 1730.=
B. BE ALMEYDA — Gravador. BRAS NUNEZ — Gravador. Na
No Theatro ffistor. Geneal. e Pa - Ethiopia orient. de Fr. João dos
negyr. da casa de Sousa, impresso Santos , impressa no convento de
em Paris em 1694, cujas exceden- S. Domingos, em Evora, an. 1609
tes estampas são de Giffart , grava- por Manoel de Lira, em folha, vem
dor do Rei vem a primeira do
, a portada do frontespício , aberta
frontespício com esta nota=B. de em metal, com a subscripção ==zJ3ras
Almeida incid. 1693 P. Giffart— Nunes fecit. —
fecit sculptor Regius. Parisiis. =. O Itinerário da índia de Fr. Gas-
aonde =
B. de Almeida parece = par de S. Bernardino, impresso em
indicar Artista Portuguez, que por Lisboa , na offic. de Vicente Alva-
ventura trabalhava em Paris debai- res, em 1611 , em 4.°, tem o fron-
xo da direcção de Giffart. tespício e titulo aberto em metal
BENTO MORGANTY Celebre — com vários ornamentos, e ahi se vê
Antiquário, e Artista Portuguez. lambem a subscripção bras nunes—
Achão-se na Histôr. Geneal. meda- =
fecit.
lhas e moedas gravadas por elle com CAETANO ALBERTO DE ALMEI-
a subscripção =
B. Morganti de - DA — Em concurso, que abrio se
lin = na caza da moeda de Lisboa , gra-
BERNARDO FERNANDES —
.
=
delineavit et esculp. 1759. wyn Scnlpt Lisboa. =
=
Volkmar lhe dá o nome de João Volkmar Machado explica-se a
Silverio Carpinetti. respeito deste Artista nos seguintes
CLEMENTE BILLINGUE — Grav. termos —
Francisco Harremyn abri- ,
~
ling. f. — Outra obra intitulada
teiros.
F. s. BRUNO — Gravador Na
— Cordel triplicado , etc. = em 4.° obra intitulada Estrangeiros no Li
.
a pag. 229; mas não parece que se mos visto , he a estampa do retrato
ajustem bem as datas , nem mesmo de D. Eusebio Luciano de Carvalho
a especial Arte de Architecto , que Gomes da Silva, que vem no com-
Volkmar attribue a Fabri. pendio da vida deste virtuoso man-
GABRIEL FRANCISCO LUIZ cebo , fallecido em Goa de 26 an-
2>EBRIE —
Gravador, He outro Ar- nos, eleito, e já confirmado em Ro-
tista dos que forâo chamados pa- ma Bispo de Nankim. A obra foi
ra Portugal no reinado do Sr. D. impressa em 1792, e a estampa tem
JoãoV, diz Volkmar a pag 282, que as subscripções =
G. F, A. Queiroz
era Francez, e que gravou muitas fez = J. de Barros inv. Esta se-=
pranchas para a Hist. Genealógi- gunda parece ser de Jeronymo de
ca, e que em 1739 abrio os retratos Barros de quem Volkmar diz que
,
Como porem Volkmar diz que Ga- « D. d. de Siqueira A. R. inv. et dei. 1799 »
brielFrancisco tivera hum filho, nas- u G. F. e Queiroz sculpt. em Londres sendo
,
Arsenal Real do Exercito por João nha podido ajuntar, e assisti á fun-
de Figueiredo. = dação e collocaçào das Pinturas etc.
:
LUCAS VOSTERMANS — Era na- mesma Arte. Este pode ser o mes-
tural de Anvers. Pintor e
Gravador. mo de que aqui falamos.
Rubens lhe aconselhou dar-se ao MANOEL CORRÊA Depois da —
buril, e elle tratou de tal modo canonisaçâo de Santa Mafalda se
as ,
reformadora do mosteiro de
Usava da marca ^
V.— ( Diction.
se,
Arouea e declarada Santa pelo
,
d' Architecteure etc. par Mr. C. F.
S. P. Pio VI. na sua bulia ,
Roland le Virloys. Paris. 1770. 3 datada em 27 de Julho de 1792 ,
vol. em 4.°) cujo corpo se venera no mesmo
Na primeira Parte da Chron. da
mosteiro , obrando muitos mi-
Companhia de Jesus do P. Baltazar lagres V
Telles, vem a estampa do frontes-
piciocom a subscripção Lucas = Na extremidade da estampa tem a
Vorstermans , inventor , et scuipsit. firma =
Manoel Corrêa f. —
Vlyssipone , ex typograph. Pauli MANOEL RODRIGUES DA SILVA
Craesbeck. an. 1645.= —O autor da Hist. Genealog. , no
Em outra obra intitulada Har - tom. 4. pag. 421. o qualifica de
monia scripturae Divinae , . . . V iys- excellente artifice , inventor da cer-
sipo-ie ,ex officina Laurentii de An- rilha da moeda em Portugal.
veres , an. 1646, vem no frontespício MIGUEL LE ROUTEUX Archi-
huma estampa a buril, e no fundo tecto e Gravador. Foi outro estran-
a n<>ta= Lucas V orstermans inven- geiro dos que vierão a Portugal no
Annc 1646.
tor et sculp. = reinado de elRei D. João V, e ahi
LUIZ SIMONEAU Foi hum dos — concorrerão para o restabelecimento
estrangeiros, que vierão para Por- do gosto das Bellas-Artes.
tugal no tempo de elKei D. João V. Nas Memórias de Malta impres-
Nos escriptos dos membros da R. sas naquelle tempo se acha o mappa
Acadtmia da Hisior se achào fre- . da ilha, gravado por este Artista
quentes estampas e vinhetas deste com subscripção
a =
Michael le
ArtUta. Vej. a Geograf. Histor. , Bouteux , Architcctus Regis sculpsit.
impressa em 1784, as Antiguid. de 1736. a=
Braga ,
em 1738 a Vida do P.
, Em1752 abrio a fachada de Ma«
Vieira por André deBarrosem 1746. fra em huma estampa de 4 palmos.
etc. M. freyre — Na Hist. Pane -
A Simoneau era de Or-
fitmilia gyrica de Diniz de Mello e Castro*
lêans , e delia achamos noticia de primeiro Conde das Galvêas, im-
Carlos Simoneau gravador, nas-
,
pressa em Lisboa em 1721 em folha
cidoem Orléans em 1639 e falleci- vern a estampa do retrato de Diniz
do em 1728 e de Lui% Simoneau
, ,
de Mello com a firma =
M. Freyre
irmào de Carlos, e mui habil na .=
,
20 O Recreio ,
O. COR —
Achamos muitas estam- huma pensão mensal. Pintou os te-
pas e vinhetas, gravadas por este Ar- ctos do quarto da Rainha, e muitos
tista, no tempo de elRei D. João V, quadros para a galeria do Duque
e julgamos ser hum dos estrangei- de Cadaval pelos quaes parecia
,
ros, que nesse reinado forão cha- seguir a maneira deWateau, e acaso
mados a Portugal. ter sido seu discipulo.
O Codex Titulorum S . Eccl. Lis - PEDRO DE ROCHEFORT V ej.
bon. Patriarck. impresso em 1746, o art. Carlos de Rochefort que foi
,
sobre a fortaleza deste galeão , fa- Marinha, habil theorico, e bom de-
bricado de madeiras da provinda senhador.
do Minho , sobre o que, escrevendo Sendo Ministro de Estado da Ma-
o General D. Loopo a elRei D. rinha Marlinho de Mello c Castro,
Felippe IV. lhe dizia « Eráo di- : construio a náo F
asco da Gama , e
gnos de ser guardados , como o pro- as fragatas D. João Príncipe , e S.
pino serro do Potossi aquelles mon- Rafael.
tes de Portugal , onde taes madeiras No ministério do Visconde de Ana-
se criavão. » dia construio a fragata Andorinha ,
FRANCISCO BOS SANTOS Na — e duas barcas, huma canhoneira, e
Memória a bem da restauração da outra de fazer agoada.
Marinha em Portugal por José . . .
.
Finalmente sendo Ministro D. Ro-
Maria Dantas Pereira impressa em ,
drigo de Sousa Coulinho (depois
Lisboa, na Typograf. Reg. em 1826, Conde de Linhares) e criando-se o
em um folheto de 4.° se diz que Fran- corpo de Engenheiros Constructores
cisco dos Santos , natural de Lis- foi nomeado cheíe deste corpo com
,
A
xA-rpojgso sanchez coelho— e seguio a escola do primeiro, se«
Foi discípulo de Rafael em Roma ,
gundo Palomino,
e de Antouio Moro em Hespanha Foi Pintor de D. Felipe II, aquém
,
.
26 O Recreio ,
muitas vezes retratou, e teve gran- tor , e com este titulo o acho nomea-
des estimações deste Príncipe, e de do em documento da Batalha do
sua irmãa a Princeza D. Joanna , anno 1592.
mãi de elRei D. Sebastião. ALVARO 2>E PE2>RO (PERES) —
O
Papa Gregorio XI 1 1, Xisto V ; O Diccion. de Architect. etc. por
os Duques de Florença e Saboya o C. F. Roland le Virloys , de que
estimárão ehonrárão em grande ma- falamos em outros lugares, faz men-
neira. A sua caza era frequentada ção de Álvaro de Pedro , Pintor
pelo Cardeal Grambellas, pelos Ar- Portuguez , que vivia em 1450, e
cebispos de Toledo e Sevilha , por teve reputação.
D, João de Áustria, pelo Príncipe AN35RÉ gons alves — Pintor ,
28 O Recreio,
Sciencias e Aries ,
pòe Camões ern summa o quadro he a mais perfei-
,
na
Na
sacristia. gues da Silva. Anuo de 1823 =
8. igrejados Premonstra- em 4.°
tenses varias pinturas. Esta obra que o autor deixou ms.,
9. Na igrejado Rozario dos e recommendada para a impressão
P.P. Dominicos hum quadro ao M. R. Conego da Insigne Col-
grande de N. Senhora , e a legiada de S. Maria , Luiz Duarte
seus pés S. Domingos , ao Villela da Silva, grande Amador
lado do presbyterio. E no das Bellas-Artes, e muito amigo do
altar deS. Domingos os qua- mesmo autor, sahio á luz pelos cui-
dros de S. Jacinto , e S. Ca - dados deste douto Ecclesiastico, que
tharina. lhe fez alguns additamentos.
10. Na parochia de S. Gines os A pag. 302 e segg. vem as me-
quadros collateraes da An - mórias do autor, que nos dispensão
nunciação , e da Adoração de as repetir aqui.
11.
dos pastores.
Na parochia do mosteiro de
christovão IOFEZ Veja-se —
Volkmar, a pag. 67.
S. Martinho as pinturas dos ODiccion. de Virloys, que te-
retabolos çollateraes. mos citado, diz que era de Lisboa,
12. Na igreja das Franciscanas que fallecera pelos annos de 1600,
do cavai lei ro de graça a Sa- eque fora discípulo de Affonso San-
cra Familia —
S. João Evan- cbez Coelho, o que também diz Pa-
gelista — S. João Baptista lomino, que fora Artista il lustre , e
— S. Francisco — S. Anto - que obtivera de elRei D. João III
mo — S. Bernardino. a ordem da cavallaria.
####
30 O Recheio ,
Pintou (diz ainda o mesmo Dic- bém pintava com magistério homens
cion.) muitos objectos da Historia do campo, illuminados pela lua,
S. para as igrejas do reino, e de ou pela fraca luz de huma candea:
Hespanha; e posto que no seu tem- e finalmente fructos ,
flores,
bam-
po ainda dominava a maneira sêcca ,
bochatas , e paizagens ornadas de
elle se desviou delia, e operou corn pequenas figuras de excellente gosto.
mais mimo (morbidez) do que os As suas obras são procuradas em
seus contemporâneos. Pintou mui- França , Inglaterra e Italia , e ha ,
tas vezes o retrato de elRei , que ou havia muitas em Lisboa. Falle-
foi aplaudido de toda a Corte. ceo septuagenário, depois do anno
Achamos que se lhe attribuem os de 1658.
painéis dacapella-mór de Belem etc. DOMINGOS DA CUNHA — - Nas-
DOMINGOS ANTONIO DE SE- ceo em Lisboa no anno de 1598 ,
QUEIRA^ Deve ver-se a memória sendo seus pais Gregorio Antunes,
deste 1 lustre Artista em Folkmar ,
i Gr Margarida Pereira, os quaes ven-
tom. 12. cart. 7. a §. 61, diz que o tural, e que vendo elRei o debuxo ,
claustro dos P.P. Agostinhos cal- mandára hum homem engenhoso,.
»
32 O Recreio,
a utilidade do Desenho ,
impresso Corniolas. Acaba com os provérbios
em 1788 em 4.° Veja-se Fo km ar
l que ha na Pintura.
pag. 68. O l.° destes livros tem no fim
Vivia em 1580, e fez de bom es- =zacabey-o descrever hoje dia de S.
tilo differentes obras nas igrejas de Lucas Evangelista em Lixboa , era
Lisboa , e em outras terras do rei- 1548.
no. O Q>.° = acabey-o descrever , sem
FRANCISCO DE HOLLANDA — emendar ,
em Santarém ,
hoje quin-
Floreceo no tempo deelRei D. João ta feira , tres dias do me% de Janei -
III, e de elRei D. Sebastião, e foi ro , na era de nosso Senhor Jem
filho de jJntonio de Hollanda. O Christo de 1549. =
appellido de Hollanda nos indica , Ha mais na dita Bibliotheca R.
que estes dons Artistas tinhâo acaso de Madrid composto pelo nosso Ar-
vínculos de parentesco com o famo- tista o =
Dialogo sobre o tirar polo
so Pintor Lucas de Hollanda , na- natural tido no Porto entre Fran-
,
outra dos Entalhadores em laminas gualhas , que vio retratou com sua
,
34 O Recreio,
meio barbaro quiz imitar rí alguma nho mereceo grandes louvores des-
maneira o cuidado e a discrição dos te Príncipe. =
antigos Italianos Pintores j e este =O Eterno ordenando a Moyses
foi Nuno Gonsalves , Pintor de el- que fosse acabar a vida sobre o
jRei D. Affonso , que pintou na Sé monte Nebo, e Moyses no fundo
de Lisboa o altar de S. Ficente , e do monte, despedindo-se de Flea-
creio que também, fie da sua mão zar, de Josue, e do Povo, para
hum Senhor atado á columna , que começar a subida. =
dous homens stão açoutando em hu- , = A côrte de Plutão e Prosérpina:
ma capella do mosteiro da Trin- e ahiOrpheo pretendendo com-
dade = etc. etc. Veja-se Folkmar *
,
36 O Recreio,
memória particular, que deixara por do Pulp. pag. 135), em cuja esco-
sua morte ás religiosas do mosteiro la fez grandes progressos.
deOdivellas hum ms. seu, que con- O celebre Filologo e Critico Fran-
tinha as homilias aos evangelhos de cisco Dias Gomes, que já outra
a
todo o anno, com varias imagens e vez citamos, na Elegia l. ás Mu-
figuras por tila debuxadas , com a sas, not. 11 ,
diz que Gaspar Dias
perfeição que era própria da sua ha- fora contemporâneo do gram-Vasco,
bilidade e pericia na arte. discípulo de Rafael e de Miguel
FRANCISCO VIEIRA — He de- Angelo; que tivera grande correc-
nominado o Pieira Portuense ,
por çâo de desenho ;
que fora notável
ser natural da cidade do Porto , e na expressão das paixões e que ti-
;
Pero Perugino ,
Reinoso ,
Avelar, e Venerável D, Fr. Bartolomeu dos
outros grandes Artistas ,
que no dou- Martyres. Foi mui perito na Pintu-
rado Governo de D. Manoel , e D. ra , de que se conservavão mostras
João ITT tanto acreditárão a nação. no seu convento de Fvora, assim
HENRIQUE JOSÉ RA 3I2.VA — como de seu irmão em Bemfica.
Engenhoso eegregio Pintor do nosso Entre as de Fr. Henrique, se distin-
tempo, que adornou as collecções guião a Transfiguração, N. Senho-
da Academ. R. das Sciencias de ra o Baptista no altar mór, e o
,
Lisboa com duas estampas de qua- Ecce Homo no capitulo, das quaes
dros da sua invenção e abertas pelo
,
todas, sómente são obra sua os ros-
famoso Bar tolozzi hurna das quaes tos das figuras, porque o mais he
representa Lord Weilington Con- ,
obra de Morales Pintor de fama ,
,
38 O Recreio, a
Nessa mesma obra se lê hum epi- Darei a respeito deste Artista a co-
gramma de Luiz Alvarez Pereira pia das informações originaes, que
em louvor do Poeta, no qual se pude obter, escriptas por João An-
diz : dré Cfiiape , de que ha pouco falei,
amigo de João Glamma, e creio que
« De Apelles victorioso ouve a corda »»
tro real, em que foi empregado. lusão. Os seus desenhos em lapia ver-
42 O Recreio,
noticia Rebello, na
deste Artista chama Pintor insigne , e diz que
Descripç. do Porto , pag. 340 , di- deixou muitas memórias do seu pin-
zendo que fora natural daquella ci- sel,
e entre ellas o painel da Con-
dade, que nella fora Professor de versão de S. Paulo, que estava no
Primeiras Letras, nascido em 1707, retabolo da igreja do eollegio velho
e distincto na Arte do Debuxo. da Companhia em Gôa.
MANOEL BE CASTRO — Ponz ,
MANOEL CAMPELLO — Foi dis-
na Viagem de Espanha ,
fala algu- cipulo de Miguel Angelo. ( Memor.
mas vezes deste Artista Portuguez. histor . do minister do Púlpito pag.
Copiaremos aqui as clausulas, que 135.)
apontámos. D. Franc. Manoel, no Hospital
«No hospital de Antão Martins, das Letras numerando os homens,
,
44 O Recreio ,
relevo, tudo primorosamente aca- Pulp. p. 135, aonde se diz que flo-
bado. ( Director de 23 de Julho de receo em tempo de D. João 111 e
,
1838 num. 163.) que foi da escola de Pedro Perugino.
REINOZO —
Acho nas Memor. Dias Gomes, na Eleg. I ás Mu-
histor do ministério do Púlpito ,
. sas, not. 11 diz delle que teve =
pag. 135, menção de Reinozo , Pin- muita elevação nos pensamentos , e
tor, que floreceo no Sec. de elRei muita viveza de expressão que =
D. João III, e foi discípulo de Mi- foi =zadmiravel no colorido e que
guel Angelo. se não tivera alguma cousa do go-
Volkmar a pag. 74 fala de hum thico hum consumado
seria
Reinozo , a que dá o nome de An- ce.
~ Este juizo
,
nozo : hum mais antigo, que seria e fez outras obras no principio do
o Diogo , e outro iqais moderno, século seguinte.
que seria o André. Isto porem não Ponz, na Viag. de Espana tom.
passa de mera conjectura. 8. quasi no fim, diz que na livraria
VANEGAS — Vem mencionado da Cartuxa de N. Senhora das Co-
nas Memor. do Púlpito , p. 135 vas , junto a Sevilha, ha quatro
como Pintor do tempo de elRei D. doutores de hum tal Pereira, famoso
João III. Vej. a respeito delle Volk- Pintor Portuguez, do tempo de Fe-
mar pag. 60. lipe II. Este he sem duvida o nosso
VASCO — Chamado entre nós = o Vasco Pereira.
Jornal das Famílias. 45
43 O Recreio,
&1S3A D OS
COMEÇADA A PUBLTCAR EM O N.° 3 DO RECREIO DE 1339
Jlrcljitectfls.
O
illustre
CONDE DE TAROUCA — Este
Fidalgo, que foi Ministro
vem desenhada
e
a Carta do Tejo ,
suas beiras, desde a Chamusca
Plenipotenciário de elRei D. Joâo V até Porto-de-muge.
em Hollanda, e em Vienna de Aus- —
JOÃO AFFONSO Foi Mestre da
tria , teve largos conhecimentos em obra do castello de Mourão, fun-
Architectura, e foi mui perito nesta dado por elRei D. Affbnso IV en>
arte, a ponto de ser taxado de ex- 1343.
cessivo no exercício de tão excellen- JOÃO FERNANDES e VASCO
te prenda. Delle diz o ca vai lei o i —
BRAS Forão os Mestres que cons-
Oliveira que os seus estudos em
,
truirão os muros e fortificações de
Architectura começarão na Cotovia ,
Lisboa em tempo de D. Fer*
elllei
continuarão em tíollanda e o acom- , nando, concluindo esta grande obra
panharão em Vienna até á sepul- em dous annos desde 1373 alél375.
tura . Vem também nomeados na inscri-
FELIPE BRIÀS ,
Flamengo — pção do arco do Marquez de Ale-
Foi perito em Architectura militar, grete. ( Panoram. vol. 2- pag. 339).
e servio na índia em tempo do Vice- JOÃO NUNES TINOCO — Existe
Rei D. Luiz de Ataíde por cuja , na Bibliotheca da Real Caza das
ordem construio a nova fortaleza Necessidades hum livro ms em folh.,
de Rraçalôr. em que se lê este titulo — Livro das
HENRIQUE GUILHERME DE Praças de Portugal com suas forti-
OLIVEIRA — Foi Architecto civil ficações, desenhadas pelos Engenhei-
do Príncipe Regente (depois Rei ros de Sua Mageslade etc. delinea-
D. João Ví.) Em 1800 escreveo das por João Nunes Tinoco Ar- ,
hum a —
Memória , em a qual se chitecto de Sua JVJagestadc. Anno
mostra o estado da Real V alia de cíel663 =
E accrescenta Este li- =
Alpiaça e sitios adjacentes seu me- vro mandou fazer o Senhor Conde
,
da Torre. =
resultam — Nesta Memória (ms.) PEDRO NUNES TINOCO — Era
Jornal das Famílias. 51
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0mnl)0 a jmuta.
^scniiptoxes
4
54 O Recreio,
(Extrahido das Memórias mss. do Sr. Luiz Gonzaga Pereira, Abridor da mesma caza.)
João de Figueiredo, e que este con- cipulos. Existem muitas obras que
fiava da singular pericia do seu há- dão testemunho do genio raro, que
bil discípulo. He produeção do seu tinha para a bella Arte da gravu-
talento a medalha allegorica do ra, sendo uma das melhores (ajuizo
Porto com a effigie de elRei o Se- dos inteiligentes) a estampa do Se~
nhor D. João 6.°, desenho original nhor Jesus da boa sentença . Em
do excellente Artista Joaquim Car- 1830 obteve o nosso Artista o lugar
neiro da Silva. Mas a Obra que de Abridor Extraordinário da caza
mais hofira o seu talento , e em que da moeda, com a condição de en-
mais coadjuvou seu Mestre , he a sinar as suas prendas artisticas. Fi-
bella medalha da Estatua Equestre nalmente deixou a caza da moeda
de elRei D. Josê l.°, de meio pal- para continuar no exercicio da Gra-
mo de diâmetro, aonde se vê todo vura de chapa, e em testemunho e
o primor do buril deste digno Ar- prernio de seus distinctos mereci-
tista. Foi encarregado de abrir os mentos e serviços, foi em 1836 no-
sellos do papel, e os do papel moe- meado Professor de Gravura na
da, e trabalhou em 1814 nos cu- Academia das Bellas-Artes de Lis-
nhos para a baxella que o Governo boa, aonde continua no exercicio
Portuguez offereceo a Lord Wellin- do magistério com dignidade.
gton , mostrando nestas e em mui- FRANCISCO DE EORJA FREI-
tas outras obras suas, e ate' nos j&e —
He natural de Lisboa, nas-
mais pequenos esboços, a sua gran- cido cm 1790, filho de João Luiz
de pericia, e esmerada perfeição. Freire. Sendo de idade de nove para
Em 1816 obteve o lugar de Abri- dés annos, começou a sua carreira
dor Extraordinário da caza da moe- artistica no Arsenal R. do Exerci-
da, e tendo desempenhado este car- to, tendo por Mestres os Figueire-
go por alguns annos, falleceo em dos, pai, e filho. Em
1814 foi des-
Setembro de 1826, e foi sepultado pachado Praticante de Abridor da
no cemiterio da Irmandade do San- caza da moeda. Trabalhou na ma-
tissimo Sacramento da Parochia de gnifica baxella, que o Governo of-
S. Paulo desta cidade de Lisboa. fereceo a Lord Wellington, debaixo
DOMINGOS JOSÉ DA SIE.VA — da direcção do distincto Artista Se-
He irmão do benemerito gravador queira. Na caza da moeda coadju-
Simão Francisco dos Santos , de vou , na gravura dos cunhos , a seu
quem recebeo as primeiras luzes da tio Cypriano da Silva Moreira, e
Arte. Matriculou-se na Academia por fallecimento deste ficou suprin-
do Desenho aonde fez progressos,
i,
do o seu lugar, atêque procedendo-
e mereceo alguns dos maiores prê- se a concurso para o provimento
mios. Frequentou também a Escola da propriedade, obteve plena ap-
de gravar» do Arco do cego, de- provação em 1828. Pouco depois,
baixo do magistério e direcção de em 1830, foi nomeado segundo Abri-
Joaquim Carneiro da Silva. No dor da caza da moeda, e alcançou
anno de 1804 vindo para Lisboa o por seus talentos e serviços a con-
insigne gravador Florentino Fran- decoração da Ordem de Christo, e
cisco Bartolozzi , foi um de seus de N. Senhora da Conceição de
primeiros e mais aproveitados dis- .
Viila- viçosa. Em 1836 foi manda-
56 O Recreio,
vou para o Paço, e para o publico moeda, trabalhando nos cunhos que
o-rande numero de pedras. Fez tam- então se fabrica vão. Coadjuvou seu
pai nas medalhas de elRei D. José
bém as medalhas da Fabrica das
Sedas, e em 1779 as do R. Con- l.°, abrindo-lhe os reversos. ¥ez
vento do Coraçao de Jesus: final- gravuras para o publico, e em 1777
fez o puncção da moeda da S. ra D.
mente gravou muitos sellps para a
differentes tribunaes e individuos par- Maria l. , e de seu Aiigusto Esposo
ticulares. Foi condecorado com o elRei D. Pedro 3.° Fallecep em 5
titulode Abridor Geral da Rainha, de Outubro de 1790^ejaz na Igreja
e acabou seus dias cheio de annos, Parochial de S. Paulo.
e de -credito, aos 15 de Março de SIMÃO FRANCISCO DOS SAN-
1812. Jaz na Igreja Parochial de TOS —
Nasceo em Lisboa a 28 de
Santa Isabel. Outubro de 1758, e foi filho de
I.UIZ GONZAGA PEREIRA — Manoel Francisco e de Alaria Mi-
Nasceo em Lisboa em 21 de Junho caella. Recebeo da natureza espe-
de 1796, no sitio do Cardai da cial genio para a Arte , e foi mui
Graça, e foi filho de Joaquim Ma- distincLo na gravura de pedras pre-
ria Pereira e de Maria Barbara de ciosas, ,e de cunhos e medalhas.
Bulhões. Em 1811 foi admittido á Foi admittido na aula de Desenho
Academia do Desenho, sendo pre- de João Grossi (no sitio do Rato)
miado em concurso. Em 1813 ma- por Decreto de Dezembro dc 1773,
triculou-se com o seu collega Al- passando depois a trabalhar debai-
meida na escola da gravura de pe- xo da direcção do Abridor Flamen-
dras e cunhos da caza da moeda, go José Gaspart, aonde adquirio
debaixo da direcção de Siinão Fran- grandes aproveitamentos no estudo
cisco dos Santos. Em 1822 foi no- da Arte. Desempenhou muitas e in-
meado Ajudante de José Antonio signes obras para. o jniblico: gra-
do Valle, e em 1833 obteve o des- vou os puncçoes da moeda do Se-
pacho de 3.° Abridor de cunhos da nhor D. João 6.°, e o de seu Au-
caza da moeda, aonde, em 21 de gusto Filho o Senhor D. Pedro 4.°
Junho de 1839, concluio e assignou F"oi finalmente hum dos melhores en-
a informação, que aqui temos com- tre os Artistas seus contemporâneos,
pendiado, dos Abridores, e Grava- e notável por sua probidade religiosa
dores de Cunhos e Medalhas da e .civil Deixou bons discípulos, e
.
4
, ,,,,
58 O Recreio ,
JRusicas.
lia com Jeronimo Francisco de Li- foi nomeado em lugar delle para
ma, Braz Francisco de Lima, e Mestre de Musica das Pessoas Reaes.
Camillo Cabral, para ali se instrui- Teve por discípulos os dous in-
rem n’aquella sciencia, então não signes Músicos Antonio Leal Mo-
muito cultivada em Portugal, aon- reira , e Marcos Antonio Portugal
de apenas se distinguia José Joa- •
• bem conhecidos entre nós.
—
REIRA borges Natural da ci-
e sem auxílio de pessoa alguma, fez
o busto de sua cunhada a Ex. ma D.
dade do Porto, nasceo a 5 de Ju- Bernarda Candida Ferreira Borges
nho de 1790, e foi baptizada na com tanta exacção e propriedade,
parochia da Victoria. Desde a mais que causou admiração a alguns- Ar-
tenra idade mostrou esta Senhora tistas que,
a pedido de seu irmão
,
tado a S. Mag. Imp. a Senhora meira tentativa, que fez neste gene-
Duqueza de Bragança. Tirou tam- ro, foi o busto da espoza de seu de-
bém pelo natural o busto de sua functo irmão, e sem outros instru-
prima Dona Margarida de Moura mentos mais que os dentes de um pen-
Miranda , o de seu irmão o Ex. mo te, sahio-lhe obra de mercimento. n
José Ferreira Borges, o de outra MANOEL DA FONSECA PINTO
sua prima D. Joaquina de Moura carneiro — Foi este Artista o
Velloso, e ultimamente o do Dou- que executou na cidade do Porto
tor Custodio Luiz de Miranda, nos a elegante Obra das differentes fi-
quaes todos se observa, a par da guras allegoricas e mythologicas , e
perfeita semelhança com os origi- os baixos relevos, que ornão tanto os
naes, huma execução mui acabada, lados, como a popa e proa do Va-
e igual á dos bons Artistas. Con- so denominado Real Escuna. Tem
cluiremos esta breve nota com as executado muitas outras Obras de
palavras que se leem no Periodico Esculptura de talha para vários na-
dos Pobres no Porto , an. de 1839. vios construidos n’aquetla cidade :
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