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INTRODUÇÃO

DESENVOLVIMENTO

Todo estrangeiro, legalmente presente em um país, goza dos mesmos direitos humanos e civis
dos nacionais, tem as mesmas garantias de protecção das leis, mas, por outro lado, é sujeito
aos mesmos deveres, obrigado a respeitar a legislação do país.

Direitos
Direitos do titular de Autorização de Residência

Ao reagrupamento familiar

À educação e ensino

Ao exercício de uma actividade profissional subordinada

Ao exercício de uma actividade profissional independente

À orientação, à formação, ao aperfeiçoamento e à reciclagem profissionais

Ao acesso à saúde

Ao acesso ao direito e aos tribunais

É garantida a aplicação das disposições que assegurem a igualdade de tratamento dos


cidadãos estrangeiros, nomeadamente em matéria de segurança social, de benefícios fiscais,
de filiação sindical, de reconhecimento de diplomas, certificados e outros títulos profissionais
ou de acesso a bens e serviços à disposição do público, bem como a aplicação de disposições
que lhes concedam direitos especiais.
Dever de comunicação

Os residentes devem comunicar ao SME, no prazo de 60 dias contados da data em que ocorra,
a alteração do seu estado civil ou do domicílio

Se titular de autorização de residência temporária e, durante o seu período de validade,


pretender ausentar-se de Portugal por período superior a seis meses consecutivos ou oito
meses interpolados deverá comunicar esse facto ao SME, antes de sair de território nacional

Se titular de autorização de residência permanente e pretender ausentar-se de Portugal por


período superior a vinte e quatro meses consecutivos ou, num período de três anos, trinta
meses interpolados deverá comunicar esse facto ao SEF, antes de sair de território nacional

Se titular do Estatuto de Residente de Longa Duração, e sob pena de perda deste estatuto, não
poderá ausentar-se do território nacional por período igual ou superior a 12 meses
consecutivos, nem do território nacional por um período igual ou superior a seis anos
consecutivos

Os estudantes do ensino superior titulares de uma autorização de residência podem exercer


actividade profissional, subordinada ou independente, desde que notifiquem o SME,
apresentando contrato de trabalho ou declaração de início de actividade junto da
administração fiscal, bem como de comprovativo de inscrição na segurança social.

O direito dos estrangeiros admitidos

O Estado não tem obrigação de admitir estrangeiros em seu território. Mas uma vez
admitidos devem-lhes ser concedidos um mínimo de direitos, ou seja, uma posição de
igualdade com os cidadãos pelo menos no que tange à segurança de suas pessoas e
propriedades, o que não significa que eles devam ter os mesmos direitos dos cidadãos.

Dever de Entrada Regular e Permanência legal

Os cidadãos estrangeiros devem entrar em território nacional com o visto adequado ao tipo de
estadia e manter a permanência através de prorrogações necessárias para o efeito, bem como
renovação atempada dos respectivos títulos de residência.

Se titular de autorização de residência temporária deve solicitar a respectiva renovação até


trinta dias antes de expirar a sua validade

Dever de respeito à ordem pública, segurança pública e saúde pública

Garantindo ausência de condenação em pena ou penas que, isolada ou cumulativamente,


ultrapassem um ano de prisão, ainda que, no caso de condenação por crime doloso previsto na
presente lei ou com ele conexo ou por crime de terrorismo, por criminalidade violenta ou por
criminalidade especialmente violenta ou altamente organizada, a respectiva execução tenha
sido suspensa
Não se encontrando no período de interdição de entrada em território nacional, subsequente a
uma medida de afastamento do País

O estrangeiro admitido na condição de temporário, sob regime de contrato, só poderá exercer


actividade junto à entidade pela qual foi contratado, na oportunidade da concessão do visto,
salvo autorização expressa do Ministério da Justiça, ouvido o Ministério Público.

O estrangeiro registado é obrigado a comunicar ao Ministério da Justiça a mudança do seu


domicílio ou residência, devendo fazê-lo nos 30 (trinta) dias imediatamente seguintes à sua
efetivação.

O portador de visto de cortesia, oficial ou diplomático só poderá exercer actividade


remunerada em favor do Estado estrangeiro, organização ou agência internacional de carácter
intergovernamental a cujo serviço se encontre no País, ou do Governo ou de entidade
brasileiros, mediante instrumento internacional firmado com outro Governo que encerre
cláusula específica sobre o assunto. Ao titular de quaisquer dos vistos referidos não se aplica
o disposto na legislação.

Não é justo impedir arbitrariamente a entrada de estrangeiros, cuja presença não só contribui
muitas vezes para o enriquecimento nacional, mas propicia um mais profundo entendimento
entre os povos. Proibições arbitrárias são contra o direito natural de liberdade de locomoção.
Qualquer proibição só se pode fundar nos imperativos do bem publico, por exemplo: um país
pode proibir a entrada de um estrangeiro portador de moléstia contagiosa, ou condenado por
algum crime em seu país de origem.

A exigência de passaporte tem sido o meio mais generalizado de controle de entrada de


estrangeiros.

Um estrangeiro pode tornar-se angolano por adução, após preenchidas certas exigências
previstas em lei, através da naturalização.

o direito do estado

O direito do Estado de negar o ingresso de estrangeiro em sua comunidade é inegável, e aos


indivíduos que um Estado não deseja receber foi dado o qualificativo de indesejáveis. E entre
esta categoria de pessoas, certos Estados às vezes são levados a incluir todos os indivíduos de
uma raça determinada, por exemplo, judeus, por apresentar diferenças acentuadas em relação
à raça do país.

Às vezes certos Estados, para se defenderem de imigração excessiva, estabelece restrições


baseadas num sistema de quotas, e outros exigem taxa de entrada, e outros adotam a exigência
de que os passaportes sejam vistados pelas autoridades do estado de imigração.

Modernamente verifica-se um movimento muito forte no mundo, com política restritiva


adotada pela maioria dos países quanto ao ingresso de estrangeiros em seu território, mesmo a
titulo temporário, como turistas, em razão de em muitos casos o objetivo é de burlar as leis do
país no que concerne à concessão da permanência.
condição jurídica do estrangeiro

O Estado que acolhe estrangeiros em seu território deve reconhecer-lhes certos direitos e deve
exigir deles certas obrigações. Exemplo de direito do Estado: o de vigilância e policia sobre o
estrangeiro, embora se deva conduzir tal prática com a brandura possível.

O Estado deve regular a condição do estrangeiro, protegendo suas pessoas e seus bens, e
reconhecer a todos o menino de direitos admitidos pelo direito internacional.

Os direitos que devem ser reconhecidos aos estrangeiros são:

1) O direito à liberdade individual e a inviolabilidade da pessoa humana, liberdade de


consciência, de culto, inviolabilidade de domicílio, direito de propriedade;

2) Direitos civis e de família.

direito ou liberdade relativos

Os direitos e liberdades supracitados não são absolutos, pois não impedem que os estrangeiros
sejam presos ou punidos com a pena ultima.

É também lícito e recomendável que se recuse ao estrangeiro a faculdade de exercer, país de


residência, os direitos políticos que tenham no país de origem.

direitos e deveres.

 De trânsito;
 De turista;
 Temporário;
 Permanente;
 De cortesia;
 Oficial;
 Diplomático.

No caso de força maior devidamente comprovada, os Serviços de Migração Estrageira poderá


autorizar a entrada do estrangeiro no Território Nacional, ainda que esgotado o prazo de
validade para utilização do visto.

Ao natural de país limítrofe, domiciliado em cidade contígua ao Território Nacional,


respeitados os interesses de segurança nacional, poder-se-á permitir a entrada nos municípios
fronteiriços a seu respectivo país, desde que apresente carteira de identidade válida, emitida
por autoridade competente.

O estrangeiro, ao entrar no Território Nacional, será fiscalizado pela Policia de Guarda


Frondeira e, quando for o caso, pelo órgão competente do Ministério da Saúde, no local de
entrada, devendo apresentar os documentos previstos no regulamento.

Impedimento -Não poderá entrar no Território Nacional quem:


Não apresentar documento de viagem ou Carteira de Identidade, quando admitida;

Apresentar documento de viagem;

- que não seja válido para angola,

- que esteja com o prazo de validade vencido;

- que esteja com rasura ou indício de falsificação.

- com visto consular concedido sem a observância das condições previstas na Lei angolana.

Da saída e do Retorno- De conformidade com a lei, no momento de deixar o Território


Nacional, o estrangeiro deverá apresentar aos Serviços de Migração e Estrageiro o documento
de viagem e o cartão de entrada e saída.

Da deportação – Nos casos de entrada ou estada irregular, o estrangeiro, notificado pelo


Serviços de Migração e Estrageiro, deverá retira-se do Território Nacional, no prazo de (8)
oito dias, em caso de infracção da Lei angolana no prazo de (3) três dias, no caso de entrada
irregular, quando não configurado o dolo.

Da extradição por determinação do Ministério da Justiça: Efectivar a prisão do extraditando;


proceder à entrega ao Estado ao qual houver sido concedida a extradição.

O estrangeiro admitido na condição de temporário, sob regime de contrato, só poderá exercer


actividade junto à entidade pela qual foi contratado na oportunidade da concessão do visto.

Se o estrangeiro pretende exercer actividade junto à entidade diversa daquela para a qual foi
contratado deverá requerer autorização ao Serviços de Migração e Estrageiro, mediante
pedido fundamentado e instruído com prova de Registro como temporário, cópia de contrato
que gerou a concessão do visto consular, anuência expressa da entidade pela qual foi
inicialmente contactado, para o candidato prestar serviços a outra empresa, contacto de
locação de serviços com a nova entidade, do qual conste que o empregador assume a
responsabilidade de prover o regresso do contratado.

O estrangeiro admitido na condição de permanente, para o desempenho de actividade


profissional certa, e a fixação em região determinada, não poderá, dentro do prazo que lhe for
fixado na oportunidade da concessão ou da transformação do visto, mudar de domicílio nem
de actividade profissional, ou exercê-la fora daquela região.

Naturalização- O estrangeiro que pretender naturalizar-se, deverá formular petição ao


Ministro da Justiça, declarando o nome por extenso, naturalidade, nacionalidade, filiação,
sexo, estado civil, dia, mês e ano de nascimento, profissão, lugares onde haja residido
anteriormente em angola e no exterior, se satisfaz o requisito a que alude o item da Lei e se
deseja ou não traduzir ou adaptar seu nome à língua portuguesa, devendo instruí-la com o
seguintes documentos:

Cópia autêntica da Cédula de Identidade para estrangeiro permanente;

Atestado policial de residência contínua no Brasil, pelo prazo mínimo de 4 (quatro) anos;
Atestado policial de antecedentes.

Prova de exercício de profissão.

Atestado de sanidade física e mental.

Certidão negativo do Imposto sobre Renda.

O estrangeiro tem, conforme se vê, no território onde reside, direitos e deveres. Entre os
deveres, está o de respeitar as leis e autoridade do país, pagar taxas, impostos etc.

Não se inclui aqui a obrigação do serviço militar, pois a defesa externa e a segurança interna
são funções políticas.

quanto à jurisdição civil

No que tange a este tópico, o estrangeiro está sujeito à jurisdição dos tribunais locais, quando
se tratar de acções reais sobre imóveis

Quanto à jurisdição criminal – o estrangeiro está sujeito, em principio, à dos tribunais locais,
pelos delitos que cometam dentro dos limites do Estado em que se achem.

expulsão do estrangeiro

O Direito Internacional admite pacificamente que o Estado tenha direito de expulsar o


estrangeiro que atente contra a segurança nacional ou contra a tranquilidade publica, em
função do direito que tem o Estado de controlar a entrada, no seu território, de elementos tidos
por ele como indesejáveis. Mas o direito de expulsão não pode ser exercido arbitrariamente,
ou seja, deve limitar-se às estritas necessidades da defesa e conservação do Estado, apenas a
estrangeiro que perturbar efectivamente a tranquilidade ou a ordem pública.

Basicamente, os actos que, em geral autorizam a expulsão são os seguintes:

a) Ofensa à dignidade nacional;

b) Mendicidade e a vagabundagem;

c) Actos de devassidão;

d) Actos e propaganda subversiva;

e) Provocação de desordens;

f) Conspiração;

g) Intrigas contra países amigos;

h) Espionagem;
i) Entrada ilícita no território nacional.

A jurisprudência e a doutrina têm admitido que a expulsão não deve degenerar em extradição,
não podendo, pois, ser perseguido no seu país, após a extradição, por crime anterior.

O indivíduo expulso não deve também ser entregue a terceiro Estado. Em geral o expulso é
encaminhado ao país a que pertence, e um Estado não pode recusar seus próprios nacionais.

conclusão

Não devemos dar ao estrangeiro tratamento que não gostaríamos de receber longe de nossa
partia, nem alimentar ou fomentar sentimentos de ódio ou de hostilidade contra nenhuma
nação, povo ou raça.

Todo estrangeiro deve portar-se de modo digno da hospitalidade recebida, e o mesmo vale
para nós, quando nos encontrarmos em outro país.

Todo estrangeiro legalmente presente num país goza dos mesmos direitos humanos e civis dos
nacionais, tem as mesmas garantias de proteção das leis, mas, por outro lado, é sujeito aos
mesmos deveres, sendo obrigado a respeitar a legislação do país e submeter-se à mesma
burocracia legal para sua tranquilidade, estabilidade ou legalização.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Fernando Bastos de Ávila – MEC.
Manual de Direito Internacional Publico. Hildebrando Accioly – Ed. Saraiva.
Enciclopédia Saraiva do Direito. Prof.: R. Limongi França. Ed. Saraiva.
Direitos e Obrigações dos Estrangeiros no Brasil. Irineu Strenger. Editora LTr.- 1997.
O direito dos estrangeiros admitidos
O Estado não tem obrigação de admitir estrangeiros em seu território. Mas uma vez
admitidos devem-lhes ser concedidos um mínimo de direitos, ou seja, uma posição de
igualdade com os cidadãos pelo menos no que tange à segurança de suas pessoas e
propriedades, o que não significa que eles devam ter os mesmos direitos dos cidadãos.

O Código Civil, quando diz que a lei não distingue entre nacionais e estrangeiros quanto à
aquisição e ao gozo dos direito civis. Porém, existem limitações aos estrangeiros
estabelecidas na Constituição, de sorte que podermos asseverar que eles só não gozam dos
mesmos direitos assegurados aos brasileiros quando a própria Constituição (art. 172)
autorize a distinção: “A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de
capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros”.

Esse artigo determina que a legislação ordinária discipline os investimentos de capitais


procedentes de outros países, ou ainda, de estrangeiros não residentes no Brasil (capital
estrangeiro) e incentive o reinvestimento, ou seja, a reaplicação na economia nacional dos
lucros obtidos pelo detentor do capital estrangeiro. Além disso, o legislador
infraconstitucional deve regular a remessa de lucros para o exterior.

Assim, a legislação brasileira contém uma série de restrições à atividade dos estrangeiros,
umas decorrentes de vedações constitucionais, outras criadas pelo próprio legislador
ordinário. Como, por exemplo, bancos, seguros, petróleo, minas, águas, energia, educação
(o ensino de certas disciplinas, o ensino de certas profissões), etc.

Noção de Direito dos Estrangeiros

“O conjunto de regras materiais que reservam para os estrangeiros um tratamento


diferente daquele que o direito local confere aos nacionais” (João Baptista Machado, Lições
de Direito Internacional Privado)

Conjunto de normas e princípios jurídicos que definem a situação jurídica dos estrangeiros
em Portugal, em especial

a sua entrada e permanência em território nacional,

a sua saída do território nacional;


o seu estatuto jurídico, reservando-lhes um tratamento diferente daquele que o direito
interno confere aos nacionais.

Direito dos Estrangeiros

Abrange:

Condições de entrada e permanência de estrangeiros por curtos períodos (turistas,


beneficiários de serviços, etc.)

Condições de entrada e permanência de estrangeiros, que por motivos económicos,


familiares ou outros pretendem instalar-se no território nacional; estatuto jurídico do
imigrante; repressão da imigração ilegal (Direito de Imigração).

Condições de entrada e permanência de estrangeiros - refugiados, beneficiários de asilo


político, protecção humanitária ou protecção temporária - carecidos de protecção
internacional + normas e princípios jurídicos que definem os critérios de determinação das
pessoas merecedoras de protecção ao abrigo do Direito de Asilo (nacional) ou da Convenção
de Genebra de 1951 relativa à protecção dos refugiados (Direito de Asilo)

Características do Direito dos Estrangeiros

Não é um ramo do direito (um subsistema normativo): Carácter transversal

Regime jurídico da entrada, permanência e saída de estrangeiros do território nacional

Direito interno

Direito Administrativo
Direito Penal

Direito Internacional Público

Direito Comunitário

Estatuto jurídico dos estrangeiros

Direito Interno

Direito Constitucional

Direito Civil

Direito do Trabalho

Direito Internacional Público

Direito Comunitário

Características do Direito dos Estrangeiros

Disciplina jurídica (sistema de conhecimentos) autónoma

A especificidade do seu objecto

Uma categoria de pessoas definida em função de um critério único e negativo: a “não


nacionalidade”

A actividade de uma pessoa na sua qualidade de “estrangeira”.

Um direito intimamente ligado ao princípio da soberania territorial

A inexistência de um direito do estrangeiro à entrada e permanência no território de um


Estado

A inexistência de um direito do estrangeiro ao tratamento nacional

O direito estadual de expulsão

Direito de exclusão / restrição


Direito de integração /inserção

Fontes do Direito dos Estrangeiros

Direito Internacional Público

Direito Comunitário

Direito Interno

Direito Internacional Público

Declaração Universal dos Direitos do Homem

Pacto Internacional de Direitos Económicos, Sociais e Culturais

Convenção de Genebra de 1951 relativa ao estatuto do refugiado

Convenção n.º 143 ( Igualdade de Tratamento do Trabalhador Migrante) e 97


(Trabalhadores Migrantes) da OIT

Convenção Europeia dos Direitos do Homem (Protocolo n.º 4 e 7)

Convenção Europeia relativa ao Estatuto Jurídico do Trabalhador Migrante

Carta Social Europeia

Acordos bilaterais: Ex.

Convenção entre Portugal e Cabo Verde sobre Segurança Social, de 17 de Dezembro de


1981
Acordos de Readmissão (Ex. Acordo com a Roménia, de 26 de Setembro de 2002)

Acordos de Imigração Laboral (Ex. Acordo com o Brasil, de 11 de Julho de 2003)

Jurisprudência do TEDH

Etc.

Direito Comunitário

Regime de livre circulação dos cidadãos comunitários e equiparados + princípio do


tratamento nacional

Título IV do Tratado CE

Direito Comunitário Derivado

Directiva sobre as condições de acolhimento de requerentes de asilo

Directiva sobre o reagrupamento familiar

Directiva sobre o estatuto do estrangeiro residente de longa duração

Directiva sobre as sanções às transportadoras que embarquem estrangeiros


indocumentados

Etc.

Direito interno

Constituição da República Portuguesa


Legislação

Artigo 14.º Código Civil

Decreto-Lei 244/98, de 8 de Agosto (com as alterações introduzidas pela Lei 97/99, de


26 de Julho, pelo Decreto-Lei 4/2001, de 10 de Janeiro e pelo Decreto-Lei 34/2003, de 25 de
Fevereiro): entrada, permanência e saída de estrangeiros

Lei 15/98 (Lei do Asilo)

Código do Trabalho (disposições sobre contrato de trabalho de estrangeiros)

Lei 34/94, de 14 de Setembro (Centros de Instalação Temporária)

Lei 67/2003, de 23 de Agosto (Protecção temporária)

Lei 53/2003, de 22 de Agosto (Reconhecimento mútuo de decisões de afastamento).

Etc.

Regulamentos administrativos

Decreto Regulamentar n.º 6/2004 (Regulamentação do DL 244/98)

Portaria n.º 27-A/2002, de 4 de Janeiro (Montantes das Taxas previstas no DL 244/98)

Etc.

Jurisprudência

Âmbito de aplicação pessoal do Direito dos Estrangeiros

Estrangeiro: “todo aquele que não prove possuir a nacionalidade portuguesa” (art. 2.º do
DL 244/98, de 8 de Agosto “Lei de Estrangeiros ou Lei de Imigração”)

Abrange:

Pessoa com a nacionalidade de outro Estado

Apátrida: “toda a pessoa que não seja considerada por qualquer Estado, segundo a sua
legislação, como seu nacional” (art. 1.º da Convenção sobre o estatuto dos apátridas)
O cidadão comunitário e equiparado (EEE e cidadão de nacionalidade suíça) não está
sujeito ao regime jurídico nacional relativo à entrada, permanência e saída de estrangeiros
do território nacional.

“euro-estrangeiro”: todo aquele que é nacional de um Estado terceiro (um Estado não
membro da UE.

Direito dos Estrangeiros e Direito das Minorias

Direito dos Estrangeiros: Conjunto de normas e princípios jurídicos que definem a


situação jurídica do estrangeiro, reservando-lhe um tratamento diferente daquele que o
direito interno reserva aos nacionais, em especial no que concerne à sua entrada,
permanência e saída do território nacional, bem como ao seu estatuto jurídico.

Direito das minorias: conjunto de normas jurídicas que visa garantir aos cidadãos
pertencentes a uma minoria (étnica, racial ou linguística), os mesmos direitos dos demais
cidadãos, bem como o respeito da identidade do grupo.

Estrangeiro

Do latim “extranearius” de “extraneus”:

pessoa de outro país ou nação / pessoa que pertence a outro grupo, a outro meio
(estranho)

Pessoa que não é membro da civitas

Definição negativa: aquele a quem o Estado não reconhece a qualidade de seu membro /
de cidadão.
“Toda a pessoa que não é nacional do Estado no qual se encontra” (art. 1.º da Declaração
da Assembleia Geral das NU sobre os Direitos Humanos dos Estrangeiros)

Definição comunitária de estrangeiro

“Toda a pessoa que não tem a nacionalidade de um dos Estados-Membros” (Artigo 2.º,
alínea a), da Directiva 2001/40/CE do Conselho, de 28 de Maio de 2001, relativa ao
reconhecimento mútuo das decisões de afastamento)

Pessoa “que não é cidadão da União na acepção do artigo 17.º, n.º 1, do Tratado que
institui a Comunidade Europeia” (Artigo 2.º, alínea a), do Regulamento (CE) n° 343/2003 do
Conselho, de 18 de Fevereiro de 2003 – Dublin II).

ASSEMBLEIA NACIONAL
Lei n.º 2/07
De 31 de Agosto
A situação actual do mundo, caracterizada pela convergência de procedimentos
no tratamento da imigração, obriga a que cada Estado esteja munido de instrumentos
que permitam a prevenção, a detecção e combate das práticas decorrentes do fenómeno
da imigração ilegal, bem como do seu auxílio.
A realidade que o País vive impele a que muitos cidadãos estrangeiros queiram
estabelecer-se no País, obrigando por isso que as autoridades adoptem medidas que
conduzam por um lado a um eficaz controlo e por outro que a sua permanência se faça
nos parâmetros dos motivos de entrada, de modo que a sua integração social se faça de
forma regular e coerente.
Na vigência da Lei n.º 3/94, de 21 de Janeiro, ocorreram no País várias
transformações de ordem jurídica, económica, política e de outra índole que trouxeram
novas formas de manifestação do fenómeno migratório.
O presente diploma pretende ser uma lei exigente no combate e controlo à
imigração ilegal e, no entanto, o flexível suficiente para um quadro de paz,
desenvolvimento e de abertura da República de Angola ao mundo.
Nestes termos, ao abrigo da alínea b) do artigo 88.º da lei constitucional, a
Assembleia Nacional aprova a seguinte

REGIME JURÍDICO DOS ESTRANGEIROS


NA REPÚBLICA DE ANGOLA
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
ARTIGO 1.º
(Objecto)
1. A presente lei regula a situação jurídica do cidadão estrangeiro na República de
Angola.
2. A situação jurídica do cidadão estrangeiro compreende os regimes de entrada,
saída, permanência e residência.
ARTIGO 2.º
(Âmbito de aplicação)
1. O disposto na presente lei constitui o regime jurídico geral dos cidadãos
estrangeiros, sem prejuízo do estabelecido em leis especiais, acordos bilaterais
ou tratados internacionais de que República de Angola seja parte.
2. O agente diplomático e consular creditado na República de Angola, entidade
equiparada, assim como os respectivos familiares, estão sujeitos às normas do
direito internacional, nomeadamente as convenções de Viena sobre as Relações

Diplomáticas e Relações consulares de 18 de Abril de 1961 e de 24 de Abril de


1963, respectivamente.
CAPÍTULO II
Direitos, Deveres e Garantias
ARTIGO 3.º
(Princípios Gerais)
1. O Cidadão estrangeiro que reside ou se encontre na República de Angola goza
dos mesmos direitos e garantias, estando sujeito aos mesmos deveres que os
cidadãos Angolanos, com excepção dos direitos políticos e dos demais direitos e
deveres expressamente reservados por lei aos cidadãos angolanos.
2. O cidadão estrangeiro admitido em território nacional, na condição de refugiado,
está sujeito, para além dos deveres que lhe são impostos pelo direito
internacional, a cumprir as disposições da legislação interna sobre a matéria.
ARTIGO 4.º
(Exercício de funções públicas)
O Cidadão estrangeiro, salvo disposição legal, acordo ou convenção internacional,
não pode exercer funções públicas ou que impliquem o exercício de poder de autoridade
pública, com excepção das que tenham carácter predominante técnico, docente ou de
investigação cientifica.
ARTIGO 5.º
(Liberdade de circulação e de domicilio)
1. O Cidadão estrangeiro goza do direito de livre circulação e de escolha de
domicílio, salvo as limitações previstas na lei e as determinadas por razões de
segurança pública.
2. As limitações por razões de segurança pública são determinadas por despacho
do Ministério do Interior e devidamente publicitadas.
3. A permanência e o estabelecimento de cidadão estrangeiro nas áreas
consideradas estratégicas nos termos da lei são condicionados em função dos
interesses nacionais.
4. O cidadão estrangeiro que for autuado nas áreas referidas no número anterior,
sem a necessária autorização de permanência ou fixação, pode ter o visto de
entrada ou autorização de residência cancelada.
5. O cidadão estrangeiro, na situação prevista no número anterior, deve ser detido
pelas autoridades competentes até à sua expulsão do país.
ARTIGO 6.º
(Direito de reunião e de manifestação)
O cidadão estrangeiro residente pode exercer o direito de reunião e manifestação de
acordo com o disposto nas leis que o regulam.
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REGIME JURÍDICO
DOS
ESTRANGEIROS
NA REPÚBLICA DE ANGOLA

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ASSEMBLEIA NACIONAL
Lei n.º 2/07
De 31 de Agosto
A situação actual do mundo, caracterizada pela convergência de procedimentos
no tratamento da imigração, obriga a que cada Estado esteja munido de instrumentos
que permitam a prevenção, a detecção e combate das práticas decorrentes do fenómeno
da imigração ilegal, bem como do seu auxílio.
A realidade que o País vive impele a que muitos cidadãos estrangeiros queiram
estabelecer-se no País, obrigando por isso que as autoridades adoptem medidas que
conduzam por um lado a um eficaz controlo e por outro que a sua permanência se faça
nos parâmetros dos motivos de entrada, de modo que a sua integração social se faça de
forma regular e coerente.
Na vigência da Lei n.º 3/94, de 21 de Janeiro, ocorreram no País várias
transformações de ordem jurídica, económica, política e de outra índole que trouxeram
novas formas de manifestação do fenómeno migratório.
O presente diploma pretende ser uma lei exigente no combate e controlo à
imigração ilegal e, no entanto, o flexível suficiente para um quadro de paz,
desenvolvimento e de abertura da República de Angola ao mundo.
Nestes termos, ao abrigo da alínea b) do artigo 88.º da lei constitucional, a
Assembleia Nacional aprova a seguinte
REGIME JURÍDICO DOS ESTRANGEIROS
NA REPÚBLICA DE ANGOLA
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
ARTIGO 1.º
(Objecto)
1. A presente lei regula a situação jurídica do cidadão estrangeiro na República de
Angola.
2. A situação jurídica do cidadão estrangeiro compreende os regimes de entrada,
saída, permanência e residência.
ARTIGO 2.º
(Âmbito de aplicação)
1. O disposto na presente lei constitui o regime jurídico geral dos cidadãos
estrangeiros, sem prejuízo do estabelecido em leis especiais, acordos bilaterais
ou tratados internacionais de que República de Angola seja parte.
2. O agente diplomático e consular creditado na República de Angola, entidade
equiparada, assim como os respectivos familiares, estão sujeitos às normas do
direito internacional, nomeadamente as convenções de Viena sobre as Relações

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Diplomáticas e Relações consulares de 18 de Abril de 1961 e de 24 de Abril de
1963, respectivamente.
CAPÍTULO II
Direitos, Deveres e Garantias
ARTIGO 3.º
(Princípios Gerais)
1. O Cidadão estrangeiro que reside ou se encontre na República de Angola goza
dos mesmos direitos e garantias, estando sujeito aos mesmos deveres que os
cidadãos Angolanos, com excepção dos direitos políticos e dos demais direitos e
deveres expressamente reservados por lei aos cidadãos angolanos.
2. O cidadão estrangeiro admitido em território nacional, na condição de refugiado,
está sujeito, para além dos deveres que lhe são impostos pelo direito
internacional, a cumprir as disposições da legislação interna sobre a matéria.
ARTIGO 4.º
(Exercício de funções públicas)
O Cidadão estrangeiro, salvo disposição legal, acordo ou convenção internacional,
não pode exercer funções públicas ou que impliquem o exercício de poder de autoridade
pública, com excepção das que tenham carácter predominante técnico, docente ou de
investigação cientifica.
ARTIGO 5.º
(Liberdade de circulação e de domicilio)
1. O Cidadão estrangeiro goza do direito de livre circulação e de escolha de
domicílio, salvo as limitações previstas na lei e as determinadas por razões de
segurança pública.
2. As limitações por razões de segurança pública são determinadas por despacho
do Ministério do Interior e devidamente publicitadas.
3. A permanência e o estabelecimento de cidadão estrangeiro nas áreas
consideradas estratégicas nos termos da lei são condicionados em função dos
interesses nacionais.
4. O cidadão estrangeiro que for autuado nas áreas referidas no número anterior,
sem a necessária autorização de permanência ou fixação, pode ter o visto de
entrada ou autorização de residência cancelada.
5. O cidadão estrangeiro, na situação prevista no número anterior, deve ser detido
pelas autoridades competentes até à sua expulsão do país.
ARTIGO 6.º
(Direito de reunião e de manifestação)
O cidadão estrangeiro residente pode exercer o direito de reunião e manifestação de
acordo com o disposto nas leis que o regulam.
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ARTIGO 7.º
(Direito à Educação e Liberdade de Ensino)
O Cidadão estrangeiro residente é reconhecido o direito à educação, à liberdade de
ensino, bem como a criação e direcção de escolas, de acordo com o estabelecido nos
termos da lei.
ARTIGO 8.º
(Liberdade de adesão às organizações sindicais e associações profissionais)
1. Ao trabalhador estrangeiro residente é reconhecido o direito de livre filiação nos
sindicatos ou associações profissionais angolanas nas mesmas condições que os
trabalhadores angolanos nos termos da Lei.
2. O cidadão estrangeiro não pode liderar nenhuma das organizações referidas no
número anterior
ARTIGO 9.º
(Deveres)
O Cidadão estrangeiro que manifeste o desejo de permanecer na República de
Angola obriga-se a:
a) respeitar a Lei Constitucional e demais Leis:
b) declarar o seu domicílio;
c) prestar às autoridades angolanas todos os elementos relativos ao seu estatuto
pessoal, sempre que lhe seja exigido nos termos da Lei;
d) cumprir as demais directrizes administrativas e policiais emitidas pelas
autoridades competentes;
ARTIGO 10.º
(Actividade Politica)
O Cidadão estrangeiro não pode exercer em Angola qualquer actividade de natureza
política não autorizada por Lei, nem imiscuir-se directa ou indirectamente em assuntos
políticos internos.
ARTIGO 11.º
(Garantias)
1. O cidadão estrangeiro goza, na República de Angola, todas as garantias
Constitucionais e legais reconhecidas aos cidadãos nacionais, nomeadamente:
a) recorrer aos órgãos judiciais dos actos que violem os seus direitos;
b) não ser preso sem culpa formada, nem sofrer qualquer sanção, a não ser
nos casos e pelas formas previstas na Lei;
c) exercer e gozar pacificamente os seus direitos patrimoniais e não sofrer
quaisquer medidas arbitrárias ou discriminatórias;
d) não ser expulso ou extraditado, senão nos casos e pelas formas previstas
na Lei.
Em caso de expulsão, ausência legal ou morte, é garantido ao cidadão
estrangeiro e seus familiares o reconhecimento e protecção dos seus direitos
patrimoniais, propriedades e demais direitos e expectativas legítimas
reconhecidas por Lei.
CAPÍTULO III
Entrada e Saída do Território Nacional
Secção I
Regime de entrada
ARTIGO 12.º
(Local de Entrada)
1. A entrada do cidadão estrangeiro no território nacional deve efectuar-se pelos
postos de fronteira qualificados para o efeito, sem prejuízo do estabelecido em
acordos sobre a livre circulação de pessoas e bens de que a República de Angola
seja parte.
2. Os postos de fronteira qualificados para esse efeito são aqueles onde houver
fiscalização dos órgãos competentes.
ARTIGO 13.º
(Requisitos de entrada)
1. O cidadão estrangeiro pode entrar no território nacional desde que reúna,
cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) ser portador de passaporte ou qualquer outro documento internacional de
viagem válido na República de Angola e cuja validade seja superior a seis
meses;
b) possuir visto de entrada vigente e adequado à finalidade da deslocação;
c) possuir meios de subsistência nos termos do disposto no artigo 19.º da presente
Lei;
d) ser titular do certificado internacional de vacina;
e) não estar sujeito à proibição de entrada nos termos do artigo 15.º da presente
Lei;
2. Está isento da apresentação de passaporte o cidadão estrangeiro portador de salvo-
conduto ou «laissez-passer», emitido pelas autoridades do estado de que seja nacional
ou onde habitualmente reside, desde que haja acordo para o efeito ou por organizações
internacionais de que a República de Angola seja membro.
3. Está isento da apresentação de passaporte e visto de entrada o cidadão estrangeiro que
seja:
a) nacional de país com o qual a República de Angola tenha acordo que lhe
permita a entrada apenas com bilhete de identidade ou documento equivalente;
b) portador de licença de voo ou certificado de tripulante, quando em serviço, nos
termos da Convenção Sobre a Aviação Civil Internacional;
c) portador de documento de identificação de marítimo, a que se refere a
convenção nº 108 da Organização Internacional do Trabalho quando em
serviço;
d) titular de cartão de residente fronteiriço ou passe de travessia para circulação
nos limites e períodos estabelecidos pelos acordos sobre circulação de pessoas
de que a República de Angola seja parte;
e) requerente de asilo, nos termos da Lei.
4. Está isento de visto de entrada, para além dos demais casos previstos na Lei, o cidadão
que seja:
a) titular de autorização de residência, devidamente actualizada;
b) de país com qual República de Angola tenha assinado acordo de isenção de
visto;
c) passageiro de navio cruzeiro.
ARTIGO 14.º
(Entrada do residente fronteiriço)
A entrada do residente fronteiriço é efectuada nos limites e períodos estabelecidos pelos
acordos sobre circulação de pessoas de que a República de Angola seja parte.
ARTIGO 15.º
(Interdição de Entrada)
A entrada no território nacional de cidadão estrangeiro inscrito na lista nacional de
pessoas indesejáveis, em virtude de:
a) ter sido expulso do país há menos de cinco anos;
b) ter sido condenado em pena acessória de expulsão com trânsito em julgado;
c) apresentar forte indício de constituir uma ameaça para a ordem interna ou
segurança nacional.
ARTIGO 16.º
(Entrada de menor)
1. O cidadão estrangeiro, menor de idade, quando não acompanhado dos pais, só deve
entrar no território nacional mediante autorização escrita e com a assinatura dos pais ou
de quem exerce a autoridade paternal reconhecida pelas autoridades competentes.
2. Nos casos em que for recusada a entrada no território nacional da pessoa a quem o
menor de idade esteja confiado, essa medida estende-se, igualmente, ao menor e vice –
versa.
3. O disposto nos números anteriores não se aplica nos casos em que o menor seja
residente ou titular de um visto de estudo ou de permanência temporária.
ARTIGO 17.º
(Controlo documental)
1. Está sujeito ao controlo documental nos postos de fronteira todo o cidadão estrangeiro
que pretende entrar ou sair do território nacional.
2. Nenhum cidadão estrangeiro proveniente do exterior do País deve afastar-se do local do
controlo e inspecção de documentos de viagem e do cartão de embarque e desembarque
sem que seja registado pelo funcionário do Serviço de Migração e Estrangeiros
ARTIGO 18.º
(Visto de entrada)
O visto de entrada habilita o seu titular a apresentar-se num posto de fronteira
qualificado para o efeito e a solicitar a sua entrada em território nacional.
2. O visto é uma mera expectativa de direito, podendo a entrada e a permanência ser
recusadas em virtude da não observância dos requisitos previstos no artigo 13.º da
presente Lei.
3. O visto de entrada é aposto no passaporte ou em qualquer outro documento de
viagem equivalente, devendo dele constar o prazo de validade, o número de
entradas e de permanência do seu titular no território nacional.
ARTIGO 19.º
(Garantias de meios de subsistência)
1. Para efeitos de entrada e permanência em território nacional, deve o cidadão
estrangeiro dispor, em meios de pagamento «per capita», de um montante de
UDS 200,00 ou o valor equivalente em outra moeda convertível, por cada dia de
permanência em território nacional.
2. O montante previsto no nº 1 deste artigo pode ser dispensado desde que o
interessado prove, por meio idóneo, ter alimentação e alojamento assegurados.
3. A prova a que se refere o nº 2 do presente artigo deve ser feita mediante
declaração responsabilizando-se pela estadia no País, assinada por cidadão
nacional ou estrangeiro residente ou pela entidade máxima da empresa ou
instituição que convida.
ARTIGO 20.º
(Excepções)
1. Em casos excepcionais, devidamente fundamentados, pode o Ministério do
Interior ou por delegação no Director do Serviço de Migração e Estrangeiro
autorizar a entrada em território nacional de cidadão estrangeiro que não reúna
os requisitos previstos no artigo 13.º da presente Lei.
2. Quando o cidadão estrangeiro for nacional de país com o qual a República de
Angola não tenha relações diplomáticas ou consulares, deve ser consultado o
Ministério das Relações Exteriores, para efeito de aplicação do disposto no
número anterior.
ARTIGO 21.º
(Recusa de entrada)
1. Pode ser recusada a entrada em território nacional a cidadão estrangeiro que
apresentar passaporte ou qualquer outro documento de viagem equivalente, nas
seguintes condições:
a) que não seja válido para a República de Angola;
b) com prazo de validade expirado;
c) rasurado ou com indícios de falsificação;
d) com visto de entrada concedido sem a observância das condições
estabelecidas no presente diploma;
e) com visto de entrada inadequado aos objectivos da sua estadia em
território nacional;
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REGIME JURÍDICO
DOS
ESTRANGEIROS
NA REPÚBLICA DE ANGOLA

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ASSEMBLEIA NACIONAL
Lei n.º 2/07
De 31 de Agosto
A situação actual do mundo, caracterizada pela convergência de procedimentos
no tratamento da imigração, obriga a que cada Estado esteja munido de instrumentos
que permitam a prevenção, a detecção e combate das práticas decorrentes do fenómeno
da imigração ilegal, bem como do seu auxílio.
A realidade que o País vive impele a que muitos cidadãos estrangeiros queiram
estabelecer-se no País, obrigando por isso que as autoridades adoptem medidas que
conduzam por um lado a um eficaz controlo e por outro que a sua permanência se faça
nos parâmetros dos motivos de entrada, de modo que a sua integração social se faça de
forma regular e coerente.
Na vigência da Lei n.º 3/94, de 21 de Janeiro, ocorreram no País várias
transformações de ordem jurídica, económica, política e de outra índole que trouxeram
novas formas de manifestação do fenómeno migratório.
O presente diploma pretende ser uma lei exigente no combate e controlo à
imigração ilegal e, no entanto, o flexível suficiente para um quadro de paz,
desenvolvimento e de abertura da República de Angola ao mundo.
Nestes termos, ao abrigo da alínea b) do artigo 88.º da lei constitucional, a
Assembleia Nacional aprova a seguinte
REGIME JURÍDICO DOS ESTRANGEIROS
NA REPÚBLICA DE ANGOLA
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
ARTIGO 1.º
(Objecto)
1. A presente lei regula a situação jurídica do cidadão estrangeiro na República de
Angola.
2. A situação jurídica do cidadão estrangeiro compreende os regimes de entrada,
saída, permanência e residência.
ARTIGO 2.º
(Âmbito de aplicação)
1. O disposto na presente lei constitui o regime jurídico geral dos cidadãos
estrangeiros, sem prejuízo do estabelecido em leis especiais, acordos bilaterais
ou tratados internacionais de que República de Angola seja parte.
2. O agente diplomático e consular creditado na República de Angola, entidade
equiparada, assim como os respectivos familiares, estão sujeitos às normas do
direito internacional, nomeadamente as convenções de Viena sobre as Relações

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Diplomáticas e Relações consulares de 18 de Abril de 1961 e de 24 de Abril de
1963, respectivamente.
CAPÍTULO II
Direitos, Deveres e Garantias
ARTIGO 3.º
(Princípios Gerais)
1. O Cidadão estrangeiro que reside ou se encontre na República de Angola goza
dos mesmos direitos e garantias, estando sujeito aos mesmos deveres que os
cidadãos Angolanos, com excepção dos direitos políticos e dos demais direitos e
deveres expressamente reservados por lei aos cidadãos angolanos.
2. O cidadão estrangeiro admitido em território nacional, na condição de refugiado,
está sujeito, para além dos deveres que lhe são impostos pelo direito
internacional, a cumprir as disposições da legislação interna sobre a matéria.
ARTIGO 4.º
(Exercício de funções públicas)
O Cidadão estrangeiro, salvo disposição legal, acordo ou convenção internacional,
não pode exercer funções públicas ou que impliquem o exercício de poder de autoridade
pública, com excepção das que tenham carácter predominante técnico, docente ou de
investigação cientifica.
ARTIGO 5.º
(Liberdade de circulação e de domicilio)
1. O Cidadão estrangeiro goza do direito de livre circulação e de escolha de
domicílio, salvo as limitações previstas na lei e as determinadas por razões de
segurança pública.
2. As limitações por razões de segurança pública são determinadas por despacho
do Ministério do Interior e devidamente publicitadas.
3. A permanência e o estabelecimento de cidadão estrangeiro nas áreas
consideradas estratégicas nos termos da lei são condicionados em função dos
interesses nacionais.
4. O cidadão estrangeiro que for autuado nas áreas referidas no número anterior,
sem a necessária autorização de permanência ou fixação, pode ter o visto de
entrada ou autorização de residência cancelada.
5. O cidadão estrangeiro, na situação prevista no número anterior, deve ser detido
pelas autoridades competentes até à sua expulsão do país.
ARTIGO 6.º
(Direito de reunião e de manifestação)
O cidadão estrangeiro residente pode exercer o direito de reunião e manifestação de
acordo com o disposto nas leis que o regulam.
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ARTIGO 7.º
(Direito à Educação e Liberdade de Ensino)
O Cidadão estrangeiro residente é reconhecido o direito à educação, à liberdade de
ensino, bem como a criação e direcção de escolas, de acordo com o estabelecido nos
termos da lei.
ARTIGO 8.º
(Liberdade de adesão às organizações sindicais e associações profissionais)
1. Ao trabalhador estrangeiro residente é reconhecido o direito de livre filiação nos
sindicatos ou associações profissionais angolanas nas mesmas condições que os
trabalhadores angolanos nos termos da Lei.
2. O cidadão estrangeiro não pode liderar nenhuma das organizações referidas no
número anterior
ARTIGO 9.º
(Deveres)
O Cidadão estrangeiro que manifeste o desejo de permanecer na República de
Angola obriga-se a:
a) respeitar a Lei Constitucional e demais Leis:
b) declarar o seu domicílio;
c) prestar às autoridades angolanas todos os elementos relativos ao seu estatuto
pessoal, sempre que lhe seja exigido nos termos da Lei;
d) cumprir as demais directrizes administrativas e policiais emitidas pelas
autoridades competentes;
ARTIGO 10.º
(Actividade Politica)
O Cidadão estrangeiro não pode exercer em Angola qualquer actividade de natureza
política não autorizada por Lei, nem imiscuir-se directa ou indirectamente em assuntos
políticos internos.
ARTIGO 11.º
(Garantias)
1. O cidadão estrangeiro goza, na República de Angola, todas as garantias
Constitucionais e legais reconhecidas aos cidadãos nacionais, nomeadamente:
a) recorrer aos órgãos judiciais dos actos que violem os seus direitos;
b) não ser preso sem culpa formada, nem sofrer qualquer sanção, a não ser
nos casos e pelas formas previstas na Lei;
c) exercer e gozar pacificamente os seus direitos patrimoniais e não sofrer
quaisquer medidas arbitrárias ou discriminatórias;
d) não ser expulso ou extraditado, senão nos casos e pelas formas previstas
na Lei.
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2. Em caso de expulsão, ausência legal ou morte, é garantido ao cidadão
estrangeiro e seus familiares o reconhecimento e protecção dos seus direitos
patrimoniais, propriedades e demais direitos e expectativas legítimas
reconhecidas por Lei.
CAPÍTULO III
Entrada e Saída do Território Nacional
Secção I
Regime de entrada
ARTIGO 12.º
(Local de Entrada)
1. A entrada do cidadão estrangeiro no território nacional deve efectuar-se pelos
postos de fronteira qualificados para o efeito, sem prejuízo do estabelecido em
acordos sobre a livre circulação de pessoas e bens de que a República de Angola
seja parte.
2. Os postos de fronteira qualificados para esse efeito são aqueles onde houver
fiscalização dos órgãos competentes.
ARTIGO 13.º
(Requisitos de entrada)
1. O cidadão estrangeiro pode entrar no território nacional desde que reúna,
cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) ser portador de passaporte ou qualquer outro documento internacional de
viagem válido na República de Angola e cuja validade seja superior a seis
meses;
b) possuir visto de entrada vigente e adequado à finalidade da deslocação;
c) possuir meios de subsistência nos termos do disposto no artigo 19.º da presente
Lei;
d) ser titular do certificado internacional de vacina;
e) não estar sujeito à proibição de entrada nos termos do artigo 15.º da presente
Lei;
2. Está isento da apresentação de passaporte o cidadão estrangeiro portador de salvo-
conduto ou «laissez-passer», emitido pelas autoridades do estado de que seja nacional
ou onde habitualmente reside, desde que haja acordo para o efeito ou por organizações
internacionais de que a República de Angola seja membro.
3. Está isento da apresentação de passaporte e visto de entrada o cidadão estrangeiro que
seja:
a) nacional de país com o qual a República de Angola tenha acordo que lhe
permita a entrada apenas com bilhete de identidade ou documento equivalente;
b) portador de licença de voo ou certificado de tripulante, quando em serviço, nos
termos da Convenção Sobre a Aviação Civil Internacional;
c) portador de documento de identificação de marítimo, a que se refere a
convenção nº 108 da Organização Internacional do Trabalho quando em
serviço;
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d) titular de cartão de residente fronteiriço ou passe de travessia para circulação
nos limites e períodos estabelecidos pelos acordos sobre circulação de pessoas
de que a República de Angola seja parte;
e) requerente de asilo, nos termos da Lei.
4. Está isento de visto de entrada, para além dos demais casos previstos na Lei, o cidadão
que seja:
a) titular de autorização de residência, devidamente actualizada;
b) de país com qual República de Angola tenha assinado acordo de isenção de
visto;
c) passageiro de navio cruzeiro.
ARTIGO 14.º
(Entrada do residente fronteiriço)
A entrada do residente fronteiriço é efectuada nos limites e períodos estabelecidos pelos
acordos sobre circulação de pessoas de que a República de Angola seja parte.
ARTIGO 15.º
(Interdição de Entrada)
A entrada no território nacional de cidadão estrangeiro inscrito na lista nacional de
pessoas indesejáveis, em virtude de:
a) ter sido expulso do país há menos de cinco anos;
b) ter sido condenado em pena acessória de expulsão com trânsito em julgado;
c) apresentar forte indício de constituir uma ameaça para a ordem interna ou
segurança nacional.
ARTIGO 16.º
(Entrada de menor)
1. O cidadão estrangeiro, menor de idade, quando não acompanhado dos pais, só deve
entrar no território nacional mediante autorização escrita e com a assinatura dos pais ou
de quem exerce a autoridade paternal reconhecida pelas autoridades competentes.
2. Nos casos em que for recusada a entrada no território nacional da pessoa a quem o
menor de idade esteja confiado, essa medida estende-se, igualmente, ao menor e vice –
versa.
3. O disposto nos números anteriores não se aplica nos casos em que o menor seja
residente ou titular de um visto de estudo ou de permanência temporária.
ARTIGO 17.º
(Controlo documental)
1. Está sujeito ao controlo documental nos postos de fronteira todo o cidadão estrangeiro
que pretende entrar ou sair do território nacional.
2. Nenhum cidadão estrangeiro proveniente do exterior do País deve afastar-se do local do
controlo e inspecção de documentos de viagem e do cartão de embarque e desembarque
sem que seja registado pelo funcionário do Serviço de Migração e Estrangeiros.
ARTIGO 18.º
(Visto de entrada)
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1. O visto de entrada habilita o seu titular a apresentar-se num posto de fronteira
qualificado para o efeito e a solicitar a sua entrada em território nacional.
2. O visto é uma mera expectativa de direito, podendo a entrada e a permanência ser
recusadas em virtude da não observância dos requisitos previstos no artigo 13.º da
presente Lei.
3. O visto de entrada é aposto no passaporte ou em qualquer outro documento de
viagem equivalente, devendo dele constar o prazo de validade, o número de
entradas e de permanência do seu titular no território nacional.
ARTIGO 19.º
(Garantias de meios de subsistência)
1. Para efeitos de entrada e permanência em território nacional, deve o cidadão
estrangeiro dispor, em meios de pagamento «per capita», de um montante de
UDS 200,00 ou o valor equivalente em outra moeda convertível, por cada dia de
permanência em território nacional.
2. O montante previsto no nº 1 deste artigo pode ser dispensado desde que o
interessado prove, por meio idóneo, ter alimentação e alojamento assegurados.
3. A prova a que se refere o nº 2 do presente artigo deve ser feita mediante
declaração responsabilizando-se pela estadia no País, assinada por cidadão
nacional ou estrangeiro residente ou pela entidade máxima da empresa ou
instituição que convida.
ARTIGO 20.º
(Excepções)
1. Em casos excepcionais, devidamente fundamentados, pode o Ministério do
Interior ou por delegação no Director do Serviço de Migração e Estrangeiro
autorizar a entrada em território nacional de cidadão estrangeiro que não reúna
os requisitos previstos no artigo 13.º da presente Lei.
2. Quando o cidadão estrangeiro for nacional de país com o qual a República de
Angola não tenha relações diplomáticas ou consulares, deve ser consultado o
Ministério das Relações Exteriores, para efeito de aplicação do disposto no
número anterior.
ARTIGO 21.º
(Recusa de entrada)
1. Pode ser recusada a entrada em território nacional a cidadão estrangeiro que
apresentar passaporte ou qualquer outro documento de viagem equivalente, nas
seguintes condições:
a) que não seja válido para a República de Angola;
b) com prazo de validade expirado;
c) rasurado ou com indícios de falsificação;
d) com visto de entrada concedido sem a observância das condições
estabelecidas no presente diploma;
e) com visto de entrada inadequado aos objectivos da sua estadia em
território nacional;
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f) utilização de passaporte de outrem.
2. Pode ser também recusada a entrada do cidadão estrangeiro que, tendo sido
multado, tenha saído do território nacional sem que tenha efectuado o respectivo
pagamento no prazo estabelecido.
3. Pode ainda ser recusada a entrada no território nacional ao cidadão estrangeiro
não residente que:
a) não apresente bilhete de passagem de retorno ao País de proveniência;
b) não possua meios de subsistência comprovados;
c) seja menor de idade e não esteja acompanhado por quem exerce o poder
paternal ou sem autorização expressa deste, salvo nos casos previstos no
n.º 3 do artigo 16.º da presente Lei.
4. A recusa por motivos de saúde é determinada pelas autoridades sanitárias.
5. O cidadão estrangeiro, a quem for recusada a entrada em território nacional, fica
colocado em centro de Instalação Temporária (CIT) enquanto não for
reembarcado.
6. A criação dos centros de Instalação Temporária é da responsabilidade das
empresas de exploração dos aeroportos o seu funcionamento deve ser objecto de
regulamentação própria a ser aprovada pelos Ministérios do Interior e dos
Transportes.
7. A recusa de entrada em território nacional é da competência do Director do
Serviço de Migração e Estrangeiros ou, por delegação expressa, dos directores
provinciais.
8. Quando a recusa de entrada se fundamentar na apresentação de documento de
viagem falso, falsificado ou alheio, o mesmo deve ser apreendida e remetido às
autoridades do respectivo país pela via diplomática.
ARTIGO 22.º
(Responsabilidade das empresas transportadoras)
1. Sem prejuízo das medidas previstas no artigo 107.º da presente Lei, as empresas
que transportem passageiros ou tripulantes indocumentados são responsáveis pelo
seu retorno para o país de origem ou para o ponto onde começaram a utilizar o
meio de transporte dessa empresa.
2. A mesma responsabilidade recai sobre as pessoas singulares que transportem
passageiros indocumentados.
3. As despesas inerentes à alimentação, assistência médica ou medicamentosa e
outras, para a manutenção do cidadão estrangeiro sujeito À recusa de entrada,
decorrem por conta da empresa transportadora.
4. Sempre que a situação o justifique, o reembarque do cidadão estrangeiro pode ser
efectuado sob escolta de funcionários do Serviço de Migração e Estrangeiros,
sendo as despesas custeadas pela empresa transportadora
Pode ser permitido o transbordo de passageiro clandestino ou seu agente, que
deve assumir a responsabilidade por todas as despesas decorrentes dessa
operação.
6. A empresa transportadora responde igualmente pela manutenção e de mais
despesas do passageiro em viagem contínua ou do tripulante que não estiver
presente por ocasião da saída do meio de transporte, bem como pela retirada dos
mesmos do território nacional.
ARTIGO 23.º
(Competências para ordenar interdição)
1. São competentes para ordenar a interdição de entrada contra cidadãos
estrangeiros os seguintes órgãos:
a) tribunais;
b) procuradoria-geral República;
c) Ministério do Interior através da Direcção de Investigação Criminal,
Direcção de Inspecção e Investigação das Actividades Económicas e
Serviço de Migração e Estrangeiros.
2. Compete ao Serviço de Migração e Estrangeiros aplicar interdições de entrada
nos termos do artigo 15.º e n.º 2 do artigo 32.º da presente Lei, bem como
adoptar medidas preventivas até 24 horas que condicionem a saída de pessoas
sob as quais pesam fortes suspeitas da prática de algum delito.
ARTIGO 24.º
(Registo e reapreciação de interdições)
1. Compete ao Serviço de Migração e Estrangeiros proceder ao registo das interdições
na lista nacional de pessoas indesejáveis, bem como propor a sua reapreciação.
2. Do documento que ordenar a interdição devem constar os dados de identificação do
cidadão estrangeiro, o motivo e o período de duração da interdição.
Secção II
Regime de Saída
ARTIGO 25.º
(Da saída do território nacional)
1. O cidadão estrangeiro pode sair do território nacional por qualquer dos postos de
fronteira habilitados para efeito, mediante prévia exibição do passaporte ou de
outro documento de viagem válido.
2. A saída, quando feita por menor de idade, para alem da apresentação do
passaporte ou de qualquer outro documento de viagem válido, exigida a
apresentação de uma autorização escrita e com a assinatura dos pais ou de quem
exerça a autoridade paternal reconhecida pelo notário.
3. A saída do residente fronteiriço é efectuada nos termos do artigo 14.º da presente
Lei.
ARTIGO 26.º
(Modalidade de saída)
1. A saída do cidadão estrangeiro do território nacional pode ser voluntária ou compulsiva.
2. Considera-se saída voluntária aquela que o cidadão estrangeiro realiza por vontade e no
interesse próprio e é compulsiva aquela que é feita de forma coactiva, no interesse da
ordem interna e da segurança nacional.
3. A saída compulsiva pode ser:
a) por notificação para abandono do território nacional;
b) por expulsão.
ARTIGO 27.º
(Notificação de abandono)
O serviço de Migração e Estrangeiros deve notificar o cidadão estrangeiro que se
encontre em situação migratória irregular, a abandonar o território nacional num período não
superior a oito dias.
ARTIGO 28.º
(Causas de expulsão)
1. Sem prejuízo dos acordos ou convenções internacionais de que a República de Angola
seja parte, pode ser expulso judicialmente do território nacional o cidadão estrangeiro
que de entre outros;
a) tenha utilizado meios fraudulentos para entrar e permanecer em território
nacional;
b) atente contra a segurança nacional ou a ordem interna;
c) viole os deveres estabelecidos na presente Lei, nomeadamente no artigo 9.º;
d) desrespeite de modo grave ou reiterado as leis Angolanas;
e) tenha sido condenado em pena de prisão maior.
2. O cidadão estrangeiro residente, bem como o titular de visto de trabalho em conflito
laboral com a entidade empregadora ou que possua cônjuge angolano e filho dele
dependente economicamente, só deve ser expulso por decisão judicial.
3. Pode ser expulso administrativamente do território nacional o cidadão estrangeiro que
de entre outros:
a) tenha praticado actos que, se fossem conhecidos pelas autoridades angolanas,
teriam obstado a sua entrada no País;
b) não exerça qualquer profissão, nem possua meios de subsistência no País;
c) seja titular do visto de trabalho e se vincule a qualquer outra empresa diferente
da que o contratou sem prévia autorização da entidade competente;
d) tenha sido sancionado com multa e não tenha efectuado o seu pagamento dentro
do prazo estabelecido;
e) tenha sido condenado em pena acessória de expulsão e reentrado irregularmente
no País;
f) não cumpra a notificação de abandono voluntário do território nacional.
ARTIGO 29.º
(Da expulsão)
1. A expulsão é efectuada, fazendo regressar o cidadão estrangeiro ao país de origem ou
de residência habitual.
2. Não constitui impedimento de execução da medida de expulsão determinada
judicialmente, o facto do cidadão estrangeiro possuir cônjuge angolano ou filho del
Entidades competentes para decidir a expulsão)
1. São competentes para proferir decisões de expulsão com os fundamentos previstos nos
n.os 1 e 2 do artigo 28.º as autoridades judiciais e o Serviço de Migração e Estrangeiros
com os fundamentos previstos no n.º 3 do mesmo artigo.
2. O cidadão estrangeiro sujeito à medida de expulsão judicial fica detido no Centro de
Detenção de Estrangeiros Ilegais até à sua saída do território nacional.
ARTIGO 31.º
(Processo de expulsão)
1. Sempre que tenha conhecimento de qualquer facto que possa constituir fundamento de
expulsão, o Serviço de Migração e Estrangeiros organiza um processo que contenha de
forma resumida as provas necessárias à decisão de expulsão.
2. Do processo deve constar, igualmente, o auto de notícia que contenha a descrição dos
factos que fundamentam a expulsão.
3. Após a sua conclusão, o processo organizado nos termos deste artigo é remetido ao
órgão judicial competente, no prazo de cinco dias para julgamento, salvo se se tratar
de expulsão administrativa referida no artigo 28.º, que é decidida no prazo de oito dias.
4. Recebido o processo, o juíz deve marcar julgamento dentro das 48 horas seguintes,
mandando, para esse efeito, notificar o cidadão estrangeiro e as testemunhas.
ARTIGO 32.º
(Da decisão de expulsão)
1. Da decisão de expulsão devem constar:
a) os fundamentos da expulsão;
b) o prazo para a execução da decisão não pode exceder os 15 dias para o cidadão
estrangeiro residente e oito para o não residente;
c) o prazo não inferior a 5 anos, durante o qual é interdita a entrada em território
angolano;
d) o país para onde o cidadão estrangeiro deve ser expulso.
2. A execução da decisão de expulsão implica o registo do expulsando na lista nacional de
pessoas indesejáveis nos termos do artigo 15.º
ARTIGO 33.º
(Situação do estrangeiro sujeito à decisão de expulsão)
1. O cidadão estrangeiro contra quem tenha sido proferida decisão de expulsão é detido no
Centro de Detenção de Estrangeiros Ilegais até à execução da decisão de expulsão nos
termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 32.º

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