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Resumo: a comunicação é processo vital para qualquer organização que deseja construir
uma imagem sólida diante do mercado. Mas, para isso, faz-se necessário investimento e
interesse. O foco deste artigo é propor uma reflexão acerca do processo de comunicação
nas organizações privadas, sem fins lucrativos e voltadas para o trabalho social,
*
Graduado em Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda pelo Centro
Universitário Newton Paiva – 2006. Pós-graduando em Comunicação Corporativa pelo Centro
Universitário Newton Paiva - 2010.
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Introdução
importante para qualquer empresa, inclusive para as do Terceiro Setor, que é o “espaço
composto por organizações privadas, sem fins lucrativos, cuja atuação é dirigida a
serviços orientadas para o lucro. Não que as organizações de Terceiro Setor não visem
superávit, até porque é necessário que haja capital para manutenção das ações
atividades.
está na captação de recursos para manterem seus projetos de ajuda social e ambiental,
maior parte dos casos a verba destinada ou mesmo a verba existente torna-se o fator
desejo de colaborar com o papel de apoiadores das causas sociais. Assim, é necessário
financeiro razoável.
de transparência e confiança.
suas ações de comunicação e projeção de imagem frente a seus públicos. Através deste
artigo, iremos propor uma reflexão acerca desses desafios e dificuldades enfrentados no
do Terceiro Setor.
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Desenvolvimento
seu papel na supressão de carências sociais não atendidas pelo estado. Mas quem são
essas instituições privadas, sem fins lucrativos e voltadas para o social? Entende-se aqui
Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de
direito privado que não distribui, entre seus sócios ou associados,
conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes
operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou
parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas
atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto
social. (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL,
1999)
de pobreza e desigualdade, que estão entre os problemas mais sérios enfrentados pela
grupos menos favorecidos. Para Falconer (1999), o Terceiro Setor propagou-se devido a
esta lacuna deixada pelo poder público, onde entidades e associações privadas surgem
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O papel destes grupos hoje é suprimir algumas falhas deixadas pelo estado e
democrático. Segundo Las Casas (2001), o objetivo do Terceiro Setor é contribuir para
No entanto, o Terceiro Setor tem sido reconhecido, cada vez mais, como
Brasil contava, em 2005, com 338 mil organizações classificadas como instituições
recentemente temos o título Terceiro Setor, considerando o poder público como sendo o
Primeiro Setor, e a iniciativa privada com fins lucrativos como o Segundo Setor.
apenas demonstra a falta de precisão conceitual, o que, por sua vez, revela a dificuldade
fundamental uma conceituação que defina esse grupo, garantindo identidade própria
para que as entidades com fins sociais se fortaleçam e sejam capazes de melhor lidar
Um fator essencial para isso é buscar características comuns nesse universo que possam
Uma das tentativas para definição desse conjunto foi proposto por Salamon
e Anheier (1997), sendo mais utilizada e aceita por definirem cinco características
regras e diretrizes;
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2. privadas, pois não existe nenhum vínculo institucional com o setor público,
patrocínio;
9.790/99;
controle externo; e
expansão, é fundamental entender que a luta por visibilidade tem se tornado um dos
essencial das políticas e diretrizes das organizações, pois é através de uma comunicação
Geralmente este modelo é apoiado pela gestão de relações públicas, alinhando discurso
público, por exercer forte penetração e convencimento através das diversas mídias.
interna, diz respeito ao fazer organizacional, que se traduzem nos produtos, serviços ou
resultados de uma organização. Este modelo comunicacional deve fazer parte integrante
além da utilização dos canais convencionais, devendo ser planejada para que ocorra de
organização em seus produtos, serviços, bem como por sua identidade visual, ações,
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a estrutura da organização.
de comunicação, sendo que falar com empregados é tão importante e essencial para a
comunicação que serão utilizados, a medição dos resultados e, por fim, deve-se realizar
Terceiro Setor, pois além de gerar visibilidade, ela permite criar uma relação mais
próxima com seus públicos, garantindo participação e mobilização pelas ações sociais.
realidades modelos e técnicas de gestão, bem como linguajar técnico apropriado, que
uma maior integração das atividades sociais com os termos e práticas do universo da
comunicação empresarial.
às das empresas que visam lucro. Para Fortes (1997), essas empresas são típicas
existência ser exclusivamente de auxílio aos menos favorecidos, bem como a falta de
divulga ações e projetos. Ela deve ser usada como uma estratégia para a mobilização
social e engajamento do público com os objetivos das organizações sem fins lucrativos.
impacto das ações. Porém, o grande desafio é conhecer os anseios e motivações dos
Assim, podemos perceber que a mobilização deve ser o grande foco das
do Terceiro Setor tem que ter foco mais abrangente. Quando um grupo de apoio social
em ações isoladas.
Mais uma vez, podemos apontar aqui a real necessidade de uma estrutura
gestão dos recursos para a comunicação. Em todo caso, nas organizações com estruturas
para atuar como líder, coordenando a comunicação através de estratégias que possam
relações públicas.
que nem todo recurso advindo de doações e parcerias deve servir apenas para aplicação
Uma das formas para criar e manter esta rede de relacionamentos é investir
também que atuem como multiplicadores da imagem da instituição dentro e fora dela.
Outro ponto que deve ser buscado pelo gestor é o relacionamento com a
mídia. Mesmo que seja necessário buscar aprendizado em Media Training, que segundo
Esperar que a mídia busque a organização nem sempre é uma boa estratégia.
divulgação e repercussão positiva para o Terceiro Setor. Para isso é fundamental criar
transparências nas informações, fornecendo à mídia aquilo que ela precisa da forma
necessidade de uma comunicação organizacional eficaz para o Terceiro Setor, pois esta
Considerações finais
Um projeto social sem uma comunicação eficaz não perde sua viabilidade,
porém, pode não gerar os resultados esperados ou mesmo o impacto que se deseja junto
contramão à passividade excessiva, sendo necessária para ampliar a eficácia das ações
comunicação como uma ferramenta extremamente necessária para o Terceiro Setor, não
apenas por uma questão de sobrevivência, mas também como forma de alcance de seus
Mas para que se torne uma realidade e para que essas empresas possam
O real desafio não está na captação e aplicação dos recursos, mas sim na
Referências
FILOSO, Leonardo. Media training: tratando a imprensa como uma aliada. Canal RP,
24 ago. 2005. Disponível em:
<http://www.sinprorp.org.br/canal/canal94/artigo1_94.htm>. Acesso em: 25 mai. 2010.
LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Plano de marketing para micro e pequena empresa. 2.
ed. São Paulo: Atlas, 2001.
PINHO, José Benedito. O poder das marcas. São Paulo: Summus, 1996, p. 136.