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E MÉTODO
BELO HORIZONTE
2011
ESTE DOCUMENTO PODE SER MODIFICADO A QUALQUER TEMPO,
SEM A NECESSIDADE DE AVISO PRÉVIO OU COMUNICADO POSTERIOR
DOUTRINA E MÉTODO
AGRADECIMENTOS E DEDICATÓRIA
"Aquilo que hoje está provado, outrora foi apenas imaginação" (William Blake)
Uma especial homenagem é aqui prestada ao Ten Cel Cav EB Carlos Alberto de SOUZA e à
Anal Sist Michelle HANNE Soares Andrade, colegas de primeiro momento os quais, com sacrifícios
pessoais de toda espécie e encorajamento contínuo, tornaram possível elaborar um texto inicial
conjunto e, posteriormente, chegar ao ponto de excelência necessário para sua primeira publicação.
Da mesma forma, ainda que não seja possível listar todos os que generosamente contribuíram
com esse projeto sem cometer injustiças, nesta atualização do material original faz-se necessário
destacar nosso melhor agradecimento àqueles que se juntaram a esse esforço e que, com suas
contribuições únicas, elevaram seu conteúdo, abrangência e influência a um nível de reconhecimento
sem precedentes. São eles: 1o Ten PMMG FRANCIS Albert Cotta; Adm MAURÍCIO Viegas
Pinto; Adv RODRIGO Paulo de Ulhôa DOLABELLA; e Adm SIRLAN Versiani Guimarães, em
nome dos quais estendemos esse agradecimento a todos os que, de forma direta ou indireta,
colaboraram para que este sonho se tornasse realidade, ora traduzido e formalizado por meio do
presente Trabalho, o qual dedicamos aos profissionais que, diária e anonimamente, trabalham sem
descanso para fornecer o melhor subsídio aos Decisores de suas Organizações.
BRASIL. Escola Superior de Inteligência. Doutrina e Método (2. ed. revisada). Belo Horizonte, 2011.
PREFÁCIO
Muito se fala sobre Gestão do Conhecimento. Centenas de livros são escritos a respeito, dúzias
de grandes seminários são realizados a cada ano e uma imensa quantidade de especialistas se debruça
sobre o assunto, buscando codificá-lo em termos mais ou menos gerais.
Entretanto, quase nenhuma atenção é dada a um aspecto fundamental das Organizações, sejam
elas Públicas ou Privadas, que é a Produção, Aquisição e Proteção de esses mesmos Conhecimentos
em situações nas quais sua nomenclatura correta é, na verdade, "Segredos". Pouquíssima literatura
nacional aborda essa vantagem competitiva, e mesmo a literatura estrangeira sobre o tema, ainda que
bastante robusta pela importância que os países líderes dedicam a esse assunto básico em sua Proteção
Nacional e na obtenção de Poder, está sendo completamente reestudada em função de acontecimentos
como o 11 de setembro de 2001.
O próprio conceito do que seja esse "Conhecimento Secreto" varia entre o que é utilizado pelas
experientes Agências de Informações, ou ―de Inteligência‖, aquele defendido pelos consagrados
pensadores da Administração Organizacional, e o que é praticado pelos mais influentes Cientistas.
Enquanto esses dois últimos grupos entendem que se trata das questões cognitivas relacionadas à
Criação do Conhecimento, e enfatizam a diferença entre o que sejam Dados, Informações e
Conhecimento, definindo-os como sucessivos estágios na hierarquia linear do Saber, aquelas primeiras
entendem que o Conhecimento é extraído diretamente das Redes de Dados, elementos os quais
acreditam residir todos em um mesmo Plano, e é expresso por meio de Informações, Informes,
Apreciações e Estimativas, as quais seriam, assim, tipos diferenciados de Conhecimento, sendo esse
tipificado como ―o resultado de as Operações Intelectuais necessárias e pelo Estado da Mente em
Relação à Verdade do Analista atuando sobre os Dados disponíveis". Resumindo, o que para um é
base, para outro é produto; o que para um é tipo, para outro é resultado; o que para um é etapa, para
outro é conclusão.
Desta forma, seja com alguns artigos baseados na Produção de Informações Estratégicas, de
Washington Platt, seja com trabalhos apoiados na Ecologia da Informação, de Thomas Davenport, a
cada momento surgem "Doutrinadores de Inteligência" buscando promoção e lucro pessoal utilizando-
se de organizações, cargos, posições hierárquicas e títulos acadêmicos como base de credibilidade. A
adjetivação da Inteligência persegue, a reboque de uma variedade de termos composta por curiosos
pleonasmos, uma forma fácil de transformar seus criadores em uma referência no assunto, utilizando o
conhecido conceito de marketing, "se você não for o primeiro em uma categoria, crie uma categoria no
qual você seja o primeiro". O empirismo, o preconceito, o sectarismo, o cinismo, a ingenuidade, muito
fanatismo político e até a pura e simples fraude acadêmica são exercitados como verdades absolutas, e
os conceitos aparecem vagamente explicados, muitos deles ambíguos, quando não contraditórios. A
confusão, muitas vezes proposital, do auxílio à decisão com a melhoria de gestão, é agravada pela
ausência de uma Doutrina Nacional emanada pela Instituição responsável, o Sistema Brasileiro de
Inteligência - SISBIN, em cujo vácuo cada Órgão do Estado criou a sua própria visão doutrinária do
assunto, tornando assim o que deveria servir para unificar vocabulário e esforços dos membros de uma
Comunidade, na prática, um fator de distanciamento, impedindo a coordenação de sua atuação
conjunta.
O tema influencia e é influenciado por diversas Áreas Acadêmicas ligadas ao Estudo do Poder,
tais como outras Ciências (Políticas, Sociais e Militares), Relações Internacionais, Proteção e
Segurança (Nacional, Pública, Privada ou Corporativa), Filosofia, Direito e Administração. Foram
utilizadas como base para os debates as obras fundamentais da própria Área, especialmente a Doutrina
de Informações e Contra-Informações do Serviço Nacional de Informações - SNI, elaborada e
amadurecida em tempos difíceis, testada na prática e aprovada pela alta qualidade de o resultado
obtido. Abandonada com a extinção do Serviço em 1990, foi resgatada pelo Professor Rodrigo
Dolabella, funcionário do SNI por 30 anos e profundo conhecedor de suas minúcias, as quais esmiúça
em sua obra ―Informação e Contra-Informação – A Guerra de Cérebros‖. Sobre essas foram dispostas
as visões de novas disciplinas academicamente reconhecidas, como a Ciência da Informação, a
Informática, a Teoria Organizacional e a Gestão do Conhecimento, agregando essas experiências
práticas e teóricas na Doutrina a seguir, a qual estará em constante aperfeiçoamento visando
representar a visão ideal de sua premissa básica de atuar como Assessoria Decisória, com todo o rigor
científico e as melhores práticas mundiais, sempre mantendo, entretanto, a necessária brasilidade.
Desejo a todos uma excelente leitura, e o melhor proveito possível na conscientização de suas
Organizações.
ÍNDICE
1. GLOSSÁRIO ..................................................................................................................................10
1. Termos e Definições ....................................................................................................................10
2. Siglas e Abreviaturas ...................................................................................................................15
2. CONTROLE DE ALTERAÇÕES ..................................................................................................17
3. CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ....................................................................................................18
1. Histórico .......................................................................................................................................18
2. Conceito .......................................................................................................................................19
3. Finalidade .....................................................................................................................................19
4. Princípios .....................................................................................................................................19
5. Valores .........................................................................................................................................20
4. CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTOS DOUTRINÁRIOS .................................................................21
1. Definição ......................................................................................................................................21
2. Abrangência .................................................................................................................................21
3. Propósito ......................................................................................................................................21
4. Aplicação .....................................................................................................................................21
5. Inteligência ...................................................................................................................................22
6. Contrainteligência ........................................................................................................................28
5. CAPÍTULO 3 – INTELIGÊNCIA ..................................................................................................29
1. Formação de Inteligência .............................................................................................................29
2. Elementos de Inteligência ............................................................................................................29
1. Dado......................................................................................................................................29
2. Informe .................................................................................................................................30
3. Informação ............................................................................................................................30
4. Conhecimento .......................................................................................................................30
3. Classificação dos Elementos de Inteligência em Relação ao Sigilo ............................................31
4. Classificação dos Elementos de Inteligência pertinentes aos Estados da Mente em Relação à
Verdade ...............................................................................................................................................31
5. Fontes de Inteligência ..................................................................................................................32
1. Humanas ...............................................................................................................................32
2. Tecnológicas .........................................................................................................................32
a) Sinais ....................................................................................................................................32
b) Imagens .................................................................................................................................32
1. GLOSSÁRIO
1. Termos e Definições
Acesso - Possibilidade ou oportunidade de uma pessoa obter Elementos de Inteligência que
devam ser protegidos pela Organização. O acesso pode derivar de autorização oficial emanada
de autoridade competente, ou da superação das medidas de Contrainteligência aplicadas.
Alvo - País, área geográfica, instalação, problema, organização ou indivíduo dos quais são
necessários obter-se Elementos de Inteligência.
Counterintelligence - Ciência que estuda as medidas e ações voltadas para a proteção de todos
os Ativos e Recursos organizacionais contra as Atividades de Inteligência adversas. Tem o
caráter preventivo e proativo, calcado na análise diagnóstica de riscos e na visão prospectiva e
orientadora da Organização.
Credencial de Segurança - Certificado concedido por autoridade competente, que habilita uma
pessoa a ter acesso, até determinado grau de sigilo, a Elementos de Inteligência que devam ser
protegidos pela Organização. Indica a potencialidade que a pessoa possui para ter acesso,
devidamente delimitado pelos graus de sigilo estabelecidos.
Doutrina - Conjunto de preceitos o qual fundamenta um sistema e orienta sua ação. É precedida
pela Filosofia e pela Teoria, e antecede a Política e a Estratégia da Organização.
Interceptação – Segundo os dicionários pátrios: ―in.ter.cep.tar - v. Tr. dir. 1. Pôr obstáculo entre
ou no meio de. 2. Apoderar-se por surpresa de, fazer parar. 3. Cortar, interromper.‖ Desta
forma, verifica-se a incorreção de expressões tais como ―interceptação telefônica‖, a qual é, na
verdade, ―monitoramento telefônico‖, já que o objetivo é acompanhar, e não interromper
aquela ligação.
Mistério – Questão cuja resposta não existe no momento, e que pode ser apenas imaginada.
Órgão - Parte da organização que é responsável por executar as suas Atividades de Inteligência.
Organização - Estrutura social com ou sem fins lucrativos, podendo ser pública ou privada.
Sigilo - Critério estabelecido para controlar o acesso a determinado Ativo, Recurso ou Processo
de uma Organização, em decorrência de sua natureza ou conteúdo.
Terrorismo – Uso ou ameaça ilegal do uso de força ou violência contra Ativos e Recursos da
Organização visando intimidá-la, normalmente em busca de objetivos políticos, religiosos,
ideológicos ou financeiros.
Visitante - Pessoa cuja entrada foi admitida, em caráter excepcional, em área ou instalação
sigilosa.
2. Siglas e Abreviaturas
MI6 – Military Intelligence 6 – Atual SIS (Secret Intelligence Service) (Reino Unido)
UI - Unidade de Inteligência
2. CONTROLE DE ALTERAÇÕES
3. CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
“Se conheceis o inimigo e a vós mesmos, não deveis temer o resultado de cem batalhas. Se vos
conheceis mas não ao inimigo, para cada vitória alcançada sofrereis uma derrota. Se não
conheceis nem a um nem a outro, sereis sempre derrotados.”
(Sun Tzu, 500 a.C)
1. Histórico
A necessidade de conhecer confunde-se com a própria história da humanidade.
No livro do Gênesis observam-se passagens que reportam sobre a busca de informações. Noé, a partir
de sua Arca, remete uma pomba ao prazer dos ventos em busca de terra firme. Moisés remete seus
discípulos à Terra prometida, para obter informações sobre os hábitos e costumes do povo que lá vivia.
Na Idade Média, Gêngis-Khan, assim como seu discípulo Subotai, utilizando-se de mercadores e
infiltrando espiões, buscava informações sobre o sistema defensivo das cidades que pretendia atacar.
Veneza criou o sistema de Embaixadores Residentes, tornando permanente e legal a presença de
informantes junto aos demais Países.
Posteriormente, no Século XVII, o Cardeal Richelieu cunhou a expressão "Razões de Estado", com as
quais justificava as ações de toda espécie executadas pelo seu Cabinet Noir para proteger o Rei Luís XIV e
a França, a qual se tornou, assim, a potência europeia dominante pelos dois séculos seguintes.
"O ato de negar conhecimentos ocasionou o surgimento dos Órgãos de Informações. Sem a negativa ou
inacessibilidade de certos tipos de conhecimentos, as Comunidades de Informações seriam inúteis, uma vez
que os conhecimentos necessários ao planejamento estratégico seriam obtidos diretamente de repartições
governamentais ou de outros países ou grupos estrangeiros." (CLAUSER & WEIR, 1975)
2. Conceito
Inteligência é o produto intelectual especialmente elaborado, resultante da consolidação de todos os
Elementos disponíveis a uma Instituição sobre as atividades, capacidades, vulnerabilidades e intenções de
determinado alvo, para utilização imediata ou potencial. Difere-se de outras Ciências pela sua natureza
simultaneamente antecipativa, competitiva, conflituosa, complementar, sigilosa e permanente; pela ênfase no
acesso aos Elementos Negados durante esse processo; pela obtenção de esses Elementos sem o
consentimento, a cooperação ou mesmo o conhecimento por parte dos alvos; pela atuação em um Universo
eminentemente antagônico; e pela utilização de metodologia, linguagem, técnicas e recursos especiais. Este
termo abrange igualmente a Atividade da qual resulta esse produto e a Organização responsável por essa
Atividade, bem como outras Atividades relacionadas.
3. Finalidade
Assessorar o Processo Decisório por meio da redução das incertezas do Decisor Máximo da
Organização sobre uma questão específica, bem como subsidiar os Planejadores responsáveis pelas
Políticas e Estratégias relacionadas à Produção, Aquisição e Proteção de os Ativos e Recursos
organizacionais, tangíveis e intangíveis, por meio de Ações Especializadas Permanentes e Sistemáticas.
4. Princípios
A Inteligência deve ser empregada sob a égide dos seguintes princípios:
Amplitude: é o princípio que consiste em alcançar os mais completos resultados possíveis nos
trabalhos desenvolvidos, buscando sempre equilibrar essa necessidade com os Princípios da
Objetividade e da Oportunidade.
Interação: é o princípio que implica em fortalecer as relações internas visando otimizar esforços para
a consecução dos objetivos da organização.
Simplicidade: é o princípio que orienta a atividade no sentido de que a Inteligência produzida seja
difundida de forma clara e concisa, utilizando tanto o Princípio da Objetividade como um vocabulário
simples e usual, cuja sequência lógica na exposição do assunto permita uma imediata e fácil
compreensão do texto.
Compartimentação: é o princípio que visa permitir o acesso aos Elementos de Inteligência para
pessoas que tenham a real necessidade de recebê-los.
Sigilo: é o princípio que visa preservar os Ativos e Recursos organizacionais contra sua divulgação
desautorizada.
5. Valores
Inteligência é uma atividade a qual deve estar submetida ao princípio constitucional da legalidade, e, em
especial, à observância ao direito básico à vida, à ética, aos direitos e garantias individuais e sociais.
1. Definição
Conjunto dinâmico de preceitos, conceitos e princípios básicos cuja codificação normatiza,
padroniza e orienta comportamentos e linguagem da Atividade, refletindo as crenças mais
fundamentais e duradouras, ou ―propriedades elementares‖ sobre Inteligência, e que se altera
naturalmente ao longo do tempo, por necessidade ou conveniência, pela combinação de teoria, história,
experimentação e prática, tornando-a sempre atualizada, relevante, coerente e útil. A Doutrina enfoca a
forma de pensar, e não o que pensar, permitindo sua execução, supervisão e coordenação em qualquer
nível organizacional, e representando assim, em última análise, um Ideal pelo qual se luta.
2. Abrangência
Esta publicação é limitada às atividades da Escola Superior de Inteligência, podendo, no
entanto, servir, em base voluntária, a qualquer Organização interessada em utilizá-la, desde que seja
devidamente citada como fonte.
3. Propósito
Esta publicação prevê as bases doutrinárias da Escola Superior de Inteligência para a unificação
de seus esforços em Pesquisa, Ensino e Extensão, sem, no entanto, restringir a liberdade de seus
membros em organizar suas atividades da maneira a qual considerem a mais apropriada para cumprir
esses objetivos. Da mesma forma provê as bases para desenvolvimento de publicações específicas,
além capacitar Usuários e Produtores de Inteligência em um melhor entendimento sobre o assunto.
4. Aplicação
Os conceitos desta publicação aplicam-se a todas as atividades desempenhadas no âmbito da
Escola Superior de Inteligência e devem ser seguidos por todos os seus membros, sem restrições ou
exceções de qualquer espécie, recebendo precedência em caso de conflito com qualquer outra
publicação interna ou externa à Organização.
5. Inteligência
Todo trabalho sério sobre Inteligência começa com alguma definição sobre o termo, e todas as
definições estão amaldiçoadas por (LAQUEUR, 1985), que sentenciou ―...todas as tentativas de se
desenvolver ambiciosas teorias sobre Inteligência falharam‖.
A mais curta delas aparentemente é a de (Fitzgibbon, 1977), repetida por (TROY, Winter
1991/92), ―conhecimento do inimigo‖, a qual foi simultaneamente expandida e dividida por (Kent S. ,
1949), quando a definiu simultaneamente como Produto, Organização e Atividade. Outra importante
abordagem é a de junho de 1955 sobre ―Intelligence Activities‖, feita pela 1ª Comissão Hoover,
liderada pelo General Mark Clark, ―Inteligência se refere a tudo o que seja necessário conhecer antes
de iniciar um curso de ação.‖
Historicamente, Inteligência é uma Informação fornecida aos Decisores e que não está
publicamente disponível, ou uma Análise, baseada naquela Informação e igualmente restrita,
produzida por meio de esforços objetivos, sistemáticos e os quais contribuam para se obter novos
Conhecimentos ou uma nova interpretação para os Conhecimentos existentes, visando Assessorar o
Processo Decisório por meio da redução das incertezas do decisor máximo da Organização sobre uma
questão específica. Tecnicamente não prediz o futuro; doutrinariamente não viola leis; e
funcionalmente, é similar ao jornalismo investigativo e à pesquisa científica. Uma vez identificadas
antecipadamente as atividades, capacidades, vulnerabilidades e intenções dos adversários, a
Organização fica em posição de:
a) Prevenir surpresas;
b) Manter vantagens competitivas;
c) Confirmar ou negar planos dos oponentes;
d) Estabelecer contramedidas.
Apesar de que ―o vocábulo ―Informação‖, para nós, tem um significado indefinido, adquirindo
precisão somente quando adjetivado‖ (Chaves, 1970), o termo pretensamente superior ―Inteligência‖
foi inserido no Brasil apenas por uma conveniência política, e de forma completamente equivocada. O
Presidente Collor e seus sucessores decidiram que tudo o que dizia respeito ao período do Movimento
de 1964 deveria ser enterrado (até literalmente, como fez jogando uma pá de cal no buraco de testes
atômicos localizado na Serra do Cachimbo), iniciando pelo SNI, cuja extinção, cumprindo promessa
de campanha, foi o 1º ato oficial no 1º dia de seu Governo, iniciado aos 15 dias de março de 1990.
Sendo necessário criar alguma estrutura de assessoramento decisório específico à Presidência, e com a
proibição oficiosa do uso da palavra "Informação" em sua designação, chegou-se à interessante
conclusão que seria mais conveniente alterar o entendimento do que seria a mesma ―Intelligence‖
traduzida na época da Segunda Guerra Mundial, e que continuava a ser utilizada para designar as
Agências dos estadunidenses (Central Intelligence Agency - CIA) e ingleses (Military Intelligence 5 e
6 - MI-5 e MI-6).
Ocorre que "Intelligence" é, na verdade, um falso cognato, pois, embora sua gênese seja
idêntica à da "Inteligência", ambas derivando do verbo em Latim ―intelligere‖, o qual significa
"entender", "escolher entre", na prática há uma imensa diferença entre elas. Conforme definida nos
dicionários pátrios, Inteligência significa: 1. Faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar;
entendimento, intelecto. 2. Compreensão, conhecimento profundo. 3. Pessoa de grande esfera
intelectual. 4. Conluio, ajuste, combinação". Já para "Intelligence", o ―The American Heritage
Dictionary, Standard Edition‖, oferece as seguintes definições: 1. The capacity to acquire and apply
knowledge. b. The faculty of thought and reason. c. Superior powers of mind. 2. Theology. An
intelligent, incorporeal being, especially an angel. b. Intelligence. Christian Science. The primal,
eternal quality of God. 3. Information; news. 4. Secret information, especially about an actual or
potential enemy. b. An agency, a staff, or an office employed in gathering such information. c.
Espionage agents, organizations, and activities considered as a group. Em Portugal, por exemplo, que é
bem mais consciente e rigorosa sobre o uso da língua, chegando a proibir oficialmente o uso de
palavras estrangeiras caso haja palavras de mesma finalidade em português, tais como ―rato‖ para o
―mouse‖ e ―ecrã‖ para ―vídeo‖ de computador, utiliza-se o termo "Serviços de Intelligence", pela
correta percepção de que o termo simplesmente não tem tradução.
Importante ressaltar que, mesmo o Brasil não tendo uma cultura sólida de rigor nessa questão, o
uso de palavras estrangeiras é naturalmente aceito em situações nas quais sua tradução esbarra na falta
de uma palavra nativa a qual a represente de forma completa, ou mesmo quando essa tradução já tem
um uso diverso, como é o caso de termos como ―marketing‖, ―compliance‖ ou ―backup‖, sendo as
tentativas de sua definição original em palavras nativas exemplos os quais se encaixam nas condições
supracitadas.
Assim, conseguiu-se, com essa nova e desastrada tradução, comparar e associar uma Atividade
a uma Qualidade, pois, enquanto a Intelligence busca subsídios não disponíveis publicamente para
assessorar decisões, ―Inteligência‖ é uma diferenciação entre níveis de intelecto, entre produtos e
serviços, ou pior, meramente um adjetivo, tal como um ―fogão inteligente‖ ou ―serviços inteligentes‖.
De fato, insultando a correta explicação histórica anteriormente comentada de que a palavra designada
para definir o produto final deve conter, em seu próprio significado, toda a precisão necessária a
respeito de seu conteúdo (Chaves, 1970), a própria qualidade ―Inteligência‖ recebe continuamente
adjetivos, tais como ―Competitiva‖ ou ―Empresarial‖, cuja única finalidade, associada à intensa
divulgação da redundante expressão ―Inteligência de Estado‖, é tentar legitimar a transferência de
competências pessoais adquiridas pelos funcionários do Estado para a iniciativa privada, por meio de
consultorias e outras prestações de serviços particulares, mesmo antes do seu desligamento de funções
oficiais. Trata-se meramente de camuflar interesses pessoais sob a forma de uma fictícia ―Taxionomia
da Atividade‖, bem como uma materialização do Princípio de Ockam, segundo o qual, ―se um
fenômeno pode ser adequadamente explicado de uma maneira simples, qualquer explicação mais
complexa dele é, muito provavelmente, equivocada ou desnecessária.‖
Desta forma, ao contrário dos discursos de que Inteligência "é o termo adequado pelo fato de
que seu trabalho se baseia no estudo e na análise, bem como na audácia e no engano, tudo dirigido pela
inteligência humana", de que ―o termo enfatiza o caráter técnico-especializado da atividade‖ ou de que
―a palavra ―informações‖ tem natureza ambígua e não se presta unicamente a definir esse trabalho‖, a
real motivação para o uso do termo, em nosso País, foi uma soma do ressentimento político retro
mencionada com uma infeliz retradução da expressão estrangeira utilizada em todo o mundo para
representar essa Atividade, não tendo nem mesmo qualquer relação com a adoção, pela Atividade, de
meios tecnológicos, como os "Cérebros Eletrônicos" (computadores) ou "Olhos do Céu" (satélites). O
que mais se aproximaria de uma explicação séria para a adoção e disseminação de essa palavra seria a
frase atribuída ao Presidente estadunidense Truman, após a 2ª Guerra Mundial, ―A Guerra nos ensinou
esta lição – temos de obter as informações de modo a dispor delas, quando necessário e quando
solicitado, sob uma forma compreensível e inteligente‖. (RAMSON, 1958)
Ainda sobre a questão das traduções, há um ponto de relevância fundamental para qualquer
estudioso dessa Atividade, que é a sua fidelidade às ideias ali expressas. Como pode ser visto na
página 51 da Apostila ―Glossário de Informações‖ (Coleção Informante do Regime Militar - X9,
1960), a palavra ―Intelligence‖ foi traduzida no Brasil para ―Informações‖, e a palavra ―Information‖
para ―Informe‖. Atualmente, entende-se ―Intelligence‖ como ―Inteligência‖, e ―Information‖ como
―Informações‖, ou seja, o que ontem era o fim de um ciclo, as Informações (―Intelligence‖), hoje é
apenas um insumo desse mesmo processo. Como as palavras originais continuam as mesmas,
representando ontem e hoje, na cabeça dos pensadores, um mesmo conceito, passa a ser essencial
entender se o tradutor de uma dessas obras, quando se deparava com o conceito de ―Information‖, o
traduzia como atualmente se conceitua ―Informe‖, ―Informação‖ ou ―Inteligência‖. A leitura atenta dos
originais mostra que essa falta de uniformidade de conceitos por parte dos tradutores está na base de
muitos equívocos os quais se cometem atualmente no debate dessas obras, em especial as clássicas.
Sendo, porém, o conceito de ―Inteligência‖ definido em Lei, por mais equivocada que seja essa
tradução, torna-se importante não só utilizá-la como referência, bem como observar que é ali colocada
como parte das atividades de monopólio do Estado, tal como a violência, tornando assim termos como
"Inteligência de Estado" redundantes, pois essa atividade, com esse nome, só faz sentido existir no
Estado, e as tentativas de estendê-la para fora de esse limite agregando-lhe adjetivos, como
"Inteligência Competitiva" ou "Inteligência Empresarial", soam tão esdrúxulas como imaginar uma
"Segurança Pública Competitiva", ou a possibilidade de termos "Forças Armadas Empresariais". Como
disse Richard W. Rowan em 1938, ―por trinta e três séculos os especuladores tem exercido mais
influência na História do que os historiadores‖. A Escola lamenta a perda de oportunidade do uso,
pelo País, da palavra original Intelligence, que é universal e detém a essência e o entendimento
inequívoco do que aqui se pretende estudar, e questiona continuamente sobre a conveniência oficial de
se persistir no erro, o qual, por mais disseminado que esteja, continua um erro.
Igualmente notável para os dias de hoje, quando se vive a ilusão de ser possível constituir um
Sistema de Inteligência cujos órgãos integrantes trabalhem ―de forma sistêmica e cooperativa, sem
subordinação‖ (§4 letra ―c‖ da Política Nacional de Inteligência proposta na Mensagem Presidencial
Nº 135/2000), é a advertência, feita em 1958, de que ―seria impraticável, administrativamente, um
ministério do governo tentar coordenar as atividades e produtos das informações dos ministérios e
órgãos de igual nível no governo‖ (RAMSON, 1958). Aparentemente, as ricas lições do passado
representam pouco para os legisladores brasileiros contemporâneos.
(SERRANO, 2008), quando dispara: ―Se Nicolau Copérnico tivesse baseado seus estudos no senso
comum de sua época, talvez tivesse ratificado a ideia de que o Sol gira em torno da Terra‖
Sem dúvida que a passagem das chamadas Eras da Humanidade é marcada por dramáticos
índices de desempenho. O fato de que ―a substituição, pelo vapor, da força originada por animais,
pela água e pelo vento, grosso modo reduziu pela metade o custo marginal da energia necessária para
produzir toda a saída de têxteis inglesa em 1800‖ (Ellickson, 1991), mostra não só, com extrema
clareza, um importante fato sobre o período de avanço tecnológico mais bem estudado da humanidade,
a Revolução Industrial, como sinalizam os números exponenciais que podemos esperar de ―uma Era
da Informação, na qual sua principal mercadoria é a própria Informação (...) Se a Revolução
Industrial reduziu o tempo de travessia dos Estados Unidos dos 22 dias a cavalo, em 1860, para as
atuais 5 horas de jato, o que representa uma magnitude de duas vezes, valor padrão para os avanços
daquela Era, apenas nos últimos 20 anos o avanço em desempenhos computacionais evoluiu em uma
magnitude de seis vezes‖. (Teitelbaum, 2005). Vive-se hoje uma Economia baseada na Informação, a
qual caminha rapidamente para uma emergente Economia da Atenção (Goldhaber, 2006), e certamente
torna-se necessário responder a esse novo patamar de atividade, especialmente a avalanche diária de
informações antes restritas a uns poucos, a qual, no mínimo, encurtou drasticamente o prazo decisório,
procedendo a uma idêntica Revolução no ponto superior da Pirâmide, que é a Inteligência.
Parafraseando Sherman Kent (Kent S. , 1967), "se a Segurança representa o Escudo e a Espada
de uma Organização, Inteligência é a capacidade de determinar onde e quando o escudo deve estar,
bem como a orientação da espada". A relação intrínseca com a Tomada de Decisão, bem como a
possibilidade de utilização não só para fins de Proteção e Segurança como igualmente para os
objetivos de Desenvolvimento dos mais diversos campos de atividades, são características natas e
diferenciais da Inteligência, e da mesma forma, como alerta o Professor Rodrigo Dolabella (Dolabella,
2009), ―o perigo consiste em tornar as Informações um instrumento de defesa dos objetivos de
Governo, e não de defesa dos interesses maiores do Estado, para o que ela é absolutamente essencial
(...) Como saber se a Busca Exploratória age em proveito do Estado, ou do Governo a quem compete
o controle da atividade? Este é um ponto que, com toda a certeza, merece profunda reflexão.‖
Assim, chegamos ao Século XXI, onde os mecanismos de essa Atividade de Estado, nascida da
necessidade de as Agências especializadas em capacitar as autoridades a monitorar ameaças internas e
externas e a pensar e agir em termos de Proteção Nacional, são cada vez mais utilizados pela iniciativa
privada, por meio de adaptações do modelo para auxiliá-los no igualmente intrincado mundo dos
negócios. Em ambos, e independente de nomenclaturas aventureiras, permanecem inalterados os
mesmos fundamentos filosóficos da Inteligência: ―1) ser um instrumento fundamental para a tomada
de decisões em quaisquer níveis; 2) ser de natureza complementar; 3) ser meio e não fim; 4) ter
acesso direto à chefia à qual cumpre assessorar; 5) adequar-se a uma política e servir de instrumento
à estratégia dela decorrente.‖ (Buzanelli, 2004)
6. Contrainteligência
Situada entre os comportamentos opostos da confiança absoluta e da paranoia extrema está a
Contrainteligência, colocada por diversos autores e Instituições, entre elas o Congresso Estadunidense,
como ―atividade relacionada‖ à Inteligência. Tendo como função exclusiva conhecer e controlar a
Inteligência adversa, é portanto uma Atividade de Inteligência específica e que tem como único alvo os
Órgãos de Inteligência adversos.
Um ponto muito relevante nessa definição inicial é a diferença entre os conceitos de Segurança
e Proteção. Aparentemente sinônimos, na verdade reiteram a dificuldade da língua latina em conseguir
traduzir fielmente algumas palavras anglo-saxãs, como é o caso de Segurança, a qual serve
indistintamente para as estrangeiras safety e security. Completamente diferentes em sua essência,
safety diz respeito a situações envolvendo acidentes e incidentes, ou seja, fatos ocorridos sem qualquer
objetivo de se causar prejuízos, enquanto security está relacionada com a preparação e reação a
ameaças de todas as espécies, as quais visam prejudicar pessoas ou organizações de forma intencional.
Desta forma, para fins de divisão de tarefas entre esses diferentes profissionais, convencionou-se que
Segurança seria a tradução para safety, enquanto a tradução correta para security seria Proteção. Essa
padronização consolidou-se e se tornou obrigatória a partir de 12 de dezembro de 2002, com o a
instituição do INTERNATIONAL SHIP AND PORT FACILITY SECURITY CODE - ISPS CODE,
formalizado durante a Conferência Diplomática sobre Segurança, sob os auspícios do Comitê de
Proteção Marítima da Organização Marítima Internacional – IMO.
5. CAPÍTULO 3 – INTELIGÊNCIA
“O que habilita o soberano sábio e o bom general a atacar, conquistar e realizar coisas acima do
alcance dos homens comuns é o conhecimento antecipado.”
(Sun Tzu, 500 a.C)
1. Formação de Inteligência
2. Elementos de Inteligência
Boa parte da dificuldade em se definir claramente o que seja Inteligência vem das diferenças
históricas e filosóficas a respeito do que sejam os seus Elementos. Racionalismo ou Empirismo,
métodos Ocidentais ou Orientais, experiência pessoal ou abstrações mentais, enfim, as maneiras de
compreender e utilizar as partes do todo diferem de maneiras as mais diversas.
A Escola Superior de Inteligência segue o preceituado por (PETTEE, 1946), segundo o qual
―para ser organizado, o trabalho de informações consiste, primeiramente, da colocação de uma massa
de informes brutos como premissas originais. Daí em diante, o processo é uma série de operações
lógicas que produzem conclusões em diversos estágios, cada um dos quais proporciona as premissas
para o próximo estágio. A estrutura tem o feitio de uma pirâmide, desde a base de milhões de
declarações concretas até umas poucas conclusões ou mesmo uma única conclusão final, no vértice.‖
Desta forma, partindo da base para o topo e tendo origem interna ou externa à Organização,
podem ser produzidos ou obtidos os seguintes Elementos de Inteligência:
1. Dado
Fragmento da Realidade, composto pela menor unidade dessa medida possível de ser captada
pelos sentidos e relacionado com o Alvo. Inclui objetos, pessoas, entes, fenômenos e estímulos de
qualquer natureza, podendo ser concretos ou abstratos, os quais, tomados isoladamente, não
estabelecem um contexto ou tem um significado próprio. São, segundo DAVENPORT, 1998,
―observações sobre o estado do mundo‖.
A Operação Intelectual necessária para sua captura é a concepção de ideias, criando na mente a
imagem de determinado objeto sem, contudo, qualificá-lo.
2. Informe
Conjunto de Dados composto por situações, descrições, notícias ou observações as quais
formam um relato ou previsão de um fato relacionado ao Alvo, que apresenta um significado próprio e
se baseia na Operação Intelectual da Formulação de Juízo, pela qual a mente estabelece uma relação
entre as ideias. Seu grau de credibilidade é determinado pela aplicação da Técnica de Avaliação de
Informes, descrita mais adiante.
3. Informação
Constatação de um fato presente ou passado, sendo fruto da Operação Intelectual da Elaboração
de Raciocínios, pela qual a mente, a partir de dois ou mais Juízos conhecidos, alcança outro que deles
decorre logicamente, podendo também resultar:
a) Da confrontação de dois ou mais Informes, os quais tenham alcançado a classificação ―A1‖
após submetidos à Técnica de Avaliação de Informes;
b) De pesquisa, experimentação ou cálculos específicos;
c) Da existência em arquivo.
Pode ser:
a) Básica;
b) Corrente
―[...] as Informações são constituídas de informes avaliados. São produzidas a fim de que os
planejadores e formuladores da política possam tomar decisões efetivamente acertadas. Em sua maior
parte, as Informações Estratégicas — o tipo de Informações exigidas para ser usada em nível nacional
e internacional — são utilizadas na elaboração de planejamento estratégico.‖ (CLAUSER & WEIR,
1975)
4. Conhecimento
A palavra ―Conhecimento‖ é representativa da necessidade de envolvimento humano
nessa produção mental, a qual é derivada da Operação Intelectual da Elaboração de Raciocínios
em associação com as relações que uma determinada pessoa consegue estabelecer entre um
Conjunto de Informações, apresentando um significado para essa pessoa em particular, e sendo
sua sofisticação proporcional à complexidade daquelas relações. Apresenta, desta forma, uma
visão individual sobre o Conjunto de Informações disponível, sendo classificada em duas
categorias possíveis:
a) Tácitas, quando essas relações são estabelecidas de forma majoritariamente
intelectual, baseadas em percepções, e permanecem apenas com aquele que as
estabeleceu, tornando-se parte de seu patrimônio pessoal, e
b) Explícitas, quando as relações em questão são estabelecidas, em sua maioria, de
forma consciente, interpretadas e descritas, ou seja, registradas de alguma
maneira, embora muitas vezes de forma parcial, já que algumas das relações
podem ser feitas de forma tendenciosa, inconsciente ou ser de difícil descrição.
Desta forma, além do fato de que o Conhecimento só poderá ser comunicado se estiver
suficientemente explicitado, sequer há garantias de que ele esteja sendo feito de forma integral,
considerando que, na maioria das vezes, ele estará referenciando não o mundo real, e sim um modelo
do mesmo. Daí se dizer que ―o Conhecimento reside nas pessoas‖.
5. Fontes de Inteligência
Definem as formas como os Elementos de Inteligência podem ser capturados, armazenados e
disponibilizados. Embora tradicionalmente protegidas e de conteúdo negado, atualmente vem
crescendo muito a contribuição recebida de Fontes Abertas, representadas por quaisquer Fontes de
Elementos para o Processo de Formação da Inteligência cujo conteúdo seja de domínio público e livre
acesso. Questão fundamental é a separação dessas operações e seus resultados daquelas realizadas em
Fontes Protegidas, visando garantir a Proteção Operacional do Sistema.
Suas cinco grandes categorias, Pessoas, Organizações, Registros, Objetos e Emanações, podem
ser agrupadas nas seguintes origens, as quais muitas vezes são tratadas por Agências especializadas:
1.Humanas
Fontes de Elementos para o Processo de Formação da Inteligência com foco no Homem, o qual
pode ser amigável, neutro ou hostil.
2.Tecnológicas
Fontes de Elementos para o Processo de Formação da Inteligência com foco na Tecnologia.
a) Sinais
Derivada do conteúdo do espectro eletromagnético, especialmente sistemas de
comunicações, meios acústicos e eletrônicos, inclusive cibernéticos.
b) Imagens
Derivada de fotografias, filmes e sensores, podendo ser de origem física, ótica,
eletrônica, digital ou outros formatos, seja eles estáticos ou dinâmicos.
e) Geoespacial
Representação visual e geograficamente referenciada das atividades na Terra.
Inteligência Geoespacial integra imagens, Inteligência de Imagens e sistemas de
georeferenciamento para criar uma imagem tridimensional, cujas camadas representam a
inter-relação entre as imagens e as informações, sejam essas relacionadas a topografia,
infraestrutura, vegetação, estruturas ou veículos, por exemplo.
f) Biométrica
Reconhecimento da identidade de um indivíduo pelas suas características físicas
únicas, tais como impressões digitais, íris, face, palma da mão, voz, andar ou amostras de
DNA.
Da mesma forma, como caberá ao Decisor Máximo utilizar essa Inteligência, é fundamental
que ele tenha um completo entendimento sobre as capacidades e limitações dessa Atividade, bem
como dos seus conceitos e teorias, cabendo-lhe, em última instância, a supervisão daquele esforço.
1. Planejamento
Embora continuamente conduzidas pela Organização, as Ações de Planejamento são
intensificadas no momento da preparação das atividades. São compostas basicamente por duas
grandes funções:
a) Definição do Problema, e
b) Determinação da Viabilidade de Solução.
Verificação dos Aspectos Essenciais a Conhecer: Verificação dos aspectos essenciais para
os quais o Assessor deve obter novas respostas, novos elementos de convicção para as respostas já
disponíveis e os seus complementos, se necessários.
2. Pesquisa
Atividade pela qual se obtém todos os Elementos de Inteligência necessários sobre o
assunto em questão, oriundos de todas as Fontes de Inteligência, as quais são classificadas em:
a) Primárias, se fornecidas pelos próprios participantes ou observadores diretos
daqueles registros, ou
b) Secundárias, se preparadas com base nos registros das Fontes Primárias.
Das definições acima deduz-se, como alerta (Dolabella, 2009), que ―é exclusivamente das raras
operações de Busca Exploratória que podem advir eventuais afrontas aos direitos e garantias
individuais e que o grande dilema moral não aflige a entidade subjetiva, incorpórea e amoral que é o
órgão, a instituição; ele aflige, apenas e tão somente, o indivíduo, na razão direta das suas crenças
singulares, seus princípios e seus valores.‖
3. Processamento
Atividade de conversão em formato padrão, bem como validação e consolidação dos
Elementos de Inteligência reunidos, por meio de técnicas específicas, muitas vezes recebe o nome de
Pré-Análise ou Colação.
a) Interpretação
Traduções, Conversões, Transcrições, Decriptografia, Compilações
b) Atribuição de Pertinência
Verificação se os Elementos de Inteligência disponíveis se relacionam com o
assunto em questão, retendo os significativos e descartando os não-pertinentes para o
caso específico.
c) Atribuição de Credibilidade
Sistematização, pela Técnica de Avaliação de Informes, da verificação dos
Informes disponíveis quanto à Fonte e ao Conteúdo.
JULGAMENTO DA FONTE
GRAU DE
LETRA IDONEIDADE SIGNIFICADO REQUISITOS
INTEIRAMENTE Atendeu sempre, de maneira positiva, aos aspectos - Atende positivamente aos parâmetros
A IDÔNEA considerados. AUTENTICIDADE, CONFIANÇA e
(100% COMPROVADOS) COMPETÊNCIA.
Em algumas oportunidades, deixou de atender a um ou - Atende positivamente aos parâmetros
NORMALMENTE mais dos parâmetros da avaliação. AUTENTICIDADE e COMPETÊNCIA,
B (70% COMPROVADOS) mas não plenamente à CONFIANÇA.
IDÔNEA
Deixou de atender sempre aos aspectos observados. - Atende de maneira negativa a todos os
(100% NÃO COMPROVADOS). parâmetros.
E INIDÔNEA
JULGAMENTO DO CONTEÚDO
NR CONTEÚDO SIGNIFICADO
CONFIRMADO POR Foi difundido por outra(s) fonte(s) e apresenta um conteúdo coerente e compatível.
1
OUTRA FONTE A redação deverá expressar afirmação (é certo que, é fato que, etc.)
PROVAVELMENTE Embora não tenha sido confirmado por outra(s) fonte(s), apresentou coerência e compatibilidade. A
2
VERDADEIRO redação deverá expressar probabilidade (é provável que...)
POSSIVELMENTE É aquele dado que, apesar de não ser confirmado, é coerente e possui compatibilidade parcial.
3
VERDADEIRO A redação deverá expressar possibilidade (é possível que...)
É aquele dado que, embora coerente, não pôde ser confirmado, sendo pouco compatível com o que já
4 DUVIDOSO se conhece sobre o fato ou situações considerados. (há dúvida quanto ao...)
É o dado que não apresentou compatibilidade, não podendo ser confirmado, entretanto, é coerente. (é
5 IMPROVÁVEL
improvável que...)
VERACIDADE NÃO Não apresentou nenhuma característica dos três parâmetros de avaliação. Este dado não deve ser
6
AVALIADA difundido até que seja possível atribuir-lhe um grau de veracidade.
d) Avaliação
Determinação da importância dos Elementos de Inteligência resultantes em relação à demanda do
Decisor.
4. Análise
Atividade na qual se determina o significado e alcance do material resultante do
Processamento após integrado ao material já disponível em arquivo, buscando estabelecer
relações de causa e efeito, apontar tendências e padrões, além de eventualmente fazer previsões
e estabelecer cenários.
Segundo uma corrente de pensamento moderna, as abordagens tradicionais acima poderiam ser
agrupadas sob o rótulo de "Análise Intuitiva", à qual se oporia uma alternativa, na visão de uns, ou um
complemento, na visão de outros, que seria a "Análise Estruturada", diferindo essa daquela por
acrescentar, ao processamento lógico do material disponível, a sistematização do processo utilizado
pelo Analista, forçando-o a explicitar sua lógica e permitindo revisá-la, e aos seus achados, de forma
clara. São consideradas categorias e técnicas de Análise Estruturada:
a) Decomposição e Visualização
i. Listas de Verificação (―Checklists‖)
ii. Cronologias e Linhas de Tempo
iii. Ordenação de Listagens
iv. Priorização
v. Matriciamento
vi. Análise de Redes
vii. Mapeamento Gráfico
viii. Mapas Mentais
b) Geração de Ideias
ix. Tempestade de Ideias (―Brainstorm‖)
x. 5W2H (What, When, Where, Why, Who, How, How Much)
xi. Morfologia
c) Cenários e Indicadores
xii. Análise Básica
xiii. Análise de Alternativas Futuras
xiv. Geração de Cenários Múltiplos
xv. Validação de Indicadores
d) Geração e Teste de Hipóteses
xvi. Hipóteses Múltiplas
xvii. Análise de Hipóteses Concorrentes
xviii. Mapeamento Argumentativo
e) Análise de Causa e Efeito
xix. Avaliação de Presunções Básicas
xx. Pensamento de Fora para Dentro
f) Recomposição
xxi. Bola de Cristal
xxii. O Que-Se
xxiii. Chapéu Vermelho
xxiv. Auto-Crítica Estruturada
g) Desafio
xxv. Colaboração Adversária
xxvi. Debates Estruturados
xxvii. Advogado do Diabo
xxviii. Método Delphi
h) Suporte à Decisão
xxix. Gerenciamento da Complexidade
xxx. Análise SWOT
xxxi. Pros-Cons-Fixes-and-Faults
Mais recentemente foi proposta uma terceira possibilidade, que é a da utilização de modelos
compostos pela integração das duas metodologias anteriores, chamadas ―Processo de Raciocínio
Integrado de Waltz‖, ―Análise de Tarefas Cognitivas‖ e ―Matriz de Rigor Analítico‖.
O Processo de Formação da Inteligência não é uma Ciência Exata, e os Analistas podem ser
influenciados por diversos fatores, entre eles, culturais, organizacionais, tendência à seletividade,
confirmação ou credibilidade de fontes, ancoramento, paranoia, fetichismo, etnocentrismo, falta de
empatia ou de profundidade, foco excessivo em suas crenças e negação da realidade, analogias
impróprias, pensamento estereotipado ou preconceituoso, Complexo de Poliana (Hipercredulidade) ou
de Cassandra (Hiperpessimismo) ou aversão ao risco. Além do mais, como alertava Churchill apud
(RAMSON, 1958), ―precisamos estar alertas contra as armadilhas existentes nas informações que
resultam de conciliação de pontos de vista divergentes‖.
5. Formalização
Atividade na qual se estrutura o Produto da Inteligência, podendo ser nas formas escrita, oral,
interativa ou gráfica, ou uma combinação delas, muitas vezes realizada por meio de apresentação
gravada ou multimídia. Deve-se tomar cuidado para que a fraseologia utilizada esteja ao alcance do
Decisor, bem como lembrar que esse material é uma publicação formal da Instituição, mesmo sendo
sigilosa, e pode ser manipulada futuramente por qualquer outra pessoa autorizada.
A necessidade de elaborar, além de trabalhos relacionados com fatos e/ou situações passados e
presentes, outros, voltados para o futuro, dão origem aos seguintes Produtos de Inteligência:
a) Boletim
Mantém atualizada a Inteligência sobre um Alvo e os acontecimentos
relacionados, sendo de distribuição periódica.
b) Alerta
Transmite Inteligência a qual necessita ser comunicada de forma imediata,
independente de horário e circunstâncias, visando apresentar situações críticas e apoiar
decisões imediatas.
c) Relatório
Restringe-se aos fatos e sinaliza situações as quais merecem atenção especial do
Decisor. A solicitação de opiniões ou a interpretação de seu significado pelo próprio
Serviço, prerrogativa do Decisor Máximo da Organização, dão origem a prospecções
definidas como Apreciação ou Estimativa.
1. Apreciação
Avaliação das Tendências para o Futuro Imediato
2. Estimativa
Projeção dos Desdobramentos e Linhas de Ação Prováveis dos Alvos em
Estudo. Toda Previsão é uma Estimativa, mas nem toda Estimativa é uma Previsão.
(PLATT, 1962) – ―As estimativas tratam, com freqüência, do futuro, mas não
obrigatoriamente. Um estudo sobre o Exército Arcadiano, abrangendo os cinco últimos
anos, e no qual se assinale progresso em alguns departamentos e retrocesso em outros,
pode terminar com uma estimativa, sob forma de conclusão, de que ´levando em
consideração o conjunto, a eficiência combativa do Exército Arcadiano é muito maior
hoje do que era há cinco anos.´ Aí está o emprego correto do termo "Estimativa",
embora referido, apenas, ao passado e ao presente.‖
1. Técnica de Redação
A Atividade de Inteligência, por ser uma atividade técnica, utiliza terminologia própria, a fim
de possibilitar o exato entendimento de termos e expressões que lhe são peculiares.
Evitar:
a) Os superlativos;
b) Os termos absolutos;
c) Os exageros;
d) Períodos longos;
e) Palavras vulgares e gírias;
f) Frases sensacionalistas ou emotivas;
g) Termos ou expressões desnecessárias ou supérfluas;
6. Entrega
Atividade na qual se transmite o Produto da Inteligência, sendo que, em atendimento ao
princípio da oportunidade, admite-se que seja antecipada em sequência a qualquer outro momento do
Processo, da maneira que for possível e previamente à sua formalização.
b) Marcação de Controle
Momento no qual é feita aposição de marca no Produto da Inteligência, assinalando assim
seu grau de sigilo;
c) Despacho
d) Registro e Arquivamento
O Arquivo é, na verdade, mais do que o local no qual de depositam os documentos
produzidos, o repositório de toda a História da Unidade de Inteligência, sendo um setor de intensa
atividade, tanto como fonte permanente de consulta como na forma de destinatário final do
Processo de Produção da Inteligência.
7. Reavaliação
Atividade na qual se verifica se o Produto de Inteligência entregue foi útil, se atingiu as
expectativas e quais as novas necessidades do Decisor em relação ao assunto tratado. É ainda uma
oportunidade de se revisar o desempenho e efetividade da Atividade na Organização.
7. Operações de Inteligência
Consistem de Ações de Busca, Sistemáticas ou Exploratórias, executadas com o emprego de
técnicas especiais, nem todas originárias da Atividade e muitas com larga utilização fora dessa Área
específica de atuação, seja por jornalistas, psicólogos, diplomatas ou policiais, por exemplo. São elas:
8. Análise de Cenários
1. Lógica aplicada à análise prospectiva
2. Análise diagnóstica de Ambiente
3. Montagem de cenários prospectivos
6. CAPÍTULO 4 – CONTRAINTELIGÊNCIA
“Nenhum Serviço de Inteligência é mais efetivo do que seu componente Contrainteligência por
muito tempo”
(Richard Helms, ex-Diretor da CIA)
Seus dois maiores programas são a Proteção Operacional e a Proteção dos Sistemas de Informação.
O primeiro visa proteger as ações específicas do Processo de Formação da Inteligência e a
Organização em si, enquanto o segundo protege os Elementos de Inteligência e a própria Inteligência
produzida.
Proteção Operacional nega aos adversários a Inteligência ou seus Elementos relacionados às suas
próprias atividades, capacidades, vulnerabilidades e intenções por meio da identificação, controle e
proteção dos indicadores associados ao planejamento e condução de suas operações e atividades,
aplicando as contramedidas necessárias. Embora sua necessidade seja lógica e remeta aos primórdios
dos conflitos humanos, o termo e programas específicos de atuação eram inexistentes até 1967, quando
o Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos (―U. S. Joint Chiefs of Staff‖) iniciou a Operação
―Purple Dragon‖, visando reter o elemento-surpresa dos bombardeios a alvos norte-vietnamitas nas
Operações ―Rolling Thunder‖ e ―Arc Light‖, tendo, após isso, seu estudo e uso se tornado obrigatórios
em todas as esferas do Poder.
Proteção dos Sistemas de Informação protege toda a produção e o próprio produto da Inteligência,
o que, atualmente, resulta em um grande investimento na proteção das redes eletrônicas da
Organização. A vulnerabilidade de essas redes, nas quais transita e é armazenada a maior parte da
Inteligência produzida, bem como os Elementos relacionados, faz com que seja necessário assegurar
que as mesmas operem em um alto nível de integridade, disponibilidade e confidencialidade, e muito
especialmente de legitimação de seus usuários.
1. Medidas Preventivas
De caráter eminentemente defensivo, consistem em:
2. Medidas Reativas
Além das Medidas Preventivas e das Operações de Inteligência, a Contrainteligência conta
ainda com hipóteses de emprego de caráter eminentemente ofensivo, as quais visam neutralizar
operações adversas, a saber:
a. Operações Psicológicas
Atividade cujo emprego remonta à mais longínqua antiguidade, atua sobre o estado
de espírito dos adversários, condicionando-os e submetendo a sua vontade, eliminando,
assim, a necessidade do uso da violência explícita. Especialmente eficaz atualmente pela
abrangência e velocidade dos meios de comunicação, utiliza técnicas de propaganda e
publicidade, visando influenciar, induzir ou reafirmar atitudes e comportamentos favoráveis
à sua causa.
b. Operações Encobertas
Mais uma atividade política do que propriamente de Inteligência, são utilizadas com
muita cautela pela Área de Operações Psicológicas. Envolvem, entre outras, a veiculação de
estórias favoráveis à Organização pela imprensa, nas quais não pode ser percebido o
direcionamento ou mesmo o envolvimento da Organização em sua confecção. Trata-se de
atividades para as quais é necessária a aprovação por escrito da autoridade máxima da
Organização.
c. Contramedidas
i. Contraespionagem
ii. Contraterrorismo
iii. Contrasabotagem
iv. Contrapropaganda
v. Desinformação
3. Gerenciamento de Crises
Contingência
As organizações devem estar preparadas para as eventualidades que possam ser
geradas por fenômenos naturais (causados pela natureza) ou artificiais (causados pelo próprio homem).
A eficácia da Contrainteligência está diretamente relacionada à capacidade de antecipação perante
situações inusitadas, ou seja, quanto mais proativa perante as possibilidades de ocorrência de crises,
melhor será o resultado obtido caso seja necessário o emprego das medidas estabelecidas no Plano de
Contingências, que é o documento que normatiza o gerenciamento dos processos inerentes às medidas
a serem adotadas para mitigar os efeitos da crise.
De forma geral, planejar uma estrutura de Inteligência inclui orçar as necessidades com
equipamentos de todo tipo (especialmente hardware e software para informática e
telecomunicações), materiais de proteção e segurança física e eletrônica, redundância,
procedimentos administrativos e fluxo de dados, técnicos de apoio, treinamento contínuo e
reciclagem constante de todo o pessoal envolvido.
A escolha dos Analistas deve considerar que os mesmos necessitarão elaborar periodicamente,
por sua iniciativa própria, estudos profundos sobre tópicos específicos, visando principalmente
antecipar a necessidade de contar com arquivos atualizados os quais subsidiem prontamente
operações ou decisões futuras, e atentar para os seguintes pontos: Expressão Escrita, Compreensão
de Leitura, Compreensão Oral, Raciocínios Indutivo e Dedutivo, Reconhecimento de Padrões e
Ordenamento de Informações.
1. Mensuração
A mensuração será executada em pelo menos duas áreas:
a. Qualidade do Auxílio aos Decisores;
b. Competência na Predição de Eventos.
8. ANEXOS
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1. Legislações Nacionais
BRASIL. Decreto n. 3.505, de 13 de junho de 2000. Institui a Política de Segurança da
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2. Legislações Estrangeiras
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Operations and Headquarters United States Marine Corps. Marine Corps Warfighting Publication
(MCWP) 2-14, Counterintelligence.
5. Outros Documentos
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. III ENCONTRO DE ESTUDOS:
DESAFIOS PARA A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA NO SÉCULO XXI. Brasília, 2004.
6. Livros Nacionais
ANTUNES, Priscila Carlos Brandão. SNI & ABIN: ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA - UMA
LEITURA DA ATUAÇÃO DOS SERVIÇOS SECRETOS BRASILEIROS AO LONGO DO SÉCULO XX.
Rio de Janeiro, 2001
CARDOSO, Alberto Mendes. OS TREZE MOMENTOS: ANÁLISE DA OBRA DE SUN TSU. Rio de
Janeiro: Biblioteca do Exército, 1987
MATTOS, Carlos de Meira. Carlos de Meira. Estratégias militares dominantes: sugestões para uma
estratégia militar brasileira. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército (Coleção General Benício, v. 239), 1986, 100
p.
____________. Geopolítica e modernidade: a geopolítica brasileira. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército
(Coleção General Benício, v. 386), 2002, 160 p.
USTRA, Carlos Alberto Brilhante. A Verdade Sufocada: a história que a esquerda não quer que o Brasil
conheça. 2ª Ed. Brasília: Editora Ser, 2006.
7. Livros Estrangeiros
CASTELLS, Manuel. THE RISE OF THE NETWORK SOCIETY, Oxford: Blackwell
Publishers, 1996
14. CONTRIBUIÇÕES
A publicação da Doutrina e Método da Escola Superior de Inteligência tem por objetivo divulgar, a
todos que desejem conhecer e contribuir em seu desenvolvimento, um documento em permanente
evolução. As contribuições para o seu aperfeiçoamento contínuo estão oficialmente a cargo da
LINHA DE PESQUISA EM DOUTRINAS COMPARADAS do GRUPO DE PESQUISAS EM
INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA do CNPq; entretanto, qualquer leitor que se sinta
apto a fazê-lo é encorajado a remeter, a qualquer tempo, suas considerações para
diretor@antecipar.com.br