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PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

1.1 Princípios: introdução e princípios gerais do Direito Processual

Os princípios se definem como a origem, fundamento ou base sobre a qual se discorre sobre
qualquer matéria. Dentro do sistema jurídico, é um elemento que possui elevada importância,
pois não há direito sem princípios. Segundo Miguel Reale 1:

Os princípios são “verdades fundantes” de um sistema de


conhecimento como tais admitidas, por serem evidentes ou por
terem sido comprovadas, mas também por motivos de ordem
prática de caráter operacional, isto é, como pressupostos exigidos
pelas necessidades da pesquisa e da praxis.

No mesmo sentido, ensina Geraldo Ataliba 2 “os princípios são a chave e essência de todo direito;
não há direito sem princípios. As simples regras jurídicas de nada valem se não estiverem
apoiadas em princípios sólidos.” Desta feita, são os princípios quem norteiam e inspiram as
normas jurídicas.

Bezerra Leite (2017) assevera que no sistema jurídico é necessária a subdivisão dos princípios,
para haver uma coerência interna dentro do mesmo; assim, harmonicamente os princípi os se
subdividem em gerais e especiais.

Nesse diapasão, o Direito Processual do Trabalho utiliza-se de princípios gerais do processo,


além de possuir também seus princípios específicos. que segundo Os princípios gerais do
processo são aqueles comuns a todos os ramos processuais, e mormente inspirados no artigo 5º
da Constituição Federal. Relembremos então esses princípios outrora já vistos:

PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU ISONOMIA

PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO

PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA

PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ

1 REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. Ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p.
(colocar número da página!!)

2 “Mudança da Constituição”, RDP 86/181 apud Revista do Advogado da Associação dos


Advogados de São Paulo, nº 51, Outubro/97, artigo “Princípios e origens da lei de arbitragem” de
autoria de Selma Maria Ferreira Lemes, p. 32.
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES

PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL

PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO

1.2 Princípios peculiares do Direito Processual do Trabalho

Conforme já explicitado, o Direito Processual do Trabalho possui alguns princípios peculiares,


que segundo Mauro Schiavi 3 “lhe dão autonomia e razão de existência”. Ou seja, na seara do
Direito do Trabalho, tais princípios irão conferir a eficiente aplicabilidade da justiça na
tramitação e execução dos processos trabalhistas.

1.2.2 Princípio da proteção

Este princípio deriva do princípio da igualdade, uma vez que busca igualar as partes no processo
trabalhista, considerando que o empregado constitui parte hipossuficiente em relação ao
empregador, portanto busca-se compensar essa desigualdade, com base no referencial de
justiça, que se traduz em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais.

Assim, podemos vislumbrar a aplicação deste princípio nos seguintes exemplos:

- Gratuidade da justiça: via de regra, é mormente deferida ao empregado, conforme art. 790, §§
1º e 3º da CLT;

- Ausência em audiência trabalhista: se o ausente for o reclamante (que geralmente é o


empregado), haverá arquivamento do processo; porém se ausente o reclamado (geralmente o
empregador) caracteriza-se revelia; (art. 844 CLT)

- Inversão do ônus da prova em favor do trabalhador;

3 SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho. 12. Ed. São Paulo: LTr,
2017, p. 125.
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 15. Ed. São
Paulo: Saraiva, 2017.
BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Consolidação das Leis do
Trabalho. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 1º mai. 1943.
- Nos casos de recursos, o depósito recursal é exigido apenas do empregador, quando este for o
recorrente, conforme art. 899, § 4º da CLT.

1.2.3 Princípio da finalidade social

Por este princípio o Juiz deve ter uma participação mais ativa no processo, conduzindo-o de
maneira célere e assegurando a igualdade entre as partes, atendendo aos fins sociais relativos ao
bem comum. Nesses termos, Carlos Henrique Bezerra Leite 4 ensina que:

“A diferença básica entre o princípio da proteção, acima referido,


e o princípio da finalidade social é que, no primeiro, a própria lei
confere a desigualdade no plano processual; no segundo,
permite-se que o juiz tenha uma atuação mais ativa, na medida
em que auxilia o trabalhador, em busca de uma solução justa, até
chegar o momento de proferir a sentença.”

1.2.4 Princípio da busca da verdade real

Este princípio é derivado do princípio da primazia da realidade, próprio do direito material do


trabalho. Por ele, os juízes, na busca da verdade real, terão ampla liberdade para conduzir o
processo, não se limitando às provas constantes nos autos do processo, por exemplo, mas
podendo valer-se de quaisquer outros meios para o real esclarecimento dos fatos.

1.2.4 Princípio da conciliação

O artigo 764 caput da CLT prevê: “Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação
da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação”. O referido código ainda determina
que no procedimento comum, a conciliação deve ser tentada em dois momentos: antes do
recebimento da defesa( art. 846) e após as razões finais, antes da sentença (art. 850), já no
procedimento sumaríssimo a conciliação poderá ocorrer em qualquer momento da audiência,
conforme se verifica no artigo 852 – E: “Aberta a sessão, o juiz esclarecerá às partes presentes
sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão, para a solução
conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência”.

Uma vez aceita a conciliação proposta, esta valerá como decisão irrecorrível para as partes, salvo
para a Previdência Social, quanto às contribuições que lhe forem devidas . (art. 831)

1.2.5 Princípio da oralidade

O princípio da oralidade na Justiça do trabalho traduz maior celeridade na solução dos conflitos,
simplificando os procedimentos jurisdicionais. Com efeito, versa a CLT que a petição inicial pode

4 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 15. Ed. São
Paulo: Saraiva, 2017, p. 112.
ser apresentada de maneira verbal (art. 840, parágrafo 2º, CLT), o mesmo ocorrendo com a defesa
igualmente, em audiência (art. 847, caput, CLT), as razões finais são verbais (art. 850, CLT), os
protestos em audiência são verbais (art. 795, CLT), o que torna o processo trabalhista ágil e célere.
Para MAURO SCHIAVI:

“sob a ótica do processo do trabalho, o princípio da oralidade


constitui um conjunto de regras destinadas a simplificar o
procedimento, priorizando a palavra falada, concentração dos
atos processuais, com um significativo aumento dos poderes do
juiz na direção do processo, imprimindo maior celeridade ao
procedimento e efetividade da jurisdição, destacando o caráter
publicista do processo.” (2017, pág. 131).

1.2.6 Princípio da normatização coletiva

Este princípio confere exclusivamente a Justiça do Trabalho brasileira o poder normativo, onde
possui competência constitucional para criar normas por meio da sentença normativa. Isso ocorre
nos casos de haver lacunas na lei, segundo Mauro Schiavi : “por isso se diz que o poder normativo
da Justiça do Trabalho atua no vazio da lei, ou seja, quando não há lei dispondo em questão” (p.
139). Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite:

“A Justiça do Trabalho brasileira é a única que pode exercer o


chamado poder normativo, que consiste no poder de criar
normas e condições gerais e abstratas (...), proferindo sentença
normativa (...) com eficácia ultra partes, cujos efeitos irradiarão
para os contratos individuais dos trabalhadores integrantes da
categoria profissional representada pelo sindicato que ajuizou o
dissídio coletivo.”

1.2.7 Princípio da concentração dos atos processuais

O Direito Processual do Trabalho procura concentrar os atos do processo, a fim de propiciar a


celeridade. Em uma única audiência, por exemplo, é possível termos a apresentação de defesa,
manifestação da parte contrária, oitiva das partes e das testemunhas, razões finais e, inclusive,
prolação de sentença.

1.2.8 Princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias

As decisões interlocutórias proferidas no processo do trabalho somente poderão ser recorridas


por meio de recurso da decisão final.

O artigo 893, parágrafo 1º, da CLT prevê:


Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos:§ 1º
- Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou
Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das
decisões interlocutórias somente em recursos da decisão
definitiva.

1.2.9 Outros princípios

Além dos princípios supra mencionados, outros princípios são citados pelos doutrinadores como
peculiares do Direito Processual do Trabalho, tais como os princípios da simplicidade, da
celeridade, da despersonalização do empregador e da extrapetição. Porém como assevera Carlos
Henrique Bezerra Leite, estes princípios também são comuns ao processo civil.
2. RELAÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO COM OUTROS RAMOS
DO DIREITO

De acordo com Carlos Eduardo Bezerra Leite, o Direito Processual do Trabalho possui caráter
transdisciplinar, pois relaciona-se tanto com as demais ciências sociais e humanas, como com
outras disciplinas jurídicas.

No âmbito jurídico ele possui ligação com as seguintes disciplinas:

a) Direitos humanos: pelo caráter instrumental do Direito Processual do trabalho, que


proporciona o acesso á justiça pelo empregado, além de protege-lo, resguardando a
dignidade humana à ele intrínseca, conforme preceitua o art. 8° da Declaração
Universal dos Direitos Humanos: “Todas as pessoas têm direito a um recurso efectivo
dado pelos tribunais nacionais competentes contra os atos que violem os seus direitos
fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.”

b) Direito processual: “O direito processual é gênero do qual são espécies o D. Processual


Penal, o D. Processual Civil e o D. Processual do Trabalho” (Bezerra Leite). Muitos
conceitos como de ação, autor, réu, exceção, reconvenção e recursos são trazidos do
âmbito do D. Processual e e empregados no processo do trabalho . A CLT prevê, no art.
769, Que nos casos de lacuna ou omissão legislativa, a fonte subsidiária é o Processo Civil.

c) Direito Constitucional: Se relacionam com os princípios da dignidade da pessoa humana,


valor social do trabalho, devido processo legal, princípio do acesso a justiça, a
Constituição Federal também prevê a organização e composição da Justiça do Trabalho.
Arts. 111 a 117.

d) Direito do Trabalho: O Direito processual do trabalho é instrumento que vai assegurar


a concretização e a efetivação das normas do Direito do Trabalho. Entretanto, o D.
Processual do Trabalho possui norma próprias que são de processo e não de direito
material

e) Direito Civil: Muitas normas previstas no D. Civil são aplicadas no processo do trabalho,
O direito civil é fonte subsidiária do Direito Processual Civil, uma vez que oferece os
conceitos de pessoas naturais e jurídicas, bem como capacidade para os atos da vida civil
, direitos da personalidade, atos e fatos jurídicos, prescrição e decad^Çencia, etc.
f) Direito administrativo: se relacionam quanto à organização da própria justiça do
trabalho e do regime jurídico dos seus servidores.

g) Direito penal: Nas quest~eos que dizem respeito à aplicação da justa causa para a
dispensa do empregado, crime de falso testemunho, falsa perícia, fraude processual,
coação no curso do processo, crimes de funcionários públicos da justiça do trabalho.

h) Direito tributário: O D. Processual do Trabalho relaciona-se com o Direito Tributário


quando é da utilizaçãoa Lei 6.830/80 (lei de execução fiscal), por força do art. 889 da
CLT, se não houver disposição para a execução, em primeiro lugar será utilizada esta lei,
portanto, esta é de aplicação subsidiária no processo do trabalho Imposto de renda,
contribuição previdenciária.

i) Direito Empresarial –relacionam-se especialmente quanto a falências e recuperações


judiciais

j) Direito previdenciário: a Justiça do Trabalho passou a ser competente para executar as


contribuições previdenciárias reconhecidas em suas decisões.

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3 . ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Evolução histórica da Justiça do Trabalho brasileira

Em razão do grande número de conflitos trabalhistas, surgiram os primeiros órgãos da Justiça do


trabalho, que eram basicamente destinados a solução desses conflitos, por meio da conciliação.

Numa primeira fase, eram os Juízes de Direit quem apreciavam as questões trabalhistas.
Posteriormente, em 1922, foram estabelecidos os Tribunais Rurais, primeiros órgãos da Justiça
do Trabalho, em razão da economia predominantemente rural do Estado de São Paulo.

Com o advento da Revolução de 1930 e industrialização brasileira, foram criadas as Juntas de


Conciliação e Julgamento e as Comissões Mistas de Conciliação em 1932. Nelas, somente os
empregados sindicalizados possuíam o direito de ação.

Fora mencionada a instituição de uma Justiça do Trabalho nas Constituições de 1934 e 1937,
porém não chegaram a ser estruturadas, e com a ressalva de que ela não faria parte do Poder
Judiciário. Somente em 1946 que isso foi mudado, de acordo com o artigo 123 da CF do mesmo
ano, que a Justiça do Trabalho passou então a integro Poder Judiciário.

A justiça do Trabalho, no entanto era representada por juízes classistas, isto é, juízes que não
possuíam formação jurídica, sendo meros representantes recrutados nos Sindicatos. A EC. 24/99
então extinguiu a representação classista, e as Jusntas de Conciliação e Julgamento se tornaram
Varas do Trabalho, sendo que nelas, só poderiam atuar juízes com formação jurídica.

Posteriormente a EC 45/04 ampliou a competência da Justiça do Trabalho para apreciar diversas


coisas das relações de trabalho , conforme art. 114 da CF. Contudo, com essa ampliação de
competência a Justiça do trabalho atualmente é desafiada a enfrentar a grande demanda de
processos com a necessidade de mais Varas e Juízes para atender de maneira célere os conflitos
que se apresentam cada dia mais na seara trabalhista.

Órgãos da Justiça do Trabalho

Estabelece o art. 111 da CF/1988 que são órgãos da Justiça do Trabalho:

- O Tribunal Superior do Trabalho (TST): órgão de terceiro grau, composto pelos ministros do
TST

- Os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs): órgãos de segundo grau, composto por Juízes do
TRTs

- Os Juízes do Trabalho: órgãos de primeiro grau, que atuam nas Varas do Trabalho.

Juízes do Trabalho
Com a extinção das Juntas de Conciliação e Julgamento (EC 24/99), os juízes do trabalho
passaram a atender as demandas de primeiro grau nas Varas do Trabalho, conforme art. 116 da
CF.

Nas Comarcas onde não houver juiz do trabalho, atrbui-se ao Juiz de Direito a competência para
atuar nas causa trabalhistas, cabendo recurso ao Tribunal Regionl do Trabalho.

O Juiz do Trabalho ingressa na carreira como Juiz substituto - que possui as mesmas
prerrogativas e deveres do titular, atuando de maneira auxiliar,, e somente após dois anos de
exercício é promovido a Juiz titular, podendo posteriormente tornar-se Juiz do Tribunal Regional
do Trabalho e até mesmo Ministro do TST.

Destaca Mauro Schiavi como papel do juiz do trabalho:

“O magistrado trabalhista deve moderno deve, necessariamente, ser imparcial, oportunizando às


partes as mesmas faculdades nbuo processo...........

Dos Tribunais Regionais do Trabalho

Os TRTS surgiram em substituição aos Conselhos Regionais do Trabalho, e tem como função
julgar os recursos ordinários advindos em face das decisões das Varas de Trabalho.

Atualmente, conforme o art. 674 da CLT, há no Brasil 24 TRTs, sendo que dois deles se situam no
Estado de São Paulo, e o restante distribuído entre cada estão brasileiro, com exceção dos Estados
do Tocantins, Amapá, Roraima e Acre.

Para garantir o total acesso a justiça pela sociedade, oram instituídas as chamadas Camaras
regionais, que funcionam como descentralização dos TRTS nos Estados em que não possuem
TRT.

Também a a chamada Justiça Itinerante, que reliza por exemplo audiências e outras funções
jurisdicionais nos limites territoriais das respectivas jurisdições, ara favorecer aqueles rque
residem distante dos grandes centros.

O ART. 115 da CF dispõe que os TRTs devem ser compostos de no mínimo sete juízes recrutados
quando possível nas respectivas regiões e nomeados pelo Presidente da República, dentre
brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos; sendo que um quinto dentre
advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício; os demais, mediante promoção
de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente.
Tribunal Superior do Trabalho
4 . COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Nas palavras de Athos Gusmão Carneiro (apud Mauro Schiavi pg. 217), a competência é a “medida
da jurisdição”, ou seja, é o limite de jurisdição de cada órgão judicial. Assim sendo, todo juiz possui
jurisdição, porém ela é limitada para atuar somente em determinadas matérias ou espaços,
segundo sua competência. Na Justiça do trabalho, os critérios que determinam a competência
são: a matéria, as pessoas, a função e o território.

Competência material

A competência material decorre da causa de pedir e do pedido, isto é, a matéria da qual está sendo
deduzida em juízo.

O art. 114 da CF/88 elenca em seus incisos a competência material da Justiça do Trabalho.

- Ações oriundas das relações de trabalho

A EC 45/04 possibilitou a Justiça do Trabalho julgar ações oriundas não só da relação de emprego,
mas também ações decorrentes das relações de trabalho, sendo que relação de emprego
corresponde a qualquer vínculo por meio do qual uma pessoa executa obras ou serviços para
outrem, mediante o pagamento de uma contraprestação. Nela inclui-se por exemplo a relação de
trabalho autônomo, eventual, avulso, voluntário , estágio, etc.

--Relações de consumo

Segundo o Código de defesa do Consumidor, a relação de consumo é passível de prestação pessoal


de serviços Nos litígios entre fornecedor e consumidor, discute-se se haveria competência
material da Justiça do Trabalho para atuar. Na visão de Renato Saraiva caso essa relação diga
respeito a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, a Justiça do Trabalho não teria
competência para o seu processamento e julgamento, pois o objeto da causa não estaria
relacionada com uma relação de trabalho. Por outro lado, caso o litígio se refira a uma relação de
trabalho existente, a Justiça do Trabalho poderia ser competente.

--Acidente de trabalho

Compete a Justiça Cível Comum processar e julga as lides decorrentes de acidente de trabalho,
devendo sua proposição ser feita pelo empregado (acidentado segurado) em face do Instituto
Nacional da Seguridade Social na Justiça Ordinária.
- Entes de direito público externo

São considerados entes de direito público externo os estados estrangeiros e os organismos


internacionais, restando saber se eles se submetem à jurisdição brasileira ou são imunes à ela.
Segundo o entendimento do STF, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar
demandas envolvendo tais entes, mas não possui competência para executar seus julgados, ou
seja há para eles a chamada “imunidade de execução”.

- Servidores da Administração Pública

O STF se posicionou no sentido de ser a Justiça do Trabalho incompetente para a apreciação de


causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores a ele vinculados por típica relação
estatutária. Porém, se o litígio envolve o empregado público e a administração pública, regidos
pela CLT, então a Justiça do Trabalho poderá julgar e processar os dissídios.

- Ações que envolvem direito de greve

Segundo Mauro Schiavi, “diante da EC 45/2004, a Justiça do Trabalho detém competência


material para todas as ações que sejam relacionadas, quer direta, quer indiretamente, ao exercício
do direito de greve. Portanto, tanto as ações prévias (inibitórias), para assegurar o exercício do
direito de greve para a classe trabalhadora, como as ações possessórias, para defesa do patrimônio
do empregador, como as ações para reparação de danos, tantos aos trabalhadores como aos
empregadores, e até danos causados aos terceiros, são da competência da Justiça do Trabalho.”

- Ações sobre representação sindical


Com a nova redação do art. 114 da CF, a Justiça do Trabalho é competente para apreciar toas as
ações envolvendo matéria sindical no âmbito trabalhista, uma vez que o Direito sindical integra o
Direito do Trabalho.

- Mandados de segurança, habeas corpus e habeas data

O art. 114, IV da CF/1988, trouxe a competência para a Justiça do Trabalho processar e julgar os
mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver
manteria sujeita a sua jurisdição.

Segundo Mauro Schiavi, “ há a possibilidade de impetração de habeas corpus na Justiça do


Trabalho quando o empregador ou tomador de serviços restringirem a liberdade de locomoção
do empregado ou trabalhador por qualquer motivo, como em razão do não pagamento de
dívidas.”

Já o habeas data proporciona o conhecimento de informações relativas á pessoa do impetrante,


constantes de registros públicos ou bancos de dados de entidade governamentais ou de caráter
público. Na Justiça do Trabalho. Ele possibilita ao trabalhador o acesso a dados pessoais
constantes de bancos de dados em poder do empregador.

- Ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de


trabalho

Qualquer dano moral ou patrimonial sofrido pelo empregado em face do empregador será
apreciado pelo Tribunal Trabalhista. Tal entendimento já foi firmado pelo TST na súmula 392:
“Nos termos do art. 114 da CF/1988, a Justiça do Trabalho é competente para dirimir
controvérsias referentes à indenização por dano moral, quando decorrente da relação de
trabalho”.

- Conflitos de competência

Os conflitos de competência serão resolvidos entre órgãos com jurisdição trabalhista.


- Ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho

Com o advento da EC 45/2004, a Justiça do Trabalho passou a ser competente para processar e
julgar “qualquer ação”, seja ela de conhecimento, cautelar ou de execução que tenha por objeto
matérias relacionadas a penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de
fiscalização do trabalho.

Competência pessoal

A competência em razão das pessoas é determinada em virtude da qualidade da parte que figura
na relação processual, isto é, determina quem pode demandar na Justiça do Trabalho.

Carlos Henrique Bezerra Leite pondera que as lides entre empregados urbanos e rural e seus
empregadores serão apreciadas pela Justiça do Trabalho. Já as lides entre trabalhadores
doméstico, avulso, temporário e eventual e empregadores somente serão de competência da
Justiça do Trabalho se: (pg 341)

a) houver permissão infraconstitucional em tal sentido;


b) se não existir norma infraconstitucional específica prevendo a competência da Justiça
Comum;
c) ou, nessa última hipótese, e sobrevier lei deslocando a competência para a Justiça do
Trabalho.

Quanto aos trabalhadores autônomos, empreiteiro pessoa física, corretores e profissionais


liberais, estes poderão demandar na Justiça do Trabalho.
Cabe destacar que antes da EC 45/04, o critério de competência da Justiça do Trabalho era
eminentemente pessoal, isto é, somente em razão das pessoas de trabalhadores e empregadores.
Após a emenda, essa competência passou a ser em razão da relação de trabalho. No entendimento
de Mauro Schiavi, mesmo que a Constituição Federal mencione a competência em razão das
pessoas, em seu art. 114, esse critério passou a ser secundário, já que a relação de trabalho passou
a ser fator primordial .

Competência Funcional

A competência funcional é determinada em razão das atribuições especiais de cada órgão


judicial da Justiça do Trabalho, ou seja, quais atos pode praticar um juiz num determinado
processo.

Competência funcional das Varas do Trabalho

A competência funcional das Varas do Trabalho está disciplinada nos artigos 652, 653 e 659 da
CLT, sendo nesses casos competência originária, pois inicia-se no primeiro grau de jurisdição.
Compete à execução das sentenças proferidas na vara, o despacho dos recursos interpostos pelas
partes, a concessão de liminar em reclamação trabalhista nas hipóteses do art. 659 da
Consolidação das Leis do Trabalho.

Competência funcional dos TRTs

De competência recursal, os TRTs podem ser divididos em turmas ou não. Quando divididos em
turmas, a competência segue o disposto no art. 678 da CLT. Quando não divididos, segue o
disposto no art. 679. O art. 680, por sua vez ainda estabelece outras competências dos TRTs. À
eles cabe a apreciação originária de ação rescisória, mandado de segurança, matéria
administrativa e conflitos de competência entre juízes ligados ao Tribunal Regional.

Competência funcional do TST

A competência funcional do TST é definida pela Lei 7.701/88, a qual estabelece a competência
do Tribunal Pleno, da seção especializada em dissídios coletivos, da seção especializada em
dissídios individuais e das turmas do TST. O Regimento Interno do TST também dispõe sobre
a composição e competência do Órgão Especial do Tribunal Superior do Trabalho e sobre os
temas tratados pela lei mencionada.

É competente para julgar os recursos interpostos de decisões dos Tribunais Regionais do


Trabalho, os agravos de instrumento interpostos em razão de decisão do Presidente de Tribunal
Regional que negue seguimento a recurso de revista, os agravos regimentais e embargos de
declaração opostos a seus julgados.
Competência territorial

A competência territorial é definida em razão do lugar/foro sobre o qual irá atuar órgão
jurisdicional. É atribuída geralmente ás Varas do Trabalho, pois são órgãos de primeira instancia
na Justiça do Trabalho, e está disciplinada do art. 651 da CLT.

Segundo o mencionado artigo, a demanda trabalhista deve ser proposta na localidade que o
trabalhador prestou o serviço, ainda que tenha sido contratado em outro local ou estrangeiro.

No caso de viajantes e agentes, tendo em vista que prestam serviços movimentando-se em


localidades diferentes, a Vara competente é a da localidade em que prestam contas dos seus
serviços ao superior hierárquico.

Para empresas que promovem atividades em mais de uma localidade, é competente a Vara tanto
do local onde o empregador estiver exercendo a atividade como a da sua sede.

No caso das empresas brasileiras que mantem empregados trabalhando em filiais situadas em
outros países, o empregado está sujeito às leis do país em que trabalha e a sua jurisdição. Porém
a nossa legislação processual não excluiu a possibilidade da ação no Brasil.

Importante salientar ainda, que os TRTS possuem competência territorial limitada para atuar em
determinada região, geralmente um Estado. Por sua vez o TST possui competência racione loci
para atuar sobre todo o território nacional.

ÓRGÃOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, são órgãos auxiliares da justiça do trabalho: secretaria,
distribuidores, oficiais de justiça avaliadores.

Secretarias: As Varas do Trabalho possuem uma secretaria que, recebe petições, faz autuações
e demais serviços determinados pelo Juiz (art. 711 da CLT). As secretarias são dirigidas pelo
Diretor de Secretaria, que prepara os despachos para o juiz, cumprindo as determinações deste.
(art. 712 da CLT)

Nos Tribunais Regionais também terão secretarias, dirigidas por um secretário. (art. 718 da CLT)
O secretário, exercerá a mesma função que exerce o diretor da secretaria da Vara, além de mandar
os processos a conclusão do juiz presidente e da organização e manutenção de um fichário de
jurisprudência do tribunal para consulta dos interessados.
Distribuidores: Existindo mais de uma vara na localidade, haverá um órgão distribuidor, que
irá distribuir as reclamações trabalhistas e os processos. Os distribuidores podem fornecer recibos
ou certidões da distribuição.

Oficiais de Justiça: desempenha os atos determinados pelo Juiz da vara do Trabalho. Em geral
fazem as citações nas execuções, mas podem também notificar testemunhas, traze-las à Juízo, ou
fazer as citações nos processos de conhecimento onde haja problema de endereço, e outros. É
também avaliador, onde avalia os bens objeto da constrição. Portanto atua o oficial de justiça
avaliador principalmente na fase executória, promovendo a citação, penhora, busca e apreensão
e avaliação de bens penhorados.

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