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O texto que segue foi escrito com a intenção de introduzir as ideias teóricas e
históricas fundamentais de Robert Kurz na historiografia académica e torná-
las fecundas em pesquisas futuras. É óbvio que a prestação da crítica do valor
e da crítica da dissociação-valor tem de superar obstáculos significativos na
comunidade científica. Afinal as chamadas linhas de uma nova teoria crítica
desenvolveram-se longe das formas académicas convencionais, e a ciência da
história, se de algum modo orientada para a teoria social, já na década de
1970 se desligou do discurso marxista e se virou para o pós-estruturalismo.
Consequentemente, entre a crítica da dissociação-valor e a ciência da história
– bem como as ciências sociais académicas em geral – vigora até hoje a
completa ausência de relacionamento.
Os esforços para a publicação deste artigo numa revista especializada de
ciência da história só em parte foram coroados de sucesso: Uma versão muito
reduzida acabou por ser publicada sob o título de Robert Kurz, a "crítica do
valor" e a teoria social radical ou É Karl Marx ainda relevante para a história?
Na revista WerkstattGeschichte nº 72, 2016, pp. 65-76.
Depois de o "socialismo realmente existente" ter perecido de repente em 1989-1991, parecia ter entrado
definitivamente no museu das ideias perdidas a visão do mundo do materialismo histórico, do marxismo-
leninismo e não só. Também as numerosas ideias desviadas de Karl Marx nos círculos social-democratas,
socialistas de esquerda ou marxistas heterodoxos do Ocidente liberal de repente foram consideradas tão
obsoletas, até mesmo para os membros desses grupos, como a crença bíblica na criação em face da revolução
darwiniana. No campo das ciências sociais, onde tinha havido uma tradição de "marxismo ocidental" na
realidade marginal, embora respeitada, pouco influenciada pela política quotidiana – pense-se da Escola de
Frankfurt e seus derivados, mas também para a recepção do pensamento de Antonio Gramsci – as
"abordagens" que se referiam a Marx desapareceram quase completamente do discurso. Claro que continua a
haver um certo número de filósofos, cientistas sociais, geógrafos e antropólogos – e maîtres penseurs actuais
como Alain Badiou e Slavoj Žižek – que vêem em Marx um pensador ainda fecundo. (1)
Na ciência da história académica, o confronto com as ideias de Marx parece não apenas marginal, mas
completamente desaparecido. Se antes havia historiadores de renome que explicitamente se reconheciam na
tradição marxista, hoje é difícil encontrar alguém que reconheça às concepções de Marx pelo menos um
potencial de estímulo. Eric Hobsbawm, que se considerou até ao fim da sua longa vida como um marxista –
quando mesmo nas suas declarações políticas se aproximava cada vez mais de um reformismo social-
democrata de aparência pouco radical – não teve nenhum sucessor, e por isso o teórico do sistema mundial
Immanuel Wallerstein deverá ser provavelmente o último representante bem conhecido na historiografia de
uma tradição científica quase totalmente afundada.
Na melhor das hipóteses, ainda existem vestígios do antigo marxismo historiográfico nos postcolonial
studies: debates sobre a hegemonia gramsciana, conceitos como o de "subalterno", a introdução de
concepções que lidam com o racismo, o sexismo e os colonizados – bem como os teoremas do “empire” e da
“multitude” do pós-operaismo e a maioria das contribuições teóricas pós-marxistas em geral – representam
desenvolvimentos e desdogmatizações do discurso das classes. No entanto, com a sua abertura do campo de
visão meramente a estudos geográficos, sociológicos e da ciência cultural e a negligência decididamente
anti-economicista das categorias básicas de Marx estão a privar-se do potencial teórico possivelmente
decisivo.
A instabilidade permanente e o desenvolvimento crítico da economia mundial que persiste desde 2008
colocou Marx e a sua crítica do capitalismo de novo na agenda do debate político e jornalístico. Várias
publicações lembram desde então o Padre da Igreja da crítica do capitalismo e perguntam-se se ele estava
certo, e, a ser assim, porquê e onde exactamente. (2)
Nos Estados Unidos, centro do sistema mundial, jovens intelectuais lançaram revistas radicais como The
Jacobin ou n+1, em que se lida com instrumentos conceptuais marxianos. (3) Fizeram furor um manifesto
activista de inspiração marxista sobre A Insurreição que vem e outro que se dá por filosófico sobre a
“ultrapassagem aceleracionista” do capitalismo. (4)
Em qualquer caso, o uso agora sem preconceitos da palavra antes estimulante "capitalismo" permite, por
vezes, esperar um renascimento de Marx. Mas a ciência da história parece não ser afectada por isso. Porquê?
Uma suspeita óbvia se impõe: Talvez essas ideias de Marx, que tinham função de orientação na pesquisa
histórica marxista anterior, tenham passado de moda, ou tenham sido mesmo inaptas desde sempre. Por
exemplo, a ideia de que a chamada base económica das sociedades existentes deve ser sempre o ponto de
partida da sua penetração historiográfica; o dogma de que toda a história seria a história das lutas de classes,
de que se teria de procurar sempre interesses materiais divergentes e conflituantes para ir para o terreno da
história real, não se devendo deixar distrair pelos reflexos meramente ideológicos na cultura e ideologia; a
ideia de que o Estado moderno nada mais seria do que o comité de gestão de negócios da classe burguesa,
todos estes pressupostos, que estão subjacentes na historiografia marxista nas suas variantes mais grosseiras
e também em algumas mais subtis, desapareceram completamente do debate historiográfico, e com razão.
Mas este antigo marxismo – e também qualquer um novo – não é todo o Marx. Na mina gigantesca do
pensamento de Marx, escavando suficientemente fundo, encontram-se veios que valem bem a pena o
esforço. As considerações seguintes são um apelo para assumir esse esforço, para dar à historiografia um
novo impulso, e assim afastar tanto a reserva académica convencional contra a historiografia fundada na
teoria social como a aversão pós-moderna às grandes narrativas que se torna cada vez mais estéril. Para
compreender o mundo de hoje e a sua evolução no decurso de dois e meio a cinco séculos de modernidade
capitalista, dependendo da abordagem, o recurso a Marx continua a ser essencial – naturalmente não ao Marx
trans-histórico da luta de classes, do Manifesto Comunista e do progresso social imparável, ainda que em
formas de desenvolvimento dialéctico; mas ao Marx que analisou as sociedades "em que domina o modo de
produção capitalista" (5), ou seja, ao teórico do mecanismo social fundamental da valorização do valor, do
processar cego do capital como "sujeito automático" do mundo moderno. Propõe-se aqui que a ciência da
história se ocupe não com o marxismo, nem mesmo com o "ocidental", mas com o relativamente
desconhecido Marx "esotérico", como o entendeu o teórico e historiador Robert Kurz pouco lido nos círculos
académicos, e que ponha à prova a questão de saber se o trabalho de Kurz inspirado em Marx pode prestar
uma profunda contribuição para a compreensão da história moderna. (6)
O Marx esotérico, Robert Kurz e a história: um paradigma para a historiografia da época capitalista?
Os nossos tempos pós-modernos são pluralistas, antiteóricos, avessos às master narratives, virados para o
particular, diferente, micro-histórico e compreensível de forma narrativamente divertida. Más condições para
uma concepção da história moderna ambiciosa, teoricamente coerente, que privilegia o sistémico contra o
individual, o objectivo contra o subjectivo, que considera os supostos "actores" muitas vezes como meras
"máscaras de personagens".
Justamente no actual contexto de crise económica, social, cultural e política global, que dificilmente pode ser
negado desde a crise económica de 2008, talvez se ofereça no entanto a oportunidade de mais uma vez ter
em conta o todo, e não o dissolver à partida em diferenciações detalhadas. Se por uma vez tentarmos na
história contemporânea partir da hipótese, que já não é totalmente abstrusa, de que as diferentes
manifestações de crise estão numa conexão interna, então não estaremos longe da abordagem, igualmente em
tentativa, de experimentar seriamente pela primeira vez as categorias da totalidade do Marx "esotérico", e na
verdade para toda a história das "sociedades em que domina o modo de produção capitalista". Robert Kurz
fez isso com plausibilidade sempre admiravelmente maior. Mencionemos aqui, para concluir, as
potencialidades do seu pensamento "crítico do valor" para o estudo da ciência da história, para além dos
conhecimentos isolados até aqui expostos.
Em primeiro lugar, a fundamentação teórico-social de tal historiografia. É verdade que escolas anteriores,
principalmente histórico-sociais, se apresentaram com uma pretensão similar – dando obviamente
preferência ao decidido ecletismo na teoria da modernização, contra um qualquer monismo relacionado com
Marx – mas desde então ocorreu, por um lado, na sequência da linguistic turn, da nova história cultural etc.
uma pluralização terminológico-conceptual no nível meso teórico, por outro lado, um retorno à narrativa
convencional. Ambos têm vantagens. O que pode não ser satisfatório a prazo, especialmente perante novas
crises sociais e, portanto, também no interior da ciência.
Em segundo lugar, o decidido "historicismo" da crítica do valor deveria ser atraente para os historiadores: Ao
contrário das ciências sociais modernas, particularmente a economia e a sociologia, ela está consciente da
necessidade de uma abordagem histórica dos fenómenos sociais, que assume que não se pode entrar duas
vezes no mesmo rio, pelo menos sob relações capitalistas modernas, porque o capitalismo é sempre
progresso, expansão (ou queda), amontoamento e acumulação, de modo que não há ciclos, nem regresso a
determinados pontos. Acresce – contra a tacanha filosofia marxista da história – que se verifica uma
profunda ruptura entre as sociedades pré-capitalistas agrárias determinadas religiosamente e a modernidade
capitalista. Daqui também resulta a historicidade dos fenómenos que apenas na modernidade se
desenvolveram real e conceptualmente: não havia "economia" nem "política" como tais, portanto, antes do
início da modernização.
Em terceiro lugar, deve ser citado o poder dos desenvolvimentos estruturais, isto num sentido também muito
mais radical do que na história social e estrutural anterior: a velha experiência, que já irritava o iluminismo,
de que a história não obedece à vontade humana, mas efectua desenvolvimentos "atrás das costas" dos
sujeitos, que não são planeados por ninguém e com os quais todos são surpreendidos; que um "espírito do
mundo" determina dialecticamente o destino dos humanos (Hegel), que uma "mão invisível" do mercado (A.
Smith) governa o curso do mundo e, assim, seria melhor que não fosse perturbada, que "nós somos vividos"
(41), tudo isso não leva Kurz de volta a interesses em conflito e à sua resolução na luta, mas sim ao reino do
"sujeito automático" descrito por Marx, que é de facto criado pelas pessoas – sem querer, sem o planear –,
mas desde então leva a sua vida própria como fetiche e a todos coage com a sua lógica interna inescapável e
quase natural.
Em quarto lugar, esta abordagem oferece uma alternativa às bem existentes grandes narrativas da
modernidade que têm sucesso sob o rótulo de "Ocidente". De acordo com estas narrativas populares entre o
público, o projeto do Ocidente é uma história de progresso longamente disputada, mas no fim vitoriosa, em
que a liberdade, a igualdade, a fraternidade, a soberania popular, os direitos humanos e o Estado de Direito
prevalecem contra ideias de ordenamentos contrários, e também as contestações internas autoritárias, anti-
iluministas e antidemocráticas são por sua vez derrotadas. A história do Ocidente que seria preciso escrever,
com base na nova leitura feita por Robert Kurz das conclusões de Marx, é totalmente diferente: a história da
imposição da lógica do valor em todos os espaços e interstícios do mundo disponível, e do impasse gradual
das forças motrizes imanentes ao capital. Seria preciso descrever o desenvolvimento da democracia e do
direito moderno no quadro da totalidade determinada pelo valor.
Em quinto lugar, uma teoria de Marx transformada em termos de crítica do valor permite deitar fora alguns
dos fardos herdados do marxismo, dogmáticos e inbidores do livre fluxo do pensamento, e abrir uma
abordagem da história de facto inspirada pelo espírito universal de Marx, mas não dogmática. O retorno da
análise das relações de classe e das lutas de classes, infrutífera e muitas vezes doutrinariamente violenta, o
foco unilateral na desigualdade social (42), a historiografia do marxismo baseada nisto e muitas vezes
altamente politicista de partido em termos convencionais seriam, de qualquer modo, excluídos numa
historiografia orientada para o Marx "esotérico".
E finalmente, em sexto lugar, com a leitura de Marx feita por Kurz pode ser escrita a história global. Já o
jovem Marx não tinha dúvida nenhuma de que o capital, a ser entendido como valor abstracto que se valoriza
a si mesmo e não sociologistamente como classes capitalistas com interesses materiais, não se detém em seu
processar perante limites internos sociais ou psíquicos, nem perante limites externos, geográficos; e que na
modernidade este processar do capital representa o poder histórico decisivamente ofensivo, que em última
análise não pode ser contido por tradições particulares. A história é, portanto, na modernidade a priori
história universal: como história do mercado mundial e da sociedade mundial – de modo nenhum crescendo
juntos harmoniosamente. Uma global history, que com razão se opõe a narrativas-mestras à la “The West and
the rest”, (43) não deverá rejeitar todas as grandes exposições teoricamente fundamentadas. A história do
valor que se valoriza a si mesmo à escala global, do sujeito automático que manda para o lixo todos os
limites naturais e políticos, oferece simultaneamente uma alternativa à teoria do sistema-mundo de
inspiração marxista de Immanuel Wallerstein com os seus déficits, não em último lugar a sua falta de
compreensão do contexto categorial fundamental do capitalismo. (44)
Uma ciência da história receptiva em termos de crítica social e teóricos pode encontrar nas obras de Robert
Kurz uma multiplicidade de sugestões. Deveria aproveitar a oferta.
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(1) Ver, por exemplo, os textos da colectânea de Rahel Jaeggi/Daniel Loick (Hg.), Nach Marx. Philosophie,
Kritik, Praxis [Depois de Marx. Filosofia, crítica, práxis], Berlin 2013, o livro dos sociólogos de Jena Klaus
Dörre/Stephan Lessenich/Hartmut Rosa, Soziologie – Kapitalismus – Kritik. Eine Debatte [Sociologia –
Capitalismo – Crítica. Um debate], Frankfurt a. M. 2009, ou as obras de David Harvey e Mike Davis.
(2) Como exemplo de uma literatura em crescendo: Terry Eagleton, Why Marx was right [Porque estava
certo Marx], New Haven – London 2011; Fritz Reheis, Wo Marx Recht hat [Onde Marx tem razão],
Darmstadt 2012. A mais recente biografia extensa de Marx, pelo contrário, coloca-se totalmente no século
XIX e recusa explicitamente referências actuais: Jonathan Sperber, Karl Marx. Sein Leben und sein
Jahrhundert [Karl Marx. A sua vida e o seu século], München 2013.
(3) Ver também Benjamin Kunkel, Utopie oder Untergang. Ein Wegweiser für die gegenwärtige Krise
[Utopia ou queda. Um guia para a crise atual], Berlin 2014.
(4) Comité invisible, L’insurrection qui vient, Paris 2007; Nick Srnicek/Alex Williams,
Beschleunigungsmanifest für eine akzelerationistische Politik
(http://akzelerationismus.de/beschleunigungsmanifest.pdf). [original:
http://criticallegalthinking.com/2013/05/14/accelerate-manifesto-for-an-accelerationist-politics/]
(5) Karl Marx, Das Kapital. Kritik der Politischen Ökonomie, Bd. 1 [O capital. Crítica da economia política,
Livro primeiro], primeira frase do primeiro capítulo.
(6) Trata-se aqui de certa maneira do regresso “do marxismo a Marx”, de uma leitura mais ambiciosa,
anunciada por Matthias Middell, Marxistische Geschichtswissenschaft [Ciência da história marxista], in:
Joachim Eibach/Günther Lottes (Hg.), Kompass der Geschichtswissenschaft. Ein Handbuch [Bússola da
ciência da história. Um manual], Göttingen 22006, p. 69-82, aqui p. 82.
(7) Robert Kurz, Die Krise des Tauschwerts. Produktivkraft Wissenschaft, produktive Arbeit und
kapitalistische Reproduktion [A crise do valor de troca. Força produtiva ciência, trabalho produtivo e
reprodução capitalista], in: Marxistische Kritik, Nr. 1 (1986), p. 7-48.
(8) Marxism and the Critique of Value, hg. v. Neil Larsen et al., Chicago - Alberta 2014. Ver também:
http://www.mediationsjournal.org/toc/27_1.
(9) Robert Kurz, Blutige Vernunft. Essays zur emanzipatorischen Kritik des Kapitalismus und ihrer
westlichen Werte, Bad Honnef 2004, p. 91. Trad. Port.: Razão sangrenta. Ensaios sobre crítica emancipatória
da modernidade capitalista e seus valores ocidentais http://www.obeco-
online.org/livro_razao_sangrenta.html
(10) Robert Kurz, Der Kollaps der Modernisierung. Vom Zusammenbruch des Kasernensozialismus zur
Krise der Weltökonomie, Frankfurt a. M. 1991. Trad. Port.: O colapso da modernização, Paz e Terra, 1993.
(11) Ver, por exemplo, Robert Kurz, Sozialistisches Ziel und neue Arbeiterbewegung. Zur Kritik der
sowjetischen Produktionsweise [O objectivo socialista e o novo movimento operário], in: Gemeinsame
Beilage, Jg. 1, 30.11.1984, p. 5-7 (http://www.mao-
projekt.de/BRD/VLB/Gemeinsame_Beilage/Gemeinsame_Beilage_1984-11-30.shtml) (acesso 22.11.2014).
(12) Francis Fukuyama, The End of History and the Last Man, New York 1992.
(13) Karl Marx, Grundrisse der Kritik der Politischen Ökonomie (Rohentwurf 1857-1858), Berlin (Ost)
1974, S. 593. Trad. Port.: Grundrisse, Boitempo, 2011.
(14) A mais recente teoria do colapso, discutida seriamente nos meios académicos, ao contrário da de Robert
Kurz, vem de Wolfgang Streeck (How Will Capitalism End?, in: New Left Review, May/June 87/2014, S.
35-64) e baseia-se essencialmente numa junção de fenómenos de crise graves isolados e sua extrapolação
para o futuro.
(15) Em livro: Kurz, Honeckers Rache. Zur politischen Ökonomie des wiedervereinigten Deutschlands,
Berlin 1991 [Trad. Port.: A vingança de Honecker, Paz e Terra, 1991]; Potemkins Rückkehr. Attrappen-
Kapitalismus und Verteilungskrieg in Deutschland, Berlin 1993. [Trad. Port.: O retorno de Potemkin.
Capitalismo de fachada e conflito distributivo na Alemanha, Paz e Terra, 1993]
(16) Primeira edição Frankfurt a. M. 1999, aqui citado na nova edição aumentada de 2009.
(17) Kurz, Blutige Vernunft, p. 111.
(18) Marx, Das Kapital, Bd. 1, Kap. 24: Die sogenannte ursprüngliche Akkumulation [O capital, Livro 1,
Cap. 24, A chamada acumulação original]; Michel Foucault, Überwachen und Strafen. Die Geburt des
Gefängnisses [Vigiar e punir. O nascimento da prisão], Frankfurt a. M. 1976.
(19) Friedrich Engels, Umrisse zu einer Kritik der Nationalökonomie [Esboço de uma crítica da economia
nacional] [1843/44], in: MEW, Bd. 1, Berlin (Ost) 1972, S. 499-524, hier S. 504.
(20) Kurz, Schwarzbuch Kapitalismus [O livro negro do capitalismo], p. 126 ss.
(21) Ibid., p. 174.
(22) Marx/Engels, Werke, Bd. 23, p. 58.
(23) Sobre isso em detalhe Robert Kurz, Marx lesen. Die wichtigsten Texte von Karl Marx für das 21.
Jahrhundert, Frankfurt a. M. 22007, S. 13-48. Trad. Port.: Ler Marx. Os textos mais importantes de Karl
Marx para o século XXI, http://www.obeco-online.org/rkurz417.htm
(24) Kurz, Schwarzbuch Kapitalismus, p. 174-187.
(25) Ver um texto mais antigo da fase de transição de Kurz do activismo político para a existência teórica:
Robert Kurz, Auf der Suche nach dem verlorenen sozialistischen Ziel. Manifest für die Erneuerung
revolutionärer Theorie [Em busca do objectivo socialista perdido. Manifesto pela renovação da teoria
revolucionária], Erlangen 1988, p. 23.
(26) Kurz, Schwarzbuch Kapitalismus, S. 293.
(27) Robert Kurz, Die antideutsche Ideologie. Vom Antifaschismus zum Krisenimperialismus: Kritik des
neuesten linksdeutschen Sektenwesens in seinen theoretischen Propheten [A ideologia anti-alemã. Crítica do
novíssimo sectarismo alemão de esquerda nos seus profetas teóricos], Münster 2003, 86. Kurz referia-se
neste diagnóstico ao sociólogo liberal Ralf Dahrendorf, Gesellschaft und Demokratie in Deutschland
[Sociedade e democracia na Alemanha], München 1965.
(28) Kurz, Schwarzbuch Kapitalismus, p. 508.
(29) Moishe Postone, Antisemitismus und Nationalsozialismus [Anti-semitismo e nacional-socialismo], in:
Deutschland, die Linke und der Nationalsozialismus. Politische Interventionen [A Alemanha, a esquerda e o
nacional-socialismo. Intervenções políticas], Freiburg i. Br. 2005, p. 165-194.
(30) Kurz cita aqui em Die antideutsche Ideologie, p. 106, concordando, Enzo Traverso, Moderne und
Gewalt. Eine europäische Genealogie des Nazi-Terrors [Modernidade e violência. Genealogia europeia do
terror nazi], Köln 2003, p. 155.
(31) Kurz, Schwarzbuch Kapitalismus, p. 498-516.
(32) Saul Friedländer, Den Holocaust beschreiben. Auf dem Weg zu einer integrierten Geschichte [Descrever
o holocausto. A caminho de uma história integrada], Göttingen 2007, p. 96ss.
(33) Ver, por exemplo, Tony Judt, Dem Land geht es schlecht. Ein Traktat über unsere Unzufriedenheit,
München 2011. Original Ill Fares the Land, 2010. Trad. Port.: Um tratado sobre os nossos actuais
descontentamentos, Lisboa, 2010
(34) Robert Kurz, Das Weltkapital. Globalisierung und innere Schranken des modernen
warenproduzierenden Systems [O capital mundial. Globalização e limite interno do moderno sistema
produtor de mercadorias], Berlin 2005.
(35) Robert Kurz, Weltordnungskrieg. Das Ende der Souveränität und die Wandlungen des Imperialismus im
Zeitalter der Globalisierung [A Guerra de Ordenamento Mundial. O Fim da Soberania e as Metamorfoses do
Imperialismo na Era da Globalização], Bad Honnef 2003.
(36) Kurz, Geld ohne Wert. Grundrisse zu einer Transformation der Kritik der politischen Ökonomie, Bad
Honnef 2012. Trad. Port.: Dinheiro sem valor. Linhas gerais para a transformação da crítica da economia
política, Antígona, Lisboa, 2014.
(37) Karl Polanyi, The Great Transformation. Politische und ökonomische Ursprünge von Gesellschaften
und Wirtschaftssystemen, Frankfurt a. M. 1978. Trad. Port.: A grande Transformação: as origens de nossa
época. Rio de Janeiro, 1980.
(38) Marx/Engels, Werke, Bd. 23, Das Kapital, p. 788.
(39) Sobre o que segue, ver Kurz, Geld ohne Wert, Kap. 6.
(40) Roswitha Scholz, Das Geschlecht des Kapitalismus. Feministische Theorien und die postmoderne
Metamorphose des Kapitals, Bad Honnef 2000 [Trad. Port. parcial: O sexo do capitalismo. Teorias
feministas e a metamorfose pós-moderna do capital in http://www.obeco-
online.org/livro_sexo_capitalismo.htm]; Der Wert ist der Mann, in: Krisis. Beiträge zur Kritik der
Warengesellschaft 12 (1992), p. 19-52 [Trad. Port.:o valor é o homem. Teses sobre a socialização pelo valor
e a relação entre os sexos, in http://www.obeco-online.org/rst1.htm]. Cf. Kurz, Geld ohne Wert, p. 132-134;
Geschlechtsfetischismus. Anmerkungen zur Logik von Männlichkeit und Weiblichkeit [Fetichismo sexual.
Notas sobre a lógica de masculinidade e feminilidade], in: Krisis 12, p. 117-169.
(41) Heinz Dieter Kittsteiner, Wir werden gelebt. Formprobleme der Moderne [Nós somos vividos.
Problemas da forma da modernidade], Hamburg 2006.
(42) Que o capitalismo produz desigualdade não é de resto contestado pela crítica da dissociação-valor, mas
pode ser pode ela explicado. Ver, por exemplo, Roswitha Scholz, Überflüssig sein und „Mittelschichtsangst“,
EXIT!, Krise und Kritik der Warengesellschaft 5, p. 58-104. Trad. Port.: O ser-se supérfluo e a "angústia da
classe média" in: http://www.obeco-online.org/roswitha_scholz8.htm
(43) Ver, por exemplo, Niall Ferguson, Civilization. The West and the Rest, London 2011.
(44) Ver Cornelius Torp, Die Weltsystemtheorie Immanuel Wallersteins. Eine kritische Analyse [A teoria do
sistema mundial de Immanuel Wallerstein. Uma análise crítica], in: Jahrbuch für Wirtschaftsgeschichte
1998/1, p. 217-241, aqui p.. 231ss.
OriginalDie Bedeutung von Wertkritik und Wert-Abspaltungs-Kritik für die Geschichtswissenschaft. Zur
fortbestehenden Relevanz von Karl Marxin www.exit-online.org.
Tradução de Boaventura Antunes
http://www.obeco-online.org/
http://www.exit-online.org/