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20 de Setembro de 2019
1. Teoria da Regulação
A regulação econômica por parte do Estado é vista basicamente como
forma de estabelecer regras, ou até mesmo de direcionar o campo de
desenvolvimento da atividade econômica. Para uma maior e mais
preciosa compreensão do tema é interessante realizar uma descrição
das duas principais escolas regulatórias: a americana e a francesa.
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De outra banda, cumpre destacar que a regulação apresentada pela
Escola Americana também se ocupa de um tipo de atuação mais
voltado ao social. Tal regulação não se preocupa com os aspectos
estruturais da economia, sendo mais direcionada à certos pontos
específicos, relacionadas ao zelo com o meio-ambiente, proteção para
os trabalhadores no ambiente de trabalho e proteção dos
consumidores.
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Em conclusão, as teorias de regulação mais direcionadas ao interesse
público partem de três premissas, sendo estas, a existência de falhas
constantes no mercado, a presença de um processo político eficiente e,
juntamente à isso, a escolha de instituições regulatórias também
eficientes (HERTOG, 2010, p. 8).
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americana, até então dominante, porém já em decadência; tendo como
contexto histórico a crise econômica dos anos 70 e a falência do
“Welfare State”.
2. O Estado Regulador
O termo “Estado Regulador” parece até pleonástico, visto que todo
estado dotado de ordenamento jurídico tem ao menos a possibilidade
de impor regulamentos e realizar atos normativos para garantir a
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efetividade de suas políticas públicas, bem como a busca pelo bem
estar social.
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As acepções do termo regulação referem-se às formas de
organização da atividade econômica pelo Estado, tanto pela
concessão de serviços públicos quanto pelo poder de polícia.
Especificamente no campo econômico, diz respeito à redução da
intervenção direta do Estado e à concentração econômica.
(...)
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Qualquer atuação do Estado frente à atividade econômica é uma
forma de promover a sua organização por intermédio da
regulação. Assim, qualquer modalidade de participação do Estado,
em sentido amplo, seria uma forma de regulação. Entretanto, nas
lições de Calixto Salomão Filho encontramos os limites exatos do
termo regulação em seu significado jurídico, no qual explica que a
regulação: ‘Engloba toda forma de organização da atividade
econômica através do Estado, seja a intervenção através da
concessão de serviço público ou de exercício de poder de polícia. (...)
Na verdade, o Estado está ordenando ou regulando a atividade
econômica tanto quando concede ao perticular a prestação de
serviços públicos e regula sua utilização - impondo preços,
quantidade produzida etc. - como quando edita regras no exercício
do poder de polícia administrativo.’ (DEL MASSO, Fabiano. Direito
Econômico - Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. Pgs. 82 e 83)
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O que se tem, basicamente, em ambas as situaões brilhantemente
expostas pelo professor Camargo é o exercício de uma das funções do
Estado, qual seja, a correção de distorções do mercado, atuando dessa
forma como agente regulador, como previsto no artigo 174 da
Constituição Federal. Dessa forma, as entidade encarregadas do
exercício dessa atividade não apenas fiscalizam, como tambem tem
poder regulamentar, editando atos normativos que conferem maior
exequibilidade à outras leis de nosso ordenamento, que podem
preceder até mesmo a criação de referida entidade.
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A regulação por meio do Estado não versa apenas sobre a concorrência
no mercado, mas também, como já dito anteriormente, busca atendar
ao interesse público, garantindo que determinados setores do mercado
ofereçam um serviço ou produto ao cidadão com qualidade, segurança
e por preço justo. Ademais, proteger apenas a concorrência e acreditar
que esta é o único remédio para a melhoria dos setores regulados é um
grande erro.
Como bem salienta Marcelo Figueiredo (p. 201), em sua obra “As
Agências Reguladoras - O Estado Democrático de Direito no Brasil e
sua Atividade Normativa”; nesse novo sistema de participação do
estado, onde esta é mínima, a competência regulatória é privilegiada. O
Estado continua presente no domínio econômico, mas desta vez não
aparece em primeiro plano. Pelo contrário, ele se utiliza de permissivos
legais do direito público para intervir de forma leve, regulando o
mercado, indicando as melhores condutas para os particulares, para
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que o bem comum seja atingido. Esse papel vem sendo desempenhado,
desde os Estados Unidos do século XIX, de forma satisfatória, pelas
agências reguladoras.
3. Agências Reguladoras
Basicamente, as agências reguladoras cumprem um papel que o Estado
decidiu não realizar sozinho, delegando parte das suas prerrogativas,
como por exemplo o poder de polícia, à tais órgãos da administração
indireta.
Continua Bagnoli a dizer que desta forma, quando alguma lei que
versasse sobre questão de interesse público era editada, acompanharia
a edição do ato normativo a criação de um órgão para efetivar tal lei.
Nesse contexto surgem os entes autônomos, como por exemplo o
Monopolies and Merger Comission, atualmente denominado
Competition Comission, ao qual incumbe a defesa da concorrência,
bem como o British Council, encarregado de promover a cultura
britânica no exterior.
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Constituição rígida e escrita, quase intocável, que consagra a separação
dos poderes e define o país como presidencialista.
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O Administrative Procedure Act (APA) é aplicado às agency e
authority norte-americanas. Nesse contexto, o vocábulo agency
significa qualquer autoridade do Governo dos Estados Unidos da
América, que esteja ou não sujeita ao controle de uma outra agência,
com exclusão do Congresso, dos Tribunais, Governos das Posses,
Territórios ou Distrito de Columbia.
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uma característica peculiar das autoridades administrativas
independentes francesas é que, ao contrário de muitos países, tais
como o próprio Brasil, não se limitam à regulação de setores
econômicos ou serviços públicos delegados à particulares,
abrangendo também funções de proteção de direitos fundamentais
e de proteção dos cidadãos frente à Administração Pública, não
sendo, portanto, no seu conjunto, vinculadas exclusivamente ao
Direito Econômico. (BAGNOLI, 2011, citando ARAGÃO, Alexandre
Santos de. Agências Reguladoras e a evolução do direito
administrativo econômico. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004, pg.
240)
Para citar outro país europeu que adota a figura das agências, a
Espanha vem a calhar com este estudo, pois de acordo com o seu
modelo, as agências são autoridades administrativas independentes
criadas a partir da década de 1980, no contexto supracitado de
desestatização, possuindo, diferentemente do sistema francês,
personalidade jurídica de Direito Público e, agora alinhadas ao sistema
francês, ocupando-se não só da regulação econômica, como também da
proteção dos direitos fundamentais dos administrados.
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realizava gigantescos investimentos com veículos bélicos (a exemplo da
extinta Engesa), aviões (observe-se a imensa transformação da
Embraer após a privatização), e minérios.
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