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RESUMO
ABSTRACT
This paper has the objective to discuss the questions focused by the social
movements along the course of the brazilian history, especially the movement
of no lands workers (MST) in Brazil. The social movements borns by
consequence of a workers class political exploration by bourgeoisie, which set
up a political of financial concentration and think about the workers class as
merchandise. However, in the quest for solutions to these problems the MST
claims for the end of the big latifundium, for a democratic access to lands in
our country.
1 INTRODUÇÃO
O movimento dos trabalhadores rurais Sem Terra atua de forma concreta contra
qualquer política que visa a intensificação dos desníveis sociais. É correto afirmamos que o
objetivo do MST, bem como outros movimentos de luta na construção de uma sociedade
igualitária é que se cumpra o Art. 3º da Constituição brasileira vigente. I) construir uma
sociedade livre, justa e solidária; II) garantir o desenvolvimento nacional; III) erradicar a
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV) promover o
bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação. No capítulo 3°, art. 184 Compete à União desapropriar por interesse
social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função
social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano
de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
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Estudante Curso de Serviço Social da UFPA.
São Luís – MA, 23 a 26 de agosto 2005
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Entendemos por justiça social o igual acesso a todos aos meios de produção, onde todos os homens sejam
tratados de forma igualitária, onde o Estado não defenda os interesses de uma minoria, mas sobre tudo os
interesses coletivos, discutidos através de uma democracia participativa, onde os homens sejam considerados
sujeitos transformadores de sua própria história.
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trajetória de luta no Rio Grande do Sul a partir de um grupo de agricultores que perderam
suas terras com a construção de uma barragem e mais tarde outros trabalhadores que
perderam suas terras por diversos motivos, desempregados, bóias-frias fortaleceram o
movimento.
O MST se legitima quando assume a bandeira de luta pela transformação do
atual modelo agrícola como caminho para garantir trabalho, renda, produção de alimentos
para mercado interno, soberania alimentar e a construção de um modelo de
desenvolvimento sustentável e solidário para o nosso país.
A democratização da terra é um dos focos de luta do MST, porém essa
distribuição esta intrinsecamente ligada à luta pela redistribuição da propriedade privada,
sendo este o principal motivo de perseguição que a classe capitalista exerce sobre este
movimento de trabalhadores.
A concentração de terras no Brasil deve ser suprimida, pois, é esta que afasta os
trabalhadores ao acesso a terra.
Esta é uma questão concreta, politicamente mais avançada, que aglutina um grande
contingente de trabalhadores. Especialmente no sistema capitalista e no meio
urbano, a questão da propriedade da terra é muito complexa, pois, esta em
decorrência da especulação imobiliária e de sua valorização, é utilizada como
instrumento de acumulação de capital. (SOUZA, 1985, p.79).
assassinaram inúmeros trabalhadores, que apenas lutavam por um pedaço de chão para
trabalhar e sustentar suas famílias.
Com o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre o massacre de Eldorado dos
Carajás e denunciar a concentração de terras no Brasil, o MST organizou uma passeata que
saiu de varias regiões do país em direção a Brasília. O fato é que o Brasil pode ser
considerado uma nação com muitas injustiças sociais, entre elas o fato da não
democratização ao acesso a terra.
Atualmente, a escalada de novas formas de imperialismo e o flagrante
desrespeito aos direitos humanos têm conduzido a uma realidade absurdamente desigual
entre os homens. Neste contexto podemos caracterizar o Movimento dos sem terra como
defensor pela construção de uma sociedade onde a terra seja do coletivo e não de uma
minoria, pois, a luta pelos direitos humanos transformou-se em luta pelos direitos dos pobres
que possuem ou não um pedaço de terra para viver.
A sociedade brasileira deve despertar pra esta questão de desigualdades sociais
cada vez mais elevadas, ocasionadas por uma política neoliberal, que promove a exclusão
social. Por isso, o MST combate essa política que separa de forma tão brusca os
trabalhadores dos seus direitos que são assegurados pela constituição brasileira vigente,
dita cidadã. Mas, apesar de todas as discussões, o fato é que mais cedo ou mais tarde o
problema agrário terá que ser solucionado, para afastar o risco de uma grande luta, que
ocasionaria uma grande guerra pela posse da terra em nosso país.
Acreditamos que o sistema capitalista não é eterno, como não foram os demais
modos de produção pela qual a sociedade humana vivenciou, por isso, devemos entender
que a luta dos trabalhadores rurais sem terra não é uma luta individual daqueles
trabalhadores e, sim uma alternativa para ruptura com toda forma de opressão aos
trabalhadores e a superação de considerar a terra como uma mercadoria2. Pois, nos
primórdios da sociedade humana a terra era comum a todos os membros da gens e a
produção era compartilhada entre todos. Porém, não acreditamos que a história venha a
repetir-se, e volte ao mesmo sistema de organização social do modo de produção comunal
ou primitivo. Mas, a transformação da realidade depende apenas da organização da
sociedade em prol dessa democratização da terra. Mas, essa questão não vai ser resolvida
em um passe de mágicas, é uma luta cotidiana que devemos traçar dia-a-dia, até que
consigamos alcançar a tão almejada sociedade sem desigualdades sociais, onde todos
tenham realmente os mesmos direitos. Essa sociedade pode parecer uma utopia para
alguns, então que seja, mas que seja uma utopia no sentido dos gregos, que para eles
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Mercadoria é tudo o que é produzido não tendo em vista o valor de uso (por exemplo, uma malha que fazemos
para nosso próprio uso), mas tem por objetivo o valor de troca, isto é, a venda do produto. (ARANHA; MARTINS,
1993).
utopia significa apenas o não presente hoje, por isso, acreditamos no amanhã, onde o
homem não seja explorado por outro homem.
Por isso, acreditamos que um dia nossa constituição sairá do papel, e o direito a
terra deixe de ser um privilégio de poucos, e que o chão que pisamos hoje seja de todos os
membros da sociedade.
REFERÊNCIAS
MASSACRE de Eldorado dos Carajás. Revista ISTO É, São Paulo, n. 1617- 27 de set.
2000.
MORISSAWA, M. A História da luta pela terra e o MST. São Paulo: Expressão Popular,
2001.