Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Sistema Urogenital
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Estudar a função geral do sistema urinário, bem como • Estudar a função geral do sistema genital feminino, os
as funções do rim e principais acidentes anatômicos dos órgãos internos e externos do sistema deste sistema e
órgãos do sistema urinário. principais acidentes anatômicos dos órgãos do sistema
• Estudar a função geral do sistema genital masculino, ór- genital feminino, considerando também os principais as-
gãos internos e externos que compõem este sistema, pectos anatômicos do peritônio na cavidade pélvica, do
conhecer os principais acidentes anatômicos dos órgãos períneo e das mamas.
do sistema genital masculino e diferenciar os mecanismos
que possibilitam a ereção e a ejaculação.
Sistema
Urinário
Funções do Sistema
Urogenital
Creio que, se não todas, pelo menos a maioria das pessoas sabe a
principal função do sistema genital masculino e feminino. Toda- controle indireto da pressão ar-
via, às vezes fico triste e preocupada com a visão que a maioria das terial (TORTORA et al., 2010).
pessoas tem a respeito do sistema urinário. Para muitos esse sistema Já os sistemas genitais têm
tem apenas a função de “fabricar” urina. No entanto, a verdade é bem funções muito semelhantes entre
diferente. O sistema urinário é essencial à homeostasia corpórea si. Ambos formam gametas, pos-
e, portanto, vital. Tal fato justifica o número de pessoas que fazem sibilitam a passagem dos mesmos
hemodiálise no Brasil e no mundo, além do número expressivo de pelos genitais, permitem o encon-
doentes renais que aguardam nas filas de transplante de rim. Vamos tro desses gametas (por meio da
entender melhor este tão importante sistema. cópula) e produzem hormônios
O sistema urinário é considerado um sistema osmorregulador que garantem as características
que livra o organismo do excesso de água, sais minerais, toxinas, sexuais secundárias (testoste-
excretas nitrogenadas (como ureia e acido úrico), produtos finais rona no masculino; estrógeno e
da degradação da hemoglobina, ácido carbônico, metabólitos de progesterona no feminino). Adi-
vários hormônios e outros. Assim, ele atua na homeostase corpórea cionalmente, o genital feminino
controlando o volume e a composição do líquido intracelular, extra- permite que o período gestacional
celular e do sangue por meio da excreção de algumas substâncias e seja cumprido, possibilita o tra-
reabsorção de outras por meio de um intenso processo de filtragem. balho de parto e, se a fecundação
Assim, se você considerar o fato de que ele atua indiretamente sobre não ocorrer, permite a drenagem
o volume de sangue, é fácil entender que ele também responde pelo dos produtos menstruais.
UNIDADE 4 169
Divisões dos Sistemas Órgãos do Sistema Urinário
Genitais
UNIDADE 4 171
O néfron tem a estrutura de um tubo sinuoso, fechado em sua Assim, são produzidos cerca
extremidade inicial e aberto em sua extremidade final. Ele é for- de 180 litros de ultrafiltrado por
mado pelo glomérulo renal, cápsula glomerular, túbulo contorci- dia. Na sequência, ocorre a reab-
do proximal, túbulo reto, túbulo contorcido distal e ducto coletor sorção de substâncias essenciais
(TORTORA et al., 2010). que não estão em excesso (como
O glomérulo renal é um conjunto de capilares fenestrados que dei- aminoácidos, vitaminas e glico-
xam passar um filtrado de plasma (sem proteínas) o qual cai no interior se) e 99% da água filtrada. Por
da cápsula glomerular. A cápsula é um tecido conjuntivo que recobre último, durante a secreção, subs-
o glomérulo renal e que se prolonga originando o túbulo contorcido tâncias em excesso do líquido
proximal, reto e contorcido distal por onde este filtrado circula. Por fim, intersticial são removidas (como
o ducto coletor recebe a urina formada nos túbulos e a encaminha ao drogas, catabólitos ou excretas e
interior dos cálices renais menores, de onde segue aos cálices renais toxinas) formando a urina.
maiores, à pelve e ao ureter. Assim, os cerca de 1500 ml de urina pro- Como curiosidade, vale es-
duzidos por dia por uma pessoa saudável chegam até a bexiga urinária. clarecer sobre os cálculos re-
No entanto, esse processo não é tão simples como parece, pois nais (popularmente conhecidos
os rins realizam várias filtragens para que apenas o essencial seja como “pedras nos rins”). Eles
eliminado sem prejuízos ao corpo. Para tanto, esse processo ocorre podem ser encontrados nos
em três etapas principais: filtragem, reabsorção e secreção. A filtra- cálices renais menores e maio-
gem de todos os componentes do sangue (exceto células e proteínas) res, na pelve renal, no ureter e
ocorre no glomérulo renal e, posteriormente, na cápsula glomerular. na bexiga urinária obstruindo
Túbulos renais (néfrons) o fluxo da urina e provocando
a contração da musculatura do
Córtex
Artéria renal
ureter (o que desencadeia uma
Medula
forte dor aguda). Além disso,
sua presença pode causar lesões
Veia renal gerando hematúria (sangue na
Rim urina). Os principais fatores
Artéria interlobar
que predispõem sua formação
Artéria Veia interlobar incluem baixa ingestão de água,
arqueada
Veia excesso de ingestão de carnes,
arqueada
leites, queijos, vitamina C e D, al-
Néfron
Túbulo distal
terações na reabsorção de cálcio,
Glomérulo
Capilares peritubulares hiperparatireoidismo, repouso
Cápsula glomerular
Arteríola aferente
prolongado, utilização excessi-
Arteríola eferente va de antiácidos que contenham
Artéria
arqueada
cálcio e predisposição genética.
Direção do
Veia
fluxo sanguíneo
arqueada
Túbulo
proximal
Figura 2 - Néfron Duto coletor
Ureter Ureter
direito esquerdo
Bexiga urinária
Figura 4 - Ureter
O ureter é um tubo músculo-membranoso estreito A bexiga urinária é um órgão ímpar que fica loca-
e longo (no adulto tem de 25 a 30 cm de compri- lizado, após a puberdade, na cavidade pélvica (no
mento). Ele inicia no hilo renal e desemboca na be- feto e no recém-nascido ela se localiza na cavidade
xiga urinária. Assim, sua função é conduzir a urina abdominal). Embora seja oca, ela é constituída
produzida no rim até à bexiga urinária onde fica por fortes paredes musculares que se distendem
armazenada até a micção. Devido sua constituição para permitir que sua função de armazenamento
muscular, ele é capaz de se contrair e realizar movi- de urina seja possível (normalmente, ela pode ar-
mentos peristálticos (WATANABE, 2000). mazenar de 350 ml a 1,5 litros de urina).
Em seu trajeto do rim até a bexiga, o ureter Sua forma, tamanho, relação com órgãos vizi-
desce justaposto à parede abdominal e à parede nhos e situação variam de acordo com suas fases
pélvica, passando posteriormente ao peritônio (ou de vacuidade, com a idade e o sexo do indivíduo.
seja, é retroperitoneal e imóvel). Dessa forma, ele No adulto, por exemplo, quando ela está vazia,
apresenta três porções: a abdominal, a pélvica e a fica achatada contra a sínfise púbica, mas quando
intramural (quando atravessa a parede da bexiga). está cheia, ela assume uma forma ovoide que se
Quando os ureteres atravessam a parede mus- salienta na cavidade abdominal. De igual modo,
cular da bexiga urinária, eles o fazem de maneira sua posição anatômica é diferente no homem e
oblíqua formando uma válvula unidirecional que, na mulher. Enquanto, no homem ela fica loca-
junto com a pressão interna da bexiga ocasionada lizada à frente do reto, na mulher o útero fica
pelo seu enchimento, impede o refluxo da urina interposto entre ela e o reto (FREITAS, 2004).
em direção ao ureter. Além disso, as contrações A bexiga apresenta uma face superior, duas
musculares da bexiga também atuam como um faces ínfero-laterais e uma face posterior (também
esfíncter impedindo tal refluxo. chamada de fundo ou base da bexiga). Seu ápice
UNIDADE 4 173
aponta para a sínfise púbica; seu fundo é convexo e oposto ao ápice; seu corpo é considerado sua parte
principal localizada entre o ápice e o fundo; seu colo é inferior (MOORE et al., 2001). Além disso, a
superfície interna da bexiga apresenta vários acidentes anatômicos (como o óstio do ureter, o óstio
interno da uretra, o trígono vesical e a úvula da bexiga).
Como vimos anteriormente,
a bexiga urinária é constituída
por músculos fortes que apre-
Ovário
sentam fibras lisas dispostas em Tuba uterina
espiral, cuja contração provoca
o esvaziamento da bexiga. Vale
destacar que a micção é um me- Útero
canismo reflexo desencadeado
pela distensão da bexiga. Esse
mecanismo depende da ativida- Bexiga urinária Cérvix
de do sistema nervoso autôno- Reto
mo, mas pode ser influenciado Uretra
Uretra
A uretra é considerada o seg- pequeno orifício localizado entre os lábios menores do pudendo,
mento terminal do sistema uri- próximo ao clitóris e ao óstio da vagina.
nário. Ela é um tubo mediano Em contrapartida, a uretra masculina é longa (aproximadamente
cuja função é conduzir a urina 20 cm), sinuosa e se destina à passagem de urina e de sêmen durante
até o meio externo. Participam a ejaculação (assim, ela pertence tanto ao sistema urinário quanto
de sua constituição tecido con- ao sistema genital masculino). Por isso, ela é dividida em quatro
juntivo, músculo liso e mucosa partes: uretra pré-prostática ou intramural, uretra prostática, uretra
(elástica e rica em glândulas) membranácea e uretra esponjosa.
(DI DIO, 2002). Enquanto a uretra intramural tem diâmetro e comprimento va-
Há diferenças entre a uretra riáveis de acordo com o enchimento da bexiga, a uretra prostática
masculina e feminina. A femini- é completamente circundada pela próstata e dela recebe secreção
na é muito curta (aproximada- (pelos dúctulos prostáticos), além de receber o sêmen (pelos ductos
mente 4 cm) e se destina apenas ejaculatórios). A uretra membranácea penetra a membrana do pe-
à passagem de urina. Ela se abre ríneo e termina ao entrar no pênis. Próximo a esta parte da uretra
para o meio externo por meio estão as glândulas bulbouretrais (que serão estudadas em breve
do óstio externo da uretra, um ainda nesta unidade).
A uretra pode ser acometida por processo inflamatório caracterizando o quadro clínico de uretrite.
Se a inflamação progredir em direção à bexiga urinária, ocorrerá cistite (que é mais comum em
mulheres devido à pequena dimensão da uretra). Se o ureter for acometido, ocorrerá ureterite e,
se a inflamação atingir os rins, ocorrerá nefrite. Além disso, nos homens pode ter propagação para
a próstata causando prostatite.
Fonte: Copacabana Runners ([2018], on-line)1.
UNIDADE 4 175
Sistema Genital
Masculino
Testículo
UNIDADE 4 177
Epidídimo
O epidídimo (que muitas pessoas desconhecem ejaculatório. Por isso, ele apresenta uma parte escro-
onde fica e para que serve) é um órgão par, em tal, funicular, inguinal, pélvica e a ampola do ducto
forma de tubo enovelado com aspecto de meia deferente (parte alargada que se une ao ducto da
lua, cuja função é o armazenamento temporário glândula seminal para formar o ducto ejaculatório).
e a maturação dos espermatozoides (MIRANDA Como apresenta músculo liso em sua parede, no
NETO; CHOPARD, 2014). momento que precede a ejaculação, o ducto defe-
Ele se entende da borda posterior do testículo rente se encurta e ao mesmo tempo amplia sua luz,
até o ducto deferente e apresenta cabeça, corpo e funcionando como uma câmera de pressão negativa
cauda. A cabeça é uma região mais dilatada que que atrai os espermatozoides para o seu interior. A
fica na extremidade superior do testículo; o cor- seguir, ele se contrai expulsando-os em direção ao
po é afilado e formado pelo ducto contorcido do ducto ejaculatório.
epidídimo; a cauda é sua parte inferior, contínua
com o ducto deferente.
Ducto Ducto
deferente deferente
direito esquerdo
Glândula Seminal
Próstata
UNIDADE 4 179
Ducto Ejaculatório
Glândula
Bulbouretral
A uretra já foi estudada por ocasião do sistema O pênis é um órgão ímpar localizado na região pu-
urinário, mas você deve lembrar que, para o ho- denda. Sua principal função é possibilitar o coito
mem, ela é comum tanto ao sistema urinário (pois por meio da penetração na estrutura de cópula do
se destina à passagem da urina) quanto ao sistema sistema genital feminino (a vagina) a fim de nela
genital masculino (pois se destina à passagem do lançar os espermatozoides (WATANABE, 2000).
sêmen durante a ejaculação). Além disso, também Em sua constituição existem três longas mas-
vale lembrar que há inúmeras diferenças entre a sas cilíndricas de tecido lacunar erétil que são os
uretra masculina e a feminina. Assim, neste tópico, dois corpos cavernosos e o corpo esponjoso. Os
revisaremos apenas a uretra masculina, enquanto, corpos cavernosos são constituídos por muitas
pertencente ao sistema genital masculino. trabéculas de tecido conjuntivo fibroso, fibras
A uretra é um tubo mediano sinuoso e longo elásticas e músculo liso revestido por células en-
(com aproximadamente 20 cm de comprimento), doteliais que deixam entre si espaços por onde
constituído por tecido conjuntivo, músculo liso e passam as artérias profunda e dorsal do pênis.
mucosa (elástica e rica em glândulas). Além disso, No plano mediano eles são fundidos um ao
é dividida em uretra pré-prostática ou intramural, outro, mas, posteriormente, separam-se para for-
uretra prostática, uretra membranácea e uretra mar os ramos do pênis os quais fazem a fixação
esponjosa (MOORE et al., 2014). do pênis aos ossos do quadril (ísquio e púbis).
Enquanto, a uretra intramural tem diâmetro Esses corpos formam o maior volume do pênis e
e comprimento variáveis de acordo com o en- abrigam o corpo esponjoso. Por sua vez, o corpo
chimento da bexiga (pois a atravessa), a uretra esponjoso contém a parte esponjosa da uretra
prostática é completamente circundada pela e apresenta uma dilatação anterior chamada
próstata e dela recebe secreção prostática (pelos glande, e outra posterior, chamada bulbo, que
dúctulos prostáticos), além de receber o sêmen se prende às estruturas do assoalho da pelve.
(pelos ductos ejaculatórios). Todavia, é importante ressaltar que além dos
A uretra membranácea penetra a membrana corpos cavernosos e do corpo esponjoso, o pê-
do períneo e termina ao entrar no pênis. Próximo nis também é formado por vasos sanguíneos,
a esta parte da uretra estão as glândulas bulboure- vasos linfáticos e é revestido por uma pele fina,
trais. Por fim, a uretra esponjosa começa na extre- sensível, elástica, lisa, de cor escura e frouxamen-
midade distal da uretra membranácea e termina te presa à tela subcutânea. Além disso, tanto os
no óstio externo da uretra (um pequeno orifício corpos cavernosos quanto o corpo esponjoso são
localizado na região central da glande do pênis). revestidos por fáscias e túnicas fibrosas (como a
Esta porção da uretra é longa e está envolvida pelo túnica albugínea, e a fáscia superficial e profunda
corpo esponjoso do pênis (por isso, recebe este do pênis) as quais favorecem o ingurgitamento
nome). Nela se abrem as glândulas bulbouretrais. de sangue e predispõem a ereção.
UNIDADE 4 181
micro-organismos proliferem e invadam a uretra
causando infecção. Muitas vezes, podem não apa-
recer sintomas graves, mas surge odor desagradável
e prurido (coceira). Assim, quando a fimose é diag-
nosticada, uma correção cirúrgica pode ser indicada.
Corpo do pênis.
Observe como a uretra Por fim, vale destacar que dois ligamentos
esponjosa percorre todo o
corpo esponjoso do pênis prendem-se ao pênis (o ligamento fundiforme e
o ligamento suspensor do pênis) e que, interna-
mente, os corpos cavernosos são separados pelo
septo do pênis.
UNIDADE 4 183
Sistema Genital
Feminino
Ovário
Tuba Uterina
A tuba uterina é uma estrutura anatômica tu- A tuba uterina é dividida em infundíbulo,
bular cuja principal função é transportar os ampola, istmo e parte uterina. O infundíbulo é
ovócitos e os espermatozoides. Esse processo sua extremidade distal. É alongado em forma de
é facilitado pelo fato de sua superfície interna funil, justaposto ao ovário, móvel e com franjas
apresentar pregas longitudinais (as pregas tubá- (fímbrias). Como já mencionado, ele se abre na
rias), que lhe conferem um aspecto labiríntico cavidade peritoneal por meio do óstio abdominal
útil para a captação e transporte do ovócito e do da tuba. A ampola é sua parte mais longa e larga,
espermatozoide por meio de seu comprimento é móvel e representa o local onde a fecundação
(FREITAS, 2004). normalmente ocorre. Enquanto o istmo é uma
À semelhança do ovário, a tuba uterina tam- porção estreitada com parede espessa que adentra
bém está situada em uma prega peritoneal, a me- o útero, a parte uterina ou intramural atravessa a
sossalpinge, incluída na borda superior do liga- parede do útero abrindo-se na cavidade uterina
mento largo do útero. Por isso, durante a gestação, através do óstio uterino da tuba.
ela e o ovário são deslocados junto com o útero.
Embora a tuba tenha cerca de 10 cm de compri-
mento, sua luz é estreita. Ela apresenta uma extre-
midade medial (que se comunica com útero pelo
óstio uterino da tuba) e uma extremidade lateral Tuba uterina Tuba uterina
direita esquerda
(que se comunica com a cavidade peritoneal por
meio do óstio abdominal da tuba). Assim, na mu-
lher o peritônio se comunica com o meio externo
por meio do óstio da vagina. Tal comunicação não
ocorre no sexo masculino uma vez que a cavidade
peritoneal é completamente fechada no homem. Figura 16 - Tuba uterina
UNIDADE 4 185
Gravidez ectópica é a gestação que ocorre fora da cavidade uterina. Ela pode se dar, por exemplo,
na tuba uterina (conhecida como gravidez tubária). As causas incluem diversos fatores que retardam
ou impedem a passagem do ovo ou zigoto para a cavidade uterina, os quais podem ser mecânicos,
funcionais, decorrentes do próprio processo de envelhecimento ou de drogas hormonais.
Fonte: Minha Vida ([2018], on-line)2.
Útero
O útero é um órgão cavitário, eminentemente mus- O colo do útero é dividido em porção vaginal
cular, situado na pequena pelve entre a bexiga uri- (que se projeta para a vagina e circunda o óstio do
nária e o reto. Ele é envolto pelo ligamento largo do útero) e porção supravaginal (acima da vagina).
útero, tem cerca de 7 cm de comprimento, 5 de lar- No colo, a cavidade uterina é estreita e passa a
gura e pesa aproximadamente 90 gramas, mas pode ser chamada de canal do colo do útero. Corpo e
se dilatar ao ponto de abrigar gêmeos, trigêmeos, colo se separam por meio do istmo do útero (uma
quadrigêmeos em seu interior. Tem a forma de uma região inferior, curta e estreitada).
pera invertida, mas não é totalmente mediano, pois A parede do corpo do útero apresenta três
quase sempre está deslocado à direita. Todavia, sua camadas: o perimétrio, o miométrio e o endomé-
forma, tamanho, posição e estrutura podem variar trio. O perimétrio é externo e representado pelo
dependendo da idade, do estado gestacional e da peritônio. O miométrio fica interposto entre as
vacuidade da bexiga e do reto (DI DIO, 2002). outras duas camadas e forma a maior parte da
Sua função principal é alojar o embrião para parede do útero. Ele é constituído por músculo
que se desenvolva durante todo o período em- liso, o qual permite o aumento do volume do
brionário. Todavia, ele também atua por meio de útero durante a gravidez e a contração que ini-
contrações musculares facilitando o parto por via cia o trabalho de parto forçando o concepto em
vaginal (parto normal). direção ao canal do colo do útero. Após o parto,
O útero apresenta duas partes essenciais, o cor- ele continua a se contrair para rearranjar seus
po e o colo. O corpo é sua porção principal situada componentes e voltar ao tamanho aproximado
entre as lâminas do ligamento largo através de suas do que tinha antes da gravidez. Tais contrações
bordas direita e esquerda. Apresenta uma face ante- são importantes também para promover um pin-
rior ou vesical (separada da bexiga pela escavação çamento dos vasos sanguíneos que se rompem
vésico-uterina) e uma face posterior ou intestinal durante o deslocamento da placenta impedindo
(separada do reto pela escavação retouterina). É quadros hemorrágicos.
móvel e se comunica lateralmente com as tubas O endométrio é a camada mucosa interna que
uterinas. A porção arredondada do corpo que fica participa do ciclo menstrual. Mensalmente, ele se
acima do ponto onde esta comunicação ocorre é prepara para receber o zigoto tornando-se espes-
chamada de fundo do útero. No interior do corpo so e rico em capilares. Todavia, não ocorrendo a
do útero existe a cavidade uterina a qual é estreita fecundação, este espessamento do endométrio se
no período não grávido. descama eliminando sangue por meio do óstio
Vagina
Ovário
Tuba uterina
O nome vagina significa bainha
e lhe foi atribuído em decorrên-
Útero
cia do fato dela envolver o pênis
durante a penetração. Assim,
sua principal função está rela- Cérvix
Bexiga urinária
cionada à cópula, mas também Reto
participa como um canal para Uretra
passagem da menstruação e re-
presenta a parte inferior do canal Vagina Ânus
de parto (MIRANDA NETO;
CHOPARD, 2014). Figura 17 - Útero e vagina
UNIDADE 4 187
Órgãos Externos
Monte do Púbis
O monte do púbis é uma elevação mediana, an- e suas extremidades anteriores e posteriores se
terior à sínfise púbica e contínua com a parede unem formando, respectivamente, a comissura
abdominal anterior. Ele é limitado lateralmente labial anterior e a comissura labial posterior (esta
pelas pregas inguinais. Sua constituição inclui, última segue em direção ao ânus).
principalmente, tecido adiposo (cuja quantidade é
maior na puberdade e menor após a menopausa)
e pelos espessos (após a puberdade). Lábio Menor do Pudendo
Mamas
UNIDADE 4 191
Assim, o nome que deve ser usado é mama por liberados durante este período (principalmente
mais estranho que este termo possa parecer. prolactina e ocitocina). No entanto, sucessivas
Assim, após tais esclarecimentos, vamos gestações e o avançar da idade (associado à di-
definir mamas como anexos de pele situados minuição do colágeno), podem fazer com que
anteriormente aos músculos da região peitoral, elas se tornem progressivamente pedunculadas
entre as camadas superficial e profunda da tela devido à perda da elasticidade das estruturas de
subcutânea desta região. Elas são constituídas sustentação do estroma causando ptose mamá-
por parênquima de tecido glandular, estroma de ria (MOORE et al., 2014).
tecido conjuntivo e pele. No homem, a mama é pouco desenvolvida em
O parênquima de tecido glandular apresenta condições normais. Todavia, existe uma condi-
glândulas cutâneas modificadas especializadas ção patológica chamada ginecomastia onde as
na produção de leite após a gestação, o corpo da mamas se desenvolvem e muitas vezes precisam
mama. O estroma de tecido conjuntivo envolve o ser removidas cirurgicamente, pois causam cons-
corpo da mama e nele predomina tecido adiposo, trangimento e desconforto.
o qual é sustentado por tecido conjuntivo denso O controle da composição dos fluidos cor-
(a quantidade de tecido adiposo do estroma está porais é um processo complexo, pois seres hu-
diretamente relacionada ao tamanho e a forma da manos enfrentam problemas com a perda de
mama). Sua pele apresenta muitas glândulas se- substâncias para o meio que os cercam e com
báceas e sudoríparas, e é consideravelmente fina o acúmulo de substâncias em seus corpos. Se
de forma que, em pessoas de pele clara, é possível eletrólitos se acumulam no sangue, a osmolari-
inclusive notar algumas de suas veias superficiais dade do sangue é aumentada causando difusão
(TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010). da água do líquido intersticial para o sangue
Anatomicamente, as mamas apresentam dois (o que pode aumentar a pressão sanguínea).
acidentes anatômicos principais que merecem Por outro lado, a intensa eliminação de eletró-
ser mencionados, a papila mamária e a aréola da litos diminui a osmolaridade do sangue e, por
mama. A papila mamária é uma projeção com- difusão, a água flui para o espaço intersticial
posta principalmente de fibras musculares lisas acumulando-se nos tecidos e causando edema.
onde desembocam de 15 a 20 ductos lactíferos. Assim, é fundamental que seja mantido o
Ela é muito inerva e, devido a seus músculos, ela equilíbrio entre ingestão ou produção de sustân-
pode se tornar rija. A aréola da mama fica ao re- cias e eliminação delas a fim de que a homeostase
dor da papila e nela existem pequenos tubérculos seja preservada. Este equilíbrio é possibilitado
(umas saliências visíveis e palpáveis) que marcam pelo sistema urinário e anormalidade ou disfun-
o ponto de desembocadura dos ductos lactíferos. ção dele podem causar morte. O sistema genital
Ela é bastante pigmentada e apresenta grande masculino e o feminino agem em conjunto a fim
número de glândulas sudoríparas e sebáceas. de manter o número de indivíduos da espécie.
Várias alterações ocorrem com as mamas Todavia, apresentam considerável diferença en-
durante a gravidez. Por exemplo, a aréola da tre si. O feminino, por exemplo, é mais complexo
mama se torna mais escura e esta cor tente a do que o masculino, pois apresenta o órgão que
permanecer posteriormente à gestação e à ama- abriga o novo ser vivo em gestação. Em contra-
mentação. Além disso, o volume da mama pode partida, a função gametogênica na mulher cessa
até triplicar em razão dos hormônios femininos precocemente.
UNIDADE 4 193
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
194
b) Na vulva, o clitóris, o óstio externo da uretra e o óstio da vagina se posicionam
sequenciamente no sentido ântero-posterior.
c) Ao contrário da afirmação acima, o posicionamento do clitóris, do óstio externo
da uretra e do óstio da vagina é sequencial, mas no sentido posterior-anterior.
d) A tuba uterina é responsável pela produção dos hormônios sexuais e dos
gametas femininos.
e) O útero é responsável pela produção dos hormônios sexuais e dos gametas
femininos.
1
5
195
WEB
196
CFTA - COMISSÃO FEDERATIVA DA TERMINOLOGIA ANATÔMICA. Terminologia Anatômica: ter-
minologia anatômica internacional. São Paulo: Manole, 2001.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana sistêmica e segmentar. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2011.
DI DIO, L. J. A. Tratado de Anatomia Sistêmica Aplicada: princípios básicos e sistêmicos, esquelético, articular
e muscular. 2. ed. Atheneu: São Paulo, 2002.
MIRANDA NETO, M. H.; CHOPARD, R. P. Anatomia humana: aprendizagem dinâmica. Maringá: Gráfica
Editora Clichetec, 2014.
MOORE, K .L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R.; ARAÚJO, C. L. C. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
NARCISO, M. S. Sobotta: atlas de anatomia humana: anatomia geral e sistema muscular. Rio de Janeiro: Gua-
nabara Koogan, 2012.
OLIVEIRA, S. S.; SANTOS, I. S.; SILVA, J. F. P.; MACHADO, E. C. Prevalência e fatores associados à doença do
refluxo gastroesofágico. Scielo. Arq. Gastroenterol, São Paulo, v. 42 n. 2, abr./jun., 2005.
PETROIANU, A.; OLIVEIRA NETO, J. E. de; ALBERTI, L. R. Dados epidemiológicos da litíase renal, em
hospital de referência, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Medicina, Ribeirão Preto, n. 34, p. 85-88, jan./
mar. 2001.[DFdS1]
ROHEN, J. W.; YOKOCHI, C.; LÜTJEN-DRECOLL, E. Anatomia humana: atlas fotográfico de anatomia
sistêmica e regional. São Paulo: Manole, 2002.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B.; WERNECK, A. L. Princípios de anatomia e fisiologia. 12. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
WATANABE, L. Erhart: elementos de anatomia humana. 9. ed. São Paulo: Atheneu, 2000.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <http://www.copacabanarunners.net/uretrite.html>. Acesso em: 30 out. 2018.
2
Em: <http://www.minhavida.com.br/saude/temas/gravidez-ectopica>. Acesso em: 15 jun. 2016.
197
1. C.
2. B.
3. B.
4. C.
5. C.
198
199
200