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Liberalismo
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Economia
Política
vde
Neoliberalismo é um termo que, especialmente a partir do final dos anos 1980, tem sido
empregado em economia política e economia do desenvolvimento, em substituição a outros
termos anteriormente utilizados, tais como monetarismo, neoconservadorismo, Consenso de
Washington ou "reforma do mercado", por exemplo,[1] sobretudo numa perspectiva crítica,[2]
para descrever o ressurgimento de ideias derivadas do capitalismo laissez-faire (apresentadas
pelo liberalismo clássico) e que foram implementadas a partir do início dos anos 1970 e
1980.[3] Seus defensores advogam em favor de políticas de liberalização econômica extensas,
como as privatizações, austeridade fiscal, desregulamentação, livre comércio, e o corte de
despesas governamentais a fim de reforçar o papel do setor privado na
economia.[4][5][6][7][8][9] [10][11][12][13][excesso de citações]
Neoliberalismo é um conceito cujo uso e definição têm sofrido algumas alterações ao longo do
tempo.[7] Na década de 1930, neoliberalismo tratava-se de uma doutrina econômica que
emergiu entre académicos liberais europeus e que tentava definir uma denominada "terceira
via" capaz de resolver o conflito entre o liberalismo clássico e a economia planificada
coletivista.[14] Este desenvolvimento remontou ao desejo de evitar a repetição das falhas
econômicas que deram origem à crise de 1929, cuja causa era atribuída principalmente à
política económica do liberalismo clássico. Nas décadas posteriores, a teoria neoliberal tendeu
a divergir da doutrina mais laissez-faire do liberalismo clássico, promovendo, em vez disso,
uma economia de mercado sob a orientação e regras de um estado forte - modelo que viria a
ser denominado economia social de mercado. O neoliberalismo é assemelhado ao
neoconservadorismo quanto ao expansionismo para espalhar os valores que os seus mentores
consideram ocidentais no mundo, principalmente nos anos 70.[15]
Na década de 1960, o uso do termo "neoliberal" entrou em acentuado declínio, mas, quando
foi reintroduzido, na década de 1980, o seu significado tinha se alterado e passou a ser
associado às reformas económicas implementadas no Chile, nos anos 1970, durante a ditadura
de Augusto Pinochet, que contou com a colaboração de Hayek, dos Chicago Boys [16] e da
CIA.[17] :40 [18] Neste período, a palavra não apenas adquiriu uma conotação negativa diante
dos críticos da reforma do mercado, como também havia mudado de significação - deixando
de ser considerado como uma forma moderada de liberalismo, para ser entendido como um
conjunto de ideias mais radicalmente favoráveis ao capitalismo laissez-faire. Os académicos
passaram, então, a associar o neoliberalismo às teorias dos economistas Friedrich Hayek, da
Escola Austríaca, e Milton Friedman, da Escola de Chicago.[7] Nos anos 1980, o termo passa a
ser usado por acadêmicos ligados a diferentes ciências sociais, sobretudo na crítica a esse
ressurgimento das ideias derivadas do liberalismo econômico laissez faire do século
XIX[19][20][9] [10] O emprego do termo expandiu-se rapidamente ao longo dos anos 1990,
consolidando-se nos anos 2000.[21]
Assim, uma vez estabelecido o novo significado da palavra entre os académicos de língua
espanhola, este difundiu-se para a literatura de economia política, em língua inglesa,[7]
associando-se ao conjunto de políticas económicas introduzidas por Augusto Pinochet, no
Chile, Margaret Thatcher, no Reino Unido, e Ronald Reagan, nos Estados Unidos.[8] A
mudança no consenso que ocorreu durante as décadas de 1970 e 1980 em prol das teorias
econômicas e políticas neoliberais, é considerada por alguns estudiosos como sendo a raiz da
financeirização da economia[22] que culminaria com a crise de 2008.[23][24][25][26][27]
Índice
1 Etimologia
2 História
4 Governos neoliberais
4.3 Chile
6 Críticas
7 Ver também
8 Referências
9 Bibliografia
Etimologia
A palavra foi usada em épocas diferentes, com significados semelhantes, porém distintos:
na primeira metade do século XX, significou a doutrina proposta por economistas franceses,
alemães e norte-americanos voltada para a adaptação dos princípios do liberalismo clássico às
exigências de um Estado regulador e assistencialista;
a partir da década de 1980, passou a significar a doutrina econômica que defende a absoluta
liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal na economia, só devendo esta
ocorrer em setores imprescindíveis e, ainda assim, num grau mínimo (minarquia). É nesse
segundo sentido que a palavra é mais usada atualmente.[35] No entanto, autores da filosofia
econômica[36] e comentaristas de economia[37] que se alinham com as postulações liberais
rejeitam a classificação de "neoliberal", preferindo se declarar liberais. Nesse sentido, pode-se
afirmar que neoliberalismo é mais um termo elaborado pelos críticos dos pressupostos do
liberalismo do que uma reivindicação terminológica por parte dos precursores de sua doutrina.
História
As origens do que hoje se chama neoliberalismo nos remetem à Escola Austríaca, nos finais do
século XIX, com o Prêmio de Ciências Econômicas Friedrich von Hayek,[40] considerado o
propositor da sua base filosófica e econômica, e Ludwig von Mises.[41]
A Escola Austríaca[42] adotava a Lei de Say e a teoria marginalista, que veio a ser contestada,
mais tarde, por Keynes, quando formulou suas ideias e defendeu as políticas econômicas com
vistas à construção, na década de 1930, de um Estado de bem-estar social ou welfare state ,
também chamado, por alguns, Estado Escandinavo, por ter sido o modelo adotado pelos
países escandinavos (Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia) [43][44], através do modelo
nórdico. A política neoliberal da Suécia, como a redução do papel do setor público ao longo
das últimas décadas, resultou no crescimento mais rápido na desigualdade de qualquer
economia dentro da OCDE[45]
Essas ideias atraíram mais adeptos depois da publicação, em 1942 na Inglaterra, do Relatório
Beveridge,[46] um plano de governo britânico segundo o qual — depois de obtida a vitória na
Segunda Guerra Mundial — a política econômica britânica deveria se orientar no sentido de
promover uma ampla distribuição de renda, baseando-se no tripé da Lei da Educação, a Lei do
Seguro Nacional e a Lei do Serviço Nacional de Saúde (associadas aos nomes de Butler,
Beveridge e Bevan).[46] A defesa desse programa tornou-se a bandeira com a qual o Partido
Trabalhista britânico venceu as eleições de 1945, colocando em prática os princípios do estado
de bem-estar social.[46] Para Friedrich August von Hayek, esse programa levaria "a civilização
ao colapso".
Essa discussão, que se iniciou no campo da teoria econômica, transbordou, na Inglaterra, para
o campo da discussão político-partidária e serviu de mote à campanha que elegeu, pelo
Partido Conservador, Winston Churchill, que chegou a dizer que "os trabalhistas eram iguais
aos nazistas".[46]
Escola de Chicago
Uma outra vertente do liberalismo surgiu nos Estados Unidos e concentrou-se na chamada
Escola de Chicago, defendida por outro laureado com o chamado Ciências Econômicas, o
professor Milton Friedman. Friedman criticou as políticas econômicas inauguradas por
Roosevelt com o New Deal, que respaldaram, na década de 1930, a intervenção do Estado na
economia com o objetivo de reverter a depressão econômica e a crise social daqueles anos.
Essas políticas, adotadas quase simultaneamente por Roosevelt, nos Estados Unidos, e por
Hjalmar Horace Greeley Schacht,[48][49] na Alemanha nazista, foram, três anos mais tarde,
defendidas por Keynes, que lhes deu arcabouço teórico em sua obra clássica The General
Theory of Employment, Interest and Money (1936),[50] cuja publicação marcou o início do
keynesianismo. Ao fenômeno de ressurgência dos princípios liberais do início do século XX,
muitos chamam de neoliberalismo.
Friedman, assim como Hayek, Mises e outros economistas defensores do capitalismo laissez-
faire, argumentou que a política do New Deal, do Presidente Roosevelt, ao invés de recuperar
a economia e o bem-estar social, teria prolongado a depressão econômica e a crise social.
Segundo Friedman, isto teria ocorrido principalmente, porque o Estado redirecionara os
escassos recursos disponíveis na época para investimentos não viáveis economicamente, ou
seja, o Estado havia desperdiçado recursos, o que, afinal, teria diminuído a eficiência, a
produtividade e a riqueza da sociedade. Em resumo, os investimentos não estariam sendo
realizados tomando como parâmetro principal a eficiência econômica, e sim a eficiência
política. Os recursos destinavam-se aos setores mais influentes politicamente, aqueles que
traziam maior popularidade ao governante, independentemente de seu valor produtivo para a
sociedade.
Friedman era contra qualquer regulamentação que inibisse a ação das empresas. Era contra,
por exemplo, o salário mínimo que, segundo acreditava, além de não conseguir aumentar o
valor real da renda, excluiria a mão de obra pouco qualificada do mercado de trabalho.
Opunha-se, consequentemente, ao salário mínimo e à fixação de qualquer tipo de piso salarial
pelos sindicatos ou outros órgãos de interesse social, pois acreditava que esses pisos
distorceriam os custos de produção, resultando em aumento do desemprego, queda na
produção e redução da riqueza da sociedade - aumentando, consequentemente, a pobreza.
Friedman defendeu a teoria econômica que ficou conhecida como "monetarista" ou da "escola
de Chicago"[46]
O declínio do liberalismo clássico remonta ao final do século XIX, de início lento. Já no século
XX, após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, e a Grande Depressão que se
seguiu, a queda foi vertiginosa. Enquanto o liberalismo era objeto de descrédito, ganhavam
força as teorias que preconizavam a necessidade de intervenção do Estado na economia,
notadamente as ideias de Keynes, aplicadas, quase simultaneamente, pelo New Deal de
Franklin Roosevelt e pelo governo Nacional Socialista da Alemanha, onde o ministro da
economia Horace Greely Hjalmar Schacht,[51] em três anos (1934–37), conseguiu acabar com
o desemprego na Alemanha, sem provocar inflação, adotando um déficit orçamentário de 5%
do PIB - enquanto o resto do mundo se afundava cada vez mais na recessão. Essas políticas já
tinham sido incorporadas à legislação alemã no final de 1932 pelo governo de Kurt von
Schleicher[52] e tiveram influência nas políticas do New Deal de Roosevelt. Em 1936, Keynes
publicou sua obra magna The General Theory of Employment, Interest and Money[53] que deu
o suporte teórico a esse tipo de intervenção estatal na economia que já vinha sendo adotado,
intuitivamente, alguns anos antes da publicação do livro de Keynes.
Teorias econômicas
As teorias econômicas tidas como neoliberais geralmente são agregadas no termo economia
neoclássica. As teorias neoclássicas foram influenciadas ou interagem com as seguintes escolas
de pensamento:
Liberalismo econômico
Economia clássica
Escola keynesiana
Monetarismo
Governos neoliberais
Ronald Reagan
O presidente americano Ronald Reagan, que governou entre 1981 e 1989, implementou
políticas baseadas na economia pelo lado da oferta, defendeu a filosofia laissez-faire e a
política fiscal de livre mercado,[54] e procurou estimular a economia com grandes cortes de
impostos.[55][56] Citando as teorias econômicas de Arthur Laffer, promoveu os cortes de
impostos propostos para potencialmente estimular a economia a expandir sua base tributária,
compensando a perda de receitas causadas pela redução dos impostos pelo fato de que mais
pessoas pagariam impostos. O efeito final de todas as contas fiscais da era Reagan foi o de
uma redução de 1% na receita do governo em relação as primeiras estimativas de receita do
Departamento do Tesouro, feitas em janeiro de cada ano.[57] O Reaganomics foi objeto de
intenso debate entre os seus apoiadores, que apontavam para melhorias em alguns
indicadores econômicos chaves como uma prova de sucesso, e os seus críticos, que apontavam
os grandes aumentos nos déficits orçamentários federais e da dívida nacional. Sua política de
"paz Armada" resultou em um aumento significativo nos gastos militares, que tiveram um
aumento real de 40% entre 1981 e 1985.[58]
Alemanha Ocidental