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00 014 km
Regra de segurança no Longa Duração, os carros da frota precisam ter, no mínimo, ABS e airbag duplo.
A norma só abre exceção, obviamente, para os modelos que não oferecem esses itens sequer como
opcionais. No caso do Renault Duster, ABS e airbag duplo estão disponíveis apenas na versão top de
linha, Dynamique. É exatamente ela que passa a integrar a família.
Nosso Duster Dynamique custou 48 295 reais. Aceitamos ficar com o modelo com o opcional de banco
de couro, pois se insistíssemos no de tecido a espera poderia chegar a 60 dias. A cor branca, além de
estar na moda, é a única opção de pintura sólida. Nada a reclamar, pois nos poupou o gasto dos 1090
reais cobrados pelas cores metálicas.
Ao retirar o Duster na concessionária paulistana Itavema France Pinheiros, o responsável pela entrega
cometeu algumas derrapagens. “Abasteça o primeiro tanque com gasolina comum, para as peças se
ajustarem. Depois, pode usar etanol à vontade”, disse. Não houve uma palavra sequer sobre a
recomendação constante da página 2.2 do manual do proprietário: “Até 1 000 km, não ultrapasse 3 500
rpm na troca de marcha…”. As derrapadas continuaram: “Apesar de o seu Duster não ser 4×4, você
pode encarar trilhas sem medo. Ele tem suspensão independente multilink nas quatro rodas”. O próprio
site da Renault desfaz o nó: a suspensão é do tipo McPherson na dianteira e semiindependente com
barra estabilizadora e molas helicoidais na traseira.
Fizemos uma consulta à fábrica para esclarecer outra dúvida resultante da entrega confusa. “As
revisões acontecem a cada 10000 km, mas é importante fazer uma parada aos 5000 km para
verificarmos se está tudo bem com o motor”, disse o funcionário. De acordo com o manual (e a fábrica),
o plano de manutenção prevê apenas as paradas a cada 10 000 km. Duro descobrir quem tem razão: o
manual ou o mano?
CONSUMO
No mês (00,0% na cidade): Etanol – 0,0 km/l
Desde abril/12 (00,0 % na cidade): Etanol – 0,0 km/l
PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS
14 km: carro entregue com pequenas trincas na pintura do para-lama dianteiro direito.
Duster foi entregue com o para-lama dianteiro esquerdo danificado. A pintura chegou a trincar (esq.) |
Os plásticos do Duster são cheios de rebarba. No detalhe, a maçaneta interna mal-acabada (dir.)
Duster in the wind
Por Redação | 04 junho 2012
04 325 km
Se a canção “Dust in the wind”, do grupo americano Kansas, pode ser boa companhia de estrada, o
mesmo não se pode dizer da trilha sonora produzida pelo ruído aerodinâmico que invade a cabine do
Duster a partir dos 90 km/h. Que o diga o editor Péricles Malheiros, primeiro a cair na estrada com o
caçula da família. Foram 3019 km em dez dias, incluindo uma viagem entre São Paulo e Brasília (DF).
Antes da estreia em longos trechos, já com mais de 1000 km no painel, o Duster passou pelo “batismo”
dos carros de Longa: o teste completo em nosso campo de provas, em Limeira (SP). Depois, rumou
para o Distrito Federal.
As rebarbas nos plásticos de acabamento apontadas na edição passada – em especial nas maçanetas
internas – foram notadas em outras partes. “Na capa da coluna de direção, próximo à alavanca do
sistema de ajuste de altura, nos porta-objetos das portas e no console central”, apontou Péricles. O uso
prolongado do carro revelou outros defeitos, segundo o editor. “Os vidros não abaixam para aliviar a
pressão interna, o que torna o fechamento das portas difícil, e, na hora de arrumar a bagagem no porta-
malas, a cobertura exige que se encaixem as extremidades em cavidades nas laterais. Um sistema
retrátil seria muito mais prático”, diz o editor.
O porta-objetos no teto também foi criticado, segundo Péricles: “Numa curva acentuada, ainda na
cidade, o diário do bordo saiu voando. Também tentei guardar a caneta ali, mas logo desisti, pois em
contato com o plástico rígido ela fazia muito barulho. Um tapetinho de borracha seria bem-vindo”.
Nosso editor monitorou o nível de óleo: “Não baixou, mas o que surpreendeu positivamente foi o
sistema de mola a gás de sustentação do capô”. O Duster também oferece um companheiro de viagem
chato: o ruído aerodinâmico. “O vento não chega a entrar, mas o barulho em alta velocidade junto à
porta do motorista incomoda.
Consumo
No mês (18,2% na cidade): Etanol – 7,1 km/l
Desde abril/12 (18,2 % na cidade): Etanol – 7,1 km/l
Todos os carros da frota de Longa Duração carregam um diário de bordo cujas informações de
rodagem devem ser anotadas pelos usuários que se revezam ao volante. No Duster, as páginas
destinadas aos apontamentos referentes ao abastecimento estão sendo consumidas na mesma
velocidade com que o etanol do tanque é devorado pelo motor.
Os números de consumo do Renault são piores que os do Cruze, que tem motor maior (1.8) e câmbio
automático. Desde que iniciaram sua jornada na seção Longa Duração, Duster e Cruze apresentam a
mesma média de consumo de etanol, 6,9 km/l. A comparação fica ainda pior para o Duster quando se
leva em conta que o Cruze é mais pesado (1 424 ante 1 258 kg) e rodou mais na cidade que o rival
(31,1% da quilometragem total, ante 18,7%).
Quem provou o Duster na estrada reclamou. “Com o ar-condicionado desligado, mantive a velocidade
entre 100 e 120 km/h. Mesmo assim, a página do computador de bordo que exibe o consumo médio
ficou entre 6,7 e 6,8 km/l com etanol. Tempos atrás fiz o mesmo com o Versa e seu computador indicou
13,8 km/l”, disse o revisor de texto Renato Bacci. Além de mais leve (1 069 kg), o Versa tem motor de
concepção mais moderna e um câmbio com relação de quinta marcha que diminui a rotação e,
consequentemente, o consumo de combustível. A 100 km/h, o conta-giros do Versa aponta 2 900 rpm,
enquanto o do Duster registra 3 100 rpm. O consumo elevado será uma de nossas reclamações ao
deixar o carro para a primeira revisão, de 10 000 km.
Também aproveitaremos para registrar as queixas de outros motoristas que se revezaram ao volante do
SUV, como o ruído aerodinâmico na porta do motorista e o da movimentação do combustível dentro do
tanque. Solicitaremos ainda uma verificação do alinhamento das portas, cujo fechamento é muito difícil,
principalmente com os vidros das janelas levantados.
Consumo
No mês (19,1% na cidade) – Etanol 6,8 km/l
Desde abril/12 (18,7% na cidade) – Etanol 6,9 km/l
Principais ocorrências
14 km Carro entregue com pequenas trincas na pintura do para-lama dianteiro direito
8 195 km Ruído de movimentação do combustível dentro do tanque
O Duster carece de um sistema que abaixa os vidros para facilitar o fechamento das portas (esq.).
Dependendo da posição, o banco do motorista apresenta um incômodo jogo (dir.)
Valorfiltrado
Por Redação | 07 agosto 2012
Motoristas de variadas estaturas reclamam da posição da base dos botões dos vidros
Na terra e no mar
Por Redação | 04 setembro 2012
Buraco negro: no banco de trás, um espaço entre o assento e o encosto engole pequenos objetos.
Revisãocarimbada
Por Redação | 02 outubro 2012
Aos 20 000 km, nosso Duster estava pronto para a segunda parada do plano de manutenção |
Inspeção pós-revisão: autorizada deixou o tubo de captação de ar solto dentro do cofre.
Preguiça ao acordar
Por Redação | 06 novembro 2012
Na traseira, botão dos vidros mal localizado leva à abertura acidental da janela das portas
Fim do tremor matinal
Por Redação | 11 dezembro 2012
Encaixados no lugar certo, triângulo, chave de roda e macaco deixaram de fazer barulho.
Revisãode despedida
Por Redação | 19 de abril de 2013
Palheta traseira se quebrou espontaneamente. A substituição custou 33 reais | Foram necessárias duas
visitas até que a autorizada trocasse a lâmpada do painel.
Pitstop nasúltimasvoltas
Por Redação | 20 de maio de 2013
Ressalto nos canais rentes à superfície indicam: a profundidade mínima dos sulcos foi atingida
A hora do espanto
Por Redação | 3 de junho de 2013
59 001 km
Em uma de suas últimas missões antes do desmonte, nosso Duster passou pela análise de “popularidade”. Para submeter o SUV urbano
a uma avaliação por parte de quem mais entende do mercado de automóveis, o fotógrafo Marco de Bari visitou lojas independentes e
concessionárias de marcas distintas perguntando: “Quanto vale esse carro?” – claro que sem revelar que o Duster, comprado em abril de
2012, ao preço de 53460 reais, era de QUATRO RODAS.
As primeiras paradas foram nas concessionárias Renault Itavema (onde o carro foi comprado) e Max Sumaré. “Se eu pegar seu carro, vou
ficar com um mico na mão”, disse o vendedor da Itavema, que encerrou a conversa com uma oferta de 36 000 reais caso
estivéssemos interessados na troca por um carro zero-quilômetro. Na Max, o valor foi um pouco melhor, 39 000 reais. Partimos, então,
para concessionárias concorrentes. Na Hyundai Caoa, a proposta foi igual à da Max, 39 000 reais na troca por um Tucson. Sem se deixar
abater, Bari seguiu para a Ford Forte. Lá o avaliador relutou: “O carro está bonito. Faça algumas fotos e ponha um anúncio na internet.
Aqui, a proposta que tenho para lhe fazer é constrangedora”. Insistimos que estávamos preparados. “Se for na troca por um EcoSport
novo, pago 25 000 reais”, disse.
Encerrada a peregrinação nas concessionárias, partimos em busca da avaliação das lojas multimarcas independentes. Na Auto
Leopoldina, ouvimos a terceira oferta de 39 000 reais, dessa vez sem a obrigatoriedade da compra de um outro carro. A surpresa ficou
para o fim, na loja Ruck Multimarcas. Após uma análise rápida, o avaliador disse que tinha um comprador em vista para o nosso Duster:
“Pago 41 300 reais”.
O mês incluiu ainda a troca dos quatro pneus, aos 55 539 km. Encontramos um jogo idêntico ao original (Bridgestone Dueler 215/65 aro
16) por 1900 reais, já com montagem, válvulas, alinhamento e balanceamento.
Consumo
Principais ocorrências
Diário
Não parece, mas os novos pneus são idênticos aos usados. O conjunto custou 1 900 reais | Em sua primeira viagem de pneus novos,
Duster visitou as praias de Balneário Camburiú
A parada é outra
Por Redação | 1 de julho de 2013
60 145 km
Cumprir o protocolo estabelecido é objetivo de todo carro escalado para integrar a frota de Longa Duração. Após ter passado pelo teste de
venda, que afere seu valor no mercado de usados, nosso Duster rodou por alguns dias nas mãos do editor de Longa Duração, Péricles
Malheiros, e do consultor técnico Fabio Fukuda, para que fossem colhidas as últimas impressões antes do desmonte. Aos 60 047 km,
o Duster entrou no Campo de Provas da TRW, em Limeira (SP), onde são realizados os testes de QUATRO RODAS.
Por padrão, todos os carros de Longa Duração são testados no início (aos 1 000 km) e no fim de sua jornada (após os 60 000 km). A
comparação dos números também serve como boa fonte de informação para o desmonte – etapa final da nossa avaliação, na qual o carro
tem suas peças analisadas individualmente e se faz um prognóstico de seu futuro.
Na comparação dos testes inicial e final (veja no quadro abaixo), nosso SUV urbano revelou mais surpresas boas que ruins. O elevado
consumo de combustível, tão criticado na estreia, melhorou. No circuito que simula o uso do carro em trânsito urbano, o número subiu
de 6,1 para 6,5 km/l usando etanol, enquanto na prova de aferição do trecho rodoviário ele evoluiu de 7,9 para 8,6 km/l.
Mais “solto”, nosso Duster também se mostrou mais competente nas provas dinâmicas, com melhora nas provas de aceleração de 0 a 100
km/h, 0 a 1 000 metros e retomadas de velocidade (40 a 80, 60 a 100 e 80 a 120 km/h).
Como era esperado, as provas de medição de ruído na cabine revelaram que o tempo trouxe, além de quilometragem, barulhos para o
Duster, sobretudo em marcha lenta. Com troca de pastilhas na revisão dos 40 000 km e um jogo de pneus novos aos 55 539 km, era
de esperar uma performance excelente do Duster na provas de frenagem. Porém, ele decepcionou, com espaços muito maiores que os
obtidos no primeiro teste. Serão os discos os responsáveis por tirar o Duster das paradas de sucesso?
Consumo
Principais ocorrências
Diário
Hodômetro indica o fim do teste, após pouco mais de um ano da estreia, em abril de 2012
Desmonte do Duster: A versão das partes
Por Redação | 2 de agosto de 2013
Criado para enfrentar o antigo EcoSport, o Duster não demorou muito a conquistar o consumi dor brasileiro. Bem maior que o rival da Ford
– o placar de porta-malas, por exemplo, é de 475 ante 296 litros –, o Renault arrebatou compradores que buscavam um modelo espaçoso,
robusto e alto mais para enfrentar a buraqueira da cidade do que a terra e lama do uso off-road. No Longa Duração, a jornada do
Duster se iniciou em abril de 2012, quando relatamos a compra de uma versão Dynamique com o opcional de bancos de couro, por 53
460 reais – hoje, um modelo zero-quilômetro idêntico ao nosso, ano 2013, sai por 57 700 reais. Findo o teste, o Duster evoca outros
Renault desmontados após 60 000 km no Longa: o Mégane, em dezembro de 2007, e o Logan, em dezembro de 2008. Do primeiro,
nosso Duster traz o motor 1.6 16V flex, e do segundo, a plataforma e o desenho básico dos sistemas de eletricidade, suspensão, direção
e freio.
A medição de compressão dos cilindros é um dos primeiros procedimentos adotados pelo nosso consultor Fabio Fukuda, da oficina
paulistana Fukuda Motorcenter. No material fornecido pela fábrica, não constava referência ao mínimo de compressão tolerado: “A Renault
informa apenas que a diferença de pressão entre os cilindros não pode apresentar variação superior a 10%”. Obedecendo a um
procedimento-padrão, a medição é feita e repetida outras duas vezes: o número final é igual à média das três leituras. Nos cilindros 1, 2
e 3, o valor aferido foi rigorosamente o mesmo: 140 psi. A diferença surgiu no cilindro 4, com duas medições de 120 e uma de 130 psi.
Com média de 123,3 psi, o cilindro 4 revelou uma pressão 11,9% inferior à da anotada nos demais. Nossa investigação para descobrir a
origem do problema seguiu por duas linhas: a folga de entrepontas dos anéis dos pistões e as válvulas de admissão e escape,
com atenção especial às peças atreladas ao cilindro 4. Ao se apresentarem com folgas dentro (ou muito próximas) dos limites tolerados
pela fábrica, todos os anéis foram inocentados. Ao desmontar o cabeçote, fim do mistério: as válvulas de admissão estavam com acúmulo
de carvão. “Esse excesso de material carbonizado é resultado direto da falência dos retentores de válvula, que já não conseguiam mais
impedir que o óleo escorresse pela haste. A invasão de lubrificante da válvula do quarto cilindro foi tão severa que as partes desprendidas
se deslocaram para a zona de assentamento, prejudicando a vedação”, disse Fukuda ao explicar a menor pressão de compressão do
cilindro 4, mais severamente atingida. “Se continuasse assim, o problema se agravaria a ponto de provocar a reprovação do Duster na
inspeção veicular de emissões de poluentes”, diz Fukuda. Comandos de válvulas, virabrequim e cilindros estavam com todas as medidas
dentro dos padrões da Renault.
Caixa registradora
Ao varrer a central eletrônica atrás de sinais de problemas, Fukuda encontrou um registro de avaria proveniente do sensor de oxigênio.
“Fato esperado, uma vez que a má vedação da válvula pode gerar esse tipo de registro.”
Diferentemente do motor, com seus altos e baixos, a desmontagem do câmbio só trouxe boas notícias. Engrenagens, trambulador e
garfos de engate estavam como novos. “A carroceria grande e pesada do Duster torna as trocas de marchas mais constantes. Mesmo
assim, a embreagem chegou aos 60 000 km em bom estado”, diz Fukuda. A fábrica também não fornece a espessura mínima do
disco, mas, a julgar pela análise visual do conjunto (platô, disco e atuador hidráulico) e pela boa “pegada” nas acelerações e retomadas,
dá para afirmar que o sistema suportaria pelo menos mais 20 000 km.
Elogiada no desmonte do Logan, agora a suspensão deixou a desejar. Com o mesmo desenho básico, com McPherson na dianteira e eixo
de torção na traseira – a multilink é exclusividade da versão 4×4 –, o conjunto tem maior curso em virtude da aplicação de molas maiores.
Feito para quem busca um modelo robusto para a buraqueira (no asfalto ou fora dele), o Duster completou os 60 000 km com a
suspensão dianteira ruidosa – atrás, tudo na mais perfeita ordem. O desmonte revelou a origem dos problemas. Com folga nos pontos de
fixação extremos e nos mancais, a barra estabilizadora gerava o mesmo tipo de ruído abafado que os pivôs das bandejas, igualmente
folgados. O sistema de direção também não resistiu como deveria. “Os braços axiais estavam com jogo excessivo. Além do rangido ao
esterçar o volante, essa folga poderia levar a um alinhamento incorreto”, diz Fukuda. Também chamou a atenção de nosso consultor a
utilização de molas não encapadas inclusive na área de contato com o prato inferior do amortecedor. “Não havia sinais de batida entre
elos, mas a parte da mola que entra em contato com o prato estava ‘polida’, sem pintura.”
Aposta arriscada
A revisão dos 40 000 km, feita pela concessionária paulistana Max, incluiu uma troca de pastilhas, mas os discos foram mantidos. No
desmonte, verificamos que as pastilhas estavam com, na média, 7,3 mm de espessura, repetindo a curva de avanço de desgaste
registrada nos primeiros 40 000 km – novas, as peças têm material de atrito com 11,7 mm de espessura. Os discos, por sua vez, estavam
com espessura muito próxima do limite mínimo. Logo, a autorizada A.R. Motors, responsável pela revisão dos 50 000 km, deveria ter
recomendado, no mínimo, uma atenção especial quanto à proximidade do fim da vida das peças. A mesma concessionária
negligenciou outro ponto ligado à segurança, liberando nosso Duster sem fazer qualquer recomendação de troca dos pneus, também
próximos do fim da vida útil. Aos 55 539 km, instalamos um jogo de pneus idêntico ao original, por 1 900 reais.
Espaçoso, nosso Duster se despede da frota de Longa Duração aprovado. Mas é bom que se diga: elevada, a suspensão que trabalha
bem no Sandero e no Logan se mostrou frágil no SUV, e o motor, que era referência na época do Mégane, chegou aos 60 000 km dando
sinais de que precisa evoluir, assim como alguns serviços da rede Renault.
ATENÇÃO
Som estéreo
Aos 60 000 km, os rolamentos das polias dos tensionadores (1) de correia começaram a chiar. Ruído forte mesmo vinha da polia do
compressor (2) de ar-condicionado, também com o rolamento danificado.
Metaleiro
Ruídos metálicos eram ouvidos ao rodar sobre pisos esburacados. Culpa da falta de isolamento entre o extremo da mola (3) e o prato
do amortecedor (4).
Ligação cortada
Sem um conector junto à tampa traseira, é preciso cortar o chicote elétrico para separar a peça da carroceria. Isso dificulta (e encarece)
um eventual serviço de funilaria.
Apoio do partido
O coxim superior direito (do câmbio) estava com a borracha rompida (5). Os efeitos da peça danificada ainda não eram sentidos ao
volante, mas, ao permitir a movimentação excessiva do câmbio, os outros coxins eram superexigidos, podendo apresentar o
mesmo problema em pouco tempo.
Barra frouxa
A barra estabilizadora estava com folga nos mancais (6), assim como as rótulas das duas extremidades das bieletas (7), responsáveis por
ligar a barra aos amortecedores dianteiros.
Braços folgados
Com folga excessiva nos dois braços axiais (8) e nos terminais (9), o sistema de direção do nosso Duster era outra fonte de ruídos. O
incômodo, porém, não comprometia a segurança, “apenas” o conforto a bordo.
Hora de parar
Os discos (10) do Duster suportaram exatamente os 60 000 km do Longa Duração, chegando ao fim do teste com espessura muito
próxima da medida mínima tolerada pela Renault. A jornada do SUV, com 67,9% de trechos rodoviários, favoreceu o baixo consumo de
discos e pastilhas (11).
APROVADO
Velas acesas
O plano de manutenção do Duster estabelecido pela Renault prevê a substituição das velas a cada 40000 km. Decisão correta: com
20000 km de uso, elas se mostraram em plena forma.
Longa vida
O conjunto de embreagem se aposentou vendendo saúde. Só foi possível uma análise visual, pois a Renault não forneceu a
espessura mínima do material de atrito do disco.
Bem azeitado
A análise do virabrequim inclui a medição da folga axial e do diâmetro dos moentes e munhões. Na inspeção visual, nenhum sinal
de azulamento ou riscos nas zonas de atrito mecânico, comprovando a eficácia do sistema de lubrificação.
Câmbio em alta
Engrenagens, anéis sincronizadores e garfos de engate em perfeito estado: da alavanca de mudança de marchas às homocinéticas,
passando pela embreagem, o sistema de transmissão do Duster se mostrou merecedor de elogios.
REPROVADO
Depósito de carvão
A falência dos retentores de válvula foi mais grave no cilindro 4. Com a alta temperatura da câmara de combustão, o lubrificante
acumulado na parte baixa da válvula é incinerado, formando uma placa sólida. Quando partes desse material se desprendem e param na
área de assentamento da válvula, a vedação é prejudicada, ocasionando a perda de pressão de compressão.
HISTÓRICO
FICHA TÉCNICA
Motor: dianteiro, transversal, 4 cil., 1 598 cm³, 16V, flex; Diâmetro x curso: 79,5 x 80,5 mm; Taxa de compressão: 9,8:1;
Potência: 115 / 110 cv a 5 750 rpm;
Torque: 15,5 / 15,1 mkgf a 3 750 rpm
Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
Dimensões: comprimento, 432 cm; largura, 182 cm; altura, 170 cm; entre-eixos, 267 cm
Peso: 1 202 kg
Peso/potência: 10,5 / 10,9 kg/cv
Peso/torque: 77,5 / 79,6 kg/mkgf
Volumes: porta-malas, 475 litros; tanque, 50 litros
Suspensão: Dianteira: independente, Mcpherson. Traseira: eixo de torção
Freios: disco ventilado (dianteira), tambor (traseira)
Direção: hidráulica
Pneus: 215/65 R16
ROTEIRO
ÁLBUM DE RECORDAÇÕES
VEREDICTO
Nosso Duster de Longa Duração não revelou muitos problemas no desmonte. A questão é que, dentre os poucos, um deles – a invasão
de óleo em virtude da perda de eficiência dos retentores de válvulas – era grave. A rede, por sua vez, seguiu a tabela de preços sugeridos
de revisões e não empurrou serviços desnecessários. No entanto, deixou passar alguns procedimentos relacionados à segurança.