Sie sind auf Seite 1von 43

Renault Duster no Longa Duração

Por Bruno Roberti | 23 março 2012

Foto: Aline Monteiro


O Renault Duster é o novo integrante da frota de Longa Duração da revista QUATRO RODAS. O SUV
entrou no lugar do hatch JAC J3, cujo desmonte foi feito no final de fevereiro.
A versão que será submetida ao teste de 60 mil km é a Dynamique com câmbio manual e motor 1.6
flex, que entrega 115 cv de potência.
Entre os itens de série que equipam o nosso Duster estão direção hidráulica, ar-condicionado, volante
com regulagem de altura, airbag duplo, vidros elétricos traseiros, alarme, computador de bordo, faróis
de neblina e barras cromadas no teto.
Como será que o Duster vai se sair no teste?
Mano ou manual
Por Redação | 03 maio 2012

Por Péricles Malheiros

00 014 km
Regra de segurança no Longa Duração, os carros da frota precisam ter, no mínimo, ABS e airbag duplo.
A norma só abre exceção, obviamente, para os modelos que não oferecem esses itens sequer como
opcionais. No caso do Renault Duster, ABS e airbag duplo estão disponíveis apenas na versão top de
linha, Dynamique. É exatamente ela que passa a integrar a família.
Nosso Duster Dynamique custou 48 295 reais. Aceitamos ficar com o modelo com o opcional de banco
de couro, pois se insistíssemos no de tecido a espera poderia chegar a 60 dias. A cor branca, além de
estar na moda, é a única opção de pintura sólida. Nada a reclamar, pois nos poupou o gasto dos 1090
reais cobrados pelas cores metálicas.
Ao retirar o Duster na concessionária paulistana Itavema France Pinheiros, o responsável pela entrega
cometeu algumas derrapagens. “Abasteça o primeiro tanque com gasolina comum, para as peças se
ajustarem. Depois, pode usar etanol à vontade”, disse. Não houve uma palavra sequer sobre a
recomendação constante da página 2.2 do manual do proprietário: “Até 1 000 km, não ultrapasse 3 500
rpm na troca de marcha…”. As derrapadas continuaram: “Apesar de o seu Duster não ser 4×4, você
pode encarar trilhas sem medo. Ele tem suspensão independente multilink nas quatro rodas”. O próprio
site da Renault desfaz o nó: a suspensão é do tipo McPherson na dianteira e semiindependente com
barra estabilizadora e molas helicoidais na traseira.
Fizemos uma consulta à fábrica para esclarecer outra dúvida resultante da entrega confusa. “As
revisões acontecem a cada 10000 km, mas é importante fazer uma parada aos 5000 km para
verificarmos se está tudo bem com o motor”, disse o funcionário. De acordo com o manual (e a fábrica),
o plano de manutenção prevê apenas as paradas a cada 10 000 km. Duro descobrir quem tem razão: o
manual ou o mano?
CONSUMO
No mês (00,0% na cidade): Etanol – 0,0 km/l
Desde abril/12 (00,0 % na cidade): Etanol – 0,0 km/l
PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS
14 km: carro entregue com pequenas trincas na pintura do para-lama dianteiro direito.

Duster foi entregue com o para-lama dianteiro esquerdo danificado. A pintura chegou a trincar (esq.) |
Os plásticos do Duster são cheios de rebarba. No detalhe, a maçaneta interna mal-acabada (dir.)
Duster in the wind
Por Redação | 04 junho 2012

Por Péricles Malheiros

04 325 km
Se a canção “Dust in the wind”, do grupo americano Kansas, pode ser boa companhia de estrada, o
mesmo não se pode dizer da trilha sonora produzida pelo ruído aerodinâmico que invade a cabine do
Duster a partir dos 90 km/h. Que o diga o editor Péricles Malheiros, primeiro a cair na estrada com o
caçula da família. Foram 3019 km em dez dias, incluindo uma viagem entre São Paulo e Brasília (DF).
Antes da estreia em longos trechos, já com mais de 1000 km no painel, o Duster passou pelo “batismo”
dos carros de Longa: o teste completo em nosso campo de provas, em Limeira (SP). Depois, rumou
para o Distrito Federal.
As rebarbas nos plásticos de acabamento apontadas na edição passada – em especial nas maçanetas
internas – foram notadas em outras partes. “Na capa da coluna de direção, próximo à alavanca do
sistema de ajuste de altura, nos porta-objetos das portas e no console central”, apontou Péricles. O uso
prolongado do carro revelou outros defeitos, segundo o editor. “Os vidros não abaixam para aliviar a
pressão interna, o que torna o fechamento das portas difícil, e, na hora de arrumar a bagagem no porta-
malas, a cobertura exige que se encaixem as extremidades em cavidades nas laterais. Um sistema
retrátil seria muito mais prático”, diz o editor.
O porta-objetos no teto também foi criticado, segundo Péricles: “Numa curva acentuada, ainda na
cidade, o diário do bordo saiu voando. Também tentei guardar a caneta ali, mas logo desisti, pois em
contato com o plástico rígido ela fazia muito barulho. Um tapetinho de borracha seria bem-vindo”.
Nosso editor monitorou o nível de óleo: “Não baixou, mas o que surpreendeu positivamente foi o
sistema de mola a gás de sustentação do capô”. O Duster também oferece um companheiro de viagem
chato: o ruído aerodinâmico. “O vento não chega a entrar, mas o barulho em alta velocidade junto à
porta do motorista incomoda.
Consumo
No mês (18,2% na cidade): Etanol – 7,1 km/l
Desde abril/12 (18,2 % na cidade): Etanol – 7,1 km/l

Faltou capricho na montagem das barras longitudinais: a borracha ficou enrugada.


A seus postos
Por Redação | 05 julho 2012

Apetite exagerado: beberrão, o Duster é o campeão em paradas para reabastecimento


Por Péricles Malheiros

Todos os carros da frota de Longa Duração carregam um diário de bordo cujas informações de
rodagem devem ser anotadas pelos usuários que se revezam ao volante. No Duster, as páginas
destinadas aos apontamentos referentes ao abastecimento estão sendo consumidas na mesma
velocidade com que o etanol do tanque é devorado pelo motor.
Os números de consumo do Renault são piores que os do Cruze, que tem motor maior (1.8) e câmbio
automático. Desde que iniciaram sua jornada na seção Longa Duração, Duster e Cruze apresentam a
mesma média de consumo de etanol, 6,9 km/l. A comparação fica ainda pior para o Duster quando se
leva em conta que o Cruze é mais pesado (1 424 ante 1 258 kg) e rodou mais na cidade que o rival
(31,1% da quilometragem total, ante 18,7%).
Quem provou o Duster na estrada reclamou. “Com o ar-condicionado desligado, mantive a velocidade
entre 100 e 120 km/h. Mesmo assim, a página do computador de bordo que exibe o consumo médio
ficou entre 6,7 e 6,8 km/l com etanol. Tempos atrás fiz o mesmo com o Versa e seu computador indicou
13,8 km/l”, disse o revisor de texto Renato Bacci. Além de mais leve (1 069 kg), o Versa tem motor de
concepção mais moderna e um câmbio com relação de quinta marcha que diminui a rotação e,
consequentemente, o consumo de combustível. A 100 km/h, o conta-giros do Versa aponta 2 900 rpm,
enquanto o do Duster registra 3 100 rpm. O consumo elevado será uma de nossas reclamações ao
deixar o carro para a primeira revisão, de 10 000 km.
Também aproveitaremos para registrar as queixas de outros motoristas que se revezaram ao volante do
SUV, como o ruído aerodinâmico na porta do motorista e o da movimentação do combustível dentro do
tanque. Solicitaremos ainda uma verificação do alinhamento das portas, cujo fechamento é muito difícil,
principalmente com os vidros das janelas levantados.
Consumo
No mês (19,1% na cidade) – Etanol 6,8 km/l
Desde abril/12 (18,7% na cidade) – Etanol 6,9 km/l
Principais ocorrências
14 km Carro entregue com pequenas trincas na pintura do para-lama dianteiro direito
8 195 km Ruído de movimentação do combustível dentro do tanque

O Duster carece de um sistema que abaixa os vidros para facilitar o fechamento das portas (esq.).
Dependendo da posição, o banco do motorista apresenta um incômodo jogo (dir.)
Valorfiltrado
Por Redação | 07 agosto 2012

Por Péricles Malheiros


12 292km
Assim como o J3 no passado recente, neste mês o Versa e o Duster ganharam um filtro de cabine ao
passar pela revisão. Para a de 10000 km, nosso SUV encostou na autorizada Sinal de Alphaville,
município vizinho à capital paulista.
Apesar da cordialidade, o consultor da Sinal se mostrou pouco preocupado em ir além do previsto no
plano de manutenção da fábrica, que inclui troca de óleo e os filtros de ar, óleo, combustível e do ar-
condicionado. Relatamos alguns problemas que têm nos incomodado, como o excesso de ruído de
vento acima de 100 km/h no lado do piloto, o consumo exagerado de etanol (sobretudo na estrada) e o
movimento de combustível ressoando nas paredes do tanque. A resposta do consultor foi a mesma
para os três casos: “Já ouvi reclamação de outros donos de Duster 1.6, mas não há o que fazer, é do
carro”. Ainda assim, pedimos a atenção dele aos nossos apontamentos.
No dia seguinte, fomos retirar nosso Duster. Nenhuma palavra sobre os pontos reclamados. O destaque
positivo foi o desconto concedido: apesar de a Renault anunciar o valor de 220 reais, pagamos 176
reais. “O filtro de cabine entrou como cortesia”, disse o consultor. Pagamos outros 130 reais pelos
serviços de alinhamento, balanceamento e rodízio. No entanto, na conferência dos serviços prestados,
feita pelo nosso consultor Fabio Fukuda, detectamos que as rodas foram mantidas na mesma posição.
“Nossa experiência com os carros de Longa Duração deixa cada vez mais evidente a falta de rigor das
autorizadas com o rodízio, independentemente da marca”, diz Fukuda.
De volta à atividade, o Duster apresentou forte trepidação da direção ao subir as rampas do edifício-
garagem da Editora Abril. Na descida, o problema se manifestou de novo. Mas, depois, raramente o
volante voltou a vibrar. O problema parece não ser exclusividade do nosso carro, como você pode
conferir na seção Autodefesa.
Consumo
No mês (53,1% na cidade): Etanol – 7,9 km/l
Desde abril/12 (25,9% na cidade): Etanol – 7,1 km/l
Principais Ocorrências
11 138 km – Vibração intermitente da direção

Motoristas de variadas estaturas reclamam da posição da base dos botões dos vidros
Na terra e no mar
Por Redação | 04 setembro 2012

Por Péricles Malheiros


16 939 km
O fotógrafo Renato Pizzutto, da revista PLACAR, tem uma segunda paixão além do fute- bol: o surfe.
Em suas escapadas de fim de semana, Pizzuto por vezes troca sua Palio Weekend Trekking por um
dos carros de Longa Duração. “Gosto de dirigir e é legal conhecer modelos de categorias diferentes. A
prancha e as roupas de surfe, assim como os equipamentos de fotografia, me levam a preferir modelos
espaçosos, mas dou atenção especial à segurança que o carro transmite na serra entre a capital e
Ubatuba, no litoral norte de São Paulo”, diz.
Entre os elogios, Pizzutto destacou o espaço na cabine e também no porta-malas: “Além da prancha e
da bagagem, fui com um amigo e meu filho. Ainda assim, sobrou muito espaço”. Por outro lado, ele
criticou o consumo elevado e a dirigibilidade. “Andei sem cometer excessos e mesmo assim o indicador
do nível do tanque baixou muito rápido. Os freios têm resposta lenta e me pareceram insuficientes para
o carro. Nas curvas, a carroceria rola demais”, disse. De volta a São Paulo, o Duster foi requisitado para
outras missões, como o apoio nas fotos da capa da edição de agosto de QUATRO RODAS MOTO. Do
alto de seu 1,80 metro de estatura, Christian Castanho é outro fotógrafo a elogiar a fartura de espaço
do Duster: “Faço os cliques no banco traseiro e, às vezes, é preciso trocar rápido de lado ou mesmo
pular para a frente ou para o porta-malas para registrar os melhores ângulos. Da atual frota de Longa, o
Duster é o mais versátil”, diz.
Nas extremidades do banco traseiro, um espaço entre o assento e o encosto forma uma espécie de
caçapa. O editor Péricles Malheiros diz: “Depois de usar o Duster, dei por falta do meu chaveiro.
Desencaixei o assento traseiro e, além das minhas chaves, encontrei duas moedas, uma tampa de
caneta e um pen-drive. Nas curvas, os objetos deslizam e acabam engolidos pelo banco”. Não chega a
ser uma questão de defeito, mas de deslize. Literalmente.
Consumo
No mês (62,3% na cidade): Etanol – 7,3 km/l
Desde abril/12 (35,9% na cidade): Etanol – 7,2 km/l
Principais Ocorrências
11 138 km: Vibração intermitente da direção

Buraco negro: no banco de trás, um espaço entre o assento e o encosto engole pequenos objetos.
Revisãocarimbada
Por Redação | 02 outubro 2012

Por Péricles Malheiros


22 030 km
Nada de empurroterapia nem descumprimento de prazo; o problema da segunda revisão do Duster foi a
falta de rigor da concessionária. A revisão dos 20 000 km previa a troca de óleo e de todos os filtros (de
ar, óleo, combustível e cabine), mas o de combustível foi mantido.
Todos os carros de Longa Duração têm diversas peças marcadas por nosso consultor Fabio Fukuda
assim que são incorporados à frota. “É um carimbo metálico que deixa uma discreta marca indelével.
Como fui eu que criei o símbolo, posso garantir que ele é único”, diz Fukuda. Ao realizar a vistoria de
retorno da revisão, quando as peças substituídas são vistoriadas e novamente marcadas, nosso
consultor detectou que o filtro de combustível não havia sido trocado. “A marca não deixa dúvida. O
filtro não foi trocado”, disse Fukuda, que também notou o tubo de captação de ar da caixa do filtro
completamente solto. A concessionária Itavema France, de São Paulo, não abateu o valor do filtro de
combustível nem comunicou o fato na devolução do veículo.
A autorizada derrapou em outro ponto. Ao deixarmos nosso Duster, solicitamos à consultora técnica
uma verificação do sistema de direção, que voltou a fazer barulho nas curvas de baixa velocidade –
esse problema, aliás, foi tema do Autodefesa da edição de julho. Ao nos entregar o carro, após dois
dias de análise, nenhum comentário. Perguntamos, então, se o problema havia sido solucionado. “É
verdade, já ia me esquecendo. Está tudo certo com o carro, não encontramos nada de errado. O
barulho que você ouve é normal”, disse a consultora. Essa é a segunda vez que ouvimos tal resposta: a
primeira foi logo após a revisão dos 10 000 km, pela boca do técnico da Sinal, de Barueri (SP).
Como é de praxe, conferimos o manual antes de deixar a concessionária Itavema. E nada do carimbo
de comprovação da revisão. Cobramos a consultora: “É verdade, já ia me esquecendo”, disse ela – de
novo.
Consumo
No mês (35,1% na cidade): Etanol – 7,4 km/l
Desde abril/12 (35,7% na cidade): Etanol – 7,2 km/l

Aos 20 000 km, nosso Duster estava pronto para a segunda parada do plano de manutenção |
Inspeção pós-revisão: autorizada deixou o tubo de captação de ar solto dentro do cofre.
Preguiça ao acordar
Por Redação | 06 novembro 2012

Por Péricles Malheiros


25 455 km
Não é de hoje que os motoristas que se revezam ao volante do Duster reclamam da oscilação da
rotação da marcha lenta logo após ser dada a partida. “Em dias frios, a situação é ainda mais
facilmente percebida. O ponteiro do conta-giros fica pulsando abaixo das 1000 rpm e, a menos que
você acelere bastante para sair, queimando a embreagem, o motor morre”, diz o editor Péricles
Malheiros, responsável pela seção Longa Duração. O carro segue assim, arisco e oscilante, até que ao
menos duas barrinhas do termômetro digital apareçam.
Essa preguiça ao despertar foi repor- tada ao consultor técnico da Itavema, reponsável pela revisão dos
20 000 km, apresentada na edição de setembro, mas nenhuma providência foi tomada. Como o
problema vem se manifestando com um frequência cada vez maior, faremos um pit stop não
programado em breve.Vamos aproveitar para pedir, de novo, uma verificação da caixa de direção, cuja
trepidação nas curvas também está a cada dia mais perceptível.
O mês incluiu algumas viagens no currículo do Duster. Nas mãos da repórter Isadora Carvalho, o SUV
visitou Monte Verde, no sul de Minas Gerais. “Acho a direção do Duster pesada nas manobras, mas na
estrada essa firmeza transmite sensação de segurança”, disse ela. A repórter, que viajou com o noivo e
um casal de amigos, também trouxe uma reclamação recorrente: “A todo momento as janelas traseiras
eram abertas acidentalmente, pois os botões de acionamento estão exatamente onde os passageiros
apoiam o cotovelo”.
À lista de verificações, somaremos outros pontos notados pelo repórter visual Eduardo Campilongo,
que utilizou o SUV Renault numa viagem entre a capital paulista e a interiorana Cruzeiro. “O banco do
passageiro dianteiro com jogo na região dos trilhos e o barulho de vento na porta do motorista são um
martírio na estrada. É preciso aumentar o volume do rádio para abstrair”, diz Eduardo.
Consumo
No mês (42,9% na cidade) – Etanol: 7,2 km/l
Desde abril/12 (36,7% na cidade) – Etanol: 7,2 km/l
Principais Ocorrências
24 962 km – Banco do passageiro com jogo.

Na traseira, botão dos vidros mal localizado leva à abertura acidental da janela das portas
Fim do tremor matinal
Por Redação | 11 dezembro 2012

Por Péricles Malheiros


29 759 km
Rede Renault reconquista nossa confiança ao resolver problemas antigos do Duster.
No mês passado, contamos como o nosso Duster de Longa Duração mostrava-se preguiçoso ao
acordar em dias frios. Com frequência cada vez maior, os motoristas que se revezam ao volante do
SUV urbano reportavam as oscilações da marcha lenta logo após ser dada a partida pela manhã, em
seguida a uma noite fria. “Se insistir em acelerar para sair rodando, o incômodo é ainda maior. O motor
quase morre a todo momento”, diz Marco de Bari, repórter fotográfico sênior. Conforme adiantamos,
fizemos uma visita não programada, aos 27 745 km, a fim de pedir uma verificação desse e de outros
males classificados pela própria rede, até então, como “característica do produto”.
Após um dia na Itavema de Guarulhos (SP), o consultor técnico liberou o veículo. “Substituímos a
mangueira de alta pressão da direção hidráulica. Em situações específicas, ela vibrava, passando para
a cabine a impressão de trepidação das rodas”, afirmou ele. O banco do passageiro dianteiro teve os
parafusos reapertados e também deixou de fazer barulho. Para ser perfeito, o serviço poderia ter
resolvido o problema mais grave: a oscilação da marcha-lenta. Para nossa surpresa, contudo, o
consultor classificou a tremedeira matinal como normal: “É assim mesmo. Mas, se ele fica bom depois
que esquenta, melhor nem mexer. Vai que piora”.
Aos 29 736 km, pausa para a revisão dos 30 000 km. Nada complicado, apenas o básico: troca de óleo
e filtros (de ar, combustível, óleo e cabine). Solicitamos ainda alinhamento, balanceamento e rodízio de
rodas. A conta ficou em 528 reais – 418 reais da revisão em si (conforme sugerido no site da Renault) e
110 reais dos serviços extras. Pedimos uma nova verificação da marcha lenta na fase fria do motor
e… voilà! A autorizada Armando fez (em cortesia) uma limpeza do corpo de borboleta e a tremedeira do
Duster sumiu. Simples assim: bastou um mínimo de boa vontade e conhecimento de causa.
CONSUMO
No mês (31,4% na cidade): Etanol – 7,5 km/l
Desde abril/12 (35,9% na cidade): Etanol – 7,3 km/l
PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS
24 962 km – Banco do passageiro com jogo

Hodômetro indica o momento da terceira revisão.


Check-up da revisão
Por Redação | 21 dezembro 2012

Por Péricles Malheiros


34 031 km
Como a revisão dos 30 000 km foi feita às vésperas do fechamento da edição anterior, uma das
primeiras missões do Duster foi dar uma chegada na oficina Fukuda Motorcenter. Lá, nosso consultor
técnico e responsável pelo acompanhamento e desmonte dos carros de Longa Duração, Fabio Fukuda,
fez a verificação dos serviços prestados pela concessionária Itavema-Guarulhos.
“Os filtros de ar do motor, combustível, óleo e ar-condicionado foram substituídos, conforme o plano de
manutenção oficial. O rodízio também foi feito a contento”, disse Fabio após analisar cada item cuja
troca era prevista, assim como as rodas do nosso Duster de Longa Duração. Como de praxe, Fabio
providenciou a marcação dos componentes substituídos na rede. “Dessa maneira, temos como saber
se os filtros são, de fato, trocados durante as revisões programadas”, afirma o especialista.
Liberado, nosso Duster caiu na estrada. Só o revisor de texto, Renato Bacci, fez duas viagens a São
Pedro, a cerca de 200 quilômetros da capital de São Paulo. “Não peguei frio intenso, mas engrosso o
coro dos que ficaram felizes com a regularização da marcha-lenta ao ligar o carro. A rotação não oscila
mais como antes e o motor funciona bem mesmo na fase de aquecimento”, diz Renato. Como
informamos na edição de novembro, a Itavema resolveu a preguiça ao despertar com uma limpeza de
TBI, também conhecido como corpo de borboleta. É esse dispositivo que regula a passagem da mistura
ar/combustível para as câmaras de combustão. Impregnado, o eixo da borboleta se move com
dificuldade, acarretando oscilação na rotação e, em casos mais graves, aumento de consumo de
combustível.
Outros pilotos que se revezaram ao volante do SUV voltaram a criticar seu porta-objetos suspenso. “Os
objetos caem na primeira curva, pois as bordas são largas demais”, diz o repórter visual Eduardo
Campilongo, que também encarou a estrada com o Duster.
Consumo
No mês (24,2% na cidade) – Etanol: 7,6 km/l
Desde abril/12 (34,5% na cidade) – Etanol: 7,3 km/l
Principais Ocorrências
24 962 km – Banco do passageiro com jogo

O mês incluiu uma ida até Campos do Jordão (SP)


Companheiro de estrada
Por Redação | 22 janeiro 2013

Por Péricles Malheiros


A aposentadoria do Versa alçou o Duster à condição de preferido da equipe para encarar viagens com
cinco ocupantes a bordo. Durante um trajeto entre a capital paulista e Valinhos, no interior paulista, a
repórter Isadora Carvalho, seu noivo, Daniel Osmak, e outros três amigos elogiaram a cabine espaçosa
do SUV da Renault. “Quando eu e meu irmão, que tem 1,85 metro de altura, viajamos lado a lado,
geralmente raspamos um o ombro do outro. Dessa vez isso não aconteceu”, diz Daniel, do alto de seu
1,92 metro. As três moças, que viajavam no banco traseiro, não ficaram tão confortáveis, mas não
reclamaram. “Apesar de o espaço para ombros ser um tanto reduzido para três ocupantes, fiquei
satisfeita com o espaço para as pernas, afinal os meninos são altos”, afirma Isadora.
Nos passeios com a turma em Valinhos, Daniel, que já havia dirigido nosso Duster em outras ocasiões,
notou o pedal de embreagem alto. “Não estava assim da última vez que peguei o carro”, diz. Tal
impressão foi compartilhada com o editor Péricles Malheiros, que anotou a alteração no diário de bordo:
“Solicitar verificação de embreagem na revisão dos 40 000 km”. É o que faremos em breve, pois o
Duster encerrou o mês com quase 39 000 km.
Da próxima parada do Duster também constará um novo pedido de averiguação da guarnição de
borracha da porta dianteira esquerda. “Desde o início da jornada no Longa Duração, a invasão de ruído
nessa região é intensa. A cerca de 100 km/h, a impressão é de que o vidro não está completamente
fechado”, diz Malheiros.
Já em São Paulo, sob o comando do repórter visual Eduardo Campilongo, um pneu furado revelou uma
virtude do nosso Duster: “O macaco original é de fácil operação e não exige esforço para içar o carro. O
sistema de descida da bandeja que sustenta o estepe é igualmente amigável”, afirma Campilongo,
depois da experiência.
Consumo
No mês (27,7% na cidade): Etanol – 7,4 km/l
Desde abril/12 (33,6% na cidade): Etanol – 7,3 km/l

Estepe viaja fora, mas protegido por uma bandeja.


Rede congestionada
Por Redação | 15 fevereiro 2013

Por Péricles Malheiros


41 102 km
Somente na quarta tentativa conseguimos agendar a parada do nosso Duster de Longa Duração para a
revisão dos 40000 km. “Liguei nas autorizadas A.R. Motors, Itavema e Grand Brasil, todas na capital de
São Paulo, e nenhuma delas aceitava receber o carro num prazo inferior a quatro dias úteis. Somente a
quarta, a Max, tinha a possibilidade de atender nosso Duster dali a dois dias”, diz o repórter visual
Eduardo Campilongo.
Conforme antecipamos na edição de dezembro de 2012, pedimos ao nosso repórter que, ao deixar o
Duster na Max, reportasse ao consultor técnico algumas reclamações feitas pelos últimos usuários. Foi
deixado, então, o pedido para que fossem verificados o pedal da embreagem (muito alto), o ruído de
vento que invadia a cabine junto à porta do motorista e a alavanca do freio de estacionamento, que só
conseguia segurar o carro em rampas a partir do quinto ou sexto dente.
Após três dias na autorizada, às vésperas do fechamento desta edição, retiramos nosso carro e
gostamos do que ouvimos do técnico da Max: “Fizemos a regulagem do freio de mão. De fato, estava
bastante alto. Sobre a embreagem, não há muito a ser feito. Como ela é acionada hidraulicamente, é
normal que o pedal fique mais alto conforme o material de atrito do disco é consumido. Mas fique
tranquilo, pois fizemos testes de rampa e ela não está trepidando”, disse. Quanto ao ruído de vento,
nada de solução. Mas o técnico demonstrou boa vontade: “Cheguei a trocar a guarnição de vedação da
porta dianteira esquerda por uma nova. Como o ruído persistiu, reinstalei a antiga. Suspeito que o ruído
venha do rack de teto”.
A conta ficou um pouco salgada, 940 reais. Ainda assim, respeitou os valores sugeridos pela Renault:
625 reais da revisão (troca de óleo, velas e filtros de ar, óleo, combustível e de cabine), 120 reais pelo
serviço de alinhamento, balanceamento e rodízio e 195 reais pela troca das pastilhas de freio.
Consumo
No mês (46,5% na cidade): Etanol – 6,9 km/l
Desde abril/12 (34,3% na cidade): Etanol – 7,3 km/l
Principais Ocorrências
38 613 km – Pedal da embreagem alto

Hodômetro avisa que é hora da quarta parada


Altos e baixos
Por Redação | 19 marco 2013

Por Péricles Malheiros


44 189 km
Nas mãos do nosso colaborador Fernando Valeika de Barros, o Duster rodou quase 2200 km por
estradas asfaltadas e caminhos de terra batida e lama entre São Paulo e o interior de Minas Gerais. Em
um dos trechos rodoviários, o consumo médio foi de 8,3 km/l de etanol (segundo o computador de
bordo, com ar-condicionado ligado).
Com o carro carregado, os 115 cv do motor 1.6 suaram para embalar nas subidas. O câmbio manual de
cinco marchas trabalhou pesado para levar os quase 1 600 kg ladeira acima, principalmente no sobe e
desce típico da paisagem mineira. E, contrariando o hábito regional, nada de o conjunto trabalhar em
silêncio. Ruídos à parte, a boa posição de dirigir e para acomodar eventuais passageiros no banco
traseiro faz do Duster um bom companheiro de estrada. No porta-malas cabem 475 litros de bagagem,
que podem passar para 1 635 rebatendo o banco de trás.
Os convidados de Fernando repetiram uma constante reclamação de quem viaja atrás. “A todo
momento, o pessoal abria as janelas sem querer ao apoiar o cotovelo no puxador das portas traseiras,
onde fica o acionador do vidro elétrico”, diz nosso colaborador.
O pedal da embreagem alto, classificado como “normal” pela concessionária Max, responsável pela
revisão dos 40 000 km, também foi destacado (negativamente) por Fernando, assim como os ruídos
causados pelo vento. As chuvas de verão pelo caminho revelaram um ponto nebuloso deste utilitário
esportivo: com os vidros fechados, mesmo com o desembaçador ligado, a parte inferior do para-brisa
embaça por fora com facilidade, o que exige, de quando em quando, que o esguicho seja acionado
para melhorar a visibilidade.
Em São Paulo, providenciamos uma correção na acomodação do macaco e da chave de roda que
estavam soltos na lateral do porta-malas, contribuindo para a poluição sonora na cabine. Foi um breque
na percussão.
Cosumo
No mês (20,2% na cidade): Etanol – 7,7 km/l
Desde abril/12 (33,3% na cidade): Etanol – 7,3 km/l

Encaixados no lugar certo, triângulo, chave de roda e macaco deixaram de fazer barulho.
Revisãode despedida
Por Redação | 19 de abril de 2013

Por Péricles Malheiros


49 955 km
Antes de atingir os 50 000 km, nosso Duster foi até a cidade mineira de Nepomuceno, distante
370 km da capital paulista. Dono de um Logan 1.6 8V, o redator-chefe do GUIA QUATRO RODAS, José
Eduardo Camargo, destacou a versatilidade do porta-malas: “Além de alto, há a possibilidade de
rebater os bancos para transportar cargas maiores. O Logan tem uma barra transversal no porta-malas
que impede esse tipo de uso”.
Com exatos 49939 km registrados no hodômetro, nosso Duster foi deixado na concessionária
paulistana A.R. Motors. Com ele, ficou uma pequena lista com os últimos apontamentos anotados no
diário de bordo. Além da revisão prevista pela fábrica, solicitamos que fizessem a verificação dos
rangidos provenientes da suspensão traseira e a troca da palheta do limpador do vidro traseiro
(quebrada). Pedimos ainda que fosse verificado o motivo do “blecaute parcial” no painel dos comandos
do ar- condicionado, que passou a acender apenas a metade esquerda.
Após um dia de serviço, o carro foi liberado e da concessionária seguiu direto para a oficina Fukuda
Motorcenter, para que nosso consultor Fabio Fukuda efetuasse a costumeira verificação dos serviços
prestados. “Foi uma decepção. Para sumir com os barulhos reclamados, a autorizada aplicou óleo na
bucha dos amortecedores. Isso não se faz, pois a borracha resseca em pouco tempo e o problema fica
ainda mais grave”, disse Fukuda.
A revisão em si (com substituição de filtros de cabine, óleo e combustível e troca de óleo do motor)
correu sem problemas. “Fizeram os serviços previstos a contento e trocaram a palheta do vidro traseiro,
mas se esqueceram da lâmpada do painel do ar-condicionado”, disse Fukuda. Retornamos à A.R.
Motors e, 5 minutos depois, tudo estava resolvido. “Desculpe, mas esqueci de verificar o painel. Vou
deixar o reparo como cortesia”, afirmou o técnico da concessionária.
Consumo
No mês (27,8% na cidade) – Etanol: 7,5 km/l
Desde abril/12 (32,7% na cidade) – Etanol: 7,3 km/l

Palheta traseira se quebrou espontaneamente. A substituição custou 33 reais | Foram necessárias duas
visitas até que a autorizada trocasse a lâmpada do painel.
Pitstop nasúltimasvoltas
Por Redação | 20 de maio de 2013

Por Péricles Malheiros


53 759 km
Nosso Duster de Longa Duração resolveu “polemizar” após a última revisão antes do desmonte. Aos 53
147 km, o repórter do site de QUATRO RODAS, Vitor Matsubara, apontou no diário de bordo:
“Barulho estranho no motor, mais acentuado em marcha lenta”. Registrada a ocorrência, o carro seguiu
para a oficina Fukuda Motorcenter, onde passou por uma verificação do nosso consultor técnico,
Fabio Fukuda. “A causa mais provável do ruído é o rolamento danificado de uma das polias. Um
diagnóstico mais preciso só será possível no desmonte. De qualquer maneira, não é nada grave a
ponto de justificar uma parada não programada em concessionária”, disse Fabio.
O carro nem bem havia retornado da oficina e, no dia seguinte, um antigo problema voltou a se
manifestar. “Ao dar a partida, o motor fica com a marcha lenta oscilante. Não morre, mas falha
enquanto não sai da fase fria”, disse o editor Péricles Malheiros. Da primeira vez que o mal acometeu
nosso Duster, o problema foi resolvido na revisão dos 30000 km, na concessionária Itavema, em São
Paulo (SP). Na ocasião, a autorizada providenciou uma limpeza do TBI, também conhecido como corpo
de borboleta. Como as falhas não comprometem a segurança ou a dirigibilidade, e também por
ter passado recentemente por uma revisão, nosso Duster seguirá até os 60 000 km do jeito que ele está
hoje.
Mas há uma manifestação do SUV cuja necessidade de solução é inadiável: a troca dos pneus.
Visitamos quatro casas de pneus em São Paulo por volta dos 54 000 km e em todas a resposta foi a
mesma: “Todos estão muito próximos do limite de desgaste”. Cabe destacar ainda que a autorizada
paulistana A.R. Motors, responsável pela revisão dos 50 000 km, não fez qualquer comentário sobre a
proximidade do fim da vida útil dos pneus. O próximo passo é fazer uma cotação multimarcas,
respeitando, claro, as medidas e os índices de carga e velocidade do modelo original.
Consumo
No mês (37,3% na cidade) - Etanol 7,1 km/l
Desde abril/12 (33% na cidade) - Etanol 7,3 km/l
Principais Ocorrências
14 km – carro entregue com pequenas trincas na pintura do para-lama dianteiro direito
1 354 km – Ruído aerodinâmico invade a cabine em velocidades superiores a 100 km/h
8 195 km – Ruído de movimentação do combustível dentro do tanque
11 138 km – Vibração intermitente da direção
24 962 km – Banco do passageiro com jogo
38 613 km – Pedal da embreagem alto

Ressalto nos canais rentes à superfície indicam: a profundidade mínima dos sulcos foi atingida
A hora do espanto
Por Redação | 3 de junho de 2013

Por Péricles Malheiros

59 001 km

Em uma de suas últimas missões antes do desmonte, nosso Duster passou pela análise de “popularidade”. Para submeter o SUV urbano
a uma avaliação por parte de quem mais entende do mercado de automóveis, o fotógrafo Marco de Bari visitou lojas independentes e
concessionárias de marcas distintas perguntando: “Quanto vale esse carro?” – claro que sem revelar que o Duster, comprado em abril de
2012, ao preço de 53460 reais, era de QUATRO RODAS.
As primeiras paradas foram nas concessionárias Renault Itavema (onde o carro foi comprado) e Max Sumaré. “Se eu pegar seu carro, vou
ficar com um mico na mão”, disse o vendedor da Itavema, que encerrou a conversa com uma oferta de 36 000 reais caso
estivéssemos interessados na troca por um carro zero-quilômetro. Na Max, o valor foi um pouco melhor, 39 000 reais. Partimos, então,
para concessionárias concorrentes. Na Hyundai Caoa, a proposta foi igual à da Max, 39 000 reais na troca por um Tucson. Sem se deixar
abater, Bari seguiu para a Ford Forte. Lá o avaliador relutou: “O carro está bonito. Faça algumas fotos e ponha um anúncio na internet.
Aqui, a proposta que tenho para lhe fazer é constrangedora”. Insistimos que estávamos preparados. “Se for na troca por um EcoSport
novo, pago 25 000 reais”, disse.
Encerrada a peregrinação nas concessionárias, partimos em busca da avaliação das lojas multimarcas independentes. Na Auto
Leopoldina, ouvimos a terceira oferta de 39 000 reais, dessa vez sem a obrigatoriedade da compra de um outro carro. A surpresa ficou
para o fim, na loja Ruck Multimarcas. Após uma análise rápida, o avaliador disse que tinha um comprador em vista para o nosso Duster:
“Pago 41 300 reais”.
O mês incluiu ainda a troca dos quatro pneus, aos 55 539 km. Encontramos um jogo idêntico ao original (Bridgestone Dueler 215/65 aro
16) por 1900 reais, já com montagem, válvulas, alinhamento e balanceamento.

Consumo

No mês (26% na cidade) - Etanol 7,6 km/l


Desde abril/12 (32,4% na cidade) - Etanol 7,3 km/l

Principais ocorrências

14 km - carro entregue com pequenas trincas na pintura do para-lama dianteiro direito


1 354 km - ruído aerodinâmico invade a cabine em velocidades superiores a 100 km/h
8 195 km - ruído de movimentação do combustível dentro do tanque
11 138 km - Vibração intermitente da direção
24 962 km - Banco do passageiro com jogo
38 613 km - Pedal da embreagem alto
53 147 km - ruído de rolamento de polia
55 539 km - troca de jogo de pneus

Diário

Não parece, mas os novos pneus são idênticos aos usados. O conjunto custou 1 900 reais | Em sua primeira viagem de pneus novos,
Duster visitou as praias de Balneário Camburiú
A parada é outra
Por Redação | 1 de julho de 2013

Por Péricles Malheiros

60 145 km

Cumprir o protocolo estabelecido é objetivo de todo carro escalado para integrar a frota de Longa Duração. Após ter passado pelo teste de
venda, que afere seu valor no mercado de usados, nosso Duster rodou por alguns dias nas mãos do editor de Longa Duração, Péricles
Malheiros, e do consultor técnico Fabio Fukuda, para que fossem colhidas as últimas impressões antes do desmonte. Aos 60 047 km,
o Duster entrou no Campo de Provas da TRW, em Limeira (SP), onde são realizados os testes de QUATRO RODAS.
Por padrão, todos os carros de Longa Duração são testados no início (aos 1 000 km) e no fim de sua jornada (após os 60 000 km). A
comparação dos números também serve como boa fonte de informação para o desmonte – etapa final da nossa avaliação, na qual o carro
tem suas peças analisadas individualmente e se faz um prognóstico de seu futuro.
Na comparação dos testes inicial e final (veja no quadro abaixo), nosso SUV urbano revelou mais surpresas boas que ruins. O elevado
consumo de combustível, tão criticado na estreia, melhorou. No circuito que simula o uso do carro em trânsito urbano, o número subiu
de 6,1 para 6,5 km/l usando etanol, enquanto na prova de aferição do trecho rodoviário ele evoluiu de 7,9 para 8,6 km/l.
Mais “solto”, nosso Duster também se mostrou mais competente nas provas dinâmicas, com melhora nas provas de aceleração de 0 a 100
km/h, 0 a 1 000 metros e retomadas de velocidade (40 a 80, 60 a 100 e 80 a 120 km/h).
Como era esperado, as provas de medição de ruído na cabine revelaram que o tempo trouxe, além de quilometragem, barulhos para o
Duster, sobretudo em marcha lenta. Com troca de pastilhas na revisão dos 40 000 km e um jogo de pneus novos aos 55 539 km, era
de esperar uma performance excelente do Duster na provas de frenagem. Porém, ele decepcionou, com espaços muito maiores que os
obtidos no primeiro teste. Serão os discos os responsáveis por tirar o Duster das paradas de sucesso?

Consumo

No mês (19,7% na cidade) - Etanol 7,4 km/l


Desde abril/12 (32,1% na cidade) - Etanol 7,3 km/l

Principais ocorrências

14 km carro entregue com pequenas trincas na pintura do para-lama dianteiro direito


1 354 km ruído aerodinâmico invade a cabine em velocidades superiores a 100 km/h
8 195 km ruído de movimentação do combustível dentro do tanque
11 138 km Vibração intermitente da direção
24 962 km Banco do passageiro com jogo
38 613 km Pedal da embreagem alto
53 147 km Ruído de rolamento de polia
55 539 km Troca de jogo de pneus

Diário

Hodômetro indica o fim do teste, após pouco mais de um ano da estreia, em abril de 2012
Desmonte do Duster: A versão das partes
Por Redação | 2 de agosto de 2013

Péricles Malheiros | Fotos Marco de Bari

Criado para enfrentar o antigo EcoSport, o Duster não demorou muito a conquistar o consumi dor brasileiro. Bem maior que o rival da Ford
– o placar de porta-malas, por exemplo, é de 475 ante 296 litros –, o Renault arrebatou compradores que buscavam um modelo espaçoso,
robusto e alto mais para enfrentar a buraqueira da cidade do que a terra e lama do uso off-road. No Longa Duração, a jornada do
Duster se iniciou em abril de 2012, quando relatamos a compra de uma versão Dynamique com o opcional de bancos de couro, por 53
460 reais – hoje, um modelo zero-quilômetro idêntico ao nosso, ano 2013, sai por 57 700 reais. Findo o teste, o Duster evoca outros
Renault desmontados após 60 000 km no Longa: o Mégane, em dezembro de 2007, e o Logan, em dezembro de 2008. Do primeiro,
nosso Duster traz o motor 1.6 16V flex, e do segundo, a plataforma e o desenho básico dos sistemas de eletricidade, suspensão, direção
e freio.
A medição de compressão dos cilindros é um dos primeiros procedimentos adotados pelo nosso consultor Fabio Fukuda, da oficina
paulistana Fukuda Motorcenter. No material fornecido pela fábrica, não constava referência ao mínimo de compressão tolerado: “A Renault
informa apenas que a diferença de pressão entre os cilindros não pode apresentar variação superior a 10%”. Obedecendo a um
procedimento-padrão, a medição é feita e repetida outras duas vezes: o número final é igual à média das três leituras. Nos cilindros 1, 2
e 3, o valor aferido foi rigorosamente o mesmo: 140 psi. A diferença surgiu no cilindro 4, com duas medições de 120 e uma de 130 psi.
Com média de 123,3 psi, o cilindro 4 revelou uma pressão 11,9% inferior à da anotada nos demais. Nossa investigação para descobrir a
origem do problema seguiu por duas linhas: a folga de entrepontas dos anéis dos pistões e as válvulas de admissão e escape,
com atenção especial às peças atreladas ao cilindro 4. Ao se apresentarem com folgas dentro (ou muito próximas) dos limites tolerados
pela fábrica, todos os anéis foram inocentados. Ao desmontar o cabeçote, fim do mistério: as válvulas de admissão estavam com acúmulo
de carvão. “Esse excesso de material carbonizado é resultado direto da falência dos retentores de válvula, que já não conseguiam mais
impedir que o óleo escorresse pela haste. A invasão de lubrificante da válvula do quarto cilindro foi tão severa que as partes desprendidas
se deslocaram para a zona de assentamento, prejudicando a vedação”, disse Fukuda ao explicar a menor pressão de compressão do
cilindro 4, mais severamente atingida. “Se continuasse assim, o problema se agravaria a ponto de provocar a reprovação do Duster na
inspeção veicular de emissões de poluentes”, diz Fukuda. Comandos de válvulas, virabrequim e cilindros estavam com todas as medidas
dentro dos padrões da Renault.

Caixa registradora

Ao varrer a central eletrônica atrás de sinais de problemas, Fukuda encontrou um registro de avaria proveniente do sensor de oxigênio.
“Fato esperado, uma vez que a má vedação da válvula pode gerar esse tipo de registro.”
Diferentemente do motor, com seus altos e baixos, a desmontagem do câmbio só trouxe boas notícias. Engrenagens, trambulador e
garfos de engate estavam como novos. “A carroceria grande e pesada do Duster torna as trocas de marchas mais constantes. Mesmo
assim, a embreagem chegou aos 60 000 km em bom estado”, diz Fukuda. A fábrica também não fornece a espessura mínima do
disco, mas, a julgar pela análise visual do conjunto (platô, disco e atuador hidráulico) e pela boa “pegada” nas acelerações e retomadas,
dá para afirmar que o sistema suportaria pelo menos mais 20 000 km.
Elogiada no desmonte do Logan, agora a suspensão deixou a desejar. Com o mesmo desenho básico, com McPherson na dianteira e eixo
de torção na traseira – a multilink é exclusividade da versão 4×4 –, o conjunto tem maior curso em virtude da aplicação de molas maiores.
Feito para quem busca um modelo robusto para a buraqueira (no asfalto ou fora dele), o Duster completou os 60 000 km com a
suspensão dianteira ruidosa – atrás, tudo na mais perfeita ordem. O desmonte revelou a origem dos problemas. Com folga nos pontos de
fixação extremos e nos mancais, a barra estabilizadora gerava o mesmo tipo de ruído abafado que os pivôs das bandejas, igualmente
folgados. O sistema de direção também não resistiu como deveria. “Os braços axiais estavam com jogo excessivo. Além do rangido ao
esterçar o volante, essa folga poderia levar a um alinhamento incorreto”, diz Fukuda. Também chamou a atenção de nosso consultor a
utilização de molas não encapadas inclusive na área de contato com o prato inferior do amortecedor. “Não havia sinais de batida entre
elos, mas a parte da mola que entra em contato com o prato estava ‘polida’, sem pintura.”

Aposta arriscada

A revisão dos 40 000 km, feita pela concessionária paulistana Max, incluiu uma troca de pastilhas, mas os discos foram mantidos. No
desmonte, verificamos que as pastilhas estavam com, na média, 7,3 mm de espessura, repetindo a curva de avanço de desgaste
registrada nos primeiros 40 000 km – novas, as peças têm material de atrito com 11,7 mm de espessura. Os discos, por sua vez, estavam
com espessura muito próxima do limite mínimo. Logo, a autorizada A.R. Motors, responsável pela revisão dos 50 000 km, deveria ter
recomendado, no mínimo, uma atenção especial quanto à proximidade do fim da vida das peças. A mesma concessionária
negligenciou outro ponto ligado à segurança, liberando nosso Duster sem fazer qualquer recomendação de troca dos pneus, também
próximos do fim da vida útil. Aos 55 539 km, instalamos um jogo de pneus idêntico ao original, por 1 900 reais.
Espaçoso, nosso Duster se despede da frota de Longa Duração aprovado. Mas é bom que se diga: elevada, a suspensão que trabalha
bem no Sandero e no Logan se mostrou frágil no SUV, e o motor, que era referência na época do Mégane, chegou aos 60 000 km dando
sinais de que precisa evoluir, assim como alguns serviços da rede Renault.

ATENÇÃO

Som estéreo

Aos 60 000 km, os rolamentos das polias dos tensionadores (1) de correia começaram a chiar. Ruído forte mesmo vinha da polia do
compressor (2) de ar-condicionado, também com o rolamento danificado.

Metaleiro
Ruídos metálicos eram ouvidos ao rodar sobre pisos esburacados. Culpa da falta de isolamento entre o extremo da mola (3) e o prato
do amortecedor (4).

Ligação cortada

Sem um conector junto à tampa traseira, é preciso cortar o chicote elétrico para separar a peça da carroceria. Isso dificulta (e encarece)
um eventual serviço de funilaria.

Apoio do partido

O coxim superior direito (do câmbio) estava com a borracha rompida (5). Os efeitos da peça danificada ainda não eram sentidos ao
volante, mas, ao permitir a movimentação excessiva do câmbio, os outros coxins eram superexigidos, podendo apresentar o
mesmo problema em pouco tempo.
Barra frouxa

A barra estabilizadora estava com folga nos mancais (6), assim como as rótulas das duas extremidades das bieletas (7), responsáveis por
ligar a barra aos amortecedores dianteiros.

Braços folgados

Com folga excessiva nos dois braços axiais (8) e nos terminais (9), o sistema de direção do nosso Duster era outra fonte de ruídos. O
incômodo, porém, não comprometia a segurança, “apenas” o conforto a bordo.
Hora de parar

Os discos (10) do Duster suportaram exatamente os 60 000 km do Longa Duração, chegando ao fim do teste com espessura muito
próxima da medida mínima tolerada pela Renault. A jornada do SUV, com 67,9% de trechos rodoviários, favoreceu o baixo consumo de
discos e pastilhas (11).

APROVADO

Velas acesas

O plano de manutenção do Duster estabelecido pela Renault prevê a substituição das velas a cada 40000 km. Decisão correta: com
20000 km de uso, elas se mostraram em plena forma.
Longa vida

O conjunto de embreagem se aposentou vendendo saúde. Só foi possível uma análise visual, pois a Renault não forneceu a
espessura mínima do material de atrito do disco.

Bem azeitado

A análise do virabrequim inclui a medição da folga axial e do diâmetro dos moentes e munhões. Na inspeção visual, nenhum sinal
de azulamento ou riscos nas zonas de atrito mecânico, comprovando a eficácia do sistema de lubrificação.
Câmbio em alta

Engrenagens, anéis sincronizadores e garfos de engate em perfeito estado: da alavanca de mudança de marchas às homocinéticas,
passando pela embreagem, o sistema de transmissão do Duster se mostrou merecedor de elogios.

REPROVADO

Depósito de carvão

A falência dos retentores de válvula foi mais grave no cilindro 4. Com a alta temperatura da câmara de combustão, o lubrificante
acumulado na parte baixa da válvula é incinerado, formando uma placa sólida. Quando partes desse material se desprendem e param na
área de assentamento da válvula, a vedação é prejudicada, ocasionando a perda de pressão de compressão.
HISTÓRICO

14 km carro entregue com pequenas trincas na pintura do para-lama dianteiro direito


1 354 km Ruído aerodinâmico invade cabine em velocidades superiores a 100 km/h
8 195 km Ruído de movimentação do combustível dentro do tanque
11 138 km Vibração intermitente da direção
24 962 km Banco do passageiro com jogo
38 613 km pedal da embreagem alto
53 147 km Ruído de rolamento de polia
55 539 km troca de jogo de pneus

FICHA TÉCNICA
Motor: dianteiro, transversal, 4 cil., 1 598 cm³, 16V, flex; Diâmetro x curso: 79,5 x 80,5 mm; Taxa de compressão: 9,8:1;
Potência: 115 / 110 cv a 5 750 rpm;
Torque: 15,5 / 15,1 mkgf a 3 750 rpm
Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
Dimensões: comprimento, 432 cm; largura, 182 cm; altura, 170 cm; entre-eixos, 267 cm
Peso: 1 202 kg
Peso/potência: 10,5 / 10,9 kg/cv
Peso/torque: 77,5 / 79,6 kg/mkgf
Volumes: porta-malas, 475 litros; tanque, 50 litros
Suspensão: Dianteira: independente, Mcpherson. Traseira: eixo de torção
Freios: disco ventilado (dianteira), tambor (traseira)
Direção: hidráulica
Pneus: 215/65 R16

ROTEIRO
ÁLBUM DE RECORDAÇÕES

VEREDICTO

Nosso Duster de Longa Duração não revelou muitos problemas no desmonte. A questão é que, dentre os poucos, um deles – a invasão
de óleo em virtude da perda de eficiência dos retentores de válvulas – era grave. A rede, por sua vez, seguiu a tabela de preços sugeridos
de revisões e não empurrou serviços desnecessários. No entanto, deixou passar alguns procedimentos relacionados à segurança.

Das könnte Ihnen auch gefallen