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DA
Maçonaria Brazileira.
PUBLICAÇÃO MENSAL.
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DA
Maçonaria Brazileira.
PUBLICAÇÃO MENSAL.
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Secção Dogmática.
Da regeneração raacoíiica. I
Nenhuma instituição humana deixa de sujeitar-se ás impressões
do andar dos séculos.
No fundo e na fôrma parecem não haver soffrido alteração; e,
comtudo, ahi está a realidade (liaria iiarrando-nos façtos do como
se olvidão preceitos e se obseúrecem doutrinas.
É que o homem, no caminhar do seu progresso, ou vai dando
impulsos ao que acha ou vai corrigindo o que entende ser pre-
judicial ao seu tempo e á sua individualidade.
Poutras oras, quando a Maçonaria se convolvia no meio de
tremendas revoluções, o caracter de cada um de seus adeptos
tinha a forma severa e contumaz. Quando as letras e todas as
transacções do espirito dávão ás sociedades reformadores e sa-
bios, era a Maçonaria um aréopago de philosophia transcendente.
Nossos pais soüberão, mais tarde, em duras perseguições, como
se subia ao cadafalso ou á fogueira em nome da liberdade do
pensamento.
Então, sempre, os arraiaes maçonicos conchegavão-se, coinmun-
gavão princípios de alta severidade, e todas as grandes virtudes
pertencião á Maçonaria.
— 582 —
Erão aquelles homens uns vultos de granito lançados
na es
trada do progresso e da conquista da verdade, mas mudos
silenciosos. O progresso os levava por diante; arautos ou
dos
tempos modernos, elles avançavão, ainda mesmo á custa da
vida
e por toda a parte estabelecia-se a verdade em doutrinas
de'
fácil comprehensâo.
A Maçonaria era uma potência invencível. Parecia
que o calor
das entranhas da terra fazia erupção para dentro de suas
ornei-
nas: tudo alli era vida, força, dedicação, desenvolvimento
physico
e moral.
Que Deus havia dito: Fiat lux!
E a luz que os homens não havião comprehendido houvesse
;
sido feita, alli no templo maçonico brilhava e irradiava-se.
A sociedade estremecia; o christianismo conquistava nos domi-
nios da razão; o homem crente formava-se nas theorias do
e do verdadeiro; as leis harmonisavão todos os conjunetosgosto
so-
ciaes e todas as opposições humanas; nos campos e nas cidades
era sanetificado o trabalho e a cultura recebia a sua sagrada
saneção.
A architectura transformava as rochas graniticas e os mármores
informes em sumptuosas cathedraes; os
paços dos príncipes, as
galerias das artes e os centros dos comícios populares recebião
columnatas para erguêl-os e fustes adornados dignifical-os:
—era o cunho do esforço intellectual para
lançando o repto tremendo
a vassallagem feudal que prendia em estúpidas conveniências
cantões inteiros de homens subjugados á ignorância e ao azor-
rague brutal do senhor.
Ao homem, que livre havia-o Deus creado, ensinava
a Maço-
nana o caminho da liberdade e do
porvir.
Forão estes os sucessos narrados nos
pergaminhos que trouxe
a humanidade até á beira deste novo século. Ella
vinha de lon-
ge, a cruz no peito e a mente nos desígnios do Creador. Mais
culta e mais cheia de experiência, media a
compasso as distan-
cias dos acontecimentos humanos, avaliava-os,
nível, comparava-os e os collocava, amontoados, passava-lhes o
mas classificados,
no limiar do século que tinha de transpor. >
Mas, parece, que a guilhotina não havia
ceifado assás na
seara dos erros da presumpção e
do orgulho de casta; ou,
ao menos, fora injusta, e cortara o viço nobre
do mérito real
— 583 —
Instrucção Maçonica.
Destino do homem.
These apresentada á Loj.-. Liberte, ao Or.\ de Lausanne, pelo Ap.\ 6# l.
afim de obter o grào de Comp.\
A these de que me encarregastes é uma das mais vastas de
que se possa tratar. Ella comprehende nada menos do que uni
resumo de toda a philosophia: não espereis, pois, que a desen-
volva ex-professo; pára isso seria mister invocar todo o meu pas-
sado e consultar os philosoplios; falta-me, porém, o tempo.
Acolhei, pois, com indulgência o pequeno trabalho que tenho
a honra de vos apresentar. É o producto de uma noite, a única
que as occupaçoes do cargo que exerço me deixarão livre.
Nascer, crescer, viver e morrer, tal é a sorte do homem neste
mundo. Admittiremos com Rousseau que o homem nasce bom?
ou, seguindo uma orthodoxia rigorista, diremos que o homem
nasce máo, que seu coração é essencialmente maligno e que
delle bem algum pode esperar-se? Parece-me que qualquer destas
opiniões é falsa. Adoptando-se a primeira, nada mais seria ne-
cessario do que nutrir a criança e entregal-a aos recursos da
natureza; adoptando-se a segunda, estabelecer-se-hia como prin-
cipio que é absolutamente inútil os esforços empregados afim de
tornar o homem mais forte e melhor, visto como seria um tra-
balho estéril.
A meu vêr o homem nasce fraco, tendo em si o germen do
bem e do mal e o instincto das faculdades que tem de desen-
volver-se. É mister comprimir o mal, desenvolver o bem, afim
de que a planta fraca e delicada, representada na criança, torne-
se uma arvore robusta, vigorosa e preciosa pelos seus bons
íructos. Esta é a obra da educação, isto é, o resumo dos meios
próprios a desenvolver o ser humano e conduzil-o ao destino que
Deus lhe tem designado.
O destino do homem é a perfeição. É possível que elle a não
attinja na terra; porém, nesta esperança, o homem atravessa um
mundo cheio de perigos e misérias de todas as espécies. É ne-
cessario, pois, educal-o para estas duas existências, considerando-o
não só como um ser fraco, mas também como um ser immortal,
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Seeçáo Official.
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— 572 —
nos, sem o óbolo dos indigentes, para provar aos
olhos do.
mortaes a crença que guia os Filhos da Viuva; foi a
Esperai
que elles alimentão de vêr o moral do homem aperfeiçoado tS
onde seja possível, por graça do Omnipotente; foi, finalmente
amor do próximo por elles posto em pratica, em reserva o
tamente, como ensinou o Christo. occíil
'.
"E
quando esses estabelecimentos não bastem para provar eviden
temente como coinprehendem elles esses três sublimes sentimentos
o quanto tem com elles feito a nossa Instituição de bem.
de útil
a humanidade e ao seu progresso moral, não existem ainda
sobre
o terreno europeu esses magníficos templos christãos, construídos
na idade média pelo braço do maçon,
para attestarem que a
nossa Ordem tem por bases santas e immutaveis
princípios -
que o maçon, considerando-se cosmopolita, — foi e é sempre o
mais humilde servo do Supiv. Arch/. do Un.-. ?
" Não se achão
espalhados por entre os povos cultos e incul-
tos da terra, mesmo na nossa sociedade, milhares de
viuvas,
orphãos e desvalidos, que vêem enxutas as suas lagrimas, forta-
lecidas as suas crenças e mitigada a sua fome e a sua miséria
pela Fe, Esperança e Caridade maçonicas ?
" Creio dizer a
verdade, nobres e virtuosas senhoras e meus
RResp.-. Ilr/.
" E entretanto a humanidade,
sempre aprendendo e sempre
errando, sempre descrente e duvidando, mesnn* curvando-se ante
a evidencia, deixa-se levar para as trevas,
quando muitos ho-
mens que delia fazem parte lhe mostrão a luz e um caminho
sem obstáculos para a sua felicidade no futuro!
" É
que, nobres e virtuosas senhoras e meus RResp/. Ilr/.,
a ignorância e a superstição ainda imperão no
prodigiosamente
espirito humano; é que o egoísmo, a ambição do mando, de
riquezas e glorias mundanas dominão muitos homens,
transfor-
mando em corações de mármore, corações só devião palpitar
que
de amor pelo próximo, e fazem de esclarecidas intelligencias,
de
íntelhgencias que devião pregar só a verdade-os
seus princi-
paes sustentaculos.
* E
por isso que a nossa sublime instituição foi tão perse-
guida; muitos filhos da viuva, RResp.-. Ilr/. nossos, encarcera-
dos, martynsados e queimados em
\ praça publica para que a
verdade morresse com elles; e a humanidade
embrutecida, por
— 594
~~—^g«SCO^X|gWr^,
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597
Secção de Correspondência.
Notre institution n'a jamais rien reníermé" qui puisse être con-
sidéré comme dangereux à notre foi; au contraire, c'est du cercle
franc-maçonniquc que sont sortis les gens les plus pieux et les
plus charitables.
Tous les hommes cómme il faut du Brésil sont franc-maçons,
si on en trouve quelques exceptions, c'cst qu'il y a toujours eu
des caracteres qui prennent à tache de faire opposition, bon gré
mal °ré, à tout ce qui est accepté.
Le Vicomte de Inhomerim, senateur de 1'Empire, a fait 1'année
dernière un fort brillant discours, digne detre apprécié du monde
entier; il tràite de 1'élánent servil, et ci-après nous en donnons
Ia traduetion en français, faite par un de nos 111.-. Fr.\
Nous aimons beaiicuup à donner de ces publications, car notre
belle langue, étant peu répandue parmi les races çauloises et ^ef-
maniques, on nous juge assez impàrfaitement à Fétranger.
En general nous nous oecupons beaucoup trop de nous, sans
nous inquiéter de ce que pensent do notre Empire les puissances
doutre-mer.
Les Communications à vapeur, nous rendant à-peu-près voisins
de FEurope, réclament de nous des doeuments plus fréquents de
notre pays.
Nous donnons aujourcFlmi à Ia Section Dogmatique quelques
idées au sujet de Ia régènération [ranc-maçonnique, car il est temps
de songer à cela.
Nous avons dans nos rites des lois et des rèdements qui ré-
clament une analyse sérieuse pour arriver à des reformes né-
cessaires.
On parle depuis quelques temps cVun cgngrès fraric-maçomiiquc,
mais on ignore encore quand il doit avoir lieu.
Si nous pouvions hasarder de donner ici notre opinion, nous
affirmerions que Ia mesure Ia plus urgente à Fégard de Ia franc-
maçonnerie serait de rendre le concours de toutes les LLog.\
existantes plus actif dans Fapplication de nos devoirs. Si on ren-
dait les LLog.\ moins profanes, on serait plus cVaccord avec notre
Institution, et,
partant, plus de zele et cVenthousiasme.
Notre avis est que dans quelques pays, comme dans le notre
par exemple, il y a beaucoup de gens qui ne se font recevoir
maçon que
pour être à Ia rnode et qui croient avoir une marque
de distinetion
quand ils font partie d'une Loge.
- 600 -
Peut-être aussi que ce n'est
que par ambition qu'il8 8e fonf
cevou- Maçons afin de
portei- des rubaus brodés, de nOS jl T
grades, avoir fa hifrarcmas et dos &**£ .eigoeS* **
La plnlosophie qui engendra notre Subi.-.
Ord.- 8W»1
»* fort peu de Ia varité humabc, MaU
beausoup%%E? levanche
de son perfectionnement. p
Elle nous Impose des devoirs sacrds
tout en no,,, ™ j
les droits sublimes de Ia libert-i. aCC01'dant
Cest le mépris, ou
plutôt l'oubli de cette philosophie oui ™
donos e spectacle do IMiffiWc » fait
da^—S 1
S*tó^dans resprit
trouvée moin\ 15 , V1™ unani™ment accueillie qu'elle a
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juste et vrai, Ia naüon en effet
pouvant dire comme justifi-
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Maconaria Brazileira.
PUBLICAÇÃO MENSAL.
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628
Noticiário Interno.
SESSÃO DE POSSE DA LOJ.-. GRÊMIO PHILANTROPICO.
—- Circumstancias imprevistas puzerão a tarde esta sessão
de
posse, o que comtudo fez com que se tornasse solemne essa
festa. Uma escolhida sociedade feminina, famílias de nossos
Ilr/., abrilhantou essa solenmidade.
Tudo quanto uma festa maçonica offerece de fraternal e cheio
de cordialidade ahi se ostentou. As flores e os discursos, a
animação e a eloqüência fornecerão a essa noite memorável um
cunho especial. Devem estar satisfeitos os obreiros desta offi-
cina por haverem conseguido ceremonial tão completo para a
posse de suas LLuz/. e DDig.\
Não saúda, de certo, o mundo profano o resultado de suas
eleições da mesma maneira cordial com que o fazemos em nossos
Templos.
Que leião os prelados todos do mundo catholico nossos discur-
sos e nossas invocações, e verão que não incorremos nunca na
pecha de impios.
Que para nossos honestos trabalhos só trazemos a pureza de
nossos melhores sentimentos e a melhor parte de nossa fé.
Se um dia houve reprobo que denunciasse ao vulgo profano
erros que jamais commettemos, seja isso em presença de nossos
actos louváveis, uma dura reprehensao lançada aos nossos ini-
migos, que só com armas fracas e futeis nos aggridem.
Nós somos um povo que levantou as cupolas das cathedraes,
que facetou os nichos custosos para as imagens sagradas, que
cinzelou os fustes das columnas da Igreja, e que, emfim, ao
mundo culto deu esses templos que causão a admiração da hu-
manidade.
Quem com custo e fé construe templos não derroca templos.
Poderão sacerdotes transviados obscurecer a Igreja de Christo,
que nós a conservaremos intacta e veneravel, eterna e rediviva,
porque contra ella nada pôde o artificio dos máos.
Nós a sustentámos no meio dos perigos do fanatismo déspota
e atroz; apagámos as fogueiras anti-christãs; arrancámos os
poldres onde se azurragavão as victimas; entupimos os subter-
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Tão a salvo não lograrão seu intento, que lhes fomos logo ás
narrativas chocarreiras e as inutilisáraos.
Na exageração da liberdade da imprensa ha muito de repre-
hensivel e de bárbaro. Comprehcnde-se a severidade da critica,
o faceto da satyra que presta, a graça do epigramma a propo-
sito, mas a grosseria, o insulto, o baixo ridículo são deshonestos
e indecentissimos na imprensa de um paiz culto.
Se esses são os assim chamados racionalistas, tão condemna-
dos pelos ultramontanos, nós, os verdadeiros maçons, os con-
demnamos também; que a baixeza da censura aviltante e da
luta caprichosa não é, não será nunca predicado da sã razão.
Nós pretendemos collocar sempre de pé o thema dos nossos
adversários, para que o mundo, preoccupado sempre, mal infor-
mado continuadamente, possa um dia tomar a peito o formar
juizo seguro a respeito da Maconaria no Brazil.
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* *
EXPEDIENTE.
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