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Geografia da População

A distribuição espacial das populações diz respeito sobre onde as


pessoas vivem, por que lá se concentram, para onde estão indo e o que as
motivam a se deslocarem e a escolherem os lugares de destino. O planeta
apresenta uma distribuição bastante heterogênea das populações humanas e é
a combinação de vários fatores que explica essa disparidade de densidade
populacional. São eles: os contextos históricos e culturais específicos, o
desenvolvimento econômico desigual das áreas, as características
demográficas (como taxa de fecundidade, natalidade e mortalidade) e a
diversidade de ambientes físicos, com maior ou menor facilidade de ocupação.
Ao longo da história da humanidade, a disponibilidade de recursos
naturais e relevos que facilitassem a acessibilidade, a sobrevivência e a defesa
foram fatores importantíssimos para a concentração de pessoas.
Alguns elementos físicos devem ser destacados como importantes
dificultadores de concentração demográfica, são eles: altas latitudes, relevo
acentuado (altas altitudes), áreas de temperaturas e umidade extremas (como
os grandes desertos), áreas polares e com escassez de água.
Evidentemente, estas facilidades e dificuldades são relativizadas pela
tecnologia disponível em cada sociedade. Por exemplo, a concentração
demográfica existente na Roma antiga só foi possível graças a tecnologia dos
aquedutos. Técnicas de extração de água por meio de poços artesianos
profundos e de usinas de dessalinização possibilitam um grande aumento da
concentração demográfica. Israel, por exemplo, produz 21% da água que
consome a partir do mar, 32% do subterrâneo e 22% da reutilização do esgoto.
O mar da Galileia, outrora grande fonte de água da região, responde por
apenas 25% da água consumida em Israel.
A distribuição das populações no espaço mundial passou a sofrer
profundas transformações, principalmente a partir do século XIX, com o
processo de modernização das sociedades baseado no progresso técnico, no
desenvolvimento industrial, no comércio e na urbanização. Regiões pioneiras
no processo de industrialização se tornaram grandes centros de concentração
demográfica, como o nordeste dos EUA e a Europa ocidental.
A população no mundo
A população mundial era em 2011 de 6,97 bilhões de pessoas (UN,
2011b). As estimativas apontam para um contínuo crescimento demográfico
entre 2011 e 2050, ainda que seu ritmo diminua. Com base nessas projeções,
para 2050 é esperada uma população de 9,3 bilhões de habitantes,
considerando a tendência de queda da fecundidade. Essa crescente
população, que está distribuída de forma irregular, apresenta enormes
concentrações demográficas no leste asiático e no subcontinente indiano. Em
2011, 37,1% da população do mundo vivia na China e na Índia. Incluindo os
outros oito países mais populosos do mundo, a concentração chega a 58,8%
da população mundial.
A partir de 1970, o ritmo do crescimento populacional mundial
experimentou um início de desaceleração como resultado da queda de
fertilidade nos países em desenvolvimento. Ainda que o ritmo de crescimento
nos últimos quarenta anos venha diminuindo, o nível de incremento
demográfico ainda é significativo. As projeções para 2050 apontam para um
aumento da população mundial, com previstas taxas de crescimento de 1,18%
ao ano para o período de 2005-2010, caindo para 0, 34% para o período de
2045-2050.

A população no Brasil
A distribuição espacial da população é o retrato da formação territorial.
Num primeiro momento, a ocupação do Brasil se restringia a poucos pontos no
litoral, que cumpriam a função de defesa do território e também de entreposto
comercial. Estas ocupações deram origem a algumas das maiores cidades do
país, como o Rio de Janeiro, Salvador, Recife/Olinda e Belém. Durante os
séculos XVI e XVII, as atividades econômicas da colônia se concentravam
próximas ao litoral, especialmente a produção de açúcar no Nordeste, gerando
uma primeira concentração demográfica naquela região.

Foi lentamente que o interior do território começou a ser ocupado, dado


as vastidões dos sertões e a dificuldade de acessibilidade. O primeiro grande
processo de interiorização da população brasileira veio com a descoberta de
ouro em Minas Gerais, causando grande afluxo de pessoas para aquela região.
Em decorrência disto, a capital da colônia também se deslocou de Salvador
para o Rio de Janeiro, iniciando o processo de transferência do eixo
demográfico do país para a Região Sudeste.

Migrações internacionais
As migrações internacionais foram de extrema importância para a
formação territorial de muitos países, principalmente no continente americano.
Nas Américas, primeiro houve o fluxo de migrantes provindos das próprias
nações colonizadoras, que vinham exercer funções administrativas e ocupar as
novas terras. O avanço da economia das colônias levou ao aumento da
demanda por mão de obra, o que implicou num grande movimento migratório
forçado de africanos para o continente americano. Noriel (1988 apud
CASTLES, 2000) estima que cerca de 15 milhões de africanos abasteceram,
entre os séculos XV e XIX, o mercado de trabalho das colônias.
Em 2010 existiam 213,9 milhões de pessoas (3,1% da população
mundial) vivendo fora de seu país natal (Tabela 2.3), um incremento de 58
milhões desde 1990. As áreas onde os migrantes internacionais, em 2010,
tinham o maior peso na população total são a Oceania (16,8%), América do
Norte (14,2%) e a Europa (9,5%). Em alguns países, como na Austrália e na
Suíça, este percentual ultrapassa os 20% da população. Mesmo em países
populosos como os Estados Unidos e a Alemanha, este percentual chegava
em 2010 a 13,5% e 13,1% respectivamente. Não por acaso, a concentração de
migrantes ocorre nos países mais ricos, indicando o peso do fator econômico
na explicação das migrações. Em contraste, o estoque internacional de
migrantes respondia em 2010 por menos de 2% da população total na África e
América Latina.

Migrações no Brasil
No decorrer do século XX, muitas foram as transformações na
sociedade brasileira. Os contextos históricos, econômicos, políticos, sociais e
demográficos foram os cenários para a urbanização e industrialização, expli-
cando os fluxos demográficos no país. A dinâmica de deslocamento da
população brasileira caracteriza-se por saltos migratórios, por deslocamentos
de longa distância e pela elevada proporção de migrantes na população
(THÉRY, 2005).
As migrações internas entre 1930 e 1950 foram predominantemente do
campo para as cidades, principalmente para os centros industriais do Sudeste
e para as fronteiras agrícolas. Na década de 1940 a migração rural-urbana
nacional chegou a três milhões de pessoas. Na década de 1950,
principalmente com o desenvolvimentismo de JK e a avançada urbanização e
industrialização do país, o êxodo rural mais que dobrou: cerca de 7 milhões de
pessoas se deslocaram para as áreas urbanizadas. Nessa mesma década, a
interiorização do território ocorreu principalmente por fluxos demográficos que
se direcionavam para as fronteiras agrícolas.
A modernização agrícola é o marco da década de 1960 que intensifica
ainda mais o êxodo rural, nessa década totalizam-se 12,8 milhões de pessoas
saindo do campo em direção às cidades. Paralelo a este processo, os atrativos
urbanos se diversificaram com a criação de novos empregos devido ao
crescimento da estrutura produtiva nacional. Neste período começaram as
migrações, estimuladas pelo Estado em direção à Amazônia, processo que
continua na década seguinte.
A década de 1990 confirma a posição de São Paulo como centro receptor
de migrantes, apesar da emigração de retorno. Paralelamente com o aumento
das migrações intrarregionais e intraestaduais, fato visível pelo crescimento
das capitais nordestinas.
Quando se avalia os movimentos migratórios mais recentes (nos 10 anos
anteriores aos levantamentos), o cenário que se tem é uma diminuição geral da
migração entre diferentes Unidades da Federação quando comparados os
dados levantados pelos Censos Demográficos de 2000 e 2010. Exceções para
os estados de Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal.

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