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CONTRIBUIÇÃO DO ENFERMEIRO NA EDUCAÇÃO DOS DIREITOS SEXUAIS E


REPODUTIVOS DOS ADOLESCENTES

Rio de Janeiro
Maio / 2019
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I. INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), Saúde sexual e Reprodutiva


(SSR) é o estado de completo bem-estar físico, mental e social em todos os aspectos
relacionados ao sistema reprodutivo, e não somente ausência de doença. É a
habilidade de mulheres e homens para desfrutar e expressar sua sexualidade sem
risco de doenças sexualmente transmissíveis, gestações não desejadas, coerção,
violência e discriminação.

Direitos sexuais e Direitos Reprodutivos são Direitos Humanos universais


baseados nos princípios de liberdade, dignidade e igualdade para todas as pessoas.
Estes direitos são garantidos por tratados internacionais e por leis nacionais (BRASIL,
2017).

O Sistema Único de Saúde (SUS) alinhado com o Estatuto da Criança e do


Adolescente (ECA) tem o dever de garantir o direito à vida e à saúde de crianças,
mediante a atenção integral à saúde, que permita tanto o acesso total e igualitário aos
serviços em todos os graus de atenção, quanto o cuidado da criança na sua
integralidade. (BRASIL, 2016).

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069/1990, em seu


artigo 5º, estabelece que nenhuma criança ou adolescente poderá sofrer qualquer
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão,
punindo na forma da lei qualquer atitude, seja por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais (BRASIL, 2016).

Atualmente, observa-se uma diminuição da idade em que meninos e meninas


ingressem em suas primeiras relações sexuais. Sendo assim, observa-se a
necessidade de inclusão de ações políticas que contemplem, este grupo populacional.
A saúde sexual e reprodutiva de adolescentes envolve educação sexual,
anticoncepção e planejamento familiar, atendimento ginecológico, prevenção e
tratamento de DSTs e AIDS e, quando necessário, acompanhamento da gravidez,
parto e puerpério (BRASIL, 2013).

No Brasil, de acordo com dados oficiais de 2011, 26,8% da população


sexualmente ativa entre 15 e 64 anos iniciou sua vida sexual antes dos 15 anos. Cerca
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de 19,3% das crianças nascidas vivas em 2010 no Brasil são filhos e filhas de
mulheres de 19 anos ou menos (FEBRASGO, 2017). Isto significa que a saúde sexual
e a saúde reprodutiva da população adolescente, deve ser o foco prioritário de análise,
orientação, intervenção e cuidados. Afinal, as expectativas familiares e sociais sobre
essa faixa não incluem, em sua maioria, maternidade ou paternidade, fato este que
pode acarretar consequências indesejáveis para adolescentes de ambos os sexos
(BRASIL, 2016).

Conforme Viero et al (2015), dentre as funções do enfermeiro, a primordial é o


papel de educador em saúde, sendo esta de grande importância para a promoção da
saúde dos indivíduos, famílias e comunidade. Isto se dá graças ao seu conhecimento
cientifico, possibilitando a este profissional a capacidade de orientar e buscar uma
resposta de tratamento mais eficaz. As crianças e adolescentes é garantido o direito
de ter acesso a informações e educação em saúde sexual e saúde reprodutiva, e
ainda de ter fácil acesso a métodos que os auxiliem a evitar uma gravidez não
planejada e a prevenirem-se contra as doenças sexualmente transmissíveis/HIV/
AIDS, respeitando-se a sua liberdade de escolha.

O interesse por essa pesquisa se deu após observação no campo de estágio


de atenção básica, onde percebi que, na prática, os adolescentes não se apropriam
de seus direitos e nem demonstram interesse em educação sexual. Desta forma este
trabalho tem por objetivo descrever a contribuição do Enfermeiro na atenção básica
para educação sexual e direitos reprodutivos do adolescente.

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1. Direitos Reprodutivos / Planejamento familiar

A sexualidade humana é também uma construção social, sendo marcada


durante a adolescência, por novas descobertas, tomada de decisões e afirmação de
identidade (VASCONCELOS, A.C.S. et al 2016).

Os direitos sexuais e reprodutivos são construções relativamente recentes,


resultados de reflexões teóricas e lutas políticas que conquistaram o reconhecimento
destes como valores democráticos e como direitos humanos, além da sua inserção
na agenda política nacional e internacional (CAMPOS, et al 2018).

No Brasil houve um grande avanço para firmar os direitos sexuais e


reprodutivos de adolescentes após compromissos assumidos durante a Conferência
Mundial de Direitos Humanos, realizada em Viena, em 1993, a Conferência
Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo em
1994, e os princípios da Convenção para Erradicar, Sancionar e Punir a Violência
contra as Mulheres (CEDAW), pactuada em1994; desses eventos, derivaram normas,
programas e políticas públicas (BRASIL, 2016).

Os direitos sexuais de adolescentes são indicados como direitos fundamentais


à vida em diversos documentos e reafirmados pelo Ministério da Saúde, dentre eles
podemos citar: Direito de viver e expressar livremente a sexualidade sem violência,
discriminações e imposições e com respeito pleno pelo corpo do(a) parceiro(a); Direito
de escolher o(a) parceiro(a) sexual; Direito de viver a sexualidade independentemente
de estado civil, idade ou condição física; Direito de escolher se quer ou não quer ter
relação sexual; Direito de expressar livremente sua orientação sexual; Direito ao sexo
seguro para prevenção da gravidez indesejada e de Infecções Sexualmente
Transmissíveis (ISTs); Direito a serviços de saúde que garantam privacidade, sigilo e
atendimento de qualidade e sem discriminação; Direito à informação e à educação
sexual e reprodutiva (BRASIL, 2017).
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II. CONCLUSÃO

A adolescência, com suas peculiaridades e vulnerabilidades representa uma


importante parcela da população em que as políticas públicas devem ser
criteriosamente alçadas, pois impactos negativos ou positivos terão desdobramentos
no futuro, podendo comprometer um longo período de tempo e grande parte da
humanidade. Na adolescência a sexualidade está correlacionada ao contexto cultural
e os costumes do momento que se vive, as modas e novos comportamentos adotados
em cada época estão intrínsecos na prática da sexualidade.

A assistência à saúde integral de adolescentes deve respeitar as


especificidades desse grupo e estar em consonância com os princípios do Sistema
Único valendo-se de metodologias que viabilizem a participação de adolescentes no
planejamento e na implementação das ações, na formação de multiplicadores e no
intercâmbio com a equipe interdisciplinar de saúde.

Esta revisão da bibliografia visou colaborar com os profissionais da


enfermagem para melhorar o conhecimento e contribuir para a prática de futuras
enfermeiras no atendimento da criança e do adolescente, frente aos seus direitos
sexuais e reprodutivos.
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