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Iniciação

Existe algo de muito particular na condição


humana que consiste na perspectiva de um
indivíduo antecipar-se à Natureza e ao ritmo
natural de sua própria experiência consciencial.
Neste sentido, para que possamos compreender
este processo é preciso que se considere o contexto
no qual este fenômeno se dá.

Tomemos como ponto de partida o conceito de


"Evolução". Tradicionalmente se considera que
esta ocorre através dos Reinos ao longo de
incontáveis milênios em que observamos "ondas
de vida" se sucedendo desde o Reino Mineral,
passando pelo Reino Vegetal e chegando ao Reino
Animal, alcançando assim conquistas tais como
Existência, Percepção, Expressão e sobretudo
Consciência.
Este processo é impulsionado por Forças
Invisíveis da própria Natureza que zela para que a
vida venha a adquirir tais atributos tornando-se
então mais e mais complexa em sua manifestação.

Em cada um destes Reinos a existência é


vivenciada em condições próprias e específicas,
tendo sua trajetória fracionada em fases e por
meios próprios pelos quais, através da sucessão de
experiências vividas, se venha a adquirir o nível de
completude que permita superar aquela condição
atinente àquele Reino em particular, avançando
assim dentro desta grande "cadeia evolutiva"
rumo a uma nova etapa.

Quando falamos em "Evolução" é comum que se


direcione a discussão para a análise do termo em
seu contexto, tal como é empregado nas Ciências
Convencionais. No entanto, esta expressão assume
um viés diferenciado no estudo das Ciências
Ocultas. Não que a evolução em sua visão
Darwiniana seja negada, mas sim que não é desta
definição de evolução que se está falando.

Neste contexto que abordamos aqui vemos que a


evolução dos corpos físicos, bem como os
processos de adaptação e sucessão de espécies, se
especializando e se tornando complexas, seria em
última análise um reflexo, como manifestação, de
uma "evolução" que ocorreria à vida que habita
tais corpos, de modo que o aperfeiçoamento dos
corpos viesse a servir como uma adaptação por
parte da Natureza no sentido de fornecer um
melhor veículo que venha a atender as
necessidades daquela vida que experimenta uma
nova etapa de experiências.

Assim, ao falarmos em "Evolução" dentro do


Universo das Ciências Ocultas estaremos nos
referindo muito especialmente a um processo
ocorrido à Vida que habita os corpos e não aos
corpos propriamente ditos.

Então nos perguntaríamos em que consistiria este


tipo de evolução. Embora de certa forma a
pergunta mais relevante seria, o que estaria
evoluindo?

Talvez, por entender que o termo evolução, ainda


que frequentemente utilizado e tendo seu
significado sub-entendido, não viria a definir
claramente o processo em si, pois em muitos
aspectos serviria para "resumir" o tema e não para
defini-lo, que o apresentei até aqui entre aspas.

Pois o termo evolução nos dá a idéia de alguma


coisa que venha a se transformar em algo
superior, quando o processo como um todo é mais
complexo que isto. Sendo assim, reavendo a
questão de o que estaria evoluindo, chegamos a
que nada estaria realmente se transformando em
algo superior, mas sim que a etapa desta jornada
referente aos "Reinos Ascendentes", sendo esses o
Mineral, o Vegetal, o Animal e os que os sucedem,
se caracteriza por uma sequência de eventos que
poderia ser definida como um "Desenvolvimento
Consciencial".

É importante para seguirmos nesta linha de


raciocínio que nos detenhamos um pouco no
conceito desta expressão, de modo que o termo
desenvolvimento estará sendo utilizado aqui não
como um sinônimo de evolução, mas sim como
um termo que define mais literalmente o
fenômeno em si.

Desenvolver-se consiste em livrar-se daquilo que o


estaria "envolvendo". Neste caso a Vida se
encontraria inicialmente no Reino Mineral com
sua Manifestação envolvida, obliterada, como que
coberta por um envoltório, de modo que as Forças
da Natureza lhe impulsionam a romper com estas
limitações a fim de que este venha a despertar em
sua Existência Manifestada na condição de um
Ser.

Normalmente este estudo nos leva a certos


questionamentos comuns, justamente como
resultado da sobreposição de terminologias que
conceitos como "evolução" nos trazem. Pois
dentro do estudo das Ciências Convencionais o
Reino Mineral não é reconhecido como "portador
de vida".

Em função disto é que fiz questão de ressaltar esta


distinção entre os conceitos dos dois ramos de
Ciências (Convencionais e Ocultas), de modo que
cada qual possui uma abordagem e um sistema de
classificação próprio. E mesmo que se empregue
por vezes os mesmos termos, estes possuirão
significados particularmente diversos.

Agora analisando esta condição de envolvimento


no qual esta Vida se encontra, veremos que o
"desenvolvimento" se dará por etapas, de modo a
que o Ser venha a se despir destes envoltórios até
alcançar uma manifestação cada vez mais ampla e
completa de suas potencialidades.

Tomando-se por ponto de partida a natural


plenitude na qual se concebe esta Vida e teremos
em suas potencialidades parcelas de um todo que
serão gradativamente, por assim dizer,
"descobertas".
Assim teremos que a condição Mineral consiste
em uma Vida cuja Manifestação de Existência se
encontra obstruída de modo que não ocorre a
Consciência de Existência por parte desta Vida.
Em outras palavras, o Ser não está ciente da
existência. Neste caso vemos o Ser mantendo-se
envolvido em um estado de inconsciência análogo
ao do sono.

Já uma vez em sua condição Vegetal, o Ser, a Vida


ali presente ainda não é ciente de sua própria
Percepção embora tenha noção de existência.
Permanece esta Vida envolvida por sua própria
noção de Existência, como um Ser recém desperto
que teme voltar à inconsciência e evita o sono.

Enquanto a condição Animal se define por uma


Manifestação na qual não há Consciência de sua
própria Expressão. O que envolve o Ser quando
nesta condição é justamente o fascínio dos
Sentidos que lhe ocupam a atenção sufocando a
Consciência em uma torrente contínua de
sensações cada qual mais intensa e envolvente que
a anterior.

Observemos então neste ponto que o conceito de


"Evolução Espiritual", quando melhor explicado se
nos apresenta como algo diferente do que poderia
nos parecer a primeira vista.

Inicialmente temos que o processo consiste muito


mais em um "desenvolvimento" do que em uma
"evolução", pois não se trata de um ente que se
torne algo além, mas sim de um elemento
essencialmente pleno, que tendo sua manifestação
restringida, gradativamente se livra daquilo que o
tolhe.

Ao mesmo tempo que o termo "espiritual"


igualmente não define claramente o evento, pois
não se trata de um "desenvolvimento" do Espírito
em si, mas sim da Manifestação Consciencial do
Ser.

Vimos até aqui que nesta longa trajetória através


dos Reinos da Natureza a Vida se desenvolve
passando gradualmente por distintas "condições"
nas quais venha a se encontrar.

Ou seja, consiste em uma mesma e única Vida, que


a cada etapa vivencia experiências próprias que
definem o estado no qual se encontra, quer seja ele
Mineral, Vegetal ou Animal.
Após esta Vida adquirir Consciência de Existência,
de Percepção e de Expressão esta virá a adquirir
Consciência de Si Mesma, ou por outra, vir a se
tornar ciente de sua própria consciência. Isto
caracteriza a condição Humana, e assim esta etapa
é chamada de Reino Humano, ou "Reino
Hominal".

Nesta etapa em particular ocorre uma alteração


marcante no que se refere ao processo como um
todo, pois até então a Vida se via obstaculizada por
elementos que vinham a tolher sua Manifestação e
agora, não mais tendo o que lhe restrinja a sua
Consciência de Existência, Percepção e Expressão,
o "desenvolvimento" ocorre no sentido de que a
própria Manifestação em si torna-se algo que
restringe a plena Consciência de Si Mesmo, ou
ainda, sua Auto-Consciência.

Por sua vez a Auto-Consciência em si, para que se


Manifeste, tem por pré-requisito a existência de
uma "unidade individual". Ou seja, para que se
tome ciência de si mesmo, é preciso que exista tal
entidade específica como, a um só tempo, autora e
objeto da ação.
Assim ocorre que a transição do Reino Animal
para o Reino Humano se dá por um mecanismo
natural conhecido como "Individualização", no
qual a Vida deixa de ser vista como um todo e se
transfere o foco para o Ser Vivente.

Este fenômeno distingue o Reino Humano dos


demais Reinos que o precedem, criando assim
uma nova figura consciencial chamada de
"Individualidade", ou em termos mais simples,
poderíamos dizer que a partir do Reino Humano
se torna possível ao Ser definir-se como uma
entidade única distinta de todas as demais, um
indivíduo, capaz de se auto-denominar "eu".

Isto posto, retomemos a afirmação inicial de nossa


análise sobre o tema:

"Existe algo de muito particular na condição


humana que consiste na perspectiva de um
indivíduo antecipar-se à Natureza e ao ritmo
natural de sua própria experiência consciencial."
Ou seja, ocorrem dois fenômenos neste caso,
sendo o primeiro a questão de que as Forças
Invisíveis da Natureza às quais nos referimos, uma
vez que estas nos impulsionam à Manifestação de
nossas Potencialidades e a Condição Humana
consiste no "desenvolvimento" ou desenlace, das
limitações à Auto-Consciência que estas mesmas
Manifestações nos trazem, veremos que o
desenvolvimento humano, diferente ao dos
demais Reinos, se dá num sentido contrário a
estas Forças da Natureza.

Já o segundo consiste em que, uma vez sendo o


Humano um Indivíduo, uma unidade particular, e
não mais um todo, ou uma Vida em Manifestação
plena, este terá seu desenvolvimento igualmente
entregue ao seu próprio encargo como indivíduo e
não mais coletivamente como ocorre aos demais
Reinos que o precedem.

Assim se dá o que foi referido na afirmação inicial,


em que a condição humana propicia a que um
indivíduo venha a, voluntariamente, de modo
independente, acelerar o seu desenvolvimento,
sem que para isso seja necessário que toda a
massa humana venha a acompanhá-lo.

A isto pensadores do passado vieram a chamar de


"Livre Arbítrio", sendo tal atributo um diferencial
absoluto do Ser Humano que o distingue de todos
os demais Reinos e condições anteriores.
Até este ponto o que fizemos foi elucidar o
contexto de tudo aquilo que envolve o processo
conhecido como Iniciação, sendo que sem termos
uma noção clara destes conceitos preliminares o
tema acabaria ficando bastante obscuro e de difícil
compreensão.

Deste modo fomos definindo o foco de nossa


análise, buscando desde um cenário mais amplo
até chegarmos ao contexto puramente humano e
seu desenvolvimento consciencial particular.
Assim chegamos apenas até aquilo que define a
condição humana em sua natureza básica e nesta
ainda nos deteremos um pouco mais para se
conceituar em que ponto encontramos a Iniciação
neste contexto específico.

É possível então, observando no mundo


fenomênico a manifestação da Natureza física,
constatar que esta se dá através de ciclos que se
sucedem. Desta forma rítmica suas forças nos
impulsionaram desde os Reinos anteriores até a
nossa condição Humana e como resultado desde
impulso inicial, já dentro de nossa realidade
humana, ainda por alguma porção de tempo,
viemos a seguir na mesma "direção" enquanto não
assumimos as "rédeas" de nosso próprio
desenvolvimento.

Assim, a humanidade como um todo tem seus


indivíduos vivenciando um mesmo momento de
seus desenvolvimentos. Da mesma forma que em
larga escala observamos etapas distintas de
desenvolvimento identificadas aqui pelos Reinos,
assim também para cada condição em que nos
encontramos, como no caso da condição humana,
teremos também etapas que subdividem tal
vivência em fases.

Diferente do que ocorre ao nível dos Reinos, estas


fases, embora se sucedam e aparentem se tornar
mais complexas, não irão obrigatoriamente
representar uma graduação de sucesso, mas sim
uma variedade de experiências, que uma vez
vivenciadas vêm a contribuir com o
desenvolvimento como um todo.

Não mais podendo contar com o impulso daquelas


Forças Primordiais da Natureza para o nosso
"avanço", a trajetória deverá ser cumprida a partir
de nossas próprias Forças enquanto Indivíduos.
Mas isso não significa que a condição humana
consista em uma situação de abandono por parte
da Natureza, pois esta ainda irá nos dispor da
"trajetória" em si.

Tal ocorre pelo próprio modo como a Natureza e


os Reinos vieram a se manifestar desde as
realidades mais sutis até a realidade física, tendo
as Forças que nos impulsionaram moldado, ou
aberto, uma "trilha" que nos indica "o caminho de
volta".

Devido aos próprios ciclos da Natureza é que se


deu que a nossa humanidade atual viesse a surgir,
com a "Individualização" massiva das incontáveis
entidades que a compõe, tendo tais indivíduos sua
recém conquistada Auto-Consciência em uma
experiência tal que, nos seus primórdios, estes
vieram a percorrer uma trajetória de
desenvolvimento que reproduziria um percurso
inverso ao dos Reinos anteriores.

Em outras palavras poderíamos dizer que as


experiências de Auto-Conscientização se deram
inicialmente ao se tomar consciência de sua
própria Expressão, para então constatar sua
própria Percepção, até vir a se ver ciente de sua
Existência Manifestada. Mais especificamente em
nossa Realidade Material. Etapa esta, aliás, na
qual a grande massa humana, em sua maioria se
encontra na atualidade.
A questão é que até este nível de desenvolvimento
as experiências foram vividas em uma condição de
passividade, ainda tirando proveito do impulso
primordial herdado das experiências
anteriormente vividas pelos Reinos anteriores.

Teoricamente, podemos especular que, mesmo


levando alguns milênios ou mais, na massa
humana se terá um abandono desta condição
inercial presente, de modo que sua maioria de
indivíduos venham a assumir seus próprios
caminhos de "desenvolvimento espiritual".

Se tal não ocorre, não significa que não esteja ao


alcance dos indivíduos buscarem por tal objetivo
de forma independente. E assim se deu que ao
longo dos últimos milênios, nos quais a
humanidade como um todo se manteve
"envolvida" na própria manifestação de suas
potencialidades terrenas e cientes apenas de suas
existências, alguns indivíduos vieram a buscar o
seu próprio "desenvolvimento" de modo
independente.

Nesta busca, tais indivíduos se dedicaram ao


estudo e à transmissão do conhecimento aos que
lhe sucedessem nesta empreitada, compondo
assim aquilo que mais tarde viria a ser chamado
de Ciência (Conjunto de tudo aquilo do que se é
ciente) e dentre estes estudos, através de
conhecimentos hoje tidos como "Ciências Ocultas"
vieram a constatar tal estrutura da Natureza em
sua sucessão de Reinos e com isto vieram a
descobrir a existência de um padrão neste
processo.

Com base neste padrão foi possível observar,


situar e definir a Condição humana, a trajetória de
desenvolvimento seguida até então e a partir disto
projetar perspectivas e ter um vislumbre das
etapas seguintes pelas quais a humanidade
deveria vir a passar, para que se cumpra a etapa
humana dentro deste processo, descobrindo com
isto a existência de Reinos posteriores ao nosso.

Assim foi possível definir que haveria, a grosso


modo, três etapas básicas de desenvolvimento
pelas quais o indivíduo humano deveria passar
para se ver pleno em sua Auto-Consciência. Para
só então, depois disto, poder vir a almejar superar
a condição humana e "despertar" para um novo
Reino.
Tais descobertas sobre esta realidade e
perspectivas quanto ao viver humano foram feitas
por diversos estudiosos em várias partes do
mundo, nas mais diversas culturas e cada qual por
sua vez buscou estabelecer critérios e meios, não
apenas de promover tal desenvolvimento como
também de avaliar que etapa estaria sendo
vivenciada por cada um.

Com isso surgiram diferentes modos de buscar


este propósito, sendo que basicamente é possível
distinguir dois ramos de doutrinas, que podem
nos servir como referência por suas abordagens e
maneiras de se alcançar as realizações deste
aprimoramento humano, sendo que um podemos
chamar de "Caminho Místico" e o outro de
"Caminho Iniciático".

Para que se compreenda a distinção que existe


entre estas duas maneiras de percorrer este
"Caminho de Desenvolvimento Espiritual" é
preciso que se observe que, na condição humana,
ou seja, na condição de indivíduos auto-
conscientes, se chegou à constatação, por meio do
estudo das "Ciências Ocultas", da existência de
uma realidade dupla na individualidade humana.
Esta dualidade consiste em uma porção
Consciente e outra Inconsciente na constituição do
ente vivente.
E então esta distinção ocorreu pela maneira dos
indivíduos que buscavam este desenvolvimento
lidarem com estes dois aspectos de sua
constituição consciencial, de maneira que o ramo
"Místico" teria como característica básica a busca
do praticante por estabelecer uma afinidade e
concordância consciente de modo a se permitir
"guiar" pela sua porção inconsciente.

Como estamos tratando aqui do "Processo


Iniciático" não nos deteremos nas razões e
princípios que definem o "Caminho Místico" nem
como se daria este processo, tendo sido
mencionado aqui apenas para que se pudesse
situar e definir com mais clareza o ramo
"Iniciático".

Nisto o ramo Iniciático se distingue por consistir


numa busca em disciplinar sua porção
inconsciente através do "fortalecimento" da
porção consciente. Nesse sentido teríamos, dentro
do Processo de Desenvolvimento Espiritual como
um todo, através do meio Iniciático o propósito de
adquirir atributos que permitam ao indivíduo
galgar os degraus das etapas previstas para o
avanço do ser humano.

Dentro daquilo que mencionamos, desta


subdivisão das experiências vindouras do ser
humano em três etapas básicas, teríamos nelas
aquilo que poderíamos chamar de "Graus
Iniciáticos Naturais" que corresponderiam a
sucessão de atributos inversa àquela vivida pela
humanidade em seus primórdios.

Começando por superar a consciência simples de


Existência mundana buscando se tornar um ente
ativo e capaz de Manifestar sua Auto-Consciência
para além desta experiência terrena em direção ao
"desenvolvimento" de sua Percepção, agora não
mais na direção a uma Manifestação externa, ou
aos mundos fenomênicos mais densos, mas
voltando-se para uma forma de Percepção Interior
que busca abarcar planos mais sutis.

Este "desenvolvimento" dentro do "Caminho


Iniciático" é buscado por meio da busca e
aprimoramento de atributos tais quais disciplina e
força de vontade, com o propósito de promover
uma capacidade de domínio próprio a ponto de
não se permitir envolver pelas percepções e
manifestações do cotidiano comum da vida
material.
Assim, ao longo do tempo os antigos estudiosos
destes processos foram se aprofundando, através
das técnicas criadas para este fim e a medida que
alcançavam estes níveis de desenvolvimento,
superando cada uma dessas etapas, ou "Graus",
foram se deparando com realidades conscienciais
e experiências cada vez mais desafiadoras e que
levavam a que se buscasse para cada etapa
conquistada o desenvolvimento de novos
atributos.

Nesta jornada rumo a estes misteriosos horizontes


de conhecimentos e experiências, não apenas os
primeiros, mas até a atualidade, sempre se pôde
contar com o auxílio daqueles que já passaram por
este processo e já superaram a condição Humana,
sendo que, salvo raras exceções, não vivem entre
nós a níveis físicos.

Sempre houve aqueles que uma vez começada esta


"jornada", quiseram transmitir este conhecimento
e compartilhar suas experiências, mas quanto
mais estes indivíduos avançavam maior se tornava
a dificuldade em exprimir claramente o que era
vivido, só sendo compreendidos por aqueles que
igualmente tivessem vivenciado os mesmos
fenômenos.

Assim esses conhecimentos passaram a ser


tratados apenas entre aqueles que viessem a
praticar tais técnicas, transmitindo somente
àquele que estivesse dedicado e engajado em
desenvolver os atributos necessários para cada
etapa deste auto-desenvolvimento, de modo que
se formavam grupos e escolas dedicadas a este fim
e se tornou inevitável que tais fossem "Esotéricas"
(no sentido mais literal do termo, de algo restrito e
reservado).

O conhecimento de tais processos da Natureza e


do ser humano, dentre aqueles que seguiam um
direcionamento mais próprio do ramo Iniciático,
passaram a ser tratados apenas de maneira
reservada. Embora não consistissem em segredos,
já tendo sido melhor definidos como "Mistérios",
como na antiguidade se encontrava na Grécia as
chamadas "Escolas de Mistérios", dentre as quais
talvez a que tenha ficado mais conhecida tenha
sido a de Eleusis.

Uma vez que tais conhecimentos se fossem


divulgados se mostrariam apenas e tão somente
infrutíferos, por não serem compreendidos por
quem não estivesse se dedicando a este propósito,
a idéia e o interesse dos praticantes em transmiti-
los às gerações futuras tinha de ser apreciado com
cautela. Deste modo se passou a estabelecer
critérios de avaliação sobre o nível de
desenvolvimento no qual cada indivíduo
naturalmente se encontrava para só então
convidá-lo a compartilhar suas experiências com
aqueles que também as vivessem e igualmente ter
acesso àquilo que até então aquele grupo já tivesse
amealhado em termos de conhecimento e
experiência no assunto.

Com isto foram surgindo procedimentos mais


formalizados e mais rigorosos através dos quais se
aceitava ao novo membro dentro do grupo,
instituindo-se uma forma ritualística de
representação do que seria o primeiro passo
dentro desta escalada de graus de
desenvolvimento pessoal, que consiste em superar
a vida comum de existência mundana, para se
dedicar ao auto-conhecimento.

Assim, se dizia que tal indivíduo havia sido


"Iniciado nos Mistérios da Natureza". Da mesma
forma que isto ocorria nesta etapa inicial, também
era constatava uma certa distinção de
compreensão e de experiências em cada nova
etapa vivida dentro deste processo de
"interiorização" do ser.

Igualmente se observava nestes casos uma


crescente dificuldade em especificar o nível de
desenvolvimento no qual aqueles que já
estivessem adiante estariam vivenciando e o modo
encontrado de se sistematizar os estudos, práticas
e técnicas de desenvolvimento, foi definindo uma
classificação por "graus" que simbolizassem
ritualisticamente o nível de "progresso" na jornada
de cada um.

Assim surgiram diversas subdivisões, que sempre


variaram de acordo com o grupo ou escola,
compondo assim os chamados "Graus Iniciáticos",
cabendo para cada um deles uma Cerimônia de
admissão, ou como ficou mais conhecido um
"Ritual de Iniciação".

A princípio, para aqueles que vissem "de fora",


pareceria mera formalidade simbólica, no entanto
existem outros aspectos envolvidos que dizem
respeito à própria natureza daquilo a que tais
grupos se propõem a desenvolver, pois algumas
destas "Sociedades Iniciáticas" se dedicam a
promover o estudo teórico, enquanto outras
buscam proporcionar um desenvolvimento a nível
prático do indivíduo.
Tais "Escolas Iniciáticas" surgiram pela
agremiação de estudantes dos "Mistérios da
Natureza", ou ainda das "Ciências Ocultas", que
não se restringem apenas a este fenômeno da
condição humana no que se refere à conquista de
plenitude de sua Auto-Consciência, mas também a
outros processos mais complexos com os quais
este se vê ligado, bem como ao estudo de diversos
conhecimentos tais como Alquimia, Teurgia e
Magia, que dotavam ao "Iniciado" recursos e
condições de até mesmo servir como elemento
capaz de "despertar" a um indivíduo para esta
"outra realidade" diferente da vida comum,
fazendo com que a ritualística simbólica acabasse
por precipitar uma real mudança de consciência
por parte do novo estudante.

Esta capacidade também se buscou aprimorar


dentro das "Ordens Iniciáticas" de modo a que
determinados "graus" visavam tornar ao
"Iniciado" também um "Iniciador".

Essa possibilidade de se alcançar um


Desenvolvimento Espiritual "Real" por meio das
técnicas e práticas criadas em determinadas
Ordens, levou a que se estabelecesse um conceito
mais abrangente do termo "Iniciado", que tanto
viria a definir aquele que recém passou pela
primeira Cerimônia de Admissão, como aquele
que já alcançou um dos "Graus Naturais"
superiores ao Primeiro.

Com isto se estaria querendo dizer que um


"Iniciado" seria alguém que verdadeiramente
estivesse "adiante" espiritualmente da grande
massa humana. Sendo capaz de compreender
Mistérios e realizar "prodígios" que outros não
compreenderiam e não seriam capazes de realizar.

Nesse sentido mais amplo, a "Iniciação" não seria


apenas e tão somente a uma Cerimônia de
Admissão, mas sim uma referência à toda uma
trajetória de Desenvolvimento Espiritual. Os
simbolismos geralmente associados à Iniciação
são em geral a Morte, o Isolamento, ou mesmo a
clausura como referência ao abandono do antigo
estilo de vida, bem como a perspectiva de um
Renascimento e um novo mundo que se
descortine para além deste recolhimento.

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