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27/12 ■ dezembro 1974 CAPA:

Anjo Moroni
Na Agulha do Templo
Publicação mensal de Salt Lake City
d’A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos últim os Dias.

NESTE NÚMERO A PRIMEIRA PRESIDÊNCIA


Spencer W. Kimball
3 Expiação de Cristo: A Dádiva Suprema . Presidente Marion R. N. Eldon Tanner
Romney Marion G. Romney

6 Presentes Inesquecíveis
CONSELHO DOS DOZE
10 Nasceu o Infante .............................................. Mabel Jones Gabbott Ezra Taft Benson
Mark E. Petersen
12 Dar e Receber ............................................. .... Robert J. Matthews
Delbert L. Stapley
14 Irmão Joseph ................................................. .... Carl Arrington LeGrand Richards
Hugh B. Brown
18 Perguntas e Respostas
Howard W. Hunter
19 Os Três Presentes ...................................... .... Ellen Earnhardt Morrison Gordon B. Hinckley
Thomas S. Monson
21 Mensagem de Natal para as Crianças da Boyd K. Packer
Igreja do Mundo Inteiro ............................. da Primeira Presidência Marvin J. Ashton
Bruce R. McConkie
22 A Vela de Natal
L. Tom Perry
24 Natal ao Redor do Mundo
COMITE DE SUPERVISÃO
27 Perguntas e Respostas
J. Thomas Fyans
28 Suas Horas Finais ...................................... Élder Howard W. Hunter John E. Carr
Doyle L. Green
31 Cremos em Tudo o que Deus tem Revelado Élder Boyd K. Packer Dean L. Larsen
Daniel H. Ludlow
35 O Ministério do Salvador .......................... Élder Delbert L. Stapley Verl F. Scott

38 A Força do Testemunho ............................. Presidente Hartman


EXECUTIVO DO INTERNATIONAL MAGAZINE
Rector, Jr.
Larry Hiller, Editor Gerente
42 “ Se E u ... Não Derramar sobre Vós uma Carol Larsen, Editor Associado
Benção” ......................................................... Élder Henry D. Taylor
EXECUTIVO DA “ A LIAHONA"
44 Em Vias de Preparação Novo Hinário da
José B. Puerta, Editor Responsável
Igreja, os Santos estão Convidados a Apre­ José B. Puerta, Editor da Parte Nacional
sentar Músicas e Letras
45 Anunciadas Conferências de Área no Japão SUPERVISOR DE LAYOUT

e Coréia Luiz Rubião Silva

46 Materiais para o Ano de 1975-1976 REGISTRO

46 A Estaca de Curitiba Realiza sua 3." Con­ Está assentado no cadastro da DIVISÃO DE
ferência Anual CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS, do D.P.F..
sob o no. 1151-P.209/73 de acordo com as
47 Exposição Mórmon em São Paulo normas em vigor.

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Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, acha-se regis­ e da equipe internacional do “ International Magazine". Colaborações
trada sob o número 93 do livro B, n.° 1, de M atrículas de Oficinas espontâneas e matéria dos correspondentes estarão sujeitas a
Impressoras de Jornais e Periódicos, conforme o Decreto n.° 4857 adaptações editoriais.
Expiação de
Mensagem da
Cristo: Primeira
A Dádiva Presidência

Suprema por Marion G. Romney


Segundo Conselheiro na Primeira Presidência

esta época do Natal, meus pensamentos Abordaremos aqui a parte da expiação que

N voltam-se para Jesus Cristo, em apreço


por sua m isericórdia e suas bênçãos,
centralizando-se minha mente na sublime dá­
elevará o homem “ à vida eterna” . Para receber-
se a bênção deste aspecto, não é preciso es­
perar até a ressurreição. Amuleque, ensinando
diva de sua expiação. aos nefitas, dizia:
A gratidão por te r expiado pelos meus pe­ “ E agora, meus irmãos, eu quisera q u e ...
cados pessoais aumenta continuamente. viésseis e trouxésseis frutos de arrependi­
A dor e o sofrimento, tanto físico como mento.
mental, causados pelas transgressões e peca­ “ ...p o is agora é chegado o tempo e o
dos dos homens, publicados diariamente pelos dia da vossa salvação; e se vos arrepender-
meios de comunicação, desesperam o coração des, não endurecendo vossos corações, ime­
dos justos; suas almas anseiam pelo entendi­ diatamente será realizado para vós o grande
mento universal de que todo esse sofrimento plano de redenção.” (Alma 34:30-31)
poderia ser erradicado, se os homens compre­ Quando alguém se qualifica para receber a
endessem a expiação de Cristo e se qualifi­ bênção deste aspecto da expiação de Cristo,
cassem para as bênçãos que traz. seus pecados são-lhe perdoados pelo poder de
Dos dois aspectos da expiação, o mais fá­ Deus; ele volta a nascer do Espírito; torna-se
cil e geralmente aceito é o da ressurreição dos uma nova pessoa; assume a natureza divina;
mortos. É conciso e corretamente exposto não tem mais “ vontade de praticar o mal, mas
assim por Paulo: de fazer o bem continuamente" (Mosiah 5:2);
“ ...a s s im como todos morrem em Adão, tem a consciência tranqüila e está cheio de
assim também todos serão vivificados em alegria. (Vide Mosiah 4:3) É a isto que se re­
C risto.” (I Cor. 15:22) feria Jesus, quando disse:
Mórmon coloca os dois aspectos da expia­ “ Vinde a mim, todos os que estais cansa­
ção na devida perspectiva, em seu grande ser­ dos e oprimidos, e eu vos aliviarei.
mão sobre fé, esperança e caridade, nestas “ Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei
palavras: de mim, que sou manso e humilde de coração;
“ .. .que é que deveis esperar? Eis que vos e encontrareis descanso para vossas almas.
digo que deveis te r esperança de que por in­ “ Porque o meu jugo é suave e o meu fardo
termédio da expiação de Cristo e do poder da é leve.” (Mat. 11:28-30)
sua ressurreição, sereis elevados à vida eter­ Se todos os homens cressem em Jesus,
n a ... ” (Morôni 7:41) acreditassem em suas palavras e obedeces­
Não é preciso que o homem tenha fé em sem a seus mandamentos, os problemas e pe-
Cristo para ser ressuscitado, “ porque [confor­ sares humanos se derreteriam como a geada
me Cristo faiou] vem a hora em que todos os branca se esvai aos raios ardentes do sol nas­
que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. cente.
“ E os que fizeram o bem sairão para a res­ Em IV Néfi, temos os anais de um povo
surreição da vida; e os que fizeram o mal para que assim fez e conservou uma sociedade pa­
a ressurreição da condenação." (João 5:28-29) cífica e feliz por duzentos anos. Diz o registro:

Dezembro de 1974 3
“ E aconteceu que, no ano trigésim o sexto, tanto, não havia ricos nem pobres, escravos
o povo inteiro foi convertido ao Senhor sobre nem livres, mas eram todos livres e participan­
toda a face da terra, tanto nefitas como lama- tes do dom celestial.
nitas; e não havia contendas nem disputas en­ “ E não havia contendas na terra, em virtu ­
tre eles, e procediam retamente uns com os de do amor a Deus que vivia nos corações do
outros. povo.
“ E tinham todas as coisas em comum; por­ “ E não havia invejas, nem disputas, nem
tumultos, nem devassidão, nem mentiras, nem
assassínios, nem nenhuma espécie de lascívia;
e sem dúvida não poderia haver povo mais di­
toso entre todos os povos criados pela mão de
Deus.” (IV Néfi 2-3 e 15-16)
Para que se entenda o aspecto da expia­
ção de Cristo que habilita o homem a ganhar a
vida eterna, é preciso lembrar que o homem
mortal, enquanto viver aqui na terra, é ilum i­
nado pelo espírito de Deus, e também tentado
por Satanás. Todo ser humano que ultrapassa bitar na presença de Deus, a menos que seja
a idade da responsabilidade, sucumbe em certo por meio dos méritos, m isericórdia e graça do
grau às tentações de Satanás. Jesus, o Filho de Santo M e s s ia s ...” (II Néfi 2:7-8)
Deus na carne como no espírito, foi a única Jacó acrescenta:
exceção. “ E ele vem ao mundo para que possa sal­
Cedendo às tentações de Satanás, torna- var todos os homens, se eles ouvirem sua voz;
mo-nos impuros. E à medida que o fazemos, pois que sofre as penas dos homens, sim, as
tornamo-nos carnais, sensuais e perversos. penas de toda criatura vivente tanto homens
Como conseqüência, somos banidos da pre­ como mulheres e crianças, que pertencem à
sença de Deus, não podendo ser readmitidos família de Adão." (II Néfi 9:21)
a ela, sem nos limparmos da mancha de nos­ Mil e oitocentos anos depois de haver pa­
sas transgressões, porque “ nada que seja decido no Getsêmani, o próprio Jesus chamou
impuro pode entrar em seu reino” . (III Néfi um dos irmãos ao arrependimento, dizendo:
27:19) Os homens, tendo-se desqualificado, no “ Portanto, ordeno que te arrependas —
exercício de seu livre arbítrio, para um lugar no arrepende-te, para que eu não te fira com a
reino de Deus, são dali banidos e não podem vara da minha boca, e com a minha ira, e com
voltar por seus próprios esforços. Para que pos­ a minha cólera, e os teus sofrimentos sejam do­
sam retornar, é preciso que seus pecados se­ lorosos — quão dolorosos tu não o sabes, nem
jam expiados por alguém que não foi banido — quão pungentes, sim, e nem quão difíceis de
e esse alguém foi Jesus. suportar.
Todos os habitantes da terra “ são filhos e “ Pois eis que eu, Deus, sofri estas coisas
filhas gerados para Deus” (D&C 76:24) no espí­ por todos, para que, arrependendo-se, não pre­
rito. Jesus foi o seu primeiro filho espiritual. cisassem sofrer;
Quando, no mundo espiritual, se planejou a pro­ “ Mas se não se arrependessem, deveriam
vação mortal do homem, Jesus foi escolhido e sofrer assim como eu sofri;
designado para vir à terra como o Filho de Deus “ Sofrimento que me fez, mesmo sendo
na carne e levar uma vida sem pecado. Enquan­ Deus, o mais grandioso de todos, trem er de
to aqui estivesse, deveria sofrer o bastante a dor e sangrar por todos os poros, sofrer, tanto
fim de satisfazer às exigências da justiça para corporal como espiritualm ente — desejar não
os pecados de todos os homens. ter de beber a amarga taça e recuar.
Por volta de 570 A.C., Léhi disse que Cristo “ Todavia, glória ao Pai, eu tomei a taça e
viria e se ofereceria “ em sacrifício pelo peca­ term inei as preparações que fizera para os fi­
do, satisfazendo, assim, as demandas da lei lhos dos homens." (D&C 19:15-19)
para todos os quebrantados de coração e con­ Tal foi o preço pago por Jesus para fo r­
trito s de espírito, e por nenhum outro podem necer-nos os meios de, pela fé e arrependi­
as demandas da lei ser cumpridas. mento, conseguirmos perdão de nossos peca­
"Portanto, quão importante é tornar estas dos e usufruirmos as bênçãos da vida eterna;
coisas conhecidas dos habitantes da terra, tudo feito pela sua expiação — a Dádiva Su­
para que saibam que nenhuma carne pode ha­ prema.

Dezem bro de 1974 5


PRESENTES INESQUECÍVEIS
PRESENTES INESQUECÍVEIS Como a região toda estava de­
Itália, 1943 serta, ficamos surpresos ao
O presente que nosso Pai
encontrar a casa ocupada por
Celestial deu ao mundo no primeiro
Natal, desde aí vem exercendo Walter Stevenson um lavrador, sua esposa e sete
um impacto inesquecível na filhos. Eles nos convidaram
Londres, Inglaterra
vida de seus filhos. E as dádivas para que participássemos da
que nós damos? Nas páginas sopa do jantar.
a seguir, santos da Inglaterra ao Deus os protegera, contou-
Japão compartilham amais vi tão profunda ma­

J
nos o lavrador. As crianças,
conosco os presentes de nifestação do espírito na­
amor que dão realidade ao Natal. indo dos dois aos catorze anos,
talino em circunstâncias
haviam passado dias escondi­
tão estranhas, quanto no Natal
das no porão. Duas das meni­
de 1943.
nas tinham feridas nas pernas,
Eu estava na divisão britâni­ outra fora atingida nas costas
ca que fazia parte do Quinto por um estilhaço de granada, e
Exército Americano na Itália. o braço do pai estava ferido. A
Desde o desembarque em Sa- maior parte do gado estava
lerno, as baixas vinham sendo morta, o celeiro pegara fogo, e
contínuas e pesadas. Em de­ os alemães, em retirada, ha­
zembro, estávamos avançando viam levado os cavalos, quase
lentamente ao norte de Nápo­ todos os mantimentos e alguns
les — friorentos, molhados, co­ pertences da casa. Não tinham
bertos de lama, bastante desa­ sabão nem suprimentos médi­
nimados e um pouquinho sau­ cos e havia muito pouca comi­
dosos de casa. Nunca a pers­ da; mas a casa estava inteira,
pectiva de um Natal parecera a família continuava reunida e
tão triste e distante. não queriam ir embora.
Aproveitando uma pausa nos Com a ajuda deles, instala­
combates, decidimos tomar po­ mos um posto de comando na
sição numa pequena herdade. casa. Como eu era assistente

6 A LIAH O N A
médico, nosso oficial coman­
dante ordenou-me que cuidasse
Pés Gelados,
das crianças. Todo o grupo de
artilharia preocupou-se com Corações Quentes
aquela família, cujo Natal se
pronunciava realmente negro. Nicole Filosa
Marselha, França
Em segredo, começamos a
coletar coisas preciosas, como
pedaços de sabonete, talco,
chocolate e outras quinquilha­
rias para as crianças e os pais.
Descobrimos uma arvorezinha
arrancada pela raiz; não era do
tipo tradicionalmente usado
para Natal, mas, mesmo assim,
decoramo-la com papel pratea­
do e de cor. Depois de pronta,
jamais houvera árvore mais
linda, enfeitada com todo o
amor que os soldados gosta­
riam de dar aos próprios fam i­
liares. À noite, na véspera de
Natal, pudemos ouvir as crian­
ças orando pelos soldados in^
gleses e suas famílias.
Quando demos nossos pre­
sentes aos pais na manhã do
Natal, eles choraram de ale­
gria. Aquele foi o prim eiro jan­
tar de Natal em que nós come­
mos espagueti, e os italianos
provaram pudim inglês de Na­
tal. Jamais esquecerei o júbilo aquele ano fazia um frio inten­ — Quer dizer que vai dá-los para
das crianças diante de presen­
tes tão simples, e os abraços
e beijos que fizeram todo mun­
N so em Marselha, França. Ha­
via gelo por toda a parte. Eu
vinha voltando das compras, cheia de
pacotes, quando reparei em duas ga­
mim? Agora?
Eu confirmei, e as duas acompa-
nharam-me até a casa. A menina
provou os sapatos e eles serviram
do chorar. Eles não falavam in­
glês, e a maioria de nós apenas rotas argelinas, uma de uns dezoito perfeitamente. Ficou aquecendo-se
umas poucas palavras de ita­ anos e a outra de mais ou menos um pouco junto da estufa, enquan­
liano, mas todos entenderam o treze. A menor usava umas simples to admirava minha árvore de Natal:
brinde do lavrador: “ Se o espí­ chileninhas de verão, e seus pés es- — É a mais bonita que já vi.
rito que reina aqui pudesse es­ tavam vermelhos de frio. Sua sinceridade tocou-me profun­
tar no coração de todos os ho­ Não podendo resistir ao impulso damente. Ficamos conversando como
mens, esta guerra nunca teria de ajudar, aproximei-me dela e disse: velhas amigas sobre as tradições
acontecido.” Para alguns dos — Tenho uns sapatos em boas con­ cristãs e islâmicas, e naquele mo­
soldados, aquele foi o último dições que não sei a quem dar. Se mento não havia nada além de irman­
Natal na terra; e para nós, os quiser, posso dá-los a você. dade entre nós, três pessoas tão di­
sobreviventes, sem dúvida o Ela não conseguia acreditar em versas em raça e religião. Éramos
mais memorável. seus ouvidos. três filhas de Deus e nada mais.

Dezembro de 1974 7
lher e eu fazíamos nossas próprias
reuniões, estudávamos as Escrituras
O Pinheiro Noite Cristã
e liamos as publicações da Igreja.
Roger K. Williams Isto nos animava espiritualmente,
Takanori Endo
porém sentíamos falta da confrater­
Shiraz, Irã Japão, Missão Leste
nização com outros santos. Tal fato
se agravava na época do Natal.

Era noite lá fora. Já não mais se u costumava ir para casa de­


ouviam os gritos dos vendedores am­
bulantes com seus burricos. Jenny,
nossa garotinha de um ano, estava
E pressa, sem pensar em coisa
alguma. Mas há treze anos
atrás, na primeira noite em que ce­
dormindo. Ficamos sentados em si­ lebrei o Natal como cristão, fiquei
lêncio, até que este foi interrompi­ atento a cada passada na neve, de­
do por um leve ruído do lado de fora pois parava para olhar as estrelas,
da porta da cozinha. sempre reconfirmando meu conheci­
Pam foi ver o que era. mento íntimo de Jesus Cristo.
Esse conhecimento eu obtivera
— Oh! — gaguejou. — O que é
seis meses antes do dia de Natal.
isto?
Na época, eu pensava somente em
Então houve um barulho farfalhan- ganhar dinheiro, mas um bom amigo
te e umas risadinhas abafadas, quan­ perguntou-me de repente:
do o filho do senhorio entrou car­ — Sr. Endo, não gostaria de ir à
regando um esguio pinheiro de uns
Igreja?
dois metros de altura, plantado em
Fiquei pasmo ao perceber que ele
vaso, arrastando atrás de si longas
conhecia um mundo em que jamais
tiras de crepom e correntes de papel.
havia pensado.
Ele o depôs em frente do sofá, jun­
tou as tiras e correntes e amontoou- Naquele ano, celebrei o Natal pela
as em cima dos ramos, enquanto sua primeira vez; e nessa noite fria, dei-
mãe e irmã observavam sorrindo da me conta do que fizera transbordar
porta. meu coração naqueles seis meses.
Era um dom insubstituível. Mais tar­
Ficamos olhando incrédulos para a
de, encontrei minha companheira
árvore. Tiras brancas, rosa, azuis e eterna, e quando celebramos o Natal
cor de alfazema caíam graciosamen­
em companhia de nossos quatro fi­
te dos ramos entre guirlandas ver­ lhos, lembro-me sempre desse pre­
des e vermelhas. Diversos pompons
sente maravilhoso de meu amigo.
de algodão enfeitavam os ramos.
— O que diz disto? — perguntei.
Com certo esforço, Pam conseguiu
limpar a garganta.

altavam dois dias para o Natal. — Oooh, — disse ela, — que ma­

F Sentados no sofá, nossos pen­


samentos eram pesados e ne­
gros como o telhado de terra so­
ravilha!

Depois, sentamo-nos novamente


em silêncio, mas agora era um silên­
bre nossas cabeças. cio de satisfação — um silêncio fe­
Sendo os únicos santos dos últi­ liz, transbordante. Vejam, nossos se­
mos dias em Shiraz, Irã, minha mu­ nhorios são judeus.

8
Eu achava que devia batizar-me a ça envolveu-me, quando vi o título —
todo custo, mas não esperara tanta O Livro de Mórmon! Um Livro de
Não Me Envolva indiferença por parte de meu marido. Mórmon ilustrado! Eu ouvira falar
Seria este o motivo de querer um daquela edição, mas os membros da
Edna M. Jones
Natal calmo, para não ter que dar nossa pequena Escola Dominical
Leicester, Inglaterra
explicações sobre mim aos paren­ eram tão novos quanto eu na Igre­
tes? ja, e ninguém tinha um.
em, este ano ficaremos em Ao sentarmo-nos os quatro para — Que maravilha! Muito obrigada!

B casa com os meninos, —


anunciara meu marido aos
garotos e a mim, naquele Natal de
jantar, indaguei cautelosamente:
— Ninguém vai à igreja hoje?
— Não, respondeu meu marido. —
— exclamei. — Mas de onde o ar­
ranjou?
— Bem, — foi a resposta, achei o
há dez anos. — Será bom para va­ endereço de uma livraria em Surrey
Os meninos e eu decidimos ficar em
riar. Afinal, estamos com a família naquela revista que você largou por
casa vendo televisão.
todo ano; vai ser gostoso ficarmos aí; então tirei uma tarde e fui até lá.
Simplesmente não parecia Natal.
sozinhos uma vez. Procurando reter as lágrimas, in­
Figuei contente que os rapazes ti­
Eu concordara prontamente; tal­ vessem insistido na árvore de Natal, daguei:
vez me facilitasse as coisas feste­ tendo o mais velho se encarregado — Mas por que? Pensei que
jarmos o Natal a sós, em vez de ter de decorá-la. Pelo menos os meninos você. . .
que discutir com parentes e amigos não iriam aborrecer-se — o maior — Porque a amo, — respondeu
por não tomar chá ou recusar o vi­ estaria plenamente ocupado com seu mansamente. — Porque a amo.
nho no jantar natalino. Mas agora ferro de soldar e pedaços de ara­ Observação: Tempos mais tarde,
que chegara a véspera de Natal, eu me, enquanto o mais novo iria jogar tanto o marido como o filho mais
já não estava tão certa. A casa mos­ futebol. novo da Irmã Jones se filiaram à
trava-se muito quieta. Normalmente Igreja. São todos ativos na Estaca
— Como é, não vamos mais abrir
nessas alturas, havia gente por um dos presentes hoje à noite, mãe? Leicester.
toda parte, alguns desfazendo malas, — perguntou o de doze anos. — Ora,
outros trabalhando na cozinha, e ou­ por favor, nós sempre fizemos isso.
tros ainda exigindo isolamento total,
Finalmente, com muitas brincadei­
enquanto embrulhavam apressada­
ras, risos e especulação, cada um de
mente os últimos presentes.
nós apanhou um pacote. Sentada no
Hoje, todos os presentes estavam tapete, eu procurava decidir qual
já dispostos debaixo da árvore e tudo deles eu devia abrir.
pronto na cozinha. Nos anos passa­ — Tome este, — falou meu mari­
dos, nesta noite, a família inteira cos­ do, colocando um embrulho pesado
tumava agasalhar-se bem e ir a pé no meu colo. Era um pacote retangu­
até a igreja paroquial para os servi­ lar, muito bem feito, apresentando
ços noturnos à meia-noite. Será que uma roseta combinando num dos
meu marido não iria levar os ga­ cantos.
rotos? Enquanto eu procurava soltar cui­
Não era fácil ser mórmon. Fazia dadosamente a fita adesiva, os garo­
apenas seis semanas, meu marido tos já tinham desfeito seus pacotes
dissera: e estavam admirando o conteúdo.
— Se há algo que você acredita Meu marido observava todos os
que tem de fazer, vá em frente e meus movimentos.
faça, mas, por favor, não me envolva Gradualmente, dei-me conta que
nem traga nenhum desses seus no­ se tratava de um livro de capa azul
vos amigos a esta casa. escuro. Uma onda de quase descren­

9
Dezembro de 1974
Tentem o Teatro em Família

Nasceu o Infante
por Mabel Jones Gabbott

RELANCES SIGNIFICATIVOS DOS PENSAMENTOS Quão bela está Maria,


DAQUELES QUE PODERIAM TER PARTICIPADO Já não parece mais abatida,
DO PRIMEIRO NATAL Mostra uma radiosidade indescritível.

Estranho que um decreto do próprio César


nos trouxesse até aqui —
Como dar realidade e sentido à história do Natal “ Irás para Belém” , está escrito.
para os familiares? Um dos meios é a dramatização,
fazendo os personagens bíblicos dizer o que pensam do Maria estava tão cansada,
sagrado acontecimento. A família poderá acrescentar e não havia outro lugar
mais personagens, usar cenários e acessórios, simpli­ senão este estábulo.
ficar, desenvolver . . . as possibilidades são inúmeras. “ Para que tudo se cumprisse""

JOSÉ: MULHER DO ESTALAJADEIRO:

Deus misericordioso! Mas não havia outro lugar;


Ela foi preservada. estávamos abarrotados, gente até demais.
Teu filho nasceu. Além disso, ela não estaria bem
Quão maravilhosos são teus caminhos; entre toda aquela confusão.
E quão sábios! Não haveria nenhum lugar sossegado para ela
O Filho de Deus, nascido de uma virgem, quando chegasse sua hora.
conforme o anjo falou, Parecia tão pálida e abatida, quase em
Pois na verdade não a conheci. tempo de dar à luz.

10 A LIAHONA
Com prazer lhe teria arranjado lugar na estalagem, Pois disse Gabriel: “ O Santo que de ti há de nascer,
Mas onde encontrar sossego para ela em toda aquela será chamado Filho de Deus.”
agitação?
Pasmo por que este humilde lugar — este estábulo.
Mesmo assim, meu marido tê-los-ia mandado embora. Será um presságio da vida do Filho de Deus,
entre os humildes da terra?
Estou contente que o estábulo
onde os acomodei
Talvez.
estivesse limpo e seco.

PASTOR: Entretanto, reis hão de curvar-se diante dele,


E sábios ouvirão a sua voz,
Era aqui que estávamos, E será amado pelas criancinhas.
nesta colina; O bebê agora está calmo.
Ninguém estava dormindo. Meu tempo já se escoa.
Os rebanhos se mostravam inquietos, Que a terra receba seu rei.
Talvez sentindo algo diferente naquela noite. Nasceu o Filho de Deus.
Pois de repente o céu se encheu de luz radiante,
E apareceu-nos um anjo do Senhor. OS MAGOS:
A glória do Senhor brilhava em toda parte,
Deixando-nos com muito temor. Vimos um súbito clarão de luz
desabrochando em glória
Se estivesse só, talvez duvidasse do que via, despertando o espaço infinito.
Mas era realidade.
Qual imã, o astro sem paralelo
Ouvimos o anjo dizer: guiou-nos desde o Oriente.
“ Na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador.” Impelidos por estudo longo e profundo,
Foi assim que falou! juntamos mirra, incenso e ouro,
e saímos em busca da dádiva celeste predita,
E vimos a multidão das hostes celestes, vencendo desertos, rios e montes.
E ouvimo-las louvando a Deus: “ Onde está,” indagamos, “ aquele que é nascido rei dos
judeus?"
“ Glória a Deus nas alturas, paz na terra, Herodes, porém, não soube dizer,
boa vontade para com os homens!" Nenhuma notícia de luz ou milagre ou ser escolhido.

Oh, quão prazeroso fui a Belém, Até que seus escribas e principais sacerdotes,
e vi o santo Infante vendo que buscávamos a verdade,
envolto em faixas lembraram-se de ter ouvido:
deitado numa manjedoura — “ Em Belém de Judéia."
o Salvador, Cristo Senhor.
Quão sublime da parte dele vir tão humilde “ Quando o achardes, participai-mo", pediu Herodes,
para os seus. “ para que também eu vá e o adore.”

MARIA: E ali no estábulo


encontramos o infante com Maria, sua mãe,
Terminaram e, ajoelhados,
Os longos, preciosos meses em que foi o adoramos.
estímulo de meu coração
e alento do meu ser.
Mas partimos por outro caminho,
Agora, aqui está,
de volta à nossa distante terra natal,
Inteiro e perfeito.
avisados em sonho dos planos de Herodes.
Dei à luz um filho.

Ser ele o Filho de Deus não é mais milagre para mim Ele era o Rei.
do que para quem quer que creia. Vimos sua estrela no Oriente,
Oh, todo nascimento é um pequeno milagre — Viemos adorá-lo em Belém.
milagre de fé e amor Contemplamos o Rei, o predito Salvador do mundo.
e das obras maravilhosas de Deus.
A Irmã Gabbott serve como líder “ em serviço” na Escola
Todavia, não há outra tão grande como esta: Dominical da Ala Bountiful I, Estaca Bountiful.

Dezem bro de 1974 11


ESTUDAR AS ESCRITURAS “ E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma ser­
pente?

Dar e Receber “ Se, vós pois, sendo maus, sabeis dar


boas coisas aos vossos filhos, quanto mais
por Robert J. Matthews vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos
que lhos pedirem ?” (Mat. 7:9-11)
om a aproximação do Natal, muita gente

C
Sendo nosso Pai tão generoso no dar, Je­
começa a pensar em dar e receber. Exa­ sus explicou que nós também devemos ser
tamente onde e quando se iniciou o cos­ caridosos e prestativos uns com os outros —
tume de presentear no Natal não se sabe com não somente com os amigos, mas com todos
certeza. Talvez tudo tenha partido dos sábios os que precisam de ajuda. O Pai deu o exem­
do oriente que vieram adorar o menino Jesus: plo, pois “ faz que o sol se levante sobre maus
“ .. .e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram e bons, e a chuva desça sobre justos e injus­
dádivas: ouro, incenso e m irra.” (Mat. 2:11) tos." (Mat. 5:45) Por isso, os homens também
Ou, quem sabe, começasse por ser o próprio devem dar boas coisas àqueles que não são
Jesus uma dádiva de Deus para a humanidade, seus amigos, “ para que sejais filhos do vosso
e porque deu sua própria vida pela redenção Pai que está nos c é u s ... ”
do homem. “ Pois, se amardes [som ente] os que vos
“ Porque Deus amou o mundo de tal manei­ amam, que galardão havereis? não fazem os
ra que deu o seu Filho Unigênito, para que todo publicamos também o mesmo?
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a “ E se saudardes unicamente os vossos
vida eterna.” (João 3:16) irmãos, que fazeis de mais? não fazem os pu­
“ Eu sou o bom Pastor: o bom Pastor dá a blicamos também assim ?” (Mat. 5:45-47)
vida pelas o v e lh a s ... Ninguém ma tira de Pois como ensinou Jacó: “ Prezai vossos
mim, mas eu de mim mesmo a d o u ... Ninguém irmãos como a vós mesmos: sede amáveis
tem maior amor do que este: de dar alguém a para com todos e liberais com vossos b e n s .. . "
sua vida pelos seus am igos.” (João 10:11, 18; (Jacó 2:17)
15:13) Porém, é preciso dar de boa vontade, e
E Paulo diz: “ . . . v iv o ... na fé do Filho de não resmungando ou parcamente. “ Pois eis
Deus, o qual me amou, e se entregou a si mes­ que, se um homem mau oferece uma dádiva,
mo por m im .” (Gál. 2:20) fá-lo de má vontade: portanto, será considera­
Seja qual for a fonte do costume, muita do como se não tivesse feito a d á d iv a .. . " (Mo-
gente hoje troca presentes de Natal. rôni 7:8)
As Escrituras têm algo a dizer-nos a res­ “ Cada um contribua segundo propôs no
peito de dar e receber. Uma das passagens seu coração; não com tristeza ou por necessi­
mais conhecidas vem-nos das instruções de dade; porque Deus ama ao que dá com ale­
Paulo aos élderes de Éfeso. Dizia ele: “ .. .é ne­ gria." (II Cor. 9:7)
cessário . . . recordar as palavras do Senhor Em meio ao júbilo e festejos por terem
Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa sido libertados da opressão de seus inimigos,
é dar do que receber." (Atos 20:35) Temos os antigos judeus foram instruídos a “ manda­
uma dívida especial para com Paulo, por te r­ rem presentes uns aos outros, e dádivas aos
nos preservado este pronunciamento do Mes­ pobres.” (Ester 9:22)
tre, pois em nenhum outro lugar de nossas Mas, entre as muitas dádivas vindas de
atuais Escrituras contendo as palavras de Je­ nosso Pai Celestial, a maior de todas é seu Fi­
sus, encontramos a mesma frase, embora te ­ lho, e “ toda boa dádiva vem de C ris to ” . (Mo-
nhamos muitas outras passagens sobre o mes­ rôni 10:18) Paulo o expressou assim:
mo assunto. “ O dom gratuito de Deus é a vida eterna,
Jesus ensinou aos discípulos que nosso por Cristo Jesus nosso Senhor." (Rom. 6:23)
Pai Celestial é bom e está interessado no “ Mas a graça foi dada a cada um de nós
bem-estar de todos os seus filhos, de maneira segundo a medida do dom de C risto .” (Efes.
muito paternal. Dizia ele: 4:7)
“ ...q u a l dentre vós é o homem que, pe­ “ Graças a Deus pois pelo seu dom inefá­
dindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? v e l.” (II Cor. 9:15)

12 A LIAHONA
E o Senhor nos disse ainda mais, através dado, nem exulta naquele que lhe deu a dádi­
do Profeta Joseph Smith: va.” (D&C 88:32-33)
“ Se fizeres o bem, sim, e te conservares Ademais, temos que estar dispostos a
fiel até o fim , serás salvo no reino de Deus, aceitar castigo e correção de Deus, assim como
que é o maior de todos os dons de Deus; pois aceitamos suas bênçãos agradáveis. Castigo é
não há dom maior do que o da salvação.” (D&C uma bênção disfarçada. Disse Jó, depois de
6:13) haver sofrido diversos “ reveses" na vida: “ Re­
Embora esta seja a maior de todas as dá­ ceberemos o bem de Deus, e não receberíamos
divas de Deus, ela não poderá ser totalmente o m al?” (Jó 2:10) Neste sentido, “ m al” não
recebida durante a vida mortal. Mas o Senhor quer dizer mal moral, mas antes provações e
tem uma dádiva que pode ser recebida na car­ circunstâncias difíceis. O Pai Celestial nos põe
ne. É o dom do Espírito Santo, a maior dádiva freqüentemente à prova e nos experimenta, a
que o homem pode receber em vida. Néfi diz fim de nos proporcionar experiência e punir-
que o Espírito Santo “ é o dom concedido por nos por nossos erros. Em Hebreus, lemos:
Deus a todos os que o p ro cura m ... Pois aque­ “ Filho meu, não desprezes a correção do
le que procurar, diligentemente, achará; e os Senhor, e não desmaies quando por ele fores
mistérios de Deus lhe serão mostrados pelo repreendido;
poder do Espírito Santo.” (I Néfi 10:17, 19) “ Porque o Senhor corrige o que ama. . .
Na grande restauração de todas as coisas, para nosso proveito, para sermos participan­
os homens terão de volta aquilo que eles de­ tes da sua santidade.
ram. O Pregador di-lo assim: “ Lança o teu pão “ E, na verdade, toda a correção, ao presen­
sobre as águas, porque depois de muitos dias te, não parece ser de gozo, senão de tristeza,
oacharás.” (Ecles. 11:1) Alma explicou-o desta mas depois produz um fruto pacífico de justiça
maneira: nos exercitados por ela.” (Hebr. 12:5, 6, 10, 11)
“ . . . o verdadeiro significado da palavra Citamos o que as Escrituras dizem a res­
restauração é reconstituir o mau em mau, ou o peito das dádivas concedidas por Deus ao ho­
carnal em carnal, ou o diabólico em diabólico mem, e as preparações que o homem deve fa­
— o bom para o bom, o reto para o que for zer para recebê-las. Além disso, deve receber
reto, a justiça para o justo e a m isericórdia de boa vontade tudo o que o Senhor tem a dar,
para o m iserico rd io so ... ainda que no momento não seja agradável. Ci­
“ Pois tudo quanto de ti sair a ti novamente tamos também que o homem deve dar boas
retornará. Por conseguinte, a palavra restaura­ coisas aos outros. Mas deve dar então apenas
ção condena o pecador mais plenamente e, em ao homem, e nada ao Senhor? O que quer o Se­
absoluto, não o ju stifica ." (Alma 41:13, 15) nhor que os homens lhe dêem? Aos santos dos
últim os dias, ele diz: “ Eis que o Senhor exige
Embora o sol e a chuva sejam dados indis­
o coração e uma mente obediente." (D&C
tintamente aos filhos bons e maus, as maiores
64:34) E aos nefitas, disse:
dádivas ou dons, e bênçãos de Deus são retidas
“ E vós não me oferecereis mais derrama­
por ele até que o homem demonstre sua fé e
mento de sangue; sim, vossos sacrifícios e ho-
se arrependa dos pecados — isto é, até que
locaustos concluíram -se... E me oferecereis
esteja pronto e preparado para essas coisas.
como sacrifício um coração quebrantado e um
(Ver Éter 12:6-22) E aqueles que rejeitaram o
espírito c o n tr ito ...” (III Néfi 9:19-20)
dom maior depois de vir a conhecê-lo plena­
Paulo entendia tudo isso muito bem, e o
mente nesta vida, não serão capazes de usu­
resumiu perfeitamente, comparando-o a um sa­
fru ir suas bênçãos na eternidade. A respeito
crifício de animal morto:
deles, está escrito:
“ Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de
“ . . . [ e l e s ] regressarão ao seu próprio lu­ Deus, que apresenteis os vossos corpos em
gar, para gozar daquilo que estiverem prontos sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é
a receber, porque não se mostraram inclinados o vosso culto racional.” (Rom. 12:1)
a gozar daquilo que poderiam te r recebido. Observação: A seguir, mais outras referências sobre dar e receber:
“ Pois se um dom é conferido a um ho­ João 4:10; I Pedro 4:10; Filip 4:15; Tiago 1:17; Mcrôni 10:8,17,30;
D&C 46:7.
mem, de que proveito é se ele não o aceita? O Dr. Mathews é Professor Assistente de Escrituras Antigas, na
Eis que ele não se regozija pelo que lhe foi Universidade Bhigham Young.

Dezem bro de 1974 13


IRMAO
JOSEPH
por Carl Arrington

oseph Smith era dotado do en­ serva ou afetada gravidade; e havia

J canto magnético que inspira


lealdade e entusiasmo nos ho­
mens. Era amado pela maioria das
pessoas, algumas o odiavam, mas
poucos dos que o encontravam dei­
algo relacionado com seu olhar se­
reno e firmemente penetrante, como
se quisesse devassar as profunde­
zas abissais do coração h u m a n o ...”
(Autobiography of Parley P. Pratt
xavam de sentir-se tocados pelo pro­ [Deseret Book Co., 1961] p. 45). Pe­
feta camponês. Era forte e sensível los relatos daqueles que o conhece­
— capaz de virtudes celestiais e su­ ram, torna-se óbvio que Joseph era
jeito às mesmas tentações mortais homem possuidor de natural capaci­
de seus inimigos. dade de liderança. Era franco, gre­
O Irmão Joseph foi homem de gário e inspirador. Seu caráter é
ministério sem paralelo, que come­ ções fidedignas nos ajudam a ima­ descrito também numa dissertação
çou com uma prece despretensiosa ginar como era o Profeta. Parley P. não publicada de Garland Tickemyer:
oferecida num bosque do interior, Pratt, que foi íntimo dele durante a
“ Ele era impulsivo, corajoso, auto-
incluiu severas perseguições, tradu­ vida inteira, esteve com ele no meio
confiante e deliberadamente dramá­
ções inspiradas, curas, aprisionamen- de turbas furiosas e na quietude do
tico. Raramente hesitava em correr
to, e terminou com uma rajada de lar, fornece-nos uma vivida descri­ riscos, e sua intuição permitia-lhe
tiros na cadeia de Carthage, em 1844. ção pessoal: sentir e perceber novas e inusitadas
Enquanto os ensinamentos evan­ “ O Presidente Joseph Smith era possibilidades que nem os sentidos
gélicos de Joseph Smith são larga­ pessoa alta e bem feita, forte e nem a razão lhe teriam revelado nor­
mente conhecidos e estudados, pou­ ativa; tez clara, cabelos loiros, olhos malmente. Seu desprezo pela ordem
co se conhece, comparativamente, azuis, muito pouca barba e uma ex­ existente e propensão inata de mo­
sobre suas qualidades pessoais. Ele pressão toda p e cu lia r... Sua fisio­ dificar e inovar, introduziam com fre­
era de que tipo de compleição física? nomia era sempre meiga, afável, qüência elementos de novidade que
Quais as suas recreações prediletas? irradiando inteligência e bondade; desviavam a atenção de seus segui­
Que tipo de amigo e vizinho era ele? mesclada com um olhar de interesse dores de seus próprios problemas,
Embora existam uns poucos retra­ e sorriso inconsciente, ou jovial, e para as maravilhas do grande em­
tos autênticos dele, algumas descri­ inteiramente isenta de qualquer re­ preendimento em que estavam enga­

14 A LIAHONA
jados. Era um homem ardente e ja­ si, brilhante e vigoroso, mas também Um dos primeiros conversos foi a
mais permitia que algo obstasse a tinha momentos de ansiedade. Por Kirtland, para encontrar-se pela pri­
realização de seus propósitos.” exemplo: “ Esta noite minha mente meira vez com o Profeta, e descre­
Como freqüentemente nos demo­ está calma e serena, pelo que te veu o carinho natural de Joseph para
ramos nos aspectos importantes e agradeço, Senhor.” E novamente: com as crianças:
grandes da vida de Joseph Smith, às “ Esta noite sinto-me mentalmente “ Em Kirtland, quando chegavam
vezes tendemos a esquecer sua ma­ melhor que nos últimos dias. ó os carroções lotados de adultos e
neira bondosa e compassiva de lidar Senhor, livra teu servo de tenta­ crianças do interior para as reuniões,
com o povo. Olhar para Joseph atra­ ções.” Mais outra: “ Sinto-me muito Joseph costumava ir até o maior nú­
vés da imagem refletida de outros, b.em mentalmente. O Senhor está mero de carros possível e cumpri­
fornece importantes vislumbres de conosco, mas estou ansioso quanto mentar cordialmente cada pessoa.
sua vida. Seus papéis pessoais in­ à minha fam ília.” Toda criança e bebê no grupo era
cluem diários, cartas e documentos, Os documentos pessoais entre os especialmente notado por ele e to­
fornecendo uma nova apreciação do papéis de Joseph Smith mostram mado pela mão, com palavras bon­
Profeta em termos humanos. As re- claramente como ele amava a famí­ dosas e bênçãos. Ele amava a ino­
miniscências de seus companheiros lia. No seu diário, seguidamente cência e pureza, e parecia encontrá-
dão-nos uma visão íntima do grande menciona sua preocupação com eles, las em maior perfeição nas crianças
líder — elas revelam os anseios de e suas cartas estão repletas de per­ balbuciantes.” (Juvenile Instructor,
seu coração e as efusões da sua guntas sobre o bem-estar dos filhos. vol. 27 [1892] p. 24)
alma. “ Não deixe que os pequenos me es­ Outra irmã fala da “ compassiva
Os papéis de Joseph Smith exis­ queçam,” escrevia um tanto melan- simpatia e bondade fraternal que ele
tentes nos Arquivos da Igreja forne­ colicamente, após cinco meses de sempre demonstrou a mim e minha
cem evidência da sua sincera reli­ prisão. “ Diga-lhes que papai os ama filha sem pai. Andando com ele e
giosidade, seu amor à família, seu com perfeito amor e que está fazen­ sua esposa Emma em sua carrua­
afeto pelas pessoas, jovens e velhos, do tudo o que pode para livrar-se do gem, vi-o descer e colher flores do
seu gosto por jogos esportivos, seu populacho e voltar para junto deles." campo para minha filhinha." (Juve­
prazer de viver, sua fome de conhe­ -Essas criancinhas são objeto de nile Instructor, vol. 27 [1892], p.
cimento e sua disposição de sacri­ minha contínua meditação,” escrevia 399)
ficar-se em prol dos amigos. Joseph em outra carta, não conse­ Outro ainda escreveu, falando do
Conforme Richard Bushman sa­ guindo abster-se de aconselhar a tempo em que freqüentava a escola
lienta num tratado sobre o Profeta, esposa quanto ao melhor método de em Nauvoo, em 1843: “ Passando pela
o diário de Joseph Smith fornece lidar com as crianças. “ Ensine-lhes casa do Profeta uma manhã, ele me
evidência de sua religiosidade em tudo o que puder, para que tenham chamou e perguntou qual o livro que
busca sincera de elevação pessoal. bom intelecto. Seja gentil e bondosa estávamos lendo na escola. Respon­
Seus sermões são proféticos e teo­ com eles. Não se irrite com eles e di: ‘O Livro de Mórmon'. Ele pareceu
lógicos, contudo ele buscava tam-i ouça o que desejam.” Numa das car­ gostar e levando-me para dentro de
bém salvação para si mesmo. Revela tas, é óbvio que está considerando casa, deu-me um Livro de Mórmon
a verdade, exorta e administra, mas um por um, enquanto fica na prisão: para eu ler na escola, um presente
também ora pedindo perdão, paz de “ Diga ao pequeno Joseph que ele que muito me alegrou.” (Juvenile
espírito e ajuda para superar as fra­ tem que ser um bom menino. Papai Instructor, vol. 27 [1892], p. 24)
quezas. Estas anotações feitas em o ama com perfeito amor. Ele é o Outra garota estava assistindo a
seu diário, nos princípios da década mais velho [e ] não deve maltratar uma reunião domiciliar: “ Eu, uma
de 1830, mostram-lhe a atitude pie­ os menores, mas confortá-los. Diga menininha, estando cansada e com
dosa: “ Conceda Deus que eu seja ao pequeno Frederick que papai o sono, meu pai me tomou nos braços
guiado em todos os meus pensamen­ ama de todo coração. Ele é um ótimo para .descansar. O Irmão Joseph pa­
tos.” ou “ O Senhor abençoe minha garoto. Julia é uma menininha en­ rou de falar, abaixou-se e pôs meus
família e a preserve." Algumas de­ cantadora. Amo-a também. Ela é pés sobre os joelhos dele; e quando
notam bastante urgência: “ Ó Senhor, uma criança que promete. Diga-lhe procurei tirá-los, disse: ‘Não, deixe-
livra teu servo das tentações e enche que papai quer que ela se lembre me segurá-los; assim você descan­
seu coração com sabedoria e enten­ dele e seja uma boa menina." Quanto sará melhor.' " (Young Woman’s
dimento.” “ Uma congregação nume­ à esposa: “ Ó, minha querida Emma, Journal, vol. 16 [1905], p. 558)
rosa mostrou-se bastante atenta, ó quero que se lembre de que sou um Margarette Mclntire Burgess es­
Deus, sela nosso testemunho ao co­ verdadeiro e fiel amigo seu e das creveu: “ Certa manhã, quando ele
ração deles, Amém," “ Ó Deus, esta­ crianças para sempre. Meu coração passou lá por casa, encontrava-me
belece tua palavra entre este povo." está preso a vocês para todo o sem­ com a garganta muito inflamada. Es­
Usualmente, Joseph era seguro de pre. Que Deus os abençoe a todos." tava muito inchada e doía bastante.”

Dezembro de 1974 15
Irmão Conta que ele a tomou no colo,
ungiu-a gentilmente com óleo consa­
grado, administrou-a e ela foi curada.
Joseph "Outra vez, meu irmão maior e eu
estávamos indo para a escola, perto
do edifício conhecido como depósito
de tijolos de Joseph. No dia anterior,
estivera chovendo e o chão estava
muito barrento, principalmente ao
longo da rua. Meu irmão Wallace e
eu ficamos ambos atolados no barro;
como não conseguíssemos sair, na­
turalmente como crianças, começa­
mos a chorar, pois achávamos que
iríamos ficar ali. Mas levantando os
olhos, vi o amoroso amigo das crian­
ças, o Profeta Joseph, vindo em nos­
sa direção. Ele logo nos colocou em
lugar mais alto e enxuto. Depois,
abaixou-se e limpou o barro de nos­
sos sapatos sujos, tirou o lenço do
bolso e enxugou nossas faces molha­
das de lágrimas. Disse-nos palavras
bondosas e animadoras, e mandou-
nos seguir para a escola, radiantes.”
(Juvenile Instructor, vol. 27 [1892],
pp. 66-67)
O interesse e preocupação de Jo­
seph com o bem-estar dos outros
era sentido por quase todos. Ele gos­
tava de luta romana, mesmo quando
já adulto; freqüentemente praticava
pegar bolas, “ puxar bastão"* e par­
ticipava de outras provas semelhan­
tes com os jovens. Circulava livre­
mente, muitas vezes fazendo grace­
jos para divertir os companheiros, e
“ colocava-se no mesmo plano social
com o mais humilde e pobre de seus
amigos; para ele, não havia estra­
nhos." Assim como outros oficiais da
Igreja, freqüentemente fazia serviços
braçais. Nos seus diários, há repe­
tidas referências a trabalhos como
abrir fossos, carregar a bagagem de
passageiros até a Mansion House,
colher maçãs, arar a horta, arrancar
batatas e partir lenha.
Com respeito a seu interesse por
meninos e moços, eis as recordações
de um deles: “ Aqui [em Nauvoo]
vim a conhecer pessoalmente o Pro­
feta Joseph, quando rapaz. O Profeta
gostava de crianças e costumava sair
da Mansion House para jogar bola
conosco. Ele sempre respeitava as

16 A LIAH O N A
regras. Ficava pegando a bola até passo até quase o fim do tronco, a baquear. Mal-estar e medo me
chegar sua vez de agarrar o bastão; quando, vendo as marcas de sangue roubavam as forças. Joseph teve que
aí, sendo homem muito forte, man­ deixadas a cada passo, perguntou o decidir entre deixar-me ali para ser
dava a bola tão longe, que costumá­ que acontecera com meus pés. Res­ capturado pelo populacho ou arris-
vamos gritar para o garoto que ia pondi que o capim cortara a sola dos car-se também, ajudando-me. Esco­
buscá-la que não esquecesse de sapatos e ferira-me os pés, mas que lhendo esta alternativa, colocou-me
levar o jantar. Isto fazia o Profeta rir. logo estariam bons. Notei que a mão sobre seus ombros fortes e carre­
Joseph estava sempre bem-humora- que levou ao rosto estava molhada gou-me através do pântano e trevas,
do e cheio de graças. Vi-o sentar-se e, olhando para cima, vi suas faces descansando ocasionalmente. Horas
no tapete do seu escritório, na Man­ cobertas de lágrimas. Pôs a mão mais tarde, saímos numa estrada
sion House, e puxar bastão com a sobre minha cabeça e disse: “ Deus deserta e logo estávamos em segu­
polícia de Nauvoo." (Aroet Hale, te abençoe, meu rapaz’, e perguntou rança. A força hercúlea de Joseph
Autobiography, pp. 23-24} se os outros da companhia estavam permitiu-lhe realizar esta tarefa, sal­
Edwin Holden, que viu Joseph nas mesmas condições. Repliquei vando minha vida.” (Ibid)
Smith pela primeira vez em Nova que alguns estavam. Voltando-se O Irmão Parley Pratt esteve com
York, em 1831, diz: “ Em 1838, Joseph para o Sr. Lathrup, quando este che­ Joseph durante um prolongado con-
e alguns outros moços estavam jo­ gou à porta da loja, o Profeta disse: finamento, e viu sua espiritualidade
gando diversas modalidades esporti­ "Veja uns sapatos para estes ho­ humana, sensível. Viu o Profeta na
vas, entre eles um jogo de bola. Aos mens.' Ao que o Sr. Lathrup respon­ privação e separado da família, e
poucos, eles foram-se aborrecendo. deu: 'Não tenho sapatos.’ Joseph re­ mais tarde como líder valente, am­
Percebendo isso, ele os chamou e plicou rápido: ‘Então dê-lhes botas. bicioso. Ele nos dá este sumário grá­
disse: “ Vamos construir uma cabana “ Aí, voltando-se para mim, Joseph fico da personalidade de Joseph:
de troncos’. E lá se foram, Joseph e falou: ‘Johnnie, as tropas serão dis­ “ Ele possuía um caráter de nobre
os rapazes, construir uma cabana de pensadas e mandadas para casa. Eu valentia e independência; suas ma­
troncos para uma viúva. Assim era irei para Carthage, a fim de ser jul­ neiras eram simples e familiares;
Joseph, sempre ajudando no que pu­ gado, sob a proteção do governador.’ sua reprimenda terrível como o leão;
desse." (Juvenile Instructor, vol. 27 Depois, inclinando-se para mim com sua benevolência ilimitada como o
[1892], p. 153) uma das mãos sobre minha cabeça, oceano; sua inteligência universal e
Outro incidente, mostrando sua disse: ‘Não temas, pois ainda verás uma linguagem abundante e eloqüên­
grande simpatia pelo jovem primo, Israel triunfar em paz.’ ” (Edwin F. cia natural e peculiar — não polida
é relatado por John L. Smith. Era Parry, Stories about Joseph Smith — não estudada — não suavizada e
junho de 1844, pouco tempo antes [Deseret News Press: 1934], pp. abrandada pela educação e refinada
do martírio do Profeta. John L. Smith 126-128) pela arte; mas fluindo livremente
e mais setenta e cinco soldados da “ Lima noite, no verão de 1837, em sua simplicidade inata e muitís­
Legião de Nauvoo tinham sido cha­ Joseph e eu chegamos de carruagem simo abundante em variedade de
mados a Nauvoo pelo Profeta. John L. na cidadezinha de Painesville, Ohio, assunto e estilo." (Autobiography of
e seus camaradas estavam vivendo parando em casa de um amigo para Parley P. Pratt, pp. 45-46)
então em Macedônia, a uns poucos jantar. Mal havíamos terminado a re­ Joseph era um homem beneficiado
quilômetros da cidade. Havia chovi­ feição, ouvimos barulho lá fora. O pela auto-confiança, mas que man­
do, e as estradas estavam péssimas. populacho havia-se reunido, ouvindo- tinha o equilíbrio por meio de preo­
Todos os homens, menos oito, esta­ se gritos zangados e ameaças de cupada humildade. Era um pensador
vam a pé; em alguns pontos, a água morte. Exigiam que nosso anfitrião e lingüista brilhante, mas tinha pou­
chegava-lhes pela cintura. nos entregasse a eles. Em vez disso, ca instrução formal e era fraco em
"Chegamos a Nauvoo ao amanhe­ ele nos fez sair pela porta dos fundos ortografia. Profundamente espiritual,
cer,” diz o narrador, “ e acampamos e ajudou-nos a escapar na escuridão. evitava porém a impressão de solene
em frente da grande casa de mate­ Assim que o populacho descobriu piedade. Era um tipo incomum de
rial de Foster, perto do templo. Nos­ que tínhamos escapado, mandaram líder religioso, que combinava suas
sos equipamentos ficaram na rua ao cavaleiros percorrer a estrada que vivências pioneiras com um chama­
la d o ... Enquanto eu estava guardan­ julgavam íamos seguir. Fizeram fo­ do divino, para dar um alicerce sólido
do a bagagem, o Profeta Joseph che­ gueiras, colocaram sentinelas e nos a uma nova dispensação religiosa.
gou a cavalo, estendeu-me a mão e caçaram por toda a região.
perguntou por meus tios. Segurando “ Entretanto, Joseph e eu não se­ * Prova em que dois competidores sentados
minha mão, ele puxou-me para a guimos pela estrada, mas caminha­ no chão frente a frente, com as pernas
esticadas e pés apoiados nos do oponente,
frente, até me obrigar a subir no mos por matas e pântanos, afastan­
puxavam com ambas as mãos um bastão
tronco. Depois, fazendo o cavalo dar do-nos dela. As fogueiras nos ajuda­ o prim eiro a conseguir tira r o outro da
meia volta, foi-me puxando passo a ram. Não demorou muito, eu comecei posição sentada era o vencedor, N. do T.

Dezem bro de 1974 17


9 PERGUNTAS
• RESPOSTAS
agora tem que sair e peça-lhe que ridade. Não critique aqueles em po­
conte o resto mais tarde. Faça-a sa­ sição de liderança. Se seus filhos
ber que você respeita o que ela tem chegarem em casa queixando-se do
a dizer. bispo ou da professora da Escola Do­
2. Mostrar confiança na sua habi­ minical, procure uma forma lógica
lidade e dar-lhe responsabilidades de responder às críticas, sem dimi­
reais. Desde que deu uma responsa­ nuir nem a criança, nem o bispo ou
bilidade a seu filho, deixe que a a professora.
cumpra, mesmo que demore um pou­ Estes são apenas alguns dos meios
co mais, ou não saia tão perfeito para desenvolver o auto-respeito de
como você gostaria. Se pediu à filha seu filho, mas são um bom princí­
que preparasse o jantar e ela dei­ pio. Quando a criança sabe que é
Qual a melhor maneira xou queimar o arroz, dê-lhe tempo amada e respeitada, ela estará bem
para corrigir o erro; não intervenha mais propensa a retribuir esse amor
de ensinar aos meus e respeito.
correndo, solapando sua confiança na
filhos o respeito própria capacidade.
pelos outros, inclusive 3. Pedir conselho e opinião aos fi­
aos que tenham lhos. Isto os fará sentir que o que
autoridade sobre eles? pensam é importante. Quando pedir
um conselho — sobre o caminho
arnell Zollinger, instrutora mais rápido para casa, sobre o que

D de desenvolvimento infantil, plantar no jardim, ou sobre o que


Universidade de Brigham fazer para o jantar — siga o conse­
Young: A chave para ensinar nossos lho.
filhos a respeitarem os outros é re­ 4. Explicar-lhes suas regras e pa­
conhecer que tal respeito, na verda­ drões de conduta. Faça a criança en­
de, nasce do respeito próprio. Temos tender o princípio da causá e efeito
que ensiná-los pelo exemplo, mos- em sua vida. Ela precisa conhecer
trando-lhes que os respeitamos, tan­ seus limites, a fim de poder crescer
Alguma vez
to na qualidade de filhos como na de exercendo seu arbítrio dentro dos li­ chegou a ser
irmãos eternos. mites estabelecidos por você e ou­ dedicado um
Permita-me sugerir alguns meios tros. Geralmente quando os pais se terreno para o
específicos de praticarmos o princí­ dão ao trabalho de explicar as re­
gras, a criança se sentirá melhor na
templo, em
pio do respeito.
1. Dar atenção às crianças. Quan­ hora de “ obedecer cegamente".
Adam-ondi-Ahman?
do uma criança a procura para con- 5. Adm itir seus erros. É tolice pen­
(D&C 78:15) Dr. Leland Gentry, es­
tar-lhe alguma coisa, ouça-a com sar que, se você admitir seus erros, pecialista de currículos do Departa­
atenção. Se tiver que sair antes de as crianças não a respeitarão. O mento de Seminários e Institutos:
a criança haver terminado, não vá oposto é bem mais comum. Adam-ondi-Ahman tem sido identifi-
embora simplesmente. Explique que 6. Demonstrar respeito pela auto­ Continuação na página 27

18 Dezem bro de 1974


Os Três Presentes por Ellen Earnhardt Morrison

uando Jesus nasceu em Belém, seus pri­ incenso por meio de trocas comerciais: conse­

Q meiros visitantes foram os anjos e os


pastores. Mais tarde, porém, chegaram
os Magos depois de haverem seguido
qüentemente, era de grande valor para eles.
A mirra, que vem da África oriental e sul
da Arábia, é a resina de uma espécie diferente
a sua estrela desde muito longe. A Bíblia conta de árvore — uma planta baixa, espinhosa, ra­
que eles lhe trouxeram três presentes: ouro, quítica. Porém, sua madeira e casca são aromá­
incenso e mirra. ticas, e a resina exsuda naturalmente. Era lar­
Todo mundo sabe o que é ouro. Todos nós gamente usada nos tempos bíblicos como re­
já vimos o brilho amarelado deste precioso me­ médio e elemento purificador. Este produto pro­
tal, usado em muitas partes do mundo para vavelmente chegava à Terra Santa também por
fazer moedas, jóias e outros objetos de valor. meio de trocas.
Mas, quanto ao incenso e mirra? O que tem Os antigos egípcios, gregos e romanos co­
de tão precioso? nheciam a fragrante mirra e queimavam-na em
São duas substâncias parecidas uma com seus templos. Os povos do Oriente ainda hoje
a outra e muito faladas na Bíblia. Ambas são apreciam-na como incenso, remédio e perfume.
produzidas por árvores e eram muito usadas A resina, vendida às indústrias em “ lágrim as”
para incensar, embalsamar e na produção de amareladas ou avermelhadas, é usada para dar
óleos para ungir. ao incenso e perfumes um odor forte e pesado.
O incenso é uma resina aromática de três Os Magos fizeram uma longa viagem des­
grandes árvores, e continua sendo produzido de o Oriente para visitar o Menino Jesus, e
na parte sul da Arábia, Somália, Abissínia, índia não queriam aparecer de mãos vazias. Assim,
e índias Orientais. A resina se obtém pelo san- que presentes mais apropriados poderiam es­
gramento da árvore. O produto, vendido em fo r­ colher do que o ouro, um metal precioso, e in­
ma de “ lágrim as” (gotas solidificadas), é de censo e mirra, duas substâncias aromáticas
grande importância para a elaboração do incen­ muito apreciadas como produtos de comércio,
so propriamente dito. É provável que os he- além de bastante raras e preciosas na Terra
breus dos templos bíblicos conseguissem o Santa?

Dezembro de 1974 19
Mensagem de
Natal Para as
Crianças da
Igreja do Mundo
Inteiro,
DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA

ogo estará de volta o Natal — Natal, essa seu nascim ento. Isto também faz parte da his­

L alegre época do ano em que todo mundo


pensa em dar e receber presentes.
Quando seus olhos brilharem de excitação
tó ria do Natal.
Jesus não deu apenas sua vida por nossa
causa, mas também o seu Evangelho. O Evan­
nesses dias de festa e cantarem as belas mú­ gelho foi uma dádiva gratuita ao mundo. Mas,
sicas de Natal, lembrem-se da linda história do exatam ente como um presente, de pouco serve
Menino Jesus que nasceu numa hum ilde man­ se fo r posto numa prateleira e jam ais usado,
jedoura de Belém, enquanto os pastores guar­ assim também o Evangelho não pode trazer
davam seus rebanhos, à noite, nas planícies da grande felicidade, a não ser que entendamos
Judéia. Este foi o presente de Deus para o sua mensagem de esperança e vivam os seus
mundo. ensinam entos da m elhor form a possível.
Quando o Anjo Gabriel apareceu à jovem
Vocês podem tornar o Evangelho uma parte
Maria em Nazaré, disse-lhe que ela havia sido
m aravilhosa da vida, dando ouvidos a seus pais
escolhida para ser a mãe do Filho de Deus e
e obedecendo-lhes, dando graças ao Pai Celes­
que devia dar-lhe o nome de Jesus, um nome
tia l por todas as bênçãos recebidas e m ostran­
especial que significa Salvador.
do-lhe seu afeto, atribuindo-lhe valor e compar­
No tra n sco rre r dos tem pos, Jesus tem sido
tilhando-o com os outros durante o ano inteiro.
conhecido por vários outros nomes que falam
da sua grandeza e suas obras, como C risto, A ssim fazendo, vocês estarão dando igual­
Santo, Redentor, Emanuel, Filho de Deus, O ni­ mente o m aior presente possível — dar a si
potente, M estre, M essias e, naturalm ente, mesmos. Então, o doce espírito do Natal luzirá
Salvador. e crescerá em seus corações, m uito depois que
Nesta época, com em oram os o nascim ento os novos e em ocionantes jogos e presentes es­
m aravilhoso do M enino Jesus. Ao im aginarem tiverem gastos ou perdidos.
presentes para este Natal, esperamos que pen­ Não im porta quem são ou onde vivem , nós
sem no significado desses nomes dados a lhes damos nossa bênção neste Natal e sem­
Jesus por aqueles que o conheceram e ama­ pre. Cada um de vocês é im portante para nós,
ram. Então se lembrarão das bênçãos desse dia e sabemos que são preciosos para nosso Pai
de festa especial. C elestial e seu Filho Amado, cujo nascimento
Jerusalém , onde Jesus m orreu por nós, fica naquele prim eiro Natal, há m uito, m uito tempo,
a uns poucos quilôm etros de Belém, lugar de foi o m aior de todos os presentes.

Dezembro de 1974 21
A
altam só dois dias para o Natal, comentou

F Harry, enquanto catava restos de sebo no


chão.
— E provavelmente será bem triste e es­
curo, — respondeu W illiam , o fabricante de
velas.

VELA
Harry era aprendiz do fabricante de velas.
Os negócios andavam ruins. Como pouca gente
viera comprar velas, eles não tinham dinheiro
para comprar sebo. Por isso estavam fazendo
apenas uma meia dúzia de velas por dia.
— Só para não perder a prática e ensinar

DE NATAL
a você, — dissera W illiam.
Harry olhou para W illiam . Ele era tão bon­
doso, que Harry gostaria de achar uma forma
de ajudá-lo. Não tinha com que comprar velas,
e era disso que W illiam mais precisava, natu­
ralmente.
Também não posso comprar-lhe um pre­
sente, pensou Harry. Meu pai nem consegue
pagar minha aprendizagem. Se quero dar-lhe
um presente, precisa ser algo que eu mesmo
fiz.
Harry continuou pensando, enquanto cata­
va sebo do chão. Podia pegá-lo catado do chão
e fazer uma vela. Bem verdade que William
tinha velas, mas esta seria maior e melhor do
que as que estavam na loja. Mas, de repente,
lembrou-se de uma coisa. W illiam sempre usa­
va aqueles restos para fazer velas para uso
próprio. Harry teria que pensar em outra coisa.
Quando foi deitar-se naquela noite, o me­
nino tentou pensar em outro presente, mas não
tinha idéia.
No dia seguinte, não houve necessidade
de fazer velas, pois não haviam vendido nenhu­
ma no dia anterior.
— Você pode ir passar o dia em casa —
disse-lhe W illiam.

22 A LIAHONA
Era um dia feio e ventoso. Quando chegou está bem feita. Eu gostaria mesmo de dar-lhe
em casa, Harry encontrou a mãe fazendo velas. muito mais que isto, mas não pude comprar
— Este sebo não se parece com o nosso, nada. Com esta vela, vamos dizer a todo mundo
— comentou Harry. que hoje é véspera do Natal.
— Eu não posso comprar sebo, — expli­ Justamente nesse momento, bateram à
cou a mãe. — Ontem fui catar bagas da árvore- porta e entrou um senhor.
da-cera. Ouvi dizer que os ricos apreciam estas — Que luz bonita, — falou. — Qualquer
velas mais que outra qualquer, por causa da pessoa capaz de fazer uma vela tão linda deve
cor verde e do aroma. ser um bom fabricante de velas. Qualquer um
Então Harry teve uma idéia. Pegou uma que pode acender uma vela assim deve ser
cesta e foi depressa catar as bagas esverdea­ rico. Vendo esta sua vela acesa na vitrina,
das. Finalmente, quando encheu a cesta, voltou fez-me lembrar o futuro casamento de minha
para casa. filha. Eu havia planejado encomendar as velas
Despejo as bagas no grande caldeirão pre­ fora daqui, pois desconhecia e xistir um fabri­
to que estava pendurado na lareira, pondo água cante tão bom em nossa cidade.
sobre elas. Quando viu que a cera das bagas Metendo a mão no bolso, o homem tirou
havia derretido, pegou uma concha de cabo algum dinheiro que entregou a W illiam.
comprido e com ela foi passando a cera que — Aqui está um adiantamento. Na segun­
boiava em cima da água para um caldeirão pe­ da-feira, dar-lhe-ei os tamanhos e quantidade
queno. Enquanto a cera aquecia, ele preparou exata. Vou precisar de várias centenas de velas
um pavio de cordão torcido, que foi mergulhan­ comuns para a casa dela, que é grande. Con­
do seguidamente na cera. Finalmente, quando servá-la iluminada talvez o mantenha ocupado
a cera acabou, estava pronta a vela comprida, para sempre. Boa noite e feliz Natal.
grossa e verde. — Feliz Natal e que Deus o abençoe, se­
Já era noite quando Harry chegou à loja nhor, — respondeu W illiam , quando o homem
do fabricante de velas. Tudo estava escuro; só fechou a porta. Depois, voltando-se para Harry,
uma vela ardia lá nos fundos, onde W illiam pre­ comentou:
parava seu escasso jantar. Sem dizer uma só — Você passou o dia num trabalho de
palavra, Harry acendeu a vela e colocou-a na amor, e Deus abençoou você e a mim com o
vitrina da loja. seu presente.
— Acho que amanhã não vai te r jantar, — — Pois é, — disse Harry, enquanto co­
dizia W illiam . — Harry, não me posso dar ao miam a parca ceia. — Afinal, teremos nosso
luxo de queimar minhas velas, mesmo sendo jantar de Natal amanhã.
véspera de Natal. Tanta luz é muito bonito, mas — E ficaremos muito tempo ocupados fa­
não traz comida. zendo velas. Feliz Natal, Harry! — disse W il­
— Mesmo que nossa ceia seja magra e liam.
não haja jantar amanhã, o senhor pode dar-se De alguma forma, a luz da vela fez a tigela
ao luxo de queimar esta vela. Foi eu quem a fez de sopa rala parecer muito maior que antes.
hoje para o senhor. Não custou nada além do — Feliz Natal para o senhor também, —
meu tempo. Venha vê-la; venha aqui e veja se respondeu Harry.

Dezem bro de 1974 23


NATAL PELO MUNDO AFORA

«LMING .1111
Na França, as comemorações natalinas começam no
dia 6 de dezembro. A li costumam-se colocar grãos de Julnisse é um homenzinho que
trigo em pratos com água, para que germinem. Diz cuida dos animais domésticos e é
uma lenda antiga, que se os grãos germinarem depressa, responsável por coisas misteriosas
que acontecem em casa — isto
no ano seguinte as safras serão boas.
na Dinamarca. O gato da casa é o
As crianças francesas costumam montar um presépio único ser capaz de enxergar o tal
homenzinho que vive no sótão. Na
pequeno, chamado crèche, na sala de estar.. A família
véspera do Natal, as crianças
se reúne e canta hinos e músicas de Natal, e depois costumam deixar canecos com
da meia-noite, fazem uma ceia especial de ostras e leite e tigelas de mingau junto da
salsichas. Na véspera do dia de Reis, fim dos festejos porta do sótão. De manhã, quando
natalinos, costumam assar bolos de Reis, contendo se levantam, a comida desapareceu
■im feijão ou figura de louça. Quem encontrar a prenda misteriosamente, e Julnisse
deixou um presente
dentro do seu pedaço
para cada um.
de bolo, é o rei ou
a rainha da festa.

~B©UN NflTALE PRBTTNÜ! K G ItS m ra


Befana é uma velha e
bondosa bruxa que vai de
casa em casa, na Itália, Na Holanda, as crianças costumam encher tamancos
montada num cabo de limpinhos com cenouras e capim, que depois são
vassoura, na véspera do dia
colocados no peitoril da janela, para o cavalo
de Reis. Costuma deixar
presentes ao lado do fogão branco de São Nicolau, que lá é chamado de
para as crianças que foram St. Nick. Os meninos e meninas que se comportaram
boazinhas. Para as crianças bem, na manhã de Natal descobrem que São Nicolau
que não andaram direito, © © substituiu as cenouras e capim por brinquedos,
Befana deixa
presentes e outras surpresas. As crianças
apenas varas de
mal-comportadas encontram apenas varas
marmelo ou
cinzas de carvão. de marmelo em seus tamancos.
Na época do Natal, é costume no México
pendurar pinatas nas vigas da casa. A pi nata
HAUSKAA jOULUA é uma jarra de barro decorada em forma de
rosto ou animal, cheia de frutas, doces, nozes
e pequenos brinquedos, que as crianças
Na Finlândia, o povo se prepara procuram acertar com uma vara, enquanto
semanas antes para os festejos de de olhos vendados. Quando finalmente uma
Natal. Nas casas, armam-se tetos delas consegue quebrá-la, todas se lançam
falsos trançados de palha. Os tetos ao chão para apanhar as guloseimas, podendo
são depois decorados com estrelas cada uma ficar com o que consegue. Na
pendentes de papel. O chão é véspera do dia de Reis, as crianças põem
coberto de palha, e as crianças seus sapatos na janela ou ao pé da cama.
dormem em camas parecidas com Se tiverem sido boazinhas, na manhã
manjedouras, para que se lembrem seguinte os sapatos estão cheios de
do nascimento do Cristo Menino. presentes deixados pelos Magos, a
As famílias costumam visitar os caminho de sua visita ao Menino Jesus.
amigos na véspera de Natal, mas
as crianças ficam pedindo para
voltar logo para casa, a fim de
verem se Pai Natal deixou
algum presente para elas.
KALA HRYST0ÜGHENA
Seguindo um costume muito antigo na Grécia, as mães
assam bolos de frigideira, enquanto as crianças observam
maravilhadas. O Natal é época de a família se reunir
e de contarem histórias e lendas folclóricas.
25 de dezembro é um dia muito alegre
para todo mundo.

FROEHLICHE WEIHNACHTEN
A árvore de Natal — o Tannenbaum — é a grande contribuição natalina da
Alemanha, onde a árvore é decorada secretamente e depois acesa na véspera
do Natal para surpresa e alegria de todos. Na Alemanha, os festejos natalinos vão
de 6 de dezembro a 6 de janeiro. No dia 6 de dezembro, aparece São Nicolau
com chocolate, nozes e doces para todas as crianças bem comportadas. Na noite
de 6 de janeiro, depois de desfeita a árvore de Natal, grupos saem à rua para
cantar. Uma pessoa carrega uma longa vara com estrela na ponta, enquanto
o resto segue carregando lanternas. Passam pelas ruas da cidade ou vila,
parando de vez em quando para cantar uma música típica, simbolizando
os magos que seguiram a estrela de Belém, em busca do Menino Jesus.
GLEDELIG JUL
Na Noruega, segundo antiga tradição, os sinos das igrejas soam chamando o povo
para os serviços religiosos na véspera de Natal. O belo costume escandinavo
de se lembrarem das aves e animais é seguido a cada Natal. Os animais
de criação são bem cuidados, e as vacas recebem uma ração extra de feno.
Guarda-se um punhado de trigo não debulhado para amarrar no alto de
uma vara, que é colocada no quintal para os pássaros. Na manhã do Natal,
não se vê uma cumeeira ou porta que não esteja decorada com
um maço de grãos para a refeição de Natal das aves. Quando
se prepara o jantar natalino, coloca-se uma amêndoa
no mingau. O felizardo que encontrá-la em seu
prato ganha um presente extra.

TOMTE KORJEN
Tomte Korjen é uma cestinha de você está pronto para começar a
Natal sueca. Feita de papel, é pen­ trançar. Junte os dois pedaços de
durada na árvore de Natal recheada papel conforme mostra a fig. C.
com pipoca, doces ou outras gulo­ Para começar, passe a tira colorida
seimas. Toda visita que aparecer no pela dobra da primeira tira branca,
dia do Natal ganha uma dessas ces- depois passe a segunda tira branca
tinhas com os votos de um Feliz pela dobra da tira colorida. Prossiga
Natal. Você precisará de duas folhas assim até o fim.
de papel grosso de cores diferentes, Para fazer a segunda carreira, pas­
régua, tesoura e um botão grande. se a primeira tira branca pela dobra
Corte dois pedaços de papel de da tira colorida seguinte, e depois
9 cm de largura por 26 cm de com­ passe esta tira colorida pela dobra
primento. Marque o meio das folhas da tira branca seguinte. Continue
e dobre na marca, conforme a fig. até terminar a segunda carreira.
A. Em ambas as bordas, marque Repita esses dois passos até ter­
uma margem de 2,5 cm de largura.
minar o trançado. (Veja fig. D)
Trace linhas paralelas distantes 1,5
Recorte as bordas de papel depois
cm uma da outra, a partir dessa
margem, e faça corte seguindo as de traçar meias-luas com ajuda do
linhas no papei dobrado, (fig. B) botão. (Fig. E) Por dentro, cole as
Desdobrando o papel, ele formará pontas de uma tira de papel de
sete tiras. Volte a dobrá-lo, e agora 1 cm x 23 cm, que servirá de alça.
çp

PERGUNTAS

RESPOSTAS
cado como a área em que Adão vol­ Hoje, aquela área é novamente simples declaração a respeito é a do
tará a presidir sobre sua posteridade, terra de cultivo. Fica no Condado de próprio Senhor, ao afirmar deverem
e como o local das ruínas identifica­ Daviess, Missouri. os.membros da Igreja pagar um dé­
das por líderes da Igreja na época cimo de todos os seus juros anuais,
como altares de adoração adâmicos
o que deve ser entendido como ren­
e nefitas.
dimentos. Ninguém tem autoridade
Não há duvidas de que os santos,
para fazer nenhuma outra declaração.
embora ficassem em Adam-ondi-
Ahman apenas uns poucos meses, Achamos que todo membro da Igreja
esperavam construir um templo na­ deve ter o direito de decidir por si
quela cidade. mesmo o quanto pensa dever ao
A melhor evidência sobre a dedi­ Senhor, e pagar de acordo.”
cação de um terreno para o templo No final de cada ano, todo mem­
é-nos fornecida pelo Élder Heber C. bro da Igreja tem por obrigação com­
Kimball: parecer ao acerto de dízimo com seu
"Enquanto lá estávamos, traçamos bispo, ocasião em que terá oportu­
Minha esposa e eu queremos cumprir plena­
uma cidade numa parte elevada da mente o mandamento do Senhor quanto ao nidade de declarar se é dizimista in­
área e marcamos com estacas os dízimo, mas estamos em dúvida sobre a ma­
quatro cantos de uma quadra do neira correta de calculá-lo. Poderá ajudar-nos? tegral, parcial ou não-dizimista. O
templo, que foi dedicada, tendo pagamento do dízimo é uma questão
como porta-voz o Irmão Brigham Bispo Victor L. Brown, bispo presi­ entre o indivíduo e o Senhor. O bis­
Young; na ocasião, estavam presen­ dente da Igreja: Visto que o Livro de po é apenas o servo do Senhor que
tes de trezentos a quinhentos ho­
Mórmon ensina que Abraão pagava recebe e presta contas da contri­
mens, todos armados. Aquela área
elevada situava-se provavelmente de seu dízimo a Melquisedeque, sabe­ buição.
setenta e cinco a cento e cinqüenta mos que, nos tempos antigos era O Senhor prometeu que abrirá as
metros acima do nível do Grand Ri- vivida a lei do dízimo. Esta lei foi res­ janelas do céu àqueles que pagam
ver, de modo que se podia olhar para tabelecida na Igreja nesta dispensa- seu dízimo e ofertas. Em Malaquias,
o leste, oeste, norte ou sul, tão longe ção por meio de uma revelação ao encontramos:
a vista alcançasse; era um dos luga­
Profeta Joseph Smith, em Far West, “ Roubará o homem a Deus? Toda­
res mais belos que já se v iu .” (Cita­
do por Orson F. Whitney em Life of Missouri, em 18 de julho de 1838, via vós me roubais, e dizeis: Em que
Heber C. Kimball, Bookcraft Inc., conforme está registrado em Doutri­ te roubamos? nos dízimos e nas ofer­
1967, p. 209) na & Convênios, seção 119, versí­ tas alçadas.
Foram encontradas pelo menos culos 3-4. “ Com maldição sois amaldiçoa­
duas plantas indicativas de planos “ E este será o princípio do dízimo dos, porque me roubais a mim, vós,
para Adam-ondi-Ahman. A primeira é do meu povo. toda a nação.
um desenho do levantamento topo­
gráfico original; mostra uma praça "E, depois disso, os que assim t i­ “ Trazei todos os dízimos à casa do
pública de dois quarteirões no cen­ verem pago o seu dízimo, pagarão um tesouro, para que haja mantimento
tro da cidade, mas não o lote para décimo de todos os seus juros na minha casa, e depois fazei prova
o templo. A segunda, encontrada re­ anuais; e isto lhes será uma lei per­ de mim, diz o Senhor dos Exércitos,
centemente entre velhos documen­ pétua, e para o meu santo Sacerdó­ se eu não vos abrir as janelas do
tos no Templo de St. George, e um
cio, para sempre, diz o Senhor.” céu, e não derramar sobre vós uma
mapa tosco, traçado a mão, que in­
dica o lote do templo e a localiza­ No dia 19 de março de 1970, a Pri­ bênção tal, que dela vos advenha a
ção das primeiras residências e ou­ meira Presidência enviou a seguinte maior abastança." (Mal. 3:8-10)
tros pontos interessantes. carta aos presidentes de estaca e Quando alguém é perfeitamente
Os santos ocuparam a área ape­ missão, bispos e presidentes de honesto com o Senhor, seu coração
nas por alguns meses em 1838, sen­ ramo, esclarecendo a pergunta: “ O é tomado de um sentimento de paz
do forçados a fugir por causa da per­ que é um dízimo correto?" e tranqüilidade, e ele sabe que é um
seguição movida por não-membros.
“ Para que se orientem nessa ques­ dizimista integral.
Somente umas poucas casas chega­
ram a ser construídas antes do tão, queiram notar que temos res­ Paguem o dízimo na proporção em
êxodo. pondido uniformemente que a mais que desejam ser abençoados.

Dezem bro de 1974 27


numa reunião pública assim.
A sensação de perigo para ele se
fazia presente em toda parte, mas,
mesmo assim, Jesus foi a Jerusalem
para os festejos da páscoa, não com
pompa e aparato, mas montado num
humilde asno — o símbolo de humil­
dade e paz. Uma grande multidão
saiu de Jerusalém para recebê-lo, es­
tendendo folhas de palma debaixo de
seus pés e bradando: “ . . . Hosana ao
Filho de Davi; bendito o que vem em

Suas Horas nome do Senhor... ” (Mat. 21:9)


Mateus conta que “ toda a cidade
se alvoroçou, dizendo: Quem é este?
“ E a multidão dizia: Este é Jesus,

Finais o Profeta de Nazaré da Galiléia."


(Mat. 21:10-11)
Para todos os que tinham conheci­
mento da lei, aquela era a entrada
triunfante do rei de Israel, havia mui­
Jesus é o Cristo o Salvador to predita pelos profeta e longamente
aguardada pela semente de Israel. A
do Mundo
multidão mostrava-se alegre e ruido­
sa; Jesus estava régio e silencioso.
Na verdade, ao aproximar-se da ci­
Élder Howard W. Hunter
dade tão favorecida por Deus, ele
do Conselho dos Doze chorou por Jerusalém, dizendo:
"Porque dias virão sobre ti, em
que os teus inimigos te cercarão de
ouco menos de dois mil anos homem que pregava com poder e

P
trincheiras, e te sitiarão, e te estrei­
atrás, nas proximidades de autoridade, apesar de não ser escriba tarão de todas as bandas;
Jerusalém, perto da pequena nem fariseu. “ E te derribarão... e não deixarão
aldeia de Betânia, deram-se os even­ “ E estava próxima a páscoa dos em ti pedra sobre p e d ra ...” (Lucas
tos iniciais da mais importante se­ judeus,” escreve João, “ e muitos da­ 19:43-44)
mana na história da humanidade. quela região subiram a Jerusalém an­ Jesus também sabia do seu pró­
Jesus de Nazaré, após escassos três tes da páscoa para se purificarem. prio destino iminente. Falou em pa­
anos de ministério entre seus con­ “ Buscavam pois a Jesus, e diziam rábolas do grão que tinha de morrer
terrâneos, saía da casa de seus ami­ uns aos outros, estando no templo: para produzir frutos, e do filho esco­
gos Maria, Marta e Lázaro, caminhan­ Que vos parece? Não virá à festa?” lhido mandado pelo pai à vinha da
do resolutamente para os portões de (João 11:55-56) família, para ser morto como antes
Jerusalém. Alguns habitantes da an­ A lei judaica exigia a presença de haviam sido mortos os servos do pai.
tiga cidade consideravam-no um blas- todos os homens adultos nessa co­ Às vezes, o fardo parecia pesado de­
femador, um demônio, um transgres­ memoração, a mais sagrada do ce­ mais para se carregar.
sor da lei judaica. Outros viam nele rimonial de Israel. Os membros do "Agora a minha alma está pertur­
um profeta, o Messias, o Filho do sinédrio, porém, haviam ameaçado bada," admitiu ele. " . . . Pai, salva-
Deus vivo. Fossem quais fossem as Jesus de morte abertamente, e mui­ me desta hora; mas para isto vim a
opiniões, toda judéia conhecia aquele tos duvidavam de que se mostrasse esta hora.” (João 12:27) Sua coerên­

28 A LIAH O N A
cia de propósito e firme decisão de Abraão, o próprio povo que gemia da levava a efígie de César aqueles
fazer a vontade do Pai fizeram-no sob o domínio romano. Respondesse e todos os homens levavam a ima­
prosseguir. negativamente, seria de imediato gem de Deus, seu Pai Celestial. Ha­
No ocaso de seu próprio futuro preso como agitador político. Ele não viam sido por ele criados à sua pró­
mortal, declarava bondosamente: “ Eu respondeu nada, pedindo que lhe pria imagem, e Jesus devia abrir-lhes
sou a luz que vim ao mundo, para mostrassem uma moeda com que se o caminho de volta para ele. Contu­
que todo aquele que crê em mim, costumava pagar tal tributo. do, “ eles, ouvindo isto, maravilha-
não permaneça nas trevas." (João Mostrando a moeda aos seus ram-se, e, deixando-o, se retiraram.”
12:46) Tais afirmações serviam para acusadores, ele indagou: (Mat. 22:21-22)
unir seus inimigos contra ele, contu­ “ De quem é esta efígie e esta ins­ Pouco tempo depois, um doutor da
do proclamava: “ Porque eu não tenho crição?” Naturalmente responderam lei tentou enredá-lo numa armadilha
falado de mim mesmo; mas o Pai, como teria feito qualquer criança: teológica, dizendo: “ Mestre, qual é
que me enviou, ele me deu manda­ “ De César.” Com essa simpies per­ o grande mandamento na lei?” (Mat.
mento sobre o que hei de dizer e gunta, ele assumira o comando da si­ 22:36) Os entendidos haviam dividi
sobre o que hei de falar.” (João tuação. Devolveu então a moeda, di­ do, subdividido e classificado o códi­
12:49) zendo: “ Dai pois a César o que é de go mosaico original, a ponto de cer­
Na esperança de enredar Jesus, al­ C é s a r . . . ” (Mat. 22:20-21) como que tas partes parecerem diretamente
guns de seus adversários mais astu­ querendo dizer: “ Esta moeda leva o contrárias a outras. Mas Jesus não
tos fizeram-lhe perguntas capciosas nome e retrato do homem. Certamen­ se deixaria deter por questiúnculas
a respeito de leis políticas e rabíni- te pertence a ele. Por favor, devol- de debate legal. Num único lance,
cas. Alguns fariseus e herodianos vam-na ao seu legítimo dono." atingiu o âmago da lei, integrando
propuseram-lhe uma questão diabó­ Assim destruiu brilhantemente a num todo aquelas diversas partes:
lica: trama de seus opressores, mas este " . . . Amarás o Senhor teu Deus de
“ Mestre, bem sabemos que és ver­ nunca fora seu verdadeiro desejo ou todo o teu coração, e de toda a tua
dadeiro e ensinas o caminho de missão. Eles, também, eram filhos de alma, e de todo o teu pensamento.
D eus... Deus. Eles, também estavam entre “ Este é o primeiro e grande man­
“ Dize-nos, pois, que te parece? É os que viera salvar. Temia por eles damento.
lícito pagar o tributo a César, ou e os amava mesmo com sua malícia. “ E o segundo semelhante a este,
não?” (Mat. 22:16-17) Se respondesse Quando se afastavam acrescentou é: Amarás o teu próximo como a ti
que sim, seria fácil acusá-lo de trair uma súplica: “ . . . e [d a i] a Deus o mesmo.” (Mat. 22:37-39)
sua herança entre a semente de que é de Deus." Assim como a moe­ Mais uma vez Jesus transformou

D ezembro de 1974 29
1

uma questão cheia de veneno, inve­ bém que vigiar piedosamente não re­ mou o cálice e o abençoou, Jesus es-
ja e falsidade em uma resposta de quer uma vigília ansiosa e preocupa­ tava-se apresentando como o Cordei­
amor, piedade e sublime visão. ção com o futuro, mas antes a calma ro de Deus que proveria alimento es­
Chegando as horas finais de sua e constante dedicação aos deveres piritual e salvação eterna.
missão terrena, Jesus afastou-se das atuais. O novo convênio veio acompanha­
multidões, dedicando-se apenas a for­ Aproximando-se a hora do sacri­ do de um novo mandamento. Jesus
talecer seus discípulos. Ele os avisou fício, Jesus retirou-se com seus doze disse a seus discípulos que deviam
do que estava por acontecer. Falou- apóstolos para a quietude e isolamen­ amar-se “ uns aos outros", assim
lhes da destruição de Jerusalém e to de um cenáculo. A li o Mestre como ele os amara.
das dificuldades e apostasia que procurou fortalecer suas testemu­ “ Nisto todos conhecerão que sois
precederiam sua volta à terra nos nhas especiais contra as ciladas do meus discípulos, se vos amardes uns
últimos dias; de um mestre que, de­ maligno — despiu as vestes exterio­ aos outros. ” (João 13:34-35)
pois de muito tempo e num país dis­ res, cingiu-se com uma toalha e la­ Até mesmo no fim de sua vida mor­
tante, viria para fazer um ajuste de vou os pés dos apóstolos. tal, Jesus demonstrava a grandeza de
contas com seus servos, cada um de Este magnífico gesto de amor e seu espírito e a magnitude de sua
acordo com sua capacidade e ta­ união foi um prelúdio adequado para força. Não se deixou, mesmo nessa
lentos recebidos, para investimento a ceia da páscoa que se seguiu. Des­ hora tardia, envolver egoisticamente
numa boa causa. Falou de um pastor de o tempo em que o primogênito por sua própria tristeza ou pensamen­
que separaria as ovelhas dos bodes, dos filhos fiéis de Israel fora poupa­ to na dor iminente. Cuidava com an­
sendo os primeiros aqueles que de­ do na destruição sofrida pelo Egito, siedade das necessidades presentes
ram de comer ao faminto, água ao por causa da intransigência do Faraó, e futuras de seus amados seguido­
sedento, roupa ao despido e atenção a ceia da Páscoa, com todos os seus res. Sabia que a segurança deles,
ao aflito; das virgens que compare­ emblemas e gestos simbólicos, vinha tanto individual quanto como igreja,
ceram ao casamento, algumas levan­ sendo observada fielmente pela fa­ dependia de um amor recíproco sem
do óleo suficiente para manter ace­ mília israelita. Quão adequado não reservas. Sua inteira energia parece
sas suas lâmpadas, enquanto outras foi Jesus instituir os emblemas do ter sido devotada às necessidades
viram seu magro suprimento esgo­ novo convênio de segurança — os deles, mostrando, assim, pelo exem­
tar-se, porque o noivo se demorou emblemas de seu próprio sangue e plo o que ensina por preceito. Deu-
mais do que supunham. Assim, Jesus corpo — durante a observância da­ lhes palavras de consolo, manda­
ensinou seus discípulos a vigiar e quele antigo convênio de proteção. mento e advertência.
orar; entretanto, ensinou-lhes tam­ Quando tomou o pão e o partiu, e to­ “ Não se turbe o vosso coração,"

rf

30 A LIAHONA
dizia ele, sentindo seu medo e tris ­ terrivelmente real, ainda que incom­
teza. "Na casa de meu Pai há mui­ preensível para o homem, o Salva­
tas m oradas... vou preparar-vos lu­ dor tomou sobre si mesmo a carga
g a r... Eu sou o caminho e a verda­ dos pecados da humanidade, desde
de e a v id a ... tudo quanto pedirdes Adão até o final do mundo.” (James
em meu nome eu o fa re i. . . E eu ro­ E. Talmage, Jesus, o Cristo, p. 592)
garei ao Pai, e ele vos dará outro Dali em diante, foi apenas uma
Consolador, para que fique convosco questão de horas para ele ser falsa­
para sem pre... Não vos deixarei ór­ mente acusado, julgado ilegalmente
fãos, voltarei para v ó s . .. Vós sereis e injustamente crucificado. Fez o que
meus amigos, se fizerdes o que eu ninguém mais já fizera — no terceiro
vos m ando... meu mandamento é dia levantou-se da própria tumba,
este: que vos ameis uns aos ou­
tros.” (Vide João 14 e 15.)
uma tumba que voltou a encher-se da
luz e vida do mundo, e ascendeu ao Cremos
Quando o pequeno grupo chegou Pai. Jesus de Nazaré era agora Jesus,
ao Jardim do Getsêmani naquela noi­
te das noites, Jesus poderia ter pe­
o Cristo — havia conquistado a
morte.
Em Tudo
dido aos apóstolos que orassem por
ele, para que fosse fortalecido para
Comparando com a pressa e agi­
tação de nossos dias, a vida dele foi O Que
a indescritível tarefa que o espera­ muito simples. Vivia em condições
va. Mas, em vez disso, Jesus orou
por eles e pelos iguais a eles:
humildes. Não estava rodeado dos
orgulhosos e poderosos da terra, mas
Deus Tem
“ Não peço que os tires do mundo,”
registra João, que estava presente
para ouvi-lo, “ mas que os livres do
dos pobres, humildes e de condição
modesta. Não havia nada de compli­ Revelado
cado em sua vida ou ensinamentos.
m a l... [e les] Não são do m undo... As palavras que falava dizem respei­
Santifica-os na verdade . . . Eu não to a qualquer meio social — a todos
rogo somente por estes, mas tam­ os que ouviam em seu tempo e a Examinai as revelações
bém por aqueles que pela sua pala­ todos os que querem ouvi-lo agora. do Senhor pela fórmula
vra hão de crer em mim; para que A história se encarrega de prover da inquirição espiritual.
todos sejam um como tu, ó Pai, o és ampla evidência da sua morte. E tão
em mim e eu em ti; que também certo quanto sei que ele morreu, te­ Élder Boyd K. Packer
eles sejam um em nós, para que o nho a íntima porém positiva convic­ do Conselho dos Doze
mundo creia que tu me enviaste.” ção de que ele vive hoje — o Salva­
(João 17) dor de toda pessoa que nasceu ou
ssim como vós, tenho certeza,

A
Tendo oferecido essa magnífica virá a nascer nesta terra. Ao entrar­
prece intercessória, Jesus foi en­ mos na antiga semana da Páscoa, fui inspirado pelas palavras
frentar sozinho sua angústia física e pensamos no Cristo ressurreto, no de nosso querido Presidente
espiritual. Escreve um apóstolo mo­ Filho vivente do Deus vivo. Possa­ Romney, quando esta manhã nos es­
derno do Senhor Jesus Cristo: mos, em seu nome, unir nossos cora­ clareceu as revelações com respei­
“ A agonia de Cristo no jardim é in- ções, amarmos uns aos outros, e to ao Espírito Santo.
sondável para a mente finita, tanto guardar seus mandamentos, é a mi­ Num mundo tão inconstante, dou
em Intensidade quanto em causa... nha oração em nome de Jesus Cristo. graças a Deus pelo permanente fluxo
Naquela hora de angústia, Cristo en­ Amém. de revelação concedido à Igreja.
frentou e venceu todos os horrores Nesta conferência, apoiamos um
que Satanás... poderia in flig ir ... novo profeta, vidente e revelador.
Discurso proferido na sessão matutina da
“ De alguma forma, verdadeira e sexta-feira, 5 de A b ril de 1974. Sou muito grato por termos um pro­

D ezem bro de 1974 31


feta autorizado a receber revelação crituras. Nós as conseguimos de al­ se ele sabia distinguir entre uma
de Deus. gum lugar e dizemos: “ Vejam-nas; pedra e diamante, ou se diamantes já
Sou grato, também, que a revela­ leiam-nas; provem-nas. Convençam- foram encontrados em campos, ou se
ção não seja restrita ao profeta. É se por si mesmos.” infelizmente, a alguém já se deixara enganar por
compartilhada pelas Autoridades Ge­ maioria dos homens reluta até mes­ quartzo ou vidro; o melhor era sim­
rais. E em todo o mundo, os líderes mo em examiná-las. plesmente submeter a pedra a certos
locais falam constantemente da Eles me lembram um personagem testes comuns para diamantes. Fo­
orientação que recebem, quando têm de uma parábola escrita há poucos ram chamados peritos em diamantes.
decisões a tomar ou quando neces­ anos pelo Dr. Hugh Nibley. Gostaria Alguns a deram como genuína. Os
sitam de mais luz e conhecimento. de citar um trecho: outros fizeram piadas nervosas, de­
Pais e mães podem receber igual­ “ Há muito tempo atrás, um jovem clarando que não poderiam pôr em
mente inspiração, revelação mesmo, afirmou ter achado um grande dia­ jogo sua dignidade e reputação, pare­
através do agente de que falou o mante, enquanto arava o seu campo. cendo levar a coisa muito a sério.
Irmão Romney, para orientar a famí­ Exibiu a pedra publicamente, sem Para disfarçar a má impressão que
lia. E naturalmente cada um de nós, nada cobrar, e todo mundo tomou par­ isto deixou, alguém apareceu com a
se viver de acordo, poderá ser rece- tido. Um psicólogo mostrou, citando teoria de que se tratava, na verdade,
bedor de comunicações espirituais alguns famosos estudos de caso, de um diamante sintético, muito bem
para nossa orientação pessoal. que o moço estava sofrendo de uma feito, mas ainda assim uma farsa. A
Os profetas do passado registra­ conhecida forma de delírio. Um his­ isto pode-se objetar que a produção
ram suas revelações. E, juntamente toriador mostrou que outros homens de um bom diamante sintético seria
com a sagrada história que cerca seu já pensavam ter encontrado diaman­ para o jovem camponês um feito ain­
recebimento, elas constituem as Es­ tes em campos e estavam engana­ da muito mais extraordinário do que
crituras. A Bíblia é, obviamente, o dos. Um geólogo provou que naque­ o achado de um verdadeiro.” (Lehi in
melhor exemplo conhecido. Na Igre­ la área não havia diamantes, apenas the Desert and the World of the Ja-
ja, costumamos fazer uma coisa que quartzo: o jovem deixara-se iludir redites, Bookcraft, 1952, pp. 136-37)
muito poucos ainda fazem: ler a Bí­ por um pedaço de quartzo. Quando O fato é que temos esses livros de
blia. lhe solicitaram examinar o diamante, Escrituras. Nós os conseguimos, re­
E somos abençoados com mais ou­ o geólogo declinou com um sorriso pito, de alguma fonte.
tras Escrituras, também livros de re­ descrente, tolerante, balançando a No decorrer dos anos, têm surgi­
velação: O Livro de Mórmon, Doutri­ cabeça negativamente. Um professor do muitas explicações e teorias quan­
na & Convênios, e Pérola de Grande inglês provou que o jovem usara para to à sua origem. Essas teorias pro­
Valor. descrever a sua pedra uma lingua­ postas, em grande parte, por pessoas
Quando afirmamos ter outras Es­ gem idêntica empregada por outros que nunca sequer chegaram a ler os
crituras além da Bíblia, logo vem a na descrição de diamantes brutos: livros, geralmente se prendem à
pergunta: “ Onde arranjaram essas estava, portanto, usando simplesmen­ idéia de que Joseph Smith os pro­
revelações? De onde vieram esses te a linguagem comum de sua época. duziu; que são de autoria de Joseph
livros?" Um sociólogo mostrou que apenas Smith. Ele, então, merece a culpa.
Respondendo a tais perguntas, logo três entre centro e setenta e sete Isto, entretanto, dá-lhe um crédito
falamos da tradução, por meio do auxiliares de floricultura em quatro excessivo e muito mais importância
Urim e Tumim, de registros feitos das principais cidades acreditavam do que merece. É uma coisa que não
por antigos profetas: falamos de vi­ que a pedra fosse genuína. Um clé­ posso aceitar, pois faria dele um gê­
sões e visitações de mensageiros rigo escreveu um livro, provando que nio além de toda e qualquer medida.
angélicos vindos da presença de não fora o moço, mas outra pessoa Eu não creio que o fosse. Supor que
Deus; e falamos, sem hesitar, de en­ qualquer o descobridor do diamante. foram produzidos por ele sem ajuda
trevistas com o próprio Senhor. Finalmente, um humilde joalheiro nem inspiração é absurdo.
Muitos consideram essas explica­ indicou que, uma vez que a pedra A verdade é, simplesmente, que
ções como história estranhas, hesi­ continuava disponível para exame, a era um profeta de Deus — nada mais
tando mesmo aparentar levá-las a sé­ resposta à questão se ela era ou não nada menos que isso!
rio. Rejeitam a idéia de que proces­ um diamante, não tinha absolutamen­ As Escrituras não vieram tanto de
sos de revelação, coisa comum nos te nada a ver com quem a encontra­ Joseph Smith como através dele. Ele
tempos bíblicos, operem ainda hoje. ra, ou se o descobridor era honesto foi o conduto pelo qual as revelações
Não obstante, nós temos essas Es­ ou não, ou quem lhe dava crédito, ou foram dadas. Em outros aspectos, era

32 A LIAHONA
um homem comum, assim como o obstante, Deus sabe todos as coisas;
foram os profetas em outros tempos portanto, aquele que as condenar,
e como os profetas de hoje são. que tenha cuidado para não se pôr
Alguns têm alegado que esses li­ em perigo do fogo do inferno."
vros de revelação são falsos, indi­ (Mórmon 8:17) “ E àqueles que rece­
cando como evidência as modifica­ berem estes anais, não os condenan­
ções havidas no texto dessas Escri­ do por causa das imperfeições que
turas desde sua publicação original. contêm, a esses será dado conhecer
Citam tais modificações, das quais coisas maiores do que e s ta s ...”
existem muitos exemplos, como se (Mórmón 8:12)
eles próprios estivessem anuncian­ Um homem pode pegar uma pedra
do revelação. Como se apenas eles e, a fim de verificar precisamente o
as conhecessem. que é, submetê-la a um teste para
Lógico que tem havido modifica­ identificar ardósia ou arenito. Depois
ções e correções. Qualquer pessoa de fazer os testes, poderá concluir
que tenha feito alguma pesquisa, ain­ sua pesquisa com a declaração: “ Não toriamente, passar do criticismo para
da que limitada, sabe disso. Quando descobri tratar-se de um diamante." a inquirição espiritual.
adequadamente vistas, tais corre­ Sua conclusão embora correta, Há aqueles que fizeram um esfor­
ções tornam-se um testemunho a fa­ nada tem a ver com o fato de a pe­ ço casual, até mesmo insincero para
vor, não contra, da veracidade dos dra ser ou não um diamante. Nem provar as Escrituras, e nada conse­
livros. tampouco será jamais verificado por guiram, o que é precisamente o que
O Profeta Joseph Smith era um jo­ meio de uma fórmula errada. Pode ganharam e mereceram. Se achais
vem camponês sem grande instru­ haver milhares de testes que, apli­ que elas se dobram a uma inquirição
ção. Lendo-se algumas de suas pri­ cados, o fariam chegar à mesma con­ casual, à curiosidade ociosa ou mes­
meiras cartas, ele se mostra um clusão. mo à busca bem intencionada porém
tanto canhestro em ortografia, gra­ Depois, e somente depois de ele temporária, estais enganados. Elas
mática e expressão. submeter a pedra à fórmula certa é igualmente não se rendem à pessoa
Que as revelações viessem por seu que poderá saber com certeza. Até super-zelosa ou ao fanático.
intermédio com certo refinamento aí, sua conclusão: “ Não descobri tra­ É por meio de uma vida inteira de­
literário é quase que um milagre. A tar-se de um diamante” , é uma infor­ dicada calmamente, com fé e humil­
necessidade de certo aperfeiçoamen­ mação relativamente inútil. dade que se pode ter certeza. Muitos
to contínuo fortalece meu respeito Com o decorrer dos anos, tem ha­ elementos da verdade só são obti­
por elas. vido uma procissão sem fim dos que dos após uma vida inteira de prepa­
Agora, acrescento com ênfase que pretendem examinar essas revela­ ração.
tais modificações têm sido basica­ ções por todas as fórmulas possíveis, O testemunho deles, contudo, pode
mente insignificantes correções gra­ menos a certa. Todos eles provam, ser adquirido bem depressa. Não me­
maticais, de estilo, pontuação e cla­ como disse Paulo, que “ o homem na­ nosprezeis a possibilidade de que
reza. Não houve nenhuma alteração tural não compreende as coisas do muita gente humilde, jovens e velhos,
fundamental. Espírito de Deus, porque lhe pare­ possuam tal testemunho. Muitos têm
Por que são silenciadas no púlpi­ cem loucura; e não pode entendê-las, um testemunho que transcende o
to? Simplesmente porque são com- porque elas se discernem espiritual­ conhecimento obtenível nos campos
pativamente tão insignificantes e mente.” (I Cor. 2:14) acadêmico e científico. Quando um
sem importância que não valem a Esses diamantes escriturísticos, homem humilde presta testemunho
pena, literalmente, ser mencionadas. conforme os descrevemos, resistirão baseado na inquirição espiritual e
Afinal, elas nada têm a ver absoluta­ ao teste. Tão certo como o homem vida reta, sede cuidadosos antes de
mente com o fato de os livros serem pode determinar se um pretenso dia­ repudiar suas palavras por tratar-se
ou não autênticos. mante é genuíno, submetendo-o a co­ de pessoa inculta sob outros aspec­
Depois de compilar algumas reve­ nhecidos testes para diamantes, as tos.
lações, o antigo Profeta Morôni diz: Escrituras poderão ser submetidas Muito expoente acadêmico é ao
“ . . . se houver imperfeições, serão aos testes conhecidos para elas. mesmo um pigmeu espiritual e, nes­
imperfeições do homem. Mas eis que Existe uma fórmula muito precisa. te caso, geralmente também um de-
não sabemos de imperfeições, não Para aplicá-la, necessitamos, obriga­ bilóide moral. Um homem assim

Dezem bro de 1974 33


pode muito facilmente tomar-se não ser que tenha o espírito do dia­ pai para sua família; o indivíduo para
membro honorário de uma “ brigada bo." (II Néfi 33:4-5) si mesmo.
de demolição” , decidida a destruir as Em o Novo Testamento, há uma ad­ Muitas revelações têm sido recebi­
obras de Deus. vertência que merece nossa atenção. das e se evidenciam no avanço con­
Precavei-vos do testemunho de al­ Pedro e os outros apóstolos haviam tínuo da obra do Senhor. Talvez um
guém imoderado ou irreverente ou sido presos pelo sinédrio. Foram dia se publiquem outras revelações
imoral que destrói sem ter nada para libertados por um anjo, mas tiveram que foram recebidas e registradas; e
pôr em seu lugar. que apresentar-se uma segunda vez nós permanecemos na expectativa de
Diz o Profeta Néfi: " . . . os culpa­ perante o sinédrio, onde testifica­ que “ Ele revelará ainda muitas gran­
dos acham portanto a verdade dura, ram: “ . . . somos testemunhas acer­ des e importantes coisas pertencen­
porque lhes penetra até o âmago.” ca destas palavras, nós e também tes ao Reino de Deus.” (9.a Regra de
(I Néfi 16:2) o Espírito Santo, que Deus deu àque­ Fé)
Este antigo profeta dizia que não les que lhe obedecem.” (Atos 5:32) Concluo com um versículo de Dou­
era “ tão poderoso no escrever como Alguns membros do sinédrio que­ trina & Convênios, que encerra uma
o era no falar, porque, quando um ho­ riam matar os apóstolos, porém Ga- fórmula e uma promessa:
mem fala pelo poder do Espírito San­ maliel, um doutor da lei, disse sa­ “ Em verdade, assim diz o Senhor:
to, esse poder leva as suas palavras biamente: “ Varões israelitas, acau- Acontecerá que toda a alma que re­
aos corações dos filhos dos homens. telai-vos a respeito do que haveis de nunciar aos seus pecados e vier a
“ Mas eis que muitos há que endu­ fazer a estes homens." (Atos 5.34-35) mim, e clamar ao meu nome, e obe­
recem seus corações contra o Espíri­ Depois citou dois exemplos de pre­ decer à minha voz, e guardar os meus
to Santo, de forma que não há nes­ gadores que também pereceram; “ e mandamentos, verá a minha face e
ses, lugar para ele; portanto, desper­ todos os que lhes deram ouvidos saberá que eu sou." (D&C 93:1)
diçam muitas coisas que estão escri­ foram dispersos e reduzidos a nada. Não convido ninguém a que saia
tas e as consideram sem importân­ “ . . . Dai de mão a estes homens, em busca de um sinal, mas que pre­
cia." (II Néfi 33:1-2) e deixai-os,” advertiu Gamaliel, “ por­ pare u’a mente e um coração e um
Disse mais que as palavras que es­ que se este conselho ou esta obra é corpo limpos.
crevera eram para persuadir os ho­ de homens, se desfará. “ Portanto," diz o Senhor, “ santifi-
mens a fazer o bem e para falar-lhes “ Mas, se é de Deus, não podereis cai-vos, para que as vossas mentes
de “ Jesus, persuadindo-os a acredi­ desfazê-la; para que não aconteça se ponham de acordo com Deus, e
tar nele e a perseverarem até o fim, serdes também achados combatendo dias virão em que o vereis; pois vos
que é a vida eterna. contra Deus.” (Atos 5:37-39) desvendará o seu rosto, e será no
“ E falem asperamente contra o pe­ A revelação é continua na Igreja: seu próprio tempo, no seu próprio
cado, segundo a clareza da verdade; O profeta recebendo-a para a Igreja; modo, e de acordo com a sua pró­
portanto, nenhum homem se zanga­ o presidente para sua estaca, missão pria vontade.” (D&C 88:68)
rá com as palavras que escrevi, a ou quorum; o bispo para sua ala; o Presto testemunho de que as reve­
lações são verdadeiras. Eu as sub­
meti à prova. Aqui estão sentadas
diante de nós, nesta conferência, as
Autoridades Gerais da Igreja, entre
elas quinze homens chamados e or­
denados como apóstolos, como tes­
temunhas especiais do Senhor Jesus
Cristo. Eu testifico que ele vive. Eu
tenho este testemunho e testifico
que o Evangelho de Jesus Cristo é o
poder para salvação, e que cada um
de nós pode, se buscar, saber que
esses diamantes são genuínos, em
nome de Jesus Cristo. Amém.

Discurso proferido na sessão matutina de


domingo, 7 de A bril de 1974.

34 A LIAH O N A
expiação, ressurreição e subida à Há entre vós coxos, cegos, defeituo­
glória eterna. Em verdade ele é nosso sos, mutilados, leprosos, surdos ou
Senhor e Salvador, nosso Redentor aflitos por qualquer coisa? Trazei-os
e Deus. Ele disse: “ . . . eu desci do aqui e eu os curarei. . .
céu, não para fazer a minha vontade, “ . . . vejo que vossa fé é suficiente
mas a vontade daquele que me en­ para que eu vos cure.” (III Néfi 17:
viou.” (João 6:38) " . . . eu vim para 7-8).
que tenham vida, e a tenham com E assim eles trouxeram os seus
abundância.” (João 10:10) " E. . . aflitos, seus coxos, cegos e surdos,
virei outra vez e vos levarei para e ele os curou, sem exceção. E todos
mim mesmo; para que onde eu esti­ os que ali estavam, aqueles que ha­
ver estejais vós também.” (João viam sido curados, e os sãos prostra-

o 14:3)
Este é o propósito do ministério
ram-se em gratitude e louvor. (Vide
III Néfi 17:10).
terreno de nosso Salvador: que pu­
Ministério do déssemos ter vida eterna e habitar
nos céus com ele e o Pai Celestial.
Então chamou as crianças para
junto dele e mandou que a multidão
se ajoelhasse por terra. Ajoelhando-
Salvador Seus ensinamentos destinam-se a
nos mostrar o caminho para a vida
se também, ele orou ao Pai: “ E não
há língua que possa falar, nem ho­
eterna. Os muitos milagres que rea­ mem que possa escrever, nem po­
lizou foram feitos como testemunho dem os corações dos homens con­
de que era de fato o Filho de Deus. ceber tão grandes e maravilhosas
Um apelo para Seu sacrifício expiatório, a entrega coisas como as que vimos e ouvimos
lembrarmo-nos do da própria vida, mostra seu grande Jesus dizer; e ninguém pode calcular
amor a toda a humanidade. Diz ele:
Senhor e retribuir “ Ninguém tem maior amor do que
a extraordinária alegria que encheu
nossas almas na ocasião em que o
o seu amor pela este: de dar alguém a sua vida pelos vimos orar por nós ao Pai.
obediência. seus amigos.” (João 15:13) Ele pro­
" . . . após terminar sua oração di­
vou ser nosso amigo. No entanto, e
rigida ao Pai, Jesus levantou-se; po­
nós? Dedicamos tempo suficiente ao
Élder Delbert L. Stapley rém, tão grande era o júbilo da mul­
estudo e oração para conhecer nosso
do Conselho dos Doze tidão, que se sentiram prostrados.
Salvador e tornarmo-nos seus ami­
“ E. . . Jesus... (ordenou) que se
gos?
levantassem.
Imaginai-vos, se quiserdes, entre
*■... e . . . lhes disse: Bem-aven­
as multidões a quem Jesus falou —
turados sois, em virtude da vossa
eus caros irmãos e amigos, uma criança aleijada, um homem ce­

M o Salvador proclamou: “ Eis


que sou Jesus Cristo, cuja
vinda foi anunciada pelos profetas.”
go, uma mulher surda. Eles sentiam
imenso afeto pelo Salvador e este
por eles. Derramavam lágrimas de
fé. Eis que agora é completa a mi­
nha alegria.
“ E depois de ter dito estas pala­
(III Néfi 11:10) “ Eu sou a luz do alegria, quando suas palavras con- vras, ch o ro u ... e tomou das crian­
mundo; quem me segue não andará fortadoras lhes tocavam o coração. cinhas, uma a uma, abençoou-as e
em trevas, mas terá a luz da vida." Ele igualmente sentia o espírito de­ rogou por elas ao Pai.
(João 8:12) les e se enchia de compaixão e mi­ “ E, depois de ter feito isso, chorou
Muito está escrito e muito se tem sericórdia para com eles. Olhando de novo.” (III Néfi 17:17-22).
pregado a respeito de Cristo — seu por sobre a multidão, dizia: “ Tendes E nós, sentimos o doce espírito
ministério, ensinamentos, milagres, enfermos entre vós? Trazei-os aqui. daqueles ali reunidos e o grande

Dezem bro de 1974 35


amor mostrado por Cristo àquele quando nos arrependemos, somos rado de acordo com suas ações.”
povo fiel? Ali estava o grande Mestre fiéis e guardamos os mandamentos (Alma 42:26-27).
dos mestres, dando uma lição sobre de Deus. Em outras palavras, a escolha é
como orar. Dava o exemplo de se “ Por conseguinte, todos os que se nossa: Se agirmos bem, recebere­
importar o bastante com os outros arrependerem e vierem a mim como mos o bem; se agirmos mal, miséria
para orar por eles, orar em favor de criancinhas, eu os receberei, pois será a nossa recompensa. O Senhor
suas necessidades específicas e in­ dos tais é o reino de Deus. Eis que está ansioso por salvar-nos a todos;
dividuais. Ele admoestou-os: “ Por­ por estes dei minha vida e tomei-a contudo, ele sabe que alguns dos
tanto, deveis sempre orar ao Pai em de novo; por conseguinte, arrepen­ nossos não atenderão a seu apelo.
meu nome. dei-vos e vinde a mim, ó vós, extre­ Sua angustia se mostra, quando diz:
“ Rogai no seio de vossa família mos da terra, e salvai-vos!” (III Né­ “ Jerusalém, Jerusalém ... quantas
ao Pai . .. a fim de que vossas espo­ fi 9:22). E “ desta forma batizareis vezes quis eu ajuntar os teus filhos,
sas e filhos possam ser abençoados.” todos os que se arrependerem de como a galinha ajunta os seus pintos
(III Néfi 18:19-21). seus pecados... e desejarem ser debaixo das asas, e tu não quiseste!”
Entendemos o que Cristo está di­ batizados em meu n o m e . . . ” (III (Mat. 23:37).
zendo? Está-nos dizendo que, assim Néfi 11:23). Outros profetas igualmente prega­
como ele orou ao Pai e curou os en­ Nisto reside a beleza do Evange­ ram arrependimento ao povo, dizen­
fermos e abençoou as crianças, nós lho: a oportunidade de arrependi­ do-lhe que atentasse para a voz do
também temos o direito de orar peios mento, perdão e vida eterna, dando Senhor:
que estão em necessidade, e em be­ assim sentido ao sacrifício expiatório “ Ó obreiros da iniqüidade, vós que
nefício de nossa família. Isto não é de nosso Salvador. estais inchados das vaidades do
só uma bênção para nós, mas tam­ “ E assim efetua ele seus grandes mundo, vós que professastes haver
bém uma salvaguarda para a vida e eternos desígnios, os quais foram conhecido os caminhos da retidão e,
familiar, para nos unir mais em amor preparados desde a fundação do não obstante, vos haveis perdido, co­
e harmonia através dessa influência mundo. Assim efetua a salvação e a mo ovelhas que não têm pastor,
espiritual. redenção dos homens, e também sua apesar de um pastor vos haver cha­
Permiti-me repetir esta Escritura: destruição e miséria. mado e vos chamar ainda, mas não
“ Bem-aventurados sois, em virtude "Eis porque... todo aquele que quereis escutar a sua voz!” (Alma
de vossa fé. Eis que agora é com­ quiser pode vir e partilhar livremente 5:37).
pleta a minha alegria.” (III Néfi das águas da vida; e aquele que não Com seu amor e misericórdia, Je­
17:20). quiser não será obrigado a vir, po­ sus, o Bom Pastor, chama a cada um
A alegria de Cristo torna-se plena, rém, no dia do juízo, lhe será restau­ de nós. Aos que pecaram, ele con­

36 A LIAHONA
cede perdão. Ele se regozija com a chegado ao conhecimento da glória “ E . .. virei outra vez e vos levarei
salvação do homem. de Deus. . . e recebido a remissão para mim mesmo, para que onde eu
Jamais poderemos pagar total­ de vossos pecados... quisera que estiver estejais vós também." (João
mente o sacrifício feito pelo Salvador vos lem brásseis... (da) grandeza 14:3).
para ajudar-nos a alcançar salvação de Deus e (de) vossa própria nuli- Agora é o tempo de nos preparar­
e exaltação. Conviria a cada um de dade, e (de) sua bondade e longani- mos e sermos dignos do cumpri­
nós examinar nosso coração e vida, midade para convosco... e vos hu- mento dessa grande promessa. Muita
e considerar quão bom e compla­ m ilhásseis... invocando diariamen­ gente perdeu seu senso adequado de
cente nosso Senhor tem sido. Geor- te o nome do Senhor e permanecen­ valores, e busca a riqueza às expen-
ge Herbert diz: "Tu que nos deste do firmes na fé daquilo que está por sas de seu crescimento espiritual.
tanto, dá-nos mais uma coi sa. . . um v i r . .. Toda tarefa, todo dever, toda desig­
coração agradecido.” " . . . vos digo que, se isso fizer- nação bem poderia ser encarada,
Na semana passada, recebi uma des, regozijar-vos-eis sempre, esta­ considerando-se primeiro como o Fi­
carta em que a missivista dizia: reis cheios de amor de Deus. . . e lho de Deus a teria cumprido. Nosso
"Nós am am os... nosso Pai Celes­ crescereis no conhecimento da gló­ Senhor e Salvador Jesus Cristo mos­
tial de todo o coração... Se tivesse ria daquele que vos cr i ou. .. trou-nos o caminho para obtermos a
que trabalhar cada minuto pelo resto “ E não tereis o desejo de injuriar- felicidade eterna pela forma como vi­
de minha vida, ainda assim não po­ vos uns aos outros, mas de viver em vermos. Todos nós nos devemos valer
deria pagar ao Senhor a sua preciosa paz e dar a cada um de acordo com de seus méritos para nossa salvação
dádiva do Evangelho.” o que lhe é devido. e glória.
Num discurso dirigido ao seu po­ “ Não permitireis que vossos filhos Como alguém que possui o dever
vo, dizia o Rei Benjamim: “ E digo- andem famintos ou desnudos, nem de testificar a realidade de Cristo
vos novam ente... que como haveis que transgridam as leis de Deus. . . no sublime plano divino de vida e
“ Mas ensiná-los-eis a andar pelos salvação, presto solene testemunho
caminhos da verdade e da modera­ destas verdades; também de que o
ção: ensiná-los-eis a se amarem mu­ espírito do homem nunca morre e
tuamente e a servirem uns aos ou­ que a vida continua após esta exis­
tros.” (Mosiah 4:11-15). tência mortal. Testifico humilde­
Em nosso empenho de agir corre­ mente que Deus vive; que Jesus, seu
tamente, somos às vezes assediados Filho, vive; que o Evangelho ensi­
por tentações e provas, mas o Se­ nado por nós é verdadeiro. Presto
nhor nos dá esta certeza conforta- igualmente testemunho do chamado
dora: "Vinde a mim, todos o que es­ divino de nosso querido Presidente
tais cansados e oprimidos, e eu vos Spencer W. Kimball. Tenho-lhe gran­
aliviarei. de amor, respeito e admiração. Vou
“ Tomai sobre vós o meu jugo, e apoiá-lo; vou sustentá-lo; vou segui-
aprendei de mim, que sou manso e lo, pois sei que é o ungido do Senhor
humilde de coração; e encontrareis para seu povo hoje. Deus nos aben­
descanso para as vossas almas.” çoe a todos, para que sejamos fiéis
(Mat. 11:28-29). e leais aos convênios que fizemos
"E sou a íuz e a vida do mundo, com nosso Senhor, eu oro humil­
sou Alfa e õmega, o princípio e o demente em nome de Jesus Cristo.
fim. Amém.
"Eis que vim ao mundo para tra­
zer-lhe a redenção e salvá-lo do pe­
Discurso proferido na sessão matutina de
cado." (III Néfi 9:18-21). domingo, 7 de Abril de 1974.

Dezembro de 1974 37
Smith à pergunta: “ Quais os princí munho com a fé num homem e dize­
pios fundamentais da sua religião?” mos: “ Ele tem muita fé " significando
contém uma declaração sucinta so­ que tem um forte testemunho; ou
bre a importância do testemunho. então afirmamos: “ Ele tem um forte
Disse ele: testemunho", querendo dizer que
tem muita fé. Todavia, não creio que
“ Os princípios fundamentais da
os dois sejam sempre sinônimos. A
nossa religião se constituem nos tes­
fé é baseada em conhecimento; uma
temunhos dos apóstolos e profetas
esperança naquilo que não vemos,
de que Jesus Cristo morreu, foi se­
mas é verdade. (Vide Alma 32:21)
pultado, ressuscitou no terceiro dia
Testemunho é o conhecimento reve­
e subiu aos céus; e todas as outras
lado.
coisas que pertencem à nossa reli­
Prestar testemunho quer dizer tes­
gião são meros complementos dessa
tificar aquilo que sabemos ser ver­
verdade. (Ensinamentos do Profeta
dade. Muitas vezes o que chamamos
Joseph Smith, p. 118)
de prestar testemunho, na verdade
Testemunho é o conhecimento não é nada disso — é uma declara­
seguro da veracidade do Evangelho ção ou expressão pública de agrade­

A Força recebido por revelação do Espírito


Santo, conforme o Presidente Rom­
cimento. É ótimo ser grato, mas gra­
tidão pública não é testemunho. O
ney explicou esta manhã. Por isso, é testemunho provém do Espírito San­
do vital para o indivíduo que deseja
estar em comunhão com o Criador.
to. O Espírito de Cristo, que João
testifica ser “ a luz verdadeira, que

Testemunho Embora muitíssimo importante, o ho­


mem não é salvo unicamente em
alumia a todo o homem que vem ao
mundo” (João 1:9), guiará o homem
virtude do seu testemunho, ainda a Cristo, ajudando-o a obter um tes­
que seja o início de um autêntico temunho; e, caso seguido, levá-lo-á
progresso espiritual. ao batismo na igreja de Jesus Cristo.
Testemunho somado É um erro comum achar-se que tes­ Muitos julgam receber um teste­
à fé e perseverança temunho significa conversão total. munho de que Jesus é o Cristo,
Muitas vezes equacionamos teste­ achando que isto basta para saívá-
proporcionará
exaltação.

Presidente Hartman Rector, Jr.


do Primeiro Conselho
dos Setenta

esta conferência tão maravi­

N lhosa e inspiradora, apoia­


mos um novo profeta. Isto
se toma necessário, pois é um man­
damento de Deus, mas, naturalmente,
o trabalho ainda está por fazer. Nós
temos que segui-lo.
A resposta do Profeta Joseph

38 A LIAH O N A
los. Dizem que estão “ salvos” . Na­ fica “ despojar-se" do homem natural
turalmente que não. Como não salvou que é egoísta, convencido, impa­
um terço das hostes celestiais. A fir­ ciente, imoderado, desobediente e
ma Tiago: " . . . também os demô­ rebelde, tornando-se “ santo pela ex­
ni os. . . crêem e estremecem.” piação de Jesus Cristo, o Senhor'” .
(Tiago 2:19) No que eles crêem? Isto significa tornar-se “ como crian­
Que Jesus é o Cristo; de fato, eles ça, submisso, manso, humilde, pa­
o sabem. ciente, cheio de amor e disposto a
se submeter a tudo quanto o Senhor
Pedro teve testemunho de que
achar que lhe deve infligir, assim
Jesus é o Cristo; ele o prestou e
como uma criança se submete a seu
certamente provinha do Senhor, pois
pai.” (Mosiah 3:19)
o Mestre diz: “ ...porque to não re­
Para destacar este ponto em par­ Existem, contudo, algumas ocasiões
velou a carne e o sangue, mas meu
ticular, disse Jesus: “ Nem todo o em que não resta dúvida de quem
Pai, que está nos céus.” (Mat. 16:
que. . . diz: Senhor, S enhor!... (se­ está falando — é o Pai. Sua voz se
17) É muito improvável que naque­
rá salvo), mas aquele que faz a von­ fez ouvir no batismo de Jesus por
las alturas Pedro estivesse conver­
tade de meu Pai que está nos céus.” João Batista, no Jordão. Foi ouvida
tido, pois simulou desconhecer o
(Mat. 7:21) novamente no Monte da Transfigu­
Senhor Jesus Cristo, quando se
Jesus estava totalmente compro­ ração, e mais uma vez em 1820, no
achou em perigo de vida. Mais tarde,
metido a fazer a vontade do Pai, e bosque perto de Palmyra, Nova York,
o Mestre confirmava que Pedro não
foi inequívoco ao aconselhar-nos a pelo Profeta Joseph Smith — sem­
estava convertido, ao dizer-lhe, pouco
segui-lo no cumprimento da vontade pre ou apresentando seu Filho Jesus
antes de sua agonia e morte na
do Pai. Os que estão realmente con­ Cristo ou testificando dele.
cruz: “ ...quando te converteres,
vertidos desejam fazer a vontade do Entretanto, temos registros de pa­
confirma teus irmãos.” (Lucas 22:
Pai. E como saberemos a vontade lavras do Pai transmitidas a nós
32) O testemunho ou conhecimento
dele? É o que poderá vir diretamente pelos profetas. Alguns destes casos
de que Jesus era o Cristo não “ sal­
do Pai por revelação, mas isso é raro. aparecem no Livro de Mórmon, livro
vou" Pedro de negar o Mestre —
Quando ele dispõe de servos auto­ este do qual o Profeta Joseph Smith
provavelmente por não estar conver­
rizados, geralmente nos será comu­ prestou testemunho, dizendo: “ o
tido. Ele não seguiu o Senhor, quan­
nicada por intermédio destes — o mais correto de todos os livros na
do sentiu perigar a própria vida.
presidente da Igreja, as Autoridades te rra ... e o homem chegará mais
Quando estamos convertidos, nós
Gerais, o presidente da estaca, o perto de Deus acatando seus precei­
apoiamos e seguimos os servos un­
bispo, o presidente do ramo, ou, em tos, do que por nenhum outro livro.'
gidos do Senhor; estamos em con­
outras palavras, os servos ungidos (Documentary History of the Church,
cordância com eles. Este é um dos
do Senhor. Assim se torna clara a vol. 4, p. 46)
verdadeiros sinais da conversão.
necessidade de apoiarmos em reti­ Na passagem específica a que me
Muitos homens possuidores de tes­ dão os servos ungidos do Senhor. Se refiro, o Profeta Néfi explica por que
temunhos mostraram-se incapazes estivermos realmente convertidos, foi necessário Jesus ser batizado por
disso. Nesta dispensação, para citar estaremos também em harmonia com João para “ cumprir toda a justiça” .
alguns, Martin Harris, David Whit- eles. Este é um sinal da genuína Ensina que Cristo “ se humilha ante
mer e Oliver Cowdery (as três teste­ conversão; isto é fazer a vontade do o Pai, testificando-lhe obediência na
munhas do Livro de Mórmon) e Tho­ Pai. observância de seus mandamentos.
mas B. Marsh (o primeiro presidente Poucas são as ocasiões registra­ "...novam ente, mostra aos filhos
do Quorum dos Doze) tiveram esse das na história do mundo em que dos homens quão reto é o caminho
problema. Recusaram-se a apoiar o Deus, o Pai, falou diretamente ao e quão apertado é o portão pelo qual
servo ungido do Senhor, provocando homem. Geralmente, quem fala é o deverão entrar, tendo ele lhes dado
a sua expulsão da igreja. Senhor Jesus Cristo. Ele é o Jeová o exemplo.” Depois disse: “ Segui-
A conversão implica numa mudan­ do Velho Testamento. Tem autori­ me” (II Néfi 31:6-7, 9-10).
ça; como diz o Rei Benjamin, signi­ dade para falar em nome do Pai. Néfi pergunta: “ Portanto, meus

Dezem bro de 1974 39


queridos irmãos, poderemos nós se­
guir a Jesus, a menos que queiramos
guardar os mandamentos do Pai?"
(II Néfi 31:10) Depois, registra a
doutrina do Pai: “ . . . Arrependei-vos,
arrependei-vos, e sede batizados em
nome do meu Filho Bem-amado.
“ E a voz do Filho também veio a
mim, dizendo: "Aquele que for bati­
zado em meu nome receberá do Pai
o Espírito Santo, como eu recebi: se­
gui-me, pois, e fazei as coisas que
me vistes fazer.” (II Néfi 31:11-12)
Néfi escreve ainda que lhe veio a
voz dq Filho dizendo:
“ Se, depois de vos arrependerdes
de vossos pecados, de dardes teste­
munho ao Pai de que estais prontos
a guardar meus mandamentos, pelo ou rebelar-se contra os ungidos do de nós, mas recusando-nos a obede­
batismo de água, de haverdes rece­ Senhor, é muito significativa: cer, não obstante os convênios feitos
bido o batismo de fogo e do Espírito Dar-vos-ei uma das (chaves) dos nas águas do batismo, tornamo-nos
Santo e de terdes podido falar em mistérios do reino,” disse o Profeta. rebeldes. Alguns até mesmo parecem
língua nova, sim, na língua dos an­ “ É um princípio eterno que tem exis­ comprazer-se na sua rebeldia e van­
jos, me negardes, teria sido melhor tido com Deus por todas as eterni­ gloriam-se dela; se ao menos sou­
fc|ue não me tivésseis conhecido.” dades. O homem que se levanta para bessem que a ira do Senhor está
(II Néfi 31:14) condenar outros, criticando a Igreja, acesa contra todos os rebeldes, (Vi­
Então Néfi registra este testemu­ dizendo que se afastaram do caminho de D&C 63:2) e que serão feridos
nho do Pai a respeito do Filho; enquanto ele próprio é justo, sabei com muita dor e fracassarão. (Vide
“ E eu ouvi a voz do Pai, dizendo: então com certeza que esse homem D&C 1:3)
Sim, as palavras do meu Amado são está no caminho direto para a apos­
Os que se convertem terão
verdadeiras e fiéis. Quem perseverar tasia; e se não se arrepender, ele
sucesso nesta provação terrena. O
até o fim, esse será salvo.” (II Néfi apostatará tão certo quanto Deus
reino não vai fracassar. Ele é a pedra
31:15) vive.” (Ensinamentos do Profeta Jo­
que o Profeta Daniel viu ser cortada
Bem, esta é obviamente a mensa­ seph Smith, pág. 152 — CEB)
da montanha sem mãos e que rolou
gem mais importante que Deus, o Então, nossa recusa de apoiar ou
pelo lado do monte com ímpeto cada
Pai, poderia dar aos filhos: “ Arre- seguir os servos ungidos do Senhor
vez maior. Derrubou todos os outros
pendei-vos e sede batizados em é uma forma de rebelião, que é re­
reinos; encheu a terra inteira e per­
nome de Jesus Cristo, e depois per- sistência aberta ou intencional e
durou para sempre.
severai até o fim. Esta é a vontade desafio à autoridade de Deus. Rebel­
do Pai. Isto é o que ele quer para dia é o oposto de obediência e leva O reino de Deus é um vencedor.
seus filhos. A marca da verdadeira à expulsão do reino. Foi isto que Não é formidável ser parte de um
conversão é a perseverança. Somente aconteceu a Lúcifer. Ele recusou-se vencedor? Não gostais de um ven­
aquele que perseverar até o fim se a apoiar o Senhor no sentido de não cedor? Eu gosto. Confesso que odeio
beneficiará do grande e eterno plano seguir e fazer as coisas que vira o perder. Acho que sou o pior perde­
de redenção. Pai fazer antes dele. dor do mundo. Não creio nisto. Diz-
A declaração do Profeta Joseph Quando deixamos de fazer o que se que não importa se a gente ganha
Smith sobre os perigos de se criticar sabemos ser certo, tendo a luz diante ou perde, mas como joga. Não acre-

40 A LIAHONA
igreja, nestes últimos dias, seme­ e temerão por causa dos seus terrí­
lhante a um juiz que se assenta sobre veis. O Senhor o disse. Amém."
um monte ou num lugar alto, para (D&C 64:29, 33-43).
julgar as nações. Isto vos parece um perdedor? Di­
“ Pois acontecerá que os habitantes go-vos que não. E os que se conver­
de Sião julgarão todas as coisas refe­ tem, que conseguem seguir ao Se­
rentes a Sião. nhor e seus servos ungidos, estes
“ E provocarão os mentirosos e hi­ são os que realizarão os propósitos
pócritas, e os que não forem apósto­ de Deus. Antes de poder tornar-se
los e profetas serão conhecidos. um grande líder no reino de Deus,
“ E mesmo o bispo, que é um juiz, tendes que ser primeiro um grande
diteis nisso; faz uma diferença enor­
e os seus conselheiros, se nas suas seguidor. Obedecer ainda é melhor
me se a gente ganha ou não. Viemos que sacrificar, e atender melhor do
mordomias não forem fiéis, serão
à terra para vencer, e nós vencere­ que gordura de carneiro. (Vide I Sa­
condenados, e outros serão postos
mos, se nos agarrarmos ao Senhor, em seus lugares. muel 15:22).
porque o Senhor não vai perder. Ele “ Pois eis que vos digo que Sião Que o Senhor nos abençoe, para
não pode perder. O reino é um ven­ que perseveremos e permaneçamos
florescerá, e a glória do Senhor es­
cedor, e se seguirmos seu caminho, tará sobre ela; fiéis, ao seguirmos os servos ungi­
nós ganharemos com ele. A promessa “ E será um estandarte para o povo, dos do Senhor, e que nos possamos
é infalível: “ Quem perseverar até o sentir bem com isso. Eu oro que as­
e a ele virá gente de todas as nações
fim, esse será salvo." (II Néfi 31:15) debaixo dos céus. sim seja, em nome de Jesus. Amém.
O testemunho não nos salvará; “ E dia virá em que as nações da
mas testemunho somado à fé e con­ Discurso proferido na sessão vespertina de
terra estremecerão por causa dela, domingo, 7 de Abril de 1974.
versão, a qual inclui força de resistir,
que é perseverança, nos exaltará.
Escutai as palavras do Mestre:
“ Portanto, como sois agentes, es­
tais empenhados no serviço do Se­
nhor; e tudo o que fizerdes de acordo
com a sua vontade é negócio do Se­
nhor.
"Portanto, não vos canseis de fazer
o bem, pois estais construindo o ali­
cerce de um grande trabalho. E de
pequenas coisas provêm as grandes.
“ Eis que o Senhor exige o coração
e uma mente obediente; e nestes
últimos dias, os de boa vontade e os
obedientes comerão do bem da terra
de Sião.
"E os rebeldes serão banidos da
terra de Sião, e serão expulsos, e
não herdarão a terra.
“ Pois na verdade digo que os re­
beldes não são do sangue de Efraim,
portanto, serão extirpados.
"Eis que eu, o Senhor, fiz a minha

Dezem bro de 1974 41


“ Trazei todos os dízimos à casa do para a família com o que ganham.
tesouro, para que haja mantimento O dízimo é um décimo dos dividen­
na minha casa, e depois fazei prova dos provenientes de investimentos.
de mim, diz o Senhor dos Exércitos, O dízimo é um décimo do seguro
se eu não vos abrir as janelas do líquido recebido, menos os prêmios,
céu, e não derramar sobre vós uma desde que se pagou dízimo sobre os
bênção tal, que dela vos advenha a prêmios.” (Conference Report, abril
maior abastança." (Mal. 3:10). de 1953, p. 98. Grifo nosso).
Freqüentemente ouvimos dizer: Vários presidentes da Igreja têm
“ Não me posso dar ao luxo de pagar explicado que o pagamento do dízi­
o dízimo.” mo é um assunto individual e pes­
— Pessoas que falam assim ainda soal, e uma contribuição voluntária.

“Se Eu... não aprenderam que elas não se po­ Brigham Young ensinava os santos,
dem dar ao luxo de não pagar o dízi­ nos primórdios da Igreja, dizendo:
mo. Existem muitos membros que, “ Não pedimos a ninguém que pague
Não por experiência própria, podem testi­ dízimo, a não ser que esteja dis­
ficar, e o fazem, que nove décimos posto a fazê-lo: mas, se quereis pagá-

Derramar bem planejados, distribuídos e gas­ lo, fazei-o como homens honestos."
tos com sabedoria, com as bênçãos (“ Brigham Young on Tithing", Impro-

Sobre Vós do Senhor, renderão muito mais do vement Era, maio de 1941, p. 282.)
que dez décimos gastos sem plane­
Anos mais tarde, o Presidente
jamento e sem as bênçãos do
Uma Senhor.
O pagamento do dízimo é uma
Grant advertia o povo nestes termos:
“ O Senhor, como sabeis, não manda
coletores uma vez por mês para
Bênção” prova de nossa fé e lealdade. Há
muitos anos, já aconselhava o Pre­
arrecadar notas; ele não nos manda
nossa conta uma vez por mês; o
sidente Joseph F. Smith: “ Através
Senhor confia em nós; somos agen­
desse princípio (o dízimo), será
tes; temos o livre a rb ítrio ..." (He­
O pagamento do posta à prova a lealdade do povo
ber J. Grant. “ Settlement", Improve-
dízimo é uma desta Igreja. Através desse princípio,
ment Era, janeiro de 1941, p. 9)
serão conhecidos os que são a favor
prova de fé e
do reino de Deus ou contra ele.” Há mérito em pagar o dízimo,
lealdade. (Joseph F. Smith, A Doutrina do quando se recebe a renda ou lucro,
Élder Henry D. Taylor
Evangelho, vol 1., p. 167) embora os agricultores e outros que
assistente do Conselho dos Doze
Muitas vezes surge a pergunta: têm negócio próprio geralmente
om o crescente custo de bens “ O que é o dízimo?” Joseph L. Wir- achem necessário calcular seus

C e serviços, a inflação au­


menta constantemente. Tais
aumentos provocam dificuldade para
thlin, ex-bispo presidente da Igreja, lucros em base anual. Novamente o
deu-nos uma definição clara, ao ex­ Presidente Grant sugere, baseado
plicar: “ O próprio termo já significa em anos de experiência e observa­
muita gente, mas particularmente um décimo. O dízimo é um décimo ção: “ O pagamento de nosso dízimo
para as pessoas e famílias com ren­ das rendas totais do assalariado. O na época própria — quando recebe­
dimentos fixos. Há tanta necessidade dízimo é um décimo da renda líquida mos nosso rendimento — torna-se
de cada dólar disponível, que é pre­ do profissional liberal. O dízimo é mais fácil. Descobri que aqueles que
ciso um ajustamento constante para um décimo da renda líquida do agri­ pagam dízimo todos os meses en­
nos mantermos dentro do orçamento. cultor e também um décimo da pro­ contram menos dificuldade em fazê-
Séculos atrás, o Senhor deu-nos dução usada por ele para sustento lo do que aqueles que deixam para
uma fórmula, através de um seu pro­ da família, o que é uma exigência pagá-lo no fim do a n o . . . " (Heber
feta, para solucionar esses proble­ justa e equitativa, uma vez que os J. Grant, Gospel Doctrine, p. 9.)
mas, quando disse a Malaquias: outros têm de adquirir a alimentação A lei do dízimo veio como um

42 A LIAHONA
mandamento do Senhor, e quando um mandamento de Deus, mas por­
cumprimos essa lei e mandamento, que espero ser abençoada, fazendo-o.
temos direito às bênçãos prometidas, Cumprindo esta e outras leis, espero
pois o Senhor disse: “ Eu, o Senhor prosperar e ter condições de cuidar
estou obrigado quando fazeis o que da minha fam ília." (CR, abril de 1900,
eu digo; mas, quando não o fazeis, p. 48)
não tendes promessa nenhuma." Lembro-me de estar sentado neste Afastando a terra com as mãos, reti­
(D&C 82:10. Grifo nosso) histórico Tabernáculo, em outubro rou um vidro de conserva. Abriu-o,
Nos primeiros tempos da Igreja, de 1948, quando se realizava a con­ meteu a mão dentro dele, retirou
havia uma mulher boa e fiel, Mary ✓ ferência semi-anual da Igreja. Falava algo que entregou a mim — era
Smith, viúva do patriarca martirizado o Élder Matthew Cowley, do Conse­ dinheiro neo-zelandês. Em moeda
Hyrum Smith. Ela acreditava firm e­ lho dos Doze. Na ocasião, contou americana, devia eqüivaler a uns cem
mente nas promessae! do Senhor.' um incidente que me deixou uma dólares. E disse: “ É o meu dízimo.
Joseph F. Smith e Joseph Fielding profunda e indelével impressão. En­ Agora posso apertar a mão do Sacer­
Smith, respectivamente seu filho e quanto servia como presidente da dócio de Deus.”
neto, chegaram a ser presidentes da Missão da Nova Zelândia, visitou “ Eu falei: “ A irmã não deve tanto
Igreja. O primeiro conta um incidente uma boa irmã maori, que acreditava dízimo.”
ocorrido quando ele tinha uns dez sinceramente no princípio do dízimo “ E ela retrucou: “ Eu sei. Eu não
anos de idade: e o cumpria. Falou-nos da experiên­ devo agora, mas estou pagando um
“ Lembro-me perfeitamente de algo cia nestas palavras: pouco adiantado, porque não sei
que ocorreu em minha infância” , “ Bem, certa vez dei uma chegada quando o Sacerdócio de Deus apa­
conta ele. “ Minha mãe era viúva, como sempre fazia, quando visitava recerá novamente por aqui."
com uma grande família para cuidar. a vizinhança, para ver a grande mu- Aí, após uma breve pausa e bas­
Certa primavera, quando abríamos lherzinha, então nos seus oitenta, e tante emoção, o Irmão Cowley pros­
nosso silo de batatas, ela pediu-nos, cega. Ela não pertencia a um ramo seguiu: “ E então eu me curvei e
a mim e meus irmãos, que carregás­ organizado e não tinha nenhum con­ encostei nariz e testa contra os dela,
semos uma carroça com as melhores tacto com o Sacerdócio, exceto e as lágrimas de meus olhos rolaram
batatas, para levá-las à Igreja como quando era visitada pelos missioná­ pelas suas f ac es . . . " (CR, outubro
dízimo; naquela ocasião, as batatas rios. Naqueles tempos, não tínhamos de 1948, pp. 159-60)
andavam muito escassas. Eu era ain­ missionários, estavam todos lutando Meus queridos irmãos, o Senhor
da menino, mas fui encarregado de na guerra. realmente cumpre suas promessas.
dirigir a carroça. Quando chegamos “ Entrei e cumprimentei-a à moda Ele de fato abre as janelas do céu
aos degraus do escritório do dízimo, maori. Ela estava no quintal, junto e derrama suas bênçãos sobre os
prontos para descarregar as batatas, de uma pequena fogueira. Estendi- que são fiéis e obedecem a seus
um dos secretários disse à mamãe: lhe a mão para apertar a dela e ia mandamentos, mas isto à sua pró­
-Viúva Smith, é uma vergonha que esfregar meu nariz no dela, quando pria maneira. Essas bênçãos poderão
deva pagar o dí zi mo: ". . . ele censu­ ela falou: “ Não aper'e minha mão... vir de modo financeiro ou temporal,
rou minha mãe por pagar o dízimo, “ Eu disse então: “ Ora, o que tem ou então como um extravasamento
chamou-a de tudo, menos de prudente nas mãos é sujeira limpa. Eu quero espiritual, trazendo força, paz e con­
ou sábia; afirmou que havia pessoas apertar-lhe a mão. Tenho prazer forto. Suas bênçãos podem surgir de
fortes e capazes de trabalhar que nisso. Eu desejo." maneira inusitada e inesperada, de
eram sustentadas pelo escritório do Ela respondeu: “ Ainda não." Então, modo que & primeira vista talvez!
dízimo. Minha mãe voltou-se para pondo-se de joelhos, engatinhou até nem sequer as reconheçamos como
ele, dizendo: você devia enver­ a casa. No canto desta, havia uma tal; mas o Senhor cumprirá o que
gonhar-se do que disse. Você me pá. Pegou-a e saiu engatinhando nou­ promete. E isto eu testifico em no­
negaria uma bênção? Se eu não pa­ tra direção, medindo a distância que me de nosos Senhor e Salvador,
gasse meu dízimo, não poderia espe­ percorria. Chegando a determinado Jesus Cristo. Amém.
rar merecer as bênçãos do Senhor. ponto, pôs-se a cavar o chão com a
Discurso proferido na sessão vespertina de
Pago meu dízimo não apenas por ser pá, Finalmente, bateu em algo duro. domingo, 7 de Abril de 1974.

Dezem bro de 1974 43


Em Vias de
Preparação Novo Hinário
da Igreja, Os Santos Estão
Convidados a Apresentar Músicas e Letras
Departamento de Músi­ lar, família e outros temas de O Élder Stone comentou que,

0 ca da Igreja está inician­


do os preparativos para
um novo hinário, e solicitam os
a participação dos santos de
particular significado para os
santos.
3. Os hinos deverão ser
apresentados de maneira apro­
baseado em experiências pas­
sadas, "apenas um número re­
lativamente pequeno dos hinos
apresentados se qualificarão
toda parte em sua compila­ priada — a letra datilografada para o novo hinário. A fim de
ção, de acordo com o Élder O. ou escrita de modo legível, a evitar trabalho desnecessário
Leslie Stone, assistente do música em manuscrito bem le­ e desapontamento, recomenda­
Conselho dos Doze e diretor do gível (de preferência a tin ta ), mos que os santos que dese­
departamento. com apenas um hino por pá­ jam apresentar trabalhos, con­
“ Está previsto que levará gina. sultem prim eiro compositores
muito tempo para coletar, ava­ 4. Os manuscritos deverão e letristas locais qualificados
liar e examinar o material a ser ser endereçados ao Church para obter orientação e suges­
considerado. Os comitês do de­ Music Department, 50 East tões.
partamento vão rever h in 'rio s North Temple Street, Salt Lake “ Até mesmo os mais talen­
antigos, bem como outros ma­ City, Utah 84150. O material tosos compositores e letristas,
teriais eventualmente apropria­ não aceito será devolvido so­ possuidores de anos de expe­
dos. mente se for incluído o selo riência, muitas vezes criam
“ Além disso,” diz o Élder para devolução. (Em áreas em hinos aceitáveis somente após
Stone, “ convidamos os compo­ que não é possível adquirir se­ seguidas tentativas e muito
sitores, autores e poetas da los dos Estados Unidos, os ma­ trabalho de revisão e refina­
Igreja a submeterem ao depar­ nuscritos serão devolvidos, se m ento,” explica o Élder Stone.
tamento suas melhores obras fo r solicitado.) O prim eiro hinário SUD, in­
para consideração.” 5. Quanto às áreas da Igreja titulado A Collection of Sacred
Aqui vão as diretrizes: de fala não-inglesa, os manus­ Hymns for the Church of the
1. Os compositores devem critos poderão ser submetidos Latter Day Saints (Coleção de
fornecer sua própria letra; é no idioma pátrio do autor. Hinos Sagrados para a Igreja
permitida a cooperação de le- 6. O material aceito passará dos Santos dos Últimos Dias),
tristas e compositores. Entre­ a ser propriedade da Igreja. Os foi publicado em 1835. Era uma
tanto, os letristas podem sub­ compositores e autores cujos
edição de bolso, medindo apro­
meter suas obras sem música. trabalhos forem aceitos, deve­
ximadamente 7,5 cm x 11,5 cm,
2. São incentivados hinos a rão esperar que estes sejam
editados ou adaptados confor­ e continha a letra de noventa
respeito da restauração, inclu­
sive hinos que ampliem os as­ me a necessidade. hinos, trinta e nove dos quais
suntos já existentes no hinário 7. São bem-vindas suges­ de autoria de poetas SUD. Des­
atual. Há uma necessidade es­ tões e idéias dos membros da de aí, houve pelc^, menos uma
pecial de hinos sacramentais, Igreja com respeito ao novo dúzia de revisões gerais ou edi­
bem como sobre o Sacerdócio, hinário. ções em inglês, e muitos dos

44 A LIAHONA
hinos foram traduzidos para talmente ociosa, sintam sufi­ “ Nosso departamento, com
uns vinte e cinco idiomas. ciente interesse num trabalho seus supervisores, os élderes
Emma Smith compilou o pri­ desse tipo, que enviem imedia­ Mark E. Petersen e Boyd K. Pa­
meiro hinário, depois de o Pro­ tamente todos os hinos sele­ cker, do Conselho dos Doze,
feta Joseph haver recebido tos, recém-compostos ou revi­ gostaria de fazer eco ao convi­
uma revelação, designando-a sados. Referindo-nos aos dota­ te de Emma Smith, encorajan­
para fazer uma coletânea de hi­ dos de talento poético, não pre­ do “ . . . todos aqueles que te­
nos a serem usados pela igreja tendemos excluir ninguém; nham bons hinos que animem
restaurada. (D&C 25.11-12) Ela queremos que todos aqueles o coração do ju s to .. . ’
então, a 1.° de novembro de que tenham bons hinos que ani­ Exemplar de A Collection of
1840, publicava este anúncio mem o coração do justo, re­ Sacred Hymns for the Church
no Times and Seasons: metam-nos tão logo possível, of the Latter Day Saints, o pri­
“ ...s o lic ita m o s a todos os endereçados à senhora Emma meiro hinário Sud compilado
dotados de talento poético, Smith, Nauvoo, Illin o is .” por Emma Smith e publicado
cuja musa não tenha estado to ­ O Élder Stone concluiu: em 1835.

Anunciada Conferências
de Área no Japão e Coreia
ais duas conferências O mesmo grupo de líderes da auxiliarão no planejamento das

M gerais de área, desta


vez na Ásia, foram
anunciadas pela Primeira Pre­
Igreja seguirão via aérea para
Seul na semana seguinte para
a conferência da Coréia. Esta
conferências.
A programação das confe­
rências do Japão e Coréia é se­
sidência. está marcada para sexta, sába­ melhante às da Inglaterra, Mé­
Essas conferências com du­ do e domingo, dias 15, 16 e 17 xico e Alemanha, e destina-se
ração de três dias, serão reali­ de agosto. a prover treinamento de lide­
zadas em fins-de-semana su­ No Japão a Igreja conta com rança, inspiração e conselhos
cessivos em agosto de 1975 duas estacas, seis missões e espirituais para os membros da
em Tóquio, Japão, e Seul, Co­ um total de 22.653 membros. Igreja.
réia, comunicou o Presidente Na Coréia, existem 8.431 mem­ O programa prevê uma reu­
Spencer W. Kimball na semana bros residentes e n uma estaca nião social e recreativa na noi­
passada. e uma missão. te de sexta-feira, sessões ge­
Em Tóquio, a conferência Na organização das confe­ rais na manhã e tarde de sába­
realizar-se-á na sexta, sábado e rências as autoridades gerais do, reuniões especiais no sá­
são assistidas por estes repre­ bado à noite, e mais duas ses­
domingo, dias 8, 9 e 10 de agos­
sentantes regionais dos Doze sões gerais no domingo de ma­
to de 1975, sob a direção da
encarregados das ditas áreas: nhã e à tarde.
Primeira Presidência e com Paul C. Andrus, Honolulu; Além dos numerosos líderes
presença de membros do Con­ Adney Y Komatsu, Honolulu; locais que participarão nas con­
selho dos Doze e outras autori­ Edward Y Okazaki, Denver, e ferências, os números musi­
dades gerais. Todos os mem­ Kan Watanabe, Tóquio. cais ficarão a cargo de gran­
bros da Igreja no Japão estão Os presidentes de estaca e des coros formados por mem­
convidados a comparecer. missão daquelas áreas também bros daqueles dois países.

Dezem bro de 1974 45


MATERIAIS PARA O ANO 1975-1976
O Élder J. Thomas Fyans, Assistente do Conselho dos Doze e Diretor
Gerente do Departamento de Comunicações Internas, anunciou que os
materiais para uso das alas e ramos no Hemisfério Norte estão
sendo despachados agora para os Bispos e Presidentes de Ramos que enviaram
seus pedidos aos seus respectivos centros de distribuição. Os materiais
para o Hemisfério Sul (nosso caso) serão enviados durante os meses de janeiro
e fevereiro. Todos os novos materiais para o Sacerdócio e as organizações
auxiliares serão incluídos nessa remessa.

Exposição Mórmon Em São Paulo


« W E $0(0810

Painel Ilustrativo sendo demonstrado aos visitantes. Trabalhos apresentados pela Sociedade Socorro.

ob o conhecido tema “ Nenhum outro sucesso na o fato de não existir um céu sem família, sendo ela a

S vida pode compensar o fracasso no lar” , uma

magnífica exposição tratando dos aspectos edu­


cacionais, históricos e doutrinários da Igreja, foi mos­
verdadeira unidade celestial. Foi apresentado o pro­
grama de reuniões familiares como responsável pelo
sucesso e aperfeiçoamento das famílias mórmons. Mui­
tos outros conhecimentos foram levados aos visitantes
trada ao povo paulista nos dias 2 a 15 de outubro através de outros painéis montados pelas diversas orga­
p.passado. Saul Messias de Oliveira, presidente da nizações auxiliares da Igreja. Uma seqüência de quadros
Estaca São Paulo Sul e diretor do programa de semi­ ilustrativos mostrava a história do homem, a história
nários no Brasil, acrescentou que; “ O propósito daquela da Igreja nos tempos de Jesus Cristo e a história do
exposição foi mostrar como a Igreja tem conseguido Livro de Mórmon, bem como a restauração do evangelho
superar aos graves problemas que envolvem a família e dos poderes do sacerdócio nos últimos dias.
moderna". Procurando definir aos visitantes o valor
incomparável da família humana, a exposição se iniciava Para um aproveitamento total, os visitantes eram
com uma projeção de 15 slides e uma fita explicativa conduzidos aos diferentes pontos da exposição pelos
mostrando como os mórmons organizam sua vida fami­ solícitos e atentos missionários de estaca, missionários
liar. Entre muitos esclarecimentos, foi salientado o fato de tempo integral e outros mais, que durante aquele
da família constituir a unidade básica da sociedade e período de 13 dias, procuraram com todo amor colocar
ser uma instituição divina e eterna. A idéia principal dentro de cada visitante, uma semente do verdadeiro
desta mensagem visava esclarecer aos não mórmons

46 A LIAHONA
evangelho de Jesus Cristo. Com um resultado satisfa­ atividades e costumes da Igreja conforme apresentados
tório, 2 filmes eram exibidos em diferentes sessões naquela exposição, pôde reforçar a afirmação de que os
cinematográficas, onde uma audiência compreendida santos dos últimos dias é realmente um povo diferente
entre 30 e 60 pessoas podiam vislumbrar o fascinante e feliz e que suas famílias são bem constituídas, poden­
ensinamento sobre o propósito da vida, além de conhe­ do assim orientar os seus filhos na vida terrena e
cerem o grande desenvolvimento da Igreja de Jesus encaminhá-los para a eternidade.
Cristo em diversas partes do mundo. Aproximadamente 14.000 pessoas passaram e apre­
As habilidades, talentos e dedicação dos santos dos ciaram aquela exposição. Ao término de suas visitas,
últimos dias, foram conhecidas através de stands mon­ muitos externaram sua apreciação e admiração pelo
tados pelo Sacerdócio Aarônico, Sociedade de Socorro grandioso trabalho. Muitos testemunhos foram redigidos
e Primária, onde os seus mais perfeitos trabalhos eram pelos visitantes e 3.500 deles se acham arquivados pela
admirados por todos. direção da exposição. Conforme o presidente Saul fri­
Uma grande parte da literatura exposta, pôde dar sou, nunca na história da Igreja no Brasil, tantas pessoas,
aos visitantes uma idéia do alto nível de conhecimento em tão pouco tempo, ouviram a mensagem da Igreja de
e esclarecimento dos membros SUD. O programa, as Jesus Cristo.

A Estaca De Curitiba
Realiza Sua
3.a Conferência Anual

Local da Conferência — Capela da Estaca.

om sua explêndida 3.» conferência anual realizada

C
ram justificar a importância da Igreja, dando assim aos
no dia 15 de outubro do corrente, presidida pelo visitantes presentes, um incentivo para uma decisão
Élder J. Thomas Fyans (assistente dos doze), a segura e acertada.
estaca de Curitiba ganhou prestígio entre o povo curi-
Verificou-se o crescimento da estaca pelo número
tibano, enaltecendo assim o seu grande número de
elevado de mais 15 homens ordenados ao ofício de
membros.
élder no sacerdócio de Melquizedeque e também a
Contando com a boa cobertura da imprensa falada,
aprovação para a construção de mais uma capela. A
escrita e televisionada, a Igreja pôde levar ao povo local
ala 5 que ganhará esta nova capela, conta com a dire­
alguns conhecimentos sobre o mormonismo. A “ Gazeta
ção do novo bispo Victor Bento, ordenado nesta con­
do Povo", jornal eminente daquela região, mostrou aos
curitibanos o sucesso e crescimento do povo mórmon ferência.
em sua cidade. Contando com mais de 4.000 membros, A sede da estaca, capela que se destaca pela sua
a estaca de Curitiba compõe-se de nove alas; sendo beleza e simplicidade, ganha o seu bom nome, podendo
seis em Curitiba, duas em Ponta Grossa e uma em ser encontrada no guia turístico da cidade de Curitiba,
Joinville. Para esta conferência a estaca gozou de uma fator este que implica no conhecimento da existência
freqüência de 980 membros das diversas alas. As pala­ da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
vras proferidas pela autoridade geral, Élder J. Thomas naquela cidade. Com estes acontecimentos é bem pro­
Fyans, bem como pelo presidente da estaca, o irmão vável que a divulgação da Igreja se faça mais presente
Jason Garcia Souza e outros líderes presentes, conver­ e aumente as condições e facilidade de levar o verda­
giram-se a um ponto específico: “ Mensagens especiais deiro evangelho aos que realmente tem o desejo de o
aos pesquisadores da Igreja". Todos os oradores procura- abraçarem.
E vi outro anjo
voar pelo meio
do céu, e tinha o
evangelho eterno,
para o proclamar
aos que habitam
sobre a terra, e a
toda a nação, e
tribo, e língua, e
povo. Dizendo
com grande voz:
Temei a Deus,
e dai-lhe glória;
porque vinda é a
hora do seu juízo.
E adorai aquele
que fez o céu,
e a terra,
e o mar,
e as fontes
das águas.
(Apoc. 14:6-7)

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