Sie sind auf Seite 1von 35

Sistemas Eléctricos e Electromecânicos

Colectânea de Problemas

2007

DEEC – Área de Especialização em Energia

Gil Marques
Maria José Resende
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

PROBLEMA 1 - CIRCUITOS RESISTIVOS

Considere o circuito representado na figura onde também se representaram os valores das fontes e
resistências.

R1 = 2,5Ω R3 = 10 Ω
R1 R3

Vs = 12VVs R2 R4
Js
Js = 0,8 A
R2 = 10 Ω R4 = 20 Ω

a) Determine todas as correntes nos ramos e tensões nas fontes utilizando o método das correntes
fictícias

Escolham-se as correntes de malha como se indica na figura. Não é necessário escolher uma corrente de
malha no ramo da fonte de corrente pois esta corrente já é conhecida neste ramo.

Circulando na malha 1, obtém-se:

− Vs + R1 J 1 + R2 (J 1 − J 2 ) = 0

Circulando na malha 2, obtém-se:

− R2 (J1 − J 2 ) + R3 J 2 + R4 (J 2 + J s ) = 0

Colocando na forma matricial, tem-se:

 R1 + R2 − R2   J1   Vs 
 −R =
 2 R2 + R3 + R4   J 2  − R4 J s 

Substituindo valores:

12,5 − 10  J1   12 
− 10 40   J  = − 16
  2   

Usando a matriz inversa tem-se:

−1
 J1  12,5 − 10  12   0,1 0,025   12   0,1x12 − 0,025x16   J1   0,8 
 J  = − 10 40  − 16 = 0,025 0,0312 − 16 = 0,025x12 − 0,0312 x16 ⇔  J  = − 0,2
 2           2  
2
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

b) Calcule as potências em todos os elementos e verifique o princípio de conservação de energia.

O cálculo das correntes e tensões nos elementos faz-se a partir do valor das correntes fictícias. Vamos arbitrar
as tensões como se representa na figura e as correntes no sentido do terminal + para o terminal -.

As correntes, tensões e potências serão:

Elemento Corrente [A] Tensão [V] Potência [W]

Vs I s = − J1 = −0,8 Vs = 12 Vs I s = −9,6

R1 I1 = J1 = 0,8 V1 = I1 R1 = 2 V1 I1 = 1,6

R2 I 2 = J1 − J 2 = 1 V2 = R2 I 2 = 10 V2 I 2 = 10

R3 I 3 = J 2 = −0 , 2 V3 = R3 I 3 = −2 V3 I 3 = 0,4

R4 I 4 = J 2 + J s = 0,6 V4 = R4 I 4 = 12 V4 I 4 = 7 , 2

Js J s = 0,8 V J s = −V4 = −12 V J s J s = −9,6

Verifica-se que, por coincidência, ambas as fontes estão a fornecer ao circuito 9,6W.

Pelo princípio da conservação de energia,

∑ Energia Fornecida = ∑ Energia Dissipada


9,6 + 9,6 = 1,6 + 10 + 0,4 + 7 ,2

Processo simplificado

Aplicando a conversão Norton-Thevenin, tem-se o circuito:

Cujas equações são:

 R1 + R2 − R2   J1   Vs 
 −R =
 2 R2 + R3 + R4   J 2  − R4 J s 

3
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

Estas equações são exactamente iguais às anteriores pelo que a sua solução é:

 J1   0,8 
J  =  
 2  − 0,2

Princípio da sobreposição

Estas duas correntes podem ser vistas como a soma de dois termos. Um é devido à fonte de tensão e o outro
é devido à fonte de corrente. Estes dois termos poderiam ser calculados directamente a partir dos dois
circuitos seguintes:

R1 R3

Js
R2 R4

(a) – Fonte de corrente nula (circuito aberto) (b) - Fonte de tensão nula (curto-circuito)

No primeiro caso anulou-se a fonte de corrente (corrente nula no ramo).

Resolvendo este circuito, obtém-se:

 J1a  1,2 
J  =  
 2a  0,3

No segundo caso anulou-se a fonte de tensão (tensão nula = curto-circuito)

 J1b  − 0,4
J  =  
 2b   − 0,5

A solução do circuito é obtida pela sola das duas soluções parciais:

 J1   J1a + J1b   0,8 


J  = J + J  =  
 2   2a 2b  − 0,2

c) Volte a calcular os mesmos valores pedidos na alínea a) utilizando o método dos nós.

A tensão aos terminais de cada um dos elementos do circuito em função das tensões dos nós, Va , Vb e Vc
relativamente ao nó de referência são:

4
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

Vs = Va
V1 = Va − Vb

V2 = Vb (1)
V3 = Vb − Vc
V4 = Vc

Aplicando a lei nos nós de Kirchhoff,

Nó a → I s = − I1

Nó b → I1 = I 2 + I 3 (2)

Nó c → I3 + J s = I 4

Atendendo a que para as resistências se tem

V
Ii = i com i = 1,2,3,4
Ri

substituindo (1) em (2) obtém-se:

 
  I s   s 
V

− R1 1 0   
 0 1+ 1 +
R R1 R1    V 
− V = s
 R2 R3 R3   b   
  
 0 1 1 1     
− + V
 R3 R3 R4   c   J s 

Em termos numéricos a expressão anterior resulta em:

− 2,5 1 0   I s   12 
 0 1,5 − 0,25 Vb  =  12 
  
 0 − 0,1 0,15  Vc  0,8

Cuja solução é:

 I s  − 0,8
Vb  =  10 
   
Vc   12 

A partir destes valores e através das equações (1) e (2) obtêm-se as restantes grandezas.

A resolução do sistema de equações resultante da aplicação do método dos nós ficaria facilitada se se tivesse
aplicado uma transformação Thevenin-Norton ao ramo da fonte de tensão, transformando-o numa fonte de
corrente.

5
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

Circuito Eq. Norton

Vxy = Vs − R1I1 Vxy = Rn I n − Rn I1

Comparando as duas equações obtém-se

V
Rn = R1 e In = s
R1

O circuito original é equivalente ao da figura seguinte onde

V
I n = s = 4,8 A
R1

As equações deste circuito serão:

1 1 1 1 
R + R + R −
R3  Vb   I n 
 1 2 3  =
 1 1 1  Vc   J s 
− +
 R3 R3 R4 

Em termos numéricos, obtém-se:

 0,6 − 0,1 Vb  4,8


− 0,1 0,15  V  = 0,8
  c   

Cuja solução é idêntica à anterior:

Vb  10
V  =  
 c  12

A partir destas soluções podem-se calcular todas as restantes grandezas.

6
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

PROBLEMA 2 - CIRCUITO RL SÉRIE (REGIME PERMANENTE)

Determine a evolução temporal em regime permanente das tensões e correntes em cada um dos elementos,

quando aplica uma fonte de tensão alternada sinusoidal de valor eficaz Eef = 230 V , f = 50 Hz .

u R (t )
i

R Ω
R = 20
e (t ) L u L (t )
L = 300 mH

e(t ) = 2 Eef sin( ωt ) → E = Eef e jo º

Z = Z R + Z L = R + jωL = Z e jϕ

sendo Z = R + (ω L )
2 2
subs.valores Z (
= 202 + 2π50 × 300 × 10 −3 )2 = 96 Ω
 ωL   2π50 × 300 × 10 −3 
e ϕ = arctan  subs.valores ϕ = arctan  = 78º
 R   20 
 

j0
E Eef e E 230 − j 78
I= = jϕ
= ef e − jϕ = I ef e − jϕ subs.valores I= e = 2,4 e − j 78 A
Z Ze Z 96

U R = R I = R I ef e − jϕ subs.valores U R = 20 × 2,4 e − j 78 = 48 e − j 78 V

U L = jω L I = ω L e j 90 I ef e − jϕ = ω L I ef e j (90 º − ϕ )
subs.valores U L = 2π50×300×10−3 × 2,4 e j(90−78) = 225e j12 V
A evolução temporal das grandezas será, então:

π
i(t ) = 2 × 2,4 sin(ωt − 78º )
180

π
u R (t ) = 2 × 48 sin(ωt − 78º )
180

π
u L (t ) = 2 × 225 sin( ωt + 12º )
180
7
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

[V] e(t) uR(t) uL(t) i(t) [A]


400 5

300 4
3
200
2
UL 100 1
UR
0 0
UR 78º E 0 90 180 270 360 450 540 630 720 -1
-100
-2
I -200
-3
-300 -4

-400 -5

8
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

PROBLEMA 3 – CIRCUITOS TRIFÁSICOS

Considere o circuito representado na figura

A fontes de tensão constituem um sistema simétrico e equilibrado de tensões de valor eficaz 230 / 400 V e
frequência f = 50 Hz . O valor dos parâmetros é:

R1 = 10 Ω R2 = 6 Ω R3 = 4,36 Ω L = 25,5 mH
C = 354 µF
a) Calcule as 3 correntes nas fases bem como a corrente de neutro.

V s1 = 230 e j 0º V s 2 = 230 e − j120º V s3 = 230 e − j 240º


As impedâncias de carga de cada fase são:

Z1 = Z R = R subs. valores Z 1 = 10 Ω

Z 2 = Z R + Z L = R + jωL subs. valores Z 2 = 6 + j100π × 25,5 × 10 −3 Z 2 = 10 e j 52,6º

j j
Z3 = Z R + ZC = R − subs. valores Z 3 = 4,36 − Z 3 = 10 e − j 64,1º
ωC −6
100π × 354 × 10

V s1 230 e j 0º
I1 = subs. valores I1 = = 23 e j 0º A
Z1 10

V s2 230 e − j120º
I2 = subs. valores I2 = = 23 e − j172,6º A
Z2 j 52,6º
10 e

V s3 230 e − j 240º
I3 = subs. valores I3 = = 23 e − j175,9º A
Z3 − j 64,1º
10 e
A corrente de neutro será:

I N = I1 + I 2 + I 3 subs. valores I N = 23 e j 0º + 23 e − j172,6º + 23 e − j175,9º

I N = −22,8 − j 4,4 = 24,2 e − j169º

9
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

b) Desenhe um diagrama vectorial representando as amplitudes complexas das tensões e das


correntes

c) Considere agora que todas as cargas são iguais à da fase 2 (carga trifásica equilibrada). Calcule
as amplitudes complexas das correntes nas fases e no neutro. Desenhe o respectivo diagrama
vectorial

Z 1 = Z 2 = Z 3 = Z = 10 e j 52,6º

V s1 230 e j 0º
I1 = subs. valores I1 = = 23 e − j 52,6º A
Z j 52,6 º
10 e

V s2 230 e − j120º
I2 = subs. valores I2 = = 23 e − j172,6 º A
Z j 52,6º
10 e

V s3 230 e − j 240º
I3 = subs. valores I3 = = 23 e j 67,4º A
Z j 52,6 º
10 e
A corrente de neutro será:

I N = I1 + I 2 + I 3 subs. valores I N = 23 e − j 52,6º + 23 e − j172,6º + 23 e j 67,4º

IN =0

10
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

PROBLEMA 4 – CIRCUITO MAGNÉTICO I

Considere o circuito magnético representado na figura.

Considere que o ferro tem permeabilidade relativa igual a


10000, que o entreferro é de 1 mm e que a bobine de 400
2 cm
espiras é percorrida por uma corrente de 1 A.
1 mm
A permeabilidade magnética do ar pode ser aproximada à
i do vazio.
6 cm
N µ rFe = 10000
g = 1 mm
2 cm N = 400 espiras
4 cm I =1 A

2 cm 2 cm 2 cm µ ar ≈ µ 0 = 4 π × 10 −7 H / m

a) Determine os parâmetros do esquema eléctrico equivalente, calculando as reluctâncias


magnéticas.

O circuito eléctrico equivalente é:

Rarmadura

Rentreferro Rentreferro

Fmm

Rnúcleo

As relutâncias magnéticas são:

g 1 × 10−3
Rentreferro = = = 994718 Ae.Wb−1
µ ar S −7 −4
4π × 10 × 2 × 4 × 10

l arm 6 × 10−2
Rarmadura = = = 5968 Ae.Wb−1
4 − 7
µ rFeµ ar S 10 × 4π × 10 × 2 × 4 × 10 − 4

l núcleo 18 × 10−2
Rnúcleo = = = 17904 Ae.Wb−1
µ rFeµ ar S 104 × 4π × 10− 7 × 2 × 4 × 10− 4

As relutâncias magnéticas devidas aos entreferros são cerca de 80 vezes superiores às dos troços em ferro,
mesmo sendo o percurso no entreferro 240 vezes inferior ao no ferro!!

11
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

A relutância magnética total será:

RTotal = 2 Rentreferro + Rarmadura + Rnúcleo = 2 013 308 Ae.Wb−1

2 Rentreferro
b) Calcule a relação .
RTotal

2 Rentreferro 1 989 436


= = 0,988
RTotal 2 013 308

c) Calcule o fluxo e o campo de indução B


Fmm = N × i = 400 × 1 = 400 Ae

Fmm 400
Φ= = = 0,199 × 10−3 Wb = 0,199 mWb
RTotal 2 013 308

Φ 0,199 × 10−3
B= = = 0,248 T
S 8 × 10− 4
Se se tivesse desprezado a relutância dos troços em ferro face à relutância dos entreferros, os valores seriam:

Fmm 400
Φ= = = 0,2 × 10− 3 Wb = 0,2 mWb
RTotal 1989436

Φ 0,2 × 10−3
B= = = 0,251 T
S 8 × 10− 4

12
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

PROBLEMA 5 – CIRCUITO MAGNÉTICO II

Considere o circuito magnético representado na figura.

N = 400 espiras µ rFe = 10000 I =1 A

µ ar ≈ µ0 = 4π × 10−7 H / m

Considere que o ferro tem permeabilidade relativa igual a


10000, que a bobine de 400 espiras é percorrida por uma
corrente contínua de 1 A.

A permeabilidade magnética do ar pode ser aproximada à


do vazio.

Considere duas situações distintas: entreferro de 10 mm e


entreferro de 2 mm

a) Determine o modelo de circuito magnético, os respectivos parâmetros e os valores dos fluxos e


campo de indução.

As diversas relutâncias magnéticas para g = 2mm são:

l [m] S [m2] R [Ae/Wb]


Rb 0,05 0,0008 4974
Rc1 0,07 0,0008 6963
Rc2 0,01 0,0008 995
Rar 0,002 0,0008 1989437
Do circuito magnético equivalente obtém-se:

 Rc1 Rar Rc 2 Rc1 Rar Rc 2 


 Ni   Rb + Rc 2 + Rar + Rc1 + Rb + 2 + 2 + 2 2
+
2
+
2   Φ1 
 Ni  =  Rc1 Rar Rc 2 R R R  
   + + Rb + Rc 2 + Rar + Rc1 + Rb + c1 + ar + c 2  Φ 2 
 2 2 2 2 2 2 

13
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

Para g = 2mm resulta:

−1
400 3006039 998697   Φ1   Φ1  3006039 998697  400
400 =  998697 3006039 Φ  ⇔ Φ  =   400
    2   2   998697 3006039  

Φ1 = Φ 2 = 0,1 mWb

Φ central = 2 Φ = 0,2 mWb

Φ 0,1×10 −3
Bar = = = 0,1245 T
S ar 8 ×10 −4

Φ central 0,2 ×10 −3


Bcentral = = = 0,1245 T
S central 16 ×10 −4

Para g = 10mm resulta:

−1
400 10963786 4977571   Φ1   Φ1  10972739 4980555  400
400 =  4977571 10963786 Φ  ⇔ Φ  =  4980555 10972739 400
    2   2    

Φ1 = Φ 2 = 0,025 mWb

Φ central = 2 Φ = 0,05 mWb

Φ 0,025 × 10−3
Bar = = = 0,03 T
S ar 8 ×10−4

Φ central 0,05 × 10−3


Bcentral = = = 0,03 T
S central 16 × 10−4

14
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

Método alternativo: Este método usa a simetria do circuito magnético para simplificar as equações; o
esquema equivalente é o representado na figura seguinte:

Ni = (Rar + Rc 2 + Rb + Rc 2 + Rar + Rc1 + Rb + Rc1 ) Φ

Ni = (2 Rar + 2 Rc 2 + 2 Rb + 2 Rc1 ) Φ

Substituindo valores para g = 2mm :

400 = 4016673 Φ ⇒ Φ = 10 ×10−5 Wb = 0,1 mWb

Substituindo valores para g = 10mm :

400 = 19932167 Φ ⇒ Φ = 2 × 10 −5 Wb = 0,02 mWb

b) Repita a) desprezado as relutâncias do ferro face às do ar.

Para g = 2mm resulta:

400 2984155 994718   Φ1 


400 =  94718 2984155 Φ  ⇒ Φ1 = Φ 2 = 0,105 mWb
    2 

Para g = 10mm resulta:

400 10941902 4973592   Φ1 


400 =  4973592 10941902 Φ  ⇒ Φ1 = Φ 2 = 0,025 mWb
    2 

15
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

PROBLEMA. 6 - TRANSFORMADOR

Considere um transformador monofásico de 50 kVA e tensões nominais 2400/240 V

Um ensaio em curto-circuito estando o transformador alimentado pela AT com 48V, absorveu uma corrente de
20,8 A e uma potência de 617 W.

Um ensaio em vazio estando o transformador alimentado pela BT, absorveu uma corrente de 5,41 A e uma
potência de 186 W.

a) Determine o valor das correntes nominais do transformador.

50 ×103
I1N = = 20,8 A
S N ≈ V1N I1N = V2 N I 2 N ⇒ 2400
50 × 103
I2N = = 208,3 A
240

b) Determine os parâmetros do esquema equivalente, referido à alta tensão;

Do ensaio em curto-circuito referido à AT

I1N r1 X1 r2' X2' I1N r1eq X1eq

V1CC V1CC

V 48
Z 1eq = 1cc = ≈ 2,3 Ω
I1N 20,8

P1cc = V1cc × I1N × cos ϕ1CC

P1cc = Z1eq × I1N 2 × cos ϕ1CC com V1cc = Z1eq × I1N

P1cc = r1eq × I1N 2 com r1eq = Z1eq × cos ϕ1CC

Substituindo valores

P 617
r1eq = 1cc = = 1,43Ω
I1N 2 20,82

X 1eq = Z1eq 2 − r1eq 2 = 2,32 − 1,432 = 1,80Ω

Do ensaio em vazio referido à BT

r2 X2 I 2o I 2o
I 2 or
rc2 Xm2 V2 N ≈ rc2 Xm2 V2 N

16
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

V2 N = 240V

V2 N
P2o = rc 2 × I 2or 2 com I 2or =
rc 2

2
V 
P2o = rc 2 ×  2 N 
 rc 2 

rc 2 =
(V2 N )2 =
2402
= 309,7 Ω
P2o 186

S 2o = V2 N × I 2o = 240 × 5,41 = 1298 VA

Q2o = (S 2o )2 − (P2o )2 = 12982 − 186 2 = 1285 var

X m2 =
(V2 N )2 =
240 2
= 44,8 Ω
Q2o 1285

Reduzindo estes parâmetros à AT:

rc1 = k 2 rc 2 = 10 2 × 309,7 = 30970 Ω

X m1 = k 2 X m 2 = 10 2 × 48,8 = 4480 Ω

I1 I2
r1eq X 1eq
V1
rc1 Xm1 V2 ' V2

c) Determinar o rendimento do transformador à carga nominal com um factor de potência de 0,8;

Se o transformador está à carga nominal ⇒ S out = S N = 50 kVA

Se a carga tem factor de potência 0,8 ⇒ Pout = S out × 0,8 = 40 kW

As perdas nos enrolamentos serão: PCu = r1eq (I1N )2 = r2eq (I 2 N )2 = 1,43 × 20,82 = 619 W

As perdas no núcleo admitem-se constantes e iguais a P0 : PFe = P0 = 186 W

O total da potência de perdas é: Pperdas = PFe + P0 = 805 W

A potência de entrada no transformador deverá ser então: Pin = Pperdas + Pout = 40 805 W

17
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

P 40 000
η = out = = 98 %
Pin 40 805

d) Determinar a regulação de tensão à carga nominal e factor de potência igual a 0,8;

I1 I 2' I2

r1eq X1eq

V1 V2
V2'

V 2' = 2400 e j 0

Se a carga tem factor de potência 0,8 ⇒ ϕ = ar cos 0,8 = 37º

⇒ I 2' = 20,8 e − j 37

( )
V 1 = r1eq + jX 1eq I 2' + V 2'

V 1 = (1,43 + j1,80) 20,8 e − j 37 + 2400 e j 0

V 1 = 2446 e j 0,28

V −V 2446 − 2400
∆V1[%] = 1 1N = = 1,92%
V1N 2400

I1 I 2' I2

r1eq X 1eq

V1 V2
V2'

V1

0,28 º
VX
37 º V 2' Vr

I 2' = I 1

18
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

PROBLEMA Nº 7 – CÁLCULO DA FORÇA ELECTROMECÂNICA NUMA ARMADURA

Considere o dispositivo do problema nº4 redesenhado na figura


2
abaixo. A área da secção recta é igual a 8cm .

A. Considere a armadura alinhada com o núcleo.

A1. Calcule a relutância magnética do entreferro.

g 2g
Rar = Rentref =
µ0 A µ0 A
A2. Determine uma expressão para o coeficiente de auto-indução
da bobina desprezando a dispersão.

Por definição Ψ=Li

Tem-se Ψ=NΦ

Ni N2
Ψ=N ⇒ L=
Rm Rm

N2 µ A N2
Desprezando o ferro L= = 0
2 Rar 2g

A3. Calcule uma expressão para a força electromecânica que se exerce na direcção vertical, em função
da corrente e da espessura do entreferro. Determine o valor desta força considerando:

 Espessura do entreferro igual a 2 mm e a corrente i=1A.

 Espessura do entreferro igual a 10 mm e corrente i=1A.

Sendo imposta a corrente, a expressão da força deverá ser determinada através da co-energia magnética.

∂Wm' ∂  1 2  1 2 dL
fx = =  Li = i
∂x ∂x  2  2 dx

1 2 dL
fx = i
2 dx

µ A N2
L em função da espessura do entreferro é L( x ) = 0
2x

1 2 d 1
A força será dada por f x ( x) = i µ 0 AN 2  
4 dx  x 

1 1
f x ( x ) = − i 2 µ 0 AN 2
4 x2

19
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

k 2 µ 0 AN 2
f x ( x) = − i com k=
x2 4

Substituindo valores: k = 4,021 × 10 −5

para x = 2 × 10−3 m e i = 1A ⇒ f x = −10,05 N

para x = 10 × 10−3 m e i = 1A ⇒ f x = −0,40 N

A4. Considere agora que a corrente é alternada sinusoidal de valor eficaz igual a 1A e de frequência
igual a 50Hz.

Com a espessura do entreferro igual a 2 mm, calcule a expressão da força que se exerce sobre a
armadura e o seu valor médio. Compare com o resultado alcançado na alínea A3. Se a frequência
passar para 400Hz, qual a influência no valor médio desta força?

Sendo i = 2 I sin (ωt ) ⇒ i 2 = 2 I 2 sin2 (ωt ) = I 2 [1 − cos(2ωt )]

k
pelo que será: f x ( x) = − I 2 (1 − cos( 2ωt ) )
2
x

k
cujo valor médio é dado por: f xav ( x ) = − I2
2
x
Em termos de valor eficaz é igual à situação de corrente contínua.

Não depende da frequência, mas depende do valor do entreferro x .

A5. Considere que esta bobina se encontra alimentada com uma fonte de tensão sinusoidal de
frequência igual a 50Hz e de valor eficaz igual a 60V. Calcule uma expressão para a força
electromecânica que se exerce sobre a armadura. Despreze o valor da resistência da bobina e
considere a espessura do entreferro igual a 2 mm. Se a frequência passar para 400Hz, qual a influência
no valor médio desta força?

Se a bobina se encontrar alimentada por uma fonte de tensão a força terá de ser determinada através da
expressão da energia magnética:

∂Wm ∂  1 Ψ 2 
fx = − = 
∂x ∂x  2 L( x ) 


Sendo desprezável a resistência da bobine, tem-se: u= ⇒ ψ = ∫ u dt
dt

u = 2U sin(ωt )
donde U
ψ=− 2 cos(ωt )
ω

20
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

1 ψ2
A força poderá ser obtida através da expressão da energia magnética: Wm =
2 L(x )

µ A N2 1 ψ2 1 2 xψ 2
como já se tinha calculado L( x ) = 0 obtém-se: Wm = =
2x 2 L( x ) 2 µ 0 AN 2

∂Wm' ψ2
pelo que a força será: fx = − =− Esta força não depende da posição da armadura x.
∂x µ 0 AN 2
2
U 
O quadrado do fluxo será dado por ψ 2 =   (1 + cos(2ωt ))
ω
2
1 U 
Substituindo a expressão do fluxo, tem-se: fx = −   (1 + cos(2ωt ))
2 ω
µ 0 AN  
2
1 U 
Cujo valor médio é dado por: f xav =−   A força depende agora da frequência.
2 ω
µ 0 AN  

Aumentando a frequência 8 vezes (400 Hz) a força diminui 64 vezes.

Para os valores indicados, obtém-se:

Valor médio da força f xav = −227 N


coeficiente de auto-indução L = 0,04 H com x = 2 mm
reactância X = ωL = 12,6 Ω
U
corrente I= = 4,7 A
X
B. O entreferro é agora constante e igual a 2mm mas a armadura
y
está desalinhada do núcleo segundo a direcção longitudinal como
se mostra na figura. g

B
B1. Calcule uma expressão para a força segundo y em função de C

g e y . Comente o resultado. x

Nesta situação uma das relutâncias magnéticas do entreferro vai variar


com y. A outra vai ficar constante.
g g
Rm1 = Rm 2 =
µ 0CB µ 0 B (C − y )

N2
O coeficiente de auto indução será dado por: L( g , y) =
g g
+
µ 0CB µ 0 B (C − y )

1 2 dL( g , y )
fy = I
2 dy

21
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

C. O entreferro é agora constante e igual a g mas a armadura está


desalinhada do núcleo segundo a direcção transversal como se mostra na
figura.
B
Calcule uma expressão para a força segundo a direcção z considerando
que a bobina se encontra alimentada com uma fonte de corrente contínua
de amplitude igual a 1 A. Comente o resultado. Calcule o valor da força
para g=1mm e I=1A.

Nesta situação ambas as relutâncias magnéticas vão variar com z.

g
Rar =
µ 0 C (B − z )

N2 N2
O coeficiente de indução será dado por: L( g , z ) = = µ 0C ( B − z )
2 Rar 2 g

Daqui resulta a força:

1 2 dL
fz = I
2 dz

1 N2
fz = − I 2 µ 0C
2 2g

Para g = 1 mm e I = 1 A obtém-se f z = −1 N

22
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

PROBLEMA Nº 9 – DETERMINAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE UMA MÁQUINA DE INDUÇÃO A PARTIR DO


CIRCUITO EQUIVALENTE.

Uma máquina assíncrona de 400V, 50Hz, dois pares de pólos, tem o circuito equivalente indicado na figura.

Sabe-se que o ponto nominal de funcionamento se obtém com a velocidade de N=1491rpm.

a) Determine os parâmetros do circuito equivalente em ângulo aproximado

Para facilitar a determinação dos parâmetros do esquema equivalente em ângulo, o ramo transversal deverá
ser representado por uma resistência rm em série com uma reactância Xm

44,5 × j 0,89  rm = 0,018 Ω


= rm + jX m ⇒ 
44,5 + j 0,89  X m = 0,890 Ω

x1 r
a = 1+ −j 1 ⇒ a = 1,024 − j 0,005 ⇒ a ≈ a = 1,024
Xm Xm

R1 = a r1 ⇒ R1 = 1,024 × 4,3 × 10 −3 = 4,4 × 10−3 Ω

X 1 = a x1 ⇒ X 1 = 1,024 × 21,4 × 10 −3 = 21,9 × 10 −3 Ω

R2 = a 2 r '2 ⇒ R2 = 1,024 2 × 1,7 × 10 −3 = 1,8 × 10 −3 Ω

23
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

X 2 = a 2 x '2 ⇒ X 2 = 1,024 2 × 21,4 × 10 −3 = 22,4 × 10 −3 Ω

X cc = X1 + X 2 ⇒ X cc = 44,3 × 10−3 Ω

r1 + rm = 4,3 × 10 −3 + 18 × 10 −3 = 22,1 × 10 −3 Ω

X1 + X m = 21,9 × 10−3 + 890 × 10−3 = 911,9 × 10−3 Ω

b) Determine o valor da corrente em vazio I 0

Em vazio tem-se I ' '2 = 0 pelo que será:

U1
I0 =
(r1 + rm ) + j ( X1 + X m )
231
I0 = −3 −3
= 245,5 e − j88,6 A
21,3 × 10 + j 911,9 × 10

Corrente fortemente indutiva.

c) Para o ponto nominal obtenha: I ' '2 , I 1 , cos ϕ , η e o binário

f
Velocidade de sincronismo Ns = 60 = 1500 rpm
p

Velocidade nominal N n = 1491 rpm

N s − Nn
Escorregamento nominal sn = = 0,6 %
Ns

U1
Através do esquema equivalente obtém-se: I ' '2 n =
 R 
 R1 + 2  + j X cc
 sn 

231
I ' '2 n = = 758 e − j 8,4 A
 −3 
 4,4 × 10 − 3 + 1,8 × 10  + j 44,3 × 10 − 3
 0,006 

Através do esquema equivalente obtém-se: I 1n = I ' '2 n + I 0

I 1n = 758 e − j 8,4 + 245,5 e − j 88,6 = 839 e − j 25,7 A

O factor de potência será: cos ϕn = cos 25,7 = 0,9

Poutn
O rendimento é: ηn =
Pinn
24
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

1 − sn
A potência mecânica útil à saída da máquina é: Poutn = 3 R2 (I ' '2 n )2
sn

1 − 0,06
Poutn = 3 1,8 × 10−3 (758)2 = 509 kW
0,06

A potência eléctrica activa à entrada da máquina é: Pinn = 3 U1 I1n cos ϕn

Pinn = 3 × 231 × 839 × 0,9 = 524 kW

Poutn
ηn = = 97,15%
Pinn

3 1 − sn
O binário útil é: M outn = R2 (I ' '2n )2
ωn sn

Poutn
ou M outn =
ωn

509 × 103
M outn = = 3260 Nm

1491
60

d) Determine as perdas em vazio, P0 , e no cobre em regime nominal, PCn

As perdas em vazio são as associadas ao ramo transversal.

P0 = 3 (r1 + rm )I 0 2

P0 = 3 × 21,3 × 10−3 × 245,52 = 4,3 kW

As perdas no cobre são as associadas aos enrolamentos quando percorridos pela corrente nominal.

PCn = 3 (R1 + R2 ) I ' '2n 2

( )
PCn = 3 × 4,4 × 10− 3 + 1,8 × 10−3 × 7582 = 10,7 kW

25
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

PROBLEMA Nº 10 –MÁQUINA DE INDUÇÃO CONTROLADA COM O MÉTODO U/F.

Considere um motor eléctrico de indução de 55kW, 400V, 50Hz, com dois pares de pólos e os seguintes
parâmetros do seu circuito equivalente em estrela:

r1 = 0,0842 Ω ; r2 = 0,0265 Ω ; x1 = 0,1684 Ω ; x2 = 0,1323 Ω ; R Fe = 267,36 Ω ; X m = 6,0156 Ω

A velocidade nominal da máquina é 1485 rpm.

Esta máquina vai ser alimentada através de um conversor electrónico com a lei de regulação U/f = constante.
Faça as simplificações que achar necessárias e verifique os erros cometidos.

a) Calcule o binário máximo para 50Hz e para 25 Hz com U/f constante

O binário máximo é calculado em função dos parâmetros do esquema equivalente em ângulo.

Conversão dos parâmetros do ramo transversal:

267 ,3611 × j 6,0156  rm = 0,1353 Ω


= rm + jX m ⇒ 
267 ,3611 + j 6,0156  X m = 6,0126 Ω

Parâmetro a:

x1
a ≈ a = 1+ ⇒ a = 1,028
Xm

Parâmetros do esquema equivalente para 50 Hz:

R1 = a r1 ⇒ R1 = 0,0866 Ω R2 = a 2 r '2 ⇒ R2 = 0,028 Ω

X cc = a x1 + a 2 x2 ⇒ X cc = 0,313 Ω

r1 + rm = 0,2195 Ω x1 + X m = 6,1810 Ω

3 pU12
Binário máximo: M max =
2ω R1 + R12 + X cc 2 
 

3 × 2 × 2312
f = 50 Hz ⇒ U1 = 231 V ⇒ M max = = 1239 Nm
2 × 100π R1 + R12 + X cc 2 
 

2
 231 
3× 2 ×  
f = 25 Hz ⇒ U1 =
231
V ⇒ M max =  2 
= 960 Nm
2  2
100π  X  
2×  R1 + R12 +  cc  
2   2  
 

26
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

1400
1239 Nm
1200

1000 960 Nm
800

M [Nm]
600

400

200

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
N [rpm]

Considere que o motor está a accionar uma carga cujo binário é constante e independente da
velocidade:

b) Para a carga referida anteriormente calcule: I 0 , I ' '2 , I 1 , I1ef , cos ϕ , M em , P2 , P1 e η

U1
I0 = ⇒ I 0 = 1,325 − j 37,32 = 37,3 e − j88 A
(r1 + rm ) + j (x1 + X m )
f
Velocidade de sincronismo Ns = 60 = 1500 rpm
p

Velocidade N = 1485 rpm

Ns − N
Escorregamento s= = 0,01
Ns

U1
I ' '2 = ⇒ I ' '2 = 79,169 − j8,59 = 80 e − j6 A
 R 
 R1 + 2  + j X cc
 s 

I 1 = I ' '2 + I 0 ⇒ I 1 = 80,5 − j 46 = 93 e − j30 A

cos ϕ = cos 30 = 0,866

3 p R2 3 × 2 0,028
M em = (I ' '2 )2 ⇒ M em = (80)2 = 339 Nm
ω s 100π 0,01

2π × 50
Pem = M em ω m = M em (1 − s )ω syn ⇒ Pem = 339 × (1 − 0,01) = 52,7 kW
2

P1 = 3U1 I1 cos ϕ ⇒ P1 = 3 × 231 × 93 × 0,866 = 55,8 kW

P 52,7
η = em ⇒ η= = 94,4%
P1 55,8
27
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

c) Considerando que o binário de carga se mantém constante calcule a velocidade da máquina quando
alimentada a 25Hz.

f X 50
se f 25 = 50 ⇒ X 25 =
2 2

U 50
como U / f = constante ⇒ U 25 =
2

para escorregamentos pequenos (zona linear da característica electromecânica) tem-se:

3p s
M em ≈ (U1 )2
ω R2

M em =
3 p R2 (U1 )2
ω s  2
R2  2
 R1 +  + X cc
 s 

Será então:

231
f = 25 Hz ⇒ U1 = = 115,5 V
2

x1 + X m = 3,0905 Ω

X cc = 0,1565 Ω

Como o binário exigido pela carga é constante e independente da velocidade a equação em s a resolver,
será:

 3 p R2U12 
M em 25 = M em50 ⇔ ( )
s 2 R12 + X cc 2 + s  2 R1R2 +
 ω M em50
+R 2 =0
 2
 

cujas soluções são: s1 = 0,0214 e s2 = 1,143

A solução s2 corresponde ao funcionamento como freio, pelo que a solução do problema é:

s1 = 0,0214 N rot = 0,0214 × 750 = 734 rpm

Se se tivesse utilizado a expressão aproximada para escorregamentos pequenos (zona linear da característica
electromecânica) tem-se:

3p s
M em ≈ (U1 )2
ω R2

o valor obtido seria s = 0,02 N rot = (1 − 0,02 ) × 750 = 735 rpm

28
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

PROBLEMA Nº 11 – MÉTODOS DE ARRANQUE DA MÁQUINA ASSÍNCRONA DE ROTOR EM GAIOLA

Considere uma máquina de indução de rotor em gaiola com as seguintes características: PN = 5,5 kW ,

U N = 400 V , f = 50 Hz . Esta máquina está construída para funcionar em regime normal, ligada em
triângulo.

Sabe-se que no arranque directo absorve da rede 66A apresentando um cos ϕ = 0,6 . Nesta situação tem um
tempo de arranque em vazio igual a 1,5 seg.

a) Qual a corrente e o tempo de arranque que se irão verificar se a máquina for ligada em estrela.

Do esquema equivalente obtém-se: U Fase = Z ( s ) I Fase

No arranque s =1 ⇒ Z ( s ) = Z (1) = constante

Uc
arranque em Y = Z (1) I FarrY
3

arranque em ∆ U c = Z (1) I Farr∆

Na fase I F arr∆ = 3 I F arrY

como: I L ∆ = 3 IF ∆

66
Na linha I L arr∆ = 3 I L arrY ⇒ I F arrY = I L arrY = = 22 A
3

M ∝ (U F )2 ⇒ (para um mesmo valor de s) M = 3 M


∆ Y

1
Pelo que deverá ser: t arr∆ = t arrY ⇒ t arrY = 3 × 1,5 = 4,5 seg
3
b) Dimensione uma reactância para colocar em série de modo a reduzir a corrente de arranque
para 22A quando a máquina arranca em triângulo. Calcule a tensão aplicada à máquina nos
instantes iniciais e estime o valor do tempo de arranque.

em ∆ I Larr∆ = 66 A

400 3
A impedância equivalente em estrela desta situação é: Z= = 3,5 Ω
66
Pretende-se que I Larr∆ = 22 A com introdução de uma reactância em série.
Será então:

400 3
Z + jX = =3 Z
22

29
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

Z + jX = 3 Z

como cos ϕ = 0,6 ⇒ sin ϕ = 0,8 jX

(0,6Z )2 + (0,8Z + X )2 =3Z VS V motor Z

X= ( )
9 − 0,36 − 0,8 Z ⇒ X = 7,5 Ω

Z 3,5
A tensão aos terminais do motor será: Vmotor = VS = 231 = 77 V
Z + jX 10,5

2 2
2 1 U   231 
Como M ∝ (U ) ∝ ⇒ tU 2 =  1  tU1 =   × 1,5 = 13,5 seg
t arr U2   77 

c) A máquina vai ser posta em serviço utilizando um transformador auxiliar. Determine o valor
nominal da tensão do secundário deste transformador de modo a reduzir a corrente pedida à
rede para 22A quando a máquina arranca em triângulo. Estime o tempo de arranque. Considere
o conceito de transformador ideal.

I rede I motor

U rede
U motor
Z

Admitindo que o transformador é ideal e tem uma relação de transformação m , a tensão aplicada ao motor,
U motor , será:
U rede
U motor =
m
Com base no esquema equivalente e para um mesmo valor de escorregamento tem-se U motor ∝ I motor ; se
a tensão foi reduzida de um factor m , o mesmo acontecerá à corrente.
I
I motor = arr
m
Com base no conceito de transformador ideal I motor = m I rede ; a corrente pedida à rede será então:
I I 66
I rede = arr ⇒ m 2 = arr = =3 ⇒ m= 3
m2 I rede 22

U rede 231
Se U rede = 231 V ⇒ U motor = = = 133 V
3 3
2 2
2 1 U   231 
Como M ∝ (U ) ∝ ⇒ tU 2 =  1  tU1 =   × 1,5 = 4,5 seg
t arr U2   133 

30
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

PROBLEMA Nº 12 – CONVERSOR DE FREQUÊNCIA COM DUAS MÁQUINAS SÍNCRONAS

Um laboratório de ensaios de material para aeronáutica dispõe de um conversor de frequência de 50 Hz para


400 Hz . Este conversor é constituído por um motor síncrono com um par de pólos e de um gerador síncrono
de 8 pares de pólos. Ambas as máquinas têm a mesma potência nominal, 1,5 MW e a mesma reactância
síncrona X s = 0,15 Ω , sendo desprezável a resistência. O valor da tensão nominal é 400 V .

a) A excitação do motor foi regulada para que em regime de meia carga se tenha factor de
potência unitário.

Faça um diagrama vectorial que represente o motor a meia carga e calcule o valor da força
electromotriz em vazio. Calcule a potência máxima que o motor pode fornecer ao gerador com
esta corrente de excitação de modo a não perder o sincronismo.

IN
regime de meia carga ⇒ I=
2

PN 1,5 × 106
admitindo η ≈ 100% ⇒ IN = = = 2165 A
3UN 400

3

2165
I= = 1083 A
2

o diagrama vectorial em convenção GERADOR é:

2
2  400 
Ef = 2
U + (X s I ) =   + (0,15 × 1083)2 = 281,4 V
 3 

U Ef π π
P= 3 sin δ com − <δ<
Xs 2 2

π
Pmax ⇒ δ=− Pmax = − 1,3 MW
2
31
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

b) Mantendo a potência no veio igual a meia carga, a excitação do motor é agora ajustada de modo
que esta forneça à rede uma potência reactiva de 500kVAr. Calcule de novo as duas alíneas anteriores.

admitindo η ≈ 100% ⇒ Pmec ≈ P = 3 U I cos ϕ

Por outro lado, Q = 3 U I sin ϕ

1,5 6 400
 2 × 10 = 3 × 3 I cos ϕ  I = 1300 A
 ⇒ 
400  ϕ = 33,7º
500 × 103 = 3 × I sin ϕ
 3

o diagrama vectorial em convenção GERADOR é:

I = 1300 e j (180 + 33,7 ) A

E f = U + jX s I = 339 − j162,21 = 375,8 e − j 25,5 V

400
× 375,8
Pmax = 3 3 = 1,736 MW
0,15

c) A excitação do motor é agora ajustada de modo que este absorva da rede 500kVAr. Calcule de
novo a potência máxima do motor.

A corrente A corrente e o ângulo são iguais em módulo apenas se tem o simétrico do ângulo.

32
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

I = 1300 e − j (180 + 33,7 ) A

E f = U + jX s I = 122,77 − j162,21 = 203,4 e − j 52,9 V

400
× 203,4
Pmax = 3 3 = 0,94 MW
0,15

Da comparação entre b) e c) conclui-se que, se o motor fornecer reactiva à rede, a sua estabilidade vem
melhorada; é estável para uma maior gama de potência fornecida.

d) O gerador vai alimentar uma carga igual à carga nominal com factor de potência igual a
cos ϕ = 0,7 indutivo. A excitação foi regulada de modo a ter-se a tensão nominal aos terminais
do gerador.

Faça um diagrama vectorial que represente o gerador nesta situação e calcule o valor da força
electromotriz em vazio.

regime de carga nominal ⇒ I = I N = 2165 A

cos ϕ = 0,7 indutivo ⇒ ϕ = 45,6º

O Gerador vai fornecer P eQ

o diagrama vectorial em convenção GERADOR é:

I = 2165 e − j 45,6 A

E f = U + jX s I = 463 + j 227,3 = 515,8 e j 26,1 V

33
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

PROBLEMA Nº 13 – MOTOR SÉRIE

Um motor série, com uma resistência do induzido de ra = 0,2 Ω e com uma resistência do indutor série de
r f = 0,1 Ω encontra-se alimentado sob uma tensão DC de 220 V . A reacção do induzido é desprezável e o
circuito magnético não se encontra saturado.

À velocidade de 1000 rpm o motor absorve uma corrente de 50 A

Representação esquemática da máquina série

Representação esquemática da máquina série quando alimentada em DC

r = ra + r f = 0 , 3 Ω
Ia
N = 1000 rpm
U = 220 V
E

a) Qual o binário electromagnético desenvolvido?

Como se desconhecem as perdas mecânicas ⇒ E I a ≈ M ωm

Cálculo de E

U = r Ia + E ⇒ E = 205 V

O binário será:

205 × 50
M= = 97,9 Nm

1000
60

34
Sistemas Eléctricos e Electromecânicos - Problemas – 2007

b) Qual será a velocidade desta máquina se a corrente consumida passar para metade?

Numa máquina de corrente contínua E∝NΦ

Na máquina série e admitindo linearidade magnética, também se tem Φ ∝ Ia

Pelo que será E ∝ N Ia

Cálculo de E1

U = r I a1 + E1 ⇒ E1 = 220 − 0,3 × 25 = 212,5 V

E N Ia 1000 × 50 × 212,5
Será então: = ⇒ N1 = = 2073 rpm
E1 N1 I a1 205 × 25

c) Na situação da alínea b) determine qual o novo valor do binário desenvolvido.

E I 212,5 × 25
M1 = 1 a1 ⇒ M1 = = 24,5 Nm
ωm1 2π
2073
60
d) Determine o rendimento do motor nas duas situações anteriores.

P
η = útil
Pabs
Pabs = U I a

Pútil = M ωm
Pabs = 220 × 50 = 11 kW


Pútil = 97,9 × 1000 = 10,252 kW η = 93,2%
60

Pabs1 = 220 × 25 = 5,5 kW


Pútil1 = 24,5 × 2073 = 5,319 kW η1 = 96,7%
60
O rendimento melhora na segunda situação porque são menores as perdas de Joule nos enrolamentos

(r I )
a
2
e não se estão a considerar as perdas mecânicas.

35

Das könnte Ihnen auch gefallen