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PROCESSO Nº TST-ARR-890-68.2013.5.04.

0026

A C Ó R D Ã O
(8ª Turma)
GMMEA/mvs

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO


DE REVISTA DA RECLAMADA. APELO
INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº
13.015/14 - NÃO CONHECIMENTO DO
RECURSO ORDINÁRIO. IRREGULARIDADE DE
REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL.
APLICABILIDADE DO ART. 76 DO CPC/15
AO PROCESSO DO TRABALHO.
REGULARIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
PROCESSUAL. Constatada possível
violação do art. 5º, LV, da
Constituição Federal, merece
provimento o agravo de instrumento
para determinar o processamento do
recurso de revista.
II - RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA.
APELO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI
Nº 13.015/14 - NÃO CONHECIMENTO DO
RECURSO ORDINÁRIO. IRREGULARIDADE DE
REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL.
APLICABILIDADE DO ART. 76 DO CPC/15
AO PROCESSO DO TRABALHO.
REGULARIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
PROCESSUAL. Nos termos do art. 3º, I,
da IN nº 39 do TST, é aplicável ao
processo do trabalho os preceitos do
CPC de 2015 que regulam o saneamento
de incapacidade processual ou de
irregularidade de representação.
Assim, uma vez constatada a
irregularidade de representação
processual no presente caso,
necessária a observância do rito
estabelecido no art. 76 do CPC/15, de
modo a viabilizar a regularização
processual e acesso à decisão de
mérito pela parte. Recurso de revista
conhecido e provido.
III – RECURSO DE REVISTA DO
RECLAMANTE. Prejudicada a análise do
apelo, tendo em vista o resultado do
julgamento do recurso de revista da
reclamada, com a determinação de
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retorno dos autos ao Tribunal de


origem.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de


Recurso de Revista com Agravo n° TST-ARR-890-68.2013.5.04.0026, em
que é Agravante, Recorrente e Recorrido(a) TAP MANUTENÇÃO E
ENGENHARIA S.A. e Agravado(a), Recorrente e Recorrido(a) COLIA
ALEXANDRE ANTÔNIO NIGELISKII.

O TRT da 4ª Região, pelo acórdão de fls.


1428/1447, e-SIJ, não conheceu do recurso ordinário da reclamada e
deu parcial provimento ao recurso ordinário do reclamante quanto aos
temas "Integração do adicional de antiguidade", "Parcelas
vincendas", "Intervalos intrajornada", "Intervalo interjornadas",
"Trabalho em domingos e feriados" e "Honorários advocatícios".
Inconformados, o reclamante e a reclamada
interpuseram recursos de revista às fls. 1592/1598 e 1550/1565, e-
SIJ, respectivamente.
A reclamada, por sua vez, interpõe agravo de
instrumento às fls. 1616/1635, e-SIJ, contra o despacho de fls.
1606/1611, e-SIJ, do TRT da 4ª Região, por meio do qual se admitiu
parcialmente seu recurso de revista.
Contraminuta e contrarrazões apresentadas pelo
reclamante às fls. 1660/1668 e 1672/1680, e-SIJ, respectivamente.
Dispensada a remessa dos autos ao Ministério
Público do Trabalho, nos termos do Regimento Interno do TST.
É o relatório.

V O T O

I – AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DA


TAP MANUTENÇÃO E ENGENHARIA S.A.

1 - CONHECIMENTO

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Conheço do agravo de instrumento porque atendidos


os pressupostos legais de admissibilidade, entre os quais a
tempestividade às fls. 1612 e 1614; a representação processual às
fls. 1639/1641; e o preparo satisfeito às fls. 1636 e 1568/1569.

2 – MÉRITO

NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO.


IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. APLICABILIDADE DO ART.
76 DO CPC/15 AO PROCESSO DO TRABALHO. REGULARIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
PROCESSUAL

O Regional denegou seguimento ao recurso de


revista da reclamada com fulcro no artigo 896, "c" e § 1º-A, I, II e
III, da CLT.
A reclamada insurge-se contra o não conhecimento
do seu recurso ordinário por irregularidade de representação
processual. Sustenta que o novo CPC trouxe a determinação de que o
magistrado deveria suspender o processo quando verificada a
irregularidade de representação e designar prazo razoável para que o
vício fosse sanado. Pugna pela observância da IN nº 39 do TST, tendo
em vista que a publicação da sentença de embargos de declaração
teria ocorrido já na vigência do novo CPC, em 04/04/2016, e
considerando que foi cumprida a determinação judicial mediante a
regularização da representação processual. Indica violação dos arts.
5º, II, LIV e LV, da Constituição Federal e 76 do CPC/15.
Tem razão.
O Regional não conheceu do recurso ordinário da
reclamada sob os seguintes fundamentos:

"Primeiramente observo que, ainda que a empresa, em cumprimento


ao despacho de fls.686, tenha apresentado instrumento de mandato visando
regularizar a representação processual, verifico que o recurso ordinário das
fls.586-603v foi interposto na vigência do CPC/1973, situação em que a
análise dos pressupostos de admissibilidade recursal deve ser procedida
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com base nas regras processuais então vigentes. Ainda que o aditamento ao
recurso ordinário (fls. 628-630) tenha se dado na vigência do atual CPC,
não cabe a aplicação do seu art.76, devendo ser observada a regra vigente
na data da interposição do recurso principal.
Nos termos do disposto nos artigos 36 e 37 do CPC/1973,
subsidiariamente aplicáveis ao Processo do Trabalho, a parte deve ser
representada em juízo por advogado legalmente habilitado.
O recurso ordinário interposto pela reclamada (fls.586-603v) está
assinado digitalmente pelo advogado Nelson Willians Fratoni Rodrigues
(OAB/RS 80.025-A Suplementar), o qual à data da interposição não possuía
instrumento de procuração válido juntado aos autos.
Observo que o advogado que firmou digitalmente o recurso ordinário
da ré foi substabelecido pelo procurador Milton Robles Madeira (OAB/RJ
134.480) em 27.06.2014 (fl.557v), no entanto os poderes conferidos ao
primeiro advogado na procuração juntada aos autos (fl.558) tinham
validade de doze meses contados a partir de 15.01.2014, prazo que já estava
expirado quando da interposição do recurso em 24.04.2015.
Ainda, sinalo que a procuração não continha cláusula estabelecendo a
prevalência de poderes de representação após expirado o prazo, ou mesmo
até o final da demanda, motivo pelo qual não se aplica à hipótese o
entendimento vertido na Súmula 395, item I, do TST, in verbis:
MANDATO E SUBSTABELECIMENTO. CONDIÇÕES
DE VALIDADE. (conversão das Orientações Jurisprudenciais
nºs 108, 312, 313 e 330 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22
e 25.04.2005 I - Válido é o instrumento de mandato com prazo
determinado que contém cláusula estabelecendo a prevalência
dos poderes para atuar até o final da demanda. (ex-OJ nº 312
da SBDI-1 - DJ 11.08.2003) (...)
Ademais, esclareço que não se trata da hipótese de mandato tácito,
pois o advogado que firmou digitalmente o recurso ordinário não
compareceu a nenhuma das audiências realizadas, conforme verifico das
atas das fls.26 e 548-549v.
Ressalto, por fim, que a interposição de recurso ordinário não pode
ser reputado ato urgente, o que torna insubsistente o deferimento de prazo
para a juntada de procuração nos termos do art. 37 do CPC/1973. Esse é o
entendimento consubstanciado na Súmula 383, I, do TST.

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Dessa forma, deixo de conhecer do recurso ordinário da reclamada,


por inexistente." (fls. 1431/1432)

Depreende-se do excerto acima transcrito que o


Regional não conheceu do recurso ordinário sob o fundamento de que
irregular a representação processual, haja vista o exaurimento do
prazo contido na procuração mediante a qual se substabeleceu poderes
ao subscritor do apelo.
O entendimento adotado pelo Regional é no sentido
de que seria inaplicável o artigo 76 do CPC/15 ao caso, que
determina a intimação da parte para a regularização da representação
processual, porque a reclamada teria interposto o recurso ordinário
principal sob a égide do CPC/73, a despeito de o aditamento do
recurso ter ocorrido após a sentença de embargos de declaração.
Entretanto, tem-se que o recurso ordinário já foi
interposto sob a égide no novo CPC, considerando que a sentença de
embargos de declaração, pela qual se conferiu efeitos modificativos
ao julgado, nos termos da Súmula 278 do TST, foi publicada em
04/04/2016 (fls. 1248, e-SIJ). Assim, houve a interrupção do prazo
recursal (art. 1.026, caput, do CPC/15), com a devolução do mesmo
após a vigência do novo CPC, que se deu a partir de 18/03/2016.
Tendo em vista o princípio da imediata aplicação
das normas processuais (art. 2º do CPP e 6º da LINDB), o art. 76 do
CPC/15 deveria, sim, ter sido observado no presente caso, mormente
se considerado o teor do art. 3º, I, da Instrução Normativa nº 39 do
TST, que indica a aplicabilidade do referido dispositivo ao processo
do trabalho.
Assim, considerando que a reclamada, atenta à
intimação realizada às fls. 1372/1373, e-SIJ, providenciou a
regularização de sua representação processual (fls. 1379/1380, e-
SIJ), deve ser afastado o não conhecimento do recurso ordinário por
irregularidade de representação.
Portanto, evidenciada possível violação do art.
5º, LV, da Constituição Federal, dá-se provimento ao agravo de
instrumento para determinar o processamento do recurso de revista.
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Prejudicada a análise dos temas remanescentes.

II - RECURSO DE REVISTA DA TAP MANUTENÇÃO E


ENGENHARIA S.A.

Preenchidos os pressupostos extrínsecos de


admissibilidade do recurso, entre os quais a tempestividade às fls.
1544 e 1548; a representação processual às fls. 1575/1576; e o
preparo satisfeito às fls. 1566/1569.

a) Conhecimento

NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO.


IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. APLICABILIDADE DO ART.
76 DO CPC/15 AO PROCESSO DO TRABALHO. REGULARIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
PROCESSUAL

Consoante analisado quando do julgamento do agravo


de instrumento, a reclamada logrou demonstrar a existência de
violação do art. 5º, LV, da Constituição Federal.
Conheço, portanto.

b) Mérito

NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO.


IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. APLICABILIDADE DO ART.
76 DO CPC/15 AO PROCESSO DO TRABALHO. REGULARIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
PROCESSUAL

O conhecimento do recurso de revista por afronta


ao art. 5º, LV, da Constituição Federal tem por consequência lógica
o seu provimento para, afastando-se a irregularidade de
representação do recurso ordinário, determinar o retorno dos autos
ao TRT de origem para que prossiga no exame do feito. Prejudicada a
análise do tema remanescente.
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III – RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE

Prejudicada a análise do apelo, tendo em vista o


resultado do julgamento do recurso de revista da reclamada, com a
determinação de retorno dos autos ao Tribunal de origem.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Oitava Turma do Tribunal


Superior do Trabalho, por unanimidade: I - dar provimento ao agravo
de instrumento da reclamada apenas quanto ao tema "NÃO CONHECIMENTO
DO RECURSO ORDINÁRIO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL.
APLICABILIDADE DO ART. 76 DO CPC/15 AO PROCESSO DO TRABALHO.
REGULARIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL" para mandar processar o
recurso de revista no tópico e prejudicar a análise dos demais
temas; II - conhecer do recurso de revista da reclamada quanto ao
tema "Irregularidade de representação", por violação do art. 5º, LV,
da Constituição Federal, e, no mérito, dar-lhe provimento para,
afastando a irregularidade de representação do recurso ordinário,
determinar o retorno dos autos ao TRT de origem para que prossiga no
exame do feito. Prejudicada a análise do tema remanescente; e III –
julgar prejudicada a análise do recurso de revista do reclamante.
Brasília, 28 de agosto de 2019.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


MÁRCIO EURICO VITRAL AMARO
Ministro Relator

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