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2. Títulos de crédito - antecedentes históricos.

Desde a antiguidade se observou que o crédito foi de fundamental importância para o


mercado e sociedade. Inicialmente não existia a distinção daquilo que seria de um ou outro, pois
vigorava o estado de natureza, o suprimento das necessidades de uma parte era feito pelo uso da
força contra aquele que possuía determinado produto.
Em lugar de simplesmente disputar fisicamente o domínio de bens que não se tinha, tentando
subtraí-los dos que os detinham, perceberam ser possível negociá-los. Foi deixado assim o estado de
natureza, no qual imperava a força física, a conquista, para se ingressar em estágios mais afetos ao
Direito; nesse novo período, os seres humanos, individual ou coletivamente, aproximaram-se na
confiança do contrato cada qual trazendo o que tinha de excesso e postulando o que necessitava.
(MAMEDE, 2008, p.03).
No entanto, chega o tempo em que o escambo torna-se insatisfatório, pois muitos que não
possuíam determinado produto buscavam produzi-lo para suprir suas necessidades. Dessa forma, o
homem procura evoluir nos meios de troca, já que os recursos para adquirir ou produzir certo bem para
alguns ainda eram escassos.
Entretanto, engana-se aquele que pensa que os problemas do comércio e da economia
estivessem resolvidos com surgimento das moedas e sua prévia valoração, muito pelo contrário. Nesse
contexto é que grandes problemas surgem, entre os quais se destacam:
a) o saque que acontecia entre as cidades comerciais, uma vez que os mercadores levavam consigo
vultuosa quantidade de moedas para se abastecerem e voltarem aos seus mercados de origem; e
b) a diversidade de valoração dessas moedas em cada feira comercial, possibilitando cada pequeno
Estado ter sua moeda própria, dificultando assim a negociação comercial.
Embora os dias de hoje sejam outros, não era possível, também naquela época, o transporte de grande
quantidade de dinheiro vivo para efetuar compras em outras cidades ou feiras. O risco era grande,
principalmente porque, é de fácil compreensão, naquela época não existiam estradas ou meios de
transportes como conhecemos hoje. Não temos dúvidas também que os assaltos ocorriam e com
grande frequência, em prejuízo daqueles que queriam adquirir bens para revenda. A situação devia
ser gritante, a tal ponto que era preciso tomar alguma providência contra aquela calamidade. (COSTA,
2008, p.07-08).
A confiança tem de ser entendida sob seus aspectos subjetivos e objetivos. O elemento
subjetivo consiste na crença que o credor deposita na pessoa do devedor de que preenche os
requisitos morais básicos necessários a efetivação do negócio de crédito, ou seja, que o devedor
aplicará a sua capacidade econômica no cumprimento de sua obrigação, correspondente ao
pagamento do empréstimo no prazo fixado. O elemento objetivo da confiança compreende a certeza
que o credor tem que o devedor possui capacidade econômico-financeira para lhe restituir a
importância mutuada no termo final do prazo resultando essa confiança do conhecimento da renda e
do patrimônio do devedor. (ROSA JÚNIOR, 2007, p.03).
Embora a confiança até os dias presentes seja de grande importância para o crédito ao
celebrar um negócio, este não poderia se pautar somente em uma palavra, somente um acreditar no
devedor, pois como se provaria a relação de crédito e débito sem um elemento físico, sem uma base
em que a obrigação fosse afirmada[2], o comércio tanto atualmente quanto no passado clamava por
mais.
Da união do título com o crédito nasce o título de crédito, chegando-se a um de seus princípios,
a cartularidade, ou seja, uma cártula que é empregada como sinônimo desse instrumento
representativo de crédito. Com isso o comerciante comprador não carregava mais dinheiro e sim uma
carta (littera) ou documento chamado quirógrafo, autorizando-o a receber do correspondente ou
representante do banqueiro o valor em moeda do destino, a fim de que pudesse efetuar suas compras
naquele local. (COSTA, 2008, p.09).
Com o aparecimento dos títulos de crédito os problemas dos saques que aconteciam entre as
cidades e da diversidade de moedas existentes foram solucionados, uma vez que não mais circulavam
valores, e sim um instrumento representativo de determinada quantia. Lembrando que desde a
antiguidade a principal finalidade dos títulos de crédito se pautava na circulação de riquezas de forma
segura e rápida. Com efeito, no título de crédito agiu de maneira singularmente eficaz, a exigência de
certeza e segurança jurídica, que é essencial característica no direito.
É a necessidade de certeza e segurança, de certeza no direito e segurança na realização, que
leva as partes a criar ou aperfeiçoar institutos que satisfaçam tal exigência. Direito incerto é direito
ineficaz elemento perturbador das relações jurídicas e são, portanto, benéficos os esforços tendentes a
torná-lo certo e eficaz.
Importante destacar, nessa evolução de crédito a títulos de crédito, alguns períodos específicos da
história, pois este teve seu maior desenvolvimento a partir da Idade Média, principalmente com o
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florescimento do comércio nas cidades italianas, em especial aquelas localizadas em orla marítima
onde existiam as feiras que reuniam comerciantes de todos os lugares.

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