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O documento resume as principais informações sobre a doença do trato urinário inferior felino (DTUIF), incluindo suas causas mais comuns como tampões uretrais e urólitos, os perfis de gatos mais acometidos e os métodos de diagnóstico e tratamento, com foco na desobstrução uretral e no manejo de complicações como a urolitíase.
O documento resume as principais informações sobre a doença do trato urinário inferior felino (DTUIF), incluindo suas causas mais comuns como tampões uretrais e urólitos, os perfis de gatos mais acometidos e os métodos de diagnóstico e tratamento, com foco na desobstrução uretral e no manejo de complicações como a urolitíase.
O documento resume as principais informações sobre a doença do trato urinário inferior felino (DTUIF), incluindo suas causas mais comuns como tampões uretrais e urólitos, os perfis de gatos mais acometidos e os métodos de diagnóstico e tratamento, com foco na desobstrução uretral e no manejo de complicações como a urolitíase.
RESUMO ARTIGO - DOENÇA DO TRATO URINÁRIO INFERIOR DE FELINOS
• O termo DTUIF - doença do trato urinário inferior felino - abrange diversas
condições que afetam a vesícula urinária e a uretra dos felinos domésticos, produzindo sinais clínicos como hematúria, disúria, estrangúria, polaciúria, periúria, alterações comportamentais, lambedura do pênis e presença ou não de obstrução uretral; • Em muitos casos, é difícil identificar uma causa específica para se estabelecer um tratamento eficaz e, por isso, essa condição representa um desafio aos médicos veterinários; • o perfil dos gatos mais frequentemente acometidos inclui os machos, castrados, sedentários, obesos, com 2 a 7 anos de idade, que vivem dentro de casa, consomem basicamente alimento balanceado seco e bebem pouca água; • Essa enfermidade é incomum em gatos que possuem menos do que um ano ou mais do que 10 anos de idade. Os gatos da raça Persa parecem apresentar predisposição genética; • As causas mais frequentes de DTUIF obstrutiva são os tampões uretrais (21%) e os urólitos (21%); • A maioria das DTUIF não-obstrutivas são autolimitantes e apresentam resolução espontânea em cinco a 10 dias; • A obstrução uretral decorrente da urolitíase ocorre quando um cálculo se aloja na uretra e ela ocorre mais comumente em gatos machos; • Os cálculos de xantina são raros em gatos e estão associados à administração de alopurinol em animais que se alimentam com dietas que contenham precursores de purinas, embora existam casos não associados a esse tipo de terapia; • As infecções bacterianas primárias do trato urinário inferior de felinos são raras, representando menos do que 2% dos casos de DTUIF em gatos jovens. Normalmente, elas ocorrem após procedimentos de desobstrução uretral (iatrogênicas) e uretrostomia perineal e na presença de defeitos anatômicos, neoplasias, diabetes e insuficiência renal; • Os tipos de neoplasias mais frequentes na vesícula urinária dos felinos são CARCINOMA DE CÉLULAS TRANSICIONAIS (CCT), ADENOCARCINOMA E LEIOMIOMA. Dentre esses, o CCT é o mais frequente e ocorre como um tumor isolado ou secundário à inflamação crônica; • Os defeitos anatômicos mais encontrados no trato urinário inferior dos felinos domésticos são divertículo da vesícula urinária, persistência do uraco, estenose uretral e uretra mal-posicionada; • A realização do diagnóstico definitivo da DTUIF deve combinar dados da resenha do paciente, seus sinais clínicos, histórico, exame físico e laboratorial, que inclui urinálise com avaliação de sedimento, cultura quantitativa e antibiograma da urina, e análise de urólito, além de imagem do trato urinário. Os exames de diagnóstico por imagem compreendem radiografias simples e contrastadas, ultrassonografia abdominal e uroendoscopia; • O tempo de permanência dos sinais clínicos orienta também na diferenciação entre cistite idiopática e as outras causas de DTUIF, pois a primeira é autolimitante em cinco a sete dias com ou sem tratamento (3). Outras doenças, como urolitíase e infecção bacteriana, apresentam tempo de apresentação prolongado; • Nos casos de obstrução uretral prolongada, a avaliação inicial dos pacientes deve incluir a dosagem de ureia e creatinina séricas, glicose, cálcio, fósforo, sódio, potássio e proteínas totais. Deve-se também determinar o hematócrito e, se possível, realizar gasometria venosa. Até 35% dos gatos que apresentam urolitíase por oxalato de cálcio apresentam hipercalcemia e por isso, o cálcio total e ionizado devem ser mensurados, além do PTH, que geralmente se encontra com valor abaixo do normal; • O pH urinário de animais portadores de urolitíase por oxalato de cálcio frequentemente se encontra ácido; • Se o gato estiver sob antibioticoterapia, ela deve ser interrompida 3 a 5 dias antes da coleta da urina para minimizar a inibição do crescimento bacteriano; TRATAMENTO: • Para um tratamento eficiente, deve-se identificar a causa e tratá-la corretamente. Quando a causa não pode ser identificada, o animal deve ser tratado para cistite idiopática felina; • DESOBSTRUÇÃO URETRAL: deve ser realizada quando o animal não apresenta fluxo urinário. Entretanto, ela não deve ser considerada como tratamento definitivo e sim apenas como uma restauração da patência fisiológica da uretra. A avaliação laboratorial deve ser realizada em todos os gatos obstruídos e inclui, se possível, o hemograma, bioquímica sérica, glicemia, gasometria venosa e eletrólitos (potássio, sódio, cloreto e cálcio ionizado). A hipercalemia e a acidose geralmente são tratadas com a utilização de fluidoterapia de reposição intravenosa, utilizando-se uma solução de eletrólitos balanceada. O fluido de escolha é a solução fisiológica NaCl 0,9% por não conter potássio, embora possa contribuir para a acidose metabólica. *Se houver acidose metabólica grave (pH sanguíneo < 7,1) a administração de bicarbonato de sódio é indicada*. A administração de analgésicos deve ser feita imediatamente à apresentação do paciente. Analgésicos opiódes são os mais indicados e incluem o uso de BUTORFANOL ou BUPRENORFINA. Como alternativa, pode-se empregar a MEPERIDINA, por via intravenosa ou intramuscular, ou o TRAMADOL, por via intramuscular. O uso de anti-inflamatórios não-esteroides deve ser evitado devido ao insulto presente ao sistema renal; • A diurese pós-obstrutiva é abundante em gatos que estavam obstruídos por alguns dias ou que apresentavam azotemia grave. O grau de diurese pós-obstrutiva é proporcional ao grau de azotemia. Por esse motivo, a fluidoterapia com uma solução balanceada como o RINGER´S COM LACTATO DE SÓDIO deve ser instituída após a desobstrução, além da adição de potássio caso o paciente esteja hipocalêmico. O tratamento do espasmo uretral reduz a dor, a gravidade dos sinais clínicos em alguns gatos e pode diminuir o risco de recorrência da obstrução uretral; • Os antiespasmódicos de musculatura lisa indicados para gatos desobstruídos incluem a ACEPROMAZINA, por via intravenosa, intramuscular ou subcutânea; PRAZOSINA, por via oral a cada 8 a 12 horas; e FENOXIBENZAMINA, por via oral a cada 12 ou 24 horas, com eficácia total em cinco dias; • Já os relaxantes de musculatura esquelética resultam em uma redução da resistência do esfíncter externo, onde na maioria das vezes os urólitos e tampões estão alojados. Devido à grande proporção de musculatura esquelética na uretra dos felinos, geralmente esse tipo de relaxante muscular é mais efetivo nessa espécie. O DIAZEPAM é o fármaco mais utilizado para esse propósito, apesar de haver dúvidas quanto à sua eficácia (por via oral, a cada 8 horas). Frequentemente, o seu uso facilita a eliminação de urina e a compressão manual da vesícula urinária durante 20 a 30 minutos após sua administração. Porém, segundo alguns autores, o relaxante esquelético mais eficaz é o DANTROLENO, por via oral a cada 12 horas, ou por via intravenosa. O dantroleno não possui efeito na junção neuromuscular como a maioria dos relaxantes musculares esqueléticos. Logo após a desobstrução uretral, alguns pacientes se beneficiam do tratamento com ACEPROMAZINA. Para uso continuado, é indicado prescrever PRAZOSIN e DANTROLENE durante 7 a 14 dias para promover o relaxamento de toda a uretra. Os dois fármacos podem ser utilizados em conjunto e tratamentos longos ou intermitentes podem ser necessários em alguns indivíduos. É preferível retirar ambos os medicamentos aos poucos, do que realizar uma parada abrupta do tratamento; • Os gatos podem apresentar atonia de origem miogênica no músculo detrusor da vesícula urinária se sua distensão for grave e prolongada. Se isso ocorrer, os animais podem ser tratados com medicamentos parassimpaticomiméticos, se necessário. O BETANECOL é utilizado com essa finalidade. As vias intramuscular e intravenosa são contraindicadas, a administração oral é pouco absorvida e a via subcutânea, em doses terapêuticas, pode causar vômito, salivação e diarreia (a via subcutânea deve ser utilizada com cuidado e na menor dose efetiva do fármaco); CUIDADOS TOMADOS DURANTE A DESOBSTRUÇÃO URETRAL: • Só utilize cateteres não irritantes na uretra, como os de silicone, Teflon ou tubos macios de alimentação infantil. Os cateteres de polipropileno são extremamente irritantes; • Quando a utilização do cateter de espera for necessária, deve-se mantê-lo em circuito fechado para reduzir as chances de infecção bacteriana ascendente; • Considere a utilização de relaxantes musculares durante e após a cateterização; • Confira a patência do cateter de espera sempre que possível e monitore a produção de urina. A vesícula urinária não deve ficar distendida enquanto o animal estiver cateterizado; • Considere o uso de ANSIOLÍTICOS a TRANQUILIZANTES leves durante e imediatamente após a cateterização uretral. Essas medicações podem reduzir a disúria e o tônus simpático resultante do estresse. CONTINUANDO... • Embora os urólitos de estruvita e de urato possam ser dissolvidos com o uso de dietas apropriadas, aqueles formados por oxalato de cálcio devem ser removidos cirurgicamente, a não ser que sejam pequenos o suficiente para serem expelidos através da urohidropropulsão de esvaziamento; • O tratamento específico da urolitíase por estruvita pode incluir a realização de cistotomia para sua remoção cirúrgica, a urohidropropulsão de esvaziamento ou a lise medicamentosa através de dietas terapêuticas específicas, dependendo da situação individual do paciente; • Os urólitos de estruvita estéreis podem ser dissolvidos utilizando-se uma dieta restrita em magnésio, fósforo e proteína e que produz uma urina ácida, quando comparada a alimentos de manutenção destinados a gatos adultos; • Nos casos de hipercalcemia, um alimento rico em fibras deve ser usado em conjunto com o CITRATO DE POTÁSSIO; • A dissolução de cálculos de urato pode ser realizada utilizando-se dietas alcalinizantes que possuam baixos níveis de proteínas, pois elas reduzem as concentrações dos precursores das purinas, as quais são convertidas a ácido úrico. Também pode-se utilizar o ALOPURINOL, que age inibindo a enzima xantino oxidase, que é essencial para a produção de ácido úrico. Entretanto, o uso do alopurinol pode favorecer a formação de urólitos de xantina em gatos; • NEOPLASIAS: PEROXICAM; • CISTITE IDIOPÁTICA: Mudanças no manejo e nos hábitos do animal. Os anti-inflamatórios não-esteroides, como CARPROFENO e CETOPROFENO e analgésicos opioides potentes como BUTORFANOL, BUPRENORFINA e de FENTANIL são benéficos a curto prazo no tratamento da dor. O antidepressivo indicado é a AMITRIPTILINA. É importante ressaltar que a terapêutica hoje disponível para o tratamento da cistite idiopática é meramente paliativa. Os melhores resultados são obtidos quando se realiza várias mudanças, como reduzir o estresse, utilizar alimentação úmida e repor GAGs e, se necessário, aliviar o espasmo uretral.