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Problemas de agência
Existem problemas de agência potenciais nas relações económicas entre um “Principal” que
estabelece um contrato com um “Agente” cujas acções não pode observar.
‐ O principal seleccionado o agent para agir em seu nome, no seu melhor interesse.
Exemplos: Um investidor que selecciono um gestor de um fundo. Uma pessoa contrata
um advogado.
‐ O agent deve compreender e cumprir adequadamente as tarefas acordadas sem se
desviar desse objectivo, intencionalmente ou por negligência.
The principal agent problem
‐ Os problemas surgem quando existem conflitos de prioridades entre o dono de um activo
e a pessoa nomeada para o gerir.
‐ A resolução de um problema de agência pode implicar mudar o sistema de recompensas
de forma a alinhar as prioridades e/ou minimizar assimetrias de informação entre as
partes.
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23/09/2019
Problemas de agência e assimetrias de informação
Existem problemas de agência potenciais nas relações económicas entre um “Principal” que
estabelece um contrato com um “Agente” cujas acções não pode observar.
Principal Agent Comportamento desconhecido pelo
“Principal”
Médico Paciente Estilo de vida saudável
Empregador Empregado Esforço
stockholder Gestor Estratégia
Segurador Segurador Estilo de condução
Banco Pessoa financiada Estratégia / esforço
Teoria da Informação Assimétrica / selecção adversa
Considera‐se que existe Selecção Adversa (informação assimétrica ex‐ante) quando o resultado provável
obtido numa negociação seria mais favorável com alguém escolhido aleatoriamente da população, do que
com aqueles que desejam negociar voluntariamente.
Ex: Ao entrar numa negociação eu tenho informação privilegiada (vantagem ex‐ante).
Ex: Quando alugo um carro o vendedor não sabe o meu estilo de condução (vantagem ex‐ante).
Existem diferentes perfis (de risco) de pessoas
Alto risco/baixo risco, Cuidadosas/Descuidadas, Saudáveis/Doentes.
Estas pessoas, enquanto clientes, sabem estas caracteristicas (suas). A empresa não sabe.
= PROBLEMA DE SELECÇÃO ADVERSA
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23/09/2019
Selecção adversa e Racionamento de Crédito (Stiglitz e Weiss)
1. Exemplo de problema de selecção adversa: sector bancário
• O racionamento de crédito refere‐se a uma situação em que os credores limitam a
oferta adicional de crédito aos clientes que procuram fundos, mesmo que os últimos
estejam dispostos a pagar taxas de juros mais altas. É portanto um exemplo de falha
de mercado, já que o mecanismo de preços não é capaz de levar o mercado para o
equilíbrio (excesso de procura ou insuficiência de oferta).
Stiglitz, Credit Rationing in Markets With Imperfect Information, American Economic Review ∙ February 1981
Assimetria de Informação e Racionamento de Crédito (Stiglitz e Weiss)
No mercado de crédito é fundamental conhecer a quem se está a emprestar dinheiro
para avaliar o risco de que o empréstimo não seja pago.
Porém existe uma assimetria de informações: o tomador de empréstimo conhece muito
mais sua capacidade e disposição para pagamento do que o credor. Isto pode levar a
um problema de seleção adversa.
Exemplos:
• Seguro de vida
• Mercado de carros usados
• Mercado de crédito – tomadores de crédito com maior risco deveriam pagar juros
mais elevados. Porém, ao elevar os juros (cobrar um spread médio de risco) para
cobrir o risco médio de inadimplência.
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23/09/2019
Selecção adversa e Racionamento de Crédito (Akerlof)
2. Exemplo de problema de selecção adversa: sector automóvel (usado)
Akerlof (1970) utiliza o mercado automóvel para demonstrar a influência da assimetria de informação no preço de
um produto.
Ele assume, que existem quatro tipos de carros, carros novos, carros velhos, carros bons e carros maus (a que ele
chama de “Lemons”). Ao comprar um carro existe a probabilidade “q” que seja um bom carro e a probabilidade “1‐q”
que seja um “Lemon”.
Ele assume que esta situação seja verdade, quer para os carros novos quer para os velhos. Como os compradores não
conseguem distinguir bons carros de “Lemons” o preço permanece o mesmo para os dois, fazendo com que maior
parte dos carros vendidos sejam de facto “Lemons”, pois quem detêm um bom carro não quererá correr o risco de
vender o seu carro para depois comprar um “Lemon”. informação assimétrica (insiders vs. Outsiders). Ex:
detentores de cargos públicos vs. Empresários privados.
Ao processo dos piores carros passarem a dominar o mercado chama‐se Selecção Adversa.
SOLUÇÃO: LEGISLAÇÃO, GARANTIAS, PROTECÇÃO DO CONSUMIDOR, DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO (INTERNET),
Cláusulas de exclusão do mercadod e capitais.
A Estrutura do Capital das Empresas: Teoria ao longo de 50 anos Ricardo Gomes, Economia & Empresa n.º 14 / 2012
"The Market for Lemons: Quality Uncertainty and the Market Mechanism", published in Quarterly Journal of Economics in 1970
Selecção adversa – sector segurador
3. Exemplo de problema de selecção adversa: sector segurador
Recordar
Considera‐se que existe selecção adversa quando o resultado obtido numa negociação seria mais favorável com
alguém escolhido aleatoriamente da população, do que com aqueles que desejam negociar voluntariamente.
Estudo sectoriais mostram que:
As pessoas que procuram seguros de saúde, tipicamente, estão expostos a riscos superiores (doenças graves).
As que procuram seguros de vida, têm a expectativa de viver menos tempo.
As que procuram seguros automóveis, conduzem mais e estão expostas a mais riscos.
Aqueles que preferem pagar uma aunidade (perpétua) têm expectativa de ter uma vida longa.
Assim, estes não são os clientes que a empresa seguradora desejaria. Comportaria menos risco, para a
seguradora, escolher um cliente aleatoriamente da população.
As seguradoras ajustam os seus prémios em função das médias nacionais vs. Históricos para a indústria?
Porquê Selecção adversa O mercado segurador tem mais limões (clientes de risco).
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23/09/2019
Selecção adversa – sector segurador
Exemplo de problema de selecção adversa: sector segurador
Exemplo:
Considere que é possível fazer um teste médico na seguradora que determina a probabilidade
ter um problema de saúde grave. O teste é feito na seguradora e é voluntário.
Ponto de vista do comprador ‐> Prefere fazer um seguro de saúde antes ou depois de fazer o
teste? Porquê? Quem prefere fazer o teste entre jovens, idosos?
Ponto de vista da seguradora‐> Como deve seleccionar a amostra a seguradora. Os jovens são
clientes atractivos? Como se deve refletir, essa situação, nos prémios?
Selecção adversa – sector segurador
Na população total a probabilidade de uma pessoa estar doente é de 0.001.
Se existirem 2 perfis de risco de clientes de seguradora:
“baixo risco” (metade da população) ‐> sem doenças
“alto risco” (metade da população) ‐> com doenças (5.000 USD para tratar)
Questão: Quem vai comprar seguro?
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23/09/2019
Selecção adversa
Problema da seguradora: As pessoas que querem seguros de saúde provavelmente não
têm saúde (ou apresentam tipicamente probabilidade de estarem doentes > 0.001.
Questão: Quem vai comprar seguro? Maioritariamente os clientes de “alto risco”
Não são uma amostra representativa da população (selecção adversa).
Suponhamos que os de alto risco compram 1000x mais que os de baixo risco e que o
custo de tratar 1 doente é de 5000 USD para a seguradora:
Qual o custo do prémio do seguro?
Selecção adversa
Problema da seguradora: As pessoas que querem seguros de saúde provavelmente não
têm saúde (ou apresentam tipicamente probabilidade de estarem doentes > 0.001.
Questão: Quem vai comprar seguro? Maioritariamente os clientes de “alto risco”
Não são uma amostra representativa da população (selecção adversa).
Suponhamos que os de alto risco compram 1000x mais que os de baixo risco e que o
custo de tratar 1 doente é de 5000 USD para a seguradora:
Qual o custo do prémio do seguro?
5000 USD x 0.001 (probabilidade de ter um cliente doente)
AFINAL A PROBABILIDADE É MAIOR QUE 0.001! Porque a maioria dos clientes que
compraram são de alto risco.
Mas o prémio ficou em 5 USD
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23/09/2019
Selecção adversa
Problema da seguradora: As pessoas que querem seguros de saúde provavelmente não
têm saúde (ou apresentam tipicamente probabilidade de estarem doentes > 0.001.
1) O prémio é demasiado elevado (5 USD) para o nível para o nível de risco dos clientes
“baixo risco)
2) O prémio é demasiado baixo para o risco a que a seguradora está exposta. Deveria
aumentar ainda mais o preço.
3) Se fizer isto ainda menos clientes de “baixo risco” vão comprar.
4) Voltar ao passo 1….
RESULTADO: prémios elevados / seguros com poucas coberturas
Selecção adversa
RESULTADO: prémios elevados / seguros com poucas coberturas (Check up médico para
especialidades ”caras”).
Ambas as situações são fracassos de mercado
‐> COMO RESOLVER ESTE PROBLEMA?
O Estado pode obrigar toda a gente a comprar seguro (Ex.: seguro automóvel).
O seguro pode ser incluído noutro serviço. Ex: Serviços bancários / crédito à habitação /
segurança no trabalho.
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23/09/2019
Teoria da Informação Assimétrica – Moral Hazard
Moral Hazard (informação assimétrica ex‐post) ocorre quando as acções do parceiro de
transação são menos favoráveis que as de um elementos seleccionado aleatóreamente da
população. Uma das partes define o nível de risco e a outra suporta as consequências de um
outcome desfavorável.
As pessoas assumem comportamentos que a empresa desconhece:
condução +/‐ cuidadosa, fazer exercício/não, trabalhar/não trabalhar.
Teoria da Informação Assimétrica – Moral Hazard
CASO DO MERCADO SEGURADOR
Moral Hazard (informação assimétrica ex‐post) ocorre quando as acções do parceiro de transação são
menos favoráveis que as de um elementos seleccionado aleatóreamente da população. Uma das partes
define o nível de risco e a outra suporta as consequências de um outcome desfavorável.
Ex: Depois de fazer um seguro contra todos os riscos eu passo a conduzir de forma menos cuidadosa
(vantagem ex‐post).
Ex: Depois de alugar o carro eu uso um estilo de condução mais arriscado do que habitualmente por que
o carros não é meu e eu já paguei o seguro juntamente com o aluguer.
Ex: Implicações dos fundos de resgate dos grandes bancos “Too big to fail” risco sistémico. Os resgates
acentuam o comportamento de risco.
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23/09/2019
Pré requisitos para problemas de Risco moral (moral hazard)
1) Preferências diferentes entre as partes
2) Existência de uma necessidade transacionável (ex.: saúde, financiamento)
3) Dificuldades de observação/ verificação dos comportamentos das partes.
Nestas condições é possível introduzir incentivos para mitigar os problemas de moral hazard. Normalmente pela via
contratual (com condições e consequências).
Soluções para mitigar os problemas:
• Uso de ratings (Tripadvisor). Além de ajudar a diminuir a assimetria de informação, como o
rating afeta a reputação do prestador de serviço, ele procurará melhorar seus serviços para
afetar positivamente/manter seu rating.
• Num seguro, o uso de uma franquia (para fazer o segurado co‐responsável) ou o desconto
na renovação de um seguro de carro para quem não o usou no ano anterior.
• No caso de empréstimos, o uso de condicionalidades duras se houver um resgate do
devedor (exclusão do sector por n anos).
i) Procurar factores correlacionados com a acção a encorajar.
Ex: teorias da motivação, subsídios a fundo perdido que só chegam após 1 ano a laborar,
prémios por objetivos para gestores.
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