Sie sind auf Seite 1von 32

Contabilidade Tributária

Material Teórico
Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.a Esp. Nair Moretti Baradel

Revisão Técnica:
Prof.a Me. Graziela de Faria Santos Soares

Revisão Textual:
Prof. Esp. Tiago Araújo Vieira
Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

• Imposto Sobre Serviços de Qualquer natureza – ISSQN


• Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI
• Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS

·· Conhecimento da legislação tributária e pratica de cálculo e contabilização dos


tributos Municipais, Estaduais e Federais.

Por serem impostos Municipais, Estaduais e Federais, respectivamente, todos eles, têm sua
legislação e forma de cálculo que lhe é determinada pela legislação de cada Município, Estado
e pela Receita Federal do Brasil. Por essa razão, trataremos desses impostos separadamente,
para que vocês possam obter o conhecimento da legislação que embasa os impostos, por meio
da apresentação de exemplos com aplicação no nosso cotidiano.
Também serão apresentados exercícios de fixação, nos quais os (as) alunos (as) poderão
exercitar, através da prática, os conceitos teóricos.
Por ser uma disciplina bastante complexa, é recomendada a leitura completa dos enunciados
dos exercícios, e atenção às regras de aplicação da legislação vigente.
Não pretendemos esgotar esse assunto nesta unidade, pois, é fundamental que os (as) alunos (as)
estejam sempre atualizados, em virtude das constantes modificações apresentadas na legislação.

5
Unidade: Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

Contextualização

Só conheço duas espécies de Governos: os bons e os maus. Os bons


estão ainda por fazer; os maus, em que toda a arte consiste, por
diferentes meios, em passar o dinheiro da parte governada à bolsa
da parte governante. Aquilo que os governos antigos arrebatavam
pela guerra, nossos modernos obtêm com mais segurança pelo
fiscalismo. É apenas a diferença desses meios que constitui sua
variedade. Creio, no entanto, na possibilidade de um bom governo
em que, respeitadas a liberdade e a propriedade do povo, ver-se-ia
resultar o interesse geral em contraposição ao interesse particular.
Claude-Adrien Helvétius, Carta a Montesquieu (1748).

Apesar dessa carta ter sido escrita em 1748, não nos


parece a nossa realidade?
Pense a respeito!
Para pensar Como pagamos nossos impostos?
Como são recolhidos e transferidos para o governo?

Todos nós, diariamente adquirimos ou consumimos produtos e serviços tais como: refeições,
telefones celulares, serviços de telefonia, de transportes, aquisição de livros e revistas, assinaturas
de televisão a cabo, entre outros e esses produtos ou serviços, têm cobrança de impostos, e nem
nos damos conta, pois já está embutida no preço.
Igualmente, são as empresas onde nós trabalhamos: elas também consomem produtos
e serviços, quer para utilização na fabricação de seus produtos, quer na prestação de seus
próprios serviços.
Portanto, no nosso dia-a-dia, estamos contribuindo, pois diversos impostos, tanto diretos,
como indiretos, incidem sobre os preços desses produtos, e aqui vamos tratar de impostos
indiretos, os quais são repassados para o preço dos produtos e serviços que consumimos.
Prestem atenção quando adquirirem um produto ou serviço, como um televisor ou um telefone.
Certamente, na nota fiscal deverá estar declarado o valor do produto, mais o valor do IPI e do
ICMS que é cobrado sobre este bem, além de outras informações necessárias; igualmente, na
nota fiscal de prestação de serviços, estarão destacados o valor do serviço e o ISS cobrado.
Pois bem, como convivemos com estes impostos de forma tão automática, acabamos nem nos
damos conta da quantidade de tributos que pagamos, e nesta disciplina, sem dúvida, teremos o
entendimento de como é feita a cobranças destes impostos.

6
Imposto Sobre Serviços de Qualquer natureza – ISSQN

Conceito
O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN, é um imposto cuja administração
e regulamentação é de competência de cada Município. Esse imposto incide sobre a prestação
de serviços, seja ela executada por pessoas jurídicas ou mesmo pelos profissionais autônomos.
Porém, o fato gerador ou a ocorrência, não deve ser objeto de cobrança de impostos de
competência de Estados ou da União, como, por exemplo, os serviços de telecomunicações,
geração e fornecimento de energia elétrica, transportes de cargas etc., que já são tributados
pelo Estado ou pela União.

Fonte: Thinkstock/Getty Images

É importante destacar que alguns elementos são necessários e essenciais para que ocorra o
fato gerador do ISS, tais como a efetividade e a habitualidade do serviço prestado.

Base legal para incidência do ISS


O embasamento legal se dá através do artigo nº 156, inciso III, da Constituição Federal, e
é regulamentado, em suas normas básicas, pelo Decreto-lei nº 406/68, atualizado pela Lei
Complementar nº 116/2003, a qual no seu artigo 3º assinala: o imposto é devido no local
do estabelecimento ou do domicílio do prestador, ou seja, no endereço onde está a sede da
empresa que prestou os serviços. As exceções são as expressamente mencionadas nos incisos
II a XXII do mesmo artigo.
A própria LC 116/2003 determina no seu artigo 1º que o Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e DF, tem como fato gerador a prestação
de serviços constante da lista que está anexa, ainda que estes serviços não sejam constituídos
como atividade preponderante do prestador.

7
Unidade: Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

Como os serviços constantes da lista são genéricos, no momento de se enquadrar o


tipo, podem surgir dificuldades quando a prestação de serviço abrange diversos tipos de
serviços, por exemplo: instalação e treinamento de máquinas e equipamentos, se houver
a possibilidade de separação de cada atividade, é o ideal, pois a tributação será atribuída a
alíquota individualmente para cada atividade, porém, se a individualização não for possível,
somente os serviços predominantes deverão ser enquadrados na lista de serviços para fins de
incidência do imposto.
Para se manter atualizado (a) com a constante evolução da
legislação, o ideal é acompanhar as mudanças na legislação do
município, através de acessos diários aos sites das prefeituras
e leitura constante das leis.

Prestadores de serviços
O prestador de serviços é o estabelecimento onde são exercidas, de modo permanente ou
temporário, as atividades de prestação de serviços, não importando se sua denominação seja
a sede, filial, agência, sucursal, escritório de representação ou qualquer outra denominação
que seja utilizada.
Portanto, os prestadores de serviços ou mesmo os tomadores de serviços, conforme estabelecido
na Lei Complementar nº 116/2003, têm como responsabilidade a tributação do ISS.

Cálculo do imposto
O Cálculo do ISS é bem simples, determina-se o valor do serviço prestado e multiplica-se
pelo percentual de alíquota aplicada a tal contribuinte.
As alíquotas são determinadas por cada Município, porém será permitida alíquota máxima
de 5% (cinco por cento), conforme o artigo 8º da LC 116/2003, e no mínimo 2%, estabelecida
pela Emenda Constitucional 37/2002.

Exemplo prático:
Uma empresa, localizada na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, prestou
serviços de manutenção de um celular em sua própria loja. No conserto não foi
necessário a substituição de peças, somente uma limpeza e ajuste de componentes,
cobrando-se o valor de R$ 80,00 (oitenta reais) pela prestação de serviços.

Nesse exemplo, o valor a ser tributado será o valor de R$ 80,00 e a alíquota


atribuída para esse tipo de serviço será de 5%.
Portanto, o cálculo do ISS será:
R$ 80,00
X 5%
R$ 4,00
O valor a ser recolhido aos cofres municipais será de R$ 4,00 (quatro reais).

8
Para garantir um mínimo de uniformidade na cobrança
do ISS e reduzir os efeitos da guerra fiscal deflagrada
entre os municípios, a CF determinou que as alíquotas
máximas e mínimas devem ser fixadas em lei comple-
Diálogo com o Autor mentar, que, como já foi exposto, são leis de caráter
nacional (FABRETTI, 2013, 201)

Responsável tributário
O responsável tributário é a pessoa que tem a responsabilidade de efetuar o pagamento do
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN ou ISS, que poderá ser o prestador ou
o tomador dos serviços, isto, levando-se em consideração o tipo de serviço prestado.
Também o responsável tributário poderá ser o tomador de serviços, quando a empresa
contrata os serviços, de forma permanente para ser executado em suas dependências, por um
determinado período.
Resumindo, não estando os serviços listados nos incisos I a XXII, do artigo 3º da LC
116/2003, quando o imposto será devido no local da prestação, o serviço será considerado
prestado e o imposto devido no local do estabelecimento do prestador. Deve-se também
observar a lei Municipal em relação ao Responsável tributário.

Muitos municípios brasileiros, atualmente, exigem que as empresas


prestadoras de serviços de outros municípios sejam cadastradas no
Cadastro de Prestadores de Outros Municípios – CPOM, para
não terem o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza devido,
também, no município do tomador; mesmo que o serviço tenha sido
prestado nas dependências do prestador, como é o caso da Prefeitura
de São Paulo, que você poderá consultar no site:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/financas/servicos/cpom/index.php?p=2388

Fato Gerador
São os serviços prestados constante da lista – ou relação – anexa à LC 116/2003, mesmo
que tais serviços envolvam o fornecimento de mercadorias.
Quando se fala de retenção do ISS, o fato gerador é a emissão da nota e/ou documento
fiscal, diante dos serviços prestados, constantes na lista de Serviços.

Retenção do ISS
A retenção do ISS é prevista na LC 116/2003, artigos 3º e 6º, onde, no artigo 3º
constam os serviços, nos incisos I a XXII; e no Art. 6º, é determinado que os Municípios
e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo expresso a responsabilidade
pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação,
excluindo a responsabilidade do contribuinte, ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do
cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive, no que se refere à multa e aos
acréscimos legais.

9
Unidade: Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

Retenção no Simples

O ISS devido pelas ME e EPP, optantes pelo Simples Nacional, é recolhido juntamente
com os demais impostos através do Documento de Arrecadação do Simples – o DAS, após a
aplicação da legislação específica.
No caso dos serviços prestados pelas ME e EPP optantes pelo Simples Nacional, o tomador
do serviço deverá reter o valor do ISS de acordo com a legislação do município onde estiver
localizado, sendo que este valor será deduzido do montante a ser recolhido na parcela do
Simples Nacional correspondente.

Para saber mais sobre a retenção do ISS no Simples Nacional,


consulte o §6º. do Artigo 18 da Lei Complementar 123/06.

Contabilização do ISS sobre vendas de serviços


Os municípios são os responsáveis pela regulamentação do Imposto Sobre Serviços de
Qualquer natureza – ISSQN, portanto as regras de escrituração estarão descritas no Decreto
Municipal competente.

Contabilização do ISS - sobre serviços prestados, tendo como responsável tributário pelo
recolhimento do imposto, o prestador dos serviços.
Neste caso, deve-se se observar o documento fiscal que atualmente é uma Nota Fiscal de
Serviços Eletrônica, emitida pelos sites e aplicativos disponibilizados por cada Município.
Em regra geral tais documentos deverão conter:

· O número da Nota;
· Data e hora da emissão,
· Código de verificação (com este código é possível comprovar a veracidade do
documento emitido);
· Identificação do Prestador;
· Identificação do Tomador;
Quando a empresa prestadora de serviço não tiver obrigada a efetuar retenção de acordo
com o disposto na LC 116/2003 e legislação própria do Município, o responsável tributário
pelo recolhimento do ISS será a própria prestadora. Poderá se observar a não retenção do
ISS por meio da Nota Fiscal de Serviço.

10
A Contabilização do ISS deverá ser feita em duas etapas:

Pelo reconhecimento da Receita: Pelo reconhecimento do Imposto:


D = Caixa e Bancos ou Duplicatas D = ISS sobre Serviços (Resultado)
a Receber (Ativo)

C = Receitas de Serviços Prestados C = ISS a Pagar (Passivo)


(Resultado)

Na apuração do resultado do exercício, a conta de ISS sobre serviços será item redutor da
Receita, portanto, será demonstrado desta forma:

Receitas Bruta de Serviços Prestados


(-) ISS sobre Serviços Prestados = Receita Líquida de Serviços Prestados

Sobre prestação de serviços, sendo o tomador de serviços, o responsável tributário pelo


recolhimento do ISS.
Quando a empresa prestadora de serviço tiver obrigada a efetuar retenção de acordo com o
disposto na LC 116/2003 e legislação própria do Município, o responsável tributário pelo
recolhimento do ISS será a empresa tomadora do serviço. Poderá se observar a retenção
do ISS por meio da Nota Fiscal de Serviço.

A- A empresa prestadora dos serviços deverá contabilizar da seguinte forma:


Pelo reconhecimento da Receita:
Débito - Caixa e Bancos ou Duplicatas a Receber (Ativo)
Débito - ISS sobre serviços prestados (Resultado)
Crédito - Receitas de Serviços Prestados (Resultado)

B - A empresa tomadora deverá contabilizar da seguinte forma:


Pelo reconhecimento da despesa:
Débito – Despesas com Serviços de Terceiros (Resultado)
Crédito – Caixa e Bancos ou Duplicatas a pagar (ativo)
Crédito – ISS a recolher (passivo)

Exemplo:
Considerando que a Empresa Evolução Empresarial prestou serviços de Assessoria Contábil
conforme código da Atividade no Município 1719, para a empresa BB Construções, tento
como valor de seu serviço prestado o Valor de R$ 700,00 e alíquota de ISSQN 2% e que a
Legislação Municipal deverá haver retenção do imposto. Logo a empresa Evolução emitiu a
seguinte Nota:

11
Unidade: Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

Fonte: Modelo adaptado da NFS-e do aplicativo disponibilizado pelo Município de Caraguatatuba.

12
Observa-se na Nota Fiscal várias indicações da Retenção
do ISSQN devido, assim o recolhimento do ISSQN devido
deverá ser feito pela BB Construções.

Assim, o valor do ISSQN será deduzido do valor a pagar pela


BB Construções à prestadora do serviço Evolução Assessoria.

Vejamos a contabilização na empresa Prestadora


do Serviço Evolução Assessoria Empresarial.
Livro Diário
Data: 22/07/2019
Débito - Caixa e Bancos ou Duplicatas a Receber (Ativo) R$ 686,00
Débito - ISS sobre serviços prestados (Resultado) R$ 14,00
Crédito - Receitas de Serviços Prestados (Resultado) R$ 700,00
Histórico: Prestação de Serviços conforme NFS-e nº. xxxxx à BB Construções, com
retenção de ISSQN.
Observa-se que a Receita foi de R$ 700,00 onde haverá dedução de R$14,00 (no
DRE) e o recebimento de R$ 686,00. Neste caso, o ISSQN não figura como obrigação
(Passivo) para a Evolução, pois foi deduzido do valor Bruto do serviço, assim foi repassado
a obrigação à tomadora BB Construções.

A empresa tomadora BB Construções deverá contabilizar da seguinte forma:


Débito – Despesas com Serviços de Terceiros (Resultado) R$ 700,00
Crédito – Caixa e Bancos ou Duplicatas a pagar (ativo) R$ 686,00
Crédito – ISS a recolher (passivo) R$ 14,00
Histórico: Despesas com honorários conforme NFS-e nº. xxxxx de Evolução Assessoria
Empresarial, com retenção de ISSQN.
Observa-se que a Despesa foi de R$ 700,00 onde haverá desembolso de R$ 686,00
para o pagamento a Evolução e R$ 14,00 para o recolhimento do tributo por meio de
documento de arrecadação específico do Município.

13
Unidade: Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI

Conceito e Definição de IPI


O IPI é um tributo indireto, cobrado pela União. A Constituição de 1988 define o IPI em
seu artigo 153:
Art. 153 – Compete à União instituir impostos sobre:
(...)
IV – Produtos industrializados (...).

O IPI é um imposto que incide sobre os produtos industrializados, de competência da


União e não está sujeito ao princípio da anterioridade, conforme determinado na Constituição
Federal (§ 1º. do art. 153 da CF). Dentre seus princípios constitucionais destacamos a não
cumulatividade e a seletividade.
O fato de não estar sujeito ao princípio da anterioridade, lhe permite poder alterar as suas
alíquotas durante o exercício financeiro.
O IPI também pode ser utilizado como ferramenta para equilibrar a economia do país,
um exemplo disso é que em 2008, diante da crise financeira mundial, o governo brasileiro
lançou mão desse recurso e como estratégia para estimular o consumo interno, diminuiu as
alíquotas de IPI de produtos como veículos e eletrodomésticos, alguns itens chegando a ter
suas alíquotas zeradas. Com esta medida, proporcionou a manutenção do aquecimento do
mercado, minimizando, assim, os reflexos da crise mundial na economia brasileira.

Fabretti, (2013), conceitua o IPI como sendo também um imposto sobre a circulação
econômica, e frisa sua etapa inicial, ou seja, a produção ou a importação.

O princípio da Seletividade nada mais é do que taxar o produto na proporção da sua


essencialidade, assim, quanto mais supérfluo seja o produto, mais elevada será sua tributação.

A não cumulatividade implica na incidência do imposto somente sobre a parcela do valor


agregado no processo de industrialização. É assegurado ao contribuinte o direito de se creditar
dos impostos anteriormente pagos. Ou o imposto pago na aquisição da matéria prima, que
será utilizado na industrialização do produto, será lançado como crédito nos livros fiscais e
descontados do valor a pagar na venda da produção.

O estabelecimento industrial ou equiparado não


é o contribuinte de fato, mas o responsável
que, por determinação legal, deve cobrá-lo
deste, e repassá-lo à União. A Partir da Lei no
8.866/94, o responsável passou a ser definido
Diálogo com o Autor como depositário da União. Caso não recolha
aos cofres públicos o valor cobrado a título de IPI,
passa a ser depositário fiel e pode ser punido com
pena de prisão. (FABRETTI, 2013 p.196)

14
Industrialização – Definição
No artigo 4º do Decreto 7.212/2010, a industrialização é definida como qualquer operação
que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou até mesmo a
finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo como tal.

Nessa definição estão incluídos: a transformação, onde a utilização de matérias primas ou


produtos intermediários irá resultar em novo produto; o beneficiamento, onde se modifica,
aperfeiçoa-se ou altera-se o funcionamento, a utilização, o acabamento ou mesmo a aparência
do produto; a montagem, que consiste em reunir produtos, peças ou componentes que
resultarão em um novo produto ou mesmo em um produto com a mesma classificação fiscal;
o acondicionamento ou reacondicionamento, que nada mais é do que a modificação da
embalagem do produto, mesmo que seja a substituição da embalagem original – não se inclui
nesta categoria a embalagem utilizada apenas para transporte da mercadoria; a renovação ou
recondicionamento, nesta categoria, temos como exemplo a restauração, que coloca em uso
um produto deteriorado.

O Parágrafo único do Art. 4º do Decreto 7.212/2010, diz que são irrelevantes, para
caracterizar a operação como industrialização, o processo utilizado para obtenção do
produto e a localização e condições das instalações ou equipamentos empregados.
Ou seja, se uma empresa adquire no mercado uma caixa de arruelas contendo 1.000 peças
e dividir em 100 pacotes de 10 arruelas, o simples fato de fracionar a quantidade adquirida é
considerado industrialização (acondicionamento), para fins de tributação do IPI.

Fato Gerador
O fato gerador do IPI ocorre em duas hipóteses, conforme art. 35º do RIPI, Decreto no
7.212/2010, no desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; ou na saída
de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial.

Incidência
A incidência do IPI abrange todos os produtos industrializados, nacionais ou mesmo
estrangeiros.

Conforme Art. 2º do Decreto 7.212 de 15/06/2010


O imposto incide sobre produtos industrializados, nacionais e
estrangeiros, obedecidas as especificações constantes da Tabela de
Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI (Lei no
4.502, de 30 de novembro de 1964, art. 1º, e Decreto-Lei no 34,
de 18 de novembro de 1966, art. 1º).
Parágrafo único. O campo de incidência do imposto abrange
todos os produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados
na TIPI, observadas as disposições contidas nas respectivas notas
complementares, excluídos aqueles a que corresponde a notação NT
(Não tributado) (Lei no 10.451, de 10 de maio de 2002, art.6º).
15
Unidade: Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

Alguns produtos, tais como livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão
são isentos de IPI (Art. 150 Inciso VI alínea da CF). Também não há incidência de IPI na
exportação de produtos industrializados; na produção do ouro, quando esse for definido como
ativo financeiro (investimento em barras de ouro), energia elétrica, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais do País.

Não existe melhor opção que explorar o decreto que regulamenta a cobrança
desse imposto, bem como a Constituição Federal, através dos links abaixo:
RIPI: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7212.htm#art617
Constituição Federal: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

Contribuintes
São obrigados ao pagamento do imposto, na qualidade de contribuinte: o importador,
na ocasião do desembaraço aduaneiro; o industrial, no momento da saída do produto que
industrializar em seu estabelecimento e demais atos que praticar; o estabelecimento equiparado
a industrial, na ocasião da saída de produtos, bem como aos demais fatos geradores estabelecidos
em lei; e, inclusive, os que consumirem ou remeterem para empresas que não são editoras
ou empresas jornalistas, papéis destinados à impressão de jornais, livros e revistas, que foram
adquiridos comercialmente.
As empresas optantes pelo Simples Nacional, e que atendam ao disposto na Lei
Complementar no 123, de 2006, deverão recolher o imposto mensalmente, em conjunto com
os demais impostos e contribuições, nos termos especificados na referida Lei Complementar
(Lei Complementar nº 123, de 2006, arts. 12, e 13, inciso II).

Considera-se contribuinte autônomo qualquer


estabelecimento de importador, industrial ou comerciante,
em relação a cada fato gerador que decorra de ato que
praticar (Lei no 5.172, de 1966, art. 51, parágrafo único).
Parágrafo único. Considera-se contribuinte autônomo
qualquer estabelecimento de importador, industrial,
comerciante ou arrematante.

Segundo a Receita Federal, são considerados como equiparados a estabelecimento


industrial os estabelecimentos industriais na ocasião da saída de matérias-primas, produtos
e materiais intermediários e de embalagem, quando adquiridos de terceiros, que se destinem
a outros estabelecimentos, com a finalidade de industrialização ou revenda. Também são
obrigatoriamente equiparados a industrial, os estabelecimentos comerciais de bens de produção
em relação a essas operações, e ainda, os estabelecimentos atacadistas que adquirem produtos
de estabelecimentos industriais ou equiparados, entre outras categorias.

16
Base de Cálculo
A base de cálculo, no caso de produtos estrangeiros, será o valor que servir ou serviria de
base para o cálculo dos tributos aduaneiros, no momento do desembaraço da importação,
acrescido do montante desses e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador
ou dele exigíveis, conforme determinação legal, e o valor total da operação de que decorrer a
saída do estabelecimento equiparado a industrial.
No caso dos produtos nacionais, será o valor total da operação de que decorrer a saída do
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial (Lei nº 4.502, de 1964, art. 14, inciso
II, e Lei nº 7.798, de 1989, art. 15). A este valor deve ser acrescido o valor do frete e de
quaisquer outras despesas acessórias adquiridas pelo contribuinte conforme disposto na Lei
nº 4.502, de 1964, art. 14, § 1º, Decreto-lei nº 1.593, de 1977, art. 27, e Lei nº 7.798,
de 1989, art. 15, porém nenhum desconto pode ser deduzido, a qualquer título, ainda que
incondicionalmente. Ou seja, todos os acréscimos ao produto são computados e nenhum
desconto é considerado.

Quando temos o valor total da nota fiscal e somente a alíquota do IPI,


e queremos obter a base de cálculo do IPI, a forma mais fácil de obter
essa informação é:
IPI = 5% ÷ 100 = 0,05%

BC Valor total da nota ÷ 1 + IPI

Exemplo:
Em um valor total de R$ 2.205,00 com IPI embutido de 5%, o cálculo
ficaria da seguinte forma:

2.205,00
BC ÷ 1,05%
R$ 2.100,00

Alíquotas
As alíquotas são encontradas na TIPI – Tabela do IPI onde os produtos estão distribuídos
por Seções, Capítulos, Subcapítulos, Posições, Subposições itens e sub itens.

A TIPI é composta por inúmeros códigos, com os mais varia-


dos tipos de produtos. A Receita Federal disponibiliza todo o
material para download no site
http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/DownloadArqTIPI.htm

17
Unidade: Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

Cálculo Prático e Contabilização


a) Uma indústria, fabricante de máquinas, adquire matéria prima e chapas de aços a
prazo, para a fabricação de seus produtos, no total de R$ 42.000,00, sendo o valor da
mercadoria R$ 40.000,00 e R$ 2.000,00 de IPI (5%)
b) Após a industrialização, o produto foi vendido a prazo pelo preço de R$ 285.000,00,
mais R$ 28.500,00 de IPI, pois, a classificação fiscal atribuída ao produto tem a alíquota
de 10% de IPI, portanto, o valor total da venda foi R$ 313.500,00.
A partir desta situação temos diversos cálculos e procedimentos a serem feitos.
O primeiro será o cálculo do imposto devido.

Entrada (Aquisição)

Valor da Mercadoria Alíquota IPI Total da Nota Fiscal

40.000,00 5% 2.000,00 42.000,00


Saídas (Vendas)

Valor da Mercadoria Alíquota IPI Total da Nota Fiscal

285.000,00 10% 28.500,00 313.500,00


Apuração do Imposto
IPI Devido na Saída do Produto 28.500,00
IPI A Compensar na Entrada da MP 2.000,00
Total do IPI a Pagar 26.500,00

O primeiro será o cálculo do imposto devido.


Dessa forma, o valor do Imposto que será recolhido aos cofres públicos será de
R$ 26.500,00, pois, na apuração, foi compensado o IPI destacado na nota fiscal de
aquisição, na entrada da mercadoria.

E agora? Como é que vou contabilizar isso tudo? Por onde começo? Qual
a maneira mais eficaz? Calma! Vamos fazer passo a passo. Primeiramente,
temos que fazer todos os lançamentos contábeis necessários para que nada
Para pensar escape à nossa escrituração.

18
Contabilização da aquisição: já sabemos que a matéria prima adquirida a
prazo pelo valor de R$ 40.000,00 teve 5% de IPI, e o valor total resultou em
R$ 42.000,00. Desta forma a contabilização se dá:

1º. Passo Crédito Fornecedores (passivo) R$ 42.000,00

Débito Estoques (ativo) R$ 40.000,00


Débito IPI a compensar (ativo) R$ 2.000,00

Contabilização da Venda; e, também, sabemos que o valor total é de R$


313.500,00 sendo o valor da mercadoria R$ 285.000,00, o IPI e R$ 28.500,00
e que a venda foi a prazo, portanto temos:
2º. Passo Débito Clientes (ativo) R$ 313.500,00

Crédito Receita de Venda (Resultado) R$ 313.500,00

Agora vamos contabilizar a incidência do IPI na venda, já sabemos que o valor


do IPI foi R$ 28.500,00

3º. Passo Débito IPI sobre vendas (resultado) R$ 28.500,00

Crédito IPI a pagar (passivo) R$ 28.500,00

Agora os lançamentos referentes a apuração do imposto

4º. Passo Débito IPI a pagar (passivo) R$ 2.000,00

Crédito IPI a compensar (ativo) R$ 2.000,00

Agora o lançamento de baixa de estoque devido sua saída (venda)


e reconhecimento do Custo deste produto.

5º. Passo Débito Custo do Produto (CPV) R$ 40.000,00


Vendido
Crédito Estoque R$ 40.000,00

OBS. Neste exemplo, contabilizamos no custo somente o custo dos materiais utilizados na
produção, pois, não temos informação de custo de mão de obra e demais custos.

19
Unidade: Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

Agora, vamos apurar o resultado de nossa venda.

Apuração do Resultado da Venda


Receita de Vendas de Produtos R$ 313.500,00
( - ) Impostos Incidentes S/ Vendas (R$ -28.500,00)
Receita Liquida de Venda R$ 285.000,00
( - ) Custo dos Produtos Vendidas (R$ -40.000,00)
Lucro Bruto R$ 245.000,00

Os lançamentos de pagamento do imposto e


lançamentos de encerramento e apuração de
resultado não foram abordados em virtude de
Atenção
estarmos tratando de contabilização de tributos.

Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS

Conceito e Definição de ICMS


O ICMS é um imposto de competência Estadual, não cumulativo, conforme determinação
constitucional. Isto significa que, do imposto devido em cada operação, o valor pago na etapa
anterior será descontado. Também é um imposto que respeita o princípio constitucional da
Seletividade, que determina que quanto mais for a sua essencialidade menor será a alíquota.
A Constituição Federal de 1988 atribuiu aos Estados e Distrito Federal a competência
para regulamentar o ICMS, pelas normas gerais pela LC 87/96 e pelos convênios firmados
entre os estados. Isso significa que cada estado tem sua própria legislação, porém como a
mercadoria não circula somente dentro dos limites de seu próprio estado e sim pelo Brasil e
Exterior, isso faz com que seja um imposto de alta complexidade.
O ICMS funciona no sistema de débito e crédito, pois quando um contribuinte adquire bens
ou serviços que são tributados pelo ICMS, terá o direito de utilizar a compensação do imposto
a ser pago nas próximas operações de saídas.
Por ser um imposto calculado por dentro, a alíquota que incide sobre o valor do bem ou
serviço integra o próprio valor.
Complicado, não é?

20
Explicando melhor:
Se um bem for comprado por R$ 200,00 e o ICMS for de 18% (apesar de
haver diversas alíquotas, vamos adotar o percentual de 18% neste exemplo)
o adquirente continuará pagando os R$ 200,00 pelo bem, o imposto será
destacado na nota fiscal pelo valor de R$ 36,00, mas não será acrescido no
preço, que continuará sendo os R$ 200,00.

Para creditar-se do ICMS, é necessário que este esteja destacado em


documento fiscal hábil (que atenda a todas as exigências da legislação
pertinente) emitido por contribuinte em situação regular perante o Fisco
(que esteja inscrito na repartição competente, se encontre em atividade
Diálogo com o Autor no local indicado e possibilite a comprovação dos demais dados cadastrais
impressos no documento fiscal. (FABRETTI, 2013 p.168)

Fato Gerador
A partir da CF/88 foi ampliada a incidência do imposto para ICMS, com a inclusão dos
serviços de comunicações. Porém, o fato gerador está contido na Lei Complementar nº 87/96,
art. 12, que compreende a circulação de mercadorias ou a prestação de determinados serviços.
A Lei Complementar nº 87/96 dispõe que:
Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:
I. da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para
outro estabelecimento do mesmo titular;
II. do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer
estabelecimento;
III. da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em
depósito fechado, no Estado do transmitente;
IV. da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente,
quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente;
V. do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal,
de qualquer natureza;
VI. do ato final do transporte iniciado no exterior;
VII. das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio,
inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a
repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;
VIII. do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços:
a) não compreendidos na competência tributária dos municípios;

21
Unidade: Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

b) compreendidos na competência tributária dos municípios e com indicação


expressa de incidência do imposto de competência estadual, como definido na lei
complementar aplicável;
IX. do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior;
X. do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior;
XI. da aquisição em licitação pública de mercadorias, ou bens importados do
exterior, apreendidas ou abandonadas;
XII. da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos
e gasosos derivados de petróleo oriundos de outro Estado, quando não
destinados à comercialização;
XIII. da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em
outro Estado e não esteja vinculada à operação ou prestação subsequente.
§ 1º Na hipótese do inciso VII, quando o serviço for prestado mediante pagamento
em ficha, cartão ou assemelhados, considera-se ocorrido o fato gerador do imposto
quando do fornecimento desses instrumentos ao usuário.
§ 2º Na hipótese do inciso IX, após o desembaraço aduaneiro, a entrega, pelo
depositário, de mercadoria ou bem importado do exterior deverá ser autorizada
pelo órgão responsável pelo seu desembaraço, que somente se fará mediante a
exibição do comprovante de pagamento do imposto incidente no ato do despacho
aduaneiro, salvo disposição em contrário.

Fundamento legal: art. 155, § 2º, da CF/88, Emenda Constitucional nº


3/93 e art. 12º da Lei Complementar nº 87/96.

Incidência
O Artigo 2º Da LC 87/96 dispõe que o imposto incide sobre operações relativas à
circulação de mercadorias, fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e
estabelecimentos similares; serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer
via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; serviços de comunicação, por qualquer meio,
inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a
ampliação de comunicação de qualquer natureza; fornecimento de mercadorias com prestação
de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; fornecimento de
mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência
dos Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do
imposto estadual.
O imposto também incide sobre a entrada de mercadorias ou de bens importados do
exterior, seja por pessoa física ou jurídica, mesmo que não seja um contribuinte habitual do
imposto e para qualquer que seja a sua finalidade,
Assim como na tributação do IPI, vista no capítulo anterior, o ICMS também não incidirá
sobre operações com livros jornais e periódicos e o papel destinado a sua impressão. Diversas
outras não incidências estão claramente detalhadas no Art. 3º Da LC 87/96, no qual podemos
destacar as operações que se destinam ao exterior, operações interestaduais com energia
elétrica e petróleo, entre outras.

22
Para ter a completo conhecimento de todas as incidências e
não incidências acessar a Lei Complementar nº 87/96 no link:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp87.htm

Contribuintes
O Art. 4º Da LC 87/96 dispõe que:
Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com
habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de
circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual
e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior.
Parágrafo único. É também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem
habitualidade ou intuito comercial. (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002)

A pessoa jurídica ou mesmo física que importe bens e mercadorias do exterior, para
qualquer finalidade, também é considerado contribuinte, assim como, na aquisição em
licitações de bens ou mercadorias apreendidas ou abandonadas, entre outras definições
dadas pelo artigo 4º da LC 87/96.
A legislação instituiu a figura do substituto tributário, que é aquele obrigado a calcular,
cobrar e recolher o imposto que será devido nas operações seguintes.

As empresas optantes pelo Simples Nacional, e que atendam


ao disposto na Lei Complementar no 123, de 2006,
deverão recolher o imposto mensalmente em conjunto com
Atenção
os demais impostos e contribuições, nos termos especificados
na referida Lei Complementar (Lei Complementar nº 123,
de 2006, arts. 12, e 13, inciso VII).

Base de Cálculo
A base de cálculo do ICMS está definida no art. 13º da LC 87/96 e será o valor da operação:
no caso das saídas de mercadorias de estabelecimento e contribuinte, mesmo que para outro
estabelecimento do mesmo titular; na transmissão de mercadorias depositadas em armazém
geral, ou em depósito fechado, no estado do transmitente; e na transmissão de propriedade da
mercadoria, mesmo que não tenha transitado pelo estabelecimento do transmitente.
No caso de fornecimento de alimentação, bebidas e demais mercadorias por qualquer
estabelecimento, será o valor da mercadoria e do serviço.
Quando se tratar de importação do exterior de bens e mercadorias, a base de cálculo será
o valor da mercadoria constante nos documentos de importação, adicionado dos Impostos
de Importação – II; Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI; Imposto sobre operação de
câmbio; e quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras.

23
Unidade: Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

Os descontos concedidos sob qualquer condição, entendendo assim os que estiverem


vinculados a eventos incertos ou futuros, também comporão a base de cálculo do ICMS,
assim como os valores correspondentes a seguro, juros, fretes, e demais importâncias
cobradas do destinatário.

Quando a venda for realizada a não contri-


buintes, ou a mercadoria vendida for utilizada
para consumo próprio, o Imposto sobre Pro-
dutos Industrializados – o IPI – compra a base
de cálculo do ICMS.

Substituição Tributária

Conforme estabelecido no artigo 8º da Lei Complementar 87/96, em se tratando do regime


Substituição Tributária, a base de cálculo será o valor correspondente ao preço de venda ao
consumidor acrescido do valor do frete, IPI e demais despesas debitadas ao estabelecimento
destinatário; bem como, a parcela resultante da aplicação (sobre esse total) do percentual de
valor agregado (margem de lucro). Esse percentual é determinado pelo tipo de mercadoria.

Valor de mercadoria
+ Frete
BC + IPI
+ Outras despesas
+ Margem de Lucro

Alíquotas
O percentual a ser aplicado sobre a base de cálculo, por ser o imposto de competência
estadual, é estabelecido por cada Estado, sendo que a fixação das alíquotas interestaduais fica
sob a responsabilidade do Senado Federal.
Estas alíquotas são diferentes nos estados, conforme segue:
· 7% em operações ou prestações interestaduais com estados do Norte, Nordeste, Centro-
Oeste e o estado do Espírito Santo;
· 12% para as regiões Sul e Sudeste,
· 18% nas operações internas e importações em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro
e 17% nos demais estados;
· 7% nas operações com produtos da cesta básica;
· 25% em operações internas, interestaduais e importações de perfumes, cosméticos,
cigarros, armas e munições, bebidas alcoólicas etc..

24
Porém, nas operações e prestações que destinem bens e serviços ao consumidor final que esteja
localizado em outro estado, deverá ser adotada a alíquota interestadual, quando o destinatário for
o contribuinte do imposto, e a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele.

Fonte: Wikimedia Commons

Voltamos a destacar que os produtos considerados essenciais, como cesta básica de alimentos
e outros, e até mesmo produtos do setor de informática, têm suas alíquotas reduzidas, ou pela
essencialidade do produto, ou através da implantação de políticas estaduais com intuito de atrair
empresas para o desenvolvimento da região.

Aí perguntamos: se bens de primeira necessidade têm alíquotas


mais baixas, como ficariam as alíquotas de fornecimento de
energia elétrica, comunicação e combustíveis? Qual a razão
Para pensar de estas alíquotas serem de tão altas?

Direito ao Crédito
Por ser um imposto não cumulativo, o contribuinte que adquirir insumos (matéria prima,
material indireto, material de embalagens etc.) e mercadoria para revender, poderá, por
ocasião das vendas da mercadoria, descontar o imposto pago na operação anterior. Porém,
para determinar quais os produtos que dão direito ao crédito, por se tratar de uma legislação
estadual, o melhor embasamento é o regulamento do ICMS de cada Estado.
No caso de aquisição de ativo fixo, há uma legislação especificando que o crédito poderá
ser dar em até 48 meses, ou seja, todo mês o contribuinte poderá se creditar de 1/48 avos do
valor do imposto, entretanto, existem diversos controles a serem feitos, por exemplo, o CIAP
(Controle de Imposto do Ativo Permanente).
Não darão direito ao crédito: as mercadorias ou bens adquiridos para consumo próprio,
isentos, ou que sejam alheios às atividades do estabelecimento.

25
Unidade: Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

Cálculo Prático e Contabilização


Vamos utilizar a mesma operação praticada no imposto IPI, para a continuidade das
operações, de forma a tornar claros os procedimentos contábeis.
Uma indústria, fabricante de máquinas, adquire a prazo, matéria prima – chapas de
aços – para fabricação de seus produtos, no total de R$ 42.000,00, sendo o valor da
mercadoria R$ 40.000,00, o IPI é de R$ 2.000,00 (5%) e o ICMS de 18%.
Após a industrialização, o produto foi vendido, a prazo, pelo preço de R$ 285.000,00,
mais R$ 28.500,00 de IPI, pois, a classificação fiscal atribuída ao produto tem a alíquota
de 10% de IPI, e o ICMS de 18%. A finalidade da mercadoria será a revenda. O valor total
da venda foi R$ 313.500,00.
Pois bem, a partir dessa situação temos diversos cálculos e procedimentos a serem
elaborados.

a) Cálculo dos Impostos:

Na aquisição da matéria prima:


Valor da Mercadoria R$ 40.000,00
IPI 5% R$ 2.000,00
Valor total da Nota Fiscal R$ 42.000,00
ICMS 18% R$ 7.200,00

Na venda dos produtos:


Cálculo dos impostos:
Valor da Mercadoria R$ 285.000,00
IPI 10% R$ 28.500,00
Valor total da Nota Fiscal R$ 313.500,00
ICMS 18% R$ 51.300,00

b) Contabilização das operações:

Do reconhecimento da compra da matéria prima:


Crédito Fornecedores (passivo) R$ 42.000,00
Débito Estoques (ativo) R$ 32.800,00
Débito IPI a compensar (ativo) R$ 2.000,00
Débito ICMS a compensar (ativa) R$ 7.200,00

26
Do reconhecimento da receita:
Débito Clientes (Ativo) R$ 313.500,00
Crédito Receita de Venda (Resultado) R$ 313.500,00

Dos Impostos incidentes:


Débito IPI sobre vendas (Resultado) R$ 28.500,00
Crédito IPI a pagar (Passivo) R$ 28.500,00
Débito ICMS sobre vendas (Resultado) R$ 51.300,00
Crédito ICMS a pagar (Passivo) R$ 51.300,00

Da apuração do imposto:
Débito IPI a pagar (Passivo) R$ 2.000,00
Crédito IPI a compensar (Ativo) R$ 2.000,00
Débito ICMS a Pagar (Passivo) R$ 7.200,00
Crédito ICMS a compensar (Ativo) R$ 7.200,00

Apuração do Resultado
Receita de Vendas de Produtos R$ 313.500,00
( - ) Impostos Incidentes S/ Vendas (R$ 79.800,00)
Receita Liquida de Venda R$ 233.700,00
( - ) Custo dos Produtos Vendidas (R$ 32.800,00)
Lucro Bruto R$ 200.900,00

Os lançamentos de pagamento do imposto e lança-


mentos de encerramento e apuração de resultado do
exercício, não foram abordados em virtude de estar-
Atenção
mos tratando de contabilização de tributos.

27
Unidade: Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

Material Complementar

Para complementar os estudos, acesse os links abaixo e leia os livros indicados.


Livros:

FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 14ª Ed. – Editora Atlas – 2014.

Sites:
Em relação ao IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados, acessar o link:
http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/LegisAssunto/ImpSobProIndIPI/ImpSobProIndIPI.htm
O prestigiado jurista brasileiro, Ives Gandra da Silva Martins, Membro da Academia
de Letras Jurídicas, tem uma página, no Facebook, de muita importânica que
pode ser acessada para aprimorar conhecimentos e discutir assuntos atualizados.
https://www.facebook.com/pages/Ives-Gandra-da-Silva-Martins-oficial/165493460191741

28
Referências

Livros:

FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

________. Contabilidade tributária. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

OLIVEIRA, L. M.; CHIEREGATO, R.; PEREZ JUNIOR, J. H.; GOMES, M. B. Manual de


contabilidade tributária. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2012.

PEGAS, P. H. Manual de contabilidade tributária. 7. ed. Rio de Janeiro: Freitas


Bastos, 2011.

Sites:

Constituição Federal: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/


ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em 15/10/2014

Decreto 7.212/2010: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/


decreto/d7212.htm>. Acesso em 14/10/2014

Lei Complementar 116/2003: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp116.


htm>. Acesso em 13/10/2014

Lei Complementar nº 123, de 2006: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-


rapido/legislacao>. Acesso em 11/10/2014

29
Unidade: Tributos Indiretos – ISS / IPI / ICMS

Anotações

30

Das könnte Ihnen auch gefallen